• Nenhum resultado encontrado

possible results of the application of ultrasound in the treatment of FEG, stage 2 and stage 3.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "possible results of the application of ultrasound in the treatment of FEG, stage 2 and stage 3."

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

AVALIAÇÃO DO ULTRASSOM NO TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA GELÓIDE: POSSIBILIDADES DE RESULTADOS

Fernanda Tagliari Concolatto1, Fabrício Vicenzi2

1. Acadêmica do curso de Tecnólogo em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR).

2. Professor Orientador Adjunto da Universidade Tuiuti.

Endereço para correspondência: Fernanda Tagliari Concolatto, fernanda.concolatto@hotmail.com

___________________________________________________________________________ RESUMO:

O fibro edema gelóide (FEG), trata-se de uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo que promove alterações esteticamente desagradáveis, levando a uma diminuição da auto-estima, podendo evoluir para um quadro álgico e dificultar a realização das atividades funcionais. Esta revisão bibliográfica tem por objetivo enumerar as possibilidades de resultados da aplicação do ultrassom no tratamento do FEG, estágio 2 e 3. A técnica proposta mostrou-se eficaz no tratamento do FEG, aliado a colaboração por parte da paciente na manutenção de dieta equilibrada, realização de exercícios regulares, beneficiando o combate ao FEG e contribuindo para a manutenção da saúde do organismo. Da mesma forma é de extrema importância à capacitação do profissional com domínio teórico cientifico sobre o FEG e os conhecimentos técnicos e operacionais do equipamento.

Palavras-chave: fibro edema gelóide, ultrassom, estética

___________________________________________________________________________ ABSTRACT:

The fibrosis edema geloide (FEG), this is an edematous infiltration of the connective tissue that causes changes aesthetically unpleasant, leading to reduced self-esteem, and may evolve into painful and hinder the performance of functional activities. This review aims to enumerate the possible results of the application of ultrasound in the treatment of FEG, stage 2 and stage 3. The proposed technique was effective in the treatment of FEG, combined with cooperation from the patient in maintaining a balanced diet, regular exercises, benefiting the fight against FEG and contributing to the health maintenance organization. Likewise it is of extreme importance to the professional qualification with knowledge on the FEG scientific and technical expertise and operational equipment.

Keywords: fibrosis edema geloide, ultrasound, esthetic

___________________________________________________________________________

(2)

INTRODUÇÃO

Atualmente o modelo de beleza que valoriza a estética, principalmente corporal, a alimentação balanceada, a vida saudável, tem conquistado a cada dia mais adeptos. Levando em consideração as diversidades culturais e regionais em relação às exigências de um padrão estético, a maioria das pessoas está insatisfeita com sua imagem.

Popularmente conhecido como celulite, o Fibro Edema Gelóide afeta a maioria das mulheres e, além de ser incômodo aos olhos, causa problemas funcionais e até mesmo emocionais, afetando a auto-estima.

Este distúrbio é caracterizado por um edema não inflamatório do tecido conjuntivo subcutâneo e manifesta-se com nódulos ou placas de variadas extensões deixando a pele com aspecto desagradável esteticamente, além de ser responsável por problemas álgicos nas zonas acometidas comprometendo a funcionalidade da região.

O ponto básico do tratamento do FEG reside no estímulo para a melhoria da circulação local, tal qual, a redução do edema e da fibrose instalados. Para este fim, vários recursos são utilizados, e um tratamento que está entre os que

apresentam benefícios é o uso do ultrassom, que vem se destacando devido seus efeitos biofísicos específicos no combate ao FEG.

1 O FIBRO EDEMA GELÓIDE

Para descrever ou definir o fibro edema gelóide (FEG) é preciso ficar clara a inadequação do termo para se designar esta afecção, a qual não afeta preferencialmente o elemento celular. Este erro de conceituação existe há anos e ainda hoje conduz a várias controvérsias e discussões (GUIRRO e GUIRRO, 2002).

Celulite, palavra de origem latina, cellulite, quer dizer inflamação do tecido celular, derivada do adjetivo celulae, que significa células, mais o

sufixo ite, indicativo de inflamação, o que não define o seu verdadeiro significado (GUIRRO e GUIRRO,2002; PARIENTI, 2001).

A denominação de Fibro Edema Gelóide (FEG) tem-se demonstrado como o conceito mais adequado para descrever o quadro historicamente conhecido e erroneamente denominado de celulite (GUIRRO e GUIRRO, 2002).

O FEG afeta os tecidos cutâneo e adiposo em diversos graus, portanto ocorre comprovadamente nesta

(3)

disfunção uma série de alterações estruturais na derme, na microcirculação e nos adipócitos.

Trata-se de uma desordem localizada que afeta o tecido dérmico e subcutâneo, com alterações vasculares e lipodistrofia com resposta esclerosante, que resulta no inestético aspecto macroscópico (GUIRRO e GUIRRO, 2002).

Para HORIBE (2000), o FEG é uma alteração genuína elo corregional do panículo adiposo subcutâneo, determinante do formato corporal característico da mulher, com perda do equilíbrio histofisiológico local e que atinge principalmente a região dos quadris e coxas.

Segundo ZANI (1994), o FEG é uma disfunção crônica, sem características inflamatórias, que acomete as células gordurosas da tela subcutânea, e que ocorre quando há uma alteração na estrutura e disposição anatômica do tecido gorduroso subcutâneo.

GUIRRO e GUIRRO (2002) cita também que FEG é uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo, não inflamatório, seguido de polimerização da substância fundamental que, infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva.

Para LEITE (2003), o FEG inicia com um aumento de líquido dentro do adipócito, com conseqüente mudança no seu pH e alterações nas trocas metabólicas. O adipócito comprime as células nervosas e devido ao aumento de tamanho ocorre a distensão do tecido conjuntivo, com perda da elasticidade.

O organismo responde a essas alterações formando tramas de colágeno que tentam encapsular todo o extravasamento do adipócito. Formam- se assim, os nódulos, que desenvolvem o aspecto em “casca de laranja” (LEITE, 2003).

Trata-se de um tecido mal- oxigenado, subnutrido, desorganizado e sem elasticidade, resultante de um mau funcionamento do sistema circulatório e das consecutivas transformações do tecido conjuntivo. Com este quadro histopatológico, compreende-se a aparência nodulosa na epiderme, e em fases mais avançadas a dor ao contato, pressão ou palpação (GUIRRO e GUIRRO, 2002).

De maneira geral pode-se delinear uma etiologia para o FEG enumerando e subdividindo os fatores que provavelmente desencadeiam o processo em três fatores:

• Predisponentes;

• Determinantes;

(4)

• Condicionantes.

Além disso, várias teorias se postulam como candidatas para tentar explicar o desenvolvimento do FEG. Cada uma guarda propriedades que justificam seu grau de aceitação e se complementam entre si.

1.1 Fatores Predisponentes

São fatores que somados a outros se pode ter uma probabilidade razoável de instalação do FEG (LOPES, 2003; GUIRRO e GUIRRO, 2002; ROSSI,2001).

1.1.1 Genéticos

A hereditariedade do FEG depende de uma aptidão individual à capacidade de resposta (ROSSI, 2001), sendo a incidência maior para indivíduos da raça branca (GUIRRO e GUIRRO, 2002).

1.1.2 Sexo

Segundo ZANI (1994) e GUIRRO e GUIRRO (2002), o FEG acomete preferencialmente as mulheres, representando 95% dos casos.

1.1.3 Idade

As primeiras alterações do FEG geralmente apresentam-se na a puberdade. Neste período, as alterações hormonais elevam a taxa de estrogênios

no sangue, que torna o tecido conjuntivo espesso, permitindo que moléculas gordurosas ali se depositem (ULRICH, 1982).

1.1.4 Desequilíbrio hormonal

As taxas hormonais alteradas ocasionam uma série de alterações metabólicas decisivas na etiologia do FEG, por exemplo, a diminuição da taxa de glutation retarda o metabolismo celular, com acúmulo de toxinas e metabólitos. (ROSSI, 2001).

1.2 Fatores Determinantes

Estes fatores, como diz o nome, determinam o aparecimento do FEG (GUIRRO e GUIRRO, 2002).

1.2.1 Estresse

Segundo ZANI (1994), a ansiedade afeta as secreções hormonais, interferindo no tecido gorduroso subcutâneo.

1.2.2 Fumo

O uso, isolado ou concomitante, de café e fumo, favorece em grande escala o aparecimento do FEG, ou o seu agravamento, principalmente por alterações na microcirculação (ROSSI, 2001).

1.2.3 Sedentarismo

(5)

A falta de exercício físico agrava tanto as alterações vasculares quanto às das fibras; ambos os fatores concorrem para a deterioração do tecido conjuntivo, que não consegue mais desempenhar corretamente suas funções (LEITE, 2003).

1.2.4 Desequilíbrios glandulares, perturbações metabólicas do organismo em geral e patologias de base

Diabetes, hipotireoidismo e altas dosagens de cortisona determinam o aparecimento do FEG (ROSSI, 2001).

Alterações renais e hepáticas, principalmente nos quadros de insuficiência pioram o quadro pela

baixa capacidade de

filtração/eliminação das toxinas, e os problemas circulatórios agravam o bloqueio da microcirculação, aumentando o edema (ROSSI, 2001).

1.2.5 Maus hábitos alimentares

Uma dieta rica em gorduras, baixo consumo de água e excessivo consumo de sal agravam o quadro microcirculatório, já o consumo em excesso de açúcares refinados e refrigerantes agravam quadro metabólico (ROSSI, 2001).

1.2.7 Alterações e hábitos posturais

Hiperlordose lombar, anteversão pélvica, joelhos valgos ou varos, são atribuídos, mas não confirmados, como perturbações hemodinâmicas importantes, a ponto de serem fatores condicionantes da etiologia do FEG (GUIRRO e GUIRRO, 2002).

A posição preferencial durante o dia e o uso de roupas apertadas por um longo período podem agravar o quadro do FEG pela resistência oferecida à circulação de retorno veno-linfático.

Já a gravidez atua como componente mecânico que dificulta o retorno venoso dos membros inferiores (ROSSI, 2001).

1.3 Fatores Condicionantes

A partir dos fatores acima citados criam-se perturbações hemodinâmicas locais, que promovem alterações no tecido conjuntivo, e fazem com que ele se torne mais hidrófilo. Assim, o tecido passa a reter maior quantidade de água, ocasionando um trânsito mais lento de líquidos na região, que associado a outros fatores, criam condições propicias à maior deposição de gordura (GUIRRO e GUIRRO, 2002).

1.4 Identificação do Fibro Edema Gelóide

(6)

Uma anamnese bem feita é de grande valia devido a influência que os hábitos diários e antecedentes patológicos, psicológicos e hereditários exercem sobre a instalação e evolução do FEG, e permite verificar determinados pontos que irão orientar a estratégia terapêutica (ROSSI, 2001, e PARIENTI, 2001).

As quatro evidências clínicas encontradas na palpação do FEG, classicamente conhecidas como “tétrade de Ricoux” são o aumento da espessura do tecido celular subcutâneo, maior consistência tecidual, maior sensibilidade à dor e a diminuição da mobilidade por aderência aos planos mais profundos.

Segundo GUIRRO e GUIRRO (2002), o primeiro teste para reconhecer o FEG consiste no “teste da casca de laranja”, onde o tecido adiposo é pressionado entre os dedos polegar e indicador ou entre as palmas das mãos.

Outro teste é denominado de

“teste da preensão” (pinch test). Após a preensão da pele juntamente com a tela subcutânea entre os dedos, promove-se um movimento de tração. Se a sensação dolorosa for mais incômoda do que o normal, este também é um sinal do FEG, onde já se encontra alteração da sensibilidade (GUIRRO e GUIRRO, 2002).

O diagnóstico do FEG pode ser ampliado por meio de exames complementares como a termografia cutânea, xerografia, ecografia bidimensional e exames anátomo- patológicos (GUIRRO e GUIRRO, 2002).

1.5 Estágios do Fibro Edema Gelóide A classificação do FEG pode ser dividida em quatro estágios, a saber:

• Grau I – Estágio Brando

• Grau II – Estágio Moderado

• Grau III – Estágio Grave

• Grau IV – Estágio Muito Grave

Porém não estão totalmente delimitados, podendo ocorrer uma sobreposição de graus em uma mesma área (GUIRRO e GUIRRO, 2004).

Segundo ULRICH (1982), as lesões teciduais surgem em três estágios, consideradas alterações cutâneas macroscópicas e a sensibilidade à dor, bem como o prognóstico.

1.5.1 Grau II - Estágio Moderado As depressões são visíveis mesmo sem a compressão dos tecidos, ficando mais aparentes mediante a compressão dos mesmos. Já apresenta alteração da sensibilidade (GUIRRO e

(7)

GUIRRO, 2002). Apresenta um aspecto exterior de um edema tecidual puro e simples.

Encontra-se quase que exclusivamente nos membros inferiores e apresenta consistência variável, às vezes muito firmes ou muito flácidas.

Destaca-se o comprometimento circulatório, como insuficiência de retorno veno-linfático, varizes, telangectasias, fragilidade capilar, equimoses, prurido local, sensação de pernas cansadas e fadiga muscular (GUIRRO e GUIRRO, 2002; ROSSI, 2001).

1.5.2 Grau III – Estágio Grave

No FEG grave, considerando GUIRRO e GUIRRO (2002), o acometimento tecidual é observado quando o indivíduo está em qualquer posição. A pele fica enrugada e flácida.

A aparência por apresentar-se com de relevos, assemelha-se a um

“saco de nozes” e a sensibilidade a dor está aumentada. (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

1.6 Abordagens terapêuticas

O FEG é um distúrbio de etiologia multifatorial; sendo assim, os melhores resultados são obtidos com procedimentos variados e complementares entre si, sendo ainda

muito importante a orientação da paciente para uma manutenção e/ou complementação doméstica (GUIRRO e GUIRRO, 2002). Porém vale salientar que os melhores resultados serão obtidos quando o corpo é submetido a um tratamento que recupere a saúde e não que vise somente a eliminação do FEG.

Existe hoje uma gama de tratamentos que possibilitam a melhora considerável do FEG, aliando a mudanças de comportamentos alimentares, atividades físicas sistemáticas e periódicas bem como a sua prevenção. Entretanto, o objetivo desta pesquisa é levantar as possibilidades de resultados visíveis e mais eficientes a partir das aplicações do ultrassom terapêutico no tratamento do FEG.

2 ULTRASSOM

O termo ultrassom tem origem demonstrada a partir de estudos desenvolvidos no século XIX, denominado pela capacidade do ouvido humano detectar sons cujas freqüências de ondas estejam aproximadamente entre 16 Hz e 21 kHz (BASSOLI, 2001).

Os estudos foram aprimorados e com o desenvolvimento tecnológico descobriu-se que o ultrassom produziria

(8)

aumento da temperatura em tecidos biológicos, entre 1930 e 1940 ele foi introduzido na prática médica como um recurso terapêutico, usado particularmente para produzir calor em tecidos profundos (BASSOLI, 2001).

Nas palavras de STARKEY (2001), o ultrassom é uma modalidade de penetração profunda, capaz de produzir alterações nos tecidos, por mecanismos térmicos e não-térmicos. Dependendo da freqüência de ondas, pode ser utilizado para diagnóstico por imagem, cura terapêutica de tecidos ou destruição dos mesmos.

O transdutor é constituído geralmente, de material piezoelétrico, sendo o mais utilizado o zirconato- titanato de chumbo (PZT). Em geral, são circulares e eficientes geradores de potência ultra-sônica. Deve ser utilizado adequadamente através de movimentos lentos circulares repetidos que devem sobrepor-se. Uma área de aproximadamente 8,0 x 1,0 cm pode ser tratada de cada vez (BASSOLI, 2001).

De acordo com as informações técnicas do fabricante de produtos eletromédicos BIOSET, deve ser usado um meio acoplante para que a energia ultra-sônica seja melhor transmitida do aplicador ao corpo do paciente.

Dentre os agentes de acoplamento, os líquidos, especialmente

a água, são bons transmissores de onda ultra-sônica, sendo os sólidos ainda melhores, pois suas moléculas estão mais próximas umas das outras e, dessa forma, repassam a energia mais facilmente (WOOD, 1973). De acordo com alguns estudos, observa-se que o gel é o melhor meio de transmissão de onda ultra-sônica, sendo, portanto, o agente de acoplamento mais indicado (MARDEGAN; GUIRRO, 2005).

De acordo com LOW e REED (2001), quanto maior o movimento molecular maior o calor, este movimento é oscilatório, pois a medida que as moléculas se empurram transferem energia de uma para outra, de modo que algumas oscilarão em altas freqüências e com maior amplitude devido o ganho de energia, enquanto outras ficarão com freqüências e amplitudes mais baixas, pois sua energia foi transferida por meio de colisão.

A onda de energia sonora tende a ficar aleatória à medida que a energia que cede para movimentos moleculares particulares é dissipada em colisões com outras moléculas, deste modo, a energia sonora é constantemente convertida em energia térmica (LOW e REED, 2001).

A propagação das ondas ultra- sônicas ocorre de dois modos, contínuo

(9)

e o pulsado, a diferença entre estes está na interrupção da propagação de energia. No modo contínuo não ocorre esta interrupção, havendo um depósito ininterrupto de energia sobre os tecidos irradiados. Enquanto no pulsado, há interrupções freqüentes na propagação de energia causando diversos efeitos (LOW e REED, 2001):

2.1 Efeitos térmicos

São resultantes diretos da elevação da temperatura do tecido provocada pelo ultrassom, variando de acordo com o coeficiente de absorção e a espessura do meio absorvedor (ERVALHO, 2005).

Segundo KITCHEN e BASIN (1998), a quantidade de absorção depende da natureza do tecido, seu grau de vascularização e da freqüência utilizada. Tecidos com elevado conteúdo protéico absorvem mais rapidamente que os com maior conteúdo de gordura, e quanto maior a freqüência, maior a absorção.

Conforme LOW e REED (2001), temperaturas acima de 45° são destrutivas. Para se obter um efeito terapêutico útil, a temperatura do tecido precisa ser mantida entre os 40 e 45° por pelo menos cinco minutos.

O aquecimento leve pode reduzir a dor e o espasmo muscular e também

promover processos de cicatrização além de aumentar o fluxo sanguíneo.

STARKEY (2001) relata que as temperaturas do tecido devem aumentar no mínimo durante 3 a 5 minutos, e que um ultrassom de 3 Mhz aquece três a quatro vezes mais rápido que um aparelho de 1 MHz.

2.2 Efeitos não térmicos

Entre os efeitos não-térmicos, GARCIA (2000) destaca a micromassagem, o aumento da permeabilidade celular, a variação do diâmetro arteriolar e a cavitação.

À micromassagem, atribui-se às oscilações provocadas pelo feixe ultra- sônico que atravessa os tecidos (GARCIA, 2000).

De acordo com STARKEY (2001), a energia ultra-sônica em pulso leva a cavitação, que é a formação de pequenas bolhas gasosas nos tecidos como resultado da vibração do ultra- som, que podem ser de dois tipos: estável ou transitória, sendo que, a estável ocorre quando as bolhas oscilam de um lado para outro dentro das ondas de pressão do ultrassom, mas permanecem intactas e, a transitória ocorre quando o volume da bolha se altera rapidamente e então colapsa (implode) causando alta pressão e mudança de temperatura resultando em

(10)

um dano substancial aos tecidos (LOW; REED; 2001).

No modo pulsado são gerados pelo transdutor pulsos de onda de determinados períodos que emitem energia de forma periódica, onde, através do tempo de repouso permite-se que a circulação sangüínea resfrie a área tratada, impedindo o excesso de aquecimento (KITCHEN; BASIN, 1998). Sendo assim temos efeitos fisiológicos resultantes de um processo não térmico.

2.3 Fatores de Aplicação 2.3.1 Freqüência

È o número de ondas que ocorrem em um segundo, medida em megahertz (MHz).

As freqüências mais altas sofrem uma absorção mais rápida do que as freqüências mais baixas. Sendo assim, o tratamento com ultrassom de 3,0 MHz é indicado para tecidos superficiais, enquanto que o de 1 MHz é indicado para tecidos mais profundos (LOW; REED; 2001).

2.3.2 Intensidade

É a energia total por segundo suprida pelo aparelho, medida em watts.

Intensidade de 0,5 W/cm2 e inferiores é utilizada para cicatrização

em tecidos como a pele, tendões e ossos.

Há evidência de que níveis de ultrassom superiores a 1,5 W/cm2 exercem um efeito adverso nos tecidos em processo de reparação. Efeitos térmicos significativos podem ser obtidos usando intensidade entre 0,5 e 1 W/cm2. Tratamentos abaixo dos 0,5 W/cm2 para mecanismos basicamente atérmicos (KITCHEN; BASIN, 1998).

2.3.3 Tempo e modo de aplicação As opiniões expostas nas literaturas sobre a duração do tratamento são variáveis.

Segundo YOUNG (1998) a duração do tratamento depende da área a ser tratada, recomendando pelo menos 1 minuto por área de 1cm², já FUIRINI e LONGO (1996), recomendam no máximo 15 minutos total de tratamento.

GUIRRO e GUIRRO (2002) citam que pode-se estabelecer o tempo de dois minutos para áreas próximas de 10 cm².

PARIENTI (2001), cita que a sessão de ultrassom não deve exceder 10 minutos, e que a zona de atuação é de 10x15cm. Já LONGO (2001), não aconselha uma aplicação por mais de 15 a 20 minutos contínuos em uma mesma sessão de tratamento, pois podem ocorrer vertigens, tonturas, estresse,

(11)

além de outros efeitos colaterais, limitando a área de tratamento.

Com esses parâmetros verifica- se que a máxima área de tratamento não é grande, sendo bem menor que um glúteo ou uma coxa. Então recomenda- se concentrar a utilização do ultrassom nas regiões mais afetadas.

As lesões com caráter agudo devem ser tratadas diariamente e as com caráter crônico, em geral menos severas, poderão ser tratadas em dias alternados, duas ou três vezes por semana (YOUNG, 1998; FUIRINI e LONGO 1996).

Deve-se aplicar, no máximo, 20 sessões. Após o término destas deve-se aguardar 1 a 2 meses para então reiniciar o tratamento (ROSSI, 2001).

A técnica mais comumente utilizada no tratamento do FEG é a aplicação direta, no qual pode- se utilizar gel hidrossolúvel ou formulações farmacológicas com fins terapêuticos, a fonoforese (FILHO, 2004), onde o uso do ultrassom está vinculado aos seus efeitos fisiológicos associados à sua capacidade de veiculação de substância através da pele (FILHO, 2004).

Associando-a com enzimas, acredita-se que haja eficácia no tratamento do FEG. De acordo com PEREIRA (2004), o ultrassom é uma

das principais técnicas de tratamento terapêutico no FEG, pois emite vibrações sonoras de alta freqüência, que produz a micro-massagem, tendo um conseqüente aumento do metabolismo celular e quebra do FEG.

O uso desta técnica veicula-se aos seus efeitos fisiológicos, dentre os quais destacam-se a neovascularização, rearranjo e aumento da extensibilidade das fibras colágenas, melhora das propriedades mecânicas do tecido e veiculação de substâncias através da pele (PEREIRA, 2004).

GONÇALVES (2005) relata que o sistema circulatório tem a peculiaridade de interagir com o ultrassom, pois apresenta partículas em movimento e vasomotricidade baseada em um complexo controle neuro- humoral. Respostas como alterações da coagulação, fibrinólise, vasomotricidade, estímulo angiogênico e outras tem sido descritas em situações especificas e controladas empregando a terapia ultra-sônica, porém, o autor relata ainda que encontra-se poucos estudos referentes aos mecanismos biológicos do ultrassom no sistema circulatório.

Para as indústrias BIOSET, o ultrassom de 3 MHz é o mais indicado para o tratamento do FEG. A eleição da

(12)

freqüência de 1 ou 3 MHz depende da localização dos tecidos afetados.

2.3.4 Cuidados com a aplicação do ultra-som

Segundo YOUNG (1998), o aparelho deve ser calibrado regularmente, em comparação a um dispositivo de calibração confiável, estando disponível exclusivamente nas indústrias fabricantes. Contudo, o teste de cavitação deve ser realizado periodicamente indicando a emissão ou não da energia ultra-sônica.

Neste teste a cavitação deve ser visível na intensidade de 0,1 W/cm², no modo contínuo. Apesar de ser uma análise qualitativa, o teste pode fornecer uma indicação da intensidade emitida pelo transdutor, onde a uma potência de 5,5 a 6,0 W, a qual corresponde a uma intensidade entre 1,3 a 1,8 W/cm², pode-se observar a nebulização da água, desde que a freqüência de oscilação da cerâmica esteja próxima da normalidade (GUIRRO e SANTOS, 1997; GUIRRO e GUIRRO, 2002).

2.4 Indicações

As indicações do ultrassom são amplas. Entre elas pode-se citar o FEG, traumatismos do tecido ósseo, de articulações e músculos, distúrbios do sistema nervoso simpático, pontos

gatilhos, transtornos circulatórios, em condições inflamatórias agudas e crônicas, em reparo de lesões, entre outras (GUIRRO e GUIRRO, 2002; STARKEY, 2001; FUIRINI e LONGO 1996; MACHADO, 1991).

2.5 Contra indicações

É contra indicado nos casos de áreas isquêmicas, tromboflebite e varizes, diretamente sobre endopróteses e implantes metálicos, sobre útero gravídico, tumores cancerígenos, sistema nervoso, áreas anestesiadas, infecção ativa, gônadas, área cardíaca, olhos, hemofílicos não tratados e placas epifisárias (YOUNG, 1998; STARKEY, 2001; FUIRINI e LONGO 1996; LOW e REED, 2001; GUIRRO e GUIRRO, 2002).

3 BENEFÍCIOS DO ULTRASSOM NO TRATAMENTO DO FEG

Para LOW e REED (2001), a vantagem de utilizar o ultrassom para obter aquecimento (efeito térmico), está no aumento do fluxo sanguíneo e a ocorrência de aquecimento preferencial do tecido colagenoso, ótimo para o tratamento do FEG, e a penetração efetiva dessa energia até estruturas profundamente localizadas.

Os demais efeitos térmicos importantes para o tratamento do FEG

(13)

são aumento da extensibilidade em tecidos ricos em colágeno, alívio da dor e resolução de processos inflamatórios crônicos, no caso de FEG Grau IV (FUIRINI e LONGO, 1996).

Dentre os efeitos não térmicos destaca-se a micromassagem, que provoca um aumento na circulação dos fluídos intra e extracelulares facilitando a retirada de catabólitos e a oferta de nutrientes. Devido ao seu efeito mecânico, gera calor por fricção (GARCIA, 2000).

Além disso, outros efeitos não térmicos terapêuticos que auxiliam no tratamento do FEG são a regeneração tissular e reparação dos tecidos moles, síntese de proteína, aumento da circulação tissular, normalização do tônus muscular e ativação do ciclo do cálcio (FUIRINI e LONGO, 1996).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, para alcançar uma boa aparência, nos submetemos a uma série de tratamentos estéticos, que vem conquistando espaços, comprovando sua eficácia, apesar da escassez de trabalhos científicos que corroborem seus resultados.

Conclui-se que a utilização do ultrassom é eficaz, e dos tratamentos estéticos para o FEG, apresentou-se como uma das possibilidades

comprovadas de bons resultados, e melhores se aliados a utilização de outros recursos como a fonoforese e a drenagem linfática, a mudanças de hábitos e comportamentos, como a maioria dos tratamentos estéticos, além do conhecimento aprofundado que o profissional necessita, não somente teórico científico a cerca da patogenia do FEG e suas implicações, mas o conhecimento técnico próprio aparelho com relação a qualidade e aplicabilidade.

REFERÊNCIAS

BERTRANOU, E.G. Celulitis. Disponível em

<http://www.hpc.org.ar/pdf/fcelulitis.pdf>.Aces so em: 01 jun. 2010.

CARDOSO, E. A Síndrome da Celulite. Up to Date, ano 7, n.45, p.48-49, jul., 2002.

CONTI, B. Z.; PEREIRA, T. D.; Ultra-som Terapêutico na Redução da Lipodistrofia Ginóide; Fisio&terapia; ano 7; 2003.

CORMACK, D.H. O Sistema Tegumentar. In: Ham Histologia. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.

CORMACK, D. H. Fundamentos de histologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996

ERVALHO, Luciana Azevedo. Os efeitos do ultra-som 3 MHZ em mulheres copm fibro edema gelóide grau II na região glútea trocantérica: Relato de caso. Centro Brasileiro de Estudos Sistêmicos. Porto Alegre-RS. 2005, Monografia.

(14)

FILHO, A D. M. Fisioterapia dermato- funcional. Trabalho apresentado na Universidade de União da Vitória: PR.2004. FUIRINI N. J.; LONGO, G.J. Ultra-som. Amparo: KLD – Biossistemas equipamentos eletrônicos Ltda, 1996. RIVITTI, E. A. Dermatologia básica. 3. ed. São Paulo.

GARCIA, E. A. C. Biofísica. São Paulo: Savier, 2000.

GARCIA, M. P. et al. O tecido adiposo. In: CURI, R. et al., Entendendo a gordura. São Paulo: Manole, 2002.

GUIRRO, E; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermato Funcional, 3ª ed. Editora Manole, São Paulo, 2002.

GUIRRO, R.; SANTOS, S.C.B. A realidade da potência acústica emitida pelos equipamentos de ultra-som terapêutico: uma revisão. Rev. Fisioter. Univ. São Paulo, São Paulo, v.4, n.2, p.76-82,

HORIBE, E.K. Estética e Clínica Cirúrgica. Rio de Janeiro: Revinter, 2000

JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995.

KERR, J.B. Atlas de histologia funcional. São Paulo: Artes Médicas, 2000.

KITCHEN, S. Eletroterapia: prática baseada em evidências. 11ª ed. Editora Manole. Barueri, 2003.

KITCHEN, S.; BASIN, S. Eletroterapia de Clayton. 10. ed. São Paulo: Manole, 1998. LEITE, Rafael Gonçalves. Fisioterapia Dermato-Funcional Uma área em

observação. Disponível em:

<http://www.fisioterapia.com.br/publicações/fdf areaobs.asp> Acesso em: 2 jun. 2010.

LONGO, G.J. Ultra-som – Um recurso muito valioso. Up to Date, ano 7, n.41, p.54-56, out., 2001.

LOPES, T. S. A Utilização da Endermologia no Tratamento do Fibro Edema Gelóide.

Disponível em

<http://www.fisioterapia.com/publica

LOW, J.; REED, A. Eletroterapia explicada: princípios e pratica. 3. ed. São Paulo: Manole, 2001.

MADERGAN, M. F. B, GUIRRO, R. R. J. Agentes de acoplamento de ultra-som terapêutico e fonoforese. Fisioterapia Brasil. v. 6, n. 3, mai-jun, 2005.

NETO, M.F. et al. Hidrolipodistrofia – Avaliação epidemiológica e uma proposta de

classificação.Disponível em

<http://www.sbme.org.br/revista3/p50.htm>. Acesso em: 28 maio 2010.

PARIENTI I.J. A Celulite. In: Medicina Estética. São Paulo: Andrei, 2001.

ROSSI A B; VERGANANINI A L. Cellulite: a review. J Eur Acad Dermatol Venereol; 14(4): 251-62, 2001 Jul

SAMPAIO, S. ; RIVITTI, E. Dermatologia. 2ed. São Paul: Artes Médicas, 2001.

SAMPAIO, R. M.; SAMPAIO, S. A. P.; STARKEY, C. Recursos terapêuticos em fisioterapia. 2. ed. São Paulo: Manole, 2001. SIMÕES, S.I. Veiculação transdérmica de fármacos: I A pele humana II Libertação transdérmica. Rev. Bras. Clín. Terap., Lisboa, v.27, n.5, p.200-216, set., 2001.

STARKEY, C. Recursos Terapêuticos em Fisioterapia. 2.ed. São Paulo: Manole, 2001. ULRICH, W. A Celulite é Curável. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1982.

YOUNG, S. Terapia por ultra-som. In: WOOD, E. J. Ultra sound as I see it. Physiotherapy, p. 3 – 7, 1973.

ZANI, R. Beleza e Rejuvenescimento. 1.ed. São Paulo: Saraiva.

Referências

Documentos relacionados

Embora o gerador de alta frequência possua muitos efeitos na cicatrização, não foram encontrados estudos que utilizassem a técnica no processo cicatricial

Paraná, no uso de suas atribuições legais, com fulcro no artigo 55, inciso IX da Lei Orgânica Municipal, em conformidade com a Lei Municipal nº 1.975, de 27/06/2012 - Estatuto

Como salientam Luna e Klein, a implantação bem-sucedida da produção de açúcar de qualidade para a exportação em São Paulo na parte final do século XVIII foi a força propulsora

Ousasse apontar algumas hipóteses para a solução desse problema público a partir do exposto dos autores usados como base para fundamentação teórica, da análise dos dados

From the above described set of proposed learning activities, the articulation between ECA, TE and the corresponding Thematic Project becomes apparent: the

The probability of attending school four our group of interest in this region increased by 6.5 percentage points after the expansion of the Bolsa Família program in 2007 and

O Fibro Edema Gelóide (FEG) é um problema estético enfrentado por cerca de 95% das mulheres e que pode trazer conseqüências à auto-estima e comprometimento em sua vida social.

Sendo assim, de acordo com a pesquisa, o portunhol se classifica de acordo com três situações: portunhol de fronteira, portunhol no contexto de ensino/aprendizado (que será