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Notas explicativas integrantes das Demonstrações Financeiras GROUPAMA SEGUROS, SA

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Academic year: 2021

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Notas explicativas integrantes das Demonstrações Financeiras

GROUPAMA SEGUROS, SA

(Montantes expressos em euros, excepto quando indicado)

1. Informações Gerais

A Groupama Seguros, S.A. (adiante designada por Groupama Seguros ou Companhia) foi constituída em 1991 sob a forma jurídica de sociedade anónima, com o objectivo de desenvolver a actividades dos ramos reais (Não Vida) em Portugal.

A Companhia encontra-se registada em Portugal sob o NIF 502661321 e matriculada na Conservatória do Registo Comercial. A sua sede é na Avenida de Berna, 24-D, Lisboa.

A Companhia dedica-se ao exercício da actividade de seguros para os ramos Não Vida para o qual obteve a devida autorização da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF). A sua actividade é exercida em Portugal.

Situação económica internacional

O ano de 2015, sobretudo a partir do segundo semestre, foi um período de abrandamento do crescimento e da recuperação económica mundial que se vinha verificando desde 2009, o ano da Grande Recessão. Este abrandamento deveu-se em grande parte aos problemas e desequilíbrios que se começaram a notar nas principais economias emergentes.

A par dos desequilíbrios que persistem no mundo desenvolvido, o esgotamento dos instrumentos de política económica, coadjuvada pela fraca performance de grandes economias emergentes, levou a um condicionamento da economia e do sistema financeiro global, apontando a maior parte dos fatores de risco no sentido negativo. Na atual situação económica global, a persistente baixa dos preços das principais “commodities” parece intensificar um abrandamento da generalidade dos preços, levando com isso a uma estagnação e a um consequente ciclo depressivo.

O mercado da dívida pública da zona euro permanece protegido pela política do Banco Central Europeu, que continua a atuar como um comprador dessa dívida. Esta política tem beneficiado os Estados da EU, pois influencia e condiciona em baixa os prémios de risco dos diversos Governos, mas que resulta sempre como um fator temporário. Desta forma, suportados por esta política, os Estados deverão seguir uma atitude responsável e uma rigorosa disciplina orçamental por forma a não gerar danos maiores no período seguinte ao fim da implementação do QE (Quantitative Easing).

As políticas monetárias mantiveram-se acomodatícias, mesmo nos EUA, onde os juros já foram sendo elevados por parte do FED. A garantia de estabilização dos balanços dos bancos centrais após o período de implementação do QE leva a um certo conforto aos mercados de dívida. Na zona euro, o BCE poderá ser levado a aumentar as suas medidas de apoio aos Estados, com o aumento da intervenção ou da compra de ativos, face ao cenário depressivo / de estagnação que está a ser vivido.

O ano de 2016 deverá ser ainda um período de fracos crescimentos, mas ainda assim, de recuperação. Existirão certamente medidas de apoio ao crescimento das diversas economias, que passarão pela continuidade das medidas de QE, na Europa, nas subidas das taxas de juro diretoras, nos EUA, mas também no ajuste das políticas fiscais dos diversos países, por forma

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a permitir um certo pendor expansionista. Finalmente, espera-se um início de tendência de aumento das taxas de juro, que têm permanecido historicamente baixas.

Situação económica nacional

O ano de 2015 ficou marcado por um crescimento ligeiro da economia portuguesa, ainda assim representativo de uma recuperação dos fatores económicos, em 1,5%. Esta retoma suportou-se, em grande parte, pelo bom comportamento das exportações.

No entanto, existem desde já alguns riscos imediatos associados à recuperação, que importam reter. A evolução dos preços do petróleo e o aumento da procura interna, sobretudo de bens duradouros não fabricados em Portugal, constituem os principais fatores de risco incorporados na economia portuguesa.

2015 ficou igualmente marcado pela manutenção da capacidade de financiamento da economia portuguesa. O setor corporativo registou um aumento significativo da sua poupança corrente, contribuindo de forma significativa para uma taxa de poupança da economia de cerca de 15% do PIB. Por outro lado, a queda dos preços do petróleo provocou igualmente efeitos positivos no saldo externo da nossa economia, o que se reflete diretamente, e de forma visível, na melhoria do comportamento da economia e do seu principal indicador, o PIB.

2016 será ainda um ano difícil e de alguns desafios para a economia portuguesa. Embora todos os cenários apontem para um ritmo de expansão em torno dos 1,8% para o final do ano, este crescimento deverá resultar agora do crescimento da procura interna e do regresso de contributos favoráveis da procura externa líquida.

Antecipam-se assim alguns fatores que poderão marcar o ano de 2016 na economia portuguesa: uma mais contida expansão do consumo privado, com uma estabilização do mercado de trabalho; uma evolução favorável do investimento; e um aumento do rendimento disponível, resultante de diversos fatores dos quais se destacam a redução da carga fiscal, a devolução faseada dos cortes salariais, a redução da Contribuição Extraordinária de Solidariedade, a atualização das pensões e o aumento do salário mínimo. No crescimento equilibrado da economia portuguesa não poderão ser dissociados alguns riscos que poderão travar uma certa e aguardada expansão, como sejam os desequilíbrios das contas externas, pois agravaria ainda mais o registo histórico de contas devedoras de Portugal, que terá de ser invertido nos próximos anos, para bem da nossa economia.

2. Bases de apresentação das demonstrações financeiras e principais políticas contabilísticas adoptadas

2.1. Bases de apresentação

As demonstrações financeiras apresentadas reportam-se ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2015 e foram preparadas de acordo com o Plano de Contas para as Empresas de Seguros, emitido pela ASF e aprovado pela Norma Regulamentar n.º 4/2007-R, de 27 de Abril, e subsequentemente alterado pelas Normas n.º 20/2007-R de 31 de Dezembro e n.º 22/2010-R de 16 de Dezembro, e ainda de acordo com as normas relativas à contabilização das operações das empresas de seguros estabelecidas pela ASF.

Este plano de contas, actualmente em vigor, introduziu as Normas Internacionais de Contabilidade e Reporte Financeiro (“IAS/IFRS”) em vigor tal como adoptados na União

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Europeia, excepto a IFRS 4 - Contratos de Seguro, relativamente à qual apenas são adoptados os princípios de classificação do tipo de contratos celebrados pelas empresas de seguros. As IAS/IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards

Board (“IASB”) e as interpretações emitidas pelo Internacional Financial Reporting Interpretation

Committee (“IFRIC”), e pelos respectivos órgãos antecessores.

Tal como descrito abaixo, na nota 2.2, a Companhia adoptou na preparação destas demonstrações financeiras, as normas contabilísticas emitidas pelo IASB e as interpretações do IFRIC de aplicação obrigatória desde 1 de Janeiro de 2015. Esta adopção teve impacto em termos de apresentação das demonstrações financeiras e das divulgações, não originando, no entanto, alterações de políticas contabilísticas, nem afectando a posição financeira da Companhia.

As demonstrações financeiras estão expressas em euros (excepto, quando indicado) e estão preparadas de acordo com o princípio do custo histórico, com excepção dos activos registados ao justo valor, nomeadamente, activos financeiros e imóveis de rendimento. Os restantes activos e passivos são registados ao custo amortizado ou ao custo histórico.

A preparação de demonstrações financeiras requer que a Companhia efectue julgamentos e estimativas e utilize pressupostos que afectam a aplicação das políticas contabilísticas e os montantes de rendimentos, gastos, activos e passivos. Alterações em tais pressupostos ou diferenças destes face à realidade poderão ter impactos sobre as actuais estimativas e julgamentos. As áreas que envolvem um maior nível de julgamento ou complexidade ou onde são utilizados pressupostos e estimativas significativas na preparação das demonstrações financeiras encontram-se analisadas na nota 3.

As demonstrações financeiras foram aprovadas pelo Conselho de Administração em 7 de Março de 2016.

2.2. Normas contabilísticas e interpretações recentemente emitidas

Existem as seguintes novas normas adotadas pela União Europeia que são de aplicação obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2015.

Normas

IFRS 1, ’Adoção pela primeira vez das IFRS’. A melhoria à IFRS 1 clarifica que um adotante pela primeira vez pode usar quer a versão anterior, quer a nova versão de um normativo que, apesar de ainda não ser de aplicação obrigatória, está disponível para adoção antecipada.

IFRS 3, ‘Concentrações de atividades empresariais’. A melhoria à IFRS 3 clarifica que a norma não é aplicável à contabilização da constituição de qualquer acordo conjunto segundo a IFRS 11, nas demonstrações financeiras do acordo conjunto.

IFRS 13, ‘Justo valor: mensuração e divulgação’. A melhoria clarifica que a exceção à mensuração ao justo valor de um portefólio numa base líquida, é aplicável a todos os géneros de contratos (incluindo contratos não-financeiros) no âmbito da IAS 39.

IAS 40, ‘Propriedades de investimento’ (a aplicar na União Europeia nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2015). Esta melhoria clarifica que a IAS 40 e a IFRS 3 não são mutuamente exclusivas. É necessário recorrer à IFRS 3 sempre que uma propriedade de investimento é adquirida, para determinar se a aquisição corresponde, ou não, a uma concentração de atividades empresariais.

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Interpretações

IFRIC 21 (nova), ‘Taxas’. A IFRIC 21 é uma interpretação à IAS 37 e ao reconhecimento de passivos, clarificando que o acontecimento passado que resulta numa obrigação de pagamento de uma taxa ou imposto (que não imposto sobre o rendimento - IRC) corresponde à atividade descrita na legislação relevante que obriga ao pagamento. A adoção desta norma não teve impacto nas demonstrações financeiras da Companhia.

2.3. Normas, alterações a normas existentes e interpretações que já foram publicadas e cuja aplicação é obrigatória para períodos anuais que se iniciem em ou após 1 de julho de 2015, ou em data posterior, e que a Companhia decidiu não adotar antecipadamente:

IFRS 2, ‘Pagamento com base em ações’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de fevereiro de 2015). A melhoria à IFRS 2 altera a definição de “condições de aquisição” (“vesting conditions”), passando a prever apenas dois tipos de condições de aquisição: “condições de serviço” e “condições de performance”. A nova definição de “condições de performance” prevê que apenas condições relacionadas com a entidade são consideradas.

IFRS 3, ‘Concentrações de atividades empresariais’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de fevereiro de 2015). Esta melhoria clarifica que uma obrigação de pagar um valor de compra contingente, é classificada de acordo com a IAS 32, como um passivo, ou como um instrumento de capital próprio, caso cumpra com a definição de instrumento financeiro. Os pagamentos contingentes classificados como passivos serão mensurados ao justo valor através de resultados do exercício.

IFRS 8, ‘Segmentos operacionais’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de fevereiro de 2015). Esta melhoria altera a IFRS 8 que passa a exigir a divulgação dos julgamentos efetuados pela Gestão para a agregação de segmentos operacionais, passando ainda a ser exigida a reconciliação entre os ativos por segmento e os ativos globais da Entidade, quando esta informação é reportada.

IFRS 13, ‘Justo valor: mensuração e divulgação’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de fevereiro de 2015). A melhoria à IFRS 13 clarifica que a norma não remove a possibilidade de mensuração de contas a receber e a pagar correntes com base nos valores faturados, quando o efeito de desconto não é material.

IAS 16, ‘Ativos fixos tangíveis’ e IAS 38 ‘Ativos intangíveis’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de fevereiro de 2015). A melhoria à IAS 16 e à IAS 38 clarifica o tratamento a dar aos valores brutos contabilísticos e às depreciações/ amortizações acumuladas, quando uma Entidade adote o modelo da revalorização na mensuração subsequente dos ativos fixos tangíveis e/ ou intangíveis, prevendo 2 métodos. Esta clarificação é significativa quando, quer as vidas úteis, quer os métodos de depreciação/amortização, são revistos durante o período de revalorização.

IAS 24, ‘Divulgações de partes relacionadas’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de fevereiro de 2015). Esta melhoria à IAS 24 altera a definição de parte

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relacionada, passando a incluir as Entidades que prestam serviços de gestão à Entidade que reporta, ou à Entidade-mãe da Entidade que reporta.

IAS 19 (alteração), ‘Planos de benefícios definidos – Contribuições dos empregados’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de fevereiro de 2015). A alteração à IAS 19 aplica-se a contribuições de empregados ou entidades terceiras para planos de benefícios definidos, e pretende simplificar a sua contabilização, quando as contribuições não estão associadas ao número de anos de serviço. A adoção desta norma não teve impacto nas demonstrações financeiras da Companhia.

IAS 1 (alteração), ‘Revisão às divulgações’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). A alteração dá indicações relativamente à materialidade e agregação, à apresentação de subtotais, à estrutura das demonstrações financeiras, à divulgação das políticas contabilísticas, e à apresentação dos itens de Outros rendimentos integrais gerados por investimentos mensurado pelo método de equivalência patrimonial. A adoção desta norma não teve impacto nas demonstrações financeiras da Companhia.

IAS 16 e IAS 38 (alteração), ‘Métodos de cálculo de amortização e depreciação permitidos (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). Esta alteração clarifica que a utilização de métodos de cálculo das depreciações/ amortizações de ativos com base no rédito obtido, não são por regra consideradas adequadas para a mensuração do padrão de consumo dos benefícios económicos associados ao ativo. É de aplicação prospetiva. A adoção desta norma não teve impacto nas demonstrações financeiras da Companhia.

IAS 16 e IAS 41 (alteração), ‘Agricultura: plantas que produzem ativos biológicos consumíveis’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). Esta alteração define o conceito de uma planta que produz ativos biológicos consumíveis, e retira este tipo de ativos do âmbito da aplicação da IAS 41 – Agricultura para o âmbito da IAS 16 – Ativos tangíveis, com o consequente impacto na mensuração. Contudo, os ativos biológicos produzidos por estas plantas, mantêm-se no âmbito da IAS 41 – Agricultura. A adoção desta norma não teve impacto nas demonstrações financeiras da Companhia.

IAS 27 (alteração), ‘Método da equivalência patrimonial nas demonstrações financeiras separadas’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). Esta alteração permite que uma entidade aplique o método da equivalência patrimonial na mensuração dos investimentos em subsidiárias, empreendimentos conjuntos e associadas, nas demonstrações financeiras separadas. Esta alteração é de aplicação retrospetiva. A adoção desta norma não teve impacto nas demonstrações financeiras da Companhia.

Alterações às IFRS 10, 12 e IAS 28, ‘Entidades de investimento: aplicação da isenção à obrigação de consolidar’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração clarifica que a isenção à obrigação de consolidar de uma “Entidade de Investimento” se aplica a uma empresa holding intermédia que constitua uma subsidiária de uma entidade de investimento. Adicionalmente, a opção de aplicar o método da equivalência patrimonial, de acordo com a IAS 28, é extensível a uma entidade, que não é uma entidade de investimento, mas que detém um interesse numa associada ou empreendimento conjunto que é uma “Entidade de investimento”. A adoção desta norma não teve impacto nas demonstrações financeiras da Companhia.

IFRS 11 (alteração), ‘Contabilização da aquisição de interesse numa operação conjunta’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). Esta alteração introduz orientação acerca da contabilização da aquisição do interesse numa operação conjunta que qualifica como um negócio, sendo aplicáveis os princípios

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da IFRS 3 – concentrações de atividades empresariais. A adoção desta norma não teve impacto nas demonstrações financeiras da Companhia.

IFRS 5, ‘ativos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). A melhoria clarifica que quando um ativo (ou grupo para alienação) é reclassificado de “detido para venda” para “detido para distribuição” ou vice-versa, tal não constitui uma alteração ao plano de vender ou distribuir.

IFRS 7, ‘Instrumentos financeiros: divulgações’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). Esta melhoria inclui informação adicional sobre o significado de envolvimento continuado na transferência (desreconhecimento) de ativos financeiros, para efeitos de cumprimento das obrigações de divulgação.

IAS 19, ‘Benefícios aos empregados’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). Esta melhoria clarifica que na determinação da taxa de desconto das responsabilidades com planos de benefícios definidos pós emprego, esta tem de corresponder a obrigações de elevada qualidade da mesma moeda em que as responsabilidades são calculadas.

IAS 34, ‘Relato intercalar’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). Esta melhoria clarifica o significado de “informação divulgada em outra área das demonstrações financeiras intercalares, e exige a inclusão de referências cruzadas para essa informação.

IFRS 9 (nova), ‘Instrumentos financeiros’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2018). Esta norma ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. A IFRS 9 substitui os requisitos da IAS 39, relativamente: (i) à classificação e mensuração dos ativos e passivos financeiros; (ii) ao reconhecimento de imparidade sobre créditos a receber (através do modelo da perda esperada); e (iii) aos requisitos para o reconhecimento e classificação da contabilidade de cobertura.

A

adoção desta norma não teve impacto nas demonstrações financeiras da Companhia.

IFRS 15 (nova), ‘Rédito de contratos com clientes’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2018). Esta norma ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta nova norma aplica-se apenas a contratos para a entrega de produtos ou prestação de serviços, e exige que a entidade reconheça o rédito quando a obrigação contratual de entregar ativos ou prestar serviços é satisfeita e pelo montante que reflete a contraprestação a que a entidade tem direito, conforme previsto na “metodologia das 5 etapas”. A adoção desta norma não teve impacto nas demonstrações financeiras da Companhia.

2.4. Principais políticas contabilísticas adoptadas

As principais políticas contabilísticas utilizadas na preparação das demonstrações financeiras são as descritas abaixo e foram aplicadas de forma consistente para os períodos apresentados nas demonstrações financeiras.

2.4.1. Reporte por segmentos

Um segmento de negócio é um conjunto de activos e operações que estão sujeitos a riscos e proveitos específicos diferentes de outros segmentos de negócio.

Um segmento geográfico é um conjunto de activos e operações localizados num ambiente económico específico, que está sujeito a riscos e proveitos que são diferentes de outros segmentos que operam em outros ambientes económicos.

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2.4.2. Especialização de exercícios

Os rendimentos e os gastos são considerados quando obtidos ou incorridos, independentemente do momento do recebimento ou pagamento, estando assim relevados nas demonstrações financeiras dos períodos a que respeitam.

2.4.3. Transacções em moeda estrangeira

As conversões para euros das transacções em moeda estrangeira são efectuadas ao câmbio em vigor na data em que ocorrem.

Os valores dos activos expressos em moeda de países não participantes na União Económica Europeia (UEM) foram convertidos para euros utilizando o último câmbio de referência indicado pelo Banco de Portugal.

As diferenças de câmbio entre as taxas em vigor na data da contratação e as vigentes na data de balanço, relativas aos activos/passivos monetários, são contabilizadas na conta de ganhos e perdas do exercício.

Os activos e passivos não monetários registados ao custo histórico, expressos em moeda estrangeira, são convertidos à taxa de câmbio, à data da transacção. Activos e passivos não monetários expressos em moeda estrangeira registados ao justo valor são convertidos à taxa de câmbio em vigor na data em que o justo valor foi determinado. As diferenças cambiais resultantes são reconhecidas em resultados, excepto no que diz respeito às diferenças relacionadas com acções classificadas como activos financeiros disponíveis para venda, as quais são registadas em reservas.

2.4.4. Activos tangíveis

Estes bens estão contabilizados ao respectivo custo histórico de aquisição sujeito a depreciação e testes de imparidade.

Os terrenos não são depreciados. As depreciações dos restantes activos tangíveis foram calculadas através da aplicação do método das quotas constantes, por duodécimos, com base nas seguintes taxas anuais, as quais reflectem, de forma razoável, a vida útil estimada dos bens:

No reconhecimento inicial dos valores dos outros activos tangíveis, a Companhia capitaliza o valor de aquisição adicionado de quaisquer encargos necessários para o funcionamento correcto de um dado activo, de acordo com o disposto na IAS 16 `Activos Fixos Tangíveis’. Ao nível da mensuração subsequente, a Companhia opta pelo estabelecimento de uma vida útil que seja capaz de espelhar o tempo estimado de obtenção de benefícios económicos,

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depreciando o bem por esse período. A vida útil de cada bem é revista a cada data de relato financeiro.

Os gastos subsequentes com os activos tangíveis são capitalizados no activo apenas se for provável que deles resultarão benefícios económicos futuros para a Companhia. Todas as despesas com manutenção e reparação são reconhecidas como gasto, de acordo com o princípio da especialização dos exercícios.

Quando existe indicação de que um activo possa estar em imparidade o seu valor recuperável é estimado, devendo ser reconhecida uma perda por imparidade sempre que o valor líquido de um activo exceda o seu valor recuperável. As perdas por imparidade são reconhecidas em resultados para os activos registados ao custo.

O valor recuperável é determinado como o mais elevado entre o seu preço de venda líquido e o seu valor de uso, sendo este calculado com base no valor actual dos fluxos de caixa estimados futuros que se esperam vir a obter do uso continuado do activo e da sua alienação no fim da sua vida útil.

2.4.5. Propriedades de investimento

A Companhia classifica como imóveis de rendimento os imóveis cuja recuperabilidade seja por via da obtenção de rendas ao invés do seu uso continuado, utilizando os critérios de mensuração da IAS 40.

As propriedades de investimento são reconhecidas inicialmente ao custo de aquisição, incluindo os custos de transacção directamente relacionados, e subsequentemente ao seu justo valor. Variações de justo valor determinadas a cada data de balanço são reconhecidas em resultados. As propriedades de investimento não são depreciadas.

Dispêndios subsequentes relacionados são capitalizados quando for provável que a Companhia venha a obter benefícios económicos futuros em excesso do nível de desempenho inicialmente estimado.

O justo valor dos terrenos e edifícios de rendimento baseia-se numa valorização efectuada por um avaliador independente.

Os avaliadores independentes possuem formação académica e qualificação profissional reconhecida e relevante para a emissão dos relatórios de avaliação, versando várias áreas, das quais se destacam a consultoria imobiliária, a coordenação, fiscalização e gestão de empreendimentos, o ensino e a investigação.

A determinação dos valores do património imobiliário, por parte dos avaliadores independentes, é baseada nos seguintes métodos:

Método comparativo:

Consiste na avaliação do terreno ou edifício por comparação, ou seja, em função de transações e/ou propostas efetivas de aquisição em relação a terrenos ou edifícios que possuam idênticas características físicas e funcionais, e cuja localização se insira numa mesma área do mercado imobiliário. A utilização deste método requer a existência de uma amostra representativa e credível em termos de transações e/ou propostas efetivas de aquisição que não se apresentem desfasadas relativamente ao momento de avaliação.

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Método dos múltiplos do Rendimento:

Consiste no apuramento do valor do terreno ou edifício mediante o quociente entre a renda anual efetiva ou previsivelmente libertada, líquida de encargos de conservação e manutenção, e uma taxa de remuneração adequado às suas características e ao nível de risco do investimento, face às condições gerais do mercado imobiliário no momento de avaliação.

Método de atualização de rendas futuras:

Consiste no apuramento do valor do terreno ou edifício através do somatório dos fluxos financeiros efetiva ou previsivelmente libertados e do seu valor residual no fim do período de investimento previsto ou da sua vida útil, atualizados a uma taxa de mercado para aplicações com perfil de risco semelhante.

Ver adicionalmente a Nota 23. 2.4.6. Activos intangíveis

Os gastos incorridos com a aquisição de software são reconhecidos como activos intangíveis, assim como as despesas adicionais suportadas pela Companhia necessárias à sua implementação.

Os gastos directamente relacionados com o desenvolvimento de software pela Companhia, relativamente aos quais se verifiquem as seguintes condições, são reconhecidos como activos intangíveis, de acordo com a IAS 38 `Activos Intangíveis’:

a) O desenvolvimento do software é algo tecnicamente viável, para que fique disponível para utilização;

b) A Companhia pretende completar o software e utiliza-o;

c) Existe intenção pela Companhia, de completar o software e utilizá-lo;

d) É possível demonstrar que o software irá gerar benefícios económicos futuros;

e) A Companhia dispõe de adequados recursos técnicos, financeiros e outros para concluir o desenvolvimento e usar o software, e

f) As despesas atribuíveis ao desenvolvimento do software durante o seu desenvolvimento podem ser mensuradas.

Os activos intangíveis estão mensurados ao respectivo custo histórico de aquisição, sendo sujeitos a amortizações e testes de imparidade. As suas amortizações são calculadas através de aplicação do método das quotas constantes, seguindo o critério duodecimal, ao longo de 3 anos, período que reflecte de forma razoável a vida útil estimada dos activos intangíveis.

Taxa anual Aplicações informáticas 33,33%

Todos os restantes encargos relacionados com os serviços informáticos, incluindo a manutenção de software, são reconhecidos como gastos quando incorridos.

2.4.7. Activos financeiros

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A Companhia classifica os seus activos financeiros no momento da sua aquisição considerando a intenção que lhes está subjacente, de acordo com as seguintes categorias:

 Activos financeiros detidos para negociação

Adquiridos com o principal objectivo de gerar valias no curto prazo. Esta categoria inclui também os derivados que não se encontrem designados para cobertura contabilística.

 Activos financeiros classificados no reconhecimento inicial ao justo valor através de ganhos e perdas

Esta categoria inclui os activos com derivados embutidos, designados no momento do seu reconhecimento inicial ao justo valor, com as variações subsequentes no justo valor reconhecidas em resultados.

 Activos financeiros a deter até à maturidade

Nesta categoria são classificados títulos de rendimento fixo, apresentando uma maturidade e fluxos de caixa fixos ou determináveis, que a Companhia tem intenção e capacidade de deter até ao seu vencimento. Estes activos financeiros encontram-se registados pelo custo amortizado. De acordo com este método, o valor do instrumento financeiro em cada data de balanço corresponde ao seu custo inicial, deduzido de reembolsos de capital efectuados e perdas por imparidade, e ajustado pela amortização com base no método da taxa efectiva, de qualquer diferença entre o custo inicial e o valor de reembolso.

Os juros são reconhecidos com base no método da taxa efectiva, que permite calcular o custo amortizado e repartir os juros ao longo do período das operações. A taxa efectiva é aquela que, sendo utilizada para descontar os fluxos de caixa futuros estimados associados ao instrumento financeiro, permite igualar o seu valor actual ao valor do instrumento financeiro na data do reconhecimento inicial.

 Empréstimos concedidos e contas a receber

Os empréstimos e contas a receber incluem os activos financeiros não derivados com pagamentos fixado ou determinável, não admitidos à cotação num mercado activo. São registados neste elemento do activo os depósitos a prazo em instituições de crédito.

 Activos financeiros disponíveis para venda

Os activos disponíveis para venda são activos financeiros não derivados que (i) a Companhia tem intenção de manter por tempo indeterminado, (ii) que são designados como disponíveis para venda no momento do seu reconhecimento inicial ou (iii) que não se enquadrem nas categorias anteriormente referidas.

ii) Reconhecimento, mensuração inicial e desreconhecimento

Aquisições e alienações: (i) activos financeiros ao justo valor através dos resultados, (ii) activos financeiros disponíveis para venda e (iii) investimentos a deter até à maturidade, são reconhecidos na data da negociação (trade date), ou seja, na data em que a Companhia se compromete a adquirir ou alienar o activo. Os activos financeiros referidos acima são inicialmente reconhecidos ao seu justo valor adicionado dos custos de transacção, excepto

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nos casos de activos financeiros ao justo valor através de resultados, caso em que estes custos de transacção são directamente registados em resultados.

Os activos financeiros são desreconhecidos quando (i) expiram os direitos contratuais da Companhia ao recebimento dos seus fluxos de caixa, (ii) a Companhia tenha transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção ou (iii) não obstante retenha parte, mas não substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, a Companhia tenha transferido o controlo sobre os activos.

iii) Mensuração subsequente

Após o seu reconhecimento inicial, os activos financeiros detidos para negociação e os activos financeiros ao justo valor com reconhecimento em ganhos e perdas são valorizados ao justo valor, sendo as suas variações reconhecidas em ganhos e perdas.

Os investimentos detidos para venda são igualmente registados ao justo valor sendo, no entanto, as respectivas variações reconhecidas em reservas, na parte que pertence ao accionista, até que os investimentos sejam desreconhecidos, ou seja, identificada uma perda por imparidade, momento em que o valor acumulado dos ganhos e perdas potenciais registados em reservas é transferido para resultados. No caso dos produtos com participação nos resultados, as variações do justo valor são reconhecidas inicialmente em Reservas (Capital Próprio) e, posteriormente, transferidas para a conta de ‘Participação nos resultados a atribuir’.

Ainda relativamente aos activos monetários disponíveis para venda, o ajustamento ao valor de balanço compreende a separação entre (i) as amortizações segundo a taxa efectiva, (ii) as variações cambiais (no caso de denominação em moeda estrangeira) – ambas por contrapartida de resultados - e (iii) as variações no justo valor (excepto risco cambial), conforme descrito acima.

Os investimentos a deter até à maturidade são mensurados em balanço ao custo amortizado, de acordo com o método da taxa efectiva, com as amortizações (juros, valores incrementais e prémios e descontos) a serem registados na conta de ganhos e perdas. O justo valor dos activos financeiros cotados é o seu preço de compra corrente (“bid-price”). Na ausência de cotação, a Companhia estima o justo valor utilizando (i) metodologias de avaliação, tais como, a utilização de preços de transacções recentes, semelhantes e realizadas em condições de mercado, técnicas de fluxos de caixa descontados e modelos de avaliação de opções parametrizados de modo a reflectir as particularidades e circunstâncias do instrumento, e (ii) pressupostos de avaliação baseados em informações de mercado.

Os instrumentos financeiros para os quais não é possível mensurar com fiabilidade o justo valor, bem como as acções não cotadas, são registados ao custo de aquisição.

iv) Transferências entre categorias de activos financeiros

Em Outubro de 2008 o IASB emitiu a revisão da norma IAS 39 ‘Reclassificação de instrumentos financeiros’ (Amendements to IAS 39 ‘Financial Instruments: Recognition and

Measurement’ e IFRS 7 ‘Financial Instruments Disclosures’). Esta alteração veio permitir que

uma entidade transfira activos financeiros detidos para negociação para as carteiras de activos financeiros disponíveis para venda, empréstimos concedidos e contas a receber ou

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para activos financeiros detidos até à maturidade, desde que esses activos financeiros obedeçam às características de cada categoria.

As transferências de activos financeiros disponíveis para venda para as categorias de empréstimos concedidos e contas a receber e investimentos a deter até à maturidade são também permitidas.

v) Imparidade Imparidade de títulos

A Companhia avalia regularmente se existe evidência objectiva de que um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, apresenta sinais de imparidade. Para os activos financeiros que apresentem sinais de imparidade, é determinado o respectivo valor recuperável, sendo as perdas por imparidade registadas por contrapartida da conta de ganhos e perdas.

Um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, encontra-se em imparidade sempre que exista evidência objectiva de imparidade resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial, tais como: (i) para os instrumentos de capital cotados, uma desvalorização continuada ou de valor significativo na sua cotação, e (ii) para títulos de divida, quando esse evento (ou eventos) tenha um impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, que possa ser estimado com razoabilidade.

A Companhia considera que um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, se encontra em imparidade após o reconhecimento inicial, de acordo com regras estabelecidas pela ASF:

Assim, o activo financeiro é objecto de imparidade, se:

a. Já tiver sido objecto de imparidade em exercícios anteriores; ou

b. A cotação de bolsa esteve em permanência, nos últimos 24 meses, inferior ao valor de custo (declínio prolongado); ou

c. A cotação na data de fecho é inferior a 50% do valor de custo, variando esta percentagem em função da volatilidade média dos Mercados (declínio significativo de 50%).

O montante da imparidade apurado é reconhecido em custos, e resulta da diferença entre o valor de custo e o valor de cotação à data de fecho, deduzida de qualquer perda de imparidade, no activo, anteriormente reconhecida em resultados.

Quando existe evidência de imparidade nos activos financeiros disponíveis para venda, a perda potencial acumulada em reservas, correspondente à diferença entre o custo de aquisição e o justo valor actual, deduzida de qualquer perda de imparidade no activo anteriormente reconhecida em resultados, é transferida para resultados. Se num período subsequente o montante da perda de imparidade diminui, a perda de imparidade anteriormente reconhecida é revertida por contrapartida de resultados do exercício até à reposição do custo de aquisição. Esta situação acontece se o aumento for objectivamente relacionado com um evento ocorrido após o reconhecimento da perda de imparidade, excepto no caso da acções ou outros instrumentos de capital para os quais não é possível reconhecer qualquer reversão de imparidade. As valorizações subsequentes de acções e outros instrumentos de capital são reconhecidas em reservas.

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No que se refere aos investimentos detidos até à maturidade, as perdas por imparidade correspondem à diferença entre o valor contabilístico do activo e o valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados (considerando o período de recuperação) descontados à taxa de juro efectiva original do activo financeiro. Estes activos são apresentados no activo, líquidos de imparidade. Caso estejamos perante um activo com taxa de juro variável, a taxa de juro a utilizar para a determinação da respectiva perda de imparidade é a taxa de juro efectiva actual, determinada com base nas regras de cada contrato. Em relação aos investimentos detidos até à maturidade, se num período subsequente o montante de perda por imparidade diminui, e essa diminuição pode ser objectivamente relacionada com um evento que ocorreu após o reconhecimento da imparidade, esta é revertida por contrapartida de resultados do exercício.

Ajustamentos de recibos por cobrar e para créditos de cobrança duvidosa

Os ajustamentos de recibos por cobrar têm por objectivo reduzir o montante dos prémios em cobrança ao seu valor estimado de realização. Os recibos emitidos e não cobrados no final do exercício são reflectidos na rubrica ‘Contas a receber por operações de seguro directo’. O cálculo destes ajustamentos é efectuado com base nos valores dos prémios por cobrar, aplicando os critérios definidos pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, de base económica.

Para a constituição do ajustamento foi, em primeiro lugar, determinado qual o rácio de anulação de recibos pendentes. Este rácio permite-nos ter uma estimativa aproximada da probabilidade de anulação de um recibo que esteja em cobrança.

Em simultâneo foi determinada uma aproximação da margem de lucro que cada prémio em cobrança dá à Groupama Seguros.

Os ajustamentos para créditos de cobrança duvidosa destinam-se a reduzir o montante dos saldos a receber resultantes de operações de seguro directo, de resseguro ou outras, à excepção dos recibos por cobrar, ao seu valor provável de realização, sendo calculado em função da antiguidade dos referidos saldos, tendo por base uma análise económica.

A Companhia realiza iniciativas para a regularização dos montantes em dívida, quer através da sua área de contencioso quer recorrendo posteriormente, se for o caso, à via judicial.

2.4.8. Outros activos financeiros: derivados embutidos e instrumentos financeiros derivados

Os instrumentos financeiros derivados são reconhecidos na data da sua negociação (trade

date) pelo seu justo valor. Subsequentemente, o justo valor dos instrumentos financeiros

derivados é reavaliado numa base regular, sendo os ganhos ou perdas resultantes dessa reavaliação registados directamente em resultados do período.

O justo valor dos instrumentos financeiros derivados corresponde ao seu valor de mercado. Os instrumentos financeiros com derivados embutidos são reconhecidos inicialmente ao justo valor. Subsequentemente, o justo valor dos instrumentos financeiros derivados é reavaliado numa base regular, sendo os ganhos ou perdas resultantes dessa reavaliação registados directamente em resultados do período, nos casos em que o derivado não está intimamente relacionado com o activo base, e na reserva de reavaliação nos restantes casos.

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O justo valor é baseado em preços de cotação de mercado, quando disponíveis, e na ausência de cotação (inexistência de mercado activo) é determinado com base na utilização de preços de transacções recentes semelhantes, e realizadas em condições de mercado ou com base em metodologias de avaliação disponibilizadas por entidades especializadas, baseadas em técnicas de fluxos de caixa futuros descontados considerando as condições de mercado, o efeito do tempo, a curva de rentabilidade e factores de volatilidade.

2.4.9. Passivos financeiros

Um instrumento é classificado como passivo financeiro quando existe uma obrigação contratual da sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro, independentemente da sua forma legal.

Os passivos financeiros incluem os depósitos recebidos de resseguradores e são registados (i) inicialmente pelo seu justo valor deduzido dos custos de transacção incorridos e (ii) subsequentemente pelo maior valor entre a quantia determinada segundo a IAS 37 e a quantia inicialmente reconhecida.

2.4.10. Caixa e equivalentes de caixa

Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a rubrica de caixa e seus equivalentes englobam os valores registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de balanço, prontamente convertíveis em dinheiro e com risco reduzido de alteração de valor, onde se incluem a caixa e as disponibilidades em instituições de crédito.

2.4.11. Capital social

As acções são classificadas como capital próprio quando não há obrigação de transferir dinheiro ou outros activos. Os custos incrementais directamente atribuíveis à emissão de instrumentos de capital são apresentados no capital próprio como uma dedução dos proventos, líquida de imposto.

2.4.12. Contratos de seguro

Os Contratos de seguro são contratos segundo o qual a seguradora aceita um risco de seguro significativo do segurado, aceitando compensar este no caso de um acontecimento futuro incerto especificado o afectar de forma adversa. Este tipo de contrato cai no âmbito da IFRS 4;

Os contratos de seguro são reconhecidos e mensurados como segue: i) Prémios

Os prémios brutos emitidos são registados como proveitos no exercício a que respeitam, independentemente do momento do seu pagamento ou recebimento.

Os prémios de resseguro cedido são registados como custos no exercício a que respeitam, da mesma forma que os prémios brutos emitidos.

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Os custos de aquisição são essencialmente representados pela remuneração contratualmente atribuída aos mediadores pela angariação de contratos de seguro e de investimento.

As comissões contratadas são registadas como gastos no momento da emissão dos respectivos prémios ou renovação das respectivas apólices.

iii) Provisão para prémios não adquiridos

A provisão para prémios não adquiridos inclui a parte dos prémios brutos emitidos e contabilizados no exercício, a imputar a exercícios seguintes, tendo sido calculada, contrato a contrato, mediante a aplicação do método pro-rata temporis, de acordo com a Norma nº 19/94-R, com as alterações introduzidas pela Norma nº 3/96-R da ASF.

A provisão constante da demonstração da posição financeira (passivo) encontra-se deduzida dos custos de aquisição imputados a exercícios seguintes.

iv) Provisão para sinistros

Esta provisão foi determinada como segue:

 Pela avaliação individual das participações de sinistros e dos resultados das respectivas peritagens, encontrando-se definidos, no caso do ramo automóvel, montantes de referência mínimos para cada cobertura. No caso do ramo de acidentes de trabalho, na parte não relativa a pensões, são igualmente avaliadas individualmente as participações de sinistro e os resultados dos relatórios médicos periciais, estando também definido um montante de referência mínimo.

Pela aplicação de métodos actuariais de projecção internacionalmente aceites, baseados em informação histórica organizada por ano de ocorrência e de desenvolvimento. Estes métodos destinam-se a aferir da responsabilidade última por ano de ocorrência, estabelecendo-se um montante de IBNR (determinado subtraindo a estimativa de responsabilidade última com sinistros, aos custos totais verificados até ao final do exercício adequado para fazer face às responsabilidades futuras com sinistros, quer os mesmos tenham já sido participados ou não à data de fecho do exercício.

Pela provisão matemática relativa a sinistros ocorridos, que respeita ao pagamento de

pensões vitalícias referentes ao ramo de acidentes de trabalho. Esta provisão é calculada, sinistro a sinistro, mediante tabelas (na abertura é utilizada a TV 88-90 e no encerramento a TD 88-90) e fórmulas estabelecidas pela ASF, Ministério do Trabalho e legislação laboral em vigor. A responsabilidade inerente ao incremento anual de pensões vitalícias, por efeito da inflação, pertence ao FAT – Fundo de Acidentes de Trabalho, fundo este que é gerido pela ASF e cujas receitas constituem as contribuições efectuadas pelas Companhias seguradoras e pelos próprios segurados do ramo acidentes de trabalho. A Companhia efectua o pagamento integral das pensões, sendo posteriormente reembolsada pela parcela da responsabilidade do FAT. No ano de 2015 o valor pago correspondente ao FAT foi de 1.280 euros (2014: 1.621 euros).

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v) Provisão para desvios de sinistralidade

A provisão para desvios de sinistralidade destina-se a fazer face à sinistralidade excepcionalmente elevada, nos ramos de seguro em que, pela sua natureza, se preveja que aquela tenha maiores oscilações, e foi calculada do seguinte modo:

 Seguro de caução – Pela aplicação ao resultado técnico da taxa de 75%, num máximo de 25% dos prémios brutos emitidos;

 Risco de fenómenos sísmicos – Pela aplicação ao capital retido pela Companhia de um factor de risco para cada zona sísmica, definido pelo Instituto de Seguros de Portugal.

vi) Provisão para riscos em curso

A provisão para riscos em curso corresponde ao montante necessário para fazer face a prováveis indemnizações e encargos a suportar após o termo do exercício e que excedam o valor dos prémios não adquiridos e dos prémios exigíveis relativos aos contratos em vigor. De acordo com o estipulado pela ASF, o montante da Provisão para Riscos em Curso a constituir deverá ser igual ao produto dos prémios brutos emitidos imputáveis ao(s) exercício(s) seguinte(s) (prémios não adquiridos) e dos prémios exigíveis considerando uma expectativa de cobrança dos mesmos e ainda não processados relativos aos contratos em vigor, por um rácio que tem por base o somatório dos rácios de sinistralidade, despesas e cedência, deduzidos pelo rácio de investimentos.

vii) Provisões técnicas de resseguro cedido

As provisões técnicas de resseguro cedido são determinadas através da aplicação dos critérios acima descritos para o seguro directo, tendo em atenção as percentagens de cessão, bem como outras cláusulas existentes nos tratados em vigor.

2.4.13. Imposto sobre o rendimento

Os impostos sobre lucros incluem os impostos correntes e os impostos diferidos. Os impostos correntes são os que se esperam que sejam pagos com base no resultado tributável apurado de acordo com as regras fiscais em vigor e utilizando a taxa de imposto aprovada ou substancialmente aprovada em cada jurisdição. Os impostos diferidos são calculados sobre as diferenças temporárias entre os valores contabilísticos dos activos e passivos e a sua base fiscal, utilizando as taxas de imposto aprovadas, ou substancialmente aprovadas, à data de balanço em cada jurisdição e que se esperam virem a ser aplicadas quando as diferenças temporárias se reverterem.

Os impostos diferidos passivos são reconhecidos para todas as diferenças temporárias tributáveis, com excepção das diferenças resultantes do reconhecimento inicial de activos e passivos que não afectem quer o lucro contabilístico, quer o fiscal, e de diferenças relacionadas com investimentos em subsidiárias, na medida em que provavelmente não serão revertidas no futuro.

Os impostos diferidos activos são reconhecidos para todas as diferenças temporárias dedutíveis, bem como para prejuízos fiscais registados em exercícios anteriores e que sejam ainda reportáveis, apenas na medida em que seja expectável que existam lucros tributáveis no futuro capazes de absorver as referidas diferenças.

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Os impostos sobre lucros são reconhecidos em resultados, excepto quando estão relacionados com itens que são reconhecidos directamente nos capitais próprios, caso em que são também registados por contrapartida dos capitais próprios. Os impostos diferidos reconhecidos nos capitais próprios decorrentes da reavaliação de activos financeiros disponíveis para venda são posteriormente reconhecidos em resultados no momento em que forem reconhecidos em resultados os ganhos e perdas que lhes deram origem.

2.4.14. Benefícios concedidos aos empregados

i) Plano de benefícios pós-emprego

Em conformidade com o anterior contrato colectivo de trabalho para o Sector Segurador, cujo texto foi publicado no Boletim do Trabalho e Emprego (BTE) nº32, de 29 de Agosto de 2008, com alterações posteriores publicadas no BTE nº 29, de 8 de Agosto de 2009, a Companhia assumiu o compromisso de conceder aos colaboradores que iniciaram a sua actividade neste sector até 22 de Junho de 1995, pensões de reforma por velhice e por invalidez.

Para fazer face a esta responsabilidade, a Companhia contratualizou uma adesão colectiva ao Fundo de Pensões Groupama (anteriormente designado por Fundo de Pensões Groupama Seguros).

O referido plano de pensões correspondia a um plano de benefícios definidos, uma vez que definia os critérios de determinação do valor da pensão que um empregado receberá durante a reforma, usualmente dependente de um ou mais factores como sejam a idade, anos de serviço e retribuição.

Contudo, no dia 23 de Dezembro de 2011 foi assinado um novo contrato colectivo de trabalho (novo CCT) entre a Associação Portuguesa de Seguradores (APS) e dois sindicatos representativos da classe profissional (STAS e SISEP). Este novo CCT foi posteriormente publicado no BTE n.º 2, de 15 de Janeiro de 2012.

O novo CCT veio, entre outros aspectos, alterar o plano de benefícios de reforma do anterior CCT relativamente ao pessoal no activo, substituindo os benefícios definidos anteriormente consagrados em contribuições definidas, aplicáveis a todos os trabalhadores no activo. De acordo com o n.º 1 da cláusula 48ª do novo CCT, “todos os trabalhadores no activo em efectividade de funções, com contratos de trabalho por tempo indeterminado, beneficiarão de um plano individual de reforma, em caso de reforma por velhice ou por invalidez concedida pela Segurança Social, o qual substitui o sistema de pensões de reforma previsto no anterior contrato colectivo de trabalho”. Ainda de acordo com o n.º 2 da clausula 48ª “o valor integralmente financiado das responsabilidades pelos serviços passados, calculado a 31 de Dezembro de 2011, relativo às pensões de reforma por velhice devidas aos trabalhadores no activo, admitidos até 22 de Junho de 1995, que estavam abrangidos pelo disposto na cláusula 51.ª, n.º 4, do CCT, cujo texto consolidado foi publicado no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 32, de 29 de Agosto de 2008, será convertido em contas individuais desses trabalhadores, nos termos e de acordo com os critérios que estiverem previstos no respectivo fundo de pensões ou seguro de vida, integrando o respectivo plano individual de reforma”. Face ao exposto, o plano de benefícios definidos foi parcialmente liquidado e o saldo das responsabilidades integralmente financiadas com activos do plano a 31 de Dezembro de 2011 foi transferido para um plano individual de reforma, durante o ano de 2012.

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As responsabilidades da Companhia com pensões de reforma (Benefícios definidos) foram calculadas, na data de fecho de contas, com base no Método da Unidade de Crédito Projectada. A taxa de desconto utilizada neste cálculo foi determinada com base nas taxas de mercado associadas a obrigações de empresas de rating elevado, denominadas na moeda em que os benefícios serão pagos, e com maturidade semelhante à data do termo das obrigações do fundo de pensões.

Tendo em conta o disposto na cláusula 49ª do novo CCT, a Companhia efectuará anualmente contribuições para o Plano Individual de Reforma (PIR), não apenas para os trabalhadores do quadro permanente da Companhia, admitidos na Actividade Seguradora antes de 22 de Junho de 1995, como também para os trabalhadores admitidos após essa data, havendo um tratamento diferenciado entre ambos em termos de contribuições para o PIR tendo em consideração a data de admissão na Actividade Seguradora de cada colaborador.

Para os trabalhadores admitidos na Actividade Seguradora antes de 22 de Junho de 1995, a primeira contribuição anual da Companhia para a conta de cada colaborador no PIR verificou-se em 2015, de acordo com as percentagens indicadas na tabela seguinte, aplicadas sobre o ordenado base anual do trabalhador:

Para os trabalhadores admitidos na Actividade Seguradora entre 22 de Junho de 1995 e 31 de Dezembro de 2009, a contribuição anual da Companhia para a conta de cada colaborador no PIR verificar-se-á de acordo com as percentagens indicadas na tabela seguinte, aplicadas sobre o ordenado base anual do trabalhador:

Para os trabalhadores admitidos na Actividade Seguradora após 1 de Janeiro de 2010, a primeira contribuição anual da Companhia para a conta de cada colaborador no PIR verificar-se-á no ano seguinte àquele em que complete dois anos de prestação de serviço efectivo na empresa, de acordo com as percentagens indicadas na tabela seguinte, aplicadas sobre o ordenado base anual do trabalhador:

Os participantes poderão resgatar o valor acumulado na sua conta na data da passagem à reforma por velhice ou invalidez concedida pela Segurança Social, sendo que pelo menos

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2/3 do valor total acumulado na sua conta terão de ser convertidos em renda vitalícia imediata mensal.

Em caso de morte de um participante, o respectivo valor acumulado na sua conta deverá ser utilizado, aquando do falecimento, em pelo menos 2/3 na aquisição de uma pensão de sobrevivência a favor dos seus beneficiários designados ou, na falta de designação destes, para os herdeiros legais.

Caso o participante deixar de estar ao serviço da empresa, adquire o direito a 90% do valor acumulado na sua conta, só podendo no entanto liquida-lo na data de passagem à reforma por velhice ou invalidez.

Existe ainda a possibilidade de transferir 90% do valor total acumulado para outra Seguradora ou Fundo de Pensões, desde que o novo veículo de financiamento cumpra os requisitos previstos no novo CCT e seja similar ao plano de origem.

O participante perde o direito ao valor acumulado na sua conta se a cessação do vínculo laboral tiver ocorrido por despedimento com justa causa promovida pelo empregador com fundamento de lesão de interesses patrimoniais da Companhia.

ii) Prémio de permanência (Outros benefícios de longo prazo)

Ao abrigo do novo CCT, a cláusula 41ª contempla a obrigação de a Companhia atribuir aos colaboradores, mediante o cumprimento de determinados requisitos definidos na mesma cláusula, prémios de permanência pecuniários (colaboradores com idade inferior a 50 anos) ou a concessão de dias de licença com retribuição (colaboradores com idade superior ou igual a 50 anos).

Quando o trabalhador completar um ou mais múltiplos de cinco anos de permanência na Companhia terá direito a um prémio pecuniário de valor equivalente a 50% do seu ordenado base efectivo mensal. Após o trabalhador completar 50 anos de idade e logo que verificados os períodos mínimos de permanência na empresa a seguir indicados, o prémio pecuniário é substituído pela concessão de dias de licença com retribuição em cada ano, de acordo com o esquema seguinte:

a) Três dias, quando perfizer 50 anos de idade e 15 anos de permanência na Companhia;

b) Quatro dias, quando perfizer 52 anos de idade e 18 anos de permanência na Companhia;

c) Cinco dias, quando perfizer 54 anos de idade e 20 anos de permanência na Companhia.

(Ver Nota 12)

iii) Benefícios de saúde

Os colaboradores da Groupama Seguros que se encontram no activo têm direito a um benefício de assistência médica, o qual é reconhecido como gasto (Seguro de saúde).

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A Companhia adoptou em 2015 dois critérios diferentes para efectuar o cálculo da remuneração variável, conforme a posição e responsabilidade de cada Colaborador na estrutura organizacional da Companhia: Prémios de produtividade e Prémios por Objectivos.

Os Prémios de Produtividade, calculados exclusivamente para colaboradores com funções comerciais, tiveram em conta as performances comerciais de cada um, tendo como base comparativa objectivos quantitativos pré-definidos no princípio do ano.

Os Prémios por Objectivos, foram atribuídos com base em percentagens ligadas à performance de resultados e comercial (vendas) da Companhia, adicionado de percentagens atribuídas a objectivos individuais. Por forma a garantir uma melhor atribuição desta remuneração, foram ainda incluídos objectivos que tiveram em conta aspectos comportamentais, de seguimento de equipas, gestão de riscos e controlo de orçamento.

v) Seguro de vida para reformados

A Companhia garante um seguro de vida temporário aos colaboradores quando passam à situação de reforma aos 65 anos, ou à reforma antecipada antes dos 65 anos, através de apólices individuais.

Até aos 70 anos de idade, a Companhia garante um capital que é calculado com base no último salário efectivo. Esse capital vai decrescendo, anualmente, durante o período de vigência da apólice, sendo que no final desse período o capital garantido é igual a zero. Durante o ano de 2015 o custo incorrido relativo a seguros de vida para reformados foi de 1.226 euros (2014: 1.340 euros).

2.4.15. Provisões, activos e passivos contingentes

São reconhecidas provisões quando (i) a Companhia tem uma obrigação presente (legal ou construtiva) (ii) seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido e (iii) quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obrigação.

O montante reconhecido em provisões consiste no valor actual da melhor estimativa dos recursos necessários para liquidar a obrigação, na data de relato. Tal estimativa é determinada, tendo em consideração os riscos e incertezas associados à obrigação.

As provisões são revistas na data de relato e são ajustadas de modo a reflectir a melhor estimativa a essa data.

As obrigações presentes que resultam de contratos onerosos são registadas e mensuradas como provisões. Existe um contrato oneroso quando a Companhia é parte integrante das disposições de um contrato ou acordo, cujo cumprimento tem associados custos que não são possíveis evitar, os quais excedem os benefícios económicos derivados do mesmo.

Os passivos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações financeiras, sendo divulgados sempre que se verifica uma possibilidade não remota de uma saída de recursos englobando benefícios. Os activos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações financeiras, sendo divulgados quando for provável a existência de um futuro fluxo económico de recursos.

(21)

2.4.16. Reconhecimento de juros e dividendos

Os resultados referentes a juros de instrumentos financeiros classificados como disponíveis para venda são reconhecidos nas rubricas de juros e proveitos similares utilizando o método da taxa efectiva. Os juros dos activos financeiros ao justo valor através dos resultados são também incluídos na rubrica de juros e proveitos similares.

A taxa de juro efectiva é a taxa que desconta os pagamentos ou recebimentos futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro ou, quando apropriado, um período mais curto, para o valor líquido actual de balanço do activo ou passivo financeiro. Para o cálculo da taxa de juro efectiva são estimados os fluxos de caixa futuros considerando todos os termos contratuais do instrumento financeiro, não considerando, no entanto, eventuais perdas de crédito futuras. O cálculo inclui as comissões que sejam parte integrante da taxa de juro efectiva, custos de transacção e todos os prémios e descontos directamente relacionados com a transacção.

No caso de activos financeiros ou grupos de activos financeiros semelhantes para os quais foram reconhecidas perdas por imparidade, os juros registados em resultados são determinados com base na taxa de juro utilizada na mensuração da perda por imparidade. No que se refere aos instrumentos financeiros derivados, a componente de juro inerente à variação de justo valor não é separada e é classificada na rubrica de resultados de activos e passivos ao justo valor através de resultados.

Relativamente aos rendimentos de instrumentos de capital (dividendos), são reconhecidos quando estabelecido o direito ao seu reconhecimento.

2.4.17. Locações

A Companhia classifica as operações de locação como locações financeiras ou locações operacionais, em função da sua substância e não da sua forma legal, cumprindo os critérios definidos na IAS 17 ‘Locações’. São classificadas como locações financeiras as operações em que os riscos e benefícios inerentes à propriedade de um activo são transferidos para o locatário. Todas as restantes operações de locação são classificadas como locações operacionais (ver nota 37).

Locações operacionais

Os pagamentos efectuados à luz dos contratos de locação operacional são registados em custos nos períodos a que dizem respeito.

Locações financeiras

Os contratos de locação financeira são registados na data do seu início, no activo e no passivo, pelo custo de aquisição da propriedade locada, que é equivalente ao valor actual das rendas de locação vincendas. As rendas são constituídas (i) pelo encargo financeiro que é debitado em resultados e (ii) pela financeira do capital que é deduzida ao passivo. Os encargos financeiros são reconhecidos como custos ao longo do período da locação, a fim de produzirem uma taxa de juro periódica constante sobre o saldo remanescente do passivo em cada período.

A Companhia apenas tem contratos de locação operacional relativos a contratos efectuados para viaturas e equipamento informático.

(22)

2.4.18. Activos não correntes detidos para venda

Activos não correntes são classificados como detidos para venda quando o seu valor de balanço for recuperado, principalmente através de uma transacção de venda (incluindo os adquiridos exclusivamente com o objectivo da sua venda), e a venda for altamente provável. Imediatamente antes da classificação inicial do activo como detido para venda, a mensuração dos activos não correntes é efectuada de acordo com os IFRS aplicáveis. Subsequentemente, estes activos para alienação são mensurados ao menor valor entre o valor de reconhecimento inicial e o justo valor deduzido dos custos de venda.

3. Principais estimativas contabilísticas e julgamentos relevantes utilizados na elaboração das demonstrações financeiras

As IAS/IFRS estabelecem uma série de tratamentos contabilísticos e requerem que o Conselho de Administração utilize o julgamento e faça as estimativas necessárias de forma a decidir qual o tratamento contabilístico mais adequado. As principais estimativas contabilísticas e julgamentos utilizados na aplicação dos princípios contabilísticos pela Companhia são divulgadas abaixo, no sentido de melhorar o entendimento de como a sua aplicação afecta os resultados reportados da Companhia. Uma descrição alargada das principais políticas contabilísticas utilizadas pela Companhia é apresentada na Nota 2.

Dever-se-á ter em conta que, em algumas situações, poderão existir alternativas ao tratamento das políticas contabilísticas adoptadas pela Companhia, que levariam a resultados diferentes caso um tratamento diferente tivesse sido escolhido. No entanto, a Companhia entende que os julgamentos e as estimativas aplicadas são apropriados pelo que as demonstrações financeiras apresentam de forma verdadeira e apropriada a posição financeira da Companhia e das suas operações em todos os aspectos materialmente relevantes.

Os resultados das alternativas analisadas de seguida são apresentados apenas para assistir o leitor no entendimento das demonstrações financeiras e não têm intenção de sugerir que outras alternativas ou estimativas são mais apropriadas.

3.1. Provisões técnicas

As responsabilidades futuras presentes decorrentes de obrigações emanadas de contratos de seguro são registadas na rubrica provisões técnicas.

Os pressupostos utilizados foram baseados na experiência passada da Companhia e do mercado. Estes pressupostos poderão ser revistos se for determinado que a experiência futura venha a confirmar a sua desadequação.

As provisões técnicas decorrentes de contratos de seguro incluem (1) provisão para sinistros (reportados e não reportados, incluindo as despesas de regularização respectivas), e (2) provisão para prémios não adquiridos, (3) provisão para riscos em curso e (4) provisão para desvios de sinistralidade.

Quando existem sinistros, qualquer montante pago ou que se estima vir a ser pago pela Companhia é reconhecido como perda nos resultados. A Companhia estabelece provisões para pagamento de sinistros decorrentes dos contratos de seguro.

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