SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
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Artigo
Original
Relac¸ão
da
disestesia
peri-incisional
com
os
acessos
vertical
e
oblíquo
na
retirada
dos
tendões
flexores
na
reconstruc¸ão
do
ligamento
cruzado
anterior
do
joelho
Marcos
Laube
Leite
a,∗,
Fernando
Amaral
da
Cunha
a,
Bruno
Quintão
Martins
da
Costa
b,
Rodrigo
Moura
Andrade
b,
Jose
Henrique
Diniz
Junior
ae
Eduardo
Frois
Temponi
caFundac¸ãoHospitalarSãoFranciscodeAssisdeBeloHorizonte,GrupodeCirurgiadoJoelho,BeloHorizonte,MG,Brasil
bFundac¸ãoHospitalarSãoFranciscodeAssisdeBeloHorizonte,Servic¸odeOrtopedia,BeloHorizonte,MG,Brasil
cHospitalMadreTereza,GrupodoJoelho,BeloHorizonte,MG,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem17denovembrode 2015
Aceitoem7dejaneirode2016 On-lineem18dejulhode2016
Palavras-chave:
Ligamentocruzadoanterior Reconstruc¸ão
Disestesia
r
e
s
u
m
o
Objetivo:Compararaincidênciadedisestesiaperi-incisionaldeacordocomotipodeincisão pararetiradadeenxertoflexornareconstruc¸ãodoligamentocruzadoanteriordojoelho. Métodos:Foramdivididosemdoisgrupos33pacientes:Grupo1,compostopor19pacientes operadospelatécnicacomincisãooblíquaparaoacessoaosflexores,eGrupo2,composto por14pacientesoperadospelatécnicacomincisãovertical.Ospacientesselecionadosforam examinadosnopós-operatório.Dadosdemográficoseaprevalênciadadisestesiaforam ava-liadospormeiodedigitopressãoemtornodaregiãoincisadaeaprevalênciafoiclassificada deacordocomaescaladeHighet.
Resultados: Ataxatotaldedisestesiafoide42%(14pacientes).Cincopacientes(26%)dogrupo da incisãooblíquaapresentaramsintomasdedisestesia.Nogruposubmetidoàtécnica comincisãovertical,oacometimentofoide64%(novepacientes).Nos33joelhosavaliados, aregiãosuperior-lateralfoiaáreamaisacometida,enquantoasregiõessuperior-medial e inferior-medialforamafetadasemapenasumpaciente(7,1%).Nãoforamobservadas diferenc¸as estatísticasentreosdoisgruposemrelac¸ãoaopeso, à idadeeà alturados pacientes,bemcomootamanhodaincisão.
Conclusão:Ospacientessubmetidosàreconstruc¸ãodoligamentocruzadoanteriordojoelho comatécnicacomacessooblíquoapresentaramincidênciadedisestesiaperi-incisional cincovezesmenoremrelac¸ãoàquelesqueforamsubmetidosàtécnicacomacessovertical. ©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:marcoslaube20@gmail.com(M.L.Leite).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2016.01.007
oblique
incisions
on
the
hamstrings
harvest
in
anterior
cruciate
ligament
reconstruction
Keywords:
Anteriorcruciateligament Reconstruction
Dysesthesia
a
b
s
t
r
a
c
t
Objective: Tocomparetheincidenceofperi-incisionaldysesthesiaaccordingtotheskin incisiontechniqueforhamstringtendongraftharvestinanteriorcruciateligament recons-truction.
Methods:Thirty-threepatientswithACLrupturewereseparatedintwogroups:group1,with 19patientssubmittedtotheobliqueskinincisiontoaccessthehamstringsandgroup 2-14patientsoperatedbyverticalskinincisiontechnique.Theselectedpatientswereassessed aftersurgery.Demographicdataandprevalenceofdysesthesiawasmeasuredbydigital pressurearoundtheskinincisionandclassifiedaccordingtotheHighetscale.
Results: Thetotalrateofdysesthesiawas42%(14patients).Fivepatients(26%)onthe obli-queincisiongroupreporteddysesthesiasymptoms.Onthegroupsubmittedtothevertical incisiontechnique,theinvolvementwas64%(ninepatients).Onthe33kneesevaluated, thesuperiorlateralareawasthemostaffectedskinregion,whilethesuperiormedialand inferiormedialregionswereaffectedinonlyonepatient(7.1%).Nostatisticaldifferences betweenbothgroupswereobservedregardingpatients’weight,age,andheight¸aswellas skinincisionlength.
Conclusion: Patientswhounderwentreconstructionoftheanteriorcruciateligamentusing theobliqueaccesstechniquehadfivetimeslowerincidenceofperi-incisionaldysesthesia whencomparedwiththoseinwhomtheverticalaccesstechniquewasused.
©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc¸ão
O planejamento da reconstruc¸ão artroscópica do liga-mento cruzado anterior do joelho (LCA) demanda várias considerac¸ões cirúrgicas que podem influenciar em seus resultados clínicos e funcionais. Dentre elas, citam--seasopc¸õesdeenxertoeastécnicasusadaspararetirá-los.1 Asopc¸õesautólogasdeenxertomaisusadasincluemoterc¸o centraldotendãopatelar,ostendõesflexores(semitendíneo egrácil)eoquadríceps,2todasessasconsagradaspelousoe comresultadosecomplicac¸õesbemdefinidosnaliteratura.1–3 Astécnicasqueusamosenxertosdostendõessemitendíneo egrácil requerem pequenaincisãoe têm baixamorbidade relacionadaaosítiodoador.3Entretanto,devidoàlocalizac¸ão anatômicaemparticular,existeumriscopotencialdelesão do ramo infrapatelar do nervo safeno (RIPNS) na retirada dele,3 o que pode levar a complicac¸ões como dor local e disestesiaperi-incisional.4
A porcentagem de disestesia peri-incisional na
reconstruc¸ãodoLCA comtendõesflexoresvariade14,9%a 77%.3Aspesquisassobreotemaemquestãosebaseiamem medidasquepossampreveni-laeascomparac¸õessobrequal tipodeacessoevoluiriacommenortaxadeincidênciadesse sintomatêmsetornadoassuntorecorrentenaliteratura.2,4–9
Váriosautoresrecomendamousodeincisõesoblíquase horizontaisparaexposic¸ãodainserc¸ãotibialdostendões fle-xoresesuacoletacomoargumentodediminuirosdanosao RIPNSquandocomparadascomasincisõesverticais,todavia nãoexisteconsensoatéopresentemomento.3,6–8 Hipotetiza--sequetalvezasincisõescommaiorrespeitoàanatomiado
RIPNS garantiriam menores complicac¸ões.Oobjetivo deste estudo,portanto,écompararaprevalênciadadisestesia peri--incisional,deacordocomotipodeincisão(oblíquaevertical), naretiradadeenxertodostendõesflexoresparareconstruc¸ão doLCA.
Material
e
métodos
Figura1–Incisão(a)oblíquae(b)verticalpararetiradadosenxertosflexoresparaareconstruc¸ãodoligamentocruzado anteriordojoelho.
Todas asincisões para a coleta dosenxertos foram fei-tas com o joelho em flexão de 90 graus, 2cm abaixo da extremidade superior do tubérculo tibial anterior (TTA) e a 1cm medial a ele. As incisões verticais eram feitas em umplano paralelo àTTAe asoblíquas,com inclinac¸ão de 45◦em relac¸ão a esse plano, no sentido de superomedial para inferolateral (fig. 1). O comprimento médio das inci-sõesfoi de 3,07cm para o grupo oblíquo(de 3 a3,4cm) e de 3,11cm para o grupo vertical (de 3 a 3,5cm). Todos os enxertosforampreparadosdeformalivre.Todosospacientes foramoperadospelamesmatécnicaartroscópicatransportal, naqualforam usados apenasdois portaisartroscópicos.O protocolodereabilitac¸ãonãodiferiuentreosdoisgrupos.Os pacientesselecionadosforamexaminadosematendimento ambulatorial para controle pós-operatório;foram avaliados com14,30,90,180e360dias,quandoerafeitaavaliac¸ãofinal doquadroneurológico.Aavaliac¸ãoclínicafoifeita porum únicopesquisador.Asensibilidadedaregiãoperi-incisional foimensurada pormeiode dígitopressão eclassificadade acordocomaescaladeHighet(S0:anestesia;S1:sensibilidade profundapreservada; S2:sensibilidade dolorosaetátil pre-servada com disestesia; S3: sensibilidade dolorosa e tátil preservadasemdisestesia;S3+:sensibilidadediscriminativa presente;S4sensibilidadenormal).10
ApesquisafoiaprovadapelaComissãodeÉticaem Pes-quisasob o número CAAE 44637715.0.0000.5120 etodos os pacientes receberame assinaram termo de consentimento livreeesclarecido.
Análiseestatística
Foifeitocálculoamostralprévioaoestudoedefinidoonúmero de 28 joelhos como necessário para tratamento estatístico
(14emcadagrupo),considerandoumníveldesignificância de 5%, poder de testede 80% e prevalênciasde disestesia previamenteexistentesnaliteratura.Paraverificararelac¸ão entreatécnicadeincisãoeapresenc¸adedisestesia,usou-se otesteestatísticodeindependênciadoqui-quadrado(2),11 com5%designificância.Cálculodeoddsratiofoiapósfeitode formaaavaliaraprobabilidadedaocorrênciadeeventoentre osgrupos.Todososdemaisdadosforamdescritoscombase emmédiasedesviopadrão.Asanálisesforamfeitascomo softwareSPSS,20(IBMCorp.Released2011.IBMSPSSStatistics forWindows,Version20.0.Armonk,NY:IBMCorp.).
Resultados
Aidadevariouentre18e53anos,commédiade34,5(DP=9,18). Amédiaponderaldospacientesfoide72quilos,variandode 62a85.Aestaturamédiavarioude1,62ma1,85m,commédia de1,73m.Amédiadeidadeentreosdoisgruposnão apresen-toudiferenc¸a(ns).Nãohouveaindadiferenc¸anoquesediz respeitoaopeso,àalturaeaosexodospacientesestudados.
deincisãopararetiradadosenxertosflexores
nareconstruc¸ãodoligamentocruzadoanteriordojoelho
Tipodeincisão Quadrante n %
Oblíqua Inferolateral 3 60
Superolateral 2 40
Superomedial 1 20
Inferomedial 1 20
Vertical Inferolateral 5 56
Superolateral 7 78
Nos33 joelhos avaliados, a região superior-lateral foi a maisacometida,asuperior-medialeainferior-medialforam verificadasemapenasumpaciente(7,1%).Dos14pacientes
comdisestesia,71,4%apresentaramqueixasemapenasuma
região,três (9,1%)emduaseapenasumapresentouqueixa
emtrês(tabela1).Todosospacientescomdisestesiaforam classificadoscomotipoS2segundoaescaladeHighet.
Discussão
O achado mais importante do presente estudo é que o tipo deincisão usado para aretirada doenxerto flexor na reconstruc¸ãodoligamentocruzadoanteriordojoelhoé deter-minanteparaaprevalênciadadisestesiaperi-incisionalno pós-operatório.Foidemonstradaaindaumaprevalênciageral de26%dedisestesia,cincovezesmaiornogrupocomincisão verticalemrelac¸ãoàincisãooblíqua,talvezdevidoaomaior respeitoàanatomiadoRIPNSnessecaso.
Galietal.3fizeramumestudoemjoelhodecadávere mos-traramqueoRIPNSéquaseparaleloaobordosuperiordos tendõesdapata deganso(demedialpara lateral-superior--inferior).Essaproximidadeentreessasestruturas,associada àposic¸ãosuperficialdoseu ramoterminalnaregião ante-romedialdojoelho,poderiaexplicar aincidênciadelesões iatrogênicas do RIPNS na reconstruc¸ão do LCA com ten-dões flexores, que pode chegar a 77% de acordo com a literatura.3,12,13 O senso comum entre os pesquisadores se baseiaexatamentenaexistênciadesseparalelismoentresas incisõeshorizontaiseoblíquaseaanatomiadoRIPNS. Por-tlandetal.6compararamtrêscomplicac¸õesentreasincisões verticalehorizontalnaretiradadostendõesflexores:dor, apa-rênciacosméticaedisestesia.Emtodososquesitosavaliadosa incisãoverticalobtevemaiortaxadecomplicac¸ões.Emrelac¸ão àdisestesia,naincisãovertical,aincidênciaencontradapor esseautorfoide59%,enquantonahorizontal,43%.6 Papaster-giouetal.9encontraramresultadossemelhantes.Luoetal.,8 emumestudopublicadoem2007,encontraram24%derisco delesõesdoRIPNSnaincisãooblíquacontra65,7%coma inci-sãovertical,semdiferenc¸asignificativaemrelac¸ãoaotempo deseguimentoeàmédiadeidadedospacientes.
Vários autores avaliaram opc¸ões para minimizar as complicac¸ões na retirada doenxerto para reconstruc¸ão do LCA.Letartreetal.14sugeriramumatécnicacomacesso pos-teriorpararetirada dosflexores, nointuitodeevitarlesões donervosafenoedeseusramosnaregiãoanteromedialdo joelho.Empublicac¸ãorecente,DePáduaetal.15encontraram menortaxadelesãodonervosafenoquandoretiraramapenas otendãosemitendíneoepreservaramográcilcomparadaà
damobilidadedinâmicadojoelhocomrelac¸ãoàposic¸ãodo RIPNSem20joelhosdecadávereseconcluíramqueasincisões noaspectoanteriordojoelhodevemserfeitasemflexão.Em concordânciacomesseautor,todosospacientesemquestão foramincisadoscomojoelhoemflexão.
Aslimitac¸õesdesteestudoincidemnocarátertransversal dométodousado,queavaliouapresenc¸adadisestesianum períodomáximode12meses.Issopoderianãorepresentara taxarealdedisestesiaencontradanessespacientes, levando--seemcontaapossibilidadederecuperac¸ãoneurológicaque pode acontecernos primeirosdois anosdepós-cirúrgico.16 Outroponto équenãofoi mensuradooimpactofuncional daqueles pacientes com déficit neurológico e, por último, nãofoiavaliadonoestudoemquestãoumpossível acometi-mentodonervosafenodevidoaousodostripperparacoleta doenxerto,oquepoderia,talvez,explicarataxadedisestesia menor,masaindapresente,encontradanogruponoqualfoi usadaaincisãooblíqua.17,18
Este estudo, portanto, apresenta importância para os cirurgiões que fazem tal procedimento, pois, por meio de pequena mudanc¸atécnica nareconstruc¸ãodoLCA,grande impacto pode ser conseguido na prevenc¸ão da disestesia pós-operatória.
Conclusão
Ospacientessubmetidosàreconstruc¸ãodoLCAcoma téc-nicacomacessooblíquoapresentaramumaprevalênciacinco vezesmenordedisestesiaperi-incisionalquandocomparados comogrupoemqueatécnicaescolhidafoioacessovertical nopresenteestudo.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Agradecimentos
AoDr.BertrandSonnery-Cottet/CentreOrthopedicSanty,Fifa MedicalCenterofExcelence,Ramsay-GénéraledeSanté, Hôpi-talPrivéJeanMermoz,Lyon,Franc¸a,eaoDr.LúcioHonóriode CarvalhoJúnior,HospitalMadreTeresa,BeloHorizonte,Brasil, pelaajudanaelaborac¸ãodoartigo.
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