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UMA PALAVRA ÀS CRIANÇAS
E AOS JOVENS ESTUDANTES
DO MST
Neste ano o MST completa 15 anos. Muitos de vocês nasceram e cresceram debaixo das lonas pretas, protegidos pela coragem e pela resistência de seus pais e de nossa bandeira de luta. Muitos ainda
continuam nos acampamentos; outros já estão assentados e partilham agora o desafio de transformar a terra conquistada num lugar onde as famílias trabalhem com alegria e fecundem as sementes de uma nova vida no campo. O MST acredita que vocês possam ser os continuadores da luta dos seus pais e companheiros, uma tarefa que só terminará quando não houver mais nenhum sem-terra em nosso país, quando a Reforma Agrária, de fato, for uma realidade. Este será um passo
importante para ajudar a construir o Brasil que queremos.
Aproveitem bem este tempo de estudo porque ele é muito importante diante dos desafios de preparar um futuro diferente. Mas também não deixem de participar das
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ou assentamento. Elas são nossa principal escola. Cultivem nossos símbolos e nossos ideais. São eles que deixaremos a vocês como herança, junto com a história da qual vocês também já são sujeitos.
DEwr.u·~~~ A todos que participaram do
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~~.T Concurso Nacionalo
Brasil quequeremos agradecemos a disposição e o engajamento e convocamos para
participar do Concurso deste ano: 1999: Feliz Aniversário MST! Procurem as orientações junto à sua escola ou junto ao Setor de
Educação do seu estado. Ajudem a divulgá-las para que tenhamos ainda mais escolas e estudantes envolvidos com esta iniciativa.
Cada um de nós deve ocupar uma trincheira de luta. A de vocês, estudantes, é a de garantir uma escola de comunicade e para todos. E o Concurso Nacional nos ajudará a alcançar esses objetivos.
Vamos ao estudo, Vamos à luta! Um abraço afetuoso da Direção Nacional 1984-'1999 DE LUTAS· CONQU!Sl'Al»DIGNll>Allf.
2° Concurso
Nacional para as
Escolas e os
Estudantes do MST
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.. 1TEMA:
1999: FELIZ ANIVERSÁRIO MST!
APRESENTAÇÃO
Em 1998 realizamos o Concurso Nacional de Redações e Desenhos "O Brasil que queremos". A seleção nacional aconteceu em dezembro e a premiação dos estudantes será feita em Brasília, num encontro de confraternização a serrealizado de 15 a 17 de março de 1999. ·
Participaram do Concurso estudantes das escolas de 1 ª a 4ª e de 5ª a 8ª séries de acampamentos e assentamentos de 14 estados. Mesmo sem a participação total dos estados e das escolas, consideramos que o concurso obteve êxito,
principalmente pela qualidade das
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deste ter sido o nosso primeiro concurso nacional, podem ser superados
à
medida que tivermos bem presentes seus objetivos e nos engajarmos para garantir o seu bom desenvolvimento.O processo e o produto do primeiro concurso nos mostrou a
potencialidade pedagógica e política deste tipo de atividade:
• como ferramenta de trabalho de base junto aos nossos
assentamentos e acampamentos; • como tarefa que fortalece nossa
organicidade;
• como instrumento de diagnóstico de como está acontecendo a educação de nossos estudantes; • como atividade educativa de
nossas crianças, de nossos jovens e adultos, de nossas comunidades.
Por isto, neste ano de 1999, estamos realizando o nosso 2º Concurso Nacional.
Desta vez como parte das comemorações
dos 15 anos do MST. Além dos estudantes de ensino fundamental, que já participaram do primeiro concurso, agora estamos
convocando também nossos alfabetizandos jovens e adultos, e nossos estudantes do ensino médio (2º grau).
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)Temos certeza de que, se toda a nossa organização se comprometer com a realização deste concurso nacional,
estaremos perto de consolidá-lo como mais uma das atividades educativas e culturais regulares do nosso Movimento,
contribuindo para a formação dos sujeitos desta história que hoje comemoramos.
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OBJETIVOS
Com a realização do 2º Concurso
Nacional queremos:
• Comemorar o aniversário do MST.
• Mobilizar as escolas em torno de uma atividade que envolva o conjunto dos assentamentos e acampamentos e fortaleça o sentimento de pertença ao MST.
• Cultivar a memória da luta pela terra e pela Reforma Agrária em cada uma das
nossas comunidades.
• Desenvolver o valor educativo do resgate e registro da história do povo.
• Desafiar o conjunto dos estudantes do MST a expressar suas idéias e seus sentimentos sobre o MST e sua história.
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DESENVOLVIMENTO
DO CONCURSO
O 2º Concurso Nacional, com o tema
"1999: FELIZ ANIVERSÁRIO MST!" será
desenvolvido em duas modalidades que
explicaremos a seguir:
Modalidade 1 : Escolas
1. Objetivo específico
Resgatar nossa história.2. Atividade
PESQUISA sobre a história do
assentamento ou acampamento feita pelos estudantes, coordenados pela Escola e garantindo o envolvimento de toda a comunidade.
3. Método
Cada escola poderá definir o jeito de fazer a pesquisa. Mas é importante garantir especialmente: entrevistas que tragam a memória de todas as lutas realizadas pelo
assentamento ou acampamento até hoje;
busca e organização de documentos,
fotografias ou outros materiais como:
ordens judiciais, bandeira que esteve na primeira ocupação, cartazes da época,
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letras de canções feitas nas lutas, mapas ... E, o mais importante: é preciso garantir a participação da comunidade no processo de resgate
de sua própria história.
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Também deve fazer parte deste processo a utilização de toda a pesquisa feita como conteúdo de várias aulas neste ano letivo.4.
ProdutoPara a seleção dos trabalhos, cada escola deverá entregar um RELATÓRIO como
resultado da pesquisa realizada. Este relatório deverá conter:
• uma introdução que explique como foi feita a pesquisa;
• uma narração da história do
assentamento ou acampamento com a maior riqueza de detalhes possível; • uma conclusão que sintetize as lições
tiradas da história e, se possível, que faça uma relação entre a história do assentamento (ou acampamento) e a história do MST;
• um anexo com as cópias dos principais documentos encontrados, das
entrevistas feitas, com fotografias, poemas, canções, símbolos ...
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5. Título
Cada escola terá liberdade para criar um título que melhor identifique o seu trabalho. Um exemplo: "Memória do Assentamento Zumbi dos Palmares".
Todos os trabalhos selecionados serão destinados ao Centro de Documentação do MST.
6.
ParticipantesPoderão participar todas as escolas de ensino fundamental (1 ª a 4ª ou 5ª a 8ª séries) dos assentamentos e
acampamentos, ou que recebam estudantes destas áreas.
Observações:
• No caso de um assentamento (ou acampamento) ter mais do que uma escola, poderá ser feito um único
trabalho através da cooperação entre as escolas existentes.
• No caso de uma escola de fora, a condição de participação é se dispor a coordenar a realização da pesquisa num dos assentamentos de origem dos alunos.
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7. Seleção
Os trabalhos serão selecionados em
dois níveis:
• Estadual: todas as escolas que realizarem a pesquisa poderão enviar o seu produto para o Setor de
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Educação do MST do Estado. Um júriestadual fará a seleção dos
5
(cinco)melhores trabalhos do estado e os enviará para seleção nacional. Caberá às instâncias estaduais do MST definir como e quando será feita a divulgação e a premiação das escolas selecionadas
no estado.
• Nacional: Um júri nacional analisará
todos os relatórios de pesquisa
recebidos e fará a seleção dos
5
(cinco)melhores trabalhos do país. Caberá às instâncias nacionais do MST definir como e quando será feita a divulgação e a premiação das escolas selecionadas.
8. Identificação
O relatório deverá ter em sua capa, os seguintes dados de identificação: • Nome da Escola
• Nome de uma pessoa responsável para contato
• Endereço para correspondência • Nome do Assentamento ou
Acampamento
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• Município • Estado
Trabalhos sem identificação não serão considerados na seleção.
De preferência o texto do relatório deverá
ser datilografado ou digitado. Serão aceitos
também os trabalhos escritos à mão, desde
que tenham uma letra legível.
9. Calendário
O 2º Concurso Nacional obedecerá ao seguinte calendário e etapas:
• Primeira etapa: Realização da atividade
nas escolas.
Período: abril a setembro 99. Data limite para o recebimento dos
relatórios na Secretaria Estadual do MST (A/C do Setor de Educação): 30 de
setembro 99.
Importante: As escolas que tiverem estudantes participando também da segunda modalidade do Concurso (e esperamos que sejam todas) deverão planejar seu calendário de modo que o processo da pesquisa possa fornecer elementos para o segundo trabalho.
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• Segunda etapa: Seleção Estadual. Período: todo o mês de outubro 99. Data limite para recebimento dos
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relatórios de pesquisa selecionados nos estados na Secretaria Nacional do Setor de Educação em Brasília: 15 de novembro 99. Os relatórios deverão ser enviados para o Escritório Nacional do MST em Brasília/DF(A/C do Setor de Educação). • Terceira etapa: Seleção Nacional.Período: dezembro 99.
A seleção será feita através de Júri
constituído especialmente para esta tarefa, em data e local a ser definido pela
Coordenação do 2º Concurso Nacional.
1 O. Critérios para seleção
Serão levados em conta os seguintes critérios para seleção, em todos os níveis:
• Coerência em relação ao objetivo específico desta modalidade do Concurso.
• Riqueza de detalhes da narração da história e dos materiais coletados.
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• Demonstração de envolvimento da comunidade na pesquisa. - Criatividade.- Estética da apresentação do relatório.
Modalidade 2: Estudantes
1.
Objetivo específicoProduzir uma mensagem para os 15 anos do MST.
2. Atividade
Cada estudante, individualmente, através de atividades proporcionadas pela escola,
deverá ELABORAR UMA MENSAGEM ARTÍSTICA que homenageie os 15 anos
do MST. Cada estudante terá liberdade de escolher a forma de expressar esta
mensagem. A condição é que chegue a um produto que possa ser enviado para
apreciação em outro local. Pode ser uma carta, um conto, uma crônica, um poema, uma canção, uma peça teatral, um jogral, um cordel ... Pode ser um desenho, uma pintura, uma colagem, uma escultura, um artesanato ... ou pode ser ainda uma outra forma de expressão que a criatividade de cada estudante inventar.
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por concorrer através de um único trabalho, podendo utilizar nele mais de uma forma de expressão artística.
Também deverá dar um título ao
trabalho.
3. Participantes
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Nesta modalidade poderão participar:• estudantes das escolas de ensino fundamental dos assentamentos e acampamentos;
• estudantes dos programas de alfabetização de jovens e adultos;
• estudantes dos cursos de ensino médio
(2º grau supletivo ou regular) do MST.
Observação: Os estudantes que estudam em escolas de fora dos assentamentos e
acampamentos, ou em escolas ou cursos não diretamente ligados ao MST, também poderão participar do 2º Concurso
Nacional, desde que haja uma articulação direta do assentamento ou acampamento
de origem do estudante com o Setor de Educação do estado.
4. Seleção
Os trabalhos serão selecionados em três níveis:
• local (escola, assentamento/
acampamento ou curso);
•estadual;
,)
•nacional.
Em cada nível deverá ser constituído um júri que analisará os trabalhos realizados
fazendo a seleção de:
• 10 (dez) trabalhos de estudantes de 1ª a4ª série;
• 5 (cinco) trabalhos de estudantes de 5ª a 8ª série;
• 5 (cinco) trabalhos de estudantes de programas de alfabetização de
jovens e adultos;
• 5 (cinco) trabalhos de estudantes de ensino médio (2º grau).
Observação: No caso dos estudantes de
Cursos Formais do MST (2º grau) que
tenham abrangência nacional ou regional (alunos de mais de um estado), a seleção terá apenas dois níveis:
•seleção dos 5 (cinco) melhores trabalhos em cada curso;
• seleção nacional, onde disputarão junto com os demais trabalhos selecionados nos estados.
Em cada um dos níveis deverá ser definido como e quando acontecerá a divulgação e a premiação dos trabalhos selecionados.
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5. IdentificaçãoCada trabalho deverá conter os seguintes dados de identificação: • Nome do/a estudante, idade e série.
Nome da escola ou do curso. • Endereço completo para
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correspondência.• Nome da pessoa responsável pela coordenação desta atividade.
• Nome do assentamento ou acampamento.
• Município. • Estado.
Trabalhos sem identificação não serão considerados na seleção.
6. Calendário
A modalidade "estudantes" obedecerá o seguinte calendário e etapas de atividades: • Primeira etapa:
Realização da atividade nas escolas ou cursos.
Período: abril a setembro 99. Data limite para o recebimento dos
trabalhos na Secretaria Estadual do MST (A/C do Setor de Educação): 30 de
setembro 99.
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• Segunda etapa: Seleção Estadual. Período: Outubro 99.
Data limite para recebimento dos trabalhos selecionados nos estados no Escritório Nacional do MST em Brasília (A/C do Setor de Educação): 15 de novembro 99.
•Terceira etapa:
Seleção Nacional
Período: Dezembro 99.
A seleção será feita através de Júri
constituído especialmente para esta tarefa em data e local a ser definido pela
Coordenação do 2º Concurso Nacional.
7. Critérios para seleção
Deverão ser levados em conta os seguintes critérios em todos os níveis da seleção dos trabalhos desta modalidade:
• Coerência com o objetivo específico desta modalidade.
• Originalidade. • Criatividade.
• Mensagem que seja compreendida. • Estética da apresentação.
LANÇAMENTO NACIONAL
DE WTAS•CONQU1SfA.M>IGNtl>AOE
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O lançamento do 2º Concurso
Nacional com o tema "1999: FELIZ
ANIVERSÁRIO MST!" será feito
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durante a cerimônia de premiação do1
º
Concurso prevista para março de1999 em Brasília.
"O que lembro, tenho."
(Guimarães Rosa) MST - Setor de Educação Brasília, fevereiro de 1999. 1984-1999
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-..tMST: 15 anos de
lutas e conquistas
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A luta pela Reforma Agrária já trilhouum longo caminho em nosso país. A
história do Brasil pode ser contada
através da luta pelo direito de trabalhar a terra.
Desde a resistência dos povos indígenas, os
quilombos, Canudos, Contestado, o cangaço, Caldeirão, as revoltas de Porecatu, Formoso, Dona nhoca, sudoeste do Paraná, até as organizações mais recentes das Ligas camponesas, das Ultab's, do Master,
fortemente reprimidos pelo golpe militar de
1964.
E agora, já com quinze anos de estrada,
o MST. Somos os continuadores da mesma
luta. Caminhantes e seguidores do mesmo ideal. Passamos por muitos sacrifícios, muitas
lutas, muitas dores. Porém, se olharmos para
trás, veremos também muitas conquistas. Ao falar das nossas conquistas, não
pretendemos nos vangloriar. Queremos apenas registrar que valeu a pena. E deixar,
como legado às novas gerações que se
somam à luta, que "lutar sempre vale a pena",
como dizia o poeta Fernando Pessoa.
No campo econômico, já somos mais de 200 mil famílias assentadas em mais de 7 milhões de hectares, libertos da cerca do
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temos trabalho o ano inteiro, casa e produzimos alimentos. Construímos nove cooperativas centrais, 81 cooperativas locais, de produção, serviços e
comercialização, e duas cooperativas de crédito. Temos mais de 45 unidades agroindustriais. Conquistamos linhas de
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crédito específicas para a Reforma Agrária, como o Procera, efinanciamentos do BNDES para a
agroindústria. Estamos orgulhosos de produzir as primeiras sementes agroecológicas de hortaliças no país.
Mas, o mais importante é que, em todas as áreas conquistadas do latifúndio e
transformadas em Reforma Agrária, agora vivem 20, 30 vezes mais famílias do que antes. Mais famílias com trabalho, mais alimentos sendo produzidos.
Os resultados sociais das áreas conquistadas também são gratificantes.
Praticamente eliminamos a mortalidade infantil nos assentamentos. Não há mais fome.
Continuamos pobres, mas acima de tudo conquistamos a dignidade de cidadãos.
Quando se rompe a cerca do latifúndio, rompe-se a cerca do voto de curral, do coronelismo, da dominação política. Agora caminhamos de cabeça erguida, sem a vergonha da opressão. Esse valor da cidadania conquistada, não se mede com dados estatísticos.
No campo político também tivemos muitas conquistas. Para muitos acadêmicos, para os políticos conservadores, para as elites dominantes, a Reforma Agrária já era coisa do
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passado. Nossa luta e teimosia recolocou a Reforma Agrária na pauta de discussão da sociedade e de todos os últimos
governos. É verdade que nos custou caro. Quantas caminhadas e ocupações, quantas notícias distorcidas pela imprensa, sempre servil aos governantes. Mas quem conseguirá esquecer, quem conseguirá contar a história do
Brasil, sem falar da multidão que parou Brasília, no dia 17 de abril de 1997? A Marcha Nacional acolheu e foi acolhida pela sociedade. Até hoje,
uma das maiores manifestações populares contra a política neoliberal do governo FHC. Muitas leis tiveram que mudar. Outras não mudaram. Mas a realidade foi mais forte e legítima. Finalmente, o mais alto Tribunal da República, o STF, teve que reconhecer que as ocupações massivas de terra são legais, legítimas e necessárias para a Reforma Agrária avançar.
Deixamos de ser servos. Deixamos de ser jeca-tatus. Deixamos de ser apenas os
simplórios caipiras, como queria o Presidente, e passamos a ser atores ativos da história de nosso país.
Mas, o que mais nos alegra ao olhar o
caminho percorrido, é perceber que pela primeira vez na história universal dos movimentos camponeses, conseguimos demonstrar que a Reforma Agrária não é
apenas a conquista da terra e da cidadania. Mas, também da Educação. Guiados pelos
ensinamentos do nosso mestre Paulo Freire, lutamos permanentemente pelo direito à
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educação libertadora de crianças, jovens
e adultos. Hoje, nos orgulhamos de fazer
uma campanha massiva de alfabetização de adultos, de ter mais de 75 mil crianças
em nossas escolas, dos 2.800
professores nas escolas de primeiro e segundo graus, nas áreas de
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assentamentos. Dos cursos alternativosde magistério, administração
cooperativista e pedagogia. Além dos convênios com diversas universidades
brasileiras, que contribuem no enriquecimento da nossa proposta pedagógica e na
erradicação do analfabetismo no campo. Um
gigantesco esforço, reconhecido e premiado
pelo Unicef.
Nesse enorme esforço de compreender a Reforma Agrária como uma luta de todos, o MST participou, nesses 15 anos, de inúmeras atividades culturais. Voltadas para nossa própria base ou para a sociedade como um todo. Dezenas de livros e teses acadêmicas foram escritas. Muitos filmes, alguns
premiados, como Terra para Rose, O Sonho de Rose, Cinco Séculos de Paciência e Ternura, foram produzidos. Nossa luta assumiu,
também, a forma de poesia e música. Com ela difundimos nossos ideais, ocupamos o espaço nas rádios e promovemos a gravação do nosso primeiro CD. Muitos artistas e
intelectuais se somaram a nós nessa luta, com
arte, alegria, beleza e ciência. Certamente
ficará registrada na história das artes, a brilhante campanha internacional, promovida por Sebastião Salgado, Chico Buarque e José
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Saramago, Prêmio Nobel de Literatura de
1998, difundindo nossa luta pela TERRA.
Tudo isso são conquistas coletivas, de
todos os que caminharam conosco nesses 15
anos. Pagamos um elevado preço. Muitos
companheiros tombaram. Pagaram com a vida
o direito de querer ser cidadãos. E foram tantos.
Alguns, anonimamente golpeados pela mão do
latifúndio ou pelo braço armado do Estado: as polícias militares. Houve massacres, como os de Corumbiara (RO) e Eldorado dos Carajás
(PA). Perdemos valorosas lideranças. Como
esquecer o jovem Oziel, de apenas 17 anos,
morrer sob tortura, gritando "viva o MST'?
O caminho é ainda longo e extenuante,
mas olhando para trás temos certeza da vitória. São 15 anos que já fazem parte da história do Brasil. Todos os que lutam pela Reforma Agrária, são construtores dessa história.
22 Concurso Nacional para as Escolas e os Estudantes do MST, é uma publicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra -MST
Escritório do MST Edifício Arnaldo Villares -Salas 211/212 SCS - Quadra 6 Bloco A Número 11 O
70032-000 - Brasília - DF Fone: (061 )322-5035 Fax: (061)225-1026 Diagramação: Zenaide Busanello Impressão: Gráfica e Editora Peres
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