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Mucosite oral em pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço submetidos à radioterapia e quimioterapia concomitantes.

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Academic year: 2017

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RENATA CRISTINA SCHMIDT SANTOS

MUCOSITE ORAL EM PACIENTES PORTADORES DE CÂNCER DE

CABEÇA E PESCOÇO SUBMETIDOS À RADIOTERAPIA E

QUIMIOTERAPIA CONCOMITANTES

SÃO PAULO

2009

(2)

MUCOSITE ORAL EM PACIENTES PORTADORES DE CÂNCER DE

CABEÇA E PESCOÇO SUBMETIDOS À RADIOTERAPIA E

QUIMIOTERAPIA CONCOMITANTES

SÃO PAULO

2009

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo –

Escola Paulista de Medicina para obtenção do Título de Mestre em Ciências

Orientadora: Profa. Dra. Helena Regina Comodo Segreto

(3)

iii

Copyright© 2009 by Renata Cristina Schmidt Santos

Santos, Renata Cristina Schmidt

Mucosite oral em pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço submetidos à radioterapia e quimioterapia concomitantes. /Renata Cristina Schmidt Santos. - - São Paulo, 2009.

xii, 45f.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-graduação em Radiologia e Ciências Radiológicas.

Mucositis in head and neck cancer patients undergoing simultaneous radiotherapy and chemotherapy.

(4)

iv

DEPARTAMENTO DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

Chefe do Departamento: Prof. Dr. Sergio Aron Ajzen

Coordenador da Pós – Graduação:

(5)

v

MUCOSITE ORAL EM PACIENTES PORTADORES DE CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO SUBMETIDOS À RADIOTERAPIA E QUIMIOTERAPIA

CONCOMITANTES

Presidente da banca:

Profa. Dra. Helena Regina Comodo Segreto

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Robson Ferrigno

Prof. Dr. Adelmo José Giordani

Prof. Dra. Mizue Imoto Egami

(6)

vi

Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem às fontes

(7)

vii

Ao meu esposo Antenor que sempre me incentivou, colaborou e esteve ao meu lado durante toda a realização deste trabalho.

(8)

viii

À Dr. Helena Segreto e ao Dr. Roberto Segreto os quais me deram o incentivo de

prosseguir em meus estudos; pela paciência constante a mim atribuída.

À Prof. Dr.Mizue que, também colaborou para o meu crescimento profissional.

Ao Dr. Rodrigo, que me apoiou na orientação durante o decorrer deste trabalho.

À Dra. Cejana, Dr. Geison, Dra. Ana Paula, Dra. Silvia, Dra Karina e Dra. Ravena por

terem colaborado com as minhas coletas de dados.

Ao Adelmo, pela colaborção e ensino sobre física médica.

À equipe de enfermagem do Setor de Radioterapia, pela colaboração constante

durante o desenvolvimento deste trabalho.

Às secretárias Bernadete e Sandra pela ajuda com os prontuários que me serviram

como força maior neste trabalho.

Aos meus colegas de pós-graduação pelo convívio de energia dentro do

desenvolvimento desta ação à frente escrita.

“Que o Senhor os abençoe e os guarde; que o Senhor os trate com bondade e misericórdia; que o Senhor olhe para vocês com amor e lhes dê a paz.” Números

(9)

ix

Dedicatória ... vi

Agradecimentos ... vii

Lista ... ix

Resumo ... xii

1 INTRODUÇÃO ... 1

1.1 Objetivo ... 4

2 REVISÃO DA LITERATURA ... 5

3 MÉTODOS ... 10

4 RESULTADOS ... 16

5 DISCUSSÃO ... 23

6 CONCLUSÕES ... 29

7 ANEXOS ... 30

8 REFERÊNCIAS ... 37

Abstract

(10)

x

Figura 1. Aparelho de Telecobaltoterapia ... 11

Figura 2. Abaixador de ombro ... 12

Figura 3. Apoio para o tornozelo ... 12

Figura 4. Máscara imobilizadora ... 12

Figura 5. Representação gráfica dos diferentes graus de mucosite ... 18

Figura 6. Representação gráfica da mucosite conforme topografia ... 19

Figura 7. Representação gráfica do grau de mucosite de acordo com as semanas de tratamento ... 20

(11)

xi

Quadro 1. Avaliação da mucosa segundo o CTC ... 14

Tabela 1. Características dos pacientes ... 16

Tabela 2. Características clínicas relacionadas à doença ... 17

(12)

xii

% Porcentagem

AGE Produto final da glicação avançada AJCC Americam Joint Commite on Cancer

AUC Curva de Concentração do Plasma

CTC Commom Toxicity Criteria

ECOG Eastern Cooperative Oncology Group

Gy gray

IL Interleucina

IMC Indice de Massa Corpórea

INCA Instituto Nacional do Câncer

NF-B Fator nuclear- B

ROS Espécies ativadas de oxigênio RTOG Radiation Therapy Oncology Group

TNF Tumor necrosis factors TNM Tumor/Node/Metastasis

UICC União Internacional Contra o Câncer

UNIFESP Universidade Federal de São Paulo

(13)

xiii

(14)

1 INTRODUÇÃO

O câncer de cabeça e pescoço compreende todos os carcinomas originários do epitélio muco-escamoso, desde o lábio, cavidades oral e nasal, faringe, até a laringe e ouvido médio. Este é o terceiro tumor mais prevalente mundialmente e representa 7% dos 22,4 milhões de indivíduos com o diagnóstico deste câncer; excluindo o câncer de pele não melanoma. Aproximadamente 1,6 milhões de pacientes são encontrados com o diagnóstico de câncer de cabeça e pescoço; 707.100 são portadores da doença na cavidade oral; 458.100, na laringe; 248.800, na oro/hipofaringe e 171.500 na nasofaringe (1).

A incidência e a mortalidade por câncer de cabeça e pescoço são mais elevadas nos países em desenvolvimento quando comparadas à incidência e à mortalidade dos países desenvolvidos (1).

Em relação ao Brasil, no ano de 2008, estimou-se a ocorrência de cerca de 14.160 casos novos de câncer de boca. Este dado corresponde ao quinto câncer, com maior incidência no sexo masculino e o sétimo, no sexo feminino (2).

Após o diagnóstico, os tumores são estadiados segundo os critérios, TNM; parâmetro estabelecido pela União Internacional de Combate ao Câncer (UICC). Tudo é um sistema de estadiamento clínico que apresenta características fundamentais para avaliação do câncer na extensão local, disseminação regional e metástases à distância (3).

Os tratamentos utilizados para esta enfermidade envolvem três modalidades: cirurgia, radioterapia e quimioterapia, que podem ser administrados de forma exclusiva ou concomitante (4-5). Em estádios avançados, o uso de radioterapia e quimioterapia concomitante tem sido preconizado; pois esta combinação proporciona melhor controle local e de metástase à distância quando comparada à modalidades exclusivas, além de permitir a preservação das estruturas de cabeça e pescoço (6-7).

Os pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço que recebem radioterapia podem desenvolver reações, na mucosa, de diferentes intensidades. A associação de radioterapia e quimioterapia aumenta a incidência, severidade e duração de mucosite oral; especialmente quando são utilizadas combinações de diferentes drogas e esquemas de hiperfracionamento (6,8-9).

(15)

observa aumento dos graus de mucosite com dor significativa, dificuldade para mastigar e para deglutição (11). Também diz-se que a mucosite é a reação aguda mais debilitante que surge durante o tratamento do câncer de cabeça e pescoço (5,12).

O mecanismo pelo qual ocorre a mucosite se baseia no fato de que a mucosa oral apresenta alta atividade mitótica e alto turnover celular. Devido ao alto

grau de descamação celular, há necessidade contínua de multiplicação celular para recobrir a mucosa oral. Tecidos com alta atividade mitótica respondem rapidamente à radiação uma vez que as fases mais sensíveis do ciclo celular são G2 e mitose. Desta forma a mucosa é rapidamente afetada (13-14). O mesmo ocorre com os quimioterápicos; que são drogas que interferem no processo de proliferação e divisão celular. O fato das membranas mucosas sofrerem constante renovação, torna–as extremamente sensíveis à ação destes quimioterápicos (15).

Em relação à classificação do grau de mucosite, diversas escalas foram desenvolvidas. Análise de 400 trabalhos mostrou que 43% dos estudos utilizam a escala do National Cancer Common Toxicity Criteria (NCI-CTC); 38% utilizam World Health Organization (WHO); 10% dos estudos empregam escalas específicas e 5%

usam escalas de grupos colaboradores tal como a escala usada pelo Radiation Therapy Oncology Group (RTOG) e a Eastern Cooperative Oncology Group (ECOG)

(14).

O NCI-CTC oferece três escalas diferentes para avaliar o grau de mucosite. Estas variam conforme o tipo de tratamento: radioterapia, quimioterapia ou mucosite associada ao condicionamento para transplantes. A escala para classificar a mucosite radio induzida, apresenta 4 graus: Grau 0- nenhuma mudança; Grau 1- mucosa com eritema; Grau 2- pseudomembranas não confluentes ( < 1,5 cm de diâmetro ); Grau 3- psedomembranas confluentes ( > 1,5 cm de diâmetro ); Grau 4- necrose ou ulceração profunda e pode incluir hemorragia não induzida por trauma (14,16-17).

(16)

A escala do National Cancer Common Toxicity Criteria (NCI-CTC)

possui uma versão em português que foi autorizada pelo Cancer Therapy Evaluation Program (CTEP); órgão do NCI responsável pela publicação da tabela (17).

Quanto à escala idealizada pelo World Health Organization (WHO) a

graduação é a seguinte: Grau 0- nenhuma mudança; Grau 1- eritema; Grau 2- eritema oral, úlcera e tolerância para alimentos sólidos; Grau 3- úlcera oral; apenas dieta líquida e Grau 4- impossibilidade de alimentação oral (14).

Em relação aos critérios do Radiation Therapy Oncology Group

(RTOG), os graus de mucosite são classificados em: Grau 0- nenhuma mudança; Grau 1- dor moderada não requerendo analgesia; Grau 2- mucosite caracterizada por inflamação serosangüínea e/ou dor moderada que requer analgesia; Grau 3- mucosite caracterizada por inflamação fibrinosa sendo que pode ocorrer dor severa que requer narcótico; Grau 4- ulceração, hemorragia ou necrose (14,18-19).

De acordo com a escala da Eastern Cooperative Oncology Group

(ECOG), a graduação é feita da seguinte maneira: Grau 1- eritema com suave dor; Grau 2- eritema, edema ou úlcera, porém o paciente consegue se alimentar; Grau 3- eritema, edema ou úlcera, o paciente não consegue se alimentar; Grau 4- requer nutrição enteral ou parenteral (14).

(17)

1.1 Objetivos

- Verificar a incidência do grau de mucosite oral de acordo com os parâmetros internacionais do CTC em pacientes portadores de tumor de cabeça e pescoço submetidos à radioterapia e quimioterapia concomitantes

- Caracterizar um perfil dos pacientes em um hospital público de São Paulo.

(18)

2 REVISÃO DA LITERATURA

Clinicamente se falando, observa-se a instalação da mucosite após a 2a semana do início da radioterapia. Inicia-se como processo inflamatório da mucosa, predisposição à infecções oportunistas que, dependendo da intensidade, pode evoluir para ulceração. Os sintomas são dor, dificuldade para comer, beber e falar. Como conseqüência, acontece no paciente perda de peso e piora sua condição geral de saúde. Fatores de risco como cigarro e higiene oral deficiente se relacionam com a gravidade da mucosite (20-22). Outros fatores podem estar relacionados com a gravidade desta reação; como: dieta deficiente, doença periodontal, medicação, neutropenia, níveis de hemoglobina; tipo de tratamento e idade determinam a susceptibilidade das células da mucosa à radiação e à quimioterapia (18,21-27).

A mucosite, inicialmente, é caracterizada por morte das células epiteliais e ausência de substituição por novas células. Assim sendo os vasos sangüíneos capilares se tornam hiperpermeáveis, levando ao edema da mucosa e redução de suprimento sanguíneo. Estes eventos determinam o aparecimento de um quadro clínico evolutivo que apresenta quatro situações: esbranquiçamento da mucosa, eritema, pseudomembrana e ulceração (12,26,28).

Em relação aos eventos moleculares e celulares que conduzem à mucosite oral, estudos recentes demonstram que, após exposição à quimioterapia e radioterapia, se inicia a formação das espécies ativadas de oxigênio (ROS). Estes radicais livres causam lesão no DNA, morte clonogênica e morte por apoptose das células epiteliais basais da mucosa. Estes estimulam mediadores secundários de injúria celular que incluem o fator nuclear-kB (NF-B). A ativação do NF-B conduz à expressão de genes e produção de citocinas inflamatórias, TNF-, IL-1 e IL-6 (14,29).

(19)

tratamento. Observou-se que os pacientes do grupo 1 e 2 apresentaram mucosite que durou 13 semanas comparado com 21 semanas dos grupos 3 e 4 (22).

Por outro lado, pesquisa realizada com 115 pacientes com câncer de cabeça e pescoço, submetidos à radioterapia e quimioterapia concomitantes, com objetivo de observar a influência do cigarro na resposta do tumor ao tratamento e na sobrevida, não se demonstrou diferença entre o grupo de fumantes e não fumantes em relação à severidade da mucosite; porém os pacientes que fumaram durante o tratamento, tiveram uma queda na sobrevida (21).

Um outro trabalho relata que o cigarro pode prolongar os efeitos adversos da radioterapia. Estudo com 52 pacientes de cabeça e pescoço submetidos à radioterapia onde 35 admitiram fumar durante o tratamento e 17 não fumaram, mostrou que o grupo de pacientes que admitiram fumar durante o tratamento apresentou toxicidade na mucosa oral que perdurou por mais tempo do que os pacientes que não fumaram (30).

A higiene oral deficiente, também, pode contribuir para o desenvolvimento de mucosite após radioterapia e quimioterapia (31). O conserto de uma prótese mal ajustada, a eliminação da doença periodontal e a extração de um dente comprometido, combinado com higiene oral efetiva durante o tratamento, têm demonstrado redução na incidência e severidade da mucosite (31).

Quanto ao estado nutricional, trabalhos mostram, que em pacientes com estado nutricional comprometido, a regeneração da mucosa é deficiente, contribuindo para o desenvolvimento de mucosite severa (26).

Em relação à drogas, os antidepressivos podem contribuir para agravar a reação da mucosa oral; pois a maior parte dos mesmos tem ação anticolinérgica contribuem para o desenvolvimento de xerostomia e principalmente da mucosite. Outras drogas, como os opióides, anti-hipertensivos, anti-histamínicos e os sedativos também podem contribuir para reação na mucosa(32).

(20)

que receberam estimulador de colônia de granulócitos (G-CSF) 3 vezes por semana para prevenir a mucosite mais severa, demonstrou que o G-CSF não foi eficaz (34).

Baixo nível de hemoglobina pode influenciar na intensidade da mucosite, pois além de desfavorecer a ação da radiação nas células tumorais devido à hipóxia, dificulta o reparo do tecido normal (35).

Estudo realizado por Henke (2000) com 60 pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço tratados com radioterapia exclusiva e radioterapia e cirurgia mostrou que os pacientes com anemia severa não apresentaram mucosite grau III, porém apresentaram grau II mais tardiamente durante o tratamento. Por outro lado, entre os pacientes que não tiveram anemia severa (mantiveram níveis de Hb > que 11,0g/100ml) 21% apresentaram mucosite grau III e o grau II surgiu no início do tratamento (36).

Especificamente, em relação à radioterapia, alguns fatores podem influenciar na severidade da mucosite tal como, a dose total, volume tratado, fracionamento e tempo de tratamento (37,38).Trotti et al., 2003 confirmam a alta incidência de mucosite em pacientes que recebem radioterapia, sendo de 97% para aqueles que recebem radioterapia em esquema de fracionamento convencional, 100% para os submetidos à radioterapia com fracionamentos alterados ( fracionamento acelerado ou hiperfracionado) e de 89% para os que recebem radioterapia em fracionamento convencional e quimioterapia concomitantes. Este mesmo estudo ressalta que esquemas de radioterapia acelerada podem influenciar na gravidade da mucosite: 53% dos pacientes que apresentaram mucosite graus 3 e 4 foram submetidos à radioterapia com alteração no fracionamento comparados com 34% dos que receberam fracionamento convencional e 43 % para aqueles tratados com radioterapia em fracionamento convencional e quimioterapia concomitantes. A incidência de mucosite graus 3 e 4 foi de 47% nos pacientes tratados com fracionamento acelerado ou hiperfracionamento. Nos pacientes que receberam 70Gy com uma fração diária de 200 cGy durante 7 semanas, a incidência foi de 25% (7,37).

(21)

Em geral os pacientes jovens submetidos a radio e quimioterapia concomitantes são mais propensos a desenvolver mucosite devido à alta atividade mitótica das células epiteliais; por outro lado os idosos seriam menos propensos à mucosite pela baixa atividade mitótica; porém, em relação aos pacientes idosos submetidos ao tratamento quimioterápico, o declínio fisiológico da função renal pode contribuir para o desenvolvimento de mucosite em idades mais avançadas se não houver um ajuste de dose de acordo com a capacidade da função renal do paciente; pois a diminuição da função renal aumenta o tempo para excreção da droga, fazendo com que ela permaneça no corpo por mais tempo e, assim, podendo causar mais danos (39). Colaborando com este estudo Porock, (2004) observou uma relação entre a taxa de replicação celular e a severidade do dano causada pela radiação ionizante, sugerindo que, quanto maior a idade, menor a severidade das reações (18); no entanto Gelman e Taylor, em 1984, sugeriram que o reparo das células da mucosa oral é prejudicado com o envelhecimento, contribuindo para o desenvolvimento de uma mucosite mais severa (40).

Tratando-se dos métodos utilizados para avaliar o grau de mucosite na prática clínica, é importante ressaltar que a adequada avaliação da mucosa faz se necessária antes de iniciar a radioterapia e a quimioterapia em cabeça e pescoço, bem como durante o tratamento. Existem vários protocolos e sistemas de classificação, porém poucos são padronizados e validados. Um bom método de avaliação deve considerar o relato do paciente; seu estado físico e nutricional e uma detalhada inspeção da cavidade oral (14,26).

Diversos estudos, para a verificação do grau de mucosite, têm sido realizados utilizando as diferentes escalas.

Um estudo fez uma relação entre os fatores que contribuem para a toxicidade da pele e mucosa oral nos pacientes portadores de câncer cabeça e pescoço submetidos à radioterapia. Com uma amostra de 53 pacientes foi utilizada a escala do

Radiation Therapy Oncology Group (RTOG) e verificou –se que 33 pacientes

apresentaram alguma reação na mucosa em decorrência do tratamento (18).

Em outro estudo com 54 pacientes, portadores de carcinoma da cavidade oral, submetidos a quimio e radioterapia concomitante, teve-se como objetivo verificar se a severidade da mucosite estava relacionada com a resposta do tumor ao tratamento. Utilizando a escala do World Health Organization (WHO), os autores

(22)

tiveram resposta completa ou parcial ao tratamento; porém aqueles com grau 1, apenas 33% apresentaram resposta completa ou parcial ao tratamento (41).

Em outro estudo realizado nos Estados Unidos com 450 pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço, também submetidos à radioterapia com objetivo de relacionar os fatores de risco para o desenvolvimento da mucosite e avaliar diferentes métodos para a graduação da reação, (escalas da World Health Organization

(WHO) e National Cancer Institute- Common Toxicity Criteria (NCI-CTC), foi observado

que 83% dos pacientes que apresentaram mucosite foram: 19% leve, 35% moderada e 28% severa. Não se observou a influência significativa da perda de peso, uso de cigarro e álcool antes e durante o tratamento e do estadiamento do tumor como fatores de risco para a gravidade da mucosite em ambas as escalas (27).

Parulekar et al., em 1998, em um trabalho de revisão sobre a importância da correta avaliação do grau de mucosite oral, relataram a dificuldade de comparar as diferentes escalas; pois os critérios e as terminologias utilizadas variam. Os autores concluiram que a escolha da escala depende dos critérios do pesquisador e a melhor é aquela que representa bem os dados analisados (13).

(23)

3 MÉTODOS

O presente trabalho se trata de um estudo prospectivo, realizado no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2006. Durante a coleta de dados foram encaminhados ao Setor de Radioterapia 175 pacientes portadores de tumor de cabeça e pescoço sendo que 50 foram incluídos neste estudo. Destes, 26 foram submetidos à cirurgia pela Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da UNIFESP, seguidos de radioterapia e quimioterapia adjuvante e 29 receberam radioterapia e quimioterapia concomitante. A radioterapia foi realizada no Setor de Radioterapia da UNIFESP e a quimioterapia na Casa da Quimioterapia do Adulto da UNIFESP.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFESP (anexo 1)

Os critérios de inclusão do presente estudo foram os seguintes: 1º) Pacientes entre 18 a 80 anos de idade;

2º) Pacientes com diagnóstico de câncer de cabeça e pescoço comprovado histologicamente, nos seguintes sítios primários: cavidade oral, orofaringe, hipofaringe, laringe, seio maxilar;

3º) Pacientes operados que apresentaram pelo menos uma das seguintes características: estádios T3 e T4, mais de um linfonodo positivo, linfonodo com transposição de cápsula e margens positivas ou exíguas;

4º) Pacientes não operados que apresentavam pelo menos uma das seguintes características: estádio T1 e T2 com comprometimento de linfonodos e qualquer estádio T3 a T4, sem presença de metástase sistêmica;

5º) Pacientes submetidos à radioterapia com campo cervico – facial paralelo oposto com limite superior, estendendo-se até no mínimo, ao arco zigomático;

6º) Pacientes submetidos à radioterapia e quimioterapia concomitante com cisplatina na dose 30 mg/m2 por semana ou carboplatina semanal calculado de acordo com o curva de concentração do plasma (AUC);

7º) Assinatura do termo de consentimento (anexo 2).

Os critérios de exclusão adotados foram os seguintes:

1º) Pacientes que apresentassem trismo acentuado impossibilitando realização de exame otorrinolaringológico adequado;

(24)

4º) Pacientes que não concluíram o tratamento inicialmente proposto;

5º) Pacientes submetidos a radioterapia com campos cervicais com limite superior a 2 cm do ângulo da mandíbula;

6º) Pacientes com diagnóstico de doença metastática hematogênica; 7º) Pacientes com diagnóstico de insuficiência renal prévia.

Os pacientes foram submetidos à estadiamento com auxílio de técnicas de imagem como tomografia computadorizada, ressonância magnética e radiografia de tórax, exame clínico e hematológico. Os estadiamentos foram realizados de acordo com o modelo proposto pelo American Joint Committe on Cancer (AJCC) 6º

edição (anexo 3).

Os pacientes realizaram a radioterapia no aparelho de Telecobaltoterapia, modelo Alcyon II. (Fig1). Foram irradiados na fossa supra-clavicular com campo direto com a dose de 46 Gy e região cérvico-facial com campos paralelos e opostos, com doses entre 66 e 70 Gy e fração de 2 Gy/dia, 5 dias/ semana.

Figura 1. Aparelho de Telecobaltoterapia, modelo Alcyon II

Para o tratamento, os pacientes utilizaram acessórios de posicionamento (abaixador de ombro ou apoio para o tornozelo) e máscara imobilizadora. (Fig. 2, 3 e 4)

(25)

Figura 2. Abaixador de ombro

Figura 3. Apoio para tornozelo

(26)

Os pacientes foram entrevistados por uma enfermeira no dia do planejamento do tratamento. Nesta ocasião foi realizada a primeira avaliação da mucosa e, a partir de então, semanalmente durante todo o tratamento. Foram avaliados quanto ao grau de mucosite pelo radioterapêuta com acompanhamento da enfermeira.

O peso dos pacientes foi aferido semanalmente e calculado o índice de massa corporal (IMC) inicial e no final do tratamento.

Para a entrevista foi preparado formulário (anexo 4) no qual diversos parâmetros foram relacionados. Foram colhidas informações gerais, história com aspectos individuais de cada paciente, características da doença, tratamento e exames laboratoriais.

Em relação às informações gerais foram considerados: idade, local do nascimento, local de residência, estado civil e profissão. A cor e o sexo foram anotados conforme observação da enfermeira.

Quanto à história, os pacientes foram questionados sobre a presença de doenças pré–existentes, o uso de medicamentos e presença de câncer na família.

Os pacientes também foram avaliados quanto o uso ou não de prótese dentária, uso e freqüências de bochechos com camomila ou bicarbonato de sódio e presença de sonda nasoenteral.

Os sintomas mais comuns encontrados nos pacientes portadores do câncer de cabeça e pescoço, tais como disfagia e odinofagia para sólidos ou líquidos, perda do paladar, rouquidão e tosse foram questionados antes do início do tratamento com a finalidade de distinguir os sintomas decorrentes da própria doença daqueles provocados pela radioterapia e quimioterapia.

Quanto aos hábitos de vida, os pacientes foram questionados não só sobre o consumo do álcool, mas também sobre o tempo de uso e o número de cigarros consumidos diariamente. Caso já tivessem parado o uso de álcool ou fumo, informavam a quem lhes interrogava quanto tempo fumaram ou beberam e quando interromperam o uso destas ações.

(27)

Durante o tratamento os pacientes foram acompanhados com exames clínicos e laboratoriais periódicos. Nos casos onde ocorreram alterações, medidas adequadas foram tomadas pelo médico.

O critério adotado para avaliar o grau de mucosite foi o Common

Toxicity Criteria – CTC (Quadro 1), que é uma escala ordinal que vai do grau 0

(nenhuma mudança na mucosa ) até grau 4 ( maior severidade da mucosa ) (17).

Quadro 1 – Avaliação da mucosite segundo o CTC

Escala Reações

0 Nenhum

1 Eritema da mucosa

2 Reação pseudomembranosa focal (placas geralmente ≤ 1,5 cm

de diâmetro e não contíguas)

3 Reação pseudomembranosa confluente (placas contíguas geralmente > 1,5 cm de diâmetro)

4 Necrose ou ulceração profunda, pode incluir sangramento não induzido por trauma menor ou abrasão

Para a avaliação adequada do grau de mucosite, os pacientes foram submetidos a exame otorrinolaringológico semanalmente pelos médicos do Setor de Radioterapia com acompanhamento da enfermeira.

Conforme a evolução da mucosite oral durante o tratamento, foram tomadas medidas terapêuticas, dependendo do grau apresentado. Tais condutas incluíram o emprego de analgésicos comuns em grau 1, antiinflamatórios em grau 2 e 3 e analgésicos opióides em grau 3. A dificuldade de se alimentar provocada pela mucosite, levou muitos pacientes à perda de peso, sendo necessário a passagem de uma sonda nasoenteral. Pacientes que evoluíram com piora do quadro da mucosite ou ainda outra complicação como dermatite exsudativa tiveram o seu tratamento suspenso até que apresentassem melhora dos sintomas.

Após a coleta de dados, os resultados foram submetidos à análise descritiva e inferencial.

(28)

anatômica, graus de acordo com as semanas de tratamento) e as principais queixas relatadas pelos pacientes foram submetidas à análise descritiva.

Os parâmetros referentes à reação de mucosa, conforme as características clínicas individuais foram submetidas à análise inferencial.

Para análise inferencial, os pacientes foram agrupados da seguinte maneira: pacientes que não tiveram o tratamento suspenso por causa da mucosite (incluiu os graus 0, 1 e 2+) e pacientes que tiveram o tratamento suspenso por causa da mucosite (incluiu os grau 2++ e 3). Para suspender o tratamento dos pacientes que apresentaram grau 2, o critério adotado foi o relato de disfagia e odinofagia, com comprometimento da alimentação e a presença de reação pseudomembranosa não confluente porém multifocal.

Para analisar as variáveis categóricas referentes à mucosite conforme as características clínicas individuais (faixa etária, sexo, raça, hipertensão diabetes, estadiamento da doença e cirurgia) foram realizados o teste exato de Fisher (P) e o teste do quiquadrado (x2).

Para analisar a variável numérica referente à mucosite conforme o IMC, realizou-se o teste de Mann Whitney (Z).

(29)

4 RESULTADOS

As características clínicas de cada indivíduo, da doença, da mucosite (incidência global, por região anatômica e grau de reação de acordo com a semana de tratamento) e principais queixas dos pacientes analisados serão apresentadas nas tabelas 1e 2 e nas figuras 1, 2, 3 e 4 a seguir.

Tabela 1 Características dos pacientes

Valores

Pacientes (n, %) 50 (100)

Idade (anos)

Mediana 58

IMC inicial Mediana Média 21.25 22.20 IMC final Mediana Média 19,56 20,87

Sexo (n, %)

Masculino Feminino

45 (90) 5 (10)

Raça (n, %)

Negra Branca

11 (22) 39 (78)

Hábito de Fumar (n, %)

Não tabagista Ex-tabagista Tabagista 2 (4) 40 (80) 8 (16)

Diabéticos (n, %) 3 (6)

Hipertensos (n, %) 15 (30)

(30)

Tabela 2 – Características clínicas relacionadas à doença:

n %

Sítio primário da neoplasia

Cavidade oral Orofaringe Hipofaringe Laringe Seio maxilar 10 32 4 3 1 20 64 8 6 2

Grau de diferenciação

G1 Bem diferenciado

G2 Moderadamente diferenciado G3 Pouco diferenciado

GX Não pode ser avaliado

12 33 2 3 24 66 4 6 Estadiamento II III IVA IVB 4 10 30 6 8 20 60 12

Cirurgia 26 52

n corresponde ao número de pacientes e % porcentagem total

(31)

16%

30%

38%

16%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%

Grau 0 Grau 1 Grau 2 Grau 3

P

a

ci

e

n

te

s

(%)

(32)

Figura 6 Incidência de mucosite conforme topografia

Legenda: Lg- língua; Orof- orofaringe; MJD- mucosa jugal direita; MJE- mucosa jugal esquerda; PD- palato duro; Gg- gengiva

(33)

Figura 7– Grau de mucosite de acordo com as semanas de tratamento

(34)
(35)

Tabela 3- Tratamento interrompido (TI) e não interrompido (TNI) devido à mucosite classificada segundo o CTC 2.0 e sua relação com as características clínicas individuais dos pacientes, da doença e do tratamento

TNI

Grau 0,1 e 2+ Grau 2TI ++ e 3 Total descritivo (p) Nível

Faixa etária

Até 60 anos Mais de 60 anos

21(67,7%) 13(68,4%) 10(32,2%) 6(31,5%) 31(100%) 19(100%) 0,96(NS) IMC inicial IMC final 34(68%) 34(68%) 16(32%) 16(32%) 50(100%) 50(100%) 0,36(NS) 0,27(NS) Sexo Feminino Masculino 3(60%) 31(68,9%) 2(40%) 14(31,1%) 5(100%) 45(100%) 0,60(NS) Raça Negra Branca 7(63,6%) 2769,2%) 4(36,3%) 12(30,8%) 11(100%) 39(100%) 0,49(NS) Hipertensão Sim Não 10(66,7%) 24(68,6%) 5(33,3%) 11(31,4%) 15(100%) 35(100%) 0,57(NS) Diabetes Sim Não 0 34(72,3%) 3(100%) 13(27,7%) 3(100%) 47(100%) 0,02* Fumo Tabagista Ex- tabagista Não tabagista 7(77,8%) 25(64,1%) 2(100%) 2(22,2%) 14(35,9%) 0 9(100%) 39(100%) 2(100%) 0,44(NS) Estadiamento II III IVA IVB 4(100%) 6(60%) 19(63,3%) 5(83,3%) 0 4(40%) 11(36,7%) 1(16,7%) 4(100%) 10(100%) 30(100%) 6(100%) 0,37(NS) Cirurgia Sim Não 19(73,1%) 15(62,5%) 7(26,9%) 9(37,5%) 26(100%) 24(100%) 0,54(NS)

Grau 2+ tratamento não interrompido (TNI) Grau 2++ tratamento interrompido (TI) NS: não significante

(36)

5 DISCUSSÃO

A mucosite é uma complicação bastante comum nos pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço que são tratados com quimioterapia e radioterapia. Ela está associada ao desconforto e à dificuldade na habilidade do paciente comer e engolir, podendo levar a interrupção do tratamento, ao uso de sonda nasoenteral e até hospitalização (27). Existem vários fatores que podem influenciar na gravidade da mucosite e este trabalho teve como objetivo relacionar quais fatores poderiam influenciar na gravidade desta reação nos pacientes portadores de cabeça e pescoço dentro da realidade de um hospital público no Brasil (43,44) .

Diversos estudos buscam entender a grande variabilidade individual de resposta do tecido normal à radiação. A implementação do conhecimento dos fatores envolvidos nesta resposta pode colaborar para identificação de pacientes que requerem maior atenção e para o planejamento de condutas mais adequadas e individualizadas (18,23).

Sabe-se que o protocolo de tratamento, dose e tipo de quimioterápico, fracionamento da dose de radiação e volume irradiado, são fatores importantes que influenciam diretamente na incidência e severidade da mucosite (37). A literatura mostra que, com o uso da radioterapia hiperfracionada a taxa de mucosite aguda graus 3 e 4 é de 56%, comparada com 34% de graus 3 e 4 nos pacientes submetidos a radioterapia convencional e 43% em pacientes submetidos radioterapia e quimioterapia concomitantes (7,37). No presente estudo, no entanto, esta comparação não foi realizada; uma vez que todos os pacientes foram submetidos à quimioterapia e radioterapia com fracionamento convencional e concomitante formando, assim, amostra relativamente homogênea em relação ao tratamento.

(37)

alimentação normal. Assim, após avaliação médica, indicou-se para estes pacientes a interrupção do tratamento. Esta subdivisão da mucosite grau 2 permitiu análise mais adequada da amostra e, apesar de não ser muito usual, foi também sugerida por Trotti em 2000 (45).

A maioria dos pacientes avaliados (84%) apresentou algum grau de mucosite, sendo o grau 2 predominante (38%). Na literatura encontramos estudo com pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço que foram submetidos a diferentes tipos de tratamento: radioterapia e quimioterapia concomitantes, radioterapia com fracionamento convencional ou hiperfracionado, ou somente quimioterapia. Os resultados apresentados foram bem próximos aos encontrados neste estudo onde 83% dos pacientes apresentaram algum grau de mucosite; sendo que o grau moderado predominou em 35% (27); no entanto, em outro estudo, com pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço submetidos a diferentes modalidades de tratamento, 91% dos pacientes desenvolveram algum grau de mucosite, porém com predomínio do grau 3 (60%) (46).

Verificou-se maior incidência de mucosite entre a 3º e 6º semanas de tratamento com predomínio das reações grau 1 e 2. Outro estudo mostra maior incidência de mucosite entre a terceira e sétima semana de tratamento com predomínio do grau 3 onde os pacientes foram tratados com radioterapia e quimioterapia concomitantes, porém com alteração de fracionamento; o que poderia justificar a incidência maior de grau 3 (46). Outro fator é que em nosso estudo alguns pacientes tiveram o tratamento interrompido com grau 2 de mucosite, não permitindo a evolução da toxicidade. Na literatura encontramos estudos que afirmam que, com uma ou duas semanas de radioterapia, já é possível verificar eritema oral. Após a 2º semana, com cerca de 20 Gy, pode-se verificar a presença de edema; o eritema já não é tão visível devido a pressão exercida sobre os capilares; esta provocada pelo acúmulo de líquido extravascular. Depois de 3 semanas, com cerca de 30Gy, ocorre aumento da permeabilidade vascular, contribuindo para aumento do edema (24,47) . Baseado nestes trabalhos pode-se perceber que os sinais começam a ficar mais evidentes a partir da 3º semana; não se deixando de levar em conta a variabilidade individual de resposta.

(38)

Nossos resultados mostram que a idade não é fator importante para a gravidade da mucosite. Alguns autores dizem que, quanto mais idoso o paciente, menos chance ele teria de desenvolver mucosite. Isto seria devido à baixa replicação celular que ocorre no paciente idoso, uma vez que células com alta atividade mitótica são mais sensíveis à radioterapia e quimioterapia. Os dados analisados não mostraram influência da idade na gravidade da mucosite; porém, vale ressaltar que os pacientes que participaram do estudo, apresentaram média de idade menor (57,52 anos) quando comparados com a literatura (61,3 e 60.7 anos) (44,27).

No conteúdo estudado, o índice de massa corpórea não mostrou significância estatística em relação à incidência e gravidade da mucosite; contudo se observou que os pacientes perderam peso durante o tratamento. Alguns autores afirmam que provavelmente em pacientes com estado nutricional comprometido, a regeneração da mucosa é deficiente; portanto contribuindo para o desenvolvimento de mucosite (26,44). Estudo realizado com pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço onde os autores utilizaram a escala de Braden para avaliar a qualidade da dieta do paciente, relatam que o estado nutricional influencia na severidade da mucosite. Os autores discutem, também, como um fator importante, o estado nutricional do paciente, tenha sido tão pouco explorado na literatura em relação às reações agudas (18); já em um estudo realizado com pacientes portadores de câncer retal submetidos a tratamento com fluorouracil (5FU), os autores não encontraram relação entre o estado nutricional e a incidência e gravidade da mucosite (48). Ainda outro autor comenta que a incidência de mucosite é independente do índice de massa corpórea (49).

Desta forma os resultados encontrados nas análises feitas sugerem que o acompanhamento nutricional dos pacientes constitui fator de importância para a manutenção da qualidade do tratamento ao se considerar que a própria patologia e o tratamento colaboram para a nutrição inadequada. É preciso que os profissionais estejam atentos para orientar os pacientes e familiares e tomar condutas terapêuticas quando necessário.

(39)

é de 97.100 pacientes. Em relação ao câncer de oro/hipofaringe, a incidência é de 100.900 pacientes no sexo masculino contra 22.100 pacientes no sexo feminino e, ao câncer de laringe, a incidência é de 142.200 pacientes no sexo masculino e 19.200 pacientes no sexo feminino (1). Sugere-se que esta maior incidência de alguns cânceres de cabeça e pescoço nos homens ocorra por estarem mais expostos ao tabaco e álcool (50-52).

Neste estudo não se encontra relação entre as raças (branca e negra) e a incidência e gravidade da mucosite. Em outros estudos sobre mucosite este fator não foi analisado (18,27,46). Na literatura encontramos um estudo que observou que pacientes afro-americanos, quando submetidos à quimioterapia adjuvante com fluorouracil, apresentaram menos toxicidade da mucosa do que os caucasianos. Os autores comentaram que ainda não existe uma explicação clara para justificar esta diferença; porém sugerem a presença de polimorfismo nos genes que controlam a metabolização da droga (53).

Com relação ao fumo, este fator não mostrou significância estatística, provavelmente, devido à baixa incidência de fumantes em nossa amostra. Os resultados mostraram que (16%) admitiram fumar durante o tratamento e, apenas, dois tiveram o tratamento interrompido por causa da mucosite. Na literatura se encontra trabalhos que divergem em seus resultados; enquanto alguns não observaram influência do fumo na mucosite outros afirmaram que o fumo teve influência quando o volume irradiado era menor (21,22). É importante considerar o fato que os pacientes, nesses trabalhos, foram submetidos a tratamentos diferentes.

(40)

fluorouracil (5FU) não mostrou relação entre pacientes diabéticos e a incidência de mucosite (48).

Apesar de pequeno número de diabéticos nesta amostra acredita-se que, devido à repercussão sistêmica do diabetes, esta doença possa influenciar na gravidade da mucosite. Trabalhos afirmaram que pacientes portadores de diabetes tipo 1 e 2 têm maior risco de desenvolverem gengivite e doença periodontal. Isto ocorre porque tais pacientes têm cicatrização prejudicada devido à rápida degradação do colágeno pelas enzimas metaloproteinases. Os mesmos pacientes apresentam, também, processo inflamatório acelerado, o que dificulta a cicatrização; resposta potencializada de monócitos; altos níveis de proteínas glicosiladas, os produtos finais da glicação avançada (AGEs) nos tecidos e resposta quimiotática do neutrófilo prejudicada (56-59). Baseando-se nas informações acima, é possível acreditar que pacientes diabéticos submetidos à radioterapia e quimioterapia, tratamentos estes que induzem a inflamação, possam apresentar uma pré disposição para o desenvolvimento de mucosite; considerando-se que os diabéticos já possuem fatores que sensibilizam a mucosa oral.

Em relação à hipertensão arterial, encontra-se na literatura um trabalho que sugere que a hipertensão, especificamente o aumento da pressão sistólica, pode influenciar na reação da pele durante a radioterapia; porém os autores não explicam a razão de tal observação (60). Sabe-se que a hipertensão arterial é um distúrbio complexo, multifatorial e possui determinantes genéticos e ambientais que influenciam o débito cardíaco e a resistência vascular total (61). Embora os dados encontrados não tenham mostrado influência deste parâmetro na mucosite dos pacientes tratados, acredita-se que ele deve ser melhor estudado. Deve-se considerar, também, o pequeno número de hipertensos na amostra.

O estadiamento do tumor não apresentou influência significante no grau de mucosite. Na literatura, estudo realizado com pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço, também não mostrou relação entre o estadiamento do tumor e a incidência de mucosite (27). A hipótese era de que, nos pacientes com estadiamento avançado, o volume tratado seria maior; o que poderia acarretar o desenvolvimento de mucosite de maior gravidade.

(41)

para a incidência e gravidade da mucosite. A princípio se pensou que, talvez os pacientes submetidos à cirurgia antes do início da radioterapia e quimioterapia, poderiam apresentar alguma redução da vascularização local devido ao próprio procedimento cirúrgico. Isto poderia diminuir a quantidade de quimioterápico que chegaria até o local de tratamento, diminuição da oxigenação e menor incidência da mucosite. Não foram encontrados na literatura trabalhos que fizessem abordagem à influência da cirurgia na incidência de mucosite; os estudos, porém, ressaltam a importância de se manter uma boa oxigenação dos tecidos para melhor eficácia do tratamento (36,44).

(42)

6 CONCLUSÕES

Os resultados obtidos no presente trabalho nos permitem concluir que:

1. De acordo com a classificação pelo critério CTC, ocorreu maior incidência de mucosite graus 1 e 2, com predominância na região da orofaringe, no período entre as 3a e 6a semanas de tratamento.

2. As características individuais dos pacientes, como idade, sexo, raça, hipertensão e hábito de fumar e as características clínicas associadas à doença como sítio primário, estádio da doença não influenciaram na gravidade da mucosite nos pacientes submetidos à radioterapia e quimioterapia concomitante.

(43)

7 ANEXOS

(44)

Anexo 2 Termo de consentimento livre esclarecido

Eu, Renata Cristina Schmidt Santos, aluna de pós-graduação da Universidade Federal de São Paulo, estou realizando um trabalho de pesquisa cujo título é: Mucosite em pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço submetidos a radioterapia e quimioterapia concomitantes.

Essas informações estão sendo fornecidas para sua participação voluntária neste estudo, que visa observar e classificar as reações da mucosa durante a radioterapia para tratar câncer localizado na região da cabeça e pescoço.

Para sua colaboração precisamos que responda um questionário verbalmente e semanalmente observaremos visualmente a área de tratamento.

Você poderá ter acesso, a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos, inclusive para dirimir eventuais dúvidas. Sua participação é voluntária com garantia de liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento de deixar de participar do estudo.

As informações obtidas serão analisadas em conjunto com outros pacientes, não sendo divulgado a identificação de nenhum paciente, mantendo, portanto confidencialidade, sigilo e privacidade de informações.

Estamos à disposição para qualquer esclarecimento nos telefones 55764007 ou 55764009 via email: Resantos1@hotmail.com. Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) – Rua Botucatu, 572 – 1º andar – cj 14, 5571-1062, fax: 5539-7162 – e-mail: cepunifesp@epm.br

Acredito ter sido suficientemente informado por Renata Cristina Schmidt Santos a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo: Mucosite oral em pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço submetidos a radioterapia e quimioterapia concomitante. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, as garantias de confidencialidade, de esclarecimentos permanentes e disponibilidade de assistência no Hospital São Paulo, por eventuais danos à saúde, decorrentes da pesquisa.

Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem que isto traga prejuízo à continuidade da assistência.

________________________________________ Data: ___/___/___ Assinatura do sujeito da pesquisa

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido deste paciente ou representante legal para a participação neste estudo.

(45)

Anexo 3 - TNM

TNM

ESTADIAMENTO – Lábios e Cavidade Oral/ Orofaringe/ Supraglote/Glote/ Subglote

Tumor primário

TX Tumor primário não pode ser avaliado T0 Sem evidência de tumor primário Tis Carcinima in situ

Lábios e Cavidade Oral

T1 Tumor com 2 cm ou menos na sua maior dimensão

T2 Tumor com mais de 2 cm e até 4 cm na sua maior dimensão T3 Tumor com mais de 4 cm na sua maior dimensão

T4 (lábios) Tumor invade osso cortical,nervo alveolar, assoalho da boca ou pele da face ( bochecha ou nariz )

T4a ( cavidade oral ) Tumor invade estruturas adjacentes ( através do osso cortical, dos músculos profundos- extrínsecos da língua genioglosso, hioglosso, palatoglosso e estiloglosso - , seio maxilar, pele da face )

T4b Tumor invade o espaço mastigatório, a placa pterigóidea ou a base do crânio e/ ou engloba a artéria carótida interna

Orofaringe

T1 Tumor com 2 cm ou menos na sua maior dimensão

T2 Tumor com mais de 2 cm e 4 cm ou menos na sua maior dimensão T3 Tumor com mais de 4 cm s na sua maior dimensão

T4a Tumor invade laringe, musculatura profunda/extrínseca da língua, pterigóideo medial, palato duro ou mandíbula

T4b Tumor invade pterigóideo lateral , placas pterigóideas, nasofaringe lateral ou base do crânio ou engloba a artéria carótida

Hipofaringe

T1 Tumor limitado a um subsítiio da hipofaringe e com 2 cm ou menos na sua maior dimensão T2 Tumor invade mais de um subsítio da hipofaringe ou um sítio adjancente, ou mede mais de 2 cm e 4 cm ou menos na sua maior dimensão, sem fixação da hemilaringe

T3 tumor com mais de 4cm na sua maior dimensão ou com fixação da hemilaringe

T4a Tumor invade cartilagem tireóidea/cricóidea, osso hióide, glândula tireóide, esôfago ou compartimento central dos tecidos moles

T4b Tumor invade a fáscia pré-vertebral, engloba a artéria carótida ou envolve estruturas mediastinais

Supraglote

T1 Tumor limitado a um subsítio da supraglote,com mobilidade normal das cordas vocais T2 Tumor invade a mucosa de mais de um subsítio adjacente da supraglote ou da glote ou de uma região fora da supraglote ( mucosa da base da língua,valécula,parede medial do seiopiriforme), sem fixação da hemilaringe

T3 Tumor limitado à laringe com fixação das cordas vocais e/ou invade qualquer uma das seguintes estruturas: área pós-cricóide, tecidos pré-epiglóticos,espaço paraglótico e /ou erosão menor da cartilagem tireóidea ( córtex interno)

(46)

T4b Tumor invade o espaço pré-vertebral, engloba a artéria carótida ou envolve as estruturas mediastinais

Glote

T1 Tumor limitado as cordas vocais ( pode envolver as comissuras anterior ou posterior ), com mobilidade normal

T1a Tumor limitado a uma corda vocal T1b Tumor envolve ambas as cordas vocais

T2 Tumor estende-se para a supra e /ou subglote e/ ou há diminuição de mobilidade de corda vocal

T3 Tumor élimitado à laringe com fixação das cordas vocais e /ou invade espaço paraglótico e/ou erosão menor da cartilagem tireóide ( córtex interno )

T4a Tumor invade a cartilagem tireóide e/ou invade os tecidos adjacentes `a laringe ( traquéia, tecidos moles do pescoço, incluindo os músculos profundos extrínsecos da língua os músculos strap a tireíde ou o esôfago)

T4b Tumor invade o espaço pré-vertebral engloba a artéria carótida ou envolve estruturas mediastinais

Subglote

T1 Tumor limitado à subglote

T2 Tumor estende-se para as cordas vocais com mobilidade normal ou diminuída T3 Tumor élimitado à laringe com fixação das cordas vocais

T4a Tumor invade a cartilagem cricóide ou tireóidea e/ou invade os tecidos adjacentes à laringe (traquéia, tecidos moles do pescoço, incluindo os músculos profundos extrínsecos da língua os músculos strap a tireíde ou o esôfago)

T4b Tumor invade o espaço pré-vertebral, engloba a artéria carótida ou envolve as estruturas mediastinais

Linfonodos regionais

NX Linfonodos regionais não podem ser avaliados N0 Ausência de metástases em linfonodos regionais

N1 Metástase em um único linfonodo ipsilateral, com 3 cm ou menos na sua maior dimensão N2 Metástase em um único linfonodo ipsilateral, com mais de 3 cm e não mais de 6 cm em sua maior dimensão; ou em múiltiplos linfonodos ipsilaterais nenhum com mais de 6 cm na sua dimensão; ou em linfonodos bilaterais ou contralaterais, nenhum com mais de 6 cm na sua maior dimensão

N2a Metástase em um unido linfonodo ipsilateral, com mais de 3 cm e não mais de 6 cm em sua maior dimensão

N2b Metástase em múltiplos linfonodos ipsilaterais, nenhum com mais de 6 cm na sua maior dimensão

N2c Metástases em linfonodos bilaterais ou contralaterais, nenhum com mais de 6 cm na sua maior dimensão

N3 Metástases em linfonodos com mais de 6 cm na sua dimensão

Metástase à distância

MX Metástase a distância não podem ser avaliadas M0 Ausência de metástases a distância

(47)

Anexo 4- Formulário de Avaliação

INFORMAÇÕES GERAIS

Nome: _________________________________________________________________ Nº R:__________________________________ RHSP:__________________________ Filiação: _______________________________________________________________ Endereço:_______________________________________________________________ Cep:______________________________ Telefone:_____________________________ Data de nascimento:_____/_____/_____ Idade atual:____________________________ Procedência:____________________________________________________________ Nacionalidade:____________________________ Estado civil: ___________________ Cor: ________________________________ Sexo: _____________________________ Grau de escolaridade: ____________________________________________________ Profissão:______________________________________________________________ HISTÓRICO DO PACIENTE

Caso de câncer na família ? ( ) sim ( ) não Qual ? ___________________________ Alergias ( ) sim ( ) não _________________________________________________ Fumante ( ) não ( ) sim Quantos cigarros por dia:____ Tempo de consumo:______ Ex-fumante Tempo de uso/ quantidade _____________ Quando parou ___________ Consumo de álcool ( ) nunca ( ) sim ( ) parou

Quantas vezes por semana: _____________________ Quando parou: ______________ Diabetes ( ) sim ( ) não Hipertensão ( ) sim ( ) não

Outra doença ? __________________________________________________________ Medicamentos em uso :____________________________________________________ Usa dentadura ? ( ) sim ( ) não _________________________________________ Antecedentes cirúrgicos: __________________________________________________ Diagnóstico:____________________________________________________________ A Patológico:___________________________________________________________ Estadiamento:___________________________________________________________ TRATAMENTO

Cirurgia ( ) sim ( ) não

______________________________________________________________________ Quimioterapia Início:_____________________

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Quimioterápico:______________________Dose: ___________Ciclo:______________ Radioterapia

Início :______________________ Aparelho: ________________________________ Fracionamento:

Local D. Tumor D. Total Nº de frações Feixes

Acessórios:____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ EXAMES LABORATORIAIS

Exame de sangue realizado pré-tratamento Data do exame: ____/____/____

Hemograma

Eri:______Hb:_______ Ht: _______Leu: _____ Neu:________ Plaq: ___________ Bioquímica

Creatinina:____________ Uréia: ______________ AVALIAÇÃO DO GRAU DE MUCOSITE Planejamento

Data:________________ Peso:_____________ Altura:__________________

Avaliação clínica

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Paciente: _____________________________________________________________________________

Data:________________ Peso:_____________ Dose do dia: _________________________________________________________

Avaliação clínica:_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________

CTC

Mucosa da boca - direito ( ) grau 0 ( ) grau 1 ( ) grau 2 ( ) grau 3 ( ) grau 4 Mucosa da boca – esq. ( ) grau 0 ( ) grau 1 ( ) grau 2 ( ) grau 3 ( ) grau 4 Assoalho da boca ( ) grau 0 ( ) grau 1 ( ) grau 2 ( ) grau 3 ( ) grau 4 Palato Duro ( ) grau 0 ( ) grau 1 ( ) grau 2 ( ) grau 3 ( ) grau 4 Tonsila Direita ( ) grau 0 ( ) grau 1 ( ) grau 2 ( ) grau 3 ( ) grau 4 Tonsila Esquerda ( ) grau 0 ( ) grau 1 ( ) grau 2 ( ) grau 3 ( ) grau 4 Língua ( ) grau 0 ( ) grau 1 ( ) grau 2 ( ) grau 3 ( ) grau 4 Gengiva superior ( ) grau 0 ( ) grau 1 ( ) grau 2 ( ) grau 3 ( ) grau 4 Gengiva inferior ( ) grau 0 ( ) grau 1 ( ) grau 2 ( ) grau 3 ( ) grau 4 Orofaringe ( ) grau 0 ( ) grau 1 ( ) grau 2 ( ) grau 3 ( ) grau 4

(50)

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Abstract

Objectives: Classify the level of oral mucositis according to the international CTC parameters in head and neck tumor patients undergoing simultaneous radio and chemotherapy, and verify in our population whether or not the individual’s habits, tumor characteristics and treatment protocol have a role in the mucositis’ intensity. Methods:

Fifty patients were enrolled, 45 male and 5 female; 39 white and 11afro-brazilians; 43 to 72 years old. Concerning to the primary tumor location, 32 patients were diagnosed with oropharynx tumor, 10 with oral cavity tumor, 3 with larynx tumor, 4 presented hipopharynx tumor and 1 with maxilla sinus tumor. Patients undergone megavoltage radiotherapy with doses in a range of 66 to 70Gy and an association of cisplatin and carboplatin chemotherapy concomitantly. Twenty six patients were submitted to previous surgery. All patients were interviewed by a nurse and asked about personal information and habits prior treatment. The level of mucositis was evaluated once a week until the end of the treatment. Results: 16% of patients presented mucositis grade III; 38% grade II; 30% grade I and 16% did not present any mucosa alteration. It was observed that 100% of the diabetic patients presented mucositis grade III.

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