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Hábito alimentar de policiais militares em trabalho por turnos

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Academic year: 2021

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DC Vida – DEPARTAMENTO DAS CIÊNCIAS DA VIDA CURSO DE NUTRIÇÃO

HÁBITO ALIMENTAR DE POLICIAIS MILITARES EM TRABALHO POR TURNOS

PAULA ANGELIN

Ijuí 2015

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PAULA ANGELIN

HÁBITO ALIMENTAR DE POLICIAIS MILITARES EM TRABALHO POR TURNOS

Trabalho apresentado à Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para aprovação do Componente Curricular Trabalho de Conclusão de Curso II do Curso de Nutrição.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maristela Borin Busnello

Ijuí 2015

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HÁBITO ALIMENTAR DE POLICIAIS MILITARES EM TRABALHO POR TURNOS1

Paula Angelin2 Maristela Borin Busnello3

Resumo: Trabalhadores por turnos e noturnos são indivíduos conhecidamente mais predispostos a ter hábitos alimentares inadequados. A presente pesquisa teve como objetivo analisar o hábito alimentar de Policiais Militares do policiamento ostensivo e preventivo, que trabalham em regime de turnos. Trata-se de um estudo descritivo, transversal, de caráter quantitativo, realizado com 15 policiais militares de ambos os sexos da Organização Policial Militar 4ª Cia, do município de Horizontina, RS, entre julho a agosto de 2015, sendo que os dados foram obtidos por meio de um questionário, incluindo questões relacionadas à idade, sexo, função, tempo de serviço prestado na instituição, além de registrar informações sobre hábito alimentar, dados de saúde, restrição de sono e atividade física. Quanto às características dos hábitos alimentares, durante o 2º e 3º turno os participantes demonstraram que todos realizam o desjejum, diferentemente do dia em que estão de folga. No 2º e o 3º turno, assim como na folga, todos realizam o almoço, sendo que o consumo mais prevalente é de comida. Todos afirmaram o consumo de lanches entre as principais refeições no 2º e 3º turno, entretanto, na folga não. Comparando os turnos de trabalho e a folga, a maioria realiza o jantar, porém, trocam comida por lanches. A maioria relata a realização da ceia nos turnos de trabalho, porém não consomem lanches saudáveis, já na folga, a maioria não realiza. Comparando os dois turnos, o 2º e 3º turno referem à ingesta de suco natural durante as refeições, já no 4º e 1º turno, o consumo maior é de refrigerante. A maior parte realiza “beliscadas” durante o dia. Portanto, conclui-se que houve implicações negativas sobre o hábito alimentar de Policiais Militares do policiamento ostensivo e preventivo que trabalham em regime de turnos.

Palavras chave: Trabalho em turnos; Trabalho noturno; Policial Militar; Saúde do trabalhador; Comportamento alimentar; Sono.

_______________________________________

1

Pesquisa desenvolvida para o Trabalho de Conclusão do Curso de Nutrição da Unijuí/RS. 2

Acadêmica do Curso de Nutrição, Departamento de Ciências da Vida - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, e-mail: paulinhaangelin@yahoo.com.br.

3

Professora Doutora do Departamento de Ciências da Vida, Curso de Nutrição - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ.

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FOOD HABIT OF MILITARY POLICE IN WORK IN SHIFTS1

Paula Angelin2 Maristela Borin Busnello3

Summary: Shifts and nocturnal workers are individuals known to be more predisposed to have inadequate feeding habits. The presented study aimed to analyze the feeding habits of the Military Police of the ostensible and preventive policing, who has the work regime of shifts. It is a descriptive, cross-sectional, quantitative approach, involving 15 military police men and women of the Military Police Organization, 4th Company, of the city of Horizontina, RS, between July and August of 2015, whereas the data were obtained through a questionnaire, including questions related to age, gender, function, time of work in the institution, and registered information about eating habits, health data, sleep restriction and physical activity. Regarding to the characteristics of eating habits during the 2nd and 3rd shift, the participants showed that everyone realize the breakfast, unlike the day they are off service. In the 2nd and 3rd shift, as well as in the break, they all lunch, while the more prevalent use is meal. Every of them affirm the consumption of snacks between meals in the 2nd and 3rd shift, however, not when off service. Comparing the work shifts and the day off, most do dinner, however, exchanging meals for snacks. Most of them report the completion of the supper during work shifts, but do not consume healthy snacks, as in the day off, most do not do. Comparing the two shifts, the 2nd and 3rd shift refer to the consumption of natural juice during the meals, and the 4th and 1st shift, the higher consumption is soft drinks. Most perform "pinching" during the day. However, it is concluded that there was negative implications on the feeding habits of the Military Police of the ostensible and preventive policing, working in shifts.

Keywords: Shift work; Night work; Military police; Worker's health; Feeding behavior; Sleep.

_____________________________________

1

Research conducted for the Working Nutrition Course Completion of Unijuí / RS. 2

Student of Nutrition Course, Department of Life Sciences - Regional University of Rio Grande do Sul state Northwest - UNIJUÍ, e-mail: paulinhaangelin@yahoo.com.br.

3

Professor, Department of Life Sciences, Nutrition Course - Regional State University Northwest Rio Grande do Sul - UNIJUÍ.

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA - DCVida

CURSO DE NUTRIÇÃO

A COMISSÃO ABAIXO ASSINADA APROVA O PRESENTE

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO INTITULADO:

HÁBITO ALIMENTAR DE POLICIAIS MILITARES EM

TRABALHO POR TURNOS

ELABORADO POR

PAULA ANGELIN

COMO REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE

NUTRICIONISTA

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ... 05 2. METODOLOGIA ... 07 3. RESULTADOS ... 08 4. DISCUSSÃO ... 18 5. CONCLUSÃO ... 23 6. REFERÊNCIAS ... 24 APÊNDICE 1 ... 27

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1. INTRODUÇÃO

Embora se destaque a importância da ação dos Policiais Militares, seu estilo de vida é sujeito a diversas modificações. Essas alterações afetam os horários de sono, alimentação e atividade física, e podem contribuir com o aparecimento de distúrbios relacionados à saúde, que por sua vez, podem interferir na eficiência e na produtividade laboral.

Os registros do impacto do trabalho por turnos na saúde e no bem-estar vêm apresentando um aumento progressivo nos últimos anos. A mudança do trabalho do dia para o início da tarde e noite modifica o ciclo normal da atividade de descanso, forçando o indivíduo a ajustar as suas funções fisiológicas aos horários impostos pelo trabalho.

Em contrapartida, o trabalho por turnos está se tornando cada vez mais predominante na vida contemporânea e, em razão disto, pode estar associado a diversos problemas de saúde (SFREDDO et al., 2010).

O rodízio de turnos, assim como o trabalho fixo em turnos noturnos, também é identificado por alguns estudos como fator de maximização de efeitos negativos na saúde, por dificultar as tentativas de adaptação do ritmo biológico ao de trabalho (MORENO, LOUZADA, 2004; MARZIALE, ROZESTRATEN, 1995).

Para atender as demandas da sociedade, o policial militar frequentemente tem de inverter o seu ciclo vigília-sono, dormindo de dia e ficando acordado à noite. Moreno, Fischer e Retemberg enfatizam que “[...] Muitos destes trabalhadores sofrem distúrbios do sono, que podem ser agravados ou desenvolvidos pela exposição aos horários irregulares de trabalho” (MORENO; FISCHER; ROTENBERG, 2008, p. 01).

Acredita-se que os hábitos alimentares dos trabalhadores variem de acordo com a sua jornada de trabalho. Independentemente do tipo de turno, seja ele fixo ou em rodízio, e período no qual é realizada, a alimentação é um fator que merece atenção desses indivíduos.

Estudos recentes mostram que a alteração do ritmo circadiano pode influenciar no equilíbrio nutricional do corpo, como o controle da massa corporal (HOLMBACK et al., 2002) e de liberação dos hormônios que promovem a saciedade e a fome (SPIEGEL et al., 2004).

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Quanto à modificação do horário de sono, com pertinência à relação temporal normal do ciclo sono-vigília, Crispim et al., (2009, p. 221) define que “[...] são perturbados, o que pode levar a uma importante alteração do ritmo circadiano. Essa ‘quebra’ ou dessincronizarão do ritmo circadiano tem sido associada como desencadeamento de diversos problemas de saúde”.

Ritmo circadiano é conhecido como ciclos diários, tendo a duração de cerca de um dia e, considerado sincronizado quando está ajustado ao ciclo. Continua a se expressar mesmo quando o organismo está vivendo em condições desprovidas a respeito das mudanças cíclicas do ambiente externo, como por exemplo, na luz ou no escuro constante (MISTLBERGER, SKENE, 2004).

Mello et al., (2008), citando Akerstedt (1988) diz que vários problemas acontecem com os trabalhadores noturnos devido ao horário de dormir, especialmente no ciclo claro, este em que o corpo deveria estar em atividade. A implicação é que este sono diurno seguido de uma noite de vigília, é curto e de pior qualidade, do que uma noite de sono em condições normais. Quando estas interrupções do sono se tornam frequentes, se acumulam e propiciam a incidência dos distúrbios do sono nos trabalhadores que trabalham em turnos e durante a noite, resultando em uma menor quantidade e qualidade do sono.

O fato de os trabalhadores de turnos, principalmente noturnos apresentarem o ciclo sono-vigília invertido pode estar associado ao desenvolvimento da Síndrome Metabólica.¹ Em alguns estudos pode-se verificar que existe uma maior prevalência da síndrome nessa população em comparação aos trabalhadores diurnos em ambos os sexos. Isso acontece provavelmente pelo impacto direto na perturbação do ritmo circadiano, associado ao trabalho por turnos e/ou uma reação ao estresse devido ao rompimento de uma vida social normal (BELTRÃO; PENA, 2013).

Outros estudos têm pesquisado a relação da redução do tempo de dormir e a diminuição do gasto energético diário total, resultando no aparecimento da fadiga e sonolência excessiva durante o dia, contribuindo para a redução da atividade física diária (TAHERI, 2006).

1

A Síndrome Metabólica é um agrupamento de distúrbios que inclui resistência à insulina, obesidade central, hipertensão arterial, baixos níveis de HDL, elevados níveis de triglicerídeos, e está baseada na presença de três ou mais destes componentes no mesmo indivíduo. (FERREIRA et al., 2010.p. 02).

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Estudos sobre o comportamento alimentar em trabalhadores de turnos são escassos (ASSIS et al., 2003; BALIEIRO et al., 2014). Para Donadussi et al (2009, p. 849), também até o momento, não é de conhecimento:

[...] qualquer trabalho nacional publicado que tenha avaliado as condições de saúde de policiais militares, principalmente em relação ao seu estado nutricional e a alimentação. O ritmo diário de trabalho e a responsabilidade perante a sociedade podem levar estes indivíduos a situações de estresse que, aliadas à má alimentação e à inatividade física, podem ocasionar o desenvolvimento de doenças [...]

Considerando estes aspectos o objetivo da pesquisa foi analisar o hábito alimentar de Policiais Militares do policiamento ostensivo e preventivo, que trabalham em regime de turnos.

2. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo, transversal, de caráter quantitativo. Trabalho realizado com Policiais Militares de ambos os sexos da Organização Policial Militar 4ª Cia, do município de Horizontina, RS, entre julho a agosto de 2015. Dados foram obtidos por meio de um questionário. No momento da entrega, foi exposto sobre os objetivos da pesquisa, preenchimento e prazos para a devolução. Do quadro de funcionários disponíveis da instituição (24), responderam o questionário 15 trabalhadores, sendo retirados da amostra aqueles que faziam parte do setor administrativo, os que estavam de férias e os indisponíveis, sejam estes por motivos de doença, licença, dentre outros. Os critérios de inclusão na pesquisa compreenderam trabalhadores com idade acima de 18 anos, que trabalham no policiamento ostensivo e preventivo e, que aceitaram participar do estudo.

O instrumento da pesquisa inclui questões para características do perfil sociodemográfico e clínico, relacionadas à idade, sexo, função, tempo de serviço prestado na instituição, além de registrar informações sobre hábito alimentar, dados de saúde, restrição de sono e atividade física.

Após a aplicação dos questionários, os dados quantitativos foram digitados em uma planilha do Excel, para serem analisados e, após, exportados para o software Epiinfo versão 7, onde foi realizada a estatística descritiva considerando a frequência e a média.

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O projeto foi aprovado pelo Comitê de ética em Pesquisa da Unijuí sob parecer número 1.150.852 de 08 de agosto de 2015.

3. RESULTADOS

A Tabela 1 apresenta os resultados referentes às características sociodemográficas e clínico dos participantes envolvidos no presente estudo.

Tabela 1: Características sociodemográficas e clínico da população do estudo. Horizontina, RS, 2015. VARIÁVEL % SEXO Masculino 11 73,3 Feminino 4 26,6 IDADE < 30 anos 3 20,0 > 30 a 40 anos 5 33,3 > 40 a 50 anos 7 46,6 TEMPO DE SERVIÇO 6 a 10 anos 4 26,6 > 10 a 15 anos 3 20,0 > 15 a 20 anos 1 6,7 > 20 anos 7 46,6 ESTADO NUTRICIONAL Eutrofia 4 26,6 Sobrepeso 10 66,6 Obesidade 1 6,7 PROBLEMAS DE SAÚDE Sim 8 53,3 Não 7 46,6 BEBIDA ALCOÓLICA Sim 11 73,3 Não 4 26,6 TABACO Sim 1 6,6 Não 14 93,3 MEDICAMENTOS Sim 4 26,6 Não 11 73,3 SONO INTERROMPIDO/ FRACIONADO 2º e 3º TURNO Sim 13 86,7 Não 2 13,3 4º e 1º TURNO

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Fonte: dados da pesquisa.

Participaram da pesquisa 15 policiais militares, destes, a maior parte exerce a profissão a mais de vinte anos. Observa-se que a maioria 73,3% são do sexo masculino. O grupo teve idade máxima de 46 anos, mínima de 24 anos, com média de 39 anos. Em relação ao peso, máximo foi 105,0 kg, mínimo 50,0 kg, e a média 81,0 kg. Quanto à estatura, máxima foi 187 cm, mínima 162 cm e, a média 174 cm.

A avaliação do estado nutricional considerando a classificação do IMC indicou que a maior parte dos participantes (66,6%) encontrava-se em sobrepeso.

Quanto ao hábito de ingerir bebida alcoólica, 73,3% disseram ter o hábito de beber. Já quanto ao hábito de fumar 86,6% afirmaram não possuir hábito, assim como 73,3% relataram não fazer uso de medicamentos.

Quanto ao hábito de sono os entrevistados responderam que na noite anterior ao 2º e 3º turno, 86,7% referiram sono interrompido/fracionado. Em relação há quantas horas dormirem antes de iniciar o turno, 33,3% conseguem dormir quatro horas, 26,6% seis horas, 20,0% cinco horas, 6,7% três horas, cinco horas e meia, e sete horas e meia.

Os participantes afirmaram que no 4º e 1º turno, quando chegam em casa para o descanso, 46,6% apresentam sono interrompido/fracionado. Foram questionados também, se possuem muito sono durante o período da madrugada e, 60,0% relataram que não. Do mesmo modo, no dia em que estão de folga, 73,3% relataram ter sono interrompido/fracionado.

A maioria dos participantes 80,0% relataram dormir em local escuro e 53,3% não dormir em local barulhento.

Resultados demonstraram também, que 80,0% dos participantes realizam atividade física e, que destes, 60,0% fazem regularmente e 20,0% esporadicamente.

Sim 7 46,6 Não 5 33,3 Não responderam 3 20,0 FOLGA Sim 11 73,3 Não 4 26,6 ATIVIDADE FÍSICA Sim 12 80,0 Não 3 20,0

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Quanto ao tipo de atividade, a maioria 40,0% pratica apenas caminhadas e, os demais academia, corrida e musculação e futebol.

Ainda, observou-se que 53,3% dos entrevistados referiram ter algum problema de saúde.

No Quadro 1, são descritos os problemas de saúde mais frequentes entre os trabalhadores e, se eles foram desenvolvidos antes ou depois do início das atividades como policial militar.

Quadro 1: Problemas de saúde mais frequentes entre a população de estudo. Horizontina, RS, 2015.

Fonte: Dados da pesquisa.

Dentre os problemas de saúde citados, 6,7% dos participantes relataram apresentar algum problema de saúde anterior ao início das atividades como policial militar. Os demais, dizem ter desenvolvido hipertensão arterial, nervosismo, nevralgia do trigêmeo, hérnia de disco, alteração na tireoide e má circulação sanguínea depois da inclusão.

O quadro 2, expõe os principais sintomas ou mudanças físicas que os trabalhadores vivenciaram nos últimos anos de serviços prestados.

VARIÁVEIS DESENVOLVEU

ANTES OU DEPOIS

%

Hipertensão arterial 1 Depois 6,7

Alergia ou intolerância alimentar/ nervosismo

1 Antes/Depois 6,7

Nevralgia do trigêmeo 1 Depois 6,7

Hérnia de disco 1 Depois 6,7

Alteração na tireoide (porém, não especificou se hipo ou

hiper)

1 Depois 6,7

Má circulação sanguínea 1 Depois 6,7

Ansiedade 1 NR 6,7

Marcou a opção outros

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Quadro 2: Sintomas ou mudanças físicas vivenciadas pelos policiais nos últimos anos. Horizontina, RS, 2015.

Fonte: Dados da pesquisa.

Dentre os sintomas ou mudanças físicas que experimentam nos últimos anos de serviço prestados, os mais descritos são, aumento da circunferência da cintura, seguido de aumento de peso, gastrite, insônia, ansiedade, estresse, aumento do apetite e cansaço constante.

Considerando o histórico familiar de doenças, 18,2% responderam ter histórico de hipertensão, 18,1% doença cardiovascular, não apresentam histórico, 9,0% obesidade, doença cardiovascular e hipertensão, doença cardiovascular e câncer, hipertensão e câncer e, diabetes e câncer.

Com relação ao 2º e 3º turno, onde o Policial Militar trabalha um total de 12 horas (que compreende das 06:00 às 12:00 horas e das 12:00 às 18:00 horas) e folga 24 horas, estão descritos na Tabela 2, os resultados quanto ao hábito alimentar, beliscadas durante o turno, consumo de café, chimarrão, tabaco e líquidos junto às refeições. VARIÁVEIS % Aumento da circunferência da cintura 9 60,0 Aumento de peso 7 46,6 Gastrite 7 46,6 Insônia 7 46,6 Ansiedade 7 46,6 Estresse 6 40,0 Aumento do apetite 5 33,3 Cansaço constante 5 33,3 Dor no estômago 4 26,6

Tontura e/ou sensação de estar flutuando

3 20,0

Compulsão alimentar 3 20,0

Constipação 3 20,0

Nenhum 3 20,0

Mal estar generalizado 2 13,3

Inchaço corporal 1 6,6

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Tabela 2: Características do hábito alimentar dos Policiais Militares durante o 2º e 3º turno. Horizontina, RS, 2015.

Fonte: dados da pesquisa.

Todos costumam tomar café da manhã. Porém, quando há alguma ocorrência que deve ser atendida no momento em que iria realizar a refeição, 33,3% disseram não mais realizá-la.

A maioria relata realizar lanches entre as principais refeições. Quanto ao tipo de alimentos que costumam comer quando possuem o intervalo de 1 hora, 66,6% responderam consumir comida, 13,3% lanche, 6,7% lanche e/ou comida, lanche e lanche saudável e não respondeu. Foram considerados como comida os seguintes alimentos e preparações: arroz, feijão, carne, aipim, macarrão, batata cozida, saladas; lanche: sanduíche, xis, pastel; lanche saudável: frutas.

VARIÁVEIS % DESJEJUM Sim 15 100,0 ALMOÇO Sim 15 100,0 JANTAR Sim 11 73,3 Não 4 26,6 CEIA Sim 12 80,0 Não 3 20,0 LANCHES ENTRE AS PRINCIPAIS

REFEIÇÕES Sim 9 60,0 Não 6 40,0 CONSUMO DE CAFÉ Sim 10 66,6 Não 5 33,3 CONSUMO DE CHIMARRÃO Sim 15 100,0 LÍQUIDO JUNTO ÀS PRINCIPAIS

REFEIÇÕES

Sim 9 60,0 Não 6 40,0 BELISCADAS DURANTE O DIA

Sim 9 60,0 Não 6 40,0

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Quando da impossibilidade de realizar a refeição no horário, 80,0% dos entrevistados disseram postergá-la porém, sem hora determinada. Já em relação à quantidade de alimentos que ingerem, 86,6% consideram como “normal”.

Em relação ao costume de jantar ao término do 2º e 3º turno, 33,3% relataram jantar às 20:00 horas. Sendo que 46,6% costuma consumir apenas um lanche, 20,0% comida e/ou lanche, 6,7% comida, comida e/ou lanche saudável, lanche e/ou lanche saudável. Nesta refeição foram considerados como comida os seguintes alimentos e preparações: ovo, carne, arroz e saladas; lanche: pastel frito e assado, pão, café, sanduíche e embutidos; e lanche saudável: frutas e leite.

Quanto da realização da ceia, 40,0% relataram consumir apenas lanche, 13,3% comida, lanche saudável, 6,7% lanche e/ou comida e lanche e/ou lanche saudável. Os alimentos e preparações descritos nesta refeição: arroz, carne, queijo e ovo; lanche: pão, pastel frito, café e sanduíche; lanche saudável: iogurte, leite e frutas.

Quanto ao consumo de café, 33,3% disseram beber porque gostam sendo que a frequência da ingestão durante o turno foi de uma xícara (33,3%) a duas xícaras (33,3%). Dos que afirmam consumir chimarrão, 53,3% disseram ingerir porque gostam e para manterem-se acordado.

Quanto ao tipo de líquido que ingerem durante as refeições, 20,0% disseram tomar suco natural.

Verificou-se que 66,6% dos entrevistados realizam beliscadas durante o dia, relatando o consumo de balas, salgados, doces, embutidos e outros.

Na Tabela 3, estão descritos os resultados quanto ao hábito alimentar, beliscadas durante o turno, consumo de café, chimarrão, tabaco e líquidos junto às refeições realizadas no 4º e 1º turno, quando o Policial Militar trabalha um total de 12 horas (que compreende das 18:00 à 00:00 horas e das 00:00 às 06:00 horas) e folga 48 horas.

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Tabela 3: Características do hábito alimentar dos Policiais Militares durante o 4º e 1º turno. Horizontina, RS, 2015.

Fonte: dados da pesquisa.

Em relação ao horário que costumam jantar, 73,3% disseram fazer sua refeição no horário que conseguem no próprio trabalho. Porém, quando há alguma ocorrência que deve ser atendida no período programado para jantar, 80,0% relataram postergar a refeição para mais tarde. Em relação ao horário, (26,6%) relatou jantar entre 20:00 e 21:00 horas.

Quanto às características da refeição neste turno de trabalho, 26,6% referiram consumir lanche, 6,7% comida, lanche e/ou lanche saudável e, 60,0% não responderam. Foram considerados como comida os seguintes alimentos e preparações: arroz, carne e saladas; lanche: pão, café, pastel frito, suco artificial e bolachas; e lanche saudável: frutas e iogurte.

Em relação ao tipo de alimento que consomem na ceia, 26,6% relataram consumir lanches, 13,3% comida, 6,7% lanche saudável, 6,7% não respondeu.

Em relação ao consumo de lanches após a ceia, 53,4% relataram realizar, sendo que destes, 20,0% fazem lanches de 4 em 4 horas.

VARIÁVEIS % JANTAR Sim 15 100,0 CEIA Sim 8 53,3 Não 5 33,3 LANCHES DEPOIS DA CEIA

Sim 5 33,3 Não 7 46,6 BELISCADAS DURANTE O TURNO

Sim 9 60,0 Não 6 40,0 CONSUMO DE CAFÉ Sim 11 73,3 Não 4 26,6 CONSUMO DE CHIMARRÃO Sim 13 86,6 Não 2 13,3 LÍQUIDO JUNTO ÀS PRINCIPAIS

REFEIÇÕES

Sim 11 73,3 Não 4 26,6

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As beliscadas durante a noite, foram também referidas por 60,0% dos entrevistados que relataram o consumo de balas, salgados, doces, embutidos e outros.

Quanto ao consumo de café neste turno de trabalho, 20,0% disseram ser porque gostam, e 20,0% porque gostam e para manterem-se acordados e, a frequência da ingestão durante o turno foi de aproximadamente duas xícaras (53,3%). Em relação ao chimarrão, 40,0% disseram consumi-lo para manterem-se acordado.

Quanto ao tipo de líquido que ingerem durante as refeições, a maioria 20,0% referiu ingerir refrigerante.

Na Tabela 4, apresentam-se os resultados quanto ao hábito alimentar e beliscadas durante o dia no período de folga, que é considerado um dia posterior ao de descanso – um dia após a saída do turno 4º e 1º.

Tabela 4: Características do hábito alimentar dos Policiais Militares durante a folga. Horizontina, RS, 2015.

Fonte: dados da pesquisa.

Dos 46,6% que relataram a realização do café da manhã, 40,0% referiram consumir lanche saudável e, 6,6% não responderam. Foram considerados como

VARIÁVEIS % CAFÉ DA MANHÃ Sim 7 46,6 Não 8 53,3 LANCHE DA MANHÃ Sim 5 33,3 Não 10 66,6 ALMOÇO Sim 15 100,0 LANCHE DA TARDE Sim 7 46,6 Não 8 53,4 JANTAR Sim 14 93,3 Não 1 6,6 CEIA Sim 3 20,0 Não 11 73,3 BELISCADAS DURANTE O DIA

Sim 8 53,3 Não 7 46,6

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lanche saudável os seguintes alimentos e preparações: frutas, pão branco e integral, café, queijo, presunto e suco natural.

Quanto ao costume de fazer lanches durante a manhã, a maioria disse não fazer (66,6%). Dos que realizam, 20,0% relataram consumir lanche e, 13,3% lanche saudável. Foram considerados como lanche os seguintes alimentos e preparações descritos: bolachas e pão; e lanche saudável: frutas.

Dos 100,0% que realizam o almoço, 93,3% relataram consumir comida e 6,7% não responderam. Foram considerados como comida os seguintes alimentos e preparações: carne, frango, peixe, arroz, mandioca, macarrão, legumes e saladas.

Quanto à realização do lanche da tarde, 26,6% consomem lanche e/ou lanche saudável, 6,7% lanche saudável, 6,7% lanche e, 6,7% não responderam. Foram considerados como lanche os seguintes alimentos e preparações descritos: bolacha doce, pipoca doce, doces em geral e sanduíche; e lanche saudável: fruta, iogurte e cereais.

Em relação ao jantar no dia de folga, 26,6% relataram comer apenas lanche, 20,0% comida, 20,0% comida e/ou lanche, 6,7% comida e lanche saudável, e 20,0% não responderam. Foram considerados como comida os seguintes alimentos e preparações descritos: carne, maionese caseira, legumes, saladas, feijão, arroz, ovo, queijo e vinho; lanche: sanduíche, pão, café, “hot dog” e suco artificial; e lanche saudável: frutas.

Quanto ao o que consomem na ceia, 13,3% referiram consumir lanche saudável e, 6,7% lanche e/ou lanche saudável. Foram considerados como lanche os seguintes alimentos e preparações: bolacha doce e pipoca doce; e lanche saudável: salada de frutas, frutas, iogurte e suco natural.

Investigou-se também a realização de beliscadas durante o dia, sendo que 53,3% relataram o consumo de balas, salgados, doces, embutidos e outros.

Quanto ao tempo que conseguem dormir e descansar pela manhã para depois poderem trabalhar no 4º e 1º turno, 86,6% relataram não dormir pela manhã, 6,7% dormir duas horas e 6,7% três horas. Já à tarde, 100,0% relataram dormir, e a maioria 60,0% dormem duas horas.

As questões consideradas mais gerais do questionário, relataram 33,4% conseguem dormir seis horas por dia. Quanto aos resultados dos últimos exames de saúde realizados (triglicerídeos, colesterol, glicemia, etc), 73,3% disseram que os resultados estavam bons e 26,6% regulares. Em relação ao tempo adequado e

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suficiente para alimentarem-se quando então no 2º e 3º turno ou no 4º e 1º turno, 46,6% relataram ter tempo suficiente, sendo que 33,3% disseram demorar quinze minutos para realizarem as principais refeições, 66,6% mastigar pouco e já engolir e 46,6% não conseguir ter uma degustação adequada.

Quanto aos alimentos que são preferidos pelos participantes, foram considerados que 26,6% preferem comida, 13,3% comida e lanche saudável, comida, lanche e/ou lanche saudável, 6,7% comida e/ou lanche, comida e lanche, lanche e lanche saudável, gostar de tudo e, 20,0% não responderam. Foram considerados como comida os seguintes alimentos e preparações descritos: carne, macarrão, arroz, feijão, salada, churrasco, mondongo, estrogonofe, legumes, lasanha e panqueca; lanche saudável: frutas, iogurte e suco natural; e lanches: pão integral, pizza e doces em geral.

Já os alimentos que não gostam, 53,3% relataram não ter nenhum alimento que não gostam, 26,6% alimentos saudáveis, 6,7% alimentos não saudáveis, e 13,4% não responderam. Foram considerados como alimentos saudáveis: rúcula, figo, nabo, rabanete, legumes, lentilha; alimentos não saudáveis: gorduras.

Os entrevistados foram questionados quanto à vontade de comer na madrugada (“assaltar a geladeira”), sendo que 46,6% relatam sentir vontade, e descreveram como responsáveis: alimentação inadequada, ansiedade, estresse e sobrecarga, falta de sono, fome, dor no estômago – gastrite e, não ter se alimentado direito durante o dia.

Em relação ao consumo diário de água, o resultado ao mesmo tempo em que se mostrou satisfatório, indica que há necessidade de aumento no volume de água ingerido pois, 33,3% relataram ingerir de 6 a 8 copos e 33,3% menos de 4 copos. Em relação à que turno ingerem mais água, 86,6% referiram beber mais durante o 2º e 3º turno do que no 4º e 1º turno.

Quanto à quantidade de sal que utilizam para temperar os alimentos, 66,6% relataram ser adequada.

No momento de se alimentar, é importante não se envolver com outra atividade, mastigar o alimento mais vezes, naturalmente prolongando a duração, desse modo, é possível usufruir do prazer proporcionado pelas diferentes texturas e sabores dos alimentos (BRASIL, 2014).

Em relação ao funcionamento do intestino quando estão trabalhando, 66,6% relataram que funciona normalmente nesses dias. Do mesmo modo, na folga a

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maioria, 73,4% relataram funcionar normalmente. Porém, percebe-se que no dia em que folgam, mais trabalhadores tem o funcionamento normal do intestino.

Os resultados apontaram ainda implicações negativas tanto na saúde desses indivíduos, quanto no sono decorrentes do trabalho noturno e em turnos alternados. A maioria apresentou sobrepeso e, entre os sintomas ou mudanças físicas, destacaram-se o aumento do peso, aumento da circunferência da cintura, aumento do apetite, gastrite, ansiedade e estresse. Problemas de saúde também foram relatados, como hipertensão, nevralgia de trigêmeo, hérnia de disco, alteração na tireoide, e má circulação sanguínea. A maior parte referiu ter o sono de má qualidade, por ter o sono fracionado, insônia e consequentemente cansaço constante. Insta ressaltar, que a atividade física obteve resultados positivos.

4. DISCUSSÕES

Freitas et al., (2015) citando Costa, Haus e Stevens (2010), relata que entre os fatores comportamentais envolvidos no desenvolvimento de agravos como obesidade, doenças cardiovasculares e síndrome metabólica, estão à falta da rotina de sono, alterações no consumo alimentar desses trabalhadores e consumo de bebidas estimulantes

Em relação à avaliação do estado nutricional dos participantes, que indicou a maioria em sobrepeso, alguns estudos semelhantes descrevem esta situação. Donadussi et al., (2009), ao avaliar 183 policiais militares do sexo masculino, em atividades operacionais e administrativas, identificou que 63,9% dos policiais estavam em sobrepeso e obesidade. No estudo de (NARCISO et al., 2014), foram avaliados 611 maquinistas ferroviários de trabalho em turnos, foi demonstrado que os trabalhadores apresentaram altos índices de IMC, sendo que 69,5% da amostra apresentaram sobrepeso e 22,0% obesidade.

Sobre a relação do efeito da perda do sono nas escolhas alimentares, o estudo de Spiegel e cols., (2004), citado por Crispim, mostrou que o apetite por nutrientes que continham alta quantidade de carboidratos, incluindo doces e biscoitos salgados, aumentou de 33 para 45%, porém, o apetite por vegetais e frutas foi pouco afetado (CRISPIM et al, 2007).

Para Crispim et al., (2009), trabalhadores por turnos são indivíduos conhecidamente mais predispostos a problemas nutricionais, o estudo destaca que,

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diversas evidências têm indicado que problemas como diabetes e dislipidemias são mais comuns neste tipo de trabalhadores. Fato não confirmado neste estudo, pois nenhum dos participantes afirmou apresentar diabetes, e quando questionados à respeito de alterações nos exames laboratoriais, quanto colesterol, triglicerídeos, glicemia, a maioria relatou que os resultados estavam satisfatórios.

O descuido com a qualidade da alimentação e os maus hábitos alimentares pode estar relacionado à ingestão de alimentos de fácil preparo, com baixa qualidade nutricional, o que possibilita no aparecimento de transtornos digestivos (SILVA et al., 2011). Os entrevistados destacam perceber alterações na saúde física Sendo os distúrbios gastrointestinais como gastrite, constipação intestinal, entre outros mais relatados. As perturbações digestivas, são geralmente atribuídas à irregularidade dos horários alimentares e aos tipos de comida, bem como à falta de sincronização do sistema circadiano (GASPAR, MORENO, MENNA-BARRETO, 1998). Estes aspectos também foram observados em um estudo sobre trabalho em turnos com 136 profissionais de enfermagem, onde verificou-se que entre os sintomas de saúde relatados, estavam as alterações gastrointestinais, como distúrbio de apetite e ganho de peso (MENDES; MARTINO, 2012).

Quanto ao sono, pode – se perceber, que há uma maior dificuldade dos participantes em dormirem em função dos horários impostos pelo trabalho. São prejudicados tanto no descanso a noite depois de trabalharem no 2º e 3º turno, durante o dia antes de iniciarem o 4º e 1º turno, quanto no dia em que estão de folga.

Estudo que avaliou 611 maquinistas ferroviários de trabalho em turnos, os resultados revelaram que 64,2% da amostra total relataram qualidade ruim de sono (NARCISO et al., 2014). Maynardes, Sarquis e Kirchhof, (2009) afirmam que o trabalho em horários não convencionais ao ritmo do sono é fonte de desgaste físico e emocional, que repercute no estilo de vida e compromete a qualidade do sono. Outro estudo (SIMÕES, MARQUES, ROCHA, 2010), relata que os trabalhadores pesquisados apresentaram manifestações negativas no seu dia-a-dia.

Ao considerar o ciclo sono/vigília, grande parte apresentou dificuldade para dormir, insônia, e no período da folga. Para Martino (2002) o sono no período diurno é de má qualidade devido às condições ambientais que não são favoráveis, como ruídos, iluminação e acontecimentos domésticos.

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Os resultados ligados à prática de atividade física nesta pesquisa mostraram-se satisfatórios, pois, a maioria realiza com regularidade. Portanto, os resultados diferem aos encontrados em estudo realizado por Codarin et al., (2010) que avaliou 470 motoristas de caminhão, mostrou que, em relação à prática de atividade física, mais da metade dos motoristas, 53,1% foi classificada como “insuficientemente ativo”, dos quais 54,2% eram sedentários. Os autores concluíram, portanto, que o tempo de exposição ao trabalho noturno parece reduzir ainda mais a prática de atividade física, provavelmente devido a pouca disponibilidade temporal para essa prática. Pode-se inferir, que o resultado encontrado na presente pesquisa seja pela necessidade dos participantes de precisarem manterem-se em boa forma física em função da sua profissão.

Considerando as características do comportamento alimentar dos Policiais Militares durante o 2º e 3º turno, nota-se que todos realizam o desjejum. Diferentemente do dia em que estão de folga, pois a maioria relata não realizar. Segundo Freitas et al., (2015), os indivíduos que trabalham a noite apresentam menor prevalência do consumo diário do café da manhã, provavelmente por muitos deles estarem dormindo no horário dessa refeição.

No 2º e o 3º turno, assim como na folga, os resultados mostraram-se adequados, uma vez que, revelaram a realização do almoço por todos os entrevistados sendo que o consumo mais prevalente é de comida.

Todos afirmaram o consumo de lanches entre as principais refeições no 2º e 3º turno. Entretanto, é importante ressaltar, que apenas dois dos participantes afirmaram realizar lanches de 3 em 3 horas. É questionável, que no dia em que estão em casa na folga, a maioria não realiza tanto o lanche da manhã, como o da tarde.

Assim como é importante realizar lanches entre as principais refeições todos os dias, é necessário lembrar que estes devem ser saudáveis. No caso das pequenas refeições, (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014) cita que excelentes alternativas de escolha de alimentos são frutas frescas ou secas, castanhas ou nozes, bem como leite e iogurte natural, na medida em que são alimentos com alto teor de nutrientes e com grande poder de saciedade, além de serem práticos para transportar e consumir.

Comparando os turnos de trabalho e a folga, percebe-se que, nos três dias a maioria realiza o jantar, porém, trocam comida por lanches rápidos. Crispim et al.,

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(2007), citando Estryn-Behar e cols., (1989) e Lennernas e cols., (1993), relatam preferência pelo consumo de lanches rápidos e calóricos durante o horário de trabalho pelos trabalhadores noturnos.

Autores destacam ainda que há preferência pelo consumo de lanches rápidos e calóricos durante o horário de trabalho pelos trabalhadores noturnos. Verifica-se também, que o apetite por alimentos de alta quantidade de carboidratos aumenta de 33 para 45% na condição de privação de sono, e esse perfil alimentar é preocupante, pois, além de indivíduos que possuem perda de sono apresentar um padrão hormonal predisponente para uma ingestão calórica aumentada, o preenchimento dessas calorias tende a ser feito com alimentos de baixa qualidade nutricional, o que se pode aumentar os riscos de ocorrência de distúrbios e doenças (CRISPIM et al., 2009).

Segundo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014) devem-se preferir alimentos como arroz e feijão, macarrão, refogados de legumes e verduras e saladas, dos produtos que dispensam preparação culinária, como sanduíches, frios e embutidos. É necessário fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação, já que, são nutricionalmente balanceados. O consumo de gorduras e açúcares contribui para diversificar e tornar mais saboroso o alimento, porém, carece ser em pequenas quantidades.

É enfocada na Diretriz 3 do guia para a população em geral, a importância do consumo de frutas, verduras e legumes que recomenda o consumo diário de três porções de frutas, de legumes e verduras nas refeições diárias (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

Alimentos processados, em geral, são facilmente reconhecidos como versões modificadas do alimento original. Recebem a adição de sal ou açúcar em quantidades excessivas, devendo limitar o uso, devido estar associado à obesidade, doenças do coração e outras doenças crônicas. Eles incluem os pães feitos de farinha de trigo e, às vezes, sós ou em juntamente com outros alimentos processados ou ultraprocessados, eles podem substituir alimentos in natura ou minimamente processados. Isso acontece, por exemplo, quando preparações culinárias são substituídas por lanches, como sanduíches (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).

Já os alimentos ultraprocessados, incluem vários tipos de guloseimas, bebidas adoçadas com açúcar ou adoçantes artificiais como refrigerantes,

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embutidos e outros produtos derivados de carne e gordura animal. Os pães tornam-se ultraprocessados, quando além da farinha de trigo, água e sal e leveduras, incluem substâncias como gordura vegetal hidrogenada, açúcar, amido, soro de leite, emulsificantes e outros (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).

Por conta de sua formulação e apresentação, os alimentos ultraprocessados tendem a serem consumidos em excesso, porém devem ser evitados, pois, o consumo ao longo do dia, substituem alimentos como frutas, leite e água, nas refeições. Vale salientar também, que são pobres em fibras, que são essenciais para a prevenção de doenças do coração, diabetes e vários tipos de câncer, sendo pobres também em vitaminas e minerais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).

O Guia Alimentar para a População Brasileira recomenda para as famílias a consulta à tabela de informação nutricional dos rótulos dos alimentos, em busca de escolher aqueles com menores percentuais de açúcares, gorduras e sal. Sugere ainda que as pessoas valorizem o sabor natural dos alimentos (FREIRE et al., 2012).

Importante ressaltar que, em geral, os alimentos consumidos durante o horário de determinados tipos de trabalhos noturnos requerem a necessidade de serem práticos para ser consumido de forma rápida o que, muitas vezes, obriga à opção de alimentos não nutritivos (CRISPIM et al., 2008).

A maioria relata a realização da ceia no 2º e 3º turno e no 4º e 1º turno, porém não consomem lanches saudáveis. Já na folga, a maioria não realiza, e dos que realizam, também não consomem lanches saudáveis.

Foram referidos nos turnos de trabalho e na folga, que a maioria realiza beliscadas. Porém, (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014) preconiza procurar fazer as refeições diárias em semelhantes horários todos os dias e evitar “beliscadas” nos intervalos delas.

Muitas vezes, a necessidade de comer a qualquer hora, ou “beliscar”, surge ou se torna mais forte quando somos estimulados visualmente pela presença do alimento. Portanto, é recomendável evitar ter esses produtos ao alcance, seja em casa, ou no ambiente de trabalho (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).

Observa-se, que o consumo de café durante 4º e 1º turno é maior do que no 2º e 3º turno, enquanto de chimarrão é ao contrário, é menor no 4º e 1º turno. Como também faz parte da cultura do brasileiro o consumo de bebidas como o café, neste

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caso, convém não adicionar açúcar ou, pelo menos, reduzir a quantidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).

Comparando os dois turnos, quanto ao tipo de líquido que ingerem durante as refeições, no 2º e 3º turno referem beber suco natural, já à noite, no 4º e 1º turno o consumo maior é de refrigerante. É importante optar por água, no lugar de refrigerantes. A água pura ou saborizada com folhas de hortelã ou rodelas de limão, é a melhor opção para a ingestão de líquidos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).

5. CONCLUSÃO

Os indivíduos que trabalham em turnos alternados tendem a ter o hábito alimentar inadequado, pois em grande parte é dependente de algumas mudanças cotidianas, que implicam alterações na alimentação, nos horários do sono, atividade física, além de distúrbios relacionados à saúde.

O trabalho de turnos alternados e não convencionais ao ritmo do sono provoca diversas implicações negativas sobre o hábito alimentar, durante o tempo prestacional de serviço policial militar, destacando-se que esses trabalhadores não apresentam uma alimentação adequada. É importante destacar que houve diferenças significativas nos turnos de trabalho em relação à folga quanto aos hábitos alimentares. Os principais resultados evidenciaram que os mesmos não exibem uma rotina alimentar, com troca de preparações culinárias nos jantares por lanches rápidos, também, que consumo de pequenas refeições, quando realizadas são de lanches não saudáveis e que realizam beliscadas fora de hora.

As exigências do trabalho em turnos desta categoria profissional são estressantes e podem contribuir com as manifestações físicas acima descritas. Assim, é importante, que (sejam ofertadas ações de promoção da saúde com ênfase na educação alimentar e nutricional propiciando aos trabalhadores conhecimento e adoção de práticas e atitudes que melhorem sua alimentação. Podería-se destacar: incorporação de preparações culinárias nas principais refeições, ao invés de lanches rápidos; aumento no fracionamento das refeições com consumo de lanches saudáveis; diminuição de beliscadas ao longo do dia; troca de bebidas adoçadas e gaseificadas por água e o aumento do consumo de frutas, legumes e verduras.

Ressalta-se que, houve limitação na construção do questionário, pois não foi investigado o consumo de café, chimarrão e líquido junto às refeições no dia em que

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estão de folga, e hábitos alimentares no dia de descanso, que compreende o dia em que saem do 4º e 1º turno.

6. REFERÊNCIAS

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APÊNDICE 1

UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ

DCVIDA – DEPARTAMENTO DAS CIÊNCIAS DA VIDA NUTRIÇÃO

Questionário de hábitos alimentares e saúde

Prezado Militar Estadual

A acadêmica do curso de Nutrição/Ijuí Paula Angelin, sob orientação da Prof.ª Maristela B. Busnello está desenvolvendo seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), intitulado “HÁBITO ALIMENTAR DE POLICIAIS MILITARES EM TRABALHO POR TURNOS”. Convidamos você a participar da pesquisa respondendo as questões abaixo. Caso deseje não responder ao questionário, fique à vontade, mas, salienta-se ser uma oportunidade única de avaliação de seus hábitos alimentares (atrelados a outros fatores) e suas implicações. Você receberá ao final desta pesquisa um balanço geral das informações colhidas que poderão lhe auxiliar para promover atitudes de conscientização/prevenção.

Obs.: IMPORTANTE ressaltar que a pesquisa está sob consentimento do Comando da OPM.

_________________________________ Assinatura do ME

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Id Func: ____________ Posto/ Grad.: ____________ Nome: _____________________

Idade: ____ anos Data de inclusão: / / Sexo: ( ) F ( ) M

E-mail:_____________________________________________________________

DADOS ANTROPOMÉTRICOS AUTO REFERIDOS

Peso:___ em Kg Estatura:___ em metros IMC:____ (calculado pela pesquisadora)

DADOS DE SAÚDE

Possui algum problema de saúde? ( ) SIM ( ) NÃO

Se SIM, qual?

( ) hipertensão arterial * ( ) ANTES ( ) DEPOIS

( ) diabetes tipo 1 * ( ) ANTES ( ) DEPOIS

( ) diabetes tipo 2 * ( ) ANTES ( ) DEPOIS

( ) coração * ( ) ANTES ( ) DEPOIS

( ) úlcera * ( ) ANTES ( ) DEPOIS

( ) alergia ou intolerância alimentar * ( ) ANTES ( ) DEPOIS ( ) outros _________________________________ * ( ) ANTES ( ) DEPOIS

*

Desenvolveu antes da inclusão na Brigada Militar ou depois, ao longo dos anos de serviço prestados.

HISTÓRICO FAMILIAR

Na sua família, há algum familiar com doença?

( ) Obesidade. Quem?_______________ ( ) Hipertensão. Quem?_______________ ( ) “pressão baixa”. Quem? ___________ ( ) Diabetes. Quem?_________________ ( ) Doença cardiovascular. Quem?______ ( ) Câncer. Quem?__________________ ( ) Psiquiátrica. Quem?_______________ ( )Outras__________________________

SINTOMAS OU MUDANÇAS FÍSICAS QUE EXPERIMENTOU NOS ÚLTIMOS ANOS DE SERVIÇO ( ) compulsão alimentar ( ) diminuição do apetite ( ) aumento do apetite ( ) dor de estômago ( ) gastrite

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( ) diarréia frequente ( ) constipação

( ) aumento da circunferência abdominal ( ) aumento de peso ( ) redução de peso ( ) inchaço corporal ( ) insônia ( ) sonolência excessiva ( ) cansaço constante ( ) angustia, ansiedade ( ) estresse ( ) mal-estar generalizado

( ) tontura, sensação de estar flutuando

INFORMAÇÕES ALIMENTARES E RITMO CIRCADIANO

Com relação ao 2° e 3° turno, que compreende das 06h00min às 12h00min horas e das 12h00min às 18:00 horas:

Em que horário você geralmente vai se deitar à noite, antes de uma 23? ______________

Consome algum alimento na ceia? ( )Sim ( )Não Qual? _______________________

Consegue dormir quantas horas antes de iniciar o turno? ______________________

Tem um sono interrompido/fracionado? ( ) Sim ( ) Não

Insônia? ( ) Sim ( ) Não

Costuma tomar café da manhã ( ) antes de ir trabalhar OU ( ) faz sua refeição no horário que conseguir, na própria OPM? Geralmente a que horas?____ ( )Não toma.

Caso aconteça alguma ocorrência que deva ser atendida no momento em que iria tomar seu café, você ( ) posterga sua alimentação para mais tarde OU ( ) nem a faz?

Faz lanches entremeio as principais refeições?

( ) Sim ( ) de 3 em 3 hs ( ) de 4 em 4 hs ( ) ou mais ( ) Não

Beliscadas durante a 23? Ex.: balas, salgados, doces, embutidos, etc. ( ) Sim ( ) Não

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Se a assertiva for afirmativa, justifique o motivo. Ex.: porque gosta; para manter-se acordado (a), para dar mais energia, etc. __________________________________

Costuma tomar quantas xícaras de café durante a 23? ( ) 1 ( ) 2 ( ) mais ( ) nenhuma

( ) Café com leite

( ) Café com leite e adoçante ( ) Café com leite e açúcar ( ) Café preto

( ) Café preto com adoçante ( ) Café preto com açúcar

É um hábito de anos? ( ) Sim ( ) Não

Quando possível, toma chimarrão durante a 23? ( ) Sim ( ) Não

Tem a mesma finalidade da resposta anterior? Ex.: para manter-se acordado (a); porque gosta, etc. ( ) Sim ( ) Não Se não, justifique. ____________________

Quanto ao almoço, se acontecer alguma ocorrência:

( ) posterga para depois do meio dia, sem hora determinada OU ( ) nem almoça? ( ) Come somente um lanche. Qual?______________________________________

O que costuma comer no almoço quando possui o intervalo de 1 hora?

___________________________________________________________________

( ) Faz sua própria comida e traz de casa OU ( ) almoça em restaurante ( ) Cozinha na OPM

( ) Compra um fast food (Ex.: hot dog, pastel, xis, etc.)

Da quantidade de comida que ingere no almoço, considera ( ) normal OU ( ) come “além da conta”?

Ingere líquido durante essa refeição? ( ) Sim ( ) Não Qual? ______________

Ao término da 23, costuma jantar? ( ) Sim ( ) Não

A que horas?____ O quê?______________________________________________

Observações que queira fazer:

___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

O 4° e o 1° turno compreende das 18:00 horas à meia-noite e da 00:00 às 06:00 horas. Com relação a isso:

Costuma jantar ( ) antes de ir trabalhar OU ( ) faz sua refeição no horário que conseguir, na própria OPM? ( ) Outro:_______________________. Geralmente a

(33)

que horas? __________ Consome algum alimento na ceia? ( ) Sim ( ) Não Qual?

___________________________________________________________________

Caso aconteça alguma ocorrência que deva ser atendida no período programado pela guarnição para jantar, você ( ) posterga sua alimentação para mais tarde OU ( ) nem a faz?

O que costuma alimentar-se na janta, quando possui o intervalo de 1 hora? _______ OU ( ) come somente um lanche? ______

Faz lanches após a janta? ( ) de 3 em 3 hs ( ) de 4 em 4 hs ( ) ou mais ( ) não faço

O que costuma comer?________________________________________________

Beliscadas fora de hora, durante a 41? Ex.: balas, salgados, doces, embutidos, etc. ( ) sim ( ) não

CAFÉ - Toma? ( ) Sim ( ) Não Se a acertiva for afirmativa, justifique o motivo_____________________________________________________________

Costuma tomar quantas xícaras de café durante a 41? ( ) 1 ( ) 2 ( ) mais ( ) nenhuma

( ) Café com leite

( ) Café com leite e adoçante ( ) Café com leite e açúcar ( ) Café preto

( ) Café preto com adoçante ( ) Café preto com açúcar

É um hábito de anos? ( ) Sim ( ) Não

Quando é possível, toma chimarrão durante a 41? ( ) sim ( ) não Caso a resposta for afirmativa, justifique. Ex.: para manter-se acordado (a); porque gosta, etc.

___________________________________________________________________

( ) Faz sua própria comida e traz de casa ( ) Cozinha na OPM

( ) Compra um fast food

Da quantidade de comida que ingere, considera ( ) normal OU ( ) come “além da conta”?

Ingere líquido durante essa refeição? ( ) Sim ( ) Não Qual? ______________

Possui muito sono no período da madrugada? ( ) Sim ( ) Não E ao chegar na sua casa para o merecido descanso, ( ) continua o mesmo sono OU ( ) há certa dificuldade para tal e/ou até insônia?

(34)

Qual o horário que você acorda depois de trabalhar uma 41? __________________

A que horas vai dormir? ______ Tem dificuldades pra pegar no sono? ( ) Sim ( ) Não

Durante o dia que compreende sua folga:

A que horas costuma acordar?___________

Toma café da manhã? ( ) Sim ( ) Não Quais os alimentos que come? ___________________________________________________________________

Faz um lanche antes do almoço? ( ) Sim ( ) Não

O que ingere?

___________________________________________________________________

Costuma almoçar a que horas? ____ O quê? _______________________________

Faz lanche da tarde? ( ) Sim ( ) Não Aproximadamente a que horas? ____

O que lancha?

___________________________________________________________________

Costuma dar beliscadas fora de hora durante o dia? Ex.: doces, salgados, embutidos, etc.

( ) Sim ( ) Não

Costuma ( ) jantar ( Ex.:________________________________________________) OU ( ) somente faz um lanche (Ex.:______________________)? A que horas?____

Tem o hábito de fazer ceia? ( ) Sim ( ) Não

Com o que se alimenta? _______________________________________________

Geralmente, em que horário vai dormir?____________________________________

Tem facilidade para pegar no sono? ( ) Sim ( ) Não

Se a resposta for negativa, depois de quantas horas consegue concretizá-lo? _____

Nesse dia, possui o sono fracionado? ( ) Sim ( ) Não

ATIVIDADE FÍSICA

Pratica: ( ) Sim ( ) Não (sedentarismo)

Que tipo? Ex.: caminhada, musculação, pilates,

etc.______________________________

( ) esporadicamente (uma vez por semana)

(35)

ALIMENTOS

PREFERIDOS:_______________________________________________________ QUE NÃO GOSTA: ___________________________________________________

A quantidade de sal que utiliza para temperar seus alimentos, considera ( ) adequada OU acha que ( ) deveria reduzir?

Já aconteceu de você sentir vontade pela madrugada de “assaltar a geladeira”? ( ) Sim ( ) Não

Por que você acha que isso

aconteceu?________________________________________

CONSUMO DIÁRIO DE ÁGUA

( ) menos de 4 copos ( ) de quatro a 5 copos ( ) de 6 a 8 copos ( ) 8 ou mais

Costuma beber mais água durante a ( ) 23 ou a ( ) 41?

CONSUMO ALCOÓLICO

Tem o hábito de ingerir bebida alcoólica? ( ) Não

( ) Sim, atualmente. Qual a frequência?____________________________________ ( ) Sim, no passado. Há quanto tempo parou?_______________________________

CONSUMO DE TABACO Possui o hábito de fumar?

( )Sim. Frequência____________________________________________________ ( ) Não

( ) Parei há ____ anos.

SONO

Quantas horas diárias geralmente você dorme?

( ) 3 hs ( ) 4hs ( ) 5hs ( ) 6 hs ( ) 7 hs ( ) 8 hs ( ) mais

Tem um sono fragmentado nos últimos anos? ( ) Sim ( ) Não

Dorme em local barulhento? Ex. Ruídos como os da televisão ou do celular. ( ) Sim ( ) Não

(36)

Para tirar o 4º e o 1° turno, costuma dormir pela ( ) manhã – quantas horas? ____OU pela ( ) tarde - quantas horas? ________

QUESTÕES GERAIS

Utiliza algum medicamento continuamente ou com frequência (semanalmente)?

( ) sim ( ) não

Se sim, qual é sua finalidade? Ex.: uso de remédio para dormir, etc._________________________________________________________________

Como andam seus últimos exames de saúde? Ex.: triglicerídeos, colesterol, glicemia, etc.

( ) bom ( ) regular ( ) insatisfatório

Quando você está de 23 ou 41, acredita alimentar-se num tempo adequado e suficiente?

( ) Sim ( ) Não

Quanto tempo demora suas refeições principais? ____________________________

Quantas mastigadas você promove a cada garfada? Aproximadamente: ( )10( )20 ( ) 30 ( ) mastiga pouco e já engole. Acha que consegue promover uma degustação adequada e, consequentemente, uma saciedade mais rápida? ( ) Sim ( ) Não

Sobre o funcionamento de seu intestino, em seu ritmo biológico, quando você trabalha nos turnos 23 para 41, ele ( ) funciona normalmente nesses dias, OU ( ) presenta algum tipo de alteração. E na folga, o ritmo segue o mesmo? ( )Sim ( ) Não

Observações que queira fazer:

___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

(37)

AGRADECIMENTOS

O sono é um dos grandes mecanismos de manutenção fisiológica de nosso organismo e auxiliar dos ajustes quando há desequilíbrio orgânico ou psíquico, assim como o desenvolvimento de hábitos alimentares inadequados, o que contribui para os distúrbios metabólicos.

A profissão policial militar implica numa atividade de horários não convencionais ao ritmo do sono e turnos que não seguem um padrão rotineiro, impactando nos hábitos alimentares, na saúde e muitas vezes, na qualidade de vida, principalmente com o passar dos anos de serviço prestados.

A presente pesquisa com brigadianos (as) está defronte a uma área pouco estudada pelos estudiosos de Nutrição e que necessita de uma maior importância, para que assim, se possa tratar de cada caso com a delicadeza merecida.

Portanto, é essencial que você, policial militar, sensibilize-se e contribua com as informações requisitadas, pois tal estudo poderá refletir intrinsecamente na resolução de questões que envolvam saúde e nutrição, baseando-se na profissão especifica. Agradeço desde já pela sua paciência e colaboração!

Atenciosamente, Acadêmica Paula Angelin. “A relação do homem com o alimento” - UNIJUÍ, Ijuí/RS.

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