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Aspectos da Responsabilidade Social e Gestão Ambiental enquanto elementos impulsionadores da competitividade na percepção dos

gestores de uma organização nacional do setor bancário

Aline Cristina de Araújo Florentino Silva (FSM – Faculdade Santa Maria) alineflorentino.fsm@gmail.com Marcos Macri Olivera (UACC/UFCG – Universidade Federal de Campina Grande) macri.ccjs@gmail.com

Fernanda Maria de Abreu Gomes (FSM – Faculdade Santa Maria) fer.nandabreu@hotmail.com Lúcia Helena da Silva Maciel Xavier (FUNDAJ – Fundação Joaquim Nabuco) lucia.xavier@fundaj.gov.br

Resumo:

As discussões sobre sustentabilidade empresarial têm ocupado espaço destacado na pesquisa e literatura sobre negócios. Tamanha repercussão se deve ao entendimento sobre a necessidade empresarial de atuar de forma sustentável no ambiente em que compete. Dessa forma, o objetivo deste artigo é descrever aspectos da responsabilidade social e gestão ambiental enquanto elementos impulsionadores da competitividade, apoiando sua consecução na percepção dos gestores de uma empresa nacional do setor bancário. Para tanto, lançou-se uma metodologia de pesquisa do tipo descritiva e exploratória como também como pesquisa de campo, o principal intrumento de coleta de dados foi a observação sistematizada, documentos do tipo relatório sobre aspectos específicos do tema estudado e questionários com perguntas fechadas e entrevistas com os gerentes da instituição. Como resultado, o estudo apresentou percepções afirmativas sobre a importância da observação e prática da responsabilidade social e da gestão ambiental para a elevação do nível de competitividade empresarial.

Palavras chave: Responsabilidade social, Gestão ambiental, Competitividade.

Aspects of Social Responsibility and Environmental Management as part of the competitiveness drivers in the perception of managers of a

national organization of the banking sector

Abstract

Discussions on corporate sustainability have occupied prominent space in the research and literature on business. Such effect is due to the understanding of the business need to act sustainably in the environment in which it competes. Thus, this paper aims to describe aspects of social responsibility and environmental management as part of the competitiveness drivers, supporting their achievement in

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the perception of managers of a company's national banking sector. To that end, launched a research methodology with a descriptive and exploratory as well as field research, the main instrument for data collection was systematic observation, type papers report on specific aspects of the subject studied and questionnaires with closed questions and interviews with managers of the institution. As a result, the study showed affirmative perceptions about the importance of observation and practice of social responsibility and environmental management to raise the level of business competitiveness.

Keywords: Social responsibility, Environmental management, Competitiveness.

1 Introdução

Diante dos variados papéis que as empresas desempenham na sociedade, o de ser sócio- ambientalmente responsável merece destaque. Essa percepção decorre do entendimento de que, ao se falar em responsabilidade sócio-ambiental, tratamos de fatores que abordam as novas práticas de gestão empresarial que contemplem aspectos relevantes para a sustentabilidade. Em consonância com os objetivos econômicos que regem o funcionamento das empresas, autores como Almeida (2002) expressam a impossibilidade de realizar negócios em sociedades falidas, denotando um vínculo estreito entre os impactos que as ações organizacionais têm sobre o ambiente como um todo.

Inseridas nesses novos modelos de gestão a Responsabilidade Social (RS) e a Gestão Ambiental (GA) aparecem como ferramentas de apaziguamento ou até compatibilização entre a obtenção de lucro e a sustentabilidade.

Essa necessidade se estende além das fronteiras empresariais, visto que fenômenos ambientais contemporâneos, como o aquecimento global, impactam fatores econômicos, sociais e ambientais, tanto em nações desenvolvidas quanto em nações desenvolvimento (IPCC, 2001).

Nesse sentido, apesar da visibilidade e aceitação crescentes da analogia triple-bottom-line em relação às dimensões econômica, ambiental e social da sustentabilidade, que emergem como um modelo de interpretação pelas empresas, cada uma dessas dimensões representa um grande desafio empresarial (BIEKER et al., 2006).

Pascale (2004) indica uma visão associativa entre organizações e natureza, apontando que as empresas devem pautar-se pelos princípios naturais e não pelas máquinas, visto que as organizações são coisas vivas e que a aceitação desse fato auto-vidente representa um enorme passo. Complementa o autor que, nos negócios, tudo está cada vez mais conectado por meios físicos e eletrônicos, no qual uma pequena perturbação pode transformar-se em um desmoronamento e enfatizando que as diversas descontinuidades que surgem seguem uma distribuição da lei de poder, e não a distribuição normal, na qual se baseiam a maioria dos negócios.

Posto isso, evidencia-se a necessidade de confrontar a exigência quintessencial por competitividade com a prática de ações sustentáveis no âmbito empresarial, buscando concluir sobre o avanço da disseminação das bases da sustentabilidade em níveis táticos e estratégicos de organizações de ampla atuação.

Diante do exposto, o presente artigo tem como intento maior descrever aspectos da responsabilidade social e gestão ambiental enquanto elementos impulsionadores da competitividade, apoiando sua consecução na percepção dos gestores de uma empresa nacional do setor bancário, reconhecidamente engajada na promoção de atividades sustentáveis.

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2 Responsabilidade Social

Etimologicamente a palavra responsabilidade deriva do latim “respondere”, que significa responder. Segundo o dicionário Michaellis, responsabilidade é “a qualidade de responsável”, que “responde por atos próprios ou de outrem”, que deve “satisfazer os seus compromissos ou os de outrem”. O termo Social deriva do latim “sociale” e significa “relativo à sociedade”,

“sociável”, “que convém a sociedade”, “que diz respeito a uma sociedade comercial e industrial”. Há alguns anos esses termos eram pouco disseminados, todavia, atualmente nos deparamos com eles cotidianamente.

O conceito de Responsabilidade Social Empresarial vem se desenvolvendo nos últimos 50 anos influenciados pelas mais variadas esferas. As que mais contribuíram pra a evolução desse conceito foram a do ambiente político e social, pois nelas se encontram inseridas as organizações e a sociedade.

A partir do início do século XX foram registradas algumas manifestações a favor da idéia da responsabilidade social por parte das empresas.

É importante informar que, segundo Carrol (1999), as primeiras preocupações com a responsabilidade social das empresas, surgiram durante as décadas de 30 e 40 e as mais relevantes referências deste período incluem Barnard (1938), Chark (1939) e Kreps (1940).

Porém, com maior praticidade, destaca-se, a entrevista realizada pela revista Fortune (1946) com executivos de negócios, solicitando a opinião dos mesmos em relação à responsabilidade social empresarial (CARROLL, 1999). Contudo, Torres (2000) partilha a informação de que foi somente a partir dos anos 60, nos Estados Unidos, e no início da década de 70, na Europa, particularmente na França, Alemanha e Inglaterra, que a sociedade iniciou uma cobrança por maior responsabilidade social das empresas e consolidou-se uma evidente necessidade de divulgação dos chamados balanços sociais ou relatórios sociais.

Durante os anos 1950 e 1960, acadêmicos como Bowen, em 1953, e Davis, em 1960, começaram a questionar como e por que empresas deveriam tentar responder às expectativas da sociedade. Um dos fatos marcantes dessa época foi o lançamento do livro intitulado

“Social Responsibilities of the Businessman”, escrito por Howard Bowen, nos EUA, em 1953 sendo considerado um clássico sobre o tema (VALLE DE OLIVEIRA, 2001). Em 1970, em alguns países houve a necessidade de aumento de impostos, sob a alegação de que se precisava manter o bem-estar social. Os proprietários de grandes empresas começaram a questionar esse sistema por pagar impostos por serviços que não recebiam pessoalmente (GUSTAFSON, 2001), assim como os cidadãos também questionavam o sistema e eram incentivados a formar movimentos para solicitar às empresas que compensassem o bem-estar social que o estado negligenciava. Apesar disso, alguns economistas, como Friedman, em 1970, afirmavam que o governo era o único responsável pelo bem estar social, enquanto que as empresas tinham como responsabilidade a geração de lucros aos seus acionistas.

Empresas inseridas no âmbito do sistema capitalista visam primordialmente o lucro, e essa característica é comum nas organizações com fins lucrativos. Continuando com a idéia de Friedman (1962), ganhador do prêmio Nobel e referência obrigatória em toda e qualquer abordagem sobre responsabilidade social, defende que a responsabilidade social da empresa não é outra senão remunerar os acionistas e essa função é desempenhada com sua própria existência na sociedade, sendo qualquer outra atividade desenvolvida, que não aquela que vise à remuneração do investimento, entendida como desperdício de recursos, pois estariam sendo aplicadas fora do seu objetivo primordial, ou seja, a obtenção de lucro (FRIEDMAN apud ANGRAD, 2003, p.19).

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Analisando, paralelamente, a lucratividade com a prática de responsabilidade social, pode-se dizer que parte do lucro obtido pelas organizações que se utilizam desse tipo de prática é conseqüência do trabalho sério desenvolvido por empresas cidadãs, e que não é casual, é direcionado para que o consumidor agregue valor ao produto ou serviço adquirido, influenciado pelo impulso de que esse tipo de organização se preocupa com os problemas sociais.

O aspecto vago que norteia a tentativa de definir responsabilidade social não é recente, com isso, torna-se válido ir buscar o conceito desde a primeira publicação sobre o tema, quando Bowen (1953) trata a responsabilidade do homem de negócios como sendo referente às obrigações do executivo em seguir as políticas, tomar decisões ou mesmo seguir as linhas de ações desejáveis na busca dos objetivos e valores de nossa sociedade.

Recentemente, Milano (2002), avaliou a RS como sendo uma conduta ética e responsável adotada pelas empresas plenamente em suas redes de relações, o que inclui o universo de seus consumidores, fornecedores, acionistas, comunidade em que se inserem ou sobre a qual exercem algum tipo de influência, além do governo e do meio ambiente.

3 Gestão ambiental

Durante décadas, acreditou-se que crescer economicamente significa proporcionar melhores condições de vida à sociedade. Todavia, a partir da década de 60, com a aceleração da industrialização e o aumento da população em áreas urbanas, os impactos ao meio-ambiente, tanto físicos quanto econômicos e sociais, se evidenciaram.

Na elaboração de regras para o desenvolvimento sustentável, Cavalcanti (2002) diz ser necessário reconhecer o fato de que a ciência econômica convencional não considera a base ecológica do sistema econômico dentro de sua visão analítica, crendo, dessa forma, no crescimento ilimitado. Porém, a sustentabilidade prevê uma limitação necessária ao crescimento. Segundo esse mesmo autor, é baseado neste fundamento que o Brasil precisa implementar considerações ecológicas (ou ecossociais) às políticas públicas.

Pode-se afirmar, portanto, que a preocupação ambiental decorre de uma realidade econômica em mutação e crescimento acelerado.

A Gestão Ambiental (GA) é discutida como uma alternativa para obter melhor ajuste entre a dimensão capitalista de busca de crescimento e a conservação ambiental, principalmente, nas empresas, e é definida, por Maimon (1996, p.72), como um “conjunto de procedimentos para gerir ou administrar uma organização, de forma a obter o melhor relacionamento com o meio ambiente”.

Nesse contexto, Ottman (1994) afirma que existem quatro dimensões que devem ser consideradas para o adequado processo e desenvolvimento de produtos ecologicamente corretos e a não observância de alguma dessas dimensões pode implicar no desenvolvimento de um produto não ecologicamente correto em sua totalidade:

- Aquisição e processamento de matérias-primas: conservação de recursos naturais;

minimização dos resíduos e prevenção da poluição; uso de recursos naturais renováveis;

uso sustentável de recursos naturais e uso de materiais recicláveis.

- Produção e distribuição: uso mínimo de materiais; redução do uso de produtos tóxicos e da liberação de resíduos tóxicos; geração e manuseio de resíduos; uso de água; emissões de poluentes.

- Produtos e Embalagens: eficiência energética; conservação de recursos naturais associados ao uso do produto; saúde do consumidor e segurança ambiental.

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- Uso e Descarte do Produto: reciclabilidade; facilidade de reutilização; durabilidade e biodegradabilidade.

Pode-se entender que a observação dos elementos de impacto ambiental que compõem cada uma das dimensões apresentadas deve compor a agenda de planejamento de todo o processo empresarial, objetivando um controle firme sobre os impactos decorrentes.

4 Competitividade

O conceito de competitividade vincula nitidamente estratégia empresarial a posicionamento estratégico. Essa percepção, como mostram Bertero, Vasconcelos e Binder (2004), tem sido dominante nas últimas décadas. Trata-se de uma visão própria da Economia Industrial, porém, mais amplamente conhecida a partir da difusão dos trabalhos de Porter (1990), que advoga por três estratégias genéricas como opção do posicionamento que a firma deve adotar em uma indústria para obter e manter vantagem competitiva e garantir uma posiçao segura de competitividade: liderança em custo, diferenciação ou enfoque.

Segundo Silva (2001), no que se refere às organizações privadas, os fatores que determinam a competitividade podem ser classificados em três grupos:

a) Fatores sistêmicos: estão relacionados ao ambiente macroeconômico, político, social, legal, internacional e à infra-estrutura, sobre os quais a empresa pode apenas exercer influência.

Compõem os fatores sistêmicos, dentre outros:

- A tendência do crescimento do PIB brasileiro e mundial;

- A taxa de câmbio prevista;

- As tendências de mudanças da taxa de juros;

- O nível de emprego e seu impacto nas pressões salariais e no aumento do consumo;

- Os direcionamentos econômicos, sociais e políticos do Brasil e dos países com quem temos parcerias comerciais.

b) Fatores estruturais: dizem respeito ao mercado, ou seja, à formação e estruturação da oferta e demanda, bem como às suas formas regulatórias específicas. São fatores externos à empresa, relacionados especificamente ao mercado em que atua, nos quais ela pode apenas interferir. As seguintes questões devem ser respondidas pela empresa quanto aos fatores estruturais:

- Quais são os fatores de sucesso do seu mercado?

- Como se estrutura a cadeia produtiva da qual participa?

- Quais são os seus concorrentes e a estratégia dominante no mercado, enfim, - Quais os caminhos que os outros estão seguindo?

- Quais os fatores determinantes da sua demanda?

- Como se agrega valor ao produto que comercializa?

- Quais são os gargalos para crescimento nesse processo de agregação de valor?

- Quais as possibilidades de cooperações na sua rede de relacionamentos?

- Quais os bens e serviços substitutos e complementares ao seu produto?

c) Fatores internos: são aqueles que determinam diretamente a ação da empresa e definem seu potencial para permanecer e concorrer no mercado. Os fatores internos estão

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efetivamente sob o controle da empresa e dizem respeito a sua capacidade de gerenciar o negócio, a inovação, os processos, a informação, as pessoas e o relacionamento com o cliente. Esses fatores colaboram para a elaboração do melhor caminho para se obter vantagem competitiva.

A combinação da atuação desses fatores difere de acordo com o setor (principalmente, em função dos fatores internos), aumentando ou diminuindo a exigência pela competitividade. O posicionamento estratégico da empresa diante do nível de competitividade que o setor em que atua exige é que determinará sua condição competitiva, assim como seus resultados finais.

5 Procedimentos Metodológicos e Empresa Analisada

O tipo de pesquisa adotado para a realização deste trabalho foi descritiva e exploratória. Descritiva porque os fatos foram observados, registrados, analisados, classificados e interpretados. Exploratória porque teve a finalidade de proporcionar maiores informações sobre determinado assunto, facilitando a delimitação de um tema de trabalho.

Classifica-se, também, como pesquisa de campo, por ser realizado uma Empresa do Setor Bancário Nacional da cidade de João Pessoa-PB.

Utilizaram-se como instrumentos de coleta de dados a observação sistematizada, documentos do tipo relatório sobre aspectos específicos do tema estudado, bem como, questionários com questões fechadas e entrevistas com os gerentes da instituição.

O ambiente de investigação deste trabalho é composto por postos de atendimento (agências) de uma empresa nacional do setor bancário que atua na cidade de João Pessoa – PB, no qual todas os 9 (nove) postos foram contemplados com a pesquisa efetuada.

Os participantes da pesquisa foram gestores ou gerentes das agências bancárias que demonstraram disponibilidade para participar do estudo proposto, totalizando 27 (64,3%) gestores, inseridos numa população de 42 (100%) – indicando uma participação representativa para a execução da pesquisa.

5.1 Empresa objeto do estudo

O Banco Real iniciou suas atividades como Banco da Lavoura de Minas Gerais, com sede em Belo Horizonte, fundado em 1925 por Clemente Faria. No ano de 1971, após negociação entre os irmãos Gilberto Faria e Aloísio de Faria, o nome foi mudado para Banco Real. Dois anos depois estava estabelecido em São Paulo. Em julho de 1998 o ABN AMRO comprou o Banco Real de seu antigo controlador Aloísio de Faria e, em 2000, ocorre à integração dos dois bancos. Neste período o ABN AMRO adquire também os bancos BANDEPE e o Banco Sudameris. Além disso, o banco estudado está presente em mais de 60 países, sendo um dos maiores bancos do mundo.

No ano de 2003, o ABN AMRO REAL adquiriu o SUDAMERIS, considerado o nono maior banco privado do país. Deste modo, passou a ampliar sua presença na região Sudeste e a aumentar sua participação nos segmentos de clientes de alta renda. Com a aquisição, o ABN AMRO REAL passou a ser o quarto maior banco privado brasileiro em depósitos e empréstimos e o quinto maior em ativos.

O banco tem como missão ser uma organização reconhecida por prestar serviço financeiro de qualidade exemplar aos nossos clientes, gerando resultados sustentáveis e buscando a satisfação de pessoas e organizações. Em sua visão pretende difundir a idéia de um novo banco para uma nova sociedade, pois a sociedade em evolução é cada vez mais informada e consciente, busca a integração do humano e do ambiente como o econômico em todas as suas decisões.

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A primeira agência no estado da Paraíba foi inaugurada no ano de 1958, na cidade de Campina Grande. Em função da demanda satisfatória, logo depois surgiram novas agências, pela necessidade de acompanhar o crescimento da instituição no estado da Paraíba e pela visibilidade que a empresa já havia alcançado.

6 Apresentação dos Resultados da Pesquisa

O Papel das Empresas frente a responsabilidade social e gestão ambiental apresentou considerações relevantes e peculiares a organização nacional estudada. Nesta, objetivou-se constatar a percepção dos respondentes acerca de como a organização se insere no contexto social e ambiental, de uma forma ampla e global, assim como sua responsabilidade diante deste, atuação e postura. Assim, foi possível evidenciar a análise das freqüências apresentada na Tabela 1 e 2:

Alternativas

1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6

Freq % Freq % Freq % Freq % Freq % Freq % Concordo Totalmente 18 66,7 19 70,4 18 66,7 3 11,1 11 40,7 13 48,1 Concordo Parcialmente 7 25,9 6 22,2 8 29,6 5 18,5 10 37,0 9 33,3

Neutro/Imparcial 2 7,4 2 7,4 1 3,7 11 40,7 2 7,4 4 14,8

Discordo Parcialmente 0 0,0 0 0,0 0 0,0 4 14,8 2 7,4 0 0,0

Discordo Totalmente 0 0,0 0 0,0 0 0,0 4 14,8 2 7,4 1 3,7

Total 27 100,0 27 100,0 27 100,0 27 100,0 27 100,0 27 100,0 Afirmação 1.1 - O banco pratica constantemente o conceito de Responsabilidade Social.

Afirmação 1.2 - O banco pratica constantemente o conceito de Gestão Ambiental.

Afirmação 1.3 - O papel das empresas vai além de produzir bens e serviços.

Afirmação 1.4 - O poder público é o principal responsável pela melhoria da qualidade de vida da sociedade.

Afirmação 1.5 - As atividades de responsabilidade social são economicamente lucrativas para a empresa a longo prazo.

Afirmação 1.6 - A concorrência deve ser considerada, pois define ajuda a definir as estratégias.

Tabela 1 – Papel das Empresas: parte 1

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Alternativas 1.7 1.8 1.9 1.10 1.11 1.12 Freq % Freq % Freq % Freq % Freq % Freq % Concordo Totalmente 14 51,9 15 55,6 19 70,4 18 66,7 16 59,3 16 59,3 Concordo Parcialmente 8 29,6 9 33,3 7 25,9 8 29,6 10 37,0 7 25,9

Neutro/Imparcial 1 3,7 2 7,4 1 3,7 1 3,7 1 3,7 4 14,8

Discordo Parcialmente 0 0,0 1 3,7 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0

Discordo Totalmente 4 14,8 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0

Total 27 100,0 27 100,0 27 100,0 27 100,0 27 100,0 27 100,0

Afirmação 1.7 - Práticas socialmente responsáveis ajudam a obter vantagem competitiva.

Afirmação 1.8 - No atual cenário competitivo, a responsabilidade social empresarial é um diferencial.

Afirmação 1.9 - A empresa é uma organização socialmente responsável.

Afirmação 1.10 - A responsabilidade social está inserida na filosofia de trabalho em todos os níveis da organização.

Afirmação 1.11 - A organização tem um programa bem definido para lidar com questões de RS e GA.

Afirmação 1.12 - A empresa possui um programa de GA baseado nos objetivos e metas estabelecidos a partir do uso de política de meio-ambiente.

Tabela 2 – Papel das Empresas: parte 2

Dessa forma, foram propostas doze afirmações que, em linhas gerais, obtiveram, em sua maioria, ampla concordância por parte dos participantes. Nesse sentido, verificou-se que as afirmações (1.2 e 1.9) ambas com percentual de 70,4% obtiveram maior grau concordância dos entrevistados, o que se somado com a concordância parcial totaliza um valor de 92,6% e 96,3%, respectivamente, indicando que, de acordo com a percepção dos participantes, a empresa é uma organização socialmente responsável.

Segundo o que se investigou, foi possível verificar, através das observações e comentários feitos pelos respondentes, que a empresa possui um projeto de arrecadação de pilhas, projetos de apoio a escolas e comunidades carentes, igualdade nas oportunidades de emprego a pessoas de diferentes crenças, etnias, sexos e opções sexuais.

Também obtiveram alta concordância às afirmações 1.3 e 1.10 que indicam que o conceito de gestão ambiental é prática constante na empresa, ambas com 70,4% de concordância total, adicionada à parcial (22,2%) atinge o valor de 92,6% dos entrevistados. A afirmação 1.3, que assegura que o papel das empresas vai além de produzir bens e serviços, teve 66,7% de concordância total e 29,6% de concordância parcial, resultando em um total de indivíduos concordantes de 96,3%. A assertiva 1.10 que afirma que a responsabilidade social está inserida na filosofia de trabalho em todos os níveis da organização, obteve concordância total de 66,7%, sendo a parcial de 29,6%, resultando em um valor de 96,3% dos participantes da pesquisa.

De acordo com o que foi pesquisado, cuja base é contribuição dos respondentes nos espaços em aberto em cada uma das afirmações, (a) o lema do presidente da instituição é “a coisa certa do jeito certo”, frase difundida dentro da empresa; (b) existe também um “fundo reflorestamento”; (c) o banco preza o equilíbrio entre o meio ambiente e suas atividades, tentando proporcionar qualidade de vida aos seus clientes e funcionários; (d) são realizadas periodicamente reuniões e palestras, nas quais as questões ambientais são discutidas frequentemente; (e) utiliza-se papel reciclado, mas não foi mencionado se existem políticas de

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conscientização para a minimização da quantidade utilizada; (f) a postura do banco diante das questões ambientais e sociais tornou-se critério de escolha na decisão de investir por parte dos clientes; (g) no caso da responsabilidade social, a iniciativa partiu da presidência e atingiu todas as agências e departamentos; (h) a participação do presidente é constantemente citada.

Em seguida, encontram-se afirmações que continuam sinalizando concordância acentuada por parte dos gestores, com valores ainda considerados expressivos. São elas: a 1.1 na qual se afirma que o banco pratica constantemente o conceito de Responsabilidade Social, com o valor de 66,7% de concordância total e 25,9% de concordância parcial, totalizando 92,6%

dos gestores; a 1.6 na qual se assevera que a concorrência deve ser levada em consideração na definição de estratégias e que o percentual de respondentes concordantes totalmente foi de 48,15% e de concordância parcial foi de 33,3%; na afirmativa 1.8 que assegura que a responsabilidade social empresarial é um diferencial competitivo e na qual 55,6% dos entrevistados concordam totalmente e 33,3% concordam parcialmente, parcela significativa de 88,9%.

A 1.11 assegura que a organização possui um programa bem definido para lidar com questões de responsabilidade social e gestão ambiental e foi contemplada com o percentual de respondentes de 59,3% (concordância total) e parcial de 37,0% somando 96,3% dos respondentes; já a questão 1.12, na qual se afirma que a empresa demonstra que possui um programa de gestão ambiental baseado nos objetivos e metas estabelecidos a partir do uso de política de meio ambiente, a concordância total foi de 59,3% e a parcial de 25,9%, totalizando 85,2%.

Em relação a tais percepções, fruto da prática investigativa observou-se: (a) o banco é uma instituição muito atuante na prática da responsabilidade social, mantendo diversos programas de cunho social no qual funcionários nutrem admiração pela consciência social da empresa;

(b) a respeito da influência da concorrência sobre a definição das estratégias do banco, constatou-se que o mercado e concorrência norteiam os objetivos traçados, todavia, o banco assumiu um posicionamento pioneiro, ao centrar suas estratégias na RS e GA, de forma que a concorrência passou a adotar práticas similares ou “imitadoras” – outra observação relevante, nesse sentido, é que apesar da concorrência influenciar alguns tipos de estratégia, o banco procura guiar-se por seus próprios ideais a fim de satisfazer os clientes; (c) os bancos oferecem os mesmos produtos e serviços, sendo assim, a responsabilidade social pode ser considerada um diferencial competitivo além do que os repasses de informações verdadeiras aos funcionários e clientes fortalecem esse diferencial; (d) frequentemente os gestores são informados e atualizados sobre os programas socioambientais da instituição, existindo várias ações com esse foco, incluindo projetos sociais e de voluntariado; (f) a empresa possui um programa de gestão ambiental que integra o modelo administrativo do banco, mantendo uma diretoria socioambiental.

Por outro lado, resultados significativos também foram verificados para as questões 1.4, 1,5, 1.6 e 1.7, nas quais verificou-se um padrão diferenciado em que o percentual relativo às freqüências das respostas correspondentes ao `concordo totalmente` foram as mais baixas verificadas (11,1%, 40,7%, 48,1% e 51,9%) nessa pesquisa. Além disso, cabe enfatizar que a questão 1.4, referente a influência do poder público na qualidade de vida da sociedade, foi a única questão cujo percentual mais alto não corresponde a categoria `concordo totalmente`.

Verificaram-se afirmações cujos resultados demonstram uma percepção pouco consensual por parte dos respondentes. Essas questões indicam pouca homogeneidade entre a percepção dos respondentes. É o caso da afirmação (1.4) que assevera que o poder público é o principal responsável pela melhoria da qualidade de vida da sociedade – afirmação que obteve 11, 1%

de concordância total e 18,5% de concordância parcial – nesta, constatou-se que 29,6%

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concordam com a afirmação (assinalando 4 ou 5), 29,6% discordam (assinalando 1 ou 2), enquanto 40,7% manifestaram um posicionamento neutro (assinalando 3).

A diversidade de comentários feitos pelos gestores enfatiza os dados apresentados: “a melhoria da qualidade de vida não é só responsabilidade do poder público, mas também da sociedade e das organizações privadas que devem colaborar (como no caso da coleta seletiva do lixo)”; “o poder público, apesar de eficiente em arrecadar imposto, não cumpre seu papel satisfatoriamente ao não investir o que é arrecadado para sanar necessidades básicas”.

Outra percepção que apresenta divergência de opiniões é a afirmativa (1.5) que indica que as atividades de responsabilidade social são economicamente lucrativas para a empresa a longo prazo. Nesta, 14,8% discordam, 77,8% concordam e 7,4% se colocaram imparciais, ou seja, parcela expressiva da amostra realizada (22,2%) não apresentou um alinhamento com a opinião proposta.

Dentre as observações dos gerentes que se manifestaram concordantes com a afirmação, foi possível identificar as seguintes opiniões: “para serem lucrativas, as atividades de responsabilidade social precisam ser desenvolvidas de forma séria”; “o lucro existe se dimensionado em todos os aspectos, não somente no financeiro”; “o retorno de se investir em práticas sociais acontece não só a longo prazo, mas também a curto e médio prazo”. Quanto às observações dos participantes que posicionaram contrariamente à afirmação, cabe citar: “a prática da sustentabilidade deve ser desassociada da busca do lucro”; “tal prática deve concentrar-se especificamente na busca de benefícios ao planeta e de um futuro sustentável”.

A afirmação apresentada (1.7), que indica que práticas socialmente responsáveis ajudam a obter vantagem competitiva, também obteve percentuais que impugnaram a identificação das opiniões, onde 14,8% discordam, a maioria (81,5%) concorda e 3,7% se mostraram indiferentes. Segundo a participação dos respondentes, o cliente mantém-se atento às empresas que realizam práticas sociais, o que concede ao banco uma imagem de empresa sustentável contribuindo dessa forma para obtenção de vantagem competitiva.

7 Considerações Finais

O objetivo primordial deste artigo foi descrever aspectos da responsabilidade social e gestão ambiental enquanto elementos impulsionadores da competitividade, apoiando sua consecução na percepção dos gestores de uma empresa nacional do setor bancário, reconhecidamente engajada na promoção de atividades sustentáveis. Posto isso, em função da opinião dos participantes da pesquisa à respeito das afirmações colocadas, foi possível atender o intento da pesquisa, conforme se apresentou na seção anterior e se complementa a seguir.

Dessa forma, referente ao papel das empresas inseridas no mercado competitivo, de acordo com a percepção dos gestores participantes da pesquisa, pôde-se concluir que:

a. Inserir o conceito de responsabilidade social e ambiental como prática constante na organização bancária, para que todos os envolvidos possam ser parte do trabalho executado pelo banco, assim como utilizar esses conceitos no seu cotidiano, é uma prática válida e desejável.

b. Evidenciou-se o fato de que os gestores acreditam que o papel das organizações (o que inclui o banco) vai além de produzir bens e serviços, pois esse tipo de serviço pode ser oferecido por qualquer empresa, e que o fato de se preocupar com a melhoria da qualidade de vida da sociedade, mostrando essa preocupação através de programas sociais e ambientais desenvolvidos pelo banco, pode resultar na obtenção de vantagem competitiva.

c. A visão de que o poder público é o principal responsável pela melhoria da qualidade de vida da sociedade está ultrapassada. A idéia que se compartilha é que todos são

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responsáveis pelo agravamento dos problemas sociais e por isso é de responsabilidade de todos colaborarem com a melhoria da qualidade de vida da sociedade;

d. Investir em atividades de responsabilidade social demonstra ganhos ou lucros para a empresa, desde que essas atividades não sejam executadas com a finalidade exclusiva de obter lucros, pois o retorno esperado pode vir a longo prazo, evidenciando assim, importância do investimento em responsabilidade social.

e. A obtenção de vantagem competitiva através da adoção de práticas sociais é uma questão que deve ser levada em consideração como diferencial competitivo para as organizações, apesar de que algumas pessoas ainda interpretam com desconfiança esses tipos de investimento.

f. A existência de um programa de gestão ambiental bem definido, de modo que a base para sua elaboração seja estabelecer objetivos e metas estabelecidos para lidar com questões de responsabilidade social e gestão ambiental é um dos fatores que interferem no desempenho da empresa e conseqüentemente na sua competitividade.

Referências

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Referências

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