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Um estudo sobre a distribuição de conteúdo digital NOW: o vídeo sob demanda da TV por assinatura a cabo

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Academic year: 2017

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UM ESTUDO SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DE CONTEÚDO DIGITAL. NOW: O VÍDEO SOB DEMANDA NA TV POR ASSINATURA A CABO.

Trabalho de Conclusão de Mestrado apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Televisão Digital, da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, Universidade Estadual Paulista Julio Mesquita Filho, para obtenção do título de Mestre em Televisão Digital: Informação e Conhecimento, sob a orientação da Profª Drª Maria Cristina Gobbi e co-orientação do Prof. Dr. Willian Cerozzi Balan.

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FAAC – UNESP, sob a orientação da professora Dra. Maria Cristina Gobbi e co-orientado pelo professor Dr. Willians Cerozzi Balan.

RESUMO

A televisão digital vive um momento de transformações, onde as novas tecnologias mediadas por computador estão mudando, por exemplo, os processos comunicativos e outras formas de comunicação que integram o cotidiano das famílias brasileiras. Considerando que a internet é o segundo meio de comunicação em investimentos publicitários e, por conta do crescimento nas velocidades de navegação e o constante aumento das bandas de franquias, o consumo de conteúdo digital deixou de ser uma tendência e tornou-se realidade. A convergência entre televisão e internet, têm sido decisiva na implantação do vídeo sob demanda como um importante modelo de negócio para o audiovisual brasileiro. Uma interface digital na TV por assinatura a cabo que combina o conteúdo e a tecnologia de alta definição de uma forma fácil e personalizada. Utilizando pesquisa bibliográfica e documental, o estudo pretende caracterizar o serviço de VOD desenvolvido pela NET Serviços de Comunicação S/A: o NOW.

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de Conclusão de Mestrado em Televisão Digital: Informação e Conhecimento - FAAC – UNESP, sob a orientação da professora Dra. Maria Cristina Gobbi e co-orientado pelo professor Dr. Willians Cerozzi Balan.

RESUMO

La televisión digital vive un momento de transformaciones, donde las nuevas tecnologías mediadas por ordenador están cambiando, por ejemplo, los procesos comunicativos y otras formas comunicacionales que integran el cotidiano de las familias brasileñas. Considerando que internet es el segundo medio comunicacional en inversiones publicitarias y, por cuenta del crecimiento en las velocidades de navegación y el constante aumento de las bandas de franquías, el consumo de contenido digital dejó de ser una tendencia y se hizo realidad. La convergencia entre televisión e internet, han sido decisiva en la implantación del vídeo bajo demanda como una importante plantilla de negocio para el mercado audiovisual brasileño. Una interfaz digital en la TELE por firma a cabo que combina el contenido y la tecnología de alta definición de una forma fácil y personalizada. Utilizando investigación bibliográfica y documental, el estudio pretende caracterizar el servicio de VOD desarrollado por la NET Servicios comunicacionales S/A: el NOW.

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Figura 1 – Emissora PRF3 TV...24

Figura 2 – Cadeia de Valor TV aberta...32

Figura 3 – Sistema de TVC...37

Figura 4 – Sistema de MMDS...38

Figura 5 – Sistema de DTH...38

Figura 6 – Sistema de TVA...39

Figura 7 – Cadeia de Valor TV por assinatura...44

Figura 8 – Gráfico de participação por tecnologia...50

Figura 9 – Gráfico de assinantes TV por assinatura...51

Figura 10 – Gráfico de faturamento TV por assinatura...52

Figura 11 – Cadeia de Valor vídeo doméstico...54

Figura 12 – Logomarca NET...61

Figura 13 – Logotipo Triple Play...63

Figura 14 – Comunicação: NOW + América Móvil...64

Figura 15 – Comunicação: TV + Internet + Telefone + Celular...64

Figura 16 – Capa do Book Comercial NET TV...65

Figura 17 – Grade de Canais – Seleções TV...66

Figura 18 – Logomarca de Canais HD...66

Figura 19 – Preço de Seleções TV...67

Figura 20 – Capa do Book Comercial NET Virtua...68

Figura 21 – Velocidades NET Virtua...68

Figura 22 – Conceito das velocidades 1 e 10 MEGA...69

Figura 23 – Conceito das velocidades 20 e 30 MEGA...69

Figura 24 – Conceito das velocidades 100 e 120 MEGA...70

Figura 25 – Capa do Book Comercial NET Fone...72

Figura 26 – Comunicação NET Fone via Embratel...72

Figura 27 – Composição dos Serviços...74

Figura 28 – Características e Benefícios...75

Figura 29 – Matriz de Preços e Tarifações...76

Figura 30 – Capa do Book Comercial NET Empresas...77

Figura 31 – Comunicação NET Empresas...77

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Figura 35 – Logotipo e Slogan NOW...81

Figura 36 – Interface de navegação...82

Figura 37 – Conversores Digitais (set-top Box)...83

Figura 38 – Tela de início Portal NOW...83

Figura 39 – Controle remoto digital...84

Figura 40 – Tela de acesso Pay-Per-View...84

Figura 41 – Tela de acesso NOW...85

Figura 42 – OS 4 passos para acesso...85

Figura 43 – Setas para navegação...86

Figura 44 – Botão OK para definição...86

Figura 45 – Direcione a moldura...87

Figura 46 – Campo “Alugar”...87

Figura 47 – Senha de acesso...88

Figura 48 – Conteúdo disponível...88

Figura 49 – Benefícios NOW...89

Figura 50 – Tabela de preços para locação...90

Figura 51 – Matriz de Programação de Conteúdo...90

Figura 52 – Conceito da Logomarca NOW...91

Figura 53 – Logomarcas por segmento...91

Figura 54 – Wobbler...92

Figura 55 – Folheto...93

Figura 56 – Capa do Book Comercial NOW...94

Figura 57 – Mapa das cidades com NOW...95

Figura 58 – Maiores Concorrentes...95

Figura 59 – Diferenciais do NOW...96

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Quadro 1 – Tipos de Outorga...3

Quadro 2 – Marco Legal TV por assinatura...40

Quadro 3 – Características Normativas...40

Quadro 4 – Matriz de Velocidades x Franquias...70

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CATV - Termo em inglês Community Antenna Television

CBT - Código Brasileiro de Televisão

CMC - Comunicação Mediada por Computador CNN - Cable News Network (canal de TV) DTH - Termo em inglês Direct to Home

IPTV - Termo em inglês Internet Protocol Television

MTV - Music Television (canal de TV)

PNBL - Plano Nacional de Banda Larga

TIC - Tecnologia da Informação e da Comunicação TVA - Serviço Especial de Televisão por Assinatura TVD - Televisão Digital

UHF - Termo em inglês Ultra High Frequency

VHF - Termo em inglês Very High Frequency

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CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO TRABALHO...14

1 INTRODUÇÃO...15

1.1 Objetivos...17

1.2 Caracterização do Trabalho...18

1.3 Organização do Trabalho...21

CAPÍTULO 2 – RADIODIFUSÃO E O MERCADO AUDIOVISUAL...22

2.1 Um pouco sobre a história da TV...23

2.1.1 O começo da TV no Brasil...23

2.1.2 A origem da TV por Assinatura...25

2.2 TV Aberta...26

2.2.1 Marco Regulatório...27

2.2.2 Agência Nacional de Telecomunicações...29

2.2.3 Congresso Nacional...30

2.2.4 Sistema de Outorgas...30

2.2.5 Cadeia de Valor da TV aberta...31

2.3 TV por Assinatura...35

2.3.1 Tecnologias de Transmissão...37

2.3.2 Marco Regulatório...39

2.3.3 Lei de Serviço Condicionado...41

2.3.4 Lei da TV a cabo...42

2.3.5 Cadeia de Valor da TV por Assinatura...44

2.3.6 Cenário da TV por Assinatura...50

2.4 Vídeo Doméstico...53

2.4.1 Marco Regulatório...53

2.4.2 Cadeia de Valor do Vídeo Doméstico...54

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3.1.1 A Cronologia do seu Desenvolvimento...61

3.1.2 Portfólio de Serviços...64

3.1.3 Características da TV a Cabo...79

3.2 Distribuição de Conteúdo Digital: NOW...81

3.2.1 O Serviço...81

3.2.2 Como Funciona o Serviço...82

3.2.3 Como Acessar a Interface...82

3.2.4 Como Navegar na Interface...86

3.2.5 Características do NOW...89

3.2.6 Tabela de Preços dos Serviços...90

3.2.7 Comunicação Institucional...91

3.2.8 Peças de Comunicação...92

3.2.9 Book Comercial – Janeiro 2014...94

3.3 Pesquisa Seletiva: O Serviço NOW...97

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS – A PERSONALIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS AUDIOVISUAIS...101

REFERÊNCIAS...105

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1. INTRODUÇÃO

A forma como a sociedade brasileira assiste à televisão (TV) vem sendo alterada significativamente desde o início das operações da TV por assinatura no país, em 1991. Naquele momento, o mercado era controlado em grande parte por dois importantes grupos de comunicação: Abril e Globo. Hoje, diversas empresas e grupos de comunicação são integrantes do segmento de TV por assinatura e telecomunicações no Brasil. Quando comparamos o início das operações da TV por assinatura aos dias atuais, nota-se que os primeiros quinze anos foram de pouco crescimento para estes grupos de comunicação. A partir de 2007, com o oferecimento de internet banda larga, as empresas que entregam serviços convergentes vivem uma fase de grande crescimento em suas bases de assinantes. O espectador na era da convergência midiática já nem deve ser mais definido dessa maneira, pois ele passa a assumir um papel ativo na programação de entretenimento, caracterizando-se, muitas vezes, como coautor do processo de construção das narrativas. Hoje tanto participa, como colabora. Certamente quem não oferecer tal interatividade terá dificuldades para manter a audiência. As mídias com modelos antigos e fechados ainda existirão por um período, mas, em breve, terão problemas com os seus atuais modelos de negócios.

Devido ao crescimento da internet, o telespectador de TV tem sua atenção dividida entre muitas outras fontes de informações e entretenimento. As gerações mais jovens não estão sozinhas nestas mudanças de costumes e hábitos. A sociedade, em geral, tem realizado tarefas simultaneamente em diferentes mídias. Por conta dessas mudanças compreendemos que a navegação nas redes sociais, associada ao zapping do controle remoto, vem definindo um novo espectador de conteúdo audiovisual. O telespectador não espera mais as informações ou conteúdos virem até ele. Esta geração de usuários de múltiplas tecnologias quer a informação ao alcance de um clique ou de algo que ele possa controlar. O poder do consumo agora está nas mãos dos usuários ou telespectadores. Seja pelo controle remoto ou pelas plataformas digitais, o consumo é definido conforme as necessidades e desejos de quem tem o poder de escolher.

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Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) é um dos mais dinâmicos em termos de inovações em âmbito mundial e, cada vez mais, os pesquisadores incluem a comunicação, a cultura e a educação como partes do processo de inovação. No âmbito tecnológico os investimentos realizados pelos grandes players são extremamente significativos: sete das 20 maiores empresas investidoras em pesquisa e desenvolvimento no mundo, pertencem ao segmento das TICs. No outro lado da cadeia produtiva, a área de conteúdos e serviços digitais, não está diferente. Estudos internacionais mostram que as indústrias criativas e de conteúdos digitais rendem bilhões de dólares anualmente e tendem a aumentar esses valores nos próximos anos. Essa é uma das razões pelas quais o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) conta em seu plano de ação com a área de conteúdos e serviços digitais, que passou a funcionar no segundo semestre de 2010. (ANCINE, 2010)

Por conta das inúmeras transformações culturais, aceleradas pela evolução da Comunicação Mediada por Computador (CMC), as ofertas de produtos e serviços de telecomunicações são consideravelmente maiores do que há uma década. Estes movimentos vão ao encontro com a crescente demanda por conteúdos. Seja pelos televisores de última definição, pelos computadores ou pelos dispositivos eletrônicos móveis de alta tecnologia, a entrada de novas empresas atuando na distribuição de conteúdo é uma realidade no território nacional. Os antigos players – pioneiros no segmento de TV por assinatura no país - agora desenvolvem novos modelos de negócios para rentabilizar e defender as suas bases de clientes, acirrando ainda mais a disputa pelo mercado das classes emergentes. Neste momento de grandes transformações culturais e tecnológicas, a entrega do Vídeo sob Demanda (VOD) e as distribuições não-lineares (IPTV) são destaques nas discussões e regulamentações das telecomunicações brasileiras. O cenário da convergência digital, entre a TV por assinatura e a internet, está proporcionando alterações comportamentais na sociedade e no telespectador. Os conteúdos audiovisuais exibidos em nossos televisores já não vêm apenas pelo fluxo das programadoras. Atualmente, tanto os áudios como os vídeos são disponibilizados a qualquer tempo, através do canal de retorno, proporcionando aos telespectadores consumirem conforme as suas necessidades e demandas.

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celulares e aparelhos portáteis conectados à internet simultaneamente como uma tela secundária. Esta é uma prática que vem aumentando a interação do telespectador - ou usuário - com a TV. É importante considerarmos que a televisão já não é mais o objeto central da casa. Agora ela compete com outras mídias como, por exemplo, a internet que já nasceu em um ambiente convergente, sendo um espaço interativo que cresce cada vez mais com o avanço das tecnologias e a evolução dos produtos eletrônicos de consumo.

1.1. Objetivos

Diante deste cenário desafiador este trabalho teve como objeto de estudo um serviço digital desenvolvido pela empresa NET Serviços de Comunicação S/A, que é disponibilizado através da convergência entre dois meios de comunicação de massa: a televisão e a internet. Trata-se de uma plataforma interativa que oferece conteúdos audiovisuais no momento em que o espectador desejar assistir envolvendo filmes, séries, shows, documentários, desenhos, conteúdos adultos, entre outros mais. Agora o consumidor não precisa mais aguardar o fluxo tradicional de conteúdo programado pelas emissoras, tão pouco ir à videolocadora para escolher um título. Assim, o NOW, ferramenta utilizada pela NET, permite ao telespectador assistir uma programação selecionada a partir de uma demanda pessoal e não ficar esperando pela grade de programação definida pelas emissoras de TV.

Então, para analisar tal contexto, o trabalho mapeou as características do vídeo sob demanda como uma forma de distribuição de conteúdo digital baseado em um serviço da empresa NET Serviços de Comunicação S/A, considerada por alguns especialistas, como será apresentado mais adiante, a maior operadora em número de clientes de TV por assinatura a cabo da América Latina. Em seu desenvolvimento, a pesquisa:

a) Identificou o mercado audiovisual brasileiro: TV aberta, TV por assinatura e o vídeo doméstico;

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1.2. Caracterização do Trabalho

O trabalho foi desenvolvido a partir da análise do mercado do audiovisual brasileiro. Mais especificamente, a de explorar as características da TV por assinatura, que é uma das tendências emergentes que impactará no futuro da televisão brasileira. A partir de profissionais que defendem que a distribuição de conteúdo sob demanda em múltiplas telas, chamada por especialistas de A Democratização da Tela da TV, Daniel Sjoberg, afirma que “(...) há mais opções hoje. Tudo o que pode ser digitalizado, acabará na internet, o que forçará transformações em diversos mercados”. (ANUÁRIO MÍDIAS DIGITAIS, 2012, p.122)

Fernando Magalhães, Diretor de Programação da NET Serviços de Comunicação S/A, defende que o line-up da companhia está chegando ao limite da elasticidade, sem espaço para o surgimento de novos canais. No entanto, o VOD abre novas oportunidades de distribuição para produtores e distribuidores de conteúdo. De acordo com Magalhães, “(...) com o VOD, o espaço para distribuição é virtualmente infinito, no entanto, os modelos de negócios precisam ser definidos”. (ANUÁRIO MÍDIAS DIGITAIS, 2012, p.122)

Acima de tudo, este trabalho pesquisou uma das possibilidades de convergência entre os dois maiores veículos de comunicação de massa, TV e internet, para a realidade dos consumidores da sociedade brasileira. Afinal, o homem vive um momento em que as tecnologias digitais possibilitaram a conectividade entre os meios, a aproximação geográfica, o relacionamento interpessoal e agora, a possibilidade de escolha e personalização dos conteúdos. De acordo com Ribeiro (2000):

(...) a união entre os avanços da Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC) e das Telecomunicações permitiu o aparecimento de um novo componente: a rede telemática. Essa interconexão e entrelaçamento de computadores situados em lugares geograficamente dispersos, permite a manipulação de dados e a troca de informação entre pessoas num contexto de inovações e possibilidades tecnológicas, delineando um novo ambiente de convivências”. (RIBEIRO, 2000, p.32)

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socialmente conectados. As tecnologias evoluíram conforme as necessidades culturais. Todos os dias novas linguagens e formatos de mídias são desenvolvidos e melhorados conforme os hábitos dos consumidores. É fato que a cultura de assistir histórias através de imagens se consolidou há muitos anos e agora, com a digitalização, o ambiente de convergência entre as mídias gerou uma oportunidade para que os consumidores não apenas assistam aos conteúdos de forma pré-definida e programada. Eles buscam as histórias de acordo com as suas vontades, sob demanda.

Para Canitto (2010, p. 20), “(...) essa conversa toda sobre qual mídia vai vencer na era digital ainda é um debate analógico. O debate digital é convergente. Esse papo de que a TV vai perder para a internet é teórico. Na prática, tudo vai confluir”. Exatamente por isso, o projeto busca pesquisar o serviço de convergência de uma plataforma digital interativa oferecida pela TV por assinatura a cabo, que utiliza o hábito de busca e consumo da internet como modelo de negócio, como é o caso do NOW. De acordo com Canitto (2010),

(...) a TV do futuro será toda customizada. Mecanismos sofisticados de busca detectarão suas preferências e você verá algo que é exatamente a sua cara. Um conteúdo personalizado. Você nunca mais precisará ser um anônimo na ‘boiada’ e se submeter à programação generalista. Agora cada um vai ver o programa que escolher na hora que quiser. (CANITTO, 2010, p.20)

Trata-se de uma experiência executada através da interatividade homem-máquina e da navegação em um portal: um menu que apresenta os gêneros disponíveis. Os conteúdos são oferecidos através da conectividade do set-top Box1, pelo canal de retorno. Um processo onde o telespectador se conecta à nuvem de armazenamento virtual com dados informatizados que busca, seleciona e define a escolha do título e, na sequência, possibilita assistir ao conteúdo selecionado.

Como afirmou Jenkins (2008, p. 312), “(...) a maior mudança talvez seja a substituição do consumo individualizado e personalizado pelo consumo como prática interligada em rede”. Desta forma, compreende-se ser importante abordar esta nova tendência de vídeo sob demanda na TV por assinatura no país. As

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transformações culturais resultantes da convergência da TV com a internet, a partir da disponibilização dos serviços convergentes, estão sendo incorporadas ao cotidiano do público consumidor através das múltiplas possibilidades ofertadas por essas tecnologias. Será apresentado adiante que o modelo de negócios da TV aberta brasileira é produzir conteúdo e distribuir de forma gratuita aos telespectadores. Quem paga a conta são os anunciantes que compram os espaços publicitários nas grades de programação das emissoras. Nesse modelo, a TV aberta vende a possibilidade de contato entre os anunciantes e o telespectador. Esse contato normalmente é feito por propagandas inseridas nos intervalos comerciais ou durante os conteúdos na forma de merchandising. Já as empresas de TV por assinatura vendem os seus produtos e serviços diretamente para os clientes finais, desta forma, este modelo faz com que o telespectador, cliente final, tenha controle sobre aquilo que ele deseja assistir.

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1.3. Organização do Trabalho

O projeto inicialmente pretendeu estabelecer uma relação sobre a transmissão do sinal televisivo aos lares brasileiros e, assim, apresentar como os conteúdos são definidos, produzidos e distribuídos pelas programadoras para, então, mostrar como o mercado audiovisual brasileiro vem disponibilizando os conteúdos.

Para alcançar este objetivo foi necessário conhecer um pouco mais sobre os conceitos da TV, conseguindo os elementos necessários para analisar a programação dos conteúdos disponibilizados pelo VOD e como isso é feito. Outro objetivo alcançado foi á compreensão de como o serviço pesquisado vem funcionando com relação ao crescimento das tecnologias eletrônicas e das plataformas digitais que possibilitam assistirmos aos conteúdos fora do tradicional fluxo televisivo (canais abertos). Para possibilitar essas análises, além da pesquisa bibliográfica e do estudo do caso NET, foi realizada uma entrevista com um profissional responsável pela criação e desenvolvimento do nosso objeto de estudo.

Além da Introdução, o trabalho contém dois outros capítulos que serão apresentados da seguinte forma:

Capítulo 2 – Radiodifusão e o Mercado Audiovisual neste capitulo serão apresentados os principais atores do mercado de conteúdo audiovisual no país: a TV aberta, TV por assinatura e vídeos domésticos.

Capítulo 3 – Serviços Convergentes neste capítulo a dissertação trará uma apresentação específica sobre a TV por assinatura a cabo, com foco na maior operadora multiserviços do Brasil, a NET Serviços de Comunicação S/A. Nele serão mapeados todos os serviços convergentes que a empresa comercializa em seu portfólio de produtos para, em seguida, mapear o estudo de caso do modelo de negócio do vídeo sob demanda: o NOW.

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De acordo com as informações disponíveis no portal2 do Ministério das Comunicações, os serviços de radiodifusão são aqueles que, estabelecidos por legislação própria, “(...) promovem a transmissão de sons (radiodifusão sonora) e de sons e imagens (televisão), a serem direta e livremente recebidas pelo público em geral, o que é modernamente denominado comunicação eletrônica”. Segundo Ferraretto (2001, p. 22), “(...) Radiodifusão é a palavra portuguesa equivalente a

Broadcasting, que significa algo como semear aos quatro ventos”.

2.1. Um pouco sobre a história da TV

A proposta deste capítulo é apresentar os conceitos de televisão, proporcionando um mapeamento específico sobre o mercado audiovisual brasileiro e fazendo uma revisão seletiva sobre as definições da televisão aberta, da televisão por assinatura e dos vídeos domésticos. A ideia é compreender a origem da televisão (TV) como meio de radiodifusão, suas características enquanto veículo de comunicação, tecnologias de transmissão, modelos de negócio e o atual cenário do segmento.

Uma pesquisa acadêmica fundamentada em documentos publicados pela Agência Nacional do Cinema (ANCINE), assim como leis e outros apontamentos realizados pelos órgãos reguladores Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) e Ministério das Comunicações (MINICOM), complementam o capítulo.

2.1.1. O começo da TV no Brasil

Em 18 de setembro de 1950, na cidade de São Paulo, a televisão foi inaugurada no Brasil. De acordo com os registros históricos apresentados no site Tudo Sobre TV3, o empresário Assis Chateaubriand4, instalou 200 aparelhos pela cidade de São Paulo para que as pessoas pudessem conhecer o que era televisão.

2 Disponível em: http://www.mc.gov.br/radiodifusao/perguntas-frequentes. Acesso em 01/2013. 3 Disponível em: http://www.tudosobretv.com.br. Acesso em 01/2013.

4 Nota do autor: Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, Umbuzeiro/PB1892-São

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A emissora funcionava em uma parte dos estúdios das rádios Tupi e Difusora no bairro do Sumaré e tinha o nome de PRF3 TV. De acordo com registros, o primeiro programa da televisão brasileira foi uma alusão aos moradores do Brasil. O programa tinha o nome de TV na Taba. Apresentado por Homero Silva, contou com a participação de Lima Duarte, Hebe Camargo, Mazzaropi, Ciccilo, Lia Aguiar, Vadeco, Ivon Cury, Lolita Rodrigues, Wilma Bentivegna, Aurélio Campos, do jogador Baltazar e da orquestra de George Henri.

De acordo com o site, logo na estreia a TV brasileira precisou mostrar seu poder de improviso. Os relatos apontam que o programa seria exibido por duas câmeras de captação de imagens, mas horas antes da transmissão, uma delas quebrou. Os técnicos americanos que acompanhavam o início das operações da TV brasileira aconselharam que o show fosse adiado, no entanto, o diretor Cassiano Gabus Mendes decidiu ir ao ar mesmo apenas com uma única câmera.

Figura 1 – Emissora PRF3 TV

Fonte: <www.tudosobretv.com/histortv/tv50.htm>. Acesso em 01/2013.

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profissionais de produção tivessem tempo para modificar o cenário para a próxima atração apresentada.

2.1.2. A origem da TV por assinatura

Conforme relata Possebon (2009), após anos de evolução, a televisão por assinatura foi implantada no Brasil. De acordo a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), as primeiras transmissões no país foram em 1988. Os canais CNN e MTV foram os primeiros contratados para exibição, após o decreto regulamentado em dezembro de 1989, momento em que o Governo introduziu oficialmente a TV a cabo no país. Corroborando com esta afirmação, o livro "TV por Assinatura: os 20 anos de evolução", de Samuel Possebon, apresenta que a principal norma que daria início ao mercado de TV a cabo no Brasil veio por meio da Portaria nº 250, de 13 de dezembro de 1989, criando o Serviço de Distribuição de Sinais de Televisão (DISTV). A Portaria nº 250 expandia o conceito da Portaria nº 143 para além da distribuição de sinais abertos das emissoras de TV em VHF ou UHF.

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O fato é que sem a institucionalização da TV por assinatura, especialmente para a TV a cabo, o que havia nos anos anteriores eram operações de CATV isoladas geograficamente, que apenas distribuíam os sinais da TV aberta nos locais onde as recepções eram deficientes. Desta forma, a Portaria nº 250 foi o primeiro marco legal para a TV a cabo no Brasil e deu origem à primeira onda de distribuição de licenças relacionadas ao serviço.

2.2. TV aberta

Segundo a Agência Nacional de Cinema (ANCINE), as emissoras podem ser comerciais ou de finalidade educativa e cultural. Normalmente, as emissoras comerciais produzem os seus serviços financiados pela venda de espaços publicitários. Já as emissoras educativas e culturais, se caracterizam por serviços financiados substancialmente por recursos públicos, prestação de serviços ou publicidade institucional.

(...) a Radiodifusão de Sons e Imagens é compreendida como o conjunto de atividades encadeadas, realizadas por um ou vários agentes econômicos, necessárias à prestação do serviço de radiodifusão de sons e imagens. Emissoras que oferecem conteúdos e obras audiovisuais em grades horárias específicas, por difusão linear, ao consumidor final de forma gratuita. (MAPEAMENTO TV ABERTA, 2010, p. 4)

De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), os tipos de serviços de radiodifusão relacionados à TV aberta compreendem:

TV: Serviço de radiodifusão destinado à transmissão de sons e imagens por ondas radioelétricas.

TV Digital: Sistema de TV com transmissão, recepção e processamento digitais, podendo exibir programas por meio de equipamento digital ou de aparelho analógico acoplado a uma Unidade Receptora Decodificadora (URD).

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estação geradora de televisão para estações repetidoras ou retransmissoras, ou ainda, para outra estação geradora de televisão, cuja programação pertença a mesma rede; - Serviços Auxiliares de Radiodifusão e Correlatos (SARC) são aqueles executados pelas concessionárias ou permissionárias de serviços de radiodifusão para realizar reportagens externas, ligações entre estúdios e transmissores das estações, utilizando inclusive transceptores portáteis. São considerados correlatos ao serviço auxiliar de radiodifusão os enlaces-rádio destinados a apoiar a execução dos serviços de radiodifusão tais como: comunicação de ordens internas, telecomando e telemedição. (MAPEAMENTO TV ABERTA, 2010, p.6)

2.2.1. Marco Regulatório

De acordo com a ANCINE (2010), embora o principal instrumento regulador da atividade de radiodifusão de sons e imagens permaneça sendo o Código Brasileiro de Telecomunicações de 1962, alterado ao longo de quase cinquenta anos por decretos e leis, a Constituição Federal de 1988 estabeleceu competências, regras, procedimentos e princípios relativos às concessões de rádio e TV, criando um capítulo específico sobre a Comunicação Social5.

Porém, até bem pouco tempo, muitos aspectos trazidos pela Constituição permaneciam sem regulamentação, como é o caso do estímulo à produção independente e regional. Neste momento, logo após a recente mudança da Lei nº 12.485 (SeAC), o mercado independente de produção de conteúdo está em fase de desenvolvimento. E essas mudanças estão desencadeando novas oportunidades. Ao mesmo tempo em que existe uma aceleração por parte dos produtores independentes, percebe-se uma retração por parte das emissoras nacionais em relação aos seus quadros de colaboradores. Por conta dos inúmeros estímulos que estão sendo investidos nas produções independentes, as emissoras começam a desmantelar suas equipes criativas na tentativa de minimizar os custos e otimizar seus projetos. A Rede Record de Televisão, por exemplo, de acordo com o site Brasil 2476, dispensou aproximadamente 400 funcionários do Recnov, seus estúdios no Rio de Janeiro. Conforme informações obtidas no site, “(...) as mudanças fazem parte de reestruturação financeira conduzida por uma consultoria,

5 Ver anexo 1.

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cuja meta é terceirizar os serviços. Assim, foi montada uma equipe para analisar propostas de produtoras independentes para trabalhar com a Record.” (BRASIL247, 2013, Web)

De acordo com a ANCINE (2010), o Ministério das Comunicações (MINICOM) é quem administra as concessões de TV aberta:

(...) é sua responsabilidade a fiscalização sobre a exploração dos serviços de radiodifusão referentes aos conteúdos da programação oferecida aos consumidores, bem como a composição societária e administrativa das emissoras. Também é sua atribuição instaurar procedimentos administrativos visando apurar infrações referentes aos serviços de radiodifusão, adotando as medidas necessárias ao cumprimento das sanções aplicadas aos executantes do serviço. (MAPEAMENTO TV PAGA, 2010, p.6)

Segundo o mapeamento, a Secretaria de Serviços de Comunicação Eletrônica é responsável por toda a operação referente aos serviços de radiodifusão. “(...) Além de propor políticas, diretrizes e metas relativas à radiodifusão, faz a avaliação técnica, operacional, econômica e financeira dos executantes dos serviços de radiodifusão”. De acordo com a ANCINE (2010), a Secretaria fiscaliza:

(...) a exploração dos serviços de radiodifusão e de seus ancilares e auxiliares, nos aspectos referentes ao conteúdo de programação das emissoras, bem como à composição societária e administrativa e às condições de capacidade jurídica, econômica e financeira das pessoas jurídicas executantes desses serviços7. (MAPEAMENTO TV PAGA,

2010, p.7)

A ANCINE (2010) aponta que “(...) apesar da fiscalização da radiodifusão ser uma atribuição do MINICOM, em 2007 foi firmado o Convênio n° 01/20078 em que o órgão delega à ANATEL a competência para executar a fiscalização em relação a alguns aspectos técnicos e de conteúdo.” Ainda assim, somente em janeiro de 2011 o Ministério publicou parecer definitivo, encerrando

7 Fonte: Estrutura Regimental da Secretaria de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das

Comunicações. Decreto 5.220, de 30/09/2004. Acesso em 06/2013.

8 Disponível em: <www.mc.gov.br/images/o-ministerio/legislacao/instrucao/Convenio-012007.pdf>.

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uma longa indefinição jurídica motivada por sucessivas discordâncias entre a Consultoria Jurídica do MINICOM e a Procuradoria da Anatel em relação às competências de cada um dos órgãos9.

O novo parecer definiu que cabe à ANATEL proceder a outorga de autorização de uso de radiofrequência para o serviço de radiodifusão, bem como a certificação de equipamentos destinados à exploração de serviço de radiodifusão. Desta forma, fica responsável pela fiscalização e aplicação de sanções as irregularidades definidas pelo convênio, além de instaurar e conduzir o processo administrativo.

2.2.2. Agência Nacional de Telecomunicações

De acordo com a ANCINE (2010), este departamento fora criado pela Lei Geral de Telecomunicações (Lei 9.472/97) e dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações, onde o papel atribuído à Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) em relação a TV aberta é bastante técnico.

Conforme o artigo da mesma lei, foi excluído de sua competência:

(...) a outorga dos serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens, permanecendo no âmbito de competências do Poder Executivo, devendo a Agência elaborar e manter os respectivos planos de distribuição de canais, levando em conta, inclusive, os aspectos concernentes a evolução tecnológica. (ART. 211, 1997)

Segundo a ANCINE (2010), fica sob responsabilidade da ANATEL a administração do espectro e a manutenção do plano com relação a atribuição, distribuição e destinação de radiofrequências. Também é sua função expedir licenças de instalação e funcionamento das estações transmissoras de radiodifusão de sons e imagens, fiscalizando-as permanentemente. Caso este órgão constate alguma infração, deve imediatamente comunicar ao MINICOM, direcionando-lhes uma cópia dos autos de notificação.

(30)

2.2.3. Congresso Nacional

Conforme a ANCINE (2010), a Constituição Federal estabelece a necessidade de que a aprovação das outorgas seja apreciada pelo Congresso Nacional. O mesmo vale para a renovação das mesmas. Do Ministério das Comunicações o pedido vai para Casa Civil da Presidência que, burocraticamente, assina a renovação encaminhando o processo para o Congresso Nacional. Na apreciação pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática apenas as decisões pela não renovação vão a Plenário. De acordo com os documentos apresentados, as decisões favoráveis são apreciadas pelo conjunto de deputados apenas se houver recurso de, pelo menos, 10% dos parlamentares.

2.2.4. Sistema de Outorgas

A TV é classificada como um serviço de radiodifusão de sons e imagens, sendo regulamentado e definido com o seguinte escopo:

(...) serviços de radiodifusão têm finalidade educativa e cultural, mesmo em seus aspectos informativo e recreativo, e são considerados de interesse nacional, sendo permitida, apenas, a exploração comercial dos mesmos, na medida em que não prejudique esse interesse e aquela finalidade. (ART. 87, 1963)

(31)

A separação definitiva ocorreu somente em 1997, após as telecomunicações terem sido privatizadas e passarem a ser reguladas exclusivamente pela Lei Geral de Telecomunicações. O Decreto nº 97.057/88 alterou as definições estabelecidas originalmente, explicitando os seguintes conceitos:

Quadro 1 - Tipos de Outorga

Tipo Definição

Autorização Ato administrativo pelo qual o Poder Público competente outorga a terceiros a faculdade de explorar em nome da União, por conta própria e por tempo determinado, serviços de telecomunicações.

Concessão

Ato administrativo de natureza contratual pelo qual o Poder Público competente outorga a terceiros a faculdade de explorar, em nome da União, por tempo determinado e por conta própria, serviços públicos de telecomunicações, serviços de radiodifusão sonora de caráter nacional ou regional, serviços de radiodifusão de sons e imagens e serviços especiais de teledifusão por onda radioelétrica.

Permissão

Ato administrativo pelo qual o Poder Público competente outorga a terceiros a faculdade de explorar em nome da União, por conta própria, os serviços público-restrito, limitado interior, de radioamador, especial e de radiodifusão sonora de caráter local.

Fonte: Mapeamento TV Aberta, ANCINE, 2010, adaptado pelo autor para esta dissertação.

2.2.5. Cadeia de valor da TV aberta

(32)

a sua grade de programação, e por um conjunto de emissoras afiliadas que retransmitem parte ou a totalidade da grade televisiva.

Figura 2 – Cadeia de Valor TV aberta

Fonte: Ancine - Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações - CPqD – Estudo de Juliano C. Dall’Antonia – maio 2005. Acesso em 07/2013.

A) Produção

Em relação a fase de produção, alguns atores são importantes e fundamentais para o desenvolvimento dos conteúdos. Entre eles: os núcleos de produção das redes centrais de televisão, as produtoras independentes, assim como também as produtoras internacionais. “Entre os integrantes destas equipes, destacam-se: roteiristas, finalizadores, estúdios de dublagem, agências de publicidade, entre outros, que atuam nessa etapa, geralmente assumindo papéis associados a um dos atores principais”. (MAPEAMENTO TV PAGA, 2010, p.21)

(33)

Janeiro e conhecida como Projac10, contém cerca de dez estúdios de gravação, além de cidades cenográficas para o desenvolvimento de novelas, miniséries, filmes

e reality shows. O Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) construiu o seu centro de

televisão, o CDT11, na cidade de Osasco, região metropolitana de São Paulo. Ao ser inaugurado, o complexo configurava como o segundo maior centro de produções artísticas televisivas brasileiras, porém, em março de 2005, a Rede Record criou o seu núcleo também no Rio de Janeiro, conhecido com RecNov12, que é maior em relação ao estúdio do SBT e tornou-se, atualmente, o segundo maior centro de produções nacionais de entretenimento televisivo.

B) Programação

As programadoras realizam atividades referentes as etapas de armazenamento e organização em suas grades de programação. Na organização dos espaços ocorrem as inserções dos comerciais, a maior fonte de receitas das redes abertas brasileiras. O principal valor dessa cadeia é a audiência, logo, as emissoras elaboram suas grades de programação com o objetivo de atingir o maior número de pessoas. Assim, obtêm um preço de anúncio mais valorizado. O modelo de precificação dos horários comerciais é o índice que mede o custo por milhares de domicílios atingidos por um anúncio, nas diferentes mídias, para determinar o valor de meio-minuto de anúncio de acordo com a faixa horária. (ANCINE, 2010)

A TV Globo é a emissora que possui a grade de programação mais sólida de todas as televisões brasileiras e vem sendo copiada pelas emissoras Record e SBT, as suas principais concorrentes. O mapeamento revela que novela das seis, das sete, jornal nacional, novela das nove, seriados e filmes no final da noite e programas de auditório nos finais de semana têm sido o carro chefe deste modelo de programação. A grade de programação ajuda o telespectador a ter uma atitude mais passiva. No entanto, após a criação do controle remoto, o desenvolvimento das velocidades da internet e dos avanços tecnológicos, este comportamento vem se enfraquecendo, sendo hoje o telespectador chamado por alguns atores como interagente, pois ele direta ou indiretamente tem a possibilidade

10 Nota do autor: Projac é abreviatura de Projeto Jacarepaguá, sede da Central Globo de Produções. 11 Nota do autor: CDT é abreviatura de Centro de Televisão, sede do SBT.

(34)

de interagir com esta programação, especialmente após o advento da TV Digital. (ANCINE, 2010)

C) Distribuição

Por conta da necessidade em alcançar grandes números de audiência, a restrição da disponibilidade de espectro magnético e a ausência do impedimento legal fizeram com que as redes investissem no desenvolvimento de estações afiliadas, a fim de obter inserção comercial em todo mercado de TV, em instâncias locais e regionais. De acordo com a ANCINE (2010), essas afiliadas basicamente oferecem audiência às emissoras em troca de programação, gerando assim mais audiência e anúncios para ambas. Na prática, isso faz com que a maior parte das geradoras se comporte como meras retransmissoras, embora legalmente não sejam. As tais redes se associam convenientemente se abstendo de gerar seu próprio conteúdo ou ainda de promover espaço para produções regionais independentes. Esta é a relação fundamental que define o mercado, no entanto, nem a ANATEL, nem o MINICOM possuem o mapeamento atualizado dessas redes.

Segundo a Agência Nacional de Cinema (2010), a formação das redes nacionais de televisão requer pensar em dois planos: o comercial e o político. A soma destes dois fatores afeta tanto a distribuição geográfica das autorizações de serviço de Retransmissão de Televisão (RTV) outorgadas para prefeituras, como a opção dos governos locais por servir uma ou outra emissora. Na prática, as prefeituras municipais de Norte a Sul do país dão suporte à formação das redes nacionais de televisão, ou seja, a infraestrutura pública acaba favorecendo os interesses dos negócios privados. Ao interiorizarem as programações das emissoras, as RTVs ampliam a audiência das redes e lhes dão caráter, ao mesmo tempo, nacional e local. No setor privado estes são fortes valores a serem agregados ao preço dos espaços publicitários.

(35)

algumas poucas horas de programas e publicidade locais. As RTVs estão, na maioria das vezes, ligadas as geradoras regionais. Para as cabeças de rede, que negociam os grandes contratos publicitários de cobertura nacional, parece bom negócio aumentar sua área de cobertura. Já para estas emissoras regionais não há muita vantagem em gastar com antena, transmissor e manutenção em localidades que não tenham anunciantes de interesse regional.

2.3. TV por assinatura

Neste projeto de pesquisa será adotada a definição de TV por assinatura da ANCINE, como forma de delimitar o objeto de estudo.

(...) Conjunto de atividades encadeadas, realizadas por um ou vários agentes econômicos, necessárias à prestação dos serviços de oferta de múltiplos canais de programação cada qual com grades horárias específicas por difusão linear, com linha editorial própria, com qualidade de serviço garantida por rede dedicada, ofertados ao consumidor final de forma onerosa, para fruição em aparelhos de recepção audiovisual fixo. (MAPEAMENTO TV PAGA, 2010, p. 4)

TV por assinatura é um serviço que oferece a recepção de conteúdos específicos, normalmente determinado pela contratação de seleções de canais pré-definidos, por meio de assinatura mensal. São os chamados serviços de transmissão de som e imagem codificados, que são os sinais enviados por microondas, radiofreqüência ou feixes de luz, convertidos por receptores eletrônicos que possibilitam a apresentação dos conteúdos contratados. É uma prestação de serviço que tem pouco mais de 20 anos no Brasil e disponibiliza uma grande diversidade de canais, significativamente maior, quando comparado à TV aberta, conforme consta nos documentos disponibilizados pela ANCINE (2010).

(36)

por assinatura. Cada vez mais, os telespectadores podem escolher o que querem ver, onde, quando e como.” (OLIVEIRA, 2013, p.6)

Por conta desta conjuntura e dos próximos desafios, ainda existe um grande espaço para a TV por assinatura continuar crescendo em ritmo acelerado no Brasil, assim como temos acompanhado acontecer nos últimos 20 anos. Hoje o mercado se aproxima de 20 milhões de domicílios, onde o faturamento publicitário alcançou o valor de R$ 1,4 bilhão em 2012, e, neste momento, está surgindo no horizonte a marca de 30 milhões de assinantes já para 2015. (MÍDIA DADOS, 2013) Oliveira (2013), enfatiza que, por conta da forte expansão do setor junto as classes emergentes, este plano de crescimento acelerado nos próximos anos torna concreta a perspectiva de realização de um crescimento vertiginoso de assinantes. Conforme um levantamento realizado pela Research Digital TV13, os dados contabilizam um total de 772 milhões de domicílios com TV por assinatura no mundo ao final de 2012. O Brasil encerrou o ano como o sétimo maior mercado do mundo, com mais de 16,2 milhões de residências com TV por assinatura.

O fato é que a TV por assinatura antecipa tendências, multiplica a pluralidade de toda a sociedade, bem como influencia os demais meios, inclusive a TV aberta. Os consumidores emergentes são, agora, parte importante da audiência dos canais por assinatura. O meio vem construindo uma relação sólida, inspirada das novas tendências e linguagens, baseado no entretenimento e na troca de informações, que reescreve, neste momento, a história do consumo e impulsiona a economia brasileira. Eles têm nos canais por assinatura um dos seus mais fortes desejos, sendo atraídos pela multiplicidade dos pacotes e qualidade de recepção e de conteúdo dos canais.

Os serviços de internet banda larga e telefonia são fortes impulsionadores do setor, embora em muitas regiões do país este serviço seja oferecido de forma precária ou ainda fazendo uso de linha discada de baixa potência de transmissão. Conforme os dados da ANATEL, já são aproximadamente 6 milhões de famílias que acessam a internet a partir dos serviços de operadoras de TV por assinatura. Em março de 2012, 5.565 municípios recebiam sinal de TV por assinatura no Brasil pela tecnologia Direct to Home (DTH).

13 Disponível em: <www.teletime.com.br/09/07/2013/brasil-encerrou-2012-como-7-mai.aspx>. Acesso

(37)

2.3.1. Tecnologias de Transmissão

Segundo a ANATEL14, o serviço de TV no Brasil se dá através de quatro diferentes tecnologias de transmissão: TVC, MMDS, DTH e TVA.

A) TVC

“(...) TV a cabo consiste na distribuição de sinais mediante transporte por meios físicos. É o termo utilizado para as operadoras que retransmitem os sinais através de fibra óptica e cabos coaxiais.” (ANATEL, 2013)

Figura 3 - Sistema de TVC

Fonte: <www.anatel.gov.br/Portal/document1>. Acesso em 04/2013.

B) MMDS

“(...) Multipoint Multichannel Distribuition System utiliza a faixa de microondas para transmitir sinais recebidos em pontos determinados dentro da área de prestação do serviço. As operadoras retransmitem o sinal utilizando antenas de radiofrequência nas faixas entre 250 a 2680 MHz.” (ANATEL, 2013)

(38)

Figura 4 – Sistema de MMDS

Fonte: <www.anatel.gov.br/Portal/document2>. Acesso em 04/2013

C) DTH

“(...) Direct to Home corresponde a distribuição de sinais Satélite por antenas parabólicas divididas pelas Bandas C e Ku.” (ANATEL, 2013)

Figura 5 – Sistema de DTH

(39)

D) TVA

“(...) Serviço Especial de Televisão por Assinatura distribui sinal codificado mediante utilização de canais do espectro radioelétrico.” (ANATEL, 2013)

Figura 6 – Sistema de TVA

Fonte: <www.anatel.gov.br/Portal/document4>. Acesso em 04/2013.

De acordo com a ANCINE (2010), estas modalidades de prestação de serviços de telecomunicações possuem características normativas distintas que as diferenciam em suas naturezas, direitos e obrigações.

2.3.2. Marco Regulatório

(40)

concessão de quinze anos à entidades públicas e empresas privadas, sendo elas com capital 100% brasileiro.

Quadro 02 - Marco Legal de TV por assinatura

TV a cabo MMDS DTH TVA

Decreto nº 95.815 de 10/03/1988 CBT - Lei nº 4.117 de 27/08/1962

LGT - Lei nº 9.742 de 16/07/1997 Lei nº 8.977 de

06/01/1995 Decreto nº 2.196 de 08/04/1997

Decreto nº 2.206 de 18/04/1997 Portaria nº 256 de

18/04/1997

Portaria nº 254 de

16/04/1997 Portaria nº 321 de

21/05/1997 Portaria nº 399 de 18/08/1997

Decreto nº 95.744 de 23/02/88

Fonte: Mapeamento TV paga, ANCINE, 2010. Acesso em 05/2013.

Para a ANCINE, “(...) diferentemente dos demais serviços de TV paga que oferecem ao assinante pacotes de múltiplos canais de programação, o serviço de TVA ocupa apenas um único canal do espectro radioelétrico, sendo permitida ainda a utilização parcial sem codificação durante 45% do tempo diário” (ANCINE, 2010, p.6). Podemos verificar no quadro 3, de acordo com cada tecnologia, as características por tipo de outorga de cada modelo da TV por assinatura brasileira:

Quadro 3 – Características Normativas

TV a cabo

MMDS

DTH

TVA

regime de prestação de serviço

tipo de outorga

concessão

permissão

permissão

concessão

prazo da outorga

15 anos

10 ou 15 anos

15 anos

15 anos

participação de capital estrangeiro

49%

100%

100%

0%

"must-carry"

sim

não

não

não

privado

(41)

2.3.3. Lei de Serviço Condicionado

Na atual configuração do mercado de TV por assinatura brasileira, observamos alterações após a aprovação da Lei nº12.485 (SeAC), em 4 de agosto de 2011, que acabou definindo o marco legal na atuação das concessionárias de telefonia fixa. De acordo com o site15 da ANCINE:

(...) a Lei 12.485 foi regulamentada em 4 de junho pelas Instruções Normativas 100 e 101 da ANCINE. Todas as regras que as duas INs estabeleceram passam a vigorar a partir de 2 de setembro, garantindo a presença de mais conteúdos nacionais e independentes nos canais de TV por assinatura, a diversificação da produção e a articulação das empresas brasileiras que atuam nos vários elos cadeia produtiva do setor. (ANCINE, 2012)

De acordo com a ANCINE, a lei destrava a concorrência no setor permitindo que as concessionárias de telefonia também utilizem suas redes para fornecer serviços de TV por assinatura. Este movimento faz com que mais brasileiros tenham acesso aos serviços de TV por assinatura e demais serviços tecnológicos, como banda larga e telefonia, por um preço cada vez menor.

A Lei nº 12.485 (SeAC) que foi aprovada no Congresso Nacional em agosto de 2011, e sancionada em setembro do mesmo ano, tem como objetivo aumentar a produção e a circulação de conteúdo audiovisual brasileiro na grade das programadoras. Isto possibilitará a diversificação, a geração de empregos, o profissionalismo e o fortalecimento da cultura nacional.

Segundo o site da ANCINE “[...] a Lei é fruto do esforço coletivo do Governo Federal e dos agentes do mercado, na luta por um novo marco regulatório, atendendo aos interesses da sociedade.” (2013, Web)

15 Disponível em:

(42)

2.3.4. Lei da TV a Cabo

Segundo a ANCINE (2010), o serviço de TV a cabo, criado em lei específica e regulamentado por decreto, se caracteriza por ser um serviço de telecomunicações prestado em regime privado. A sua outorga é mediante uma concessão determinada por um prazo de 15 anos às pessoas jurídicas de direito privado que obedeçam, entre outras obrigações, o requisito de majoritariedade de capital nacional em sua composição de capital social votante.

Lei do Cabo - 8.977, 1995:

Art.7. A concessão para o serviço de TV a Cabo será dada exclusivamente à pessoa jurídica de direito privado que tenha como atividade principal a prestação deste serviço e que tenha: I – sede no Brasil;

II – pelo menos cinquenta e um por cento do capital social, com direito a voto, pertencente a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos ou a sociedade sediada no País, cujo controle pertença a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos.

Art.15. As concessionárias de telecomunicações somente serão autorizadas a operar serviço de TV a Cabo na hipótese de desinteresse manifesto de empresas privadas, caracterizado pela ausência de resposta a edital relativo a uma determinada área de prestação de serviço.

Art. 46. Quando não houver demonstração de interesse na prestação do Serviço em determinada área, caracterizada pela ausência de resposta a edital relativo a uma determinada área de prestação do serviço, o Ministério das Comunicações poderá outorgar concessão para exploração do Serviço à concessionária local de telecomunicações.

Parágrafo único. Neste caso, não haverá abertura de novo edital, bastando a manifestação de interesse por parte da concessionária local de telecomunicações. (ANCINE, 2010)

(43)

Cláusula 14.1 - Contrato de Concessão STFC:

A Concessionária poderá obter outras fontes alternativas de receitas, desde que isso não implique o descumprimento das disposições e normas constantes do Regulamento dos Serviços de Telecomunicações e das demais normas editadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL).

§ 1º Ressalvadas as hipóteses previstas em lei específica, concessão ou autorização de Serviço de TV a Cabo, na mesma área referida na cláusula 2.1, não será outorgada nem transferida pela Anatel à Concessionária, suas coligadas, controladas ou controladoras, até que seja expressamente revogada tal vedação. (ANCINE, 2010)

Outra regra existente neste serviço, conhecida informalmente como

must carry, é a distribuição obrigatória dos sinais das emissoras locais de

radiodifusão, conforme o artigo define:

Art. 23. A operadora de TV a cabo, na sua área de prestação do serviço, deverá tornar disponíveis canais para as seguintes destinações:

I - CANAIS BÁSICOS DE UTILIZAÇÃO GRATUITA:

a) Canais destinados à distribuição obrigatória, integral e simultânea, sem inserção de qualquer informação, da programação das emissoras geradoras locais de radiodifusão de sons e imagens, em VHF ou UHF, abertos e não codificados, cujo sinal alcance a área do serviço de TV a Cabo e apresente nível técnico adequado, conforme padrões estabelecidos pelo Poder Executivo. (Lei 8.977, 1995)

(44)

2.3.5. Cadeia de Valor da TV por Assinatura

A cadeia de valor para o mercado de TV por assinatura pode ser analisada através de um ciclo de atividades definidas da seguinte forma: Produção, Agenciamento, Programação, Empacotamento e Distribuição. Etapas que os conteúdos audiovisuais percorrem da criação até a recepção dos consumidores. O agenciamento, por se tratar da comercialização dos direitos sobre os conteúdos produzidos e estar diretamente ligado às empresas que produzem os conteúdos, não será abordado neste momento.

Figura 7 – Cadeia de Valor TV por assinatura

Fonte: Mapeamento TV paga, ANCINE, 2010. Acesso em 06/2013.

A) Produção

Os principais produtores de conteúdo e programação para a TV por assinatura são os grandes estúdios e redes de televisão dos EUA, onde, normalmente, também realizam a gestão e a comercialização. A competitividade de seus produtos e a sua força industrial não se devem apenas ao investimento intensivo em pesquisa e desenvolvimento dos fatores produtivos, como tecnologia, criação e talentos, mas por sua estratégia de integração vertical, com atuação em toda a cadeia de valor, aos modelos de negócios e as formas de comercialização dos serviços.

(45)

dos canais de televisão, em muitos casos empresas de um mesmo grupo, parecem firmar entre si contratos ou acordos de preferência e exclusividade no fornecimento de programação. Estes mecanismos de aproveitamento de conteúdo são vantajosos para todas as partes envolvidas, pois reduzem os custos das transações e garantem a viabilidade do negócio para ambas as empresas. Ao mesmo tempo, geram efeitos negativos para o mercado, pois induzem à concentração ao dificultar a comercialização de conteúdos de empresas fora do acordo, normalmente as pequenas programadoras independentes. (ANCINE, 2010)

No Brasil, após a recente aprovação de estímulos aos produtores independentes, os modelos de negócios que as operadoras trabalham estão sendo repensados. De agora em diante, os canais deverão possuir em suas grades de programação conteúdos criados e desenvolvidos no mercado nacional, o que impulsionará toda a cadeia de valor para os produtores. Conforme aponta a ANCINE (2010), a Lei nº 12.485 veio movimentar este ambiente, pois, entre outras determinações, impõe cotas para a inserção de conteúdo gerado por produtores independentes brasileiros mesmo em canais com perfil maduro e já bem difundido.

B) Programação

(46)

Outros canais se identificam em função do tipo de audiência (infantil, étnico) de sua programação16. Apesar da multiplicidade de gêneros e formatos televisivos desta modalidade de serviço audiovisual, os principais atrativos da TV paga para o consumidor, de forma geral no mundo inteiro, são as programações de eventos esportivos e obras não seriadas de ficção, documentário e animação. Ao lado dos mais importantes campeonatos e competições nacionais e mundiais, o vasto catálogo de obras não seriadas de ficção, documentário e animação, inéditos e não inéditos, é para a maior parte dos assinantes o principal diferencial deste segmento audiovisual. (ANCINE, 2010)

Em 2013, dentre os dez canais com maior audiência na TV paga, os quatro primeiros são os canais abertos: Globo, Record, SBT e Band, seguido por três canais infanto-juvenil: Discovery Kids, Cartoon Networking, Disney Channel, seguidos pelos canais de filmes e séries: Fox e TNT. Por último encontra-se um de esporte: Sportv, como demonstra a pesquisa Ibope publicada em fevereiro deste ano17. De acordo com a Revista Mídia Fatos18, ter mais canais de televisão é o principal motivo para que os telespectadores possuam TV por assinatura, com 60% dos votos; seguido por melhor recepção, com 50%; entretenimento e informação, com 28%; programação de filmes e séries, com 26%; além de estar em dia com as últimas tecnologias, com 20%; e ter programas de esportes, com 18%. (MIDIA FATOS, 2013)

De acordo com a ANCINE (2010), no Brasil atuam grupos de empresas programadoras que diretamente, ou através de suas representantes no país, oferecem canais comerciais para veiculação nos serviços de TV por assinatura. Com exceção da Globosat Programadora Ltda., uma empresa das organizações Globo S/A, e algumas outras pequenas programadoras nacionais, todas as demais empresas pertencem a grandes grupos internacionais de mídia e conteúdo que atuam verticalmente em diversos segmentos da cadeia de valor. A ANCINE (2010) destaca ainda que a estratégia empresarial desses grupos, principalmente sob a ótica dos distribuidores e programadores de televisão estrangeiros, é pensada para o mercado mundial, sendo o mercado brasileiro apenas mais uma de suas partes,

16 Nota do autor: A relação dos canais de TV paga comercializados no Brasil pode ser obtida em:

Converge Comunicações, Anuário de Mídias Digitais. São Paulo, 2013; e ABTA. Revista Mídia Fatos,

São Paulo, 2013. Disponível em: <www.midiafatos.com.br/index. aspx>. Acesso em 06/2013. 17 Fonte: Pesquisa Ibope Fevereiro, ANATEL, 2013.

(47)

obviamente com suas especificidades econômicas, políticas e sociais que são adequados ao contexto global.

Na programação da TV por assinatura, em território brasileiro, destaca-se a atuação do maior grupo de mídia nacional, as organizações Globo S/A. Por meio de associações com alguns grupos internacionais, juntamente com o respaldo de sua emissora de TV aberta, a Globosat explora alguns dos principais canais da TV por assinatura. Entre eles, a rede Telecine com seis canais de exibição: Telecine Premium, Telecine Action, Telecine Touch, Telecine Fun, Telecine Pipoca e Telecine Cult19; e o SporTV com três canais de exibição: SporTV, SporTV2, SporTV320.

A estratégia de atuação do grupo Globo no segmento de TV por assinatura, com o suposto aprisionamento dos consumidores a partir de canais exclusivos, foi questionada no âmbito de Conselho Administrativo de Direito Econômico (CADE) como prejudicial à livre concorrência e à livre iniciativa pela associação Neo TV21. A reclamante alegava que, em função do poder econômico da Globosat, eles estariam restringindo o canal SporTV - que exibe os principais eventos esportivos do país - às operadoras vinculadas a seu grupo empresarial: NET e SKY.

Este controle de conteúdo essencial é um diferencial para o mercado e estaria impossibilitando a competição entre as operadoras, o que traria prejuízo aos consumidores. O processo originou em um Termo de Compromisso de Cessação (TCC), celebrado entre o conselho e a Globosat, que permitiu às operadoras concorrentes do sistema NET Brasil adquirirem estes canais que antes estavam reservados apenas para as afiliadas da Globosat, sejam elas empresas próprias ou franqueadas, além da SKY.

A Neo TV é uma associação de operadores de TV por assinatura que possui como atividade a negociação de condições mais vantajosas na compra de programação para seus membros. Atualmente, a associação Neo TV representa 133 Associados22 de TV por assinatura e Internet banda larga, atuando em mais de 458 cidades. As operações associadas à Neo TV estão presentes em 19 dos 27 Estados brasileiros. Além do foco principal em negociação de programação, também atua na elaboração de grade de programação (line ups), confecção de contratos, suporte

19 Disponível em: <www.telecine.globo.com>. Acesso em 07/2013. 20 Disponível em: <www.sportv.globo.com/site>. Acesso em 07/2013.

21 Nota do autor: Uma entidade que representa os pequenos operadores de TV paga no país.

(48)

informacional (fazendo a ponte entre o programador e o associado), suporte na área financeira (relativo a reporte de assinantes) e atualmente vem alterando seu foco para a representação institucional de seus associados. Recentemente os maiores operadores da associação, a TVA/Telefônica e a OiTv, passaram a negociar a programação de forma independente. (NEOTV, 2013, Web)

C) Empacotamento

A atividade de empacotamento consiste na organização, em última instância, de canais de programação a serem distribuídos para o assinante. No atual modelo de negócios do mercado, a atividade é desempenhada pelas próprias operadoras. De acordo com a ANCINE (2010), o único agente exclusivamente dedicado a esta atividade no Brasil é a empresa NET Brasil, do grupo Globo, que atua como intermediária na comercialização de canais para operadoras vinculadas ao seu modelo de empacotamento e na venda dos canais Globosat para outras operadoras. Para Oliveira (2013), no Brasil existem atualmente 220 canais23 de programação de âmbito nacional ou regional sendo transmitidos por meio dos serviços de TV por assinatura. Esses canais são ofertados ao assinante de forma estratificada, agrupados por pacotes de programação. Apesar da variação existente nas estratégias de venda dos operadores, o empacotamento dos canais praticado pelo mercado segue uma lógica comum em função de três fatores principais: a quantidade de canais do pacote, o custo de aquisição dos canais e o poder de mercado da operadora-cliente.

Ao examinar os pacotes das principais operadoras do país é possível identificar o modelo de negócios tradicional de empacotamento uma escala crescente com quatro faixas distintas de pacotes em função de preço, quantidade e qualidade da programação. Pela nomenclatura usual são classificados em seleções: Básica, Intermediária, Premium e Completa. As seleções Básicas compreendem os pacotes mais em conta de cada operadora e oferecem uma quantidade menor de canais. Com um perfil mais genérico, são pacotes que normalmente contêm canais abertos, canais públicos e pelo menos um canal de cada gênero: infantil, jornalismo, variedades, filmes e etc. (MÍDIA FATOS, 2013, p.6)

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