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Avaliação do nível de conhecimento que populações residentes em áreas endêmicas têm sobre leishmaniose visceral, Estado do Maranhão, Brasil.

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Academic year: 2017

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Avaliação do nível de conheciment o que

populações resident es em áreas endêmicas

t êm sobre leishmaniose visceral, Est ado

do M aranhão, Brasil

Evaluatio n o f the le ve l o f kno wle d g e ab o ut

visc e ral le ishmaniasis in e nd e mic s are as

o f Maranhão , Brazil

1 N ú cleo d e Patologia Trop ica l e M ed icin a Socia l, Dep a rt a m en t o d e Pa t ologia , Un iv ersid a d e Fed era l d o M a ra n h ã o. Pra ça M a d re Deu s 02, Sã o Lu ís, M A 65025- 560, Bra sil. 2 Fu n d ação Nacion al d e Sa ú d e. Ru a 1od e Ja n eiro s/no, Sã o Lu is, M A

65040- 450, Bra sil.

M ôn ica Elin or Alv es Ga m a 1 Ja n a in a d e Sou sa Ba rb osa 1 Ben ed it o Pires 2

An n a Ka ren in e Bra ú n a Cu n h a 1 Alecíd ia Rib eiro Freit a s 1 Ion a r Rez en d e Rib eiro 1 Ja ck son M a u rício Lop es Cost a 1

Abst ract A p rosp ect iv e st u d y w a s p erform ed t o id en t ify k n ow led ge con cern in g v iscera l leish m a n ia sis ( VL) in en d em ic a rea s of M a ra n h ã o, a m on gst t h e ru ra l p op u la t ion of t h e Cod ó t ow n -sh ip a n d in a p erip h era l u rb a n a rea (a n old set t lem en t , M a ra ca n ã , on t h e ou t sk irt s of t h e cit y of Sã o Lu ís, a n d Vila N ova /Bom Viver, Pa ço d o Lu m ia r t ow n sh ip ). A t ot a l of 283 p erson s w ere in t er-v iew ed , in clu d in g 53 from M a ra ca n ã , 103 from Vila N oer-v a /Bom Vier-v er, a n d 127 from Cod ó. T h e sit es p resen t ed fa vora b le con d it ion s for t h e d evelop m en t a n d m a in t en a n ce of VL. Som e 93.8% of t h ose in t erv iew ed h a d h ea rd of k a la - a z a r. In M a ra ca n ã , 50.9% referred t o sa n d flies a s resp on si-ble for t h e t ran sm ission of VL, w h ile 87.2% k n ew t h at d ogs are t h e m ain lin k in t h e ep id em iolog-ica l cycle of t h e d isea se. Som e 77.8% of t h ose in t erv iew ed d id n ot k n ow h ow t o con t rol t h e d is-ea se. As rega rd s m a n i f est a t i o n s o f t h e d i sis-ea se, t h ey la rgely a sso ci a t ed i t w i t h f ev er, a n em i a , w eigh t loss, a n d a n en la rged a b d om en . On ly fiv e in d iv id u a ls k n ew t h a t Glu ca n t im e®is u sed t o t rea t VL. W e con clu d e t h a t k n ow led ge is p oor w it h rega rd t o a ll a sp ect s of VL in b ot h t h e ru ra l an d p erip h eral u rban area.

Key words Viscera l Leish m a n ia sis; Aw a ren ess; Ep id em iology

Resumo Estu d o p rosp ectivo v isan d o id en tificar e com p arar qu e con h ecim en tos básicos relativos à leish m an iose v isceral (LV ) t êm as p op u lações com caract eríst icas d ist in t as, resid en t es em áreas p eriu rb a n a s (M a ra ca n ã – in st a la çã o e ocorrên cia d e ca sos d e LV a n t iga s; Vila N ov a /Bom Viv er – in st a la çã o e ocorrên cia recen t es) e ru ra l, M u n icíp io d e Cod ó – in st a la çã o a n t iga e ocorrên cia re-cen t es. N o p eríod o com p reen d id o en t re agost o d e 1996 a jan eiro d e 1997, ap licou -se qu est ion ário com p ergu n t as abert as e fech ad as, sen d o abord ad os asp ect os referen t es à ep id em iologia, p rev en -çã o, clín ica e t era p êu t ica . A p op u la -çã o d e est u d o foi form a d a p elos ca sos d e LV regist ra d os p ela FN S/M A e seu s v iz in h os. Foram en trev istad os os resid en tes d e 283 casas: 53 d o M aracan ã; 103, em Vila N ov a /Bom Viv er; 127, em Cod ó. Foi referid o a m b ien t e fa v orá v el p a ra o d esen v olv im en t o e m an u ten ção d a d oen ça. Do total d os en trev istad os, 93,8%, p ercen tu al sign ificativo, ou v iram falar d e LV, p or m eio d e fon tes n ão oficiais. N o M aracan ã, 50,9% referiram tran sm issão p elo m osqu ito; 87,2% recon h eciam o en v olv im en to d o cão n a cad eia ep id em iológica d a d oen ça. Os en trev istad os estão cien tes d a grav id ad e d o m al, sen d o cap az es d e id en tificar casos su sp eitos, h u m an o ou can i-n o. M ed id a s d e coi-n t role sã o d escoi-n h ecid a s p or 77,8%. Set e p essoa s sa b ia m q u e o Glu ca i-n t im e®é u sa d o n o t ra t a m en t o d a LV. Con clu iu - se q u e o n ível d e con h ecim en t o sob re LV foi b a ix o, p rin ci-p alm en te em relação à ci-p reven ção e à teraci-p êu tica, situ ação sem elh an tes n as três áreas.

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Introdução

A leish m a n io se viscera l (LV), o u ca la za r, en -con tra-se am p lam en te d istrib u íd a n o m u n d o, p rin cip alm en te em regiões trop icais e su b tro-p icais d a Ásia, Orien te Méd io, África, Am érica Cen tra l e Am érica d o Su l. Em b o ra seja u m a d oen ça p red om in an tem en te ru ral, os registros têm revela d o u m p ro cesso d e u rb a n iza çã o d a LV n o Brasil, fato já p revisto p or Alen car, d esd e a d éca d a d e 50. Atu a lm en te, este co m p o rta -m en to te-m -se -m an tid o, esp ecial-m en te n as cid a cid es cid e Sã o Lu ís/ MA, Teresin a / PI, Fo rta le -za/ CE, Aracajú / SE e Rio d e Jan eiro/ RJ (Alen car, 1983; Nascim en to et al., 1996).

No Esta d o d o Ma ra n h ã o, d esd e 1988, o b -serva-se fran ca exp an são d a d oen ça, p red om n a n tem en te n a s á rea s p eriu rb a n a s d os m u n i-cíp ios localizad os n a Ilh a d e São Lu ís (São Lu ís, Paço d o Lu m iar e São José d e Rib am ar) (Alvim et al., 1986; Costa et al., 1995).

As tran sform ações am b ien tais d ecorren tes d a in ten sa m igração p or p ressões econ ôm icas e sociais, a p au p erização d a p op u lação em ra-zã o d a m á d istrib u içã o d e ren d a , a crescen te u rban ização e o êxodo ru ral p rovocaram o agra-vam en to d essa en d em ia, com o ap arecim en to d e n ovos focos n o Brasil (MS, 1996). Esses fato-res têm con trib u id o p ara o au m en to d a m orb i-d ai-d e e m ortalii-d ai-d e in fan til e p ara a rei-d u ção n a cap acid ad e d e trab alh o d e ad u ltos em p len a fa-se p rod u tiva, p reju d ican d o assim o d efa-sen volvi-m en to eco n ô volvi-m ico d a s regiõ es a tin gid a s e geran d o grave p rob lem a d e saú d e p ú b lica (Gon -çalves et al., 1986; Vieira, 1987).

Na s d o en ça s en d êm ica s, o co n h ecim en to d e su a ep id em iologia traz relevan tes con trib u i-çõ es, p o is, co m b a se n esses co n h ecim en to s, p o d e-se ch ega r a u m even tu a l co n tro le d a s m esm as. Os con ceitos, atitu d es e cren d ices d a p o p u la çã o a cerca d e d eterm in a d a en d em ia con stitu em se, tam b ém , em fatores im p ortan -tes p ara o seu con trole (Netto et al., 1985).

Em geral, o com p ortam en to d as com u n id a-d es su jeita s a en a-d em ia s n ã o é co n sia-d era a-d o. A literatu ra tem m ostrad o q u e as p op u lações re-sid en tes em zon as ru rais e n as p eriferias d as cid acid es cid e algu n s p aíses cid as Am éricas são caren -tes d e in form ações acerca d as d oen ças q u e as afligem , com o ob servaram Netto et al. (1985) e Vázq u ez et al. (1991), resp ectivam en te, n as re-giões d e Três Braços/ BA (Brasil) e Bajo San Ju an (Colôm b ia ), em tra b a lh os sob re leish m a n iose tegu m en tar am erican a (LTA).

Pa ra d esen vo lver estra tégia s co n tra u m a en ferm id a d e, d evese co n h ecer o co m p o r ta -m en to d o h o -m e-m d ia n te d a -m em a , p o is, a s-sim , ten d o p or b ase con ceitos ad eq u ad os, p

o-d e-se orien tá-lo sob re com o reo-d u zir o risco o-d e ad q u iri-la. Esteso (1984), em estu d o realizad o n a p rovín cia d e Córd ob a (Argen tin a), m ostrou a in terferên cia d o n ível d e co n h ecim en to d a com u n id ad e n a in cid ên cia d a d oen ça d e Ch ga s; d u ra n te o p erío d o em q u e fo ra m d evid a-m en te o rien ta d o s so b re d iverso s a sp ecto s d a en d em ia, h ou ve qu ed a n a in cid ên cia, ten d o-se registra d o a u m en to p ro gressivo lo go a p ó s a su sp en são d a d ivu lgação.

Assim , ju stifica se a rea liza çã o d este estu d o, cu jo in tu ito é id en tificar q u e con h ecim en -to s b á sico s referen tes à LV têm a s p o p u la çõ es co m ca ra cterística s d istin ta s, resid en tes em á rea s en d êm ica s, e q u e ta m b ém visa forn ecer su b síd io s p a ra tra b a lh o s vo lta d o s à ed u ca çã o d a com u n id ad e e ao con trole d a d oen ça.

M at erial e mét odos

Realizou -se estu d o p rosp ectivo, n o p eríod o d e agosto d e 1996 a jan eiro d e 1997, em três áreas en d êm ica s p a ra LV, n o Esta d o d o Ma ra n h ã o, com in cid ên cia an u al d e, em m éd ia, 4,3 casos p o r m il cria n ça s. As lo ca lid a d es selecio n a d a s p ara o estu d o foram Vila Nova/ Vila Bom Viver, b airro d o Maracan ã e zon a ru ral d o Mu n icíp io d e Cod ó. Op tou se p or u m a área com ocorrên -cia an tiga d e casos d e LV, com o o b airro d o Ma-ra ca n ã , q u e d esd e a d éca d a d e 80 tem sid o acom p an h ad o p ela Fu n d ação Nacion al d e Saú -d e (FNS/ MA), e, tam b ém , áreas -d e ocorrên cia recen te, Vila Nova/ Bom Viver e Cod ó, on d e os registros m ostram casos a p artir d e 1993.

O b a irro d o Ma ra ca n ã , fu n d a d o h á 122 an os, localiza-se n a área p eriu rb an a d o Mu n icíp io d e São Lu ís (cap ital d o Estad o), ap resen -ta n d o ca ra cterística s ru ra is, co m u m to -ta l d e 430 p réd ios, em su a m aioria sítios e ch ácaras, d istrib u íd o s a o lo n go d e lo ca is a rb o r iza d o s co m p la n ta çõ es fru tífera s e ca p in za l p a ra p e-cu ária b ovin a. Su a p op u lação, d e ap roxim ad a-m en te 1.640 h a b ita n tes, tea-m co a-m o p rin cip a l atividade econ ôm ica o cu ltivo de p rodu tos h or-tifru tigran jeiros. Dista ap roxim ad am en te 18km d o cen tro d e São Lu ís, ligan d o-se a esta cid ad e p or rod ovia asfaltad a.

Vila Nova e Vila Bom Viver localizam -se n a p eriferia d o Mu n icíp io d e Pa ço d o Lu m ia r. Si-tu am -se ao lon go d a rod ovia qu e liga o m u n icí-p io d a Ra icí-p o sa à ca icí-p ita l (a 28km ). Tra ta -se d e u m a regiã o d e in va sã o recen te (cerca d e n ove a n o s d e in sta la çã o ), co m a p roxim a d a m en te 3.990 h abitan tes. A atividade econ ôm ica desen -volvid a p elos m orad ores b aseia-se n a p esca.

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n o leste d o esta d o d o Ma ra n h ã o, d ista n te 291km d e Sã o Lu ís; co m u m a p o p u la çã o d e 114.070 h a b ita n tes, a p resen ta ca ra cterística s ru rais, sen d o a agricu ltu ra e a p ecu ária as p rin -cip ais ativid ad es econ ôm icas.

O trab alh o d e cam p o ju n to às com u n id ad es fo i rea liza d o p o r u m a eq u ip e d e p ro fissio n a is d a área d e saú d e, p erten cen tes à Un iversid ad e Fed era l d o Ma ra n h ã o (UFMA) e à Fu n d a çã o Na cio n a l d a Sa ú d e (FNS-MA), d evid a m en te trein a d o s q u a n to à u tiliza çã o d o m a ter ia l e com relativo con h ecim en to d as áreas. Por m eio d e en trevista in d ivid u al com o resp on sável p ela resid ên cia n o m om en to d a visita, p roced eu se a p lica çã o d e u m a fich a q u estio n á rio co m -p o sta d e -p ergu n ta s a b erta s e fech a d a s, d a s q u a is co n sta va m d a d o s rela tivo s a id en tifica -ção, con d ições d e m orad ia, características ep i-d em iológicas e con h ecim en tos sob re asp ectos ep id em io ló gico s, p reven tivo s, clín ico s e tera -p êu ticos d a LV.

Utilizan d o-se o critério d e vigilân cia ep id e-m iológica ad otad o p ela FNS/ MA, coe-m b ase n o registro d e u m caso h u m an o, m ap earam -se as lo ca lid a d es, e, p a rtin d o -se d a ca sa -p ro b lem a (a q u ela com ca so registra d o d e LV n o p eríod o d o estu d o), in clu iu -se u m a á rea d e a p roxim a-d am en te 200m p ara a a-d ireita e 200m p ara a esq u erd a , o b serva n d o se a d istrib u içã o d a s ca -sa s p o r á re a , vi-sa n d o a b ra n ge r o s vizin h o s p róxim os à casa-p rob lem a. A p op u lação d e es-tu d o foi com p osta p ela casa-p rob lem a e p elos vizin h os d a m esm a, sen d o en trevistad os 53 in -d iví-d u o s n a lo ca li-d a -d e -d o Ma ra ca n ã ; 103, em

Vila Nova / Bo m Vive r, e 127, n a zo n a r u ra l d e Cod ó.

Pro ced eu -se a n á lise esta tística d o s d a d o s, u tilizan d o-se o teste d o Qu i-Qu ad rad o p ara es-tab elecer d iferen ças sign ificativas (p≤0,05), d o p rogram a Ep i In fo (versão 6.0, 1994, Cen ter for Disease Con trol/ Ep id em iology Program Office; Atlan ta, Georgia).

Result ados

Nas três localid ad es estu d ad as, foram en trevis-ta d o s 283 in d ivíd u o s. Na Ta b ela 1, p o d em -se o b ser va r a s co n d içõ es d e m o ra d ia d o s en trevistad os. No b airro d o Maracan ã, con stataram se ca sa s co m m elh o r estru tu ra física em rela -ção a Vila Nova/ Bom Viver e Cod ó (p = 0,0000), p re d o m in a n d o co b e rtu ra d e te lh a , p a re d e d e alven aria e p iso d e cim en to. Em am b as as loca-lid a d es d a Ilh a d e Sã o Lu ís, 100,0% d o s en tre-vistad os relataram n ão d isp or d e coleta p ú b li-ca d e lixo e ap en as 3,8% p ossu íam águ a en li- ca-n a d a em su a s ca sa s; já em Co d ó , 33,8% p o s-su em co leta p ú b lica d e lixo e 77,2% receb em águ a en can ad a. Em 92,2% d as casas en trevista-d as n ão h á b an h eiros.

A Ta b ela 2 tra z d eta lh es em rela çã o à s ca -racterísticas ep id em iológicas d as p op u lações. Pod e-se ob servar qu e 146 p essoas (51,5%) p os-su em cães n o d om icílio, n a m aioria sau d áveis. Os en trevistad os qu e referiram cães d oen tes ci-taram sin ais su gestivos d e LV: q u ed a d e p êlos, a n im a l ‘p iren to’ (co m ferid a s) e em a grecid o.

Tab e la 1

Co nd iç õ e s d e mo rad ia d as p o p ulaç õ e s e stud ad as, se g und o e strutura físic a.

Est rut ura física M aracanã Vila N ova/ Bom Viver Codó

n % n % n %

Tipo de cobert ura

Te lha 49 92,5 33 32,1 45 35,4

Palha 4 7,5 67 65,0 80 63,0

O utro s – – 3 2,9 2 1,6

Tipo de parede

Alve naria 29 54,7 7 6,8 16 12,6

Taip a 24 45,3 90 87,4 106 83,5

O utro s – – 6 5,9 5 3,9

Tipo de piso

Ce râmic a 18 34,0 1 1,0 7 5,5

Cime nto 22 41,5 11 10,7 21 16,5

Te rra b atid a 13 24,5 87 84,5 96 75,6

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Ho u ve rela to d e m o rtes recen tes d e cã es em 12,5% d as casas, 79,7% d as qu ais ocorreram h á m en os d e u m an o. No Maracan ã, 94,3% d os en -trevistad os relataram p resen ça d e cães n o p eri-d om icílio, sen eri-d o 54,0% an im ais eri-d oen tes. Na lo-ca lid a d e Vila Nova / Bo m Viver, d o s 78,6% q u e citaram cães n as im ed iações, 28,4% afirm aram qu e os m esm os en con travam -se d oen tes e, em Co d ó , d e 95,3%, a p en a s 13,4% referira m a n i-m ais su sp eitos d e LV.

A referên cia à p resen ça d e a n im a is silves-tre s e n vo lvid o s n a e p id e m io lo gia d a d o e n ça m ostrou d iferen ças sign ificativas. No Maraca-n ã e em Cod ó, foi relatad a a p reseMaraca-n ça d e d id elfíd eos (m u cu ras) n as p roxim id ad es em p ercen -tu ais sign ificativam en te m ais elevad os q u e em Vila Nova/ Bom Viver (p = 0,0000). A rap osa foi citad a em p ercen tu ais b em m en ores n as locali-d a locali-d es p eriu rb a n a s em rela çã o à zon a ru ra l locali-d e Cod ó, com d iferen ça esta tistica m en te sign ifi-can te (p = 0,000065).

Em relação a p resen ça d e m osqu itos, 49,1% d os en trevistad os n o Maracan ã relatam a p re-sen ça d os m esm os n o d om icílio ou p erid om i-cílio ; em Co d ó , o p ercen tu a l é d e 79,5%. No b a irro Ma ra ca n ã , 62,3% d a s ca sa s en trevista -d a s p ossu em cria çã o -d e a n im a is n a s p roxim id aid es, 28,3% localizam se p erto id e rios, m an -gu es o u la go s e 3,8% estã o p ró xim a s a m a ta s; em Vila Nova/ Bom Viver, esses p ercen tu ais são m en ores, 43,7%, 17,5% e 2,9%, resp ectivam en -te. Em Cod ó, 37,8% resid em p róxim o a m atas e 23,6% têm criação d e an im ais.

Na s três loca lid a d es, os p ercen tu a is fora m ap roxim ad os em relação à h istória d e LV em fa-m ilia res (fa-m éd ia = 17,6%) e n a s p roxifa-m id a d es (m éd ia = 57,8%).

A id ad e d os 283 en trevistad os variou d e 14 a 89 an os, sen d o en con trad os os m aiores p er-cen tu ais n a faixa etária d e 21 a q u aren ta an os.

Com referên cia ao grau d e in stru ção, os d ad os m ostram qu e 48,5% d os in d ivíd u os p ossu íam o p rim eiro grau in com p leto. O b airro Maracan ã ap resen tou o m en or p ercen tu al d e an alfab etis-m o (7,5%) e Cod ó, o etis-m aior, coetis-m 47,2% d e an al-fabetos, diferen ça estatisticam en te sign ificativa (p = 0,0000). Nas áreas p eriu rb an as, a p rofissão d o lar foi a m ais citad a (m éd ia = 56%). Em Co-dó, 36,2% eram lavradores e 29,1%, dom ésticas. Os en trevistad os foram qu estion ad os a res-p eito d a d oen ça n os seu s m ais variad os asres-p ec-tos. Con form e m ostra a Tab ela 3, n o b airro d o Ma ra ca n ã , 96,4% d o s en trevista d o s já tin h a m ou vid o falar sob re calazar, 34,0% d os q u ais re-ceb era m essa in fo rm a çã o d e a m igo s e 34,1%, d e fon tes oficiais d e in form ação (p rogram as d e televisão, agen tes d e saú d e, folh etos in form ati-vos e p alestras n a escola). Na localid ad e d e Vila Nova/ Bom Viver, d os 93,2% q u e ou viram falar n a d o en ça , 36,9% cita m q u e ta m b ém receb e -ra m essa in fo rm a çã o d e a m igo s e 45,6%, d e a gen tes d e sa ú d e, m éd ico s, p ro gra m a s d e TV o u rá d io, fo lh eto s in fo rm a tivo s o u n a esco la . Em Cod ó, 92,1% referem ter ou vid o falar d e LV, 44,1% d e fon tes oficiais e 16,5%, d e am igos (Fi-gu ra 1). Perceb e-se d iferen ça estatisticam en te sign ificativa (p = 0,0000) q u an to à fon te d e in -form ação en tre a área p erten cen te à cap ital d o Estad o e as d em ais, localizad as em ou tros m u -n icíp ios.

Qu an d o p ergu n tad os se con h eciam o cala-zar p or ou tros n om es, 95,0% d os en trevistad os d escon h eciam ou tras d en om in ações, sen d o cita d o s co m o sin ô n im o s d o en ça d o cã o, leish -m an iose e b arriga d’águ a.

Em rela çã o a o m o d o d e tra n sm issã o d a d oen ça, 50,9% d os en trevistad os d o Maracan ã resp on d eram qu e o m osqu ito seria o resp on sá-vel, d iferen ça estatisticam en te sign ifican te em rela çã o à s d em a is loca lid a d es (p = 0,0001). Os

Tab e la 2

Carac te rístic as e p id e mio ló g ic as d as p o p ulaç õ e s e stud ad as.

Caract eríst icas epidemiológicas M aracanã Vila N ova/ Bom Viver Codó

n % n % n %

Pre se nç a d e c ão no d o mic ílio 26 49,1 38 36,9 48 37,8

Cão d o e nte no d o mic ílio – – 03 2,9 07 5,5

Mo rte s re c e nte s d e animais 05 9,4 13 12,6 20 15,7

Cão no p e rid o mic ílio 50 94,3 81 78,6 121 95,3

Muc ura nas p ro ximid ad e s 27 50,9 05 4,8 32 25,2

Rap o sa nas p ro ximid ad e s 02 3,8 04 3,9 26 20,5

Pre se nç a d e mo sq uito 26 49,1 56 54,4 101 79,5

Histó ria familiar d e LV 11 20,8 16 15,5 21 16,5

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Tab e la 3

Princ ip ais re sp o stas às q ue stõ e s ab o rd ad as so b re asp e c to s g e rais d o c alazar.

Q uest ões abordadas M aracanã VilaN ova/ BomViver Codó

n % n % n %

Já ouviu falar sobre calazar?

Sim 51 96,4 96 93,2 117 92,1

Não 2 3,8 7 6,8 10 7,9

O ut ros nomes para o calazar

Não sab e 52 98,1 100 97,1 124 97,6

Do e nç a d o c ão 1 1,8 1 0,9 1 0,8

Le ishmanio se – – 1 0,9 2 1,6

Barrig a d ’ ág ua – – 1 0,9 – –

Como é t ransmit ido o calazar?

Mo sq uito 27 50,9 27 26,2 25 19,7

Cão d o e nte 5 9,8 10 10,4 13 10,2

Não sab e 21 39,3 66 63,4 89 70,1

N omes do mosquit o t ransmissor

Não sab e 52 98,1 99 96,1 127 100,0

Arrup io 1 1,8 3 2,9 – –

Cang alhinha – – 1 0,9 – –

Animal que t ambém apresent a calazar

Cão 46 86,8 90 87,4 111 87,4

Muc ura 2 3,8 1 0,9 1 0,8

Rap o sa – – 2 1,9 – –

Não sab e 5 9,4 10 9,8 15 11,8

Época de maior ocorrência do calazar

Não sab e 27 50,9 40 38,8 47 37,0

Chuva 20 37,7 48 46,6 69 54,3

Se c a 6 11,3 15 14,6 11 8,7

Como prevenir calazar?

Não sab e 38 71,6 76 73,7 112 88,2

Evitar c riad o uro s 9 17,0 6 5,8 4 3,1

Evitar c ãe s d o e nte s 6 11,3 20 19,4 3 2,4

Evitar o d o e nte c o m LV – – 1 0,9 1 0,8

At it ude diant e de um caso suspeit o?

Le varia ao ho sp ital/ p o sto 50 94,3 97 94,2 122 96,1

Pro c uraria ag e nte d e saúd e 1 1,9 5 4,9 – –

Não sab e 2 3,8 1 0,98 5 3,9

O que usaria para t rat ar o calazar?

Não usaria nad a 38 71,7 54 52,4 42 33,1

Sinto mátic o / Me d ic aç ão c ase ira 5 9,4 8 7,8 6 4,7

Não sab e 10 18,8 41 39,8 79 62,2

Q ue medicament o é usado no calazar?

Não sab e 47 88,7 93 90,3 114 89,8

G luc antime® 1 1,9 2 1,9 4 3,1

Inje ç ão 5 9,4 8 7,8 9 7,1

(6)

n om es com u m en te d a d os a o m osq u ito tra n s-m issor d a LV foras-m p ou co citad os, ap en as qu a-t ro p e sso a s c ia-t a ra m ‘a r r u p io’ e u m a p e sso a , ‘can galh in h a’. Em m éd ia, 87,1% d os en trevista-d o s referira m q u e o cã o p o trevista-d e ser a co m etitrevista-d o p ela d oen ça e ap en as qu atro p essoas citaram a m u cu ra. Som en te u m in d ivíd u o d a localid ad e d e Vila Nova/ Bom Viver referiu o acom etim en -to d a rap osa.

Pa ra p reven çã o d a d oen ça , 77,8% d a s p essoas en trevistad as n ão sab em qu e m ed id as to -m aria-m . As -m ed id as p reven tivas ad otad as se-ria m : evita r cã es d oen tes, cse-ria d ou ros d e m os-q u itos ou o d oen te com LV. Um tota l d e 64,7% d os en trevistad os n ão u tilizam as m ed id as qu e citaram .

Qu an d o in terrogad os sob re a con d u ta q u e to m a ria m em fa ce d e u m ca so su sp eito d e LV, 94,8% resp o n d era m q u e leva ria m a p esso a a o h o sp ita l o u a o p o sto d e sa ú d e m a is p ró xim o. Qu an to ao q u e u sariam p ara tratar u m d oen te d e LV, 71,7% d o s en trevista d o s d o Ma ra ca n ã , 52,4% d e Vila Nova/ Bom Viver e 33,1% d e Cod ó n ão u sariam n ad a, som en te o q u e fosse orien -tad o p or m éd ico.

Ap en a s sete en trevista d o s cita ra m o Glu -can tim e®com o m ed icação u sad a p ara o trata-m en to d e LV, p orétrata-m , n a p ergu n ta in d u zid a “Vo -cê con h ece o Glu ca n t im e®?” esse n ú m ero a u -m en tou (18 p essoas). Qu in ze en trevistad os re-feriram o u so d o Glu can tim e®p ara tratam en to d e calazar e d ois recon h eceram seu u so n o tra-tam en to d e leish m an iose tegu m en tar am erican a (LTA). So m eerican te u m a p esso a d e Vila No -va/ Bom Viver resp on d eu à qu estão d o cu sto d o Glu ca n tim e®, referin d o va lo r a p roxim a d o d e

três reais p or am p ola.

As p essoas tam b ém foram qu estion ad as so-bre sin ais e/ ou sin tom as que p oderiam ser ap re-sen tados p or u m in divídu o com LV. Os en trevis-tad os d as três localid ad es relataram , em geral, associações d e sin tom as. Na localid ad e d o Ma-racan ã, 49,0% citaram aum en to do diâm etro ab-dom in al (barriga gran de, baço in ch ado); 43,4%, feb re; 41,5%, a n em ia , e p ercen tu a l igu a l citou em agrecim en to. Em Vila Nova/ Bom Viver, em a-grecim en to foi relatad o p or 44,7%; au m en to d o d iâ m etro a b d o m in a l, p o r 45,6%; a n em ia , p o r 37,7%, e febre, p or 29,1%. Fin alm en te, em Codó, au m en to d o d iâm etro ab d om in al foi citad o p or 64,6% d os en trevista d os; em a grecim en to, p or 51,2%; feb re, p or 17,3%, e an em ia, p or 12,6%.

Qu an to às características ap resen tad as p or u m cão com calazar, n o Maracan ã, citaram -se q u ed a d e p êlo s p o r 75,5%; cã o ‘p iren to’ (co m ferid as, coceiras, sarn en to), p or 58,5%, e em a-grecim en to, p or 49%. Em Vila Nova/ Bom Viver, os p ercen tu ais variaram : cão ‘p iren to’ foi m en -cion ad o p or 70,9%; qu ed a d e p êlos, p or 51,7%, e em a grecim en to, p o r 40,8%. Em Co d ó , em a -grecim en to foi referid o p or 52,7% d os en trevistad os; q u ed a d e p êlos, p or 51,2%, e cão ‘p iren -to’, p or 26,8%.

Discussão

Con sid eran d o-se qu e a LV en con tra-se en tre as d oen ça s d e m a ior ocorrên cia em zon a s ru ra is e, n o s ú ltim o s a n o s, em á rea s p eriu rb a n a s d o n ord este b ra sileiro, rea lizou -se o p resen te es-tu d o em lo ca lid a d es d o Esta d o d o Ma ra n h ã o q u e p ossu em características d e en d em icid ad e p ara a d oen ça (Fon te: FNS/ MA).

Tab e la 3 (c o ntinuaç ão )

Princ ip ais re sp o stas às q ue stõ e s ab o rd ad as so b re asp e c to s g e rais d o c alazar.

Q uest ões abordadas M aracanã VilaN ova/ BomViver Codó

n % n % n %

Conhece Glucant ime®?

Sim 4 7,5 6 5,8 8 6,3

Não 49 92,5 97 94,2 119 93,7

Para que é usado o Glucant ime®?

Não sab e 49 92,5 97 94,2 119 93,7

Para tratame nto d o c alazar 4 7,5 3 2,9 8 6,3

Para tratame nto d a LTA – – 2 1,9 – –

Q uant o cust a o Glucant ime®?

Não sab e 53 100,0 102 99,1 127 100,0

(7)

Sab en d o-se q u e a com u n id ad e d o Maraca-n ã eMaraca-n coMaraca-n tra-se iMaraca-n stalad a h á m ais d e cem aMaraca-n os e p erten ce à cap ital d o Estad o, ju stifica-se su a m elh or estru tu ra física; n o en tan to, p or localiza rse em á rea p eriu rb a n a , o b ser va se p reca -ried ad e n o san eam en to b ásico. Vila Nova/ Bom Viver e Cod ó m ostram características d e m ora-d ia com p atíveis com citações ora-d a literatu ra qu e a firm a m ser a LV m a is in cid en te em á rea s d e b aixo n ível sócio-econ ôm ico, com casas d e tai-p a, cobertas de tai-p alh a e tai-p iso de terra batida (Ro-ch a et al., 1991; MS, 1996).

Pod e-se su gerir q u e a p resen ça d e cães, n o d o m icílio e p erid o m icílio d essa s lo ca lid a d es p erm an ece com o im p ortan te elo n a cad eia d e tran sm issão d a LV, u m a vez q u e a en zootia ca-n ica-n a p reced e a o co rrêca-n cia d e ca so s h u m a ca-n o s (Gen a ro et a l., 1995; MS, 1996). Va le ressa lta r q u e Nascim en to (1996), em trab alh o realizad o n a Ilh a d e Sã o Lu ís, p rop ôs q u e a p resen ça d o cão n o d om icílio n ão seria fator d e risco associa d o à ocorrên associa d e LV, fa zen d ose n ecessá -ria ou tra p op u lação an im al com o reservatório.

As características ecológicas d istin tas ap re-sen tad as p or cad a localid ad e p od em exp licar a d iferen ça esta tistica m en te sign ifica n te n o to -can te à referên cia a an im ais silvestres. O b airro d o Maracan ã e o Mu n icíp io d e Cod ó gu ard am ca ra cterística s ru ra is, co m gra n d e n ú m ero d e árvores fru tíferas, o qu e favorece a p resen ça d a m u cu ra (d id elfíd eo ), a n im a l q u e se a lim en ta tam b ém d e fru tas e ad qu ire facilm en te h áb itos p erid om iciliares.

A referên cia à p resen ça d e d id elfíd eo s n o p erid om icilio m erece d estaqu e, p ois foi ob

servado, n a Colôm bia, que este an im al é im p ortan -te reservatório d e Tryp an osom a cru z ie Leish -m an ia ch agasi (Travi et al., 1994). No Brasil, foi en con trad o, n o Estad o d a Bah ia, u m exem p lar d e d id elfíd eo in fecta d o co m Leish m a n ia ch a -ga sien tre 54 a n im a is exa m in a d o s (Sh erlo k et a l., 1984). Leva n d o -se em co n sid era çã o a d is-trib u içã o ge o grá fica d a s e sp é cie s d e d id e lfí -d e o s (Did elp h is m a rsu p ia llise / o u Did elp h is albiven tris)n as Am éricas e su a gran d e cap acid aacid e acid e acid om iciliação, acid evese p en sar em fu tu -ro s estu d o s so b re a p o ssib ilid a d e d e o s m esm o s fu n cio n a reesm co esm o reser va tó rio s p riesm á -rios d a Leish m an ia ch agasi em n osso m eio.

A rap osa, an im al silvestre tam b ém en volvi-d o n o ciclo volvi-d a LV, fo i cita volvi-d a em p ercen tu a is m en ores n as d u as áreas p eriu rb an as. Essas lo-calid ad es ap resen tam p eq u en as áreas d e m ata d e ca p o eira (á rea s d eva sta d a s, co m m a ta em recu p eração), e, sen d o an im ais exclu sivam en te carn ívoros, as rap osas n ão en con tram am b ien -te favorável a su a sob revivên cia n a Ilh a d e São Lu ís. A existên cia d e áreas com m ata p reserva-d a em Coreserva-d ó exp lica a p resen ça reserva-d e rap osas n as p roxim id ad es d as casas.

Sen d o a LV tra n sm itid a a tra vés d a p ica d a d e m o sq u ito s (fleb o to m ín eo s), a s p esso a s fo -ra m q u estio n a d a s em rela çã o à p resen ça d o s m esm o s n o d o m icílio e p er id o m icílio, sem p reocu p ação com a d iferen ciação d e esp écies. Ob ser va n d o -se q u e a d o m icilia çã o d o veto r Lu t z om yia lon gip alp isp od eria ser estim u lad a p o r fa to res co m o a u rb a n iza çã o, a d estru içã o d e ecó to p o s silvestres, a o ferta d e fo n tes a li-m en ta res, h u li-m a n a s e a n ili-m a is, a a rb o riza çã o

0 %

5 10 15 20 25 30 35 40

Maracanã

Vila No va/ Bo m Vive r

Co d ó

mais d e 1 ite m fo nte d e info rmação rád io

mé d ico ag e nte

info rmativo amig o s

e sco la Tv

Fig ura 1

(8)

a b u n d a n te em q u in ta is, o a cú m u lo d e lixo o u p resen ça d e cria d o u ro s e a b rigo s d e a n im a is, con stata-se u m am b ien te favorável n as três lo-ca lid a d es p a ra o s veto res d a d o en ça (Co sta et al., 1995).

A localização d as casas p róxim as à criação d e an im ais, lagos, rios ou m atas é característi-ca relevan te n a ep id em iologia d o característi-calazar (Mar-zoch i et al., 1986). Con sid eran d o-se q u e as lo-calid ad es d o Maracan ã e Cod ó ap resen tam ca-ra cterística s d e zo n a ru ca-ra l, o b ser va -se co n d i-ções am b ien tais m ais p rop ícias à d oen ça. Nas três loca lid a d es, n o q u e se refere à h istória d e LV em fam iliares ou n as p roxim id ad es, os p er-cen tu a is fora m a p roxim a d os, con firm a n d o os registro s d a FNS/ MA, q u e m o stra m u m a in ci-d ên cia sem elh an te ci-d e LV n as áreas em estu ci-d o. Um a vez qu e as en trevistas foram realizadas com a p essoa d e m aior id ad e qu e se en con tras-se n o d o m icílio n o m o m en to d a a b o rd a gem , o b serva -se u m a gra n d e va ried a d e em rela çã o à s ca ra cterística s d os en trevista d os. Ten d o-se em vista q u e a lo ca lid a d e d o Ma ra ca n ã a p re -sen ta m elh ores con d ições, ta n to em rela çã o a in stalações p róp rias, qu an to às in stalações co-letivas (escolas), e, tam bém , p or p erten cer à ca-p ital d o Estad o, ju stifica-se o m en or ín d ice d e an alfab etism o en con trad o. As p rofissões citd a s fora m va ria citd a s, citd esta ca n citd o-se a s a tivicitd a-d es a-d o lar e os ap osen taa-d os, já qu e as en trevis-tas foram realizad as em h orário d e trab alh o.

Perceb e-se q u e os en trevista d os já tin h a m receb id o a lgu m a in fo rm a çã o so b re a d o en ça . Merece d estaq u e o con sid erável p ercen tu al d e in d ivíd u o s q u e receb era m a in fo rm a çã o d e fon tes in form ais, o qu e su gere qu e o p rogram a d e con trole d a LV d o Min istério d a Saú d e (MS, 1996), q u e tem com o u m d os ob jetivos esp ecí-ficos “m a n t er a p op u la çã o in form a d a e orien -t a d a sob re a d oen ça , reserv a n d o esp a ço p a ra su a p articip ação ativa n o d esen volvim en to d as a ções d e con t role”, n ã o está sen d o sa tisfa tó rio n essas áreas.

Em Co d ó , p erceb eu -se d iferen ça esta tisticam en te sign ificativa em relação à fon te d e in -fo rm a çã o : 37,0% receb era m -n a d e a gen tes d e saú d e, fato com p reen sível, u m a vez qu e o Progra m a d e Mu n icip a liza çã o d a Sa ú d e fo i im p lan tado, p rin cip alm en te, em zon a ru ral, e tan -to o m u n icíp io, q u a n -to a FNS/ MA in vestira m em recu rsos h u m an os, visan d o ao trab alh o d o agen te d e saú d e ju n to à p op u lação.

Ob ser va -se, d e u m m o d o gera l, q u e, n o s p aíses em d esen volvim en to, tod as as ações d i-rigid a s p a ra con trola r d eterm in a d o p rob lem a d e saú d e em u m a p op u lação afetad a ou exp os-ta, sem p re d eixam d e lad o a ed u cação p op u lar com o m ed id a san itária con creta, con stitu in d

o-se em u m p on to d éb il q u e, n a m a ioria d a s ve-zes, p o d e leva r a o fra ca sso d o s p ro gra m a s d e con trole, com o ocorreu com a d oen ça d e Ch a-gas, em p aíses com o Brasil e Argen tin a (Esteso, 1984; García-Zap ata, 1990).

A gran d e m aioria d os en trevistad os (m éd ia = 95,0%) recon h eceu a d oen ça som en te com o ca la za r, p o rém u m a p esso a referiu ‘b a rriga d águ a’ com o sin ôn im o d e LV; acred ita-se qu e a m esm a ten h a tid o co n ta to a n terio r co m a es-q u isto sso m o se m a n sô n ica fo r m a h ep a to -es-p lên ica d escom -es-p en sad a. Du as -es-p essoas citaram ‘d o en ça d o cã o’, refletin d o seu co n h ecim en to sob re o en volvim en to d o m esm o n a LV.

O reco n h ecim en to d a tra n sm issã o d a LV p elo m o sq u ito fo i esta tistica m en te d iferen te en tre a s lo ca lid a d es, exp lica d o p elo fa to d e o Ma ra ca n ã ser á rea d e o co rrên cia m a is a n tiga d e LV. Ob serva-se em estu d os sem elh an tes so-b re ou tras en d em ias qu e as p op u lações, em ge-ral, n ão d etêm con h ecim en to sob re o m od o d e tra n sm issã o d a q u ela s (Ma ga lh ã es et a l., 1990; Ga rcía -Za p a ta , 1990). Em Ma m b a í (GO), á rea en d êm ica p ara d oen ça d e Ch agas, q u an d o in i-ciaram as ações d e com b ate aos triatom ín eos, a p o p u la çã o lo ca l m o stro u d esco n h ecim en to sob re com o p od eria p a rticip a r n o con trole d a d oen ça, p or n ão sab er o m od o d e tran sm issão d a m esm a (García-Zap ata, 1990).

Ap en as cin co p essoas en trevistad as referiram con h ecer o m osqu ito tran sm issor com ou -tros n om es, ‘arru p io’ e ‘can galh in h a’, o q u e d e-n ota a b aixa d ifu são d os coe-n h ecim ee-n tos sob re a d o en ça d en tro d a co m u n id a d e d essa s á rea s q u e a p resen ta m u m a in cid ên cia sign ifica tiva d e LV (MS, 1996).

Ob serva-se q u e a p op u lação d as três áreas estu d a d a s é ca p a z d e id en tifica r a p en a s o cã o co m o en vo lvid o n a ca d eia ep id em io ló gica d a d oen ça, p ois som en te seis p essoas referiram o en volvim en to d e ou tros a n im a is, com o a m u -cu ra ou a rap osa.

O p eríod o d e ch u vas, q u e em n osso Estad o co m p reen d e o s m eses d e ja n eiro a ju n h o, fo i cita d o co m o d e m a io r in cid ên cia d e LV, co n -cord a n te com a litera tu ra q u e refere n a ép oca ch u vosa u m m aior n ú m ero d e casos (Roch a et al., 1991).

(9)

A con d u ta q u e 94,8% d os en trevistad os to-m ariato-m d ian te d e u to-m caso d e LV, qu e seria p ro-cu ra r a u xílio m éd ico, d em o n stra q u e, m esm o d escon h ecen d o algu n s asp ectos d a d oen ça, as p esso a s reco n h ecem su a gra vid a d e, u m a vez q u e só tom ariam q u alq u er atitu d e ap ós orien -tação p or p rofission al d e saú d e.

Qu an to ao tratam en to d a d oen ça, p erceb e-se to ta l d esco n h ecim en to so b re a d ro ga u tili-zad a n a LV, in d ep en d en te d e ter-se h istória d e ca la za r n a fa m ília o u n a s p roxim id a d es, d e -m o n stra n d o q u e a o p o rtu n id a d e q u e se te-m , ao con d u zir u m caso, d e orien tar os fam iliares m ais p róxim os n ão está sen d o ap roveitad a; as-p ecto d iferen te foi visto n a região d e Três Braço s/ BA, o n d e a p o p u la çã o reco n h eceu o Glu -ca n tim e®co m o m ed ica çã o esp ecífica p a ra o

tratam en to d a LTA (Netto et al., 1985).

No q u e d iz resp eito às características ap re-sen ta d a s p elo d o en te co m LV, p erceb e-se q u e o s en trevista d o s d etêm certo co n h ecim en to a cerca d o q u a d ro clín ico d a d o en ça , o q u e ta m b ém é verd a d eiro co m rela çã o a o s sin a is a p resen ta d o s p o r u m cã o co m ca la za r. Isso m ostra q u e as localid ad es têm con tato im p or-tan te com a d oen ça, con d izen te com os d ad os d e eleva d a in cid ên cia d a m esm a n a s á rea s (FNS/ MA). Dia n te d o rela tivo co n h ecim en to q u e o s in d ivíd u o s d em o n stra ra m so b re o a s-p ecto clín ico d a LV, ta n to n o cã o, q u a n to n o h om em , p od e-se p en sar n a p articip ação efeti-va d a com u n id ad e n o con trole d o calazar, u m a vez q u e, m o stra n d o -se ca p a zes d e id en tifica r u m caso p elos p rin cip ais sin ais e/ ou sin tom as, a co m u n id a d e p o d eria referir o s su sp eito s d e LV m ais p recocem en te aos serviços d e saú d e.

Conclusões e recomendações

A a n á lise e d iscu ssã o d o s d a d o s co leta d o s n o p resen te estu d o p erm ite-n os con clu ir qu e: • As três á rea s estu d a d a s a p resen ta m a m -b ien te favorável p ara o d esen volvim en to e m a-n u tea-n çã o d a leish m a a-n io se viscera l, u m a vez qu e foram referid as a p resen ça d e reservatórios d om ésticos e silvestres, a p ossível p resen ça d e vetores e a h istória d e casos h u m an os, estab e-lecen d o, a ssim , a ca d eia ep id em io ló gica d a d oen ça.

• O n ível d e con h ecim en to acerca d a d oen ça foi razoável n as três áreas, p ois p arte d os en tre-vistad os p ossu em algu m as n oções b ásicas em rela çã o a o s a sp ecto s ep id em io ló gico s (tra n sm issã o, veto res, reser va tó rio s) e clín ico s. En -treta n to, os en trevista d os d a s três loca lid a d es d em on straram ter p ou co con h ecim en to sob re asp ectos p reven tivos e terap êu ticos.

• Para u m m elh or con trole d e d oen ças en d ê-m icas coê-m o a LV, torn a-se iê-m p rescin d ível q u e sejam criad as op ortu n id ad es p ara qu e a p op u -lação p ossa am p liar seu s con h ecim en tos e re-d u zir o risco re-d e exp o siçã o a s m e sm a s, se n re-d o n ecessário:

1) Qu e os órgãos resp on sáveis im p lem en tem p ro gra m a s p ro filá tico s, co m o e d u ca çã o e m sa ú d e, m e lh o ria d e h a b ita çõ e s e sa n e a m e n to b ásico, p riorizan d o m aior m ob ilização d a p o -p u lação n o sen tid o d e d es-p ertar a con sciên cia, sen sib ilizá-la e p rom over su a p articip ação efe-tiva n o com b ate à LV.

2) Cap acitação e reciclagem d os p rofission ais d e sa ú d e, co m o in tu ito d e m a n tê-lo s a p to s a in fo rm a r co rreta m en te a p o p u la çã o so b re o s vários asp ectos (tran sm issão, p reven ção e con trole) d o calazar, p rom oven d o, assim , u m a m u -d a n ça com p orta m en ta l -d a m esm a em fa ce -d e certo s h á b ito s q u e p ro p icia m a in sta la çã o d a d oen ça.

(10)

Referências

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