José
Barbosa
de
Souza
Filho`
UMA
METODOLOGIA PARA
PLANEJAIYIENTO
DE
ARQUITETURA
DE
INFORMAÇOES
Esta dissertação
foijulgada
e aprovada
para a
obtenção
do
títulode Mestre
em
Engenharia
de
Produção
no
Programa de Pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção
da
Universidade Federal
de
Santa
Catarina
Florianópolis,
30 dejulho
de
2001
Prof. Ricardo I Iran
.- Barcia, Ph.D.
C
~denador d Curso
BANCA
EXAMINADORA
'
z
Profa. Aline Fr ça
d
Abreu, Ph.D.Orienta ora
A
minha esposa, Teresinhapelo estímulo constante,
a
meus
filhos Diego e Tatiana, eAGRADECIMENTOS
Meus
sinceros agradecimentos:À
Professora Aline Françade
Abreu, Ph.D., por sua competente orientação eincentivo
ao
desenvolvimento deste trabalho, alémda
formaamiga
como
o fez.À
Universidade Federal de Santa Catarina, e àFAE
de Curitiba.Ao
Professor Bruno H. Kopittke, Dr., pela excelente coordenaçãodo
curso.Ao
Professor JudasTadeu
GrassiMendes
pelo incentivo a participardo
curso.Aos
Professoresdo
Cursode
Pós-Graduaçãoem
Engenharia de Produção.A
Luiz Carlos Beraldi e Luís PedroZambon
pelas horasde
estudoem
conjunto.A
Hélio Kubo, Minoru Watanabe, Luis C.Schamne,
e Roberto Remonato,da
Symconsult, pelo apoio.
Ao
Engenheiro TohoruMaruo
peloacompanhamento
e cobrança permanentes.A
Wagner
Godinho, pelas fontes de consulta, sugestões, revisões e incentivo.A
VicentePacheco
pela idéiado
tema, sugestõese
incentivoAo
meu
filho, Diego, elas repetidas revisões do texto e competentes sugestões.Agradecimentos especiais aos amigos da
APOLAR
IMÓVEIS
:Ao
Sr. Joseph Galeano, Presidente,que
me
abriu as portasde
suaorganização e participou pessoalmente
do
estudo de caso,um
íconede
suaorganizaçao.
Aos
Srs. Jean Michel P. T. Galeano e Derli Lessnau, Diretores participantes.Ao
Sr. Sebastião Santos,também
Diretor,um
grande amigo,que
participoucomo
membro
da equipede
planejamento,sempre
solicito e proporcionando“Above all the innovative
company
organizes itself toabandon
the old, the obsolete, the no longer productive. lt never says, “There will always be a market for a well-made
buggy
whip”.lt
knows
that whateverhuman
beings have createdbecomes
obsolete sooner or later-
usually sooner.And
if prefers toabandon
its obsolete products itself rather than have
them
made
obsolete by the competition.”Lista de Figuras ... _. Lista
de Quadros
... _. Listade
Gráficos ... _. Listade
Reduções
... ._ ... ..xusuMÁRio
Resumo
... ._ 1 |\)|\)|Q|\)|\)|\)|\)|\)._\._L_.\._\_\_\_\_\_\ `-×'-×'-»`-›'-›`-»`-› `×i`c»`o¬`4>'J>`à`‹.oi\›'-× U1-l>(.OI\J-\ l\J-\ .6 2.1.7 2.1.8 2.2 2.2.1 2.2.2 2.2.3 2.2.4 2.2.5 2.2.6 2.2.7 2.3 2.3.1 2.3.2 2.3.3 3.1 3.2 3.2.1 3.2.2 Geral ... __ Específicos ... ._ Delimitação ... _. Definição de Conceitos ... __ ... ._ 11 ... ._ 13 ... __ 13 ... _. 13A
Estruturado
Trabalho ___________________________________________ __REVISÃO
DE
LITERATURA
... _. Conceitos Importantes ... _.Uma
Perspectiva Histórica doUso
e da Gestão de Slviii ix X xi Abstract ... _ __. ... _ _ xiii
INTRODUÇAO
... __ 1Tema
e Contexto ... ._ Justificativa ... ._ Questão Básica ... _. Objetivos ... ._ 1 CD\I\I\IO7U`I 8Uma
Visãodo
Ambiente Atual ... ._20
Inovação e
Um
Novo
Paradigma Gerencial ... ._A
OrganizaçãoBaseada
na Informação ... ._... ..25 ... _. 31
O
Pensamento
Estratégico ... _. 34 Arquitetura Estratégica ... ._45
” 51A
Necessidade deuma
Arquitetura de Informaçoes ._Da
Integração entre Tecnologia e Estratégia ... ._Princípios de Gestão
de
Informações e de TI ... _.... ..63 ... ..67
Valor da Informação ... _. 67 “
71
Determinando o Valor de Sistemas de Informaçoes _.
Qualidade e Utilidade da Informação ... ._
Estabelecendo a Estratégia Financeira ... ._
Integrando o Plano de Sl
com
o Plano de Negócios..A
Necessidadede
uma
Abordagem Econômica
... ._Alinhamento Estratégico de TI ... _. ... __ 75 ... ..77 ... _.8O ... ._ 88 ... _. 92
Metodologias de Planejamento de Arquitetura de Informaçoes ... ._ 107
BSP
-
Business Systems Planning ... _.A
Estruturade
Zachman
... ._Enterprise Architecture Planning ... __
METODOLOGIA PROPOSTA
... __Introdução ... ._
Descrição
da
Metodologia ... ._Visão Geral das Fases do Modelo ... _.
Descrição das Atividades ... _.
... ..107 ... ._ 112 1 18
2.3.4 Análise dos Pontos Fortes e Fracos das Três Metodologias ... ._ 123
3 126
... __126 ... _. 127 ... _. 130 ... _. 133
4.2.1
O
Problemade
Pesquisa ... ._4.2.2 Objetivo da Pesquisa ... __
4.2.3 Planejamento da Pesquisa ... ._
5
APRESENTAÇÃO
E
ANÁLISE
DO CASO
... _.5.1 Preparação ... ._
5.2 Caracterização da Organização e
do
seu Ambiente Competitivo5.3 Estabelecer a Arquitetura Estratégica da Organização ... ._
5.4 Definição da Arquitetura
de
Informações da Organização ... ._5.5 Definição da
Nova
Arquitetura de Informações ... __5.6 Conclusão
do
Projeto ... _.6
CONCLUSÕES
E
RECOMENDAÇÕES
... ._REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... ._ANEXO
I ... ._Lista
de
FigurasFigura 1 -
Componentes de
um
Sistema Gerencial ... _. 9Figura 2 - Visão Geral dos Processos
de
Gestãode
Sl ... _. 19Figura 3 - Arquitetura
de
Teia deAranha
(SpiderWeb
Architecture) ... ._ 52Figura 4 - Progressão dos Sistemas
de
Capturade
Transações para o DataWarehouse
... ._ 54Figura 5 -
ODS
(Reservade Dados
Operacionais) ... _. 57Figura 6 -
A
Origemdo
Datamart ... ._ 58Figura 7 -
Os
Seis Estágiosde
Crescimento de Processamento de Dados__._. 62Figura 8 -
O
Processo de Planejamentoda
Organização ... _. 81Figura 9 - Arquitetura Capaz, Ampla, Maneávei ... ._ 87
Figura 10 -
Mecanismo de
Controle ... _. 89Figura 11 - Barreiras para Alinhar Sl
com
Objetivos da Organização ... ._ 94Figura 12 -
A
organização deve ser alinhada interna e externamente. ... __96
Figura 13 - Estados
de Graduação
de Alinhamento ... __ 98Figura 14 -
Exemplo de Modelo de
Alinhamento Conceitual ... _. 100Figura 15 - Planejamento Organização/Sl
-
A
Abordagem
Tradicional. ... _. 104Figura 16 - \fisão Corporativa
Combinada
com
o Ambiente Tecnológico .... _. 105Figura 17 - Processo
de
Planejamento Estratégicode
SI para a Organização ______________________________________________________________________________________________________________ __ 106Figura 18 - Análise
de Cima
para Baixo, Implementação de Baixo paraCima
... ._ 109Figura 19 - Estrutura
de
Zachman
________________________________________________________________ __ 114Figura
20
- Estruturade
Zachman
(Continuação) ... _. 115Figura 21 -
Componentes
doEAP
________________________________________________________________ _. 119Figura 22 -
Organograma
Geraldo Grupo
APOLAR
____________________________________ _. 176Figura
23
-Organograma do Grupo
Apolar Imóveis Ltda. ... __207
Figura 24 -
Organograma de
Finanças ... _.207
Figura
25
-Organograma de Vendas
... ._208
Figura 26 -
Organograma de
Locação _________________________________________________________ ._208
Figura 27 -
Organograma da
Diretoria Administrativa __________________________________ __209
Figura
28
-Organograma de
Processos da Apolar Imóveis _________________________ ._219
Lista
de
Quadros
Quadro
1 - Escolas doPensamento
Estratégico ... __ 42Quadro
2 -Grade de
Migraçãode
Sistemasde
Informações ... .. 59Quadro
3 - Características lncluídas no Conceitode
Qualidadeem
Sl ... __ 76Quadro
4 - Evolução da Estratégia Financeira ... _. 78Quadro
5 - Definiçãodo Escopo
da Organização ... _. 84Quadro
6 - Metodologia para Elaboração do Planejamento Estratégicode
Informações ... _. 92
Quadro
7 - Atividades e Tarefas aSerem
Executadasem um
EstudoBSP
._ 111Quadro
8 - Estruturade
Zachman
Mostrando os Produtos ... ._ 116Quadro
9 - Percentuais Aproximadosde
Duração ... _. 121Quadro
10 - Guiade
Planejamento deLongo
Prazode
Dados/Sistemas .... _. 122Quadro
11 - Visão Geral das Fases e Atividadesda
Metodologia ... ._ 130Quadro
12 - Descrição das Aplicações Existentes ... ._245
Quadro
13 -Configuração
Atual de Hardware ... _.247
Lista
de Gráficos
Gráfico 1 - Produção
de
ImóveisNovos
em
Curitibade
1995 a 1997 ... .. 189Gráfico 2 - Vínculo Empregaticio ... _. 191
Gráfico 3 -
Razões
para nãoMudar
de Imobiliária. ... .. 192Gráfico
4
- Fatores Determinantes da Escolha da Imobiliária ... _. 193Gráfico 5 - Grau
de
Escolaridadedo
Profissionalde
Corretagemde
Imóveis 194I/S = Information Systems I/T = Information Technology
TI = Tecnologia
da
InformaçãoSl = Sistemas
de
InformaçõesBSP
= Business Systems PlanningResumo
A
evolução constante do processode
desenvolvimentode
TI reduziu o seucusto
de
aquisição. Por isso, são muitas as organizaçõesque têm
investidoem
infra-estrutura de Tl para lançar novos produtos ou serviços, ou melhorar os já
existentes.
No
entanto, o retorno desses investimentos parecenem
sempre
sero esperado.
Obsen/a-se que, a alta administração das organizações
não
se senteconfortável ao decidir sobre assuntos
de
TI, deixando de explorar estefacilitador no desenvolvimento
de
novas oportunidades de negócio, alémde
não estabelecer metas
de
desempenho
para a áreade
Tl, tornando inviável acobrança
de
resultadosda mesma.
Por sua vez, o executivoda
áreade
TI,desprovido
de
uma
visãode
todo por não participardo
processode
planejamento estratégico
da
organização, passa a atuar tratando áreas interdependentesde
forma isolada. Deste fato,pode
advir custo adicionalquando
as ligações forem necessárias.Além
disso, as metodologiasde
planejamentode
arquitetura de informaçõesnão
são simples o suficiente para motivar a alta administração a participar doprocesso.
Neste contexto, através
da
análise e discussão dos conceitos pertinentes àinovação, organização
baseada
na informação, planejamento estratégico,arquitetura estratégica, integração tecnologia-estratégia, valor da informação e
alinhamento estratégico Tl-Organização, propõe-se
uma
metodologia simples para planejamentode
arquiteturade
informações.Foi realizada
uma
pesquisa atravésde
um
estudode
caso,que
permitiu a consolidaçãodo
seu conteúdo e a verificaçãodo
seu uso.Diretores e Gerentes
da
organização pesquisada participaram ativamenteda pesquisa,
fomecendo
informações importantes, auxiliando na consolidaçãodessas informações, estabelecendo diretrizes para a definição
da
arquiteturade
informaçõesda
organização, e ajudando a preparar adocumentação
daarquitetura definida.
A
documentação
resultanteda
pesquisa, alémde
proporcionaruma
visãoabrangente das operações
da
organização, foi assumidacomo
essencial paraa implantação
de
uma
áreade
Controladoriaque
será a responsável porfornecer informações para o processo de
tomada de
decisões.O
fácil entendimentoda
metodologia pelos executivos da organizaçãoe
a simplicidadede
sua aplicação foram considerados fatores motivadores para aAbstract
The
continuous evolution of the l/T development process has reduced the I/Tacquisition costs. So,
many
companies
have invested in I/S resources to launchnew
products or services, or improve their current products and services. But,the return of these investments doesn't
sound
to be the expected.The
perception is that business seniormanagement
doesn't feel comfortablewhen
deciding about I/T subjects, missing an opportunity to exploit thisfacilitator to develop
new
business opportunities, beside doesn't establish I/Sperformance objectives, precluding asking I/S for results. At the
same
time theI/S executive having a partial business perspective, because doesn't participate of the business strategic planning process, works considering individually
interdependent business areas. So, additional costs can accrue from this
behavior
when
the links will be required.ln addition to this problem, the information architecture planning
methodologies aren't sufficiently simple to induce the business senior
management
to participate of the planning process.ln this context, based on analysis and discussion of pertinent concepts like
innovation, information-based organization, strategic planning, strategic
architecture, technology-strategy integration, information value,
and
business-I/T strategic alignment a simplified information architecture planning
methodology is proposed.
A
researchwas
realized using a case study, allowing the consolidation of itscontent
and
the verification of its use.Directors and
Managers
of the researchedcompany
has activelyparticipated, supplying key information, supporting data consolidation,
establishing guidelines for the business information architecture definition, and supporting the confection of the
defined
architecture documentation.The
resulting documentation of this research, beside to supply a broadcomprehension about the business operations,
was assumed
to be essential toimplementation of the
new
Controlling area, that will be accountable for supplying information for the decisionmake
process.The
easy understanding by thecompany
executivesadded
to the applicationsimplicity of this methodology
were
considered motivating factors for maintaining the defined architecture by thecompany
staff.1
|NTRoDuçÃo
1.1
Tema
eContexto
A
expectativade
vidade
uma
organizaçaotem
sido cada vez maisuma
função
de
sua capacidadede
adaptação rápida àsmudanças do
ambiente noquai está inserida. Considerando este ponto
de
vista e,ao
mesmo
tempo,assumindo
que
um
dos objetivos mais presentesquando
da formaçao dasorganizações
é
a sua perpetuação, pode-se deduzirque é de
suma
importânciao estabelecimento
de
uma
estratégiaadequada
paraque
se possa manter a organizaçao ativa pelo maiortempo
possível. Esta estratégia necessita tantode
um
enfoquede
curto prazo,que
estabeleçacomo
a organização deve manterseu nível
de
crescimentode
receita através da melhoria gradativade
seusatuais produtos e sen/iços,
como
de
um
enfoque de longo prazoque
lhepermita ser inovadora no lançamento
de
produtose
serviçosque
lheproporcionarão
vantagem
competitiva e liderança no mercado.Sendo
a informaçãoum
recurso vital a ser utilizadoem
qualquerorganização moderna, dos processos operacionais aos estratégicos, e
considerando seu poder
de
facilitar atomada de
decisão tanto para gerarinovaçao quanto para melhorar o
que
já é produzido, faz se necessárioque
a definiçãode
estratégias para o seu uso seja parte integranteda
definiçãoda
estratégiade
sobrevivência da organização, defende Earll.1
EARL, Michael.
A
administração na era da informação. Artigo da série Mastering Management, N° 17“O Domínio da Administração”, traduzido de originais do Financial Times e publicado na Gazeta
A
infra-estrutura utilizada para se lidarcom
esse recurso é conhecidacomo
infra-estrutura
de
Tecnologia da Infonnação (TI).Em
qualquer organização, adefiniçâo dessa infra-estrutura
quando
é orientada para o negócio podetransformá-la
em
ferramenta estratégica. Pressupõe-se, assim,que
essadefiniçao deva ser feita pela alta administraçao
da
organizaçaoque
épossuidora
de
uma
visão abrangente sobre o presente e o futuro daorganização e sobre as outras tecnologias por ela utilizadas.
O
planejamentode
sistemasde
informação deve ser parte integrantedo
processo
de
planejamento da organização,afirma
Callon2.Caso
contrário,corre se o risco de efetuar grandes despesas onerando a organizaçao, ao
invés
de
um
investimentoadequado
para alavancar seu potencialde
lucro atuale futuro.
As
grandes dificuldades da alta administração no tratamentodo
recursoinformação e da infra estrutura de Tl estao ligadas quase
sempre
aoentendimento da própria definição
do
que
é este recurso,de
sua importânciarelativa aos negócios, e
de
qual infra-estrutura deveria ser considerada paraadministrá-lo economicamente, sustenta Davis3. Junte-se a estas a dificuldade
de
definir parâmetros,nem
sempre
fáceis de se determinarcom
precisao,como
o valor, o custo, e a qualidade da informação necessária aum
processo2 CALLON,
Jack D. Competitive Advantage Through Information Technology, 1” ed. New York:
The McGraw-I-lill Companies, Inc., 1996. p. 289.
3
DAVIS, Gordon B.; OLSON, Margrethe A.
MANAGEMENT
INFORMATION
SYSTEMS. 2” ed.de tomada de
decisao, etem
seuma
visao inicial do porquê tantasorganizações
gastam
tanto etêm
um
baixo retorno do seu investimentoem
TI.Este contexto faz parte
do
dia-a-dia da grande maioria dos administradoresquando tomando
decisões sobre as políticas de uso do recurso informação. Principalmenteem
ambientesonde
a avaliaçaodo
desempenho
dos gestoresé
baseada
na redução constante dos custos dos recursos, a visão de curto prazopredominantemente tecnicista
pode
limitar o crescimento e a inovaçao.Verdadeiros
emaranhados
em
que
se transformaram os sistemasde
informaçoes empresariais muitas vezes sao conseqüências da falta
de
uma
visão futurado
negócio _O
estabelecimentode
uma
arquitetura de informaçõesque
representeuma
soluçao global para as necessidades da organizaçaotem
sido objetode
estudode
especialistasdesde
1970,como
pode
ser vistoem
IBM4.Datam
destaépoca
as primeiras grandes redesde
computadores, assim consideradasquando
atingiam maisde
mil terminais não-inteligentes ligados aoscomputadores centrais, e o conseqüente
aumento de
complexidade paraadministrá-las.
Muitas metodologias e técnicas de gestão
de
sistemasde
informaçõesforam desenvolvidas e testadas nestes mais
de
trinta anos de estudos.Há
uma
considerável bibliografia disponível sobre esse tema,
mas
elatem
sidouma
ilustre desconhecida para a maioria daquelesque
administram as organizaçõese seus sistemas
de
informaçõesem
todo o mundo.Os
congressosdesenvolvidos por associações profissionais
que
se dedicamao
estudodo
4 IBM, Business
assunto
contam
com
a participaçãode
uns poucos milhares de interessadosao
redordo
mundo. Observa-setambém
que
o recurso indisponível aosprofissionais
do ramo
é otempo
necessário para a absorção e adaptação dosnovos conhecimentos, pois estes são gerados
em
grande quantidade.A
consolidaçãode
uma
seqüênciade
atividades,que
facilite o entendimentodo
negócio, das estratégias para atingir os objetivos, das funções,de
seusprocessos, das informações requeridas, e das limitações impostas pelas reais
condições da organização,
pode
auxiliar os administradores a fazer usode
metodologias mais
modernas
para o planejamento da arquiteturade
informações para suas organizações, e envolvê-los
numa
participaçãopermanente para manter estas arquiteturas atualizadas e representativas
do
real funcionamento da organizaçao no presente, permitindo lhes
também
antever as alterações e recursos necessários para facilitar as inovações
que
poderão levar à perpetuação da organização.
Esta pesquisa, entao, visa estabelecer
uma
metodologia de planejamentode
arquiteturade
informações, simples, flexível ede
fácil uso, para instigar osadministradores
em
todos os niveis hierárquicos a se envolver na definição emanutenção
da arquiteturade
informações necessária ao seubom
desempenho
eao
crescimentoda
organização. Essa arquitetura deve suportaros negócios
da
organização,como
sustenta Spewak5, e respeitaruma
relação custo/benefício aceitável para os investimentosem
TI. Assim, suas qualidades5 SPEWAK,
Steven H.; HILL, Steven C. ENTERPRISE
ARCHITECTURE PLANNING
Developinga Blueprint for Data, Applications and Technology. 4” ed.
New
York: John Wiley&
Sons, Inc., 1995.irão depender
do
conhecimento do negócio mais doque do
conhecimentode
TI,
embora
estetambém
seja fundamental.1 .2 Justificativa
Uma
dasmodernas
missões da Engenhariade
Produção é ade
integrar ohomem
e os outros recursosde
produçãocom
seu ambiente sócio-econômico-ecológico.
Os
processos gerenciaisde
planejamento, design, implantação,execução e controle
de
sistemas produtivos são objetos essenciaisda
Engenharia
de
Produção,que
se caracterizacomo
Engenharia de Métodos.Até
bem
pouco
tempo, as atividadesdo
Engenheiro de Produçãoeram
vistas
como
necessárias à` produção industrialde
bens e à prestaçãode
sen/iços complexos. Mais recentemente, no entanto, elas
podem
serobservadas
não somente
na indústria,mas
também
no comércio e naadministração pública. Esta é
uma
demonstração deque
a Engenhariade
Produção amplia sua área
de
importância não se limitando aum
determinadotipo
de
sistema gerencial.Em
função da necessidade de crescimento das organizações edo aumento
de
complexidade no trabalho dos administradores, estes necessitam reduzir osriscos
de
suas decisões aum
patamar aceitável.A
infonnação precisa,oportuna, e consistente é o recurso chave para
que
eles se sintam maisseguros sobre
como
administrar asmudanças que
lhes permitirão inovar eNeste contexto, metodologias
que
facilitemuma
visão ampla da organizaçãoe
do
uso do recurso informação no processode tomada de
decisãopodem
serferramentas importantes para induzir o administrador a participar
do
processode
planejamentode
uma
arquitetura para uso desse recurso.Do
pontode
vista acadêmico, o estabelecimentode
metodologias pode seruma
importante colaboração para omundo
empresarial, proporcionando-lhe maior otimizaçãodo
uso dos recursos investidosem
tecnologia.1 .3
Questão
BásicaÉ
possível consolidar metodologias conhecidasde
planejamentode
arquitetura
de
informaçoesem
uma
metodologia simples, flexível, de fácil uso,adaptável à cultura gerencial, e
que
instigue a alta administração daorganização a assumir a responsabilidade e se envolver na elaboração e na
manutençao da
arquiteturade
informaçoes,e
de
seu planode
implementação1 .4 Objetivos
1.4.1
O
1.4.2
Geral
Estabelecer
uma
Metodologia para Planejamento de Arquiteturade
Informações, definindo dados, aplicações, e tecnologias,
que
sejabaseada
nas necessidades da organização, simples, flexivel,de
fácil uso, adaptável à cultura gerencial, demodo
que
a alta administraçãoda
organização possa ela própria definir as arquiteturas e seu plano
de
implementação a médio e longo prazo, mantendo-os
sempre
atualizados.Especificos
Examinar a importância do recurso informação para o
desempenho
da
função gerencial;
investigar, por meio
de
uma
revisão bibliográfica, metodologias para oplanejamento
de
arquiteturade
informações e para a gestãode
Sl;Investigar o ambiente empresarial e apontar as dificuldades
de
aplicaçãodessas metodologias nas organizações;
Avaliar
e
criticar as metodologiasde
planejamentode
arquiteturade
informações
que
possam
ser consolidadasem
uma
única metodologiamais simples;
Definir
uma
metodologiade
planejamentode
arquiteturade
informações parauma
organização, fazendo uso da base teórica pesquisada econsiderando as dificuldades apontadas para aplicação no ambiente
empresarial; e `
o Verificar a metodologia através
da
aplicaçaode
um
estudode
caso.1.5 Delimitação
Foi
usado
um
estudode
casoem
uma
organização paranaensedo ramo
imobiliário.A
metodologia poderá ser aplicada a outros tipos etamanhos de
organizações
desde que
devidamente adaptada a cada situação.As
metodologias estudadas são genéricas e não adaptadas a partir
de
casosespecificos.
Foram
consideradas as metodologias mais conhecidas e utilizadashá mais tempo, pois
uma
análise completade
todas as metodologias existentesdemandaria muito tempo.
Os
aspectos relacionadosao
custode
utilizaçãoda
metodologia não foram considerados neste trabalho.
1 .6
Definiçao de
ConceitosPara facilitar o entendimento
do
conteúdo deste trabalho,assume-se
que:o
Um
sistema gerencialpode
ser definidocomo
os métodos pelos quaisuma
organização, fazendo uso dos recursos disponiveis (recursoshumanos, equipamentos, materiais, e informações), dirige e controla
suas atividades para atingir objetivos estabelecidos, conforme IBMÕ.
6 IBM,
A
Management System for the Information Business - Vol. I Management Overview, GE20-o
Os
componentes
essenciaisde
um
sistema gerencial,como
definidosem
|BM7, sào;
Figura 1 -
Componentes de
um
Sistema GerencialORGANIZAÇÃO
POR
RESONSABILIDADE GERENCIAL MÂ
_. .DECISÕES GERENCIAIS INFORMAÇÕES GERENCIAIS
PLANEJAMENTO
EPLANEJAMENTO
ECONTROLE
GERENCIALCONTROLE
GERENCIAL|
PROCESSOS PARA
DADOS PARA
I | iNFoRMAçöEs E
DADos
. .Y
s|s'rEMAs/FERRAMENTASPARA
|N|=oRMAçÃo eERENc|ALFonte: Adaptado de IBM
A
Management System for the Information Business, op. cit., p. 5.O Processos
-
Grupos de
decisões, ou atividades, relacionadoslogicamente requeridos para gerenciar recursos
da
organização.0 Organização
-
Grupamentos
lógicosde
pessoas e responsabilidadespara executar os processos.
o Classes
de Dados
-
Categoriasde
informações relacionadaslogicamente requeridas para executar os processos.
O Sistemas/ferramentas
-
Grupamentos
lógicosde
funçõesde
TIrequeridos para suportar os processos.
Estes quatro
componentes do
sistema gerencial se relacionam assim:0
Os
processos e as informações necessárias à sua execuçãoformam
um
ciclode
definiçãode
objetivos, planejamento, execução, medição, e controle gerencial.O
A
organizaçãoe
sua hierarquia fornecem a estrutura gerencial requerida para tomar decisões (baseadasem
informações)que
guiam
este ciclode
atividades gerenciais.o
Os
sistemas/ferramentas e seusdados
fornecem informações para ociclo
de
atividades gerenciais.Portanto, a
componente
informação écomum
a processos, organização,e sistemas/ferramentas.
o Outro termo aqui definido é Arquitetura
de
Informações, origináriode
“architectures for the use of information”,
que
abrange as arquiteturasde
dados, aplicações,
e de
tecnologia da informação, conforme citadoem
Spewaks.
3 SPEWAK,
1
7A
Estruturado
TrabalhoEste trabalho foi dividido
em
7 partes cujo conteúdo á relacionado a seguir:Capítulo 1
-
Introdução: contendo a descriçãodo
tema edo
contexto dapesquisa, sua justificativa, a hipótese e a questão básica, descreve os
objetivos gerais e específicos da pesquisa, estabelece a delimitação, e
define
os conceitos envolvidos no termo arquitetura de informações. Capitulo 2-
Revisãode
Literatura: esta parte é subdivididaem
trêsseções:
o
A
primeira seção discorre sobre conceitos importantes para oplanejador.
o
A
segunda
seção abrangeuma
visão sobre importância, qualidade eutilidade do recurso informação,
o
valorde
sistemasde
informações,a estratégia financeira, integração dos planos
de
negócio ede
Tl,idéias e formas mais recentes
de
abordagens para gestãode
TI, ealinhamento estratégico
de
Tlcom
os negóciosda
organização.0
A
terceira seçãoresume
as três metodologias consideradascomo
base para o estabelecimento
da
metodologia proposta por estapesquisa e estabelece suas vantagens e desvantagens.
Capitulo 3
-
Metodologia Proposta: descreve a metodologia proposta,detalhando suas fases e atividades.
Capítulo
4
-
Metodologia: descreve o planejamento da pesquisa, oprojeto
de
pesquisa de campo, o tipo e ométodo de
pesquisa, ospesquisada, o instrumento de coleta de
dados
e a escolha dosentrevistados.
Capítulo 5
-
Apresentação e Análise do Caso: apresentando a organização escolhida para o estudo de caso, o ambiente no qual a organização está inserida, e o resultadoda
aplicação da metodologia deplanejamento de arquitetura
de
informações na organização.Capítulo
6
-
Conclusões, Limitações e Contribuições:onde
sãorelacionadas as possíveis conclusões sobre a pesquisa, abordadas as
limitações deste tipo
de
pesquisa, e as prováveis contribuiçõesque
este trabalhopode
apresentar.Referências Bibliográficas e Bibliografia: contendo
uma
relação do material bibliográfico-
livros, artigos, revistas-
explorado na revisão de literatura.Anexo
l: contendoum
exemplo de casode
aplicação auma
escola denível superior
em
fase de implantação.Anexo
ll: contendo o gráfico de Gantt do projeto do estudode
caso, e aplanilha
MATRIZ
N° O(RESPONSABILIDADE PELO
PROCESSO
NA
2
REVISAO DE
LITERATURA
Este capítulo
é
constituído pelo referencial teórico no qual se baseia apesquisa. Buscou-se estabelecer
um
entendimento maisamplo
da baseconceitual necessária à realização
da
pesquisa.O
capítulo foi divididoem
trêsseções: a primeira discorre sobre conceitos básicos; a
segunda
sobre osprincípios
de
excelênciada
gestãode
Tl; e a terceira apresenta as trêsmetodologias estudadas nesta pesquisa e sua avaliação sumária.
2.1
Conceitos
ImportantesEsta seção
começa
com uma
visão históricado
usoe da
formade
gestãode
Sl,uma
visãoda
situação atualda
gestão de Sl, e discorre sobre conceitosbásicos
como
paradigmas gerenciais, organizaçãobaseada
na informação, inovação, estratégia, arquitetura estratégica, e integração entre tecnologiae
estratégia. _
2.1.1
Uma
Perspectiva Histórica doUso
e da Gestãode
SlDesde
o princípioda
civilização, o serhumano
depende de
informações e,cada vez mais,
tem
desenvolvido tecnologias para aumentar sua capacidadede
processá-las.Desde
a criaçãodo
ábaco por volta de 500 a.C.,do
papel noHollerith
em
1890,e
tantas outras no século XX, a evoluçãotem
sido constante.Com
o surgimentoe
a utilização dos computadoresde
uso científico durantea
Segunda
Guerra Mundial, a capacidadede
processamento se expandiubastante,
embora
se Iimitasseao
uso militar ou científico. PaulTom
(apudCook)9
afirma que
a primeira aplicação comercial de computadores foi paraautomatizar contas a pagar, contas a receber, estoque,
e
contabilidade naGeneral Electric
Company
em
1954.Moravek
(apud Cook)1°afirma que
no final dos anos 50 já haviaem
tornode
6000
computadores dedicados àcomputação
comercial.Ao
contrário dacomputação
científica, acomputação
comercial foi concebida para substituir o serhumano
nas tarefas repetitivas. Por isso, o usode
computadores nasorganizações geralmente era mais voltado às tarefas administrativas
e
raramente focado no negócio propriamente dito.
No
que
dizia respeito à administraçãoda
áreade computação
nessa época,é interessante
uma
visão publicada pela IBM", já nos anos 80,afirmando que
nos primórdios
da computação
eletrônica, muita gente acreditavaque
processamento
de dados
não era gerenciável, eque
a razão para essa crençatalvez pudesse ser atribuída à mística geral cercando a área
de
processamentode dados de
então.Além
disso,complementa
a publicação, acomputação
eletrônica era
uma
área completamente nova, e poucas pessoas não9 COOK, Melissa A. BUILDING ENTERPRISE
INFORMATION ARCHITECTURE
ReengineeringInformation Systems. Led. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall PTR, 1996. p.7.
1°
Ibídem, p. 7.
diretamente
empregadas
em
seu uso sabiam o bastante sobre ela.E
encerraafirmando que
a função “processamento de dados" era normalmente dirigidapor
um
especialistade
processamentode dados
com
pouco conhecimento dosprincípios
de
administração geral.Cook”
afirma
que
os computadores se transformaramem
ativosadministrativos importantes e
não
em
ativos comerciais importantes,uma
vezque
eles contribuem indiretamente para o lucroda
organização.Afirma
aindaque
ocomeço
dos sérios problemas nacomputação
comercialde
hoje foi afalta
de
entendimento e envolvimento direto da gerênciade
linha.No
entanto, a criação da área de planejamento e controlede
Sl datado
finalda década de 60
em
algumas organizações. Nesta época, as grandesorganizações já sentiam dificuldades
em
gerenciar os recursosde
seuDepartamento
de
Processamentode
Dados
(DPD),como
eradenominada
então a área
de
Sl.No
início dos anos 70, essas dificuldadesaumentaram
com
a complexidade adicionada pelo aparecimento das primeiras “grandes” redes
de
computadores on-line.As
redes daquelaépoca eram baseadas
em
computadores centrais (mainframes),e
o usuãrioda
rede era servido poruma
estaçãode
trabalho(terminal)
sem
capacidadede
processamento própria,que apenas
exibia asinformações
que
lheeram
enviadas pelo computador central no qual residiatoda capacidade
de
processamento earmazenamento de dados da
rede.O
tipo
de
processamentodenominado
“on-line” estavaapenas começando
a ser12
utilizado, e
uma
grande rede naquelestempos
significavauma
rede de, porexemplo, 1000 terminais ligados a
um
ou mais mainframes.Como
as dificuldades enfrentadas pelos administradoresda
área de Slcomeçaram
a se apresentarem
várias organizações simultaneamente, osfornecedores
de
tecnologia, basicamente máquinas (hardware) e programasde
sistema operacional (software), notaram
que
para continuaraumentando
suasvendas
precisavam ajudar seus clientes a organizar sua áreade
Sl e adesenvolver técnicas
de
gerênciaque
facilitassem seu crescimentode
formaorganizada.
Assim, por exemplo, a
IBM
lançou o BusinessSystems
Planning-
BSP,tendo por base a experiência desenvolvida internamente
em
planejamento econtrole
de
sistemas, para ajudar os clientes interessados.O
programamostrava aos executivos dessas organizaçoes
que
seu envolvimento era vitalpara o desenvolvimento e uso
bem
sucedidosde
Sl, conforme citadoem
IBM13.No
entanto, a dificuldade para entender claramentecomo
administrar a áreade
Sl permanecia atormentando os tecnólogos e seus administradores. Porvolta de 1976, a
IBM
iniciouuma
pesquisa,em
maisde 4000
centros deprocessamento
de
dados
nos Estados Unidos e no Canadá, para levantarque
técnicas
de
gestao esses centros utilizavam.A
conclusao da pesquisaem
1978mostrou
que
os centros mais avançados,em
termosde
aplicaçãode
técnicasde
gestão, faziam usoapenas de
seis ou sete técnicascomo
asde
controlede
problemas e gerência
de
mudanças.'3 IBM, Business System Planning, op.
Os
resultadosdo
uso dessas técnicaseram
muito bons eem
alguns casoshavia
uma
reduçãode
até90%
do
total dos problemas causados pelossistemas
de
informações. Notou-se, então,que
haviaum
diferencialconsiderável de otimização
de
recursos entre as organizaçõesque usavam
conhecimentos
de
administração geral para gerenciar os centros e asque
nãoo faziam.
Como
resultado desta pesquisa, foi estabelecidoum
projeto para definiçãode
uma
arquiteturade
processosde
gestãode
Sl,com
a participaçãode
profissionais
de
todas as áreasde
Sl e da organização,desde
Planejamentode
Sistemas, RH, Finanças, até Comunicações, dentre outras.
O
resultado desseprojeto foi publicado, pela IBM,
em
1981como
uma
visão geralda
arquiteturade
processos.Em
janeirode
1983, foi publicado o detalhamento dos processosde
gestão para as áreasde
Serviço, Desenvolvimentoe
Recursos de SI.Ainda
em
1981, a Guide /nternationaI14 criou o ProjetoMA-279
(Managingthe Infonnation
Systems
Business) para testar a aplicação dessa arquiteturanos
EUA
e no Canadá.Em
seguida a aplicação foi feita na França e naBélgica, e por
fim
noJapão
e países da Ásia.O
objetivo deste projeto era testaro efeito
do
fator cultural sobre a aplicaçãoda
arquitetura.A
aprovação pelasdiferentes culturas gerenciais fez
com
o projeto tivesse a divulgaçãode
seusresultados liberada a partir de janeiro de 1983.
A
arquitetura completa,14
A
Guide International Incorporated - é uma organização intemacional de usuários de sistemas IBM.
O
Projeto AM-0279 foi conduzido pelos membros da Management and Administration Division, daapresentada na Figura 2, é
um
modelo que
deve ser ajustado às necessidadesde
cada organização paraum
bom
funcionamento.Nos
últimos vinte anos, a difusãode
conhecimentos sobre gestãode
Sltem
sido considerável.
No
entanto, o graude
complexidadeda
gestãode
Sltem
aumentado
muitoem
funçãoda
globalizaçãoda
economia,do
desenvolvimentode
novas tecnologiascomo
as da Intemet,do
e-business, etc.Assim
sendo, aparticipação ativa
da
alta administração nos processosde
planejamento e controle estratégicos, mostrados no topo da Figura 2, proporcionaráinformações importantes para a definição
da
arquitetura estratégicada
organização
e da
áreade
SI.Na
ausência da visão abrangente proporcionadapor esta participação, predominará
apenas
a visão mais técnica emenos
completa
do
tecnólogo.Esta figura
também
é citada por Fernandes e AIves'5como
“quadrode
referência útil sobre as atividades da Tl”.15 FERNANDES, Aguinaldo Aragon; ALVES, Murilo Maia.
GERÊNCIA ESTRATÉGICA
DA
TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO:
Obtendo Vantagens Competitivas. 1” ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Ed., 1992. p. 165 - 168.Figura 2 \f|sao Geral dos Processos
de
Gestãode
SIPLANEIAMENTO E CONTROLE ETRATÉGICOS
PROCESOS
DE SI
Pnocfssos
rA'r1cosPI.A NEIAMIEÊTO DE ':` LA. H LI.
- PLA NEIAR APLICAÇÕES
- PLA NEJAR sIs'rEMAs - PLANEJAR oAoos - P|.A NEJAR PRoJEros
ESTRATÉGI
0 ELABORARPLAÉ
BTRATÉGICO DA EJPRESA 0 DEFINIRAR~S
,
0 ELABORAR E CONTROLAR PLAIKJS ESTRATEGICOS
PLANBAMENTO PLANETIAMENTO
- PLA NEJAR sIsTEMA - PLAN MRK1' DosERvIço
GERENCIAL - PLAN. NÍVEL DE sERvIço - MoNrroRARsIs1'EMA - PLAN. RECUPERAÇÃO
GERENcIAL - PLAN sEGuRANçA PLANA
PLANEJAMENTO DE
RECURS$
0 UDITORIA
0 PLANEIAR CAPACIDADE 0 PLANEJAR CONHECIMIENTO
0 PLANFJAR ORÇAMENTO 0 GERENCIAR PLAIKJTATICO
PROCESSOS
OPERACIONALS
CONTROLE DO DBENVOL-
| vIMENro E MANurENçAo
CONTROLE DOS
RECURSOS ooN'rRoLE sERvIço oo
0 DESIGNAR PROJETO 0 PLANEIIAR PROJETO
0 CONT ROLA R PROJETO 0 CONTROLA R REQUISITOS I DO PROJETO 0 AVALIAR PROJETO - coNrRoLAR MunANçAs 0 CONTROLA R INVENTA RIO DE RECURSOS E DADOS - PRosRAMAR PRo|›uçAo- E |›Is1'RInuIçÃo - coN1'R. DESEMPEN1-|o
nos REcuRsos E oA|›os
- coNTRoLA R PRosLEMAs
- AVALIAR sERvIço
DBENVOLVIMENTO I
E MA IIITENÇAO A IIJINISTRATIVOS SERVIÇOS INFoRMA çAo sERvIços pE
- oEsENvoLvER¡ ExPA NDIR soFrwA RE/AP|.IcA çÃo _
- AnQuIRIR/ ExPA NDIR soFrwA RE/APLIcA çÃo
| - INs1'ALAR/ HARDWARE/ ExPANoIR |
|=AcILI|›A
os
- MA NrERI - AJus1'AR/ BALA NcEAR
o sIs1'EMA
- oEsENvoLvER/ ExPA NDIR
| o sIs'rE|v|A GERENCIAL - ADMINISTRAR FINA NçAs 0 AVALIAR DESEMPENHO DO STA FF 0 EDUCAR E TREINAR 0 PRODUZIR SERVIÇOS 0 DISTRIBUIR 0
OERTA
R SERVIÇOS A CLIENTES 0 FAZER MARKETING DO SERVIÇO2.1.2
Uma
Visão do Ambiente AtualDiante da profusão
de
tecnologias da informação a áreade
Sl na maioriadas organizações entrou
num
períodode
mudanças
e agitaçãosem
precedentes. Muitas organizações estão sob séria pressão paramudar
e Tlé
vista
como
uma
força importante na capacidadede
adaptação deuma
organização,
afirma
Senn
(apud McKeen)'6.No
entanto, para se teruma
visãode
como
tem
sido gerenciada a área deSl
ao
longo da últimametade
do
século passado, pode-secomeçar
estabelecendo
um
paralelo entre o casoda
Mansão
Winchester e oque
seconstata na área
de
Sl na maioria das organizações.Spewak"
utiliza este interessante caso, resumido a seguir, para fazeruma
analogia reveladorade
muitas similaridades.
A
Mansão
Winchester pertenceu a Sra. Sarah Winchester viúvado famoso
dono
da fábricade
rifles Winchester.A
história contada é que, na viradado
século XIX para o século XX,
quando
a Sra. Winchester enviuvou, e recebeu agrande herança
de
seu marido, foi se tornando mais e mais excêntrica. Dizia-sefreqüentemente atormentada por fantasmas existentes na mansão. Então, resolveu contratar dois assessores espirituais para orientá-la sobre o
que
fazerpara aliviá-la
do
infortúnio.Após
um
breve estudoda
situação, eles lhecomunicaram
que
ela sobreviveria enquanto mantivesseum
programa16 MCKEEN, James
D.; SMITH Heather A. Management Challenges In IS Successful Strategies and
Appropriate Action. Led. New York: John Wiley
&
Sons, Inc., 1996. p. 79.” SPEWAK, szzven H_; HILL, Steven c. ENTERPRISE
ARCHITECTURE
PLANNING, op. cú., p.permanente
de
construçãode
novoscômodos
emanutenção
dos já existentesem
sua mansao.A
partir dessa orientação, os trabalhosde
construçãoe manutenção
namansão
foram constantes durante 38 anos.Uma
nova ala,uma
nova torre,uma
sala remodelada várias vezes,e
assim seguiam os constantes trabalhos.Oficinas, suprimentos, pessoal, todos os recursos necessários à continuaçao
das obras estavam
sempre
disponiveis.Enormes
quantias foram gastas namansão. Hoje é possível se fazer
uma
excursao pelaMansão
Winchester eapreciar a beleza
da
propriedade, seus vitrais, acessóriosde
porcelana emadeira entre tantos
componentes
extraordinários.Mas,
segundo
Spewak18, oque
maischama
a atençao durante a excursaosão as coisas incomuns como: escadarias que se
erguem
até o teto, janelas e portasque quando
são abertastem
como
fundouma
parede, mais corredorese
paredesdo
que
salas ou quartos, e muitas salascom
amesma
função. Elesugere
que ao
se comparar essemonumento
ao
non-sensecom
a carteirade
sistemas
de
informaçõesda
maioria das organizações pode-se constatarmuitas coincidências. Dentre elas destacam-se: grandes
somas
de
recursossão alocadas para SI; são desenvolvidos sistemas e mais sistemas, mais
relatórios, novas telas para entrada
de
dados, novos bancosde
dados; e otrabalho é incessante.
Como
na mansao, é possíveltambém
se encontrar muitas coisassem
sentido como: relatóriosque
ninguém lê, projetos'*
SPEWAK, Steven H.; HILL, Steven c. ENTERPRISE
ARCHITECTURE
1>LANN1NG, ep. eil., p.importantes não concluídos, redundância
de
dados,e
funçõescom
omesmo
propósito
em
diferentes sistemas.Outro ponto importante levantado por Spewak19 é que, na mansão,
não
se encontrouuma
planta geralque
pudesse mostrar oque
adona
pretendiaque
sua casa fosse.
Do
mesmo
modo, na maioria das organizaçõesnão
seencontra
um
plano geralque
estabeleça osdados
e a infra-estruturatecnológica necessários para apoiar as operações
em
todos os níveis. Eleconclui
que
a única formade
se quebrar este paradigma,de
construção esubstituição contínuas
de
sistemas resultandoem
coisas tão dispendiosas,é
criar arquiteturas e planos para implementá-las.Corroborando esta linha
de
pensamento,em
Dezembro de
1991,Niederman e James2° publicaram os resultados
de
uma
pesquisa realizadapelo
MIS
Research Center da Universidadede
Minnesotaem
conjuntocom
aSIM
(Society of Information Management), mostrandoque
dentre vinte e cincotemas
apresentados aos profissionais e interessadosda
área de Sl, os trêsescolhidos
como
mais importantes foram:1. Desenvolver
uma
arquitetura de informações para a organização.2. Fazer -uso eficiente
do
recurso dados.3. Melhorar o planejamento estratégico
de
Sl.Em
funçãotambém
de
resultadoscomo
estes, observa-se a necessidadede
um
novo paradigmade
gestão empresarial ede
tecnologia.O
grandenúmero
'° SPEWAK, Steven H.;H1LL, steven
c. ENTERPRISE
ARCHITECTURE
PLANNING, op. cú., p.xx.
2° NIEDERMAN,
Fred; JAMES C. Brancheau; e JAMES C. Wetherbe, “Information Systems Management Issues for the l990s”, MIS Quarterly, Volume 14, Número 4, Dezembro 1991.
de
inovações tecnológicastem
contribuído para oaumento da
complexidadedo
know-how
e o surgimentode
novas tecnologiasde
serviços baseadasem
computadores. Adicionando-se a estes os aspectos
da
globalização dosmercados, tem-se
um
quadroque
requerum
novo paradigmade
gestão paragarantir à organização as condições
de
competitividade exigidas peloambiente.
Spewakz'
advoga
que, à medidaque
uma
organização crescee
setoma
mais complexa, sua administração exige mais da função
de
Sl. Ela requeracesso oportuno a dados,
quando
eonde
querque
eles sejam necessários,num
formato útil ede
fácil interpretação,que
sejam precisos e consistentes atravésde
todos os departamentos,que
possam
responder às condições dasrápidas
mudanças do
negócio e ser compartilhados atravésda
organização.Estes requisitos constituem a missão
da
áreade
Slque é
ade
fornecerdados
de
qualidade àquelesque
deles necessitam. Ele sustentaque
o planejamentoda arquitetura
da
organização éuma
abordagem moderna
para planejardados
de
qualidade para realizar a missãode
SI.Estabelecer
uma
áreade
SI paramanusear
estas complexidadesrepresenta
um
desafio
formidávele
é evidenteque
agora se requerum
mecanismo
mais sofisticado para produzir sistemasde
informações.Como
num
processode
reestruturaruma
fábrica obsoleta para produzir bens maisrápida e eficientemente, a área
de
SI deve sofreruma
mudança
que não
émenos
ampla que
ada
fábrica, vistoque
ela deve preencher sua função de21 SPEWAK,
Steven H.; HILL, steven c. ENTERPRISE
ARCHITECTURE
PLANNING, op. cú., p.apoiar a organização
como
um
todo.O
custo dessa reestruturação serásubstancial,
mas
o riscode não
fazê-la é a inadequação crescentee
a eventual obsolescência, sustenta McKeen22. .Tapscott23 declara
que
está se entrandonuma
segunda
erade
tecnologiada infonnação na qual as aplicações comerciais informatizadas, a própria
natureza
da
tecnologia, e a liderança pelo usode
tecnologia estão todaspassando
poruma
profunda mudança,e
as organizaçõesque não
podem
entender a nova erae
seguir o caminho da transição estão vulneráveis e serão esquecidas.Quanto
mais as organizaçõesmodernas
dependem
de
inovação e,conseqüentemente,
de
informaçãoque
possa ser transformadaem
conhecimento aplicável às operações
da
organização, maior importânciaadquire o
tema
planejamentoda
arquiteturada
organização,que
inclui aarquitetura
de
informações. Este tipode
trabalho é essencial paraque
se possaexplorar melhor o potencial apresentado por tantas inovações tecnológicas.
Uma
administração competenteda
tecnologia visa aumentar o nívelde
competitividadeda
organização e auxiliá-la a gerenciar as mudanças.22 MCKEEN, James
D.; SMITH Heather A.
MANAGEMENT
cHALLENG1‹:s in Is, ep. en., p. 79.23 TAPscoTT,
Den; cAsToN, Art.
PARADIGMA
sH11‹¬T The New Pfemâse ef Infemeúen2.1.3 Inovação e
Um
Novo
Paradigma GerencialUma
das características importantes parauma
organizaçãomoderna
é suacapacidade
de
inovação e,quase
sempre,quando
se falaem
inovação o termoestá atrelado à tecnologia.
Nas
últimas décadas, as inovações tecnológicastêm
facilitado consistentemente a aplicaçãodo
conhecimento para administraras organizações
e
seus sistemas.No
entanto,é
o graude adequação
dasinovações tecnológicas às circunstâncias atuais e futuras da organização
que
vai melhorar ou
não
seudesempenho
e
aumentar ou não sua capacidadecompetitiva.
Por inovaçao entende-se a criaçao
de
novo valor e nova satisfaçao para ocliente. Esta é a definição
de
inovação encontradaem
Drucker24.O
contraste entre a simplicidadeda
definiçãoe
a complexidadeda
idéia a ser entendidae
absorvida pelo administrador
merece
algumas considerações.Inovar
é
uma
necessidadede
organizações de todos os portesque depende
mais
da
capacidade das pessoas envolvidascom
a idéia inovadorado
que
dosrecursos finanoeiros aplicados no desenvolvimento da idéia.
Em
organizaçõesde menor
porte é mais fácil a observaçãodo
quanto este fatoé
real, vistoque
elas
quase sempre
só aplicam recursos financeiros no desenvolvimentoda
idéia
quando
esta foi provada pela pessoa ou equipe envolvida.Na
etapainicial, muito
pouco
ounenhum
recurso alémdo
pessoal é investido.2* DRUCKER, Peter Ferdinznà
THE
FRoN'r1ERsoF MANAGEMENT.
Led. New Yorkz TrumanStrassmannzs sugere
que pequenos
investimentosnão
devem
requererjustificativas elaboradas,
mas
apenas
uma
análisede
riscosque
deveriaestabelecer quanto se poderia dispor para perder antes
de
parar o desenvolvimento da inovação.Strassmannzô
complementa
aindaque
um
executivode
SI deveria teralgum
capital
de
riscoque
lhe permitisse explorar oportunidades de alto risco egrande lucro para a organização.
Assim
sendo,uma
característica interessantede
uma
boa carteirade
empreendimentos para inovação éque
o executivopudesse
permitir-seum
indicede
90%
de
falha e ainda terenormes ganhos
em
um
ou dois projetosque
renderiam muito além das expectativas iniciais. Eleafirma que tem
sido sua política gastar5%
do
seu orçamentode
gestãode
informação,dependendo da
disponibilidade,em
inovaçãoque
tenha o potencialde
proporcionar grandes saltosem
performance para a organização.Drucker27
afirma que
a quantidadede
inovações implementadasem
seutodo é muito
pequena
em
relação à quantidadede
idéias inovadoras desenvolvidas nas organizações.Os
administradoresde
organizações inovadorassabem
que
uma
inovaçao envolve riscos consideráveis e paraque
ela seja realidadepodem
ser necessáriosum
longo períodode
tempo, muitos recursos aplicados, etc.Mas
elestambém devem
esperarque
os resultados dainovação
superem
em
dezenas
ou centenasde
vezes os investimentosrealizados, ou não valerá a pena assumir os riscos.
25 STRASSMANN, Paul A.
THE
POLITICSOF
INFORMATION
MANAGEMENT
PolicyGuidelines. 1.ed. New Canaan, Connecticut: The Information Economics Press, 1995. p. 356.
26
Ibiàem, p. 356.
No
entanto, o valor da inovação para a organização é medido maisem
função
de
sua contribuição para omercado
e o cliente doque de
suaimportância científica ou tecnológica. Assim, a inovação social pode ser
considerada tão importante quanto a inovação tecnológica. Inovação,
segundo
Druckerza,não
éum
termode
cientista ou tecnologista, éum
termode
administradores.
Administrar inovação é
um
problema organizacional, e a arquiteturade
uma
organização
-
sua estrutura formal, suas competências, sua cultura e seupoder
-
determinam sua capacidadede
criar, manter e explorar inovação,afi_rmam
Tushman
e Anderson”. Este pontode
vista engloba grande parteda
complexa teia
de
relaçõesque
o administrador deve criare
gerenciar paramanter sua organização inovadora.
Se
oscomponentes
da arquiteturade
suaorganização lhe proporcionarem a segurança suficiente para assumir os riscos
de
inovar, ele sentir-se-á encorajado a optar pela inovação,mas
se aarquitetura contiver
componentes
restritivos àopção de
inovar o riscoda
estagnação advirá.
Strassmann3° defende
também
o pontode
vistade que
o pessoal maistalentoso da organização deveria ser encorajado a assumir projetos
de
risco. Alternar os talentos mais promissores nesses projetos seriaum
meiode
desenvolver futuros lideres. Deste modo, ele sugere, a falha individual não
deveria ser penalizada visto
que
todos seriam honestosem
relaçãoao que
2* DRUCKER, Peter Ferdinand.
THE
1‹¬RoNT1ERsoE
MANAGEMENT,
op. cit., p. 26229 TUSI-IMAN, Michael
L;