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Fatores envolvidos no desenvolvimento e expressão da sensibilização comportamental ao efeito estimulante do modafinil e metanfetamina

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Academic year: 2017

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(1)

I

Aline da Costa Soeiro

Fatores envolvidos no desenvolvimento e

expressão da sensibilização comportamental

ao efeito estimulante do modafinil e

metanfetamina

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo- Escola Paulista de Medicina, para a obtenção do título de Mestre em Ciências.

(2)

I Soeiro, Aline da Costa

Fatores envolvidos no desenvolvimento e expressão da sensibilização comportamental ao efeito estimulante do modafinil e metanfetamina./Aline da Costa Soeiro-São Paulo, 2010.

Tese (Mestrado) – Universidade Federal de São Paulo- Escola Paulista de Medicina, Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia.

Título em inglês: Factors involved in development and expression of modafinil and methamphetamine-induced behavioral sensitization.

(3)

II Aline da Costa Soeiro

Fatores envolvidos no desenvolvimento e

expressão da sensibilização comportamental

ao efeito estimulante do modafinil e

metanfetamina

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo- Escola Paulista de Medicina, para a obtenção do título de Mestre em Ciências.

Orientação: Profa. Dra. Maria Gabriela Menezes de Oliveira

(4)

III

Esta tese foi realizada no Departamento de Psicobiologia da Universidade

Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, com o apoio financeiro da

Associação Fundo de Incentivo à Psicofarmacologia (AFIP) e da Fundação de

Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP processo n°

(5)

I

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA

C

HEFE DO

D

EPARTAMENTO

:

PROF. DRA. MARIA LÚCIA OLIVEIRA DE SOUZA FORMIGONI

(6)

II

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA

Banca Examinadora

Profa. Dra. Isabel Marian Hartmann de Quadros Profa. Dra. Tatiana Lima Ferreira

Profa. Dra. Monica Levy Andersen

Suplente

(7)

I

Dedicatória

À minha família

“Vocês um dia sonharam comigo e me amaram antes que eu existisse. Vocês

se alegraram com a minha chegada ao mundo como alguém que recebe um

lindo presente e depois de muita dedicação, investimento e confiança

chegamos juntos até aqui mesmo renunciando, muitas vezes, aos seus sonhos

para que os meus se realizassem. Por isso dedico-lhes esta conquista com a

minha imensa gratidão, admiração e respeito. Ofereço essa vitória, pois tudo

(8)

I

Agradecimentos

Há algum tempo, escolhi vir para São Paulo e cheguei com uma meta,

um foco e algumas ilusões. Queria continuar minha formação com a garantia

de um ensino de excelência e viver a ciência em sua plenitude. Mas sabia que

era preciso empenho para ultrapassar os “aversivos” que pareciam

intransponíveis. Em alguns momentos, o sentimento de desânimo parecia

sobrepor minha vontade de vencer, mas o incentivo, a dedicação e o exemplo

dos companheiros me fortaleceram e tudo ficou mais leve e agradável. Hoje,

mais essa etapa está alcançada e ilustrada nesse trabalho, mas antes uma

breve pausa para agradecer pessoas especiais e essenciais para essa

conquista.

Agradeço em especial à minha orientadora, Professora Maria Gabriela

Menezes de Oliveira, por ter compartilhado seus conhecimentos com

dedicação e suas experiências como grandes professora, pesquisadora e

mulher.

Agradeço também à Karin por ter sugerido a idéia deste trabalho e à

Karina pelo companheirismo, pela parceria e por ter possibilitado que este

trabalho fosse executado, sempre acrescentando conhecimentos e perguntas a

serem respondidas. Com vocês vivi a ciência em sua plenitude, com alguns

problemas, mas grandes resultados. Obrigada por ouvirem meus desabafos

nos momentos difíceis e pelas palavras de carinho que me faziam lembrar das

minhas potencialidades, por muitas vezes esquecidas.

Os meus agradecimentos ao grupo da memória: Juliana, Tatiana, Karin,

(9)

II

viverem a ciência com tanta dedicação e emoção. Com vocês aprendi que as

discussões não precisam terminar em uma resposta final, mas com perguntas

instigantes que nos motivam a continuar “fazer ciência”.

Também não poderia deixar de agradecer o grupo de pesquisa básica

em dependência coordenado pela professora Maria Lucia de Souza Formigoni,

por ter compartilhado o espaço físico adequado para os experimentos e pela

assessoria oferecida sempre que necessária.

Agradeço à toda equipe de funcionários do departamento de

Psicobiologia: técnicos Valdegar, por cuidar dos meus animais e Marilde, por

me ajudar com vidrarias, cérebros e o mundo dentro do laboratório. A Maria

(Socorro), Sandra, Adriana e Solange, pelos “bom dia” mais entusiasmados do

departamento.

Não poderia deixar de agradecer, com grande admiração, a Maria

Cristina Jorge (Cris) pela dedicação e eficiência com que cuida da nossa

biblioteca e dos nossos congressos e a equipe da secretaria: Nereide, Mara,

Julio, Valéria, Erika, Melissa, Natalia e Junior, pela eficiência em organizar a

burocracia, datas, prazos, cursos e dúvidas gerais.

Agradeço a todos os docentes, pesquisadores e pós-graduandos do

departamento por serem instrutores e amigos, guias e companheiros, por

transmitirem o segredo da caminhada, compartilhando de sua própria

existência. A minha gratidão àqueles que mediaram o conhecimento com

dedicação e amizade no cumprimento do seu dever.

Um agradecimento especial à banca de suficiência: José Carlos

Galduróz, Deborah Suchecki e Monica Andersen pelo respeito com que

(10)

III

do artigo e a banca da tese: Isabel Quadros, Tatiana Ferreira e Monica

Andersen pelo empenho nas correções e sugestões tão necessárias para que

este trabalho fosse finalizado.

A todos que organizam o curso de verão, pois com vocês aprendo, a

cada dia, como devemos proceder de uma forma ética com nossos alunos,

professores, patrocinadores e burocracias, conhecimentos tão importantes para

o exercício da docência e da ciência.

A minha imensa gratidão a meus amigos: Camila, Vanessa, Claudia,

Sidney (Sidaum), Adriano Kimio, Rodolfo, Adriano, Juliane, Fernanda Soncini,

Fernanda Armani, Angélica, Tharcila, Cadu, Fran, Grazi e Giovana os quais

estiveram presentes em todos os momentos e foram coadjuvantes dos meus

sonhos, que compreenderam minha ausência e que incentivaram todos os

meus planos. “Ju eu tenho um plano”. Com isso nada é mais importante que as memórias emocionais das horas boas e ruins vividas juntas, das desavenças e

reconciliações. As memórias das palavras de apoio, os gestos de amor e

amizade nunca serão extintas ou esquecidas. Vocês que escutaram as

histórias mais mirabolantes de todas as minhas fases merecem esta conquista

tanto quanto eu.

Por fim, agradeço à minha família: meus pais, Manoel e Terezinha

Soeiro, minhas irmãs Juliana e Viviane, meus cunhados Junior e Aguinaldo e

sobrinhos Lucas, Anna Julia, Leonardo e Isadora, por terem compreendido

minha escolha e ausência. Por terem ouvido meus desabafos, presenciado

meu silêncio, pelos conselhos e por terem feito do meu mundo, O Mundo. À

vocês agradeço a fundamental companhia nos momentos de choros e risos.

(11)

IV

À todos vocês, ofereço este trabalho, pois na validade de toda luta e

méritos de minha conquista, há muito da presença de vocês.

(12)

I

“Ciência é, antes de tudo, um

conjunto de atitudes. É uma

disposição para lidar com fatos e

não com o que foi dito por alguém a

respeito deles." (Skinner, 1953)

“ Não considere nenhuma prática

como imutável. Mude e esteja

pronto a mudar novamente. Não

aceite verdade eterna.

(13)

II Sumário

Lista de figuras... I

RESUMO... II

ABSTRACT... IV

INTRODUÇÃO... Uso, abuso e dependência de substâncias psicoativas...

Sensibilização comportamental e efeitos reforçadores de drogas de abuso...

Variabilidade individual na sensibilização comportamental...

Substâncias psicoestimulantes... 1 2 8 13 16 OBJETIVOS... Objetivo Geral... Objetivos Específicos... 20 21 21

MATERIAL E MÉTODOS... Animais... Drogas... Aparelhos... 22 23 23 24

(14)

III

Experimento 3...

Resultados... 42

44

DISCUSSÃO... 50

CONCLUSÕES... 58

(15)

I Lista de Figuras

Figura 1 Representação das fases de indução ou desenvolvimento e expressão da

sensibilização comportamental... 12

Figura 2 Representação da estrutura da metanfetamina... 16

Figura 3 Representação da estrutura do modafinil... 18

Figura 4 Representação da caixa de condicionamento... 24

Figura 5 Representação da caixa de atividade... 25

Figura 6 Representação do campo aberto... 25

Figura 7 Desenho esquemático dos procedimentos utilizados no experimento 1... 28

Figura 8 Gráfico do resultado do Experimento 1... 29

Figura 9 Desenho esquemático dos procedimentos utilizados nos Experimentos 2 e 3... 30

Figuras 10A e 10B Gráficos dos resultados do desenvolvimento da sensibilização comportamental ao modafinil- Experimento 2... 38

Figura 11 Gráfico do resultado da sessão de teste do condicionamento de medo ao contexto-Experimento 1... 39

Figuras 12A e 12B Resultado da expressão da sensibilização comportamental ao modafinil em caixas de atividade e no campo aberto... 40

Figura 13 Resultado da Sensibilização cruzada - Experimento 1... 41

Figuras 14A e 14B Gráficos dos resultados do desenvolvimento da sensibilização comportamental à metanfetamina - Experimento 3... 45

Figura 15 Gráfico do resultado da sessão de teste do condicionamento de medo ao contexto - Experimento 3... 46

Figura 16A e 16B Resultado da expressão da sensibilização comportamental à metanfetamina em caixas de atividade e no campo aberto... 46

(16)

II RESUMO

(17)
(18)

IV ABSTRACT

(19)

1

(20)

2 introdução 1.1. Uso, abuso e dependência de substâncias psicoativas

Aspectos Históricos e definição

Registros históricos indicam que o uso de substâncias psicoativas

capazes de alterar o comportamento, a consciência e o humor dos seres

humanos já fazia parte do cotidiano de povos muito antigos nas mais variadas

culturas e contextos, principalmente social, cultural, religioso e ritualístico. O

uso compulsivo também já era observado e acompanhado por discussões nos

âmbitos filosófico, teológico e médico (Crocq, 2007).

Ao longo dos anos tais discussões foram intensificadas, uma vez que o

uso destas substâncias passou a ser considerado um problema social e de

saúde pública.

O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV)

distingue o abuso e a dependência de substância de acordo com o padrão e as

consequências do uso.

Segundo o manual, a característica essencial do abuso de substâncias é

um padrão mal-adaptativo de uso, manifestado por consequências adversas

recorrentes e significativas relacionadas ao uso repetido. Pode haver um

fracasso repetido em cumprir obrigações importantes relativas a seu papel, uso

repetido em situações nas quais isto apresenta perigo físico, múltiplos

problemas legais, sociais e interpessoais recorrentes, durante o período de 12

meses. Os critérios para abuso de substância não incluem tolerância,

abstinência ou um padrão de uso compulsivo, incluindo, ao invés disso, apenas

as consequências prejudiciais do uso repetido. O indivíduo pode repetidamente

(21)

3

deveria cumprir obrigações importantes relativas a seu papel no trabalho, na

escola ou em casa. Podem haver repetidas ausências ou fraco desempenho no

trabalho, relacionados a "ressacas" recorrentes. Um estudante pode ter

ausências, suspensões ou expulsões da escola relacionadas à substância.

Enquanto intoxicado, o indivíduo pode negligenciar os filhos ou os afazeres

domésticos.

Embora um diagnóstico de abuso de substância seja mais provável em

indivíduos que apenas recentemente começaram a consumi-la, alguns

indivíduos continuam por um longo período de tempo sofrendo as

consequências sociais adversas relacionadas à substância, sem

desenvolverem evidências de dependência.

A característica essencial da dependência de substância é a presença

de um agrupamento de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos

indicando que o indivíduo continua usar uma substância, apesar de problemas

significativos relacionados a ela. Existe um padrão de auto-administração

repetido que geralmente resulta em tolerância, abstinência e comportamento

compulsivo de consumo da droga. Os sintomas de dependência são similares

entre as várias categorias de substâncias, mas, para certas classes, alguns

sintomas são menos salientes e, em uns poucos casos, nem todos os sintomas

se manifestam. Embora não seja especificamente relacionada como um

critério, a "fissura" (um forte impulso subjetivo para usar a substância) tende a

ser observada na maioria dos indivíduos com dependência de substâncias (se

não por todos).

Assim, a questão central em estudos sobre o uso, abuso e dependência

(22)

4

para uso compulsivo enquanto outros não, porque a recaída é frequentemente

observada independente do tempo decorrido do último uso, ou porque nem

todos os indivíduos que se tornam dependentes respondem da mesma maneira

ao tratamento.

De acordo com a filosofia skinneriana do behaviorismo radical,

determinados comportamentos podem ser adquiridos, mantidos e modificados

de maneira controlada pelas suas consequências. Para a consequência

produzir um efeito sobre a resposta, esta deve estar intimamente relacionada à

consequência, ou seja, deve ser estabelecida uma relação de contingência

entre resposta e consequência. Algumas categorias de consequências podem

aumentar a probabilidade de que, num momento futuro, esta resposta ocorra

diante de um estímulo parecido. Quando a consequência aumenta a

probabilidade da ocorrência da resposta diz-se que é uma consequência

reforçadora (reforço) sendo que os estímulos reforçadores podem ser

classificados em reforçadores positivos e negativos. Os reforçadores positivos

aumentam a probabilidade da resposta que o antecede devido à obtenção de

uma consequência positiva. Por outro lado, o reforço negativo aumenta a

probabilidade da resposta, pela retirada de alguma situação aversiva (Skinner,

1974).

Seguindo esta teoria, num primeiro momento o comportamento de

consumo de drogas pode ser adquirido e mantido pelos efeitos prazerosos que

elas exercem, ou seja, pelo reforço positivo. O uso prolongado, por sua vez,

pode induzir efeitos negativos de retirada (síndrome de abstinência) o que

aumenta a probabilidade de recaída, neste sentido o comportamento de busca

(23)

5

A teoria hedônica caracteriza a transição para a dependência em termos

de estados afetivos seja positivo ou negativo vivenciado pelo indivíduo. O uso

inicial resulta em um estado afetivo positivo (euforia ou prazer), mas depois da

interrupção ocorrem reações de retirada como anedonia e disforia. Um padrão

compulsivo de uso ocorreria para aliviar tais efeitos negativos (Solomon, 1980;

Koob e Le Moal, 2001).

Tanto as recompensas naturais, como os alimentos altamente

palatáveis, sexo quanto as drogas de abuso utilizadas por seres humanos

(opióides, etanol, nicotina, anfetamina e cocaína) exercem seus efeitos

recompensadores/reforçadores aumentando a transmissão dopaminérgica no

sistema mesolímbico ou sistema de recompensa cerebral (Hernandez e

Hoebel, 1988; Di Chiara e Imperato, 1988). A transição do efeito afetivo positivo

para um aumento dos estados negativos colocaria o sistema de recompensa

cerebral em desregulação homeostática resultando em dependência e

vulnerabilidade à recaída.

A teoria da sensibilização do incentivo proposta por Robinson e Berridge

(1993; 2000; 2008) propõe alguns pontos para explicar o padrão compulsivo.

Drogas de abuso potencialmente compartilham a habilidade de produzir

alterações a longo-prazo na organização cerebral principalmente em sistemas

envolvidos com a motivação e a recompensa que ficam hipersensíveis às

drogas e aos estímulos associados. O sistema sensibilizado não mediaria

efeitos prazerosos ou eufóricos (“gostar”), mas mediariam um subcomponente da recompensa chamado de saliência do incentivo ou “querer”. O processo

psicológico da saliência do incentivo poderia ser o responsável pelo

(24)

6

A teoria baseada na aprendizagem sugere que a repetida exposição às

drogas associada à uma memória forte, mediariam alterações induzidas pela

droga em regiões de recompensa cerebral, assim o uso seria uma resposta

aprendida condicionada a um estímulo como pistas associadas à droga (Di

chiara, 1999; Everitt e cols., 2001).

Tirelli e Terry, (1998) observaram que estímulos condicionados (CS), por

exemplo, pistas do ambiente pareadas por repetidas vezes com estímulos

incondicionados (US) como as drogas de abuso, podem adquirir propriedades

reforçadoras dos estímulos incondicionados, uma vez que eliciam respostas

condicionadas (CR) semelhantes às provocadas pela droga.

O envolvimento de processos de aprendizagem associativa no

fenômeno da dependência em humanos surgiu de estudos que observaram o

retorno ao uso, ou seja, a recaída após a exposição às pistas previamente

associadas ao uso que seria o componente condicionado da associação

pista-droga. Estas pistas incluem estímulos sensórios externos (pessoas, lugares,

som, luz) e estímulos interoceptivos (reações corporais) (Wikler e Pescor,

1967; Tiffany, 1990; O’Brien e cols, 1998). Ainda estudos mostraram que pistas indicativas da disponibilidade de um reforço como drogas de abuso podem

ativar a mesma circuitaria observada após administração da droga em animais

e humanos, o que permite relacionar processos associativos e o

desenvolvimento da dependência (Berke e Hyman, 2000; Di Chiara, 1999;

Everitt e cols; 2001).

Estudos mostraram ainda que o comportamento de busca pela droga e a

recaída observados em indivíduos dependentes após retirada da droga, são

(25)

7

pistas associadas ao uso prévio da droga (Childress e cols, 1986, Shiffman e

cols, 1996).

Trabalhos sugerem que as drogas de abuso induzem uma série de

alterações, incluindo adaptações homeostáticas e memória associativa de

longo prazo. Nesse sentido, muitas pesquisas têm focado a atenção em

entender como as drogas de abuso influenciam a comunicação neural a curto

prazo e como o sistema nervoso se adapta a repetida exposição a longo prazo

(Chao e Nestler, 2004).

Como já citado, o sistema alvo na mediação da ação reforçadora de

substâncias per se é o sistema mesolímbico cerebral que inclui neurônios

dopaminérgicos com corpos celulares na área tegmental ventral (ATV) do

mesencéfalo que enviam projeções para estruturas límbicas como núcleo

accumbens (Nac), amígdala, hipocampo, estriado dorsal (Hyman e cols 2006,

para revisão).

O circuito ATV-Nac seria o detector do estímulo reforçador e as

alterações induzidas pelo uso de substâncias nestas regiões poderiam

aumentar ou diminuir a sensibilidade individual aos efeitos reforçadores de

drogas de abuso. O estriado dorsal seria o responsável pela resposta de busca

tornando-a bem estabelecida, que recebe projeções da substância negra

(Graybiel 1998; Packard e Knowlton, 2002; Barnes e cols. 2005;

Vanderschuren e cols, 2005).

A amígdala é importante para os aspectos condicionados da exposição à

droga uma vez que mediaria a associação entre pistas ambientais e efeito

reforçador da exposição aguda e pelos sintomas aversivos da retirada. O

(26)

8

com os sintomas de retirada. A função do hipotálamo seria mediar as respostas

fisiológicas relacionadas ao uso da substância (Hyman e cols 2006 para

revisão).

O sistema mesocortical também teria um papel fundamental nos efeitos

de drogas de abuso devido às projeções dopaminérgicas que partem da ATV

para as regiões frontais do córtex, córtex pré-frontal, córtex cingulado anterior,

córtex orbitofrontal. O córtex pré-frontal, em conjunto com amígdala, teria um

papel crítico na avaliação do reforço e no estabelecimento de memórias

associadas ao reforço (Everitt e cols. 2003, Kalivas e cols. 2005). As regiões

frontais citadas anteriormente são ainda responsáveis pelo controle executivo

sobre o uso que é severamente prejudicado em dependentes (Volkow e cols,

1993, Volkow e Fowler 2000, Goldstein e Volkow 2002, Kaufman e cols,. 2003,

Paulus e cols,. 2005).

1.2. Sensibilização Comportamental e efeitos reforçadores de drogas de abuso

A sensibilização é um processo pelo qual o organismo teria a

sensibilidade aumentada, devido a apresentação de estímulos ou de um

conjunto de estímulos. Este processo pode ser avaliado por meio de respostas

ou reações, incluindo respostas eletrofisiológicas, neuroquímicas e

comportamentais. A sensibilização envolve processos de facilitação da

associação estímulo/resposta no sistema nervoso central que podem ser

observados pela facilitação heterossináptica em invertebrados, pela

(27)

9

aumentada pela administração de psicoestimulantes e outras drogas de abuso

(Kalivas e Barnes, 1988).

No presente estudo, a sensibilização será abordada no contexto de

drogas de abuso, onde é considerada, em animais de laboratório, como uma

potenciação ou aumento progressivo de alguns efeitos comportamentais, como

aumento da atividade locomotora, estereotipia ou da atividade rotacional

induzido após repetidas administrações de psicoestimulantes, opiáceos ou

etanol. (Phillips e cols 1997; Vanderschuren e Kalivas, 2000).

Em humanos, conforme estabelecido em roedores, estudos observaram

um aumento significativo nos níveis de dopamina extracelular no estriado após

a administração aguda de várias drogas de abuso, incluindo a anfetamina

(Volkow e cols 1994, 1997, 1999, 2001; Laruelle e cols, 1995; Breier e cols,

1997; Drevets e cols, 2001;. Leyton e cols, 2002;. Martinez e cols, 2003, 2007.;

Abi-Dargham e cols, 2003;. Oswald e cols, 2005;. Riccardi e cols, 2006a.;

Boileau e cols, 2006, 2007;. Munro e cols, 2006;. Casey e cols, 2007) e cocaína

(Schlaepfer e cols, 1997;. Cox e cols, 2006). Este aumento de dopamina

induzido pela droga foi correlacionado com estados positivos de humor, fissura,

assim como busca pela novidade e sensação.

Assim, a sensibilização seria um fenômeno oposto à tolerância. Na

tolerância, determinado efeito de uma droga diminui após repetidas

administrações em relação ao efeito inicial, sendo necessário maiores

quantidades da droga para induzir o mesmo efeito. Por outro lado, na

sensibilização, há um aumento do efeito inicial ou ainda a indução da resposta

por uma dose não efetiva inicialmente, após repetidas administrações (Stewart

(28)

10

De acordo com a teoria proposta por Wise e Bozarth (1987), a circuitaria

envolvida na estimulação psicomotora e efeito reforçador induzidos pelas

drogas de abuso estão relacionados à ativação de um mecanismo biológico

comum, uma vez que ambos efeitos induzem alterações no sistema de

recompensa que inclui a área tegmental ventral, o núcleo accumbens e o

córtex pré-frontal.

Dentre várias alterações, a sensibilização comportamental induzida por

drogas de abuso é acompanhada pelo aumento no efluxo de dopamina no

núcleo accumbens (Robinson e Berridge, 2000) e pelo aumento da

sensibilidade de receptores D1 nos neurônios do núcleo accumbens, o que

potencializa a sinalização dopaminérgica mesolímbica (White e Kalivas, 1998).

Adicionalmente, a liberação de glutamato no núcleo accumbens, na amígdala e

no hipocampo (Vandershuren e Kalivas, 2000) e alterações em outros sistemas

de neurotransmissão incluindo serotonina, norepinefrina, acetilcolina, opióides

e GABA estão relacionadas à sensibilização comportamental induzida por

diferentes drogas de abuso (Robinson e Berridge, 2000).

O tratamento com anfetamina em ratos induziu alterações morfológicas

em neurônios do núcleo accumbens e do córtex pré-frontal como aumento na

quantidade e densidade de dendritos o que poderia estar associado à

persistência dos efeitos comportamentais induzidos pelo uso de anfetaminas

(Robinson e Kolb, 1997).

A hiper responsividade decorrente das alterações neurais que ocorrem

ao longo do processo da sensibilização comportamental no circuito de

recompensa cerebral poderia estar relacionada à transição entre o uso

(29)

11

das alterações neurocomportamentais induzidas a partir do uso continuado de

drogas de abuso ainda podem contribuir para os sintomas de retirada tais como

fissura e recaída que são observados durante o período de abstinência

(Robinson e cols., 2001). De fato, Piazza e cols, (1990) verificaram que a

pré-exposição à anfetamina induziu sensibilização comportamental em ratos e

aumentou a vulnerabilidade para aquisição da auto-administração desta

mesma droga, indicando que o desenvolvimento da sensibilização

comportamental pode alterar a sensibilidade aos efeitos reforçadores de drogas

de abuso.

A sensibilização comportamental pode ser avaliada em animais de

laboratório em duas fases (Figura 1). A primeira delas seria a fase de indução

ou desenvolvimento, onde ocorrem as alterações celulares e moleculares

temporárias induzidas pelas administrações repetidas de drogas. A outra fase

seria a expressão (curto ou longo prazo), na qual são realizados desafios com

a droga após um período de retirada sendo o momento onde são avaliadas as

alterações permanentes e duradouras decorrentes da administração repetida

da droga. Nesta fase, ainda podem ser realizados desafios com uma droga

diferente daquela utilizada durante o desenvolvimento para o teste de

sensibilização cruzada. Manipulações farmacológicas (administração de

agonistas ou antagonistas) ou lesões na Área Tegmental Ventral (VTA) alteram

o desenvolvimento ou indução e estas mesmas manipulações feitas no núcleo

accumbens afetam a fase de expressão da sensibilização comportamental

Desta maneira, o circuito VTA-Accumbens parece ser fundamental para as

(30)

12

regiões apresentam um envolvimento diferenciado no desenvolvimento e na

expressão da sensibilização comportamental (Vanderschuren e Kalivas, 2000).

Figura 1: Desenho esquemático das fases de indução ou desenvolvimento e

expressão da sensibilização comportamental. Durante o desenvolvimento são

realizadas administrações repetidas e a atividade psicomotora é registrada

(locomotora,rotacional ou estereotipia). Após um período de retirada, avalia-se

a expressão da sensibilização comportamental na qual doses desafios da

droga são administradas e logo após os níveis de atividade são novamente

testados.

Além da influência de alterações farmacológicas e estruturais na

sensibilização comportamental, muitos trabalhos têm sugerido uma importante

participação de fatores psicológicos tais como processos de aprendizagem,

uma vez que o desenvolvimento e expressão da sensibilização comportamental

podem exibir dependência do ambiente previamente associado à droga.

Badiani e cols (1995, 2000) verificaram que a administração em ratos de

anfetamina, cocaína e morfina em um contexto novo, diferente da gaiola

moradia, induziu uma pronunciada sensibilização comportamental comparados

a ratos que receberam as administrações na gaiola-moradia. Adicionalmente,

estudos observaram utilizando outro paradigma de investigação, que a

(31)

13

previamente associado à droga (Anagnostaras e Robinson, 1996; Tirelly e

Terry, 1998).

Estudos que avaliam alterações moleculares decorrentes do

desenvolvimento e expressão da sensibilização verificaram um aumento de

Fos (Proteína produto do RNAm de c-Fos) e da fosforilação de ERK

(extracellular signal-regulated kinase; quinase regulada pela sinalização

extracelular) e CREB (cAMP response element binding protein; Proteína de

ligação dos elementos de resposta do AMPc), marcações que indicam

atividade neural, em neurônios do núcleo accumbens no grupo que recebeu a

cocaína no ambiente pareado, mas não no grupo que recebeu cocaína no

ambiente não pareado (Crombag e cols, 2002; Marin e cols, 2009).

Assim a importância de fatores ambientais em modular os efeitos da

droga tem sido proposta por vários autores sugerindo que a sensibilização

comportamental não é apenas resultado de adaptações neurobiológicas da

ação da droga no substrato neural, mas estas podem ser influenciadas por

fatores não-farmacológicos, tais como o ambiente de administração (Stewart e

Badiani, 1993; Robinson e cols, 1998, Badiani e cols., 2000; Robinson e cols.,

2001).

1.3. Variabilidade individual na sensibilização comportamental

Como já mencionado, o estabelecimento da dependência não é

verificado sempre que há uso crônico de drogas de abuso, ou seja, algumas

pessoas tornam-se dependentes enquanto outras não. Esse mesmo padrão de

(32)

14

uma vez que muitos estudos mostraram diferenças significativas quanto à

resposta sensibilizada à diferentes drogas de abuso (Robinson e cols, 1988).

Robinson (1984) observou que animais com lesão unilateral da

substância negra e tratados com anfetamina apresentaram diferentes níveis na

atividade rotacional avaliada no último dia de tratamento. Esta diferença não

está correlacionada com os níveis no primeiro dia de tratamento, assim mesmo

partindo de um nível basal semelhante, este estudo encontrou uma

variabilidade individual no desenvolvimento da sensibilização.

Outros estudos também verificaram que animais de uma mesma

linhagem diferem quanto aos níveis de sensibilização induzida por diferentes

drogas de abuso, uma vez que alguns animais apresentam a sensibilização e

outros mesmo passando pelo mesmo tratamento não apresentam resposta

sensibilizada (Robinson, 1984; Masur e cols, 1986; Souza-Formigoni e cols,

1999; Abrahao e cols, 2009; Nelson e cols, 2009; Scholl e cols, 2009). Ao

classificar esses animais em alto e baixo nível de sensibilização é possível

avaliar possíveis fatores envolvidos na susceptibilidade ao desenvolvimento da

sensibilização e da dependência.

Utilizando esta abordagem, fatores genéticos, fenotípicos, ambientais e

hormonais parecem contribuir para a variabilidade encontrada na sensibilização

comportamental e poderiam explicar a susceptibilidade de indivíduos ao

desenvolvimento de dependência (Robinson e cols, 2001).

No caso do etanol, estudos mostraram significativas diferenças na

densidade de receptores D2 (receptor de dopamina) e NMDA (receptor

glutamatérgico) no estriado entre camundongos sensibilizados e

(33)

15

Entre os psicoestimulantes, Nelson e cols (2009) mostraram um

aumento maior na liberação de dopamina no grupo HCRs (alta resposta à

cocaína) comparado ao grupo LCRs (baixa resposta à cocaína) e esta

diferença foi mais pronunciada no núcleo accumbens.

Em outro estudo, Scholl e cols (2009) observaram que ratos

sensibilizados à anfetamina apresentaram concentrações de dopamina

aumentada no shell do núcleo accumbens, aumento de serotonina no

hipocampo dorsal e níveis de corticosterona aumentado no plasma o que não

foi observada em ratos não-sensibilizados.

Estes trabalhos sugerem que um mecanismo neuroadaptativo diferencial

poderia explicar o diferente padrão de sensibilidade ao efeito estimulante

induzida por drogas de abuso.

Considerando a importância de processos de memória e aprendizagem

no estabelecimento da sensibilização comportamental e os diferentes níveis de

sensibilização comportamental, Quadros e cols (2003) mostraram que os

subgrupos sensibilizado e não-sensibilizado ao etanol apresentaram um

desempenho diferente na tarefa de condicionamento de medo ao contexto

(CMC) realizado 15 dias antes do início do tratamento. Camundongos

classificados como sensibilizados ao etanol mostraram maior tempo de

congelamento no teste do CMC, quando comparados aos camundongos não–

sensibilizados, o que permite considerar que o desempenho dos animais em

uma tarefa aversivamente motivada pode ser um dos fatores associados à

susceptibilidade para o desenvolvimento da sensibilização comportamental

(34)

16

Entretanto não há estudos indicando se esta mesma associação

poderia ser verificada à sensibilização comportamental induzida por outras

drogas como psicoestimulantes.

1.4 Substâncias Psicoestimulantes Aspectos gerais e farmacologia

Os psicoestimulantes clássicos como, por exemplo, a metanfetamina

são substâncias que promovem uma série de alterações no Sistema Nervoso

Central responsáveis por seus efeitos estimulantes e reforçadores.

A metanfetamina foi sintetizada pela primeira vez por um químico

japonês em 1919 e após algumas décadas passou a ser utilizada como

tratamento de depressão, obesidade e descongestionante nasal. Entretanto esta substância apresenta um alto potencial de dependência devido ao efeito

euforizante, aumento do estado de alerta, da auto-estima, da percepção e pela

intensificação das emoções.

Figura 2: Estrutura da metanfetamina.

Os efeitos induzidos pela metanfetamina são consequência de um

aumento de dopamina, noradrenalina e serotonina na fenda sináptica

promovido pela inibição do armazenamento nas vesículas dos terminais

neuronais, bloqueio da recaptação por ligação em proteínas transportadoras e

(35)

17

Esta ativação monoaminérgica, com destaque para a dopaminérgica,

ocorre em neurônios dopaminérgicos que se projetam da área tegmental

ventral (VTA), ao córtex e estruturas límbicas modulando seus efeitos

reforçadores, a motivação e a coordenação motora (Hals e cols, 2003).

A exposição crônica à metanfetamina resulta em adaptações em

neurônios dopaminérgicos (Chu e cols, 2008; Fleckenstein e cols, 2009; Volz e

cols, 2009) e em humanos leva a uma redução de dopamina que (Volkow e

cols, 2001) podem contribuir para a fissura, anedonia e outros sintomas de

retirada comuns à abstinência desta substância (McGregor e cols, 2005;

Newton e cols, 2004).

As alterações neurocomportamentais induzidas pelas anfetaminas e a

permanência dos efeitos tem sido amplamente investigadas no modelo da

sensibilização comportamental, uma vez que administração repetida destas

substâncias aumentam progressivamente a atividade e podem ser verificado

até após um ano de retirada (Paulson e cols, 1991).

O modafinil (diphenyl-methyl sulphinil-2-acetamida) é um novo

psicoestimulante, descoberto na década de 90 e teve o uso liberado como

farmacoterapia para narcolepsia, uma vez que este agente apresenta entre

seus efeitos, a capacidade de aumentar o tempo de vigília (Minzenberg e

(36)

18

Figura 3: Estrutura do modafinil.

Recentemente, estudos têm observado que a eficácia clínica do

modafinil poderia ser estendida para tratamentos de vários distúrbios

psiquiátricos dentre eles, depressão (DeBattista e cols, 2004; Lam e cols,

2007), dependência à cocaína (Dackis e cols, 2005; Hart e cols, 2008;

Anderson e cols, 2009), metanfetamina (Zolkowska e cols, 2009; Reichel e

See, 2010), transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, depressão

bipolar, esquizofrenia e para doenças neurodegenerativas (Ballon e Feifel,

2006).

No que se refere ao mecanismo de ação do modafinil, Duteil e cols

(1990) relataram que o efeito estimulante agudo induzido por uma única

administração de modafinil em camundongos, não foi revertido pelos

antagonistas de receptores dopaminérgico haloperidol (D-1) e zolpidem (D-2),

porém o efeito foi impedido por antagonistas noradrenérgicos prazosin e

penoxibenzamina. Simon e cols (1995) observaram respostas diferentes entre

anfetamina e modafinil após administração de antagonistas dopaminérgicos.

Animais tratados com modafinil apresentaram efeito estimulante agudo que não

(37)

19

lado, após administração de anfetamina, observaram reversão do efeito

estimulante locomotor pela administração dos mesmos antagonistas e

liberação de dopamina significativamente maior que a induzida pelo modafinil.

Esses dois trabalhos sugeriram que o efeito estimulante agudo induzido pelo

modafinil não envolveria a circuitaria dopaminérgica.

Atualmente, trabalhos verificaram um envolvimento dopaminérgico na

ação do modafinil após administração aguda em primatas (Madras e cols.,

2006; Andersen e cols, 2010), ratos (Ferraro e cols., 1996; Murillo-Rodríguez e

cols, 2007; Zolkowska e cols, 2009) e humanos (Volkow e cols., 2009) no

estriado, estrutura relacionada ao efeito reforçador de drogas de abuso.

Embora diversos estudos mostraram que o modafinil teria um baixo

potencial de abuso, a ativação do sistema dopaminérgico em áreas

relacionadas ao reforço levantam uma importante discussão sobre o uso

(38)
(39)

21

Objetivo Geral

 Verificar se a aprendizagem contextual poderia estar associada à

variabilidade individual na sensibilização comportamental induzida por

psicoestimulantes.

Objetivos Específicos

 Avaliar se há uma associação entre o desempenho no condicionamento

de medo ao contexto e diferentes níveis de sensibilização

comportamental induzida pelo modafinil e metanfetamina.

 Avaliar o efeito do ambiente na fase de expressão da sensibilização

comportamental ao efeito estimulante do modafinil e da metanfetamina.

 Avaliar se haveria sensibilização cruzada entre modafinil e

(40)
(41)

23 3.1. Animais

No presente estudo foram utilizados camundongos machos da linhagem

albinos Suíços provenientes do biotério do Centro de Desenvolvimento de

Modelos Experimentais (CEDEME) da UNIFESP/EPM, com aproximadamente

75 dias de idade e peso de 40g 5 (média desvio padrão) no início dos

experimentos. Os animais permaneceram alojados em gaiolas de polipropileno

opacas contendo serragem em grupos de 20 animais, em uma sala com

temperatura controlada (22º C) e ciclo claro-escuro de 12 horas (claro das 7:00

- 19:00 horas). Ração e água foram providos à vontade nas gaiolas-moradia.

Todo o estudo foi conduzidosegundo princípios éticos (Andersen e cols, 2004)

e após aprovação do comitê de ética em pesquisa (1546/08). Todos os

procedimentos adotados seguiram critérios éticos para minimizar o número e

sofrimento dos animais.

3.2. Drogas

O Modafinil (diphenyl-methyl sulphinil-2-acetamide; Mediodal - L lafon,

França) foi diluído em solução salina 0,9% e Tween a 2%. A metanfetamina

(Sigma Chemical Co., USA) foi diluída em solução salina 0,9%. Ambas as

(42)

24 3.3. Aparelhos

Condicionamento de medo ao contexto

O aparelho utilizado para as sessões de treino e teste do

condicionamento de medo ao contexto consistiu de uma caixa de acrílico

medindo 15,28 x 16,65 x 28,1 cm com paredes pretas as quais apresentam 20

quadrados brancos como estímulos visuais (5 em cada parede). A tampa do

aparelho consiste em uma placa de acrílico transparente e o chão é formado de

grades metálicas (0,4 cm de diâmetro e espaçadas a 1,2 cm) conectadas a

uma fonte geradora de choques elétricos. (Esquiva Insight Ltda., Brasil,

modificada)

Figura 4: Caixa de condicionamento

Caixa de atividade

Para avaliar a atividade locomotora foram utilizadas caixas de atividades

Opto-Varimex medindo 47.5 X 25.7 X 20.5 cm que detectam locomoção por

meio de 16 pares de feixes fotoelétricos (Columbus Instruments, Columbus

(43)

25

Figura 5: Caixa de atividade

Campo aberto

Para avaliar a atividade locomotora também foi utilizado o campo aberto

que consiste de uma arena circular (40 cm de diâmetro e 30 cm de altura) com

o topo aberto (AVS; Projetos Especiais, São Paulo, Brasil). O chão é dividido

em 19 setores os quais sevem para quantificar a atividade locomotora do

animal no aparato. A locomoção refere-se ao número de setores acessados

pelo animal com as quatro patas.

(44)

26

4. DELINEAMENTOS EXPERIMENTAIS E

(45)

27 4.1. Experimento 1: Efeito da administração aguda de modafinil na atividade locomotora de camundongos: curva dose-resposta

4.1.1. Objetivo

Este experimento teve como objetivo avaliar o efeito da administração

aguda de três doses de modafinil na atividade locomotora de camundongos

para determinar a dose não efetiva agudamente que seria utilizada no

experimento 2.

4.1.2. Grupos experimentais I

Para avaliar o efeito da administração aguda de modafinil grupos

diferentes de animais receberam veículo (n=9) e as doses de 50 mg/kg

(MODA50; n=11), 100 mg/kg (MODA100; n=11) e 150 mg/kg (MODA150; n=9)

de modafinil.

4.1.3. Procedimentos experimentais

O desenho experimental utilizado no experimento 1 está ilustrado a

(46)

28

Figura 7: Desenho experimental realizado no experimento 1.

No primeiro dia cada animal foi colocado na caixa de atividade durante

60 minutos para o registro basal da atividade locomotora, sem manipulações

farmacológicas (Teste de reatividade à novidade).

Após 24 horas do teste basal foi realizado o teste agudo no qual cada

grupo recebeu uma administração de modafinil (doses de 50, 100, 150 mg/kg)

ou veículo e os animais foram colocados individualmente nas caixas de

atividade para registro da atividade locomotora durante 60 min.

Todos os registros foram iniciados 30 minutos após as administrações

(tempo escolhido a partir de estudo piloto).

4.1.4. Análise Estatística

Os dados do teste agudo foram analisados pela análise de variância

(ANOVA) de uma via, com grupos (doses) como variável independente e

atividade locomotora como variável dependente. Quando necessário estas

análises foram seguidas do teste a posteriori Newman-Keuls

4.1.5. RESULTADOS

A Figura 8 mostra o efeito da administração aguda de três doses

diferentes de modafinil e veículo na atividade locomotora de camundongos. A

ANOVA de uma via detectou um efeito significativo para o fator grupo

[F(3,45)=8,9; p<0,01]. O teste Newman Keuls indicou que o grupo MODA100

apresentou atividade locomotora significativamente maior que o grupo veículo

(47)

29

Figura 8: Atividade locomotora (média ± erro padrão) de camundongos após

administração aguda de modafinil nas doses 50 mg/kg (n=11), 100 mg/kg

(n=11), 150 mg/kg (n=9) ou veículo (n=9). * níveis de atividade locomotora

maior que o grupo veículo (p≤0,01).

4.1.6. CONCLUSÃO PARCIAL

Os dados obtidos no experimento 1 mostraram que a administração

aguda de modafinil aumentou os níveis de atividade locomotora de maneira

dependente da dose. Este padrão de curva em U invertido também foi

encontrado em estudos com outros psicoestimulantes (Branch, 1984; Harland e

cols., 1989). Em relação ao modafinil, estudos prévios verificaram um aumento

da atividade locomotora após administração aguda de modafinil em

camundongos (Simon e cols., 2005) e em ratos (Ishizuka e cols., 2008;

Zolkowska e cols., 2009).

Dado que a dose de 50 mg/kg não induziu um efeito agudo significativo, esta

foi a dose de escolha para desenvolvimento e expressão da sensibilização

(48)

30 4.2. Procedimentos gerais

O desenho experimental utilizado nos experimentos 2 e 3 está ilustrado

a seguir.

Figura 9: Desenho esquemático utilizado nos experimentos 2 e 3. Após 15 dias

das sessões de treino e teste do CMC, na fase de desenvolvimento os animais

receberam administrações de veículo ou modafinil (50mg/kg; experimento 2) e

salina ou metanfetamina (1mg/kg; experimento 3) intraperitonealmente por 10

dias e nos dias 1,5 e 10 e a atividade locomotora foi registrada em caixas de

atividade. Com base na atividade locomotora no dia 10 os animais tratados

com modafinil e metanfetamina foram classificados em sensibilizados e

não-sensibilizados. Na fase de expressão todos os animais foram desafiados com

modafinil (experimento 2) ou metanfetamina e testados em caixas de atividade

(experimento 3) e no campo aberto. Para os testes de sensibilização cruzada

os animais pré-tratados com modafinil foram desafiados com metanfetamina

(experimento 2) e os animais pré-tratados com metanfetamina foram

(49)

31 4.2.1 Experimento 2: Envolvimento da aprendizagem associativa contextual no desenvolvimento e expressão da sensibilização comportamental ao efeito estimulante do modafinil e teste de sensibilização cruzada

4.2.1. Objetivos

Este experimento teve como objetivo avaliar:

1- O efeito da administração repetida de modafinil na atividade locomotora

de camundongos nas fases de desenvolvimento e expressão da

sensibilização comportamental.

2- O envolvimento de aprendizagem associativa contextual no

desenvolvimento e expressão da sensibilização comportamental ao

efeito estimulante do modafinil.

3- O efeito da administração aguda de metanfetamina em animais

pré-tratados com modafinil (teste de sensibilização cruzada)

4.2.2. Grupos experimentais II

Para avaliar o efeito da administração de modafinil no modelo da

sensibilização comportamental, grupos diferentes de animais receberam via

(50)

32 4.2.1. Procedimentos experimentais

Condicionamento de medo ao contexto

A tarefa de CMC segue o paradigma pavloviano no qual um estímulo

incondicionado (choque nas patas) é pareado com um estímulo inicialmente

neutro, o ambiente (Blanchard e Blanchard, 1972; Bouton e Bolles, 1980; Kim e

Fanselow, 1992; Phillips e Ledoux, 1992). Uma das respostas de medo eliciada

na tarefa é o congelamento do animal, quando este apresenta somente

movimentos respiratórios (Blanchard e Blanchard, 1972).

Treino

No treino, cada animal foi conduzido individualmente à sala de teste e

colocado imediatamente na caixa de condicionamento. Após dois minutos foi

liberado um choque nas patas com intensidade de 0,6 mA por um segundo

seguidos de mais dois choques de mesma intensidade com intervalos de 30

segundos. Após 1 minuto do término da apresentação do último choque o

animal foi retirado da caixa de condicionamento e colocado na gaiola-moradia.

Teste

No teste, após 24 horas da sessão de treino cada animal foi colocado na

mesma caixa experimental utilizada na sessão de treino e o tempo de

congelamento foi quantificado minuto a minuto durante 5 minutos sem

apresentação do estímulo aversivo (choque). A resposta de congelamento é

definida pela ausência completa de movimentos do animal, exceto os

respiratórios (Fanselow e Bolles, 1979). A média do tempo de congelamento

(51)

33

dados foi realizada por uma experimentadora durante as sessões de treino e

teste.

Indução do desenvolvimento da sensibilização comportamental ao efeito estimulante do modafinil

Após 15 dias do teste do CMC cada animal foi colocado na caixa de

atividade durante 30 minutos para o registro basal da atividade locomotora,

sem manipulações farmacológicas (Teste de reatividade à novidade). Os

animais foram divididos de acordo com atividade locomotora e peso

homogêneos em dois grupos: modafinil e veículo. Após 24 horas do teste da

novidade iniciou-se as administrações diárias de 50 mg/kg de modafinil por 10

dias. Esta dose de modafinil foi escolhida a partir do experimento 1.

Nos dias 1, 5 e 10 os animais foram colocados individualmente nas

caixas de atividade 30 minutos após a administração de modafinil e a atividade

locomotora foi registrada por 30 minutos (tempos suficientes para indução do

efeito, encontrados em estudo piloto). Todos os protocolos de sensibilização

(52)

34 Classificação dos animais

Com base na atividade locomotora apresentadas no dia 10, os animais

tratados com modafinil foram divididos em tercis. Assim os animais que

apresentaram atividade locomotora superior a 33% foram considerados

sensibilizados e os animais que apresentaram atividade locomotora inferior a

33% foram considerados não-sensibilizados. Os animais pertencentes ao tercil

intermediário não foram considerados para a análise estatística. Este

procedimento de classificação está fundamentado em trabalhos anteriores

realizados com etanol (Masur e cols, 1986; Masur e do Santos, 1988;

Souza-Formigoni e cols, 1999; Quadros e cols, 2002) e com metanfetamina (Abrahao

e cols, 2009).

Expressão da sensibilização comportamental ao efeito estimulante do modafinil

Desafio com veículo e modafinil e registro de atividade locomotora na caixa de atividade.

Após 5 e 7 dias da retirada do tratamento os animais receberam um

desafio com veículo e modafinil, respectivamente. A atividade locomotora foi

registrada durante 30 minutos nas caixas de atividade após 30 minutos das

(53)

35 Desafio com veículo e modafinil e registro de atividade locomotora no

campo aberto.

Após 2 dias do desafio modafinil em caixas de atividade os animais

foram habituados ao campo aberto por 5 minutos para retirar um possível efeito

da novidade do novo ambiente. A novidade pode por si só aumentar a resposta

locomotora devido ao comportamento inato de explorar o ambiente observada

em roedores. Assim no dia do desafio veículo poderia aparecer o efeito da

novidade o que impediria uma adequada interpretação dos dados obtidos.

Após 2 e 4 dias da habituação os animais foram desafiados com veículo e 50

mg/kg de modafinil, respectivamente e após 30 minutos a atividade locomotora

foi registrada durante 10 minutos no campo aberto. A locomoção refere-se ao

número de setores do campo aberto acessados pelo animal com as quatro

patas. Estes testes foram filmados e analisados posteriormente.

Teste de sensibilização cruzada entre modafinil e metanfetamina

Desafio com salina e metanfetamina e registro da atividade locomotora

nas caixas de atividade.

Após 2 dias do desafio modafinil no campo aberto os animais foram

desafiados com salina e 1 mg/kg de metanfetamina, respectivamente. O

registro da atividade locomotora iniciou-se imediatamente após as

(54)

36 4.2.2. Análise estatística

Os dados das fases de desenvolvimento e expressão (caixa de atividade

e campo aberto) da sensibilização comportamental foram analisados pela

análise de variância (ANOVA) para medidas repetidas, com os grupos veículo/

modafinil e sensibilizado e não-sensibilizado como variável independente e

atividade locomotora como variável dependente.

Os dados do Condicionamento de medo ao contexto foram analisados

pela análise de variância (ANOVA) de uma via com grupos veículo,

sensibilizado e não-sensibilizado como variável independente e tempo de

congelamento como variável dependente.

Quando necessário estas análises foram seguidas do teste a posteriori

Newman-Keuls.

Um valor de p 0,05 foi considerado significativo para todos os testes

(55)

37 4.2.3. RESULTADOS

Indução do desenvolvimento da sensibilização comportamental ao efeito estimulante do modafinil.

A Figura 10A ilustra a atividade locomotora de camundongos após a

administração por 10 dias de veículo e modafinil. A ANOVA de duas vias

indicou diferença significativa para os fatores grupos [F(1,47)=23,40; p<0,01],

testes [F(2,94) =15,27; p<0,01) e uma interação entre grupos x testes

[F(2,94)=14,08; p< 0,01]. O teste Newman Keuls revelou que o grupo modafinil

apresentou uma atividade locomotora significativamente maior que o grupo

veículo nos testes 5 e 10 (p<0,01). O grupo modafinil ainda apresentou

atividade locomotora significativamente maior no teste 10 que no teste 5.

A figura 10B ilustra a atividade locomotora de animais tratados com veículo e

modafinil classificados em dois subgrupos, sensibilizado e não-sensibilizado. A

ANOVA de duas vias detectou diferença significativa para os fatores grupos

[F(2,33)=107,22; p<0,001], testes [F(2,66 )=37,34; p<0,001] e uma interação entre

grupo x testes [F(4,66)=20,19; p<0,001]. O teste Newman Keuls revelou que o

grupo sensibilizado apresentou atividade locomotora significativamente maior

no teste 10 em relação aos testes 1 e 5 e no teste 5 em relação ao teste 1

(p<0,01) e mostrou atividade locomotora maior que os grupos não-sensibilizado

(56)

38

Figura 10A: Atividade locomotora (média ± erro padrão) dos grupos veículo

(n=12) e modafinil (n=37). Figura 10B: Atividade locomotora (média ± erro

padrão) dos grupos veículo e modafinil e classificados em sensibilizado (sens;

n=12) e não-sensibilizado (não-sens; n=12) de acordo com os níveis de

atividade apresentado no último dia de exposição ao modafinil. * difere

significativamente do grupo veículo e do grupo não-sensibilizado (p 0,05).

difere significativamente nos testes 5 e 10 (p 0,05).

Associação entre diferentes níveis de sensibilização comportamental e desempenho dos animais no CMC.

A Figura 11 ilustra o tempo de congelamento no teste CMC apresentado

pelos subgrupos sensibilizado e não-sensibilizado e grupo veículo. A ANOVA

(57)

39

Figura 11: Tempo de congelamento (média ± erro padrão) do grupo veículo

(n=12) e modafinil classificados em sensibilizado (sens; n=12) e

não-sensibilizado (não-sens; n=12) no teste do CMC.

Expressão da sensibilização comportamental ao efeito estimulante do modafinil em caixas de atividade.

A Figura 12A ilustra a atividade locomotora de camundongos

previamente tratados com veículo e modafinil após desafios com veículo e

modafinil em caixas de atividade. A ANOVA de duas vias detectou diferença

significativa para os fatores grupos [F(2,33)=32,52; p<0,001], desafios

[F(1,33)=127,57; p<0,01] e uma interação grupo x desafios [F(2,33)=10,60;

p<0,05]. O teste Newman Keuls indicou que o grupo sensibilizado apresentou

atividade locomotora significativamente maior em relação aos grupos

não-sensibilizado e veículo no desafio modafinil e maior atividade locomotora em

relação a todos os grupos no desafio veículo (p<0,001).

(58)

40

A Figura 12B ilustra a atividade locomotora de camundongos

previamente tratados com veículo e modafinil após desafios com veículo e

modafinil no campo aberto. A ANOVA de duas vias revelou diferença

significativa para os fatores desafios [F(1,29)=206,21; p<0,001], não indicou

efeito significativo para grupo [F(2,29)=1,68] e não houve interação entre grupos

x desafios [F(2,29)=0,18]. Nos testes desafio salina em ambos ambientes (caixa

de atividade e campo aberto) não foi observada diferença significativa entre os

grupos.

Figura 12A: Atividade locomotora (média ± erro padrão) dos grupos veículo

(n=12), não-sensibilizado (não-sens; n=12) e sensibilizado (sens; n=12)

durante os desafios em caixas de atividade. Figura 12B: Atividade locomotora

(média ± erro padrão) dos grupos veículo (n=10), não-sensibilizado (não-sens;

n=12) e sensibilizado (sens; n=10) durante os desafios no campo aberto. *

maiores níveis de atividade do que o subgrupo não-sensibilizado e grupo

(59)

41 Sensibilização cruzada: Efeito da administração aguda de metanfetamina em animais pré-tratados com modafinil.

A Figura 13 ilustra a atividade locomotora de camundongos tratados

previamente com modafinil ou veículo após desafios com salina e

metanfetamina. A ANOVA de duas vias detectou diferença significativa para os

fatores grupos [F(2,33)=10,12; p<0,01], desafios [F(1,33)=20,46; p<0,01] e uma

interação entre grupos x desafios [F(2,33 )= 5,46; p<0,01]. O teste Newman Keuls

indicou que o subgrupo sensibilizado apresentou atividade locomotora

significativamente maior em relação aos grupos não-sensibilizado e veículo no

desafio metanfetamina e a todos os grupos no desafio salina (p<0,01). No teste

desafio salina não foi observada diferença significativa entre os grupos.

Figura 13: Atividade locomotora (média ± erro padrão) dos grupos veículo

(n=12), não-sensibilizado (não-sens; n=12) e sensibilizado (sens; n=12)

durante os desafios com salina e metanfetamina (teste da sensibilização

cruzada). * maiores níveis de atividade do que o subgrupo não-sensibilizado e

(60)

42 4.3. Experimento 3: Envolvimento da aprendizagem associativa contextual no desenvolvimento e expressão da sensibilização comportamental ao efeito estimulante da metanfetamina e teste de sensibilização cruzada.

4.3.1. Objetivos

Este experimento teve como objetivo avaliar:

1- O efeito da administração repetida de metanfetamina na atividade

locomotora de camundongos nas fases de desenvolvimento e expressão da

sensibilização comportamental.

2- O envolvimento de aprendizagem associativa contextual na

sensibilização comportamental aos efeitos estimulantes da metanfetamina.

3- O efeito da administração aguda de modafinil em animais pré-tratados

com metanfetamina (teste de sensibilização cruzada).

4.3.2. Grupos experimentais III

Para avaliar o efeito da administração de metanfetamina no modelo da

sensibilização comportamental grupos diferentes de animais receberem via

intraperitoneal salina (n=12) e 1 mg/kg de metanfetamina (n=43). Esta dose de

(61)

43 4.3.3. Procedimentos experimentais

Os procedimentos utilizados no Experimento 2 foram muito semelhantes

aos utilizados no Experimento 1. Após 15 dias do CMC, para o

desenvolvimento da sensibilização comportamental, os animais receberam

administrações de salina (n=14) e 1mg/kg de metanfetamina (n=43) e foram

classificados em sensibilizado (n=14) ou não-sensibilizado (n=14) de acordo a

atividade locomotora apresentado no dia 10. Após cinco e 7 dias todos os

animais receberam um desafio com salina e metanfetamina, respectivamente.

Todos os testes foram realizados imediatamente após a administração da

droga durante 30 min.

Dois dias após o desafio metanfetamina os animais foram habituados ao

campo aberto por 5 min. Dois dias após foram realizados os desafios salina e

metanfetamina a cada 48 horas no campo aberto e a ambulação foi registrada

durante 10 min. Dois dias após o desafio metanfetamina no campo aberto os

animais receberam uma administração aguda de veículo e modafinil a cada 48

horas (teste de sensibilização cruzada). Em ambos os desafios após 30 min de

realizadas as administrações a atividade locomotora foi registrada durante 30

(62)

44 4.3.4. RESULTADOS

Indução do desenvolvimento da sensibilização comportamental ao efeito estimulante do metanfetamina.

A Figura 14A ilustra a atividade locomotora de camundongos após

administração por 10 dias de salina e metanfetamina. A ANOVA de duas vias

indicou diferença significativa para os fatores grupos [F(1,53)=11,52; p<0,05],

testes [F(2,106)=4,08; p<0,05) e uma interação entre grupos x testes

[F(2,106)=3,62; p<0,05]. O teste Newman Keuls revelou que o grupo

metanfetamina apresentou atividade locomotora significativamente maior em

relação ao grupo salina apenas nos testes 5 e 10 (p<0,01). O grupo

metanfetamina apresentou atividade locomotora significativamente maior no

teste 10 em relação ao teste 5.

A figura 14B ilustra a atividade locomotora de animais tratados com

salina e metanfetamina classificados em dois subgrupos, sensibilizado e não-

sensibilizado. A ANOVA de duas vias indicou diferença significativa para os

fatores grupos [F(2,40)=24,14; p<0,05], testes [F(2,80) =25,46; p<0,05] e uma

interação entre grupos x testes [F(4,80)=26,31; p<0,05]. O teste Newman Keuls

revelou que o subgrupo sensibilizado apresentou atividade locomotora

significativamente maior no teste 10 em relação aos testes 1 e 5 e no teste 5

em relação ao teste 1 (p<0,01) e mostrou atividade locomotora

significativamente maior que os grupos não-sensibilizado e salina nos testes 5

(63)

45

Figura 14A: Atividade locomotora (média ± erro padrão) dos grupos salina

(n=12) e metanfetamina (n=43). Figura 14B: Atividade locomotora (média ± erro

padrão) dos grupos salina e metanfetamina e classificados em sensibilizado

(sens; n=14) e não-sensibilizado (não-sens; n=14) de acordo com os níveis de

atividade apresentado no último dia de administração de metanfetamina.

*

difere significativamente do grupo salina e do grupo não-sensibilizado (p 0,05).

difere significativamente nos testes 5 e 10 (p 0,05).

Associação entre diferentes níveis de sensibilização comportamental e desempenho dos animais no CMC.

A Figura 15 ilustra o tempo de congelamento no teste CMC apresentado

pelos subgrupos sensibilizado e não-sensibilizado e grupo salina. A ANOVA de

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