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Fatores de Sucesso Para a Abertura e Sobrevivência das Micro e Pequenas Empresas do Estado de Pernambuco Participantes do Prêmio MPE Brasil 2013

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Faculdade Boa Viagem - Devry

Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração Mestrado Profissional em Gestão Empresarial

Cícero Carlos Alves Galvão

FATORES DE SUCESSO PARA A ABERTURA E SOBREVIVÊNCIA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO ESTADO DE PERNAMBUCO PARTICIPANTES DO

PRÊMIO MPE BRASIL 2013

Orientador: Prof. James Anthony Falk, PhD

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FACULDADE BOA VIAGEM – DeVry Brasil

CPPA – CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MPGE- MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO

EMPRESARIAL

CLASSIFICAÇÃO DE ACESSO A DISSERTAÇÕES

Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o acesso à dissertação do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial - MPGE do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA – da Faculdade Boa Viagem é definido em três graus:

 Grau 1: livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e indiretas);

 Grau 2: com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em conseqüência, restrita a consulta em ambientes de bibliotecas com saída controlada;

 Grau 3: apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob chave ou custódia;

A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor.

Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, afim de que se preservem as condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área de administração.

Título da Dissertação: “FATORES DE SUCESSO PARA A ABERTURA E SOBREVIVÊNCIA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO ESTADO DE PERNAMBUCO PARTICIPANTES DO PRÊMIO MPE BRASIL 2013”

Nome do autor: Cícero Carlos Alves Galvão

Data da Aprovação: 30 de junho de 2015

Classificação conforme especificação acima:

Grau 1

X

Grau 2

Grau 3

Recife, 25 de setembro de 2015

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Cícero Carlos Alves Galvão

FATORES DE SUCESSO PARA A ABERTURA E SOBREVIVÊNCIA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO ESTADO DE PERNAMBUCO PARTICIPANTES DO

PRÊMIO MPE BRASIL 2013

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Gestão Empresarial, Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração, Faculdade Boa Viagem - Devry, como requisito à obtenção do título de Mestre em Administração.

Orientador: Prof. James Anthony Falk, PhD

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Catalogação na fonte -

Biblioteca da Faculdade Boa Viagem - DeVry, Recife/PE

G182fGalvão, Cícero Carlos Alves.

Fatores de sucesso para a abertura e sobrevivência das micro e pequenas empresas do Estado de Pernambuco participantes do prêmio MPE Brasil 2013. / Cícero Carlos Alves Galvão. – Recife: FBV | DeVry, 2015.

104 f. : il.

Orientador(a): James Anthony Falk.

Dissertação (Mestrado) Gestão Empresarial -- Faculdade Boa Viagem | Devry.

1. Fatores de sucesso. 2. Micro e pequenas empresas. 3. Conhecimento prévio de mercado. 4. Abertura de novos negócios. I. Título.

DISS 658[15.1]

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Faculdade Boa Viagem | DeVry Brasil

Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA Curso de Mestrado Profissional em Gestão Empresarial – MPGE

Fatores de sucesso para a abertura e sobrevivência das Micro e Pequenas Empresas do Estado de Pernambuco participantes do prêmio MPE Brasil 2013

CÍCERO CARLOS ALVES GALVÃO

Dissertação submetida ao corpo docente do

Mestrado Profissional em Gestão Empresarial (MPGE) do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração (CPPA) da

Faculdade Boa Viagem (FBV) e aprovado em 30 de junho de 2015

Banca Examinadora:

James Anthony Falk, Ph. D., Faculdade Boa Viagem (Orientador)

André Marques Cavalcanti, Doutor, Universidade Federal de Pernambuco (Examinador Externo)

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por iluminar todos os dias o meu caminho, sendo minha proteção, e por me dar força todos os dias para continuar a minha luta e atingir meus objetivos.

Quero agradece principalmente aos meus pais, pela educação que me deram. Meu eterno pai José Cícero (in memorian) por ter sido a pessoa que mais vibrava pelas minhas conquistas,

mesmo do seu jeito fechado. Tenho convicção que ele está vibrando com mais essa conquista. Minha mãe e fonte de inspiração, Ciana, pelo amor incondicional, por ser para mim um exemplo de garra e pela força que sempre demonstrou, sou extremamente grato a ela por tudo.

Aos meus irmãos, Paulo César e Ivson Cláudio, por serem meus grandes companheiros, estando sempre ao meu lado, me ajudando no dia a dia, principalmente nos momentos de grandes dificuldades e distante de toda a família.

Agradecer a toda a minha família, tios e tias, em especial, por serem para mim exemplo de sabedoria, em sua maioria, as grandes propulsoras do conhecimento. A tia Silvia e Jada, pelo carinho, por considerarem-me como parte de sua família e pela sua fé, me incluindo sempre em suas orações.

Quero agradecer mais que merecidamente aos professores Roberto Falcão e Eduardo Sotero, por terem me ajudado sem medir esforços, por terem sido a minha influência de vida e conscientização. Com seus exemplos de sapiência, fizeram despertar em mim o pensamento crítico. Ao meu orientador, professor James Anthony Falk, que me ajudou para a conclusão de mais essa etapa da minha carreira.

A todos os meus amigos e colegas do mestrado, meus grandes amigos Marcos Wildes e Neyrton Cardoso, por serem para mim como irmãos e estarem presente em muitos momentos bons e difíceis da minha caminhada, acreditando sempre nas minhas vitórias.

Quero agradecer às pessoas que primeiro me estenderam a mão ao chegar à capital pernambucana: Socorro Galvão, Duda de Sandra e Jordan Lócio, pois, sem eles, não teria conseguido chegar onde cheguei.

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o estopim da minha decisão em deixar o interior e vir batalhar por uma vida melhor na capital, uma vez que alguns deles não acreditavam que um dia eu teria sucesso na vida.

Aos diretores do SEBRAE-PE, que confiaram no meu potencial e permitiram a minha participação no mestrado. Sem a compreensão de vocês, não teria alcançado este objetivo. Espero poder retribuir.

Ao meu tutor/mestre Adriano Gomes que é, sobretudo, um exemplo de profissionalismo. Foi a pessoa que me apoiou, deu subsídios para o meu crescimento profissional e também foi a partir de uma conversa com ele que surgiu a ideia principal desse trabalho. Portanto, esse mérito também é seu.

À pessoa que tem sido uma grande companhia e me ajudado muito nos últimos tempos: Abel Braga, não poderia deixar de agradecer por toda contribuição para o alcance dessa meta.

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“Tudo posso naquele que me fortalece.” “Nada e ninguém no mundo vai me fazer

desistir.”

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RESUMO

O presente estudo tem como base analisar as questões que permeiam o universo dos pequenos negócios, partindo da preocupação com a mortalidade precoce das micro e pequenas empresas brasileiras, em especial no estado de Pernambuco. O objetivo principal é identificar fatores, principalmente durante a fase de abertura, à médio ou longo prazo, que possam ser determinantes para o sucesso. Por isso, é de fundamental importância obter informações para subsidiar estas empresas visando à atuação de entidades como o SEBRAE no desenvolvimento de programas de apoio ao segmento dos pequenos negócios. A pesquisa foi realizada com as empresas participantes do Prêmio MPE Brasil promovido no Estado de Pernambuco no ano de 2013. O critério adotado para a definição da amostra foi aproveitar o nível de qualidade e experiência das principais empresas participantes. Portanto, foram escolhidas as 20 empresas finalistas do Prêmio, das quais 19 responderam, representando 95% da amostra. Uma amostra dos não finalistas do prêmio foi utilizada para fins de comparação com a amostra principal. Os dados da pesquisa foram coletados por meio do envio de questionários on-line, telefone e entrevistas. A metodologia teve uma abordagem quantitativa

e qualitativa, contendo análise de conteúdo, análise de documento e análise estatística descritiva através da média, desvio padrão e frequências. Por fim, os dados obtidos mostraram que os fatores de sucesso presentes na literatura estão condizentes com a realidade empresarial do momento atual demonstrando grande importância para o conhecimento prévio de mercado. Para as empresas vencedoras do prêmio, a cultura é mais direcionada a razões financeiras e os indicadores de fracasso sugeridos na literatura quase não existem como empecilho de sucesso dessas empresas. Os finalistas do prêmio entendem que uma gestão baseada em indicadores é a melhor maneira de garantir o sucesso e demonstram um nível bem mais acentuado dos fatores de excelência em gestão do que as empresas não finalistas. Ademais, não apenas a aplicação dos conceitos é importante para o sucesso, como também os atributos pessoais do empreendedor, o nível de envolvimento, a qualificação e o conhecimento amplo sobre o negócio são primordiais para se abrir uma empresa e conseguir alcançar os objetivos almejados.

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ABSTRACT

This study is based on analyzing the issues that permeate the universe of small businesses, based on the concern about the early death of brazilian micro and small enterprises, especially in the state of Pernambuco. The main objective is to identify factors, especially during the opening phase and the medium to long term, which can be crucial to success. So it is extremely important information to support these companies with a view to performance of entities such as the SEBRAE in the development of support to the small business segment programs. The survey was conducted with the participating companies promoted Award MPE Brazil in the state of Pernambuco in 2013. The criterion used to define the sample enjoy the quality and experience of the principal companies involved, so the 20 finalists were chosen award, of which 19 responded, representing 95% of the sample. A sample of non-finalists award was used for comparison purposes with the main sample. The survey data was collected by sending questionnaires online, by telephone and interviews. The methodology had a quantitative and qualitative approach containing content analysis, document analysis and descriptive statistics through the mean, standard deviation and frequencies. Finally, the data showed that the success factors in the literature are consistent with the business reality of the present moment showing great importance to the prior knowledge of the market. For the winning companies award culture is more targeted to financial reasons and failure indicators suggested in the literature hardly exist as a successful deterrent of these companies. Finalists prize understand that an indicator-based management is the best way to ensure success and demonstrate a much more pronounced level of excellence in management of the factors that companies do not finalists. Moreover, not only the application of the concepts is important for the success but also the personal attributes of the entrepreneur, the level of involvement, qualifications and broad knowledge of the business are essential to start a business and achieving the desired objectives.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - As causas mais comuns de falhas no negócio ... 19

Quadro 2 - Classificação das empresas segundo o número de funcionários ... 25

Quadro 3 - Classificação das empresas segundo o faturamento bruto anual ... 26

Quadro 4 - Taxas de sobrevivência ... 36

Quadro 5 - Fatores Condicionantes para o sucesso empresarial 1 ... 49

Quadro 6 - Fatores Condicionantes para o sucesso empresarial 2 ... 49

Quadro 7 - Fatores Condicionantes para o sucesso empresarial 3 ... 50

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LISTA DE GRÁFICOS

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - The 6 Sucess Factors ... 53

Figura 2 - Etapas do processo de premiação MPE Brasil ... 58

Figura 3 - Modelo de Excelência da Gestão (MEG) ... 59

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Quantidade de registros dos termos nos portais de periódicos ... 22

Tabela 2 - Percentual de empresas por porte no Brasil (2012) ... 31

Tabela 3 - Total de empresas por setor no Brasil ... 32

Tabela 4 - Número de empregos formais no Brasil (2012) ... 34

Tabela 5 - Emprego por tamanho de estabelecimento ... 35

Tabela 6 - Classificação por faturamento ... 64

Tabela 7 - Porte por pessoas ocupadas ... 64

Tabela 8 - Setor de Atividade ... 64

Tabela 9 - Grau de escolaridade ... 64

Tabela 10 - Empreendedores por sexo ... 64

Tabela 11 - Universo da População-alvo ... 65

Tabela 12 - Profissionais ou instituições que assessoraram na abertura da empresa ... 67

Tabela 13 - Áreas de conhecimento mais importantes para o sucesso do negócio, no primeiro ano de atividade ... 71

Tabela 14 - Fatores mais importantes para o sucesso na fase de abertura da empresa ... 74

Tabela 15 - Fatores mais importantes para o sucesso de uma empresa a médio ou longo prazo ... 78

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LISTA DE SIGLAS

CDL Câmara dos Dirigentes Lojistas

CNAE Código Nacional de Atividades Econômicas CSF Critical Success Factor

EPP Empresa de Pequeno Porte FGV Fundação Getúlio Vargas

FNQ Fundação Nacional de Qualidade GEM Global Entrepreneurship Monitor

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBQP Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade ITEP Instituto de Tecnologia de Pernambuco

JUCEPE Junta Comercial de Pernambuco

LC Lei Complementar

ME Micro Empresa

MEG Modelo de Excelência da Gestão MEI Micro Empreendedor Individual MGE Média e Grande Empresa

MPE Micro e Pequena Empresa

MTE Ministério do Trabalho e Emprego

NECTAR Núcleo de Empreendimentos em Ciência Tecnologia e Arte PIB Produto Interno Bruto

PNQ Programa Nacional da Qualidade RAIS Relação Anual de Informações Sociais

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 16

1.1 Caracterização do problema ... 18

1.2. Objetivos ... 20

1.2.1. Objetivo geral ... 20

1.2.2. Objetivos específicos ... 21

1.3. Justificativas ... 21

1.3.1. Justificativa teórica ... 21

1.3.2. Justificativa prática ... 23

2. REFERENCIAL TEÓRICO ... 25

2.1. Micro empresas e empresas de pequeno porte ... 25

2.2. A constituição federal e o estatuto das micro e pequenas empresas ... 27

2.3. A importância das MEs e EPPs para a economia e a sociedade ... 30

2.3.1. Número de empresas formais ... 31

2.3.2. Número de pessoas ocupadas ... 33

2.3.3. Ciclos de vida das micro e pequenas empresas ... 35

2.4. Inexistência empreendedora e o insucesso ... 37

2.5. Sucesso empresarial ... 41

2.5.1. Fatores condicionantes para o sucesso ... 45

2.5.2. Critical success factor ... 50

2.6. Sobre o Prêmio MPE Brasil ... 55

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 60

3.1. Delineamento da pesquisa ... 60

3.2. Unidade de análise ... 60

3.3. Locus da pesquisa ... 60

(18)

3.5. Tratamento e análise dos dados ... 62

3.6. Limites e limitações ... 63

4. ANÁLISE DOS DADOS ... 64

4.1. Análises quantitativas e qualitativas ... 64

4.1.1. Dados preliminares da pesquisa ... 64

4.1.2. Descrição da amostra ... 65

4.1.3. Análises dos dados ... 65

REFERÊNCIAS ... 94

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1. INTRODUÇÃO

Sabe-se que é cada vez maior o número de novos empreendimentos no país, com as micro e pequenas empresas liderando esse ranking. Em 2011, o Brasil foi considerado o 12º país mais

empreendedor do mundo pelos estudos da Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2011),

com um crescimento de 14,9% de novos empreendimentos, confirmando que o empreendedorismo no Brasil tem um papel fundamental para o desenvolvimento de emprego e renda.

A pesquisa GEM é a maior referência mundial em empreendedorismo, sendo caracterizada como um importante estudo sobre a atividade empreendedora. Os resultados obtidos em cada país são apresentados em diversas categorias, que servem de parâmetro para comparação dos dados entre os países participantes da pesquisa e também para acompanhar a evolução da atividade no mesmo.

As visões empreendedoras apoiam-se no conhecimento. Filion (1991) conecta o empreendedor à Sociedade do Conhecimento ao defini-lo como um ser visionário, capaz de imaginar e realizar visões, utilizando, para isso, cinco fundamentos: energia, liderança, redes, conhecimento de si e conhecimento do setor. Além disso, para detectar oportunidades de negócios, é preciso ter intuição, intuição requer entendimento, e entendimento requer um nível mínimo de conhecimento (FILION, 1999).

Os empreendedores representam e desempenham uma importante influência na esfera econômica e social para o país, estando em crescente expansão. Dornelas (2008, p. 6) afirma que os empreendedores estão “eliminando barreiras comerciais, e culturais, encurtando

distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza para a sociedade”.

Contudo, eles ainda enfrentam algumas dificuldades nas questões gerenciais e financeiras, que interrompem o seu desenvolvimento de uma forma sustentável.

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entre outras instituições que avaliam diversas variáveis e a evolução das MPEs em determinados períodos. Foi observado quemuitas dessas empresas entram em falência devido a diversos fatores, dentre alguns, pode-se citar, principalmente, as falhas gerenciais e a falta de conhecimento de mercado (SEBRAE, 2007).

Whetten (1987) apud Carmo (2000) notou a vulnerabilidade das organizações nas suas infâncias, referindo-se que a mortalidade infantil é mais frequente que a senilidade. O autor reconhece que o insucesso pode ocorrer em qualquer idade, mas, por esse mesmo motivo, não há como não abordar a relação entre a morte e a idade organizacional. Ainda que se tenha em consideração as idades cronológica e organizacional.

Mas, de fato, será que os fatores responsáveis pelo sucesso e sobrevivência de outras micro e pequenas empresas são os mesmos fatores, mas no sentido oposto, ou seja, boa gerência, situação econômica favorável, despesas controladas, conhecimento de mercado atualizado? E o que quer dizer, em termos práticos, uma boa gestão, uma situação econômica favorável, sucesso nos negócios e como se devem controlar as despesas? Estas perguntas precisam ser melhor definidas.

No mundo contemporâneo, entende-se que as palavras de ordem estão ligadas a tempo, velocidade, habilidade, capacidade, qualidade e custos. A capacidade de reação empreendedora, mesmo em ambientes adversos, não deve se limitar à gestão de suas empresas, deve também ser aplicada nos momentos de solucionar questões decorrentes de operações diversas do empreendimento.

Não obstante, tem-se acompanhado que o processo de terceirização de algumas atividades secundárias das grandes indústrias, visando redução dos custos e encargos com funcionários, fez com que aumentasse o número de MPE prestadoras de serviços. Estas empresas são responsáveis pela maior parcela da geração de emprego e renda, segundo pesquisa divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE (2012), através do Relatório Anual de Informações Sociais – RAIS, contribuindo assim para o aumento do PIB e alavancando a economia. Portanto, é de extrema importância para o país manter estas empresas em pleno funcionamento. Assim sendo, não apenas as políticas de fomento são importantes nesse contexto, como também é mister buscar soluções para a mortalidade precoce das micro e

(21)

1.1 Caracterização do problema

Muitos são os fatores que levam as pessoas a empreender e abrir seu próprio negócio, dentre os quais podem ser citados os grupos de pessoas empreendedoras, pessoas que perderam o emprego, aquelas que querem ser independentes, e jovens recém-formados, com muitas ideias e poucas experiências. Grande parte das novas empresas é criada por jovens empreendedores. (BORGES; FILION; SIMARD, 2008).

As motivações para empreender consideradas pelo GEM (2011) surgem da oportunidade e da necessidade. Para Archer (1997), um fator motivador é mais do que um simples objetivo, é algo que satisfaz a uma necessidade, ou seja, a motivação ocorre em função da satisfação das necessidades internas de cada indivíduo, que cada pessoa persegue de maneira evolutiva.

Os empreendedores por necessidade são aqueles que encontram no empreendedorismo a satisfação para sua necessidade de emprego e renda. Eles encontram no empreendedorismo a única opção de renda. O Brasil ocupa a 4ª (quarta) posição no ranking de empreendedorismo

por necessidade (GEM, 2011).

Mesmo com a imensa desigualdade social, em 2010 o Brasil superou a razão de dois empreendedores por oportunidade para cada um por necessidade. Esse empreendedorismo por necessidade tem relação direta com a situação econômica e com o cenário de crescimento da economia do país. Portanto, no cenário brasileiro observado nos últimos anos, a progressão positiva da oferta de emprego tende a diminuir a criação de negócios por necessidade. Todavia, apesar do empreendedorismo por oportunidade vir crescendo no Brasil, o número de negócios por necessidade ainda é muito grande (GEM, 2011).

Essa necessidade tem levado muitas pessoas a empreender de maneira equivocada. Em busca de uma opção de renda, não atinam, muitas vezes, para o planejamento e gestão do negócio, estudo do mercado, local apropriado, concorrência, clientes e fornecedores, ocasionando a falência precoce da empresa. Na verdade, todos estes fatores somados acabam por prejudicar a competitividade das empresas.

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Juntas Comerciais Estaduais nos anos de 2003, 2004 e 2005, abrangendo as 27 Unidades da Federação. Diante disso, foram apontadas as possíveis causas de mortalidade nas empresas que são apresentadas no quadro 1, e algumas das razões para a formulação de políticas públicas destinadas aos pequenos negócios.

Quadro 1 - As causas mais comuns de falhas no negócio

Inexperiência- 72 %

Falta de experiência de campo Falta de experiência profissional

Falta de experiência específica sobre o negócio Falta de informação

Falta de planejamento Ponto / Local inadequado

Fatores econômicos - 20 %

Falta de capital de giro Lucros insuficientes Juros elevados

Falta de clientes / Perda de mercado Dificuldade de acesso a crédito financeiro Maus pagadores

Recessão econômica

Vendas Insuficientes - 11 %

Fraca competitividade Concorrência

Falta de mão-de-obra qualificada

Despesas excessivas - 8 % Dívidas descontroladas Carga tributária elevada

Outras causas - 3 % Clientes insatisfeitos Fraudes

Fonte: Elaboração própria (2014), adaptado de SEBRAE (2007).

Ressalta-se o expressivo percentual envolvendo o fator da inexperiência, que diz respeito ao baixo nível de preparação no início das atividades, ou antes mesmo de abrir o próprio negócio. Perante esse emblemático quadro, decorre que muitos empresários e empreendedores busquem soluções em órgãos como o SEBRAE.

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competitividade e o desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas e fomentar o empreendedorismo. Para que uma empresa possa se sustentar, o SEBRAE busca subsidiar dados, da melhor forma possível, para que o cliente assuma os riscos, identificáveis ou não, do negócio, de forma mais consciente.

Atualmente, o cliente atendido na Orientação Empresarial do SEBRAE/PE, o qual pretende abrir um novo negócio, denominado de demanda espontânea, recebe o atendimento padrão que, neste caso, restringe-se a informá-lo sobre como abrir o empreendimento, esclarecendo-o acerca desclarecendo-os requisitesclarecendo-os legais juntesclarecendo-o aesclarecendo-os órgãesclarecendo-os cesclarecendo-ompetentes e das fesclarecendo-ormas de tributaçãesclarecendo-o que incidirão sobre o faturamento da empresa. O foco da orientação está em esclarecer sobre as condições para abrir o negócio e as formas básicas de gestão.

Paralelamente, o SEBRAE/PE executa, em suas ações, pesquisas e diagnósticos empresariais que, todavia, servem apenas para ações pontuais e/ou setoriais, não sendo inseridos ou fazendo parte de qualquer banco de dados facilmente acessível.

Os diversos fatores, porém, que venham subsidiar a decisão dos empreendedores na abertura da empresa, de forma a minimizar os riscos assumidos, não são completamente abordados. Em virtude disto, apresenta-se a seguinte pergunta da pesquisa: Que fatores foram mais determinantes para o sucesso durante a fase de abertura e sobrevivência de micro e pequenas empresas do estado de Pernambuco participantes do prêmio MPE Brasil 2013?

1.2. Objetivos

Os objetivos apresentados a seguir serão levantados e contemplados por porte das empresas e por setores econômicos e seus ramos de atividade econômica, representando o que se pretende alcançar com este estudo.

1.2.1. Objetivo geral

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1.2.2. Objetivos específicos

1. Verificar o grau de importância dado pelos executivos responsáveis por micro e pequenas empresas de sucesso em Pernambuco para fatores de sucesso conhecidos na literatura;

2. Definir até que ponto o conhecimento prévio de mercado é um fator importante para a abertura e crescimento das micro e pequenas empresas;

3. Analisar o que, de fato, é considerado sucesso na visão dos entrevistados;

4. Examinar quais as dificuldades percebidas que podem impedir o alcance do sucesso;

5. Levantar outros fatores de sucesso diferentes da literatura indicados pelos executivos responsáveis pelas micro e pequenas empresas bem sucedidas;

6. Estabelecer a diferença entre os fatores de excelência na gestão das empresas finalistas do Prêmio e as não finalistas;

1.3. Justificativas

Justifica-se o presente estudo através das relevâncias teóricas e práticas apresentadas a seguir. As justificativas teóricas visam preencher lacunas científicas, de registros não encontrados nas bases pesquisadas. As práticas buscam contemplar os stakeholders, que poderão ser

beneficiados com o estudo, como exemplo, empreendedores, micro e pequenos empresários, a sociedade e o governo.

1.3.1. Justificativa teórica

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Tabela 1 - Quantidade de registros dos termos nos portais de periódicos

Termo Pesquisado SCIELO CAPES

Empresas de sucesso 127 1 1.644 7

Fatores de sucesso 379 18 2162 34

Micro e pequenas empresas de sucesso

43 33 730 198

Fatores de sucesso de micro e pequenas empresas

0 0 84 0

Fatores de sucesso para a abertura e sobrevivência das micro e pequenas empresas

0 0 14 0

Fatores de sucesso para a abertura e sobrevivência das micro e pequenas empresas do estado de Pernambuco

0 0 14 0

Fonte: Elaboração própria (2014). Acessos em: 30 maio 2015.

Como apresentado na tabela 1, várias pesquisas já foram registradas contemplando separadamente os termos fatores de sucesso, micro e pequenas empresas e empresas de sucesso. Porém, não foram registradas pesquisas que contemplaram os constructos em um mesmo estudo.

A pesquisa aos periódicos foi realizada de duas formas: com frase digitada entre aspas e com frase digitada sem as aspas. Logo, optou-se por distribuir os resultados em duas colunas: a primeira coluna com os resultados das frases consultadas sem o uso das aspas; já a segunda coluna com os resultados das consultas com o uso das aspas nas frases. Dessa forma, pode-se observar o conteúdo dos periódicos relacionados com o tema estudado.

Quando pesquisado pela frase “Fatores de sucesso de micro e pequenas empresas”, apareceram 84 resultados. Mas, após verificação, apenas seis estão relacionados diretamente com o tema aqui proposto. Ademais, quando pesquisado por “Conhecimento prévio de mercado no sucesso de micro e pequenas empresas” e “Fatores de sucesso para a abertura e

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primeiro caso e 14 para o segundo, não havendo relacionamento com o tema estudado; o teor dos artigos publicados trata de outros assuntos.

1.3.2. Justificativa prática

A preocupação com a questão da sobrevivência empresarial, principalmente dos pequenos negócios, já indica um universo de estudos voltados a essa problemática. Porém, no Brasil, não se tem tanta tradição de realizar pesquisas voltadas para a dinâmica empresarial, especificamente dos movimentos relacionados com o nascimento e a mortalidade das micro e pequenas empresas.

A mortalidade empresarial, por estar naturalmente associada à dinâmica dos pequenos negócios, dramatiza a vida de muitas pessoas, excepcionalmente daquelas sem experiência, que resolvem implantar um pequeno negócio sem dispor das informações mínimas necessárias a uma adequada conduta da empresa.

A falência precoce é encarada no Brasil como um grande percalço na vida das micro e pequenas empresas e a evolução dos índices é demonstrada em pesquisa do SEBRAE-SP (2010), como apresentado no gráfico 1.

Gráfico 1 - Sobrevivência e mortalidade das MPE (2010)

(27)

Como apontado por diversas pesquisas (SEBRAE, 2007; IBGE, 2010; Dieese, 2013; Serasa Experian, 2013), apesar do índice de mortalidade das MPEs vir diminuindo ao passar do tempo, no Brasil, esse índice ainda é bem significativo, principalmente quando se trata do estágio inicial do negócio (os primeiros três anos de existência), devendo o empreendedor atentar para quais os principais fatores que levam a empresa à falência.

Drucker (2002) observa que o sucesso pode não ser permanente, pois as empresas são criações humanas desprovidas de permanência real, devendo estas sobreviver além do período de vida de seu fundador, prestando a contribuição que devem à economia e à sociedade.

O autor é enfático quando trata do tempo de vida da personalidade jurídica, considerando os benefícios que ela gera, e finaliza dizendo que: “perpetuar a empresa é tarefa básica que cabe ao espírito empreendedor – e a capacidade de consegui-lo pode muito bem constituir o teste

mais definitivo para sua administração” (Drucker, 2002, p. 33).

Segundo dados divulgados pelo SEBRAE Nacional (2011), em alguns estados, a situação da falência prematura se agrava. Em Pernambuco, apresenta-se o maior índice de falências: 42% das empresas fecham as portas antes de completar dois anos.

Diante desse cenário, percebe-se a importante contribuição que o SEBRAE tem oferecido às empresas. Tal contribuição objetiva auxiliar o empreendedor a calcular os riscos potenciais para a sobrevivência do seu negócio.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico deste trabalho contemplará, prioritariamente, aspectos relativos à informação referente ao âmbito das micro e pequenas empresas e sua importância dentro de um contexto econômico e social.

2.1. Micro empresas e empresas de pequeno porte

No Brasil, existem alguns critérios para a definição das MEs e EPPs, utilizados pelas instituições públicas e privadas. Tais critérios referem-se à receita bruta, ao número de empregados, ao capital social, à receita operacional líquida, ao grau de sofisticação tecnológica, dentre outros.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia, IBGE, (2003, p. 17),

Não há unanimidade sobre a delimitação do segmento das micro e pequenas empresas. Observa-se, na prática, uma variedade de critérios para a sua definição tanto por parte da legislação específica, como por parte de instituições financeiras oficiais e órgãos representativos do setor, ora baseando-se no valor do faturamento, ora no número de pessoas ocupadas, ora em ambos. A utilização de conceitos heterogêneos decorre do fato de que a finalidade e os objetivos das instituições que promovem seu enquadramento são distintos (regulamentação, crédito, estudos etc.).

O critério usado para a classificação das empresas em MEs e EPPs, e também quanto a suas obrigações principais e acessórias, é o definido pelo SEBRAE e pela LC nº 123/06. Nestes critérios utilizados, as empresas serão definidas pelo número de funcionários, pelo faturamento bruto auferido durante o ano e também no referente à suas obrigações, conforme apresentado no quadro 2.

Quadro 2 - Classificação das empresas segundo o número de funcionários

PORTE COMÉRCIO E

SERVIÇOS

(número de funcionários)

INDÚSTRIA

(número de funcionários)

Micro Até 9 empregados Com até 19 empregados

Pequena De 10 a 49 empregados De 20 a 99 empregados

Média De 50 a 99 empregados De 100 a 499 empregados

Grande Mais 100 empregados Mais de 500 empregados

(29)

Este critério, quanto ao número de funcionários utilizado pelo SEBRAE, está de acordo com a Lei Complementar nº 123/06, segundo classificação por porte das empresas, apresentada no quadro 3, e com o IBGE, que se utiliza deste critério para fins bancários; ações de tecnologia; exportações e outros.

Quadro 3 - Classificação das empresas segundo o faturamento bruto anual

Porte Faturamento bruto anual

Microempresa Até R$ 360.000,00

Empresa de Pequeno Porte De R$ 360.000,01 até R$ 3.600.000,00

Fonte: LC nº 123/06, alterada pela LC nº 139/11.

Estes valores, que estão de acordo com a LC nº 123/06, definem, no art. 3o para os efeitos desta lei, as MEs e EPPs como sendo:

I- No caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais);

II-No caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais).

No art.51 da LC n° 123/06, as microempresas e as empresas de pequeno porte são dispensadas:

I- Da afixação de quadro de trabalho em suas dependências;

II- Da anotação das férias dos empregados nos respectivos livros ou fichas de registro;

III- De empregar e matricular seus aprendizes nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem;

IV-Da posse do livro intitulado “Inspeção do Trabalho” e

V- De comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego a concessão de férias coletivas.

(30)

definido pela LC nº 123/06, o parâmetro utilizado é o volume monetário ou econômico das empresas.

Segundo Gonçalves (1994), nos países onde há alto desequilíbrio regional, como o Brasil, microempresa e empresa de pequeno porte podem apresentar um importante papel para a descentralização industrial.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2003), são características das micro e pequenas empresas:

a) Baixa intensidade de capital;

b) Altas taxas de natalidade e de mortalidade: demografia elevada;

c) Forte presença de proprietários, sócios e membros da família como mão de obra ocupada nos negócios;

d) Poder decisório centralizado;

e) Estreito vínculo entre os proprietários e as empresas, não se distinguindo, principalmente em termos contábeis e financeiros, pessoa física e jurídica;

f) Registros contábeis pouco adequados; g) Contratação direta de mão de obra;

h) Utilização de mão de obra não qualificada ou semiqualificada; i) Baixo investimento em inovação tecnológica;

j) Maior dificuldade de acesso ao financiamento de capital de giro;

k) Relação de complementaridade e subordinação com as grandes empresas.

2.2. A constituição federal e o estatuto das micro e pequenas empresas

(31)

Municípios; regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:

a) Definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

b) Obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;

c) Adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas e

d) Definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados.

O artigo 170 trata dos princípios que fundamentam a ordem econômica baseados na valorização do trabalho humano e livre iniciativa. Este artigo relata que é assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. Tendo em vista a natural posição desfavorável das micro e pequenas empresas, a constituição federal estabelece, no seu artigo 170, inciso IX, entre os princípios da ordem econômica, o “tratamento favorecido para as

empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País”. Como pode ser visto, a lei promulga a favor das empresas de menor classe econômica em exercício no país.

O artigo 179 versa do tratamento jurídico diferenciado e favorecido definido em lei, para as microempresas e as empresas de pequeno porte. Isto deverá ser considerado para a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. Os artigos citados abordam termos que tratam de referências quanto à definição de medidas de amparo para as microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se da legislação constitucional, através de leis, decretos e também de outros instrumentos de apoio. A definição do artigo 179 determina que:

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei (BRASIL, Constituição Federal, p. 163).

(32)

também suporte em áreas previdenciária, tributária, trabalhista e administrativa. Com a criação da lei nº 8864, é aprovada a adoção de um segundo estatuto em 1994. Ele traz consigo tratamento favorecido para as áreas trabalhista, fiscal, de crédito, previdenciário e desenvolvimento empresarial. Em 1996, com a aprovação da lei nº 9317, é aprimorado e ampliado o sistema de pagamentos de impostos, sendo o mesmo já utilizado para as microempresas. O regime criado, o sistema integrado de pagamento de impostos e contribuições (simples), beneficia as pequenas empresas com a tributação simplificada e abrange a relação com os impostos e contribuições que fazem parte do benefício da arrecadação única. Grande parte dos estados e municípios adota o regime simplificado de tributação nas MEs e EPPs, buscando, com isso, uma diminuição na carga tributária, e também amplia o número de empresas formalizadas. Usando como fundamento os artigos 170 e 179 da Constituição Federal de 1988 e a lei nº 9841/99, é aprovado um novo estatuto para as microempresas e empresas de pequeno porte. Esta lei é regulamentada pelo decreto nº 3474/00, trazendo a concessão diferenciada para os pequenos negócios.

O estatuto buscou a simplificação do registro para as microempresas e empresas de pequeno porte. O estatuto em vigor da microempresa e empresa de pequeno porte foi aprovado em 2006, sendo este estatuto regulamentado pela lei complementar nº 123. Com a criação deste novo Estatuto, a partir de 1º de julho de 2007, são substituídas, de forma integral, todas as normas do simples federal (Lei nº 9317/96) como também o estatuto da microempresa e empresa de pequeno porte (Lei nº 9841/99). O novo estatuto estabeleceu tratamento diferenciado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, especialmente no que se refere:

 À apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da união, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, mediante regime único de arrecadação, inclusive obrigações acessórias;

 Ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive obrigações acessórias;

 Ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas aquisições de bens e serviços pelos poderes públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de inclusão.

(33)

financiamentos através de instituições financeiras como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF), para esses empreendedores.

Já com relação à área tributária, a criação do SIMPLES NACIONAL - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, que veio simplificar o pagamento de diversos tributos e reduzir a carga tributaria, com a unificação de todos os tributos em um único sistema de arrecadação, é um ótimo exemplo de avanço em termos de incentivo às MPEs, oferecendo maior facilidade no atendimento da legislação tributária, previdenciária e trabalhista.

2.3. A importância das MEs e EPPs para a economia e a sociedade

As microempresas e empresas de pequeno porte estão sempre ocupando lugar de destaque na economia brasileira, pois essas entidades representam para o Brasil e também para outros países um número significativo das unidades produtivas. Melo Junior (2012) entende que, com a criação de novas empresas, vem também o surgimento de novos empregos e oportunidades, que impulsionam a mobilidade social, contribuindo para aumentar a competitividade e a eficiência da economia. Mas, em um contexto geral, é inegável que as novas empresas ainda apresentam baixas taxas de sobrevivência, apesar de haver um aumento no número de sobrevivências das novas empresas criadas nos últimos anos. O crescimento da economia brasileira nos últimos anos e a vontade dos empresários de ter seu próprio negócio apresenta-se como um fator positivo para o crescimento das MPEs no país.

Para Najberg e Puga (2000), em determinados setores, essas unidades demonstraram ter estruturas ágeis e flexíveis, com forte capacidade de responder a uma demanda que prioriza inovações. Por outro lado, as firmas de menor porte enfrentam maiores dificuldades em decorrência de fatores como inexperiência ou falta de planejamento por parte do empresário, incertezas quanto à demanda do produto e baixa capitalização.

Para Chér (1991, p. 13), “as MPEs possuem características próprias e exclusivas: contribuição significativa na geração do produto nacional; absorção de mão de obra; flexibilidade locacional (espalhando-se por todo o território nacional, desempenhando importante papel na interiorização do desenvolvimento) predominância nacional (nas pequenas empresas, há

(34)

As micro e pequenas empresas são, no Brasil, em números absolutos, maiores que as empresas de grande porte, sendo elas consideradas como de grande importância para a economia do país. As empresas de grande porte empregam em maior número, porém, em termos de quantidade, não são tão significativas quanto as microempresas e as empresas de pequeno porte. Essas entidades são consideradas como precursoras do maior volume das atividades econômicas formais, conforme tabela 2 abaixo, e partes importantes para o crescimento e desenvolvimento do Brasil, representando um essencial mecanismo de mobilidade social e de melhor distribuição de renda.

Tabela 2 - Percentual de empresas por porte no Brasil (2012)

Porte Percentual

Microempresas 93,1%

Pequenas Empresas 5,9%

Médias Empresas 0,6%

Grandes Empresas 0,4%

Fonte: MTE/RAIS 2012.

Em conjunto, as MPEs representam 99% do total das empresas brasileiras, sendo estas empresas consideradas como parte importante na economia do país, pois contribuem de forma decisiva para a geração de empregos e renda.

2.3.1. Número de empresas formais

De acordo com pesquisa realizada em 2009 pelo GEM (Global Entrepreneurship Monitor) e

divulgada pelo SEBRAE, o número de empresas formais no Brasil alcançou em 2009 um total de MPE, por milhões de unidades, expressivamente superior que as médias e grandes empresas juntas, sendo esses números considerados nos setores da Indústria, comércio, serviços e agropecuária.

(35)

Gráfico 2 - Evolução do número de estabelecimento por porte

Fonte: MTE/RAIS 2012.

Em 2012, havia cerca de 6,3 milhões de MPEs. Entre 2002 e 2012, o crescimento médio do número de MPEs foi de 2,7% a.a. Portanto, em todo o período, houve criação de aproximadamente 1,5 milhão de novos estabelecimentos, uma expansão de 30,9%.

No período 2002 a 2007, foram gerados 2,7 milhões de postos de trabalho nas MPEs, um crescimento médio anual de 5,2%. Entre 2007 e 2012, esse movimento se intensificou, resultando na geração de 3,9 milhões de novos postos de trabalho, um crescimento médio anual de 5,7%. A distribuição das empresas por setor, em conformidade com a tabela 3 a seguir, mostra que, entre os setores analisados, o ramo do comércio apresenta a mais alta concentração no Brasil por número de unidades, com 2.953.036 microempresas atingindo um percentual de 49,5% do total.

Tabela 3 - Total de empresas por setor no Brasil

Setor Micro Pequena Média Grande

Indústria 632.973 50.870 7.673 5.116

Comércio 2.953.036 180.785 12.898 8.598

Serviço 2.068.542 127.490 16.081 10.721

Construção 306.851 19.073 2.649 1.776

Total 5.961.402 378.218 39.301 26.201

Fonte: MTE/RAIS 2012.

(36)

impactos vividos pela crise mundial estarem no auge, este fato não fez com que o país se tornasse menos empreendedor.

Ainda de acordo com o SEBRAE, houve uma maior formalização de novos negócios no país desde a criação em 2006 do Simples Nacional, que reduziu a carga tributária, simplificou o processo de arrecadação de tributos para as empresas que se enquadram neste regime de arrecadação de tributos. Isso trouxe, consequentemente, para o país um maior número de micro e pequenas empresas, como também um aumento no número de empregos para estas entidades. Ainda segundo o SEBRAE, de 2006 a 2008, o número de empregados com carteira assinada cresceu 70% entre as empresas inscritas no Simples Nacional. As micro e pequenas empresas são responsáveis por 53,2% dos empregos com carteira assinada no país.

2.3.2. Número de pessoas ocupadas

De acordo com a sexta edição do Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa, entre 2002 e 2012, o Brasil, como citado anteriormente, empregou através das MEs e EPPs um total de aproximadamente 6,6 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Em todo o período, o crescimento médio foi de 5,4% a.a.

Segundo os anuários de trabalhos divulgados, a quantidade de empregados com carteira assinada nas MPEs passou, no período de 2000 a 2012, de 8,6 milhões para 16,2 milhões, a mão de obra masculina continua sendo maioria. Porém, estas entidades ampliaram o número de contratação feminina, passando de 2,8 milhões para 6,2 milhões, somando as micro e pequenas empresas. Considerando este período, estas entidades também passaram a contratar trabalhadores com um maior grau de escolaridade. A quantidade de trabalhadores com ensino médio completo passou de 21,4% para 54,7%, ou seja, o número de empregados com este grau de ensino mais que dobrou durante o período. Quanto aos trabalhadores com o terceiro grau completo, houve um tímido aumento, passando de 3,4% para 5,7% no número de pessoas contratadas.

Para o SEBRAE, o aumento na contratação da mão de obra feminina nas MEs e EPPs é registrado principalmente nos setores do comércio, serviços e indústria. São Paulo e Recife são as regiões metropolitanas com a menor participação feminina no mercado de trabalho.

(37)

Emprego – MTE/RAIS (2012), constantes na tabela 4, estas unidades somaram juntas 51,7% do total de empregos gerados no país no ano de 2012, considerando apenas os empregos formais gerados nos seguintes setores: indústria, construção civil, comércio e serviços. Entre 2002 e 2012, de cada R$ 100 pagos aos trabalhadores no setor privado não agrícola, cerca de R$ 40, em média, foram pagos por micro e pequenas empresas.

Tabela 4 - Número de empregos formais no Brasil (2012)

Porte Brasil

Microempresa 7.523.688

Pequena empresa 8.633.694

Total de empregos nas MPEs 16.157.382

Média empresa 4.831.521

Grande empresa 10.289.074

Total de empregos nas MGEs 15.120.595

Total de empregos gerados 31.277.977

Fonte: MTE/RAIS 2012.

No período de 2002 a 2012, a remuneração média real dos empregados formais nas micro e pequenas empresas cresceu 2,9% a.a. Este resultado foi superior tanto com relação ao crescimento da renda média real de todos os trabalhadores do mercado formal (2,6% a.a.), quanto da renda média alocada nas médias e grandes empresas (2,0% a.a.). O gráfico 3 apresenta essa evolução.

Gráfico 3 - Brasil: evolução do emprego formal, do período de 2003 a 2012

Fonte: MTE/RAIS 2012.

861.014 1.862.649

1.831.041

1.916.632

2.452.181

1.834.136

1.765.980

2.860.809

2.242.276

1.148.081

500.000 1.000.000 1.500.000 2.000.000 2.500.000 3.000.000

(38)

E, de acordo com a classificação do porte das empresas segundo o número de funcionários, conforme apresentado anteriormente no quadro 3, os dados relativos ao tamanho do estabelecimento revelam que todos os extratos expandiram o nível de emprego. Com destaque para os estabelecimentos de menor porte (até 19 vínculos), cabendo ressaltar aqueles situados na faixa de cinco a nove vínculos, que tiveram uma variação positiva de 4,52%, seguidos por estabelecimentos de 10 a 19 vínculos, com variação de 4,24%, e de até quatro vínculos, uma variação de 3,46%, conforme pode ser visto através da tabela 5 mais abaixo.

Em conjunto, essas três faixas responderam pelo incremento de 483,2 mil postos, sendo responsáveis por 42,10% dos empregos gerados. As faixas que concentram estabelecimentos considerados de pequeno porte, ou seja, de até 49 vínculos, responderam por mais da metade (55,61%) dos vínculos gerados.

Em termos absolutos, a categoria de 10 a 19 vínculos foi aquela que mais gerou empregos: aproximadamente 180,4 mil postos. Comportamento diferente do ano anterior, no qual se verificou que os estabelecimentos com 1000 ou mais vínculos foram responsáveis pela maior geração de empregos, ao apresentarem um acréscimo de 599,3 mil postos de trabalho.

Ressalta-se que a faixa de 1000 ou mais vínculos foi aquela em que se verificou o menor dinamismo em termos relativos (+0,70% ou +86,5 mil postos). Na sequência, a faixa de 500 a 999 vínculos, com variação de 1,12%, ou +43,8 mil postos. Porém, essas faixas não fazem parte do objeto de estudo.

Tabela 5 - Emprego por tamanho de estabelecimento

Tamanho do

Estabelecimento 2011 2012 Variação Absoluta Relativa (%) Variação Até 4 vínculos ativos 3.839.970 3.972.862 132.892 3,46

De 5 a 9 vínculos ativos 3.759.170 3.929.131 169.961 4,52

De 10 a 19 vínculos ativos 4.258.590 4.438.942 180.352 4,24

De 20 a 49 vínculos ativos 5.516.317 5.671.544 155.227 2,81

De 50 a 99 vínculos ativos 3.843.344 3.957.539 114.195 2,97

De 100 a 249 vínculos ativos 4.887.520 5.025.103 137.583 2,81

De 250 a 499 vínculos ativos 3.945.094 4.072.663 127.569 3,23 Fonte: MTE/RAIS 2012.

2.3.3. Ciclos de vida das micro e pequenas empresas

(39)

noção de conceitos de gestão de negócios. Sua atuação baseia-se apenas na experiência, e sem planejamento. De acordo com a pesquisa realizada pelo SEBRAE (2007) com as empresas criadas entre os anos de 2003 e 2005, constatou-se que houve um aumento nas taxas de sobrevivência das micro e pequenas empresas, segundo o quadro 4. Porém, a variação vertical ainda é pouco expressiva.

Quadro 4 - Taxas de sobrevivência Anos de existência das empresas Ano de constituição formal das empresas (triênio 2002-2000) Taxa de sobrevivência (A) Ano de constituição formal das empresas (triênio 2005-2003) Taxa de sobrevivência (B) Variação da taxa de sobrevivência (B-A)

Até 2 anos 2002 50,6% 2005 78,0% + 27,4%

Até 3 anos 2001 43,6% 2004 68,7% + 24,1%

Até 4 anos 2000 40,1% 2003 64,1% + 24,0%

Fonte: SEBRAE (2007).

A pesquisa mostra que as empresas de pequeno porte aumentaram a sobrevivência, de 50,6% em 2002 para 78% em 2005, considerando dois anos de vida. Portanto, ponderando os dados da pesquisa, houve um aumento de 27,4% no número de empresas que permanecem em atividade. De acordo com o SEBRAE, a qualificação profissional traz uma maior experiência empresarial e apresenta-se como fator fundamental para a melhora desses números.

A pesquisa revela que o ciclo de vida das MPEs é muito baixo e, mesmo nessas condições, a vontade de montar o próprio negócio impulsiona 60% dos empresários na busca da construção de suas empresas.

O percentual de empresários que identificou uma oportunidade para os negócios aumentou de 15% entre 2000 e 2002, para 43% entre 2003 e 2005. Com isso, mostraram estar mais preparados para encarar os desafios do mercado.

(40)

informações necessárias para a seleção de estratégias no presente e no futuro, aumentando a possibilidade de sucesso.

Portanto, observa-se o quanto é imprescindível que o empreendedor, antes de montar um negócio, tenha um conhecimento adequado do mercado onde está se instalando, e faça um bom planejamento visando uma adequada operacionalidade de suas atividades.

2.4. Inexistência empreendedora e o insucesso

São muitas as razões que despertam o desejo do brasileiro de ter seu próprio negócio. Empreendedores entram no ramo dos negócios e montam sua própria empresa para realizar um sonho, pela dificuldade de encontrar emprego ou mesmo por querer ser seu próprio patrão. A iniciativa privada tem muita força devido ao capitalismo e a livre concorrência (SCHUMPETER, 1984).

Conforme Dolabela (1999), o termo empreendedorismo corresponde a uma livre tradução da palavra entrepreunership e designa uma área de abrangência que se ocupa, além da criação de

empresas, dos seguintes tópicos: geração do autoemprego, intraempreendedorismo, empreendedorismo comunitário e políticas públicas.

Nota-se que o surgimento de muitos empreendimentos está baseado em um início penoso das atividades empresariais pois, com escasso ou mesmo nenhum recurso financeiro, os negócios são regidos pela determinação do empreendedor em conquistar seu espaço no universo empresarial, nascendo, assim, milhares de micro e pequenas empresas.

Os empreendedores demonstram características básicas para enfrentar o mercado, estando sujeitos a vencer ou a perder, tendo a liberdade de correr riscos e de errar. O empreendedor é apresentado como pessoa com alto nível de tolerância para trabalhar em condições de ambiguidade e incerteza, tomando por base o pensamento de Brollo (2005, apud GRAPEGGIA, et al., 2011).

(41)

a) Empreendedores por necessidade: são pessoas que perderam o emprego, ou não possuíam emprego, e tiveram que abrir um negócio como alternativa de ocupação e renda para a sobrevivência;

b) Empreendedores por oportunidade: são pessoas atentas a novas oportunidades de negócio, que querem ser independentes na sua forma de sobreviver e existir.

Além destas causas primárias, outros fatores são comumente descritos por autores, tais como, Salim (2004), Longenecker (2007) e Degen (2009), que tratam do tema empreendedorismo, como razões para se iniciar um empreendimento, podendo ser relacionados com a recompensa, percepção de sucesso e risco.

A decisão de abrir o próprio negócio, para Salim (2004), muitas vezes vai amadurecendo a partir de acontecimentos pessoais e circunstanciais que resultam na abertura da empresa, quer por iniciativa do empreendedor ou por acontecimentos que o obrigam a tal:

O ‘vírus’ do empreendedorismo começa a atuar quando a pessoa pensa em como seria a sua vida a partir da perspectiva de ter o poder de decidir os caminhos por onde o negócio que será conduzido deve seguir, quando se almeja a autonomia que a gestão do próprio negócio traz. Entretanto, muitos empreendedores desejam coisas diferentes do seu empreendimento. Alguns desejam optar por negócios de enorme sucesso que os façam ficar ricos, outros querem que seu negócio permita uma vida diferente, com mais autonomia e prazer (SALIM, 2004, p. 2).

Contudo, os proprietários de pequenos negócios, normalmente, apresentam postura

centralizadora, dificuldade na divisão de papéis e tarefas, informalidade nas relações e, como

salientam Gomes, Pires e Piau (2005), atitude amadora quanto à definição de objetivos,

normas e sistemas de reconhecimento ou bonificação. Esses elementos, combinados,

dificultam a disseminação da informação e a comunicação eficiente, uma vez que não propiciam a formação de uma identidade empresarial consistente que pode, até mesmo, se confundir com a identidade pessoal do proprietário da empresa.

(42)

Dornelas (2008, p. 80) aponta que “as principais causas para o insucesso de pequenas empresas é a falta de planejamento, deficiência na gestão, políticas de apoio insuficientes,

conjuntura econômica e fatores pessoais”.

Chér (1991) assegura que a inexperiência com o ramo dos negócios é um dos motivos que levam as empresas ao fracasso, muitas vezes, precocemente. A falta de competência administrativa também é mencionada pelo autor, afirmando que ocorre do empreendedor conhecer o ramo, mas não saber administrar/gerenciar.

As causas da alta mortalidade das empresas no Brasil estão fortemente relacionadas às falhas gerenciais na condução dos negócios, seguidas de causas econômicas conjunturais e tributação. As falhas gerenciais, por sua vez, podem ser relacionadas à falta de planejamento na abertura do negócio, levando o empresário a não avaliar de forma correta, previamente, dados importantes para o sucesso do empreendimento (SEBRAE, 2004).

Variáveis de ordem psicológica, também colaboram para o fracasso das empresas, segundo Chér (1991). “A falta de resistência e a incapacidade de assumir riscos, não podem fazer parte do espírito empreendedor. A não capacidade de se conviver com longos períodos de

dificuldades pode ser fatal” (CHÉR, 1991, p. 22).

Segundo Mattar (1988), existem fatores externos e internos que levam a empresa ao fracasso.

Os motivos externos dizem respeito ao que ocorre no meio ambiente da empresa, que está fora do seu controle e que lhe dificulta a sobrevivência. Os motivos internos dizem respeito aos pontos fracos das pequenas empresas que também contribuem para reduzir sua sobrevivência (MATTAR, 1988, p. 1).

Com relação aos fatores internos, o autor cita: o desencontro dos objetivos da empresa com os interesses do empresário e a falta de recursos financeiros para tocar o negócio. Finalmente, o último fator interno, resultante, segundo Mattar (1988), de um fator externo, remete-se à inadequada formação e noção sobre o negócio, onde o empresário não sabe lidar com situações e problemas.

(43)

Na pesquisa, as principais dificuldades no gerenciamento das empresas apontadas pelos empresários são:

 Políticas públicas e arcabouço legal;

 Carga tributária elevada;

 Falta de crédito bancário;

 Problemas com a fiscalização;

 Causas econômicas conjunturais;

 Concorrência muito forte;

 Inadimplência/maus pagadores;

 Recessão econômica no país;

 Falta de clientes;

 Falhas gerenciais;

 Desconhecimento do mercado;

 Falta de experiência profissional;

 Qualidade do produto/serviço;

 Logística operacional;

 Falta de mão de obra qualificada;

 Instalações inadequadas;

 Problemas com os sócios.

De acordo com essa mesma pesquisa, os empresários apontam os seguintes fatores como sendo as principais dificuldades de acesso ao mercado:

 Propaganda inadequada;

 Formação dos preços dos serviços/produtos;

 Dificuldades de acesso à informação de mercado;

 Logística deficiente;

 Desconhecimento do mercado;

 Inadequação do serviço/produto às necessidades do mercado.

(44)

2.5. Sucesso empresarial

Entender o que torna uma empresa um grande sucesso tem sido, há várias décadas, instrumento de estudo de autores e consultores que buscam descobrir uma fórmula para o sucesso e repassar metodologias, a exemplo de livros como: Manual de Consultoria e Manual de Treinamento e Desenvolvimento. Eles procuram disseminar uma fórmula universal para que qualquer empresa atinja seu ápice, bastando apenas seguir a “rota do sucesso” prescrita.

Em geral, toda empresa tende a buscar um objetivo comum: atingir o sucesso empresarial. Mas, não parece haver uma rota simples e fácil que todos trilhem, como uma simples receita a ser seguida. De modo genérico, as empresas que buscam o sucesso estão possivelmente se comparando sempre às outras e se desafiando a melhorar.

Costa (2012) admite que o administrador deve saber escolher os atuais meios de divulgação que traga o maior retorno e é algo que envolve muito esforço, trabalho e planejamento. Ter uma empresa de sucesso é algo muito cobiçado por administradores e empreendedores, mas pouco conquistado.

A palavra sucesso oriunda do latim succesu, significa: aquilo que sucede; resultado,

conclusão; bom êxito, resultado feliz. Em duas outras línguas, a palavra pode ser vista da seguinte forma: Em francês, a palavra é succès, que significa vitória. Em inglês, success,

significa fortuna, prosperidade (MICHAELIS, 2014).

O filósofo Tales de Mileto, célebre astrônomo e matemático grego, registrou a seguinte frase:

“o sucesso verdadeiro é, entre todas as coisas, o que causa maior satisfação, sendo que o autoconhecimento é o aspecto mais essencial para torná-lo duradouro”.

Segundo Kofman (2004, p. 8), o conceito de sucesso vai além do alcance dos resultados tangíveis desenhados para um negócio ou organização. Segundo ele, o resultado excepcional, sustentado no tempo (e não apenas pontual), deve abranger outras duas dimensões no mundo atual: a do grupo e a do indivíduo.

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Alcançar o sucesso na vida profissional, nos dias atuais, é praticamente um imperativo, embora o conceito tenha caráter subjetivo quando se avalia o estágio ou o grau de sucesso almejado por diferentes pessoas em diferentes países.

O sucesso de uma organização é algo muito mais complexo do que simplesmente mostrar os resultados do momento. Depende de uma série de fatores, como sua filosofia e valores, a solidez de sua estratégia, a eficiência de seus processos e da qualidade e engajamento de seus colaboradores. Pode ser que uma empresa tenha resultados positivos em um período, mas, por outro lado, tenha uma estratégia inadequada e processos tão ruins que, em médio prazo, trará resultados ruins (FERRO, 2013).

Kotler (2000, p. 58) acredita que a satisfação do cliente é o caminho mais apropriado para as empresas alcançarem o sucesso. Satisfação, segundo ele, consiste na sensação de prazer ou desapontamento resultante da comparação do desempenho (ou resultado) percebido de um produto em relação às expectativas do comprador. As empresas que almejam o sucesso estão focando a alta satisfação considerando que clientes meramente satisfeitos são muito menos propensos a mudar.

Outro fator a ser considerado é a percepção do empresário com relação ao sucesso. Neste quesito, Longenecker (2007) considera que pessoas diferentes procuram diferentes tipos de recompensas, ou uma combinação delas. Os fatores mais presentes na concepção do autor são:

 Ganhar dinheiro através de lucro e não de um salário;

 Ser o próprio chefe e conquistar a sua independência;

 Fugir de uma situação indesejável conquistando a sua liberdade para ser e estar;

 Usufruir de uma vida com a sua concepção de satisfação pessoal;

 Contribuir para a comunidade e alcançar sua realização pessoal.

O sucesso empresarial não consiste apenas no desenvolvimento de habilidades específicas, tais como finanças, marketing, produção ou na concessão de incentivos creditícios e/ou

fiscais, mas também nas atitudes empreendedoras. Boas ideias também podem ser o diferencial no sucesso do negócio, mas pode também acontecer de não estar no momento certo para sua implementação. É preciso ter feeling empresarial e esperar o momento e

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Tabela 1 - Quantidade de registros dos termos nos portais de periódicos
Gráfico 1 - Sobrevivência e mortalidade das MPE (2010)
Tabela 2 - Percentual de empresas por porte no Brasil (2012)
Gráfico 2 - Evolução do número de estabelecimento por porte
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Referências

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