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SURTO DE TOXINFECCAO ALIMENTAR POR SALMONELLA BREDENEY

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Academic year: 2017

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Notas Epidemiológicas

SURTO DE TOXINFECCÃO ALIMENTAR POR SALMONELLA BREDENEY

Mariza Landgraf *

José Ângelo Gonçalves* * Deise Pasetto Falcão***

Um surto de toxinfecção alimentar por S. bredeney ocorreu na cidiade de Araraquara em 1983. A partir da madrugada do dia 7 de abril até o final da tarde desse mesmo dia, 561 operários de uma indústria apresentaram problemas gastrintestinais. A refeição suspei-ta de ser a causadora do surto foi servida para 922 pessoas, no refeitório da indústria, durante o almoço do dia anterior. Tal refei-ção constava de carne assada com molho, lin-güiça assada, salada, arroz, feijão, pão, abaca-xi, bem como água e leite. A sintomatologia clínica e a ocorrência de febre sugeriram um quadro de gastrenterite por Salmonella.

Os sintomas predominantes foram diar-réia, dores abdominais, vômito e febre (38oC

em média). O período da doença foi, em média, 3 dias, quando a maioria dos pacien-tes esteve incapacitada para o trabalho. Aproximadamente 7,5% dos pacientes preci-saram ser hospitalizados, mas não ocorreu qualquer óbito.

O laboratório de Microbiologia da Facul-dade de Ciências Farmacêuticas da Univer-sidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (UNESP) foi solicitado a realizar coprocul-turas e análise microbiológica de alimentos servidos durante a refeição, provavelmente relacionada ao surto.

Realizaram-se 17 coproculturas e análise de porções de alguns alimentos servidos na refeição suspeita: carne assada com molho, maionese, bacon (que havia sido cozido no feijão), leite, pimenta do reino, lingüiça crua pois a assada havia sido toda consumida), e de água potável e água do banho-maria utili-zado no aquecimento dos alimentos. Porções dos demais alimentos não se encontravam disponíveis.

As coproculturas foram realizadas segun-do as técnicas usuais1, empregando no

enri-quecimento os caldos de tetrationato de Kauffmann e selenito. As colônias suspeitas relativas a 17 coproculturas foram identifi-cadas bioquímica e sorologicamente através de soros polivalentes O e H anti-salmonela, quando se confirmou a presença de Salmo-nella sp. Nos meios seletivos diferenciadores isolou-se Salmonella praticamente em cultu-ra pucultu-ra, o mesmo ocorrendo após a semea-dura direta. Todas as amostras de Salmonella sp., após tipagem, foram identificadas como S. bredeney.

As amostras de alimentos, água e especia-ria foram cultivadas segundo as técnicas pre-conizadas, pela American Public Health As-sociation2 , sempre utilizando como

enrique-cimento o caldo de tetraionato de

Kauf-* Do Departamento de Alimentos e Nutrição da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (UNESP) "Campus" de Araraquara Caixa Postal 13114800 -Araraquara, SP - Brasil.

** Médico do trabalho. Araraquara, SP - Brasil.

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fmann e caldo selenito cistina. As culturas foram realizadas em duplicata e em alguns casos em triplicata. Não foi isolada S. brede-ney a partir de qualquer das amostras exami-nadas. Da lingüiça crua isolou-se Salmonella 4, 5, 12:i:-monofásica,diferente portanto do sorotipo isolado das fezes dos doentes.

Por motivos alheios à nossa vontade nío foi possível fazer um levantamento dos ali-mentos ingeridos por todas as 922 pessoas que tomaram a refeição, provavelmente

rela-cionada ao surto, mas apenas com parte dos doentes. Assim, não foi possível realizar o traçado epidemiológico do surto.

Deve ser ressaltado que as 17 coprocultu-ras foram positivas para Salmonella bredeney e que para todos os pacientes a fonte de in-fecção foi, provavelmente, a mesma, ou seja, o restaurante da indústria. Assim, pode ser considerado então que o veículo do agente etiológico envolvido no surto deve ter sido um ou mais alimentos servidos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. EDWARDS, P.R. & EWING, W.tt Identifica-tion ofEnterobacteriaceae. 3 ed. Minnea-polis, Burgess Publishing, 1972.

2. POELMA. P.L. & SILLIKER, J.tt Salmonet, ¡a. In: Speck. M.L., ed. Compendium of methods for the microbiological

examina-tion of foods. Washington, D.C., American

Public Health Association, 1976. p.

301-28.

Recebido para publicação em 31/07/1984. Reapresentado em 07/01/1985.

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