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Avaliação da implementação da TV digital : propostas regulatórias para melhoria da qualidade do serviço prestado

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação

PAULO EDUARDO DOS REIS CARDOSO

AVALIAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DA TV DIGITAL: PROPOSTAS REGULATÓRIAS PARA MELHORIA DA

QUALIDADE DO SERVIÇO PRESTADO

CAMPINAS 2018

(2)

CAMPINAS 2018

Tese apresentada à Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Doutor em Engenharia Elétrica, na área de Telecomunicações e Telemática.

Thesis presented to the School of Electrical and Computer Engineering of the University of Campinas in partial fulfillment of the requirements for the degree of Ph.D. grade in Electrical Engineering, in the area of Telecommunications and Telematic.

ESTE TRABALHO CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA PELO ALUNO PAULO EDUARDO DOS REIS CARDOSO E ORIENTADO PELO PROF. DR. YUZO IANO

PAULO EDUARDO DOS REIS CARDOSO

AVALIAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DA TV DIGITAL: PROPOSTAS REGULATÓRIAS PARA MELHORIA DA

QUALIDADE DO SERVIÇO PRESTADO

(3)
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COMISSÃO JULGADORA - TESE DE DOUTORADO

Candidato: Paulo Eduardo dos Reis Cardoso RA: 981905

Data da Defesa: 14 de dezembro de 2018

Título da Tese: "Avaliação da Implementação da TV Digital: Propostas Regulatórias para Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado”.

Prof. Dr. Yuzo Iano (Presidente, FEEC/UNICAMP) Dr. Octavio Penna Pieranti (ANATEL)

Prof. Dr. David Bianchini (CEATEC/PUC/Campinas) Prof. Dr. Carlos Eduardo Câmara (UniAnchieta) Prof. Dr. Rangel Arthur (FT/UNICAMP)

A ata de defesa, com as respectivas assinaturas dos membros da Comissão Julgadora, encontra-se no SIGA (Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese) e na Secretaria de Pós-Graduação da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação

(5)

“Of all recent developments in the communications industry, digital television presents some

of the most complex and novel regulatory problems”

(6)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha filha Ana. Que sirva de exemplo de como a educação e a dedicação nos levam à lugares incríveis.

(7)

AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a todos que me apoiaram e ajudaram durante a execução deste trabalho de pesquisa;

Especialmente à minha esposa Claudia que sempre me deu força pela continuidade da busca do conhecimento;

De maneira carinhosa aos meus pais, Paulo e Nilda, e ao meu irmão, Ricardo, pelo incentivo durante todo o caminho percorrido até aqui;

Ao meu orientador, Yuzo, que durante este tempo ajudou tanto tecnicamente como pessoalmente, mostrando sempre a necessidade de entender antes de agir, de buscar o somatório positivo no final de qualquer processo, e que tudo é apenas uma convenção;

Aos professores e funcionários da Feec;

Aos colegas do LCV pelas contribuições e palpites, desde sempre. Destacando Diego, Fabiano, Hermes, Luiz e Silvio, pela valorosa ajuda durante o trabalho de campo, que não poderia ter sido realizado sem a ajuda de vocês;

Ao Raul e demais membros da Youcast, por ter viabilizado o trabalho de campo com o empréstimo do DIVICACTH ISDB-T/Tb;

Aos companheiros da Anatel, que participaram inúmeras vezes com ideias e sugestões;

(8)

RESUMO

O trabalho de pesquisa desenvolvido nesta Tese decorre do fato que a regulação norteia a prestação dos serviços de forma que esta pode fomentar ou impedir que as inovações tecnológicas possam chegar às empresas e aos consumidores. Com a digitalização da televisão terrestre, entendemos que houve uma alteração no paradigma da prestação do serviço, implicando na necessidade de atualização na regulação, pois há novos objetivos para o serviço, inclusive determinados pela Política Pública para a digitalização.

Confrontamos os resultados de avaliações nos canais de televisão digital, bem como a prestação do serviço com a regulação, principalmente buscando obrigações em relação a adoção das inovações tecnológicas do ISDB-T/Tb, e assim pudemos avaliar o impacto da regulação na implementação da televisão terrestre digital. Observamos que existem lacunas regulatórias que, se aplicadas, poderiam ter ampliado a qualidade do serviço prestado.

De modo geral entendemos que toda a regulação dos serviços de radiodifusão, apesar de ter legislação e regulamentos vigentes desde 1962, ainda atende de forma satisfatória. Como em todo processo, sempre são necessárias algumas alterações ou correções com o foco na melhoria contínua. Especificamente em televisão terrestre digital observamos que a regulação falhou em não determinar obrigações referentes a evolução tecnológica, para atendimento aos novos objetivos definidos pela Política Pública, tais como o uso de SFN, para aperfeiçoamento do uso do espectro; a transmissão de informações relevantes usando o recurso da interatividade, visando a democratização da informação; e, ainda mais grave, na proibição da multiprogramação às emissoras comerciais que proporcionaria uma diversificação nas opções à população brasileira e que poderia ser atingida com o incentivo a indústria audiovisual regional e local.

A pesquisa que realizamos nesta Tese aponta duas conclusões principais: que na digitalização da televisão terrestre a cadeia de valor foi mantida, ou seja, a transmissão foi digitalizada, mas a prestação do serviço continua no modelo analógico; e que a regulação não obrigou ou determinou a utilização do potencial técnico do ISDB-T/Tb, em grande parte pela divisão técnica entre Anatel e MCTIC.

(9)

ABSTRACT

The work developed in this thesis stems from the fact that the regulation guides the provision of services so that it can foster or prevent technological innovations from reaching businesses and consumers. With the digitization of terrestrial television, we understand that there has been a change in the paradigm of the provision of the service, implying the need to update the regulation, because there are new objectives for the service, including those determined by public policy.

We confront the results of evaluations in the digital television channels, as well as the provision of the service with the regulation, mainly seeking obligations in relation to the adoption of the technological innovations of ISDB-T/Tb, and thus we were able to assess the impact of regulation in the implementation of digital terrestrial television. We observe that there are regulatory lacks that, if applied, could have expanded the quality of service.

In general, we understand that all the regulation of broadcasting services, despite having legislation and regulations in force since 1962, still meets satisfactorily. As in every process, some changes or fixes are always needed with the focus on continuous improvement. Specifically in digital terrestrial television we observe that the regulation failed to determine obligations concerning technological evolution, to meet the new objectives defined by public policy, such as the use of SFN, for the improvement use of the spectrum; the transmission of relevant information using the interactivity resource, aiming at the democratization of information; and even more serious, in the prohibition of multiprogramming to commercial broadcasters which would provide diversification in the options to the Brazilian population and that could be achieved with the encouragement of the regional and local audiovisual industry. The research we do in this thesis points out two main conclusions: that in the digitization of the terrestrial television the value chain was maintained, that is, the transmission was digitalized, but the rendering of the service continues as the analog model; and that the regulation has not forced or determined the use of the technical potential of ISDB-T/Tb, largely by the technical division between Anatel and MCTIC.

(10)

PUBLICAÇÕES DO AUTOR

E. L. CHUMA, Y. IANO, P. E. R. CARDOSO, H. J. LOSCHI, and D. A. P. PAJUELO “Design of Stepped Impedance Microstrip Low-Pass Filter for Coexistence of TV Broadcasting and LTE Mobile System Close to 700 MHz” in SET International Journal of Broadcast Engineering, São Paulo, 2018.

ISSN: 2446-9246 http://dx.doi.org/10.18580/setijbe.2018.7

D. A. P. PAJUELO, Y. IANO, P. E. R. CARDOSO, R. BARBIERI, D. IZARIO, E. L. CHUMA, and S. R. M. DE CARVALHO “A Technical Study on Cooperative Structure of a Hybrid Network for Video Content Delivery” in SET International Journal of Broadcast Engineering, São Paulo, 2018.

ISSN: 2446-9246 http://dx.doi.org/10.18580/setijbe.2018.2

P. E. R. CARDOSO, Y. IANO, S. R. M. DE CARVALHO, H. J. LOSCHI, F. G. S. MAGIN, D. A. P. PAJUELO. and L. A. S. FERREIRA,, “Reasons for SFN Failure in Broadcast” in SET International Journal of Broadcast Engineering, São Paulo, 2017.

ISSN: 2446-9246 - http://dx.doi.org/10.18580/setijbe.2017.10

D. A. P. PAJUELO, Y. IANO, P. E. R. CARDOSO, F. C. CABELLO, J. LEON, R. BARBIERI, D. IZARIO and B. IZARIO “A Technical Study on the Transmission of HDR Content over a Broadcast Channel” in SET International Journal of Broadcast Engineering, São Paulo, 2017.

ISSN: 2446-9246 - http://dx.doi.org/10.18580/setijbe.2017.4

H. J. LOSCHI, L. A. S. FERREIRA, Y. IANO, D. A. NASCIMENTO, P. E. R. CARDOSO, S. R. M. DE CARVALHO, and F. D. CONTE, “EMC Evaluation of Off-Grid and Grid-Tied Photovoltaic Systems for the Brazilian Scenario” in 2017 International Conference on Energy Economics and Energy Policy, Berlim, 2017.

ISSN: 1793-821X - http://doi.org/10.18178/jocet.2018.6.2.447

H. J. LOSCHI, L. A. S. FERREIRA, Y. IANO, S. R. M. DE CARVALHO, P. E. R. CARDOSO, and D. A. NASCIMENTO, “Evaluation of Solar Position and Angle of Incidence Calculation of the DIN5034 and NREL SOLPOS Algorithms” in Brazilian Technology Symposium, Campinas, 2016.

ISSN: 2447-8326

D. PAJUELO, P. E. R. CARDOSO, R. BARBIERI, S. CARVALHO and Y. IANO, “Proposal for Broadcast High Dynamic Range Content Transmission” in 5th IEEE Global Conference on Consumer Electronics, Kyoto, 2016.

(11)

P. E. R. CARDOSO, and Y. IANO, “How the TV Networks Affect the Audience Experience” in The 20th IEEE International Symposium on Consumer Electronics, São Paulo, 2016.

ISBN: 978-1-5090-1550-4 - https://doi.org/10.1109/ISCE.2016.7797375

P. E. R. CARDOSO, Y. IANO, D. A. PAJUELO. and R. O. BARBIERI, “We Measured and Have Expanded the Space for More Services in Digital Television” in SET International Journal of Broadcast Engineering, São Paulo, 2016.

ISSN: 2446-9246 - http://dx.doi.org/10.18580/setijbe.2016.10

D. A. P. CASTRO, P. E. R. CARDOSO, R. O. BARBIERI, and Y. IANO, “High Dynamic Range Content in ISDB-Tb System” in SET International Journal of Broadcast Engineering, São Paulo, 2016.

ISSN: 2446-9246 - http://dx.doi.org/10.18580/setijbe.2016.4

Y. IANO, A. DUEÑAS, A. MORETTI, C. A. MAKLUF, D. PAJUELO, E. CAMARGO, J. HERMES, J. LEÓN, P. E. R. CARDOSO, S. R. M. DE CARVALHO, and T. C. LUSTOSA, “What Will 5G Be ? Trends for nanotechnology , video systems , networks management , radio frequency , spectrum management, and regulation in Brazil” in Brazilian technology Symposium, Campinas, 2015.

ISSN: 2447-8326

P. E. R. CARDOSO, Y. IANO, J. LEON, R. F. PINHEIRO, and T. V. SILVA, “Improvement in broadcasting coverage by installation characteristics” in 2015 SBMO/IEEE MTTS International Microwave and Optoelectronics Conference (IMOC), Porto de Galinhas, 2015. Electronic ISBN: 978-1-4673-9492-5 - https://doi.org/10.1109/IMOC.2015.7369196

P. E. R. CARDOSO, Y. IANO, S. R. M. CARVALHO, H. J. LOSCHI, R. F. PINHEIRO, and T. V. SILVA, “Técnicas de Projeto para Atendimento aos Requisitos de Cobertura de

Estações de FM” Set Expo Proceedings, São Paulo, 2015.

(12)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 2-1 - Exemplo de Fotogramas ... 34

Figura 2-2 - Evolução da Quantidade de Salas de Exibição no Brasil ... 35

Figura 2-3 - Evolução do Público no Cinema no Brasil ... 36

Figura 2-4 - Evolução da Renda no Cinema no Brasil ... 36

Figura 2-5 - Diagrama da Conversão da Luz de um Objeto em um Pixel na Tela do Televisor ... 37

Figura 2-6 - Destaque do Pixel da Tela do Televisor ... 38

Figura 2-7 - Padrão de Irradiação de um Satélite sobre o Brasil ... 40

Figura 2-8 - Evolução dos Assinantes do SeAC ... 43

Figura 2-9 - Evolução da Quantidade de Títulos lançados em Mídia Física ... 45

Figura 2-10 - Penetração de Vídeo por Demanda em Diversos Países... 47

Figura 2-11 - Receitas do Vídeo por Demanda em Diversos Países ... 47

Figura 2-12 - Percentuais de Cumprimento de cada Índice de Qualidade - SeAC ... 51

Figura 2-13 - Percentuais de Cumprimento de cada Índice de Qualidade - SMP ... 53

Figura 2-14 - Percentuais de Cumprimento de cada Índice de Qualidade - SCM ... 55

Figura 2-15 - Percentual de Domicílios que possuem TICs, por Dispositivo... 59

Figura 2-16 - Divisão do Consumo de Televisão Linear e Vídeo por Demanda ... 60

Figura 2-17 - Tempo de Procura e Tempo de Consumo ... 61

Figura 2-18 - Evolução do Percentual de Televisores Ligados ... 62

Figura 2-19 - Percentual de Televisores Ligados Consumindo Televisão ... 62

Figura 2-20 - Audiência da Televisão ... 63

Figura 2-21 - Resposta sobre a Fonte de Informação ... 64

Figura 2-22 - Quantidade de Anunciantes por Mídia ... 64

Figura 3-1 - Diagrama de uma Emissora de Radiodifusão ... 67

Figura 3-2 - Efeito do Relevo na Propagação ... 69

Figura 3-3 - Geometria da Linha de Visada ... 70

Figura 3-4 - Mancha Simulada de uma Estação de Radiodifusão ... 72

Figura 3-5 - Camadas de Compressão, Multiplexação e Transporte ... 75

Figura 3-6 - Estrutura do Transport Stream ... 76

Figura 3-7 - Distribuição Mundial dos Padrões de TV Digital... 77

Figura 3-8 - Portadoras OFDM ... 83

Figura 3-9 - Modulação (a) e Constelação (b) - 16QAM ... 84

Figura 3-10 - Diagrama Funcional do ISDB-T ... 84

Figura 3-11 - Intervalo de Guarda no Símbolo OFDM ... 85

Figura 3-12 - Diagrama Gerador da Codificação Convolucional ... 87

Figura 3-13 - Diagrama do Embaralhamento de bit ... 88

Figura 3-14 - Exemplo do Embaralhamento em Frequência ... 88

Figura 3-15 - Performance ao Ruído Impulsivo do ATSC, DVB e ISDB ... 89

(13)

Figura 3-17 - Canais Relevantes na Canalização Digital ... 91

Figura 3-18 - Mascara de Emissões de um Canal Digital... 92

Figura 3-19 - Dividendo Digital (canais 52 a 69) ... 93

Figura 3-20 - Divisão do Canal em Segmentos ... 94

Figura 3-21 - Agrupamento dos Segmentos em Camadas Hierárquicas ... 99

Figura 3-22 - Recepção Parcial ... 100

Figura 3-23 - Rede de Frequência Única - TX-TX e TX-GF ... 102

Figura 3-24 - Comparativo entre a Potência com um Único Transmissor e com a SFN ... 103

Figura 3-25 - Resoluções de Imagem no ISDB-T/Tb ... 105

Figura 3-26 - Possibilidades de Transmissão de Vídeo em 3D ... 106

Figura 3-27 - Exemplos de Multiprogramação ... 107

Figura 3-28 - Diagrama do EWBS ... 111

Figura 3-29 - Ativação do Televisor pelo EWBS ... 111

Figura 3-30 - Exemplo de Transmissão de Dados em Canais Japoneses ... 112

Figura 3-31 - Exemplo de EPG ... 113

Figura 3-32 - Possibilidades de Aplicações Interativas ... 114

Figura 3-33 - Diagrama Funcional do Ginga ... 115

Figura 4-1 - Exemplo de Viabilidade entre Canais de Televisão ... 141

Figura 4-2 - Estudo de Viabilidade pelo Método Ponto-a-Ponto ... 142

Figura 4-3 - Situação de Interferência Mútua entre Canais ... 142

Figura 4-4 - Enquadramento das Características Técnicas do Projeto ao Plano Básico ... 148

Figura 4-5 - Competência de Outorga - Anatel e MCTIC ... 150

Figura 4-6 - Cobertura das 10 Classes do Serviço FM ... 152

Figura 4-7 - Contornos de Serviço de uma Estação Analógica ... 153

Figura 4-8 - Simulação de uma Cobertura de TV Digital - Mancha de Cobertura e Contorno Protegido ... 154

Figura 4-9 - Cobertura de uma Estação Geradora (a) e de várias Estações Retransmissoras (b) ... 155

Figura 4-10 - Cobertura de uma Única Programação por diversas TVs e RTVs ... 155

Figura 4-11 - Demanda de Fiscalização de Radiodifusão na Anatel ... 159

Figura 4-12 - Competência de Fiscalização - Anatel e MCTIC ... 160

Figura 5-1 - Pontos de Medição Planejados - São Gabriel ... 165

Figura 5-2 - Pontos de Medição Planejados - Castelo ... 166

Figura 5-3 - Pontos de Medição Urbanos (a) - Radiais (b) ... 167

Figura 5-4 - Canais TVD em Campinas/SP, em 08/09/2016 ... 167

Figura 5-5 - Cobertura Simulada do Canal 16 ... 169

Figura 5-6 - Cobertura Simulada do Canal 32 ... 169

Figura 5-7 - Cobertura Simulada do Canal 38 ... 170

Figura 5-8 - Cobertura Simulada do Canal 44 ... 170

Figura 5-9 - Cobertura Simulada do Canal 54 ... 171

Figura 5-10 - 135 Pontos Medidos ... 172

(14)

Figura 5-12 - Configuração de Medição em Campo - DIVICATCH (a) - Antena (b) ... 173

Figura 5-13 - Apontamento da Antena - Dados do ponto (a) - Apontamento da Bússola (b) ... 174

Figura 5-14 - Artefatos de Vídeo - Fantasmas (a) - Arrasto (b) - Tela Preta (c) - Blocagem (d) ... 176

Figura 5-15 - Distribuição das Notas ... 178

Figura 5-16 - Distribuição das Notas por Canal ... 178

Figura 5-17 - Avaliação do Audiovisual para o Canal 16 ... 179

Figura 5-18 - Avaliação do Audiovisual para o Canal 32 ... 179

Figura 5-19 - Avaliação do Audiovisual para o Canal 38 ... 180

Figura 5-20 - Avaliação do Audiovisual para o Canal 44 ... 180

Figura 5-21 - Avaliação do Audiovisual para o Canal 54 ... 181

Figura 5-22 - Pontos com a Recepção sem Artefatos do Canal 16 - Camada A (a) - Camada B (b) ... 181

Figura 5-23 - Pontos com a Recepção sem Artefatos do Canal 32 - Camada A (a) - Camada B (b) ... 182

Figura 5-24 - Pontos com a Recepção sem Artefatos do Canal 38 - Camada A (a) - Camada B (b) ... 182

Figura 5-25 - Pontos com a Recepção sem Artefatos do Canal 44 - Camada A (a) - Camada B (b) ... 183

Figura 5-26 - Pontos com a Recepção sem Artefatos do Canal 54 - Camada A (a) - Camada B (b) ... 183

Figura 5-27 - Relação da Intensidade de Campo Elétrico com as Notas do Audiovisual - Canal 16 ... 185

Figura 5-28 - Dispersão da Intensidade de Campo Elétrico pela Distância - Canal 16 ... 185

Figura 5-29 - Relação da Intensidade de Campo Elétrico com as Notas do Audiovisual - Canal 32 ... 186

Figura 5-30 - Dispersão da Intensidade de Campo Elétrico pela Distância - Canal 32 ... 186

Figura 5-31 - Relação da Intensidade de Campo Elétrico com as Notas do Audiovisual - Canal 38 ... 187

Figura 5-32 - Dispersão da Intensidade de Campo Elétrico pela Distância - Canal 38 ... 187

Figura 5-33 - Relação da Intensidade de Campo Elétrico com as Notas do Audiovisual - Canal 44 ... 188

Figura 5-34 - Dispersão da Intensidade de Campo Elétrico pela Distância - Canal 44 ... 188

Figura 5-35 - Relação da Intensidade de Campo Elétrico com as Notas do Audiovisual - Canal 54 ... 189

Figura 5-36 - Dispersão da Intensidade de Campo Elétrico pela Distância - Canal 54 ... 189

Figura 5-37 - Relação da C/N com as Notas do Audiovisual - Canal 16 ... 191

Figura 5-38 - Dispersão da C/N pela Distância - Canal 16 ... 191

Figura 5-39 - Relação da C/N com as Notas do Audiovisual - Canal 32 ... 192

Figura 5-40 - Dispersão da C/N pela Distância - Canal 32 ... 192

Figura 5-41 - Relação da C/N com as Notas do Audiovisual - Canal 38 ... 193

Figura 5-42 - Dispersão da C/N pela Distância - Canal 38 ... 193

Figura 5-43 - Relação da C/N com as Notas do Audiovisual - Canal 44 ... 194

Figura 5-44 - Dispersão da C/N pela Distância - Canal 44 ... 194

Figura 5-45 - Relação da C/N com as Notas do Audiovisual - Canal 54 ... 195

Figura 5-46 - Dispersão da C/N pela Distância - Canal 54 ... 195

Figura 5-47 - Degradação da MER 30,54 dB (a) - 15,96 dB (b) - 3,30 dB (c) ... 197

Figura 5-48 - Relação da MER com as Notas do Audiovisual - Canal 16 ... 199

Figura 5-49 - Dispersão da MER pela Distância - Canal 16 ... 199

Figura 5-50 - Relação da MER com as Notas do Audiovisual - Canal 32 ... 200

(15)

Figura 5-52 - Relação da MER com as Notas do Audiovisual - Canal 38 ... 201

Figura 5-53 - Dispersão da MER pela Distância - Canal 38 ... 201

Figura 5-54 - Relação da MER com as Notas do Audiovisual - Canal 44 ... 202

Figura 5-55 - Dispersão da MER pela Distância - Canal 44 ... 202

Figura 5-56 - Relação da MER com as Notas do Audiovisual - Canal 54 ... 203

Figura 5-57 - Dispersão da MER pela Distância - Canal 54 ... 203

Figura 5-58 - Pontos de Avaliação SFN ... 205

Figura 5-59 - Avaliação do Intervalo de Guarda - com sincronismo (a) - sem sincronismo (b) ... 208

Figura 5-60 - Análise da Taxa de Dados do Canal 61 ... 211

Figura 5-61 - Comparativo entre as Otimizações da Sobra da Taxa de Dados ... 217

Figura 5-62 - Quantidade de Canais TVD por Rede de Televisão ... 220

Figura 5-63 - Quantidade Municípios com Canais TVD ... 221

Figura 5-64 - Quantidade de Canais TVD por Município ... 221

Figura 5-65 - Distribuição das Redes na Cobertura das Regiões do Brasil ... 222

Figura 5-66 - Distribuição das Sedes por Estado... 223

Figura 6-1 - Exemplo de Cobertura por SFN ... 243

(16)

LISTA DE TABELAS

Tabela 3-1 - Parâmetros do Sistema de Transmissão ... 96

Tabela 3-2 - Parâmetros do Segmento OFDM ... 97

Tabela 3-3 - Taxa de Dados de um Único Segmento ... 98

Tabela 3-4 - Parâmetros de Transmissão e C/N Requerida (dB) ... 98

Tabela 3-5 - Atrasos e Distâncias Máximas em SFN ... 103

Tabela 4-1 - Classificação das Estações de TV Digital - VHF ... 143

Tabela 4-2 - Classificação das Estações de TV Digital - UHF ... 143

Tabela 4-3 - Quantidade de Canais nos Planos Básicos ... 143

Tabela 4-4 - Estimativa de Geradoras de TV por Município - ABERT ... 144

Tabela 4-5 - Limites de Emissoras por Entidade ... 151

Tabela 5-1 - Características dos Canais Avaliados ... 168

Tabela 5-2 - Fatores de Correção da Intensidade de Campo Elétrico ... 175

Tabela 5-3 - Qualidade do Audiovisual Recebido ... 177

Tabela 5-4 - Avaliação dos Parâmetros dos Canais para SFN ... 206

Tabela 5-5 - Avaliação dos Atrasos para SFN ... 209

Tabela 5-6 - Serviços Transmitidos em cada Canal... 211

Tabela 5-7 - Taxa de Dados de cada Serviço ... 212

Tabela 5-8 - Comparativo entre Taxa Utilizada e Taxa Configurada ... 213

Tabela 5-9 - Otimização pela Redução da Taxa do Conteúdo HD ... 214

Tabela 5-10 - Otimização pela Alteração dos Parâmetros de Transmissão ... 215

Tabela 5-11 - Otimização pela Alteração das Camadas Hierárquicas ... 216

Tabela 5-12 - Quantidade de Canais TVD por Rede de Televisão ... 219

Tabela 5-13 - Municípios com mais Canais TVD ... 222

Tabela 5-14 - Distribuição das Sedes por Município... 223

Tabela 5-15 - Horas de Programação de Rede, Estadual e Local ... 225

Tabela 6-1 - Centralizar a Regulação na Anatel ... 233

Tabela 6-2 - Centralizar a Regulação no MCTIC ... 234

Tabela 6-3 - Não Alterar a Divisão da Regulação ... 235

Tabela 6-4 - Alterar a outorga de RTV para TV ... 240

Tabela 6-5 - Percentual de Inserção de Programação pelas RTVs ... 240

Tabela 6-6 - Toda Programação Inserida pelas RTVs ... 241

Tabela 6-7 - Estações SFN usando Multiprogramação ... 241

Tabela 6-8 - Não alterar o Serviço de RTV ... 242

Tabela 6-9 - Transmissão de Notícias por meio da Interatividade... 245

Tabela 6-10 - Liberdade do Uso da Taxa de Dados ... 246

Tabela 6-11 - Segmentação dos Canais Virtuais ... 248

Tabela 6-12 - Sequência dos Canais Virtuais por Rede ... 249

(17)

Tabela 6-14 - Não Padronizar a Numeração do Canal Virtual ... 251

Tabela 6-15 - Fiscalizar Apenas Cobertura e Interferências ... 254

Tabela 6-16 - Complementar a Fiscalização com Cobertura e Interferências ... 255

Tabela 6-17 - Manter a Fiscalização da Infraestrutura das Estações ... 255

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

2K Resolução de 2.048 x 1.080 pixels

3D Três Dimensões

4K Resolução de 4.096 x 2.160 pixels

8K Resolução de 7.680 x 4.320 pixels

ABERT Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ADSL Asymmetrical Digital Subscriber Line

AIR Análise de Impacto Regulatório

Anatel Agência Nacional de Telecomunicações

Ancine Agência Nacional do Cinema

Aneel Agência Nacional de Energia Elétrica

APL Aprovação de Local e Equipamentos

ARIB Association of Radio Industries and Businesses

ART Anotação de Responsabilidade Técnica

ATSC Advanced Television Systems Committee

AWGN Additive White Gaussian Noise

BML Broadcast Markup Language

BPSK Binary Phase Shift Keying

BST-COFDM Band Segmented Transmission Coded Orthogonal Frequency Division

Multiplex

BTS Broadcast Transpor Stream

CADE Conselho Administrativo de Defesa Econômica

CBT Código Brasileiro das Telecomunicações

CDMA Code Division Multiple Access

CN Congresso Nacional

COFDM Coded Orthogonal Frequency Division Multiplexing

CP Consulta Pública

CRT Cathode Ray Tube

C/N Relação Portadora - Ruído

dB Decibel

DBPSK Differential Binary Phase Shift Keying

dBμV/m Unidade da Intensidade de Campo Elétrico

(19)

DF Diretrizes de Fiscalização

DMB Digital Multimedia Broadcasting

DQPSK Differential Quadrature Phase Shift Keying

DTH Direct to the Home

DVB Digital Video Broadcasting

DVD Digital Video Disc

DVI Digital Video Interface

EBC Empresa Brasil de Comunicação

EC Emenda Constitucional

ED Extended Definition: 1.280 x 720 pixels

EPG Electronic Programming Guide

ERP Effective Radiated Power

EWBS Emergency Warning Broadcast System

FEC Forward Error Corrector

FEEC Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação

FFT Fast Fourier Transform

FIR Finite Impulse Response

FM Serviço de Radiodifusão Sonora em Frequência Modulada

FTTH Fiber to the Home

FVOD Free Video on Demand

GF Galois Field

HD High Definition: 1.920 x 1.080 pixels

HDMI High Definition Multimedia Interface

HDR High Dynamic Range

HDTV Televisão em Alta Definição

HEVC High Efficiency Video Coding

HNMT Altura sobre o Nível Médio do Terreno

HSPA High Speed Packet Access

H.264 Padrão de Compressão de Vídeo, baseado MPEG-4 – part 10

IG Intervalo de Guarda

IP Internet Protocol

ISDB-T/Tb Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial (versão a e b)

LCD Liquid Crystal Display

LDM Layered Division Multiplexing

(20)

LED Light Emitting Diode

LGT Lei Geral das Telecomunicações

LTE Long Term Evolution

MCTIC Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações

MER Modulation Error Ratio

MFN Multiple Frequency Network

MIMO Multiple Input Multiple Output

MMDS Multichannel Multipoint Distribution Service

MOOH Midia Out Of Home

MOS Mean Opinion Score

MPEG Moving Picture Expert Group

MUSE Multiple sub-Nyquist Sampling Encoding

NCL Nested Context Language

NMT Nível Médio do Terreno

NTSC National Television System Committee

OC Serviço de Radiodifusão Sonora em Onda Curta

OCA Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual

OFDM Orthogonal Frequency Division Multiplexing

OLED Organic Light Emitting Diode

OM Serviço de Radiodifusão Sonora em Onda Média

OT Serviço de Radiodifusão Sonora em Onda Tropical

OTT Over the Top

PADO Procedimento para Apuração de Descumprimento de Obrigações

PAF Plano Anual de Fiscalização

PAI Processo de Apuração de Infração

PAL Phase Alternating Line

PAT Program Association Table

PBFM Plano Básico de Frequência Modulada

PBOC Plano Básico de Onda Curta

PBOM Plano Básico de Onda Média

PBOT Plano Básico de Onda Tropical

PBRTV Plano Básico de Retransmissão de TV

PBRTVD Plano Básico de Retransmissão de TV Digital

PBTV Plano Básico de Televisão

(21)

PES Packetized Elementary Streams

PID Packet Identifier

PIP Picture in Picture

PMT Program Map Table

PNO Plano Nacional de Outorga

POF Plano Operacional de Fiscalização

PPDESS Preço Público pelo Direito de Exploração de Serviços de Telecomunicações

e pelo Direito de Exploração de Satélite

PR Presidência da República

PRRadCom Plano de Referência de Radiodifusão Comunitária

QAM Quadrature Amplitude Modulation

QPSK Quadrature Phase Shift Keying

RF Radiofrequência

RNI Radiação Não-Ionizante

RpTV Serviço de Repetição de Televisão

RS Reed-Solomon

RSR Regulamento dos Serviços de Radiodifusão

RTV Serviço de Retransmissão de TV

RTVD Serviço de Retransmissão de TV Digital

SAP Second Audio Program

SARC Serviços Auxiliares de Radiodifusão e Correlatos

SBTVD Sistema Brasileiro de Televisão Digital

SCM Serviço de Comunicação Multimídia

SD Standard Definition: 640 x 480 pixels

SDTV Televisão em Definição Padrão

SeAC Serviço de Acesso Condicionado

SECAM Séquentiel Couleur à Mémoire

SFN Single Frequency Network

SIGAnatel Sistema de Informações Geográficas da Anatel

SLP Serviço Limitado Privado

SMP Serviço Móvel Pessoal

SNJ Secretaria Nacional de Justiça

STFC Serviço Telefônico Fixo Comutado

SVA Serviço de Valor Adicionado

(22)

TFF Taxa de Fiscalização de Funcionamento

TFI Taxa de Fiscalização de Instalação

TIC Tecnologias da Informação e Comunicação

TMCC Transmission and Multiplexing Configuration Control

TS Transport Stream

TV Serviço de Radiodifusão de Sons e Imagens

TVA Serviço de Televisão por Assinatura

TVD Serviço de Radiodifusão de Sons e Imagens Digital

TVOD Transactional Video on Demand

TV-C Televisão a Cabo

TV-S Televisão por Satélite

TV-T Televisão Terrestre

UHF Ultra High Frequency

UIT União Internacional das Telecomunicações

UMTS Universal Mobile Telecommunication System

Unicamp Universidade Estadual de Campinas

VHF Very High Frequency

VHS Video Home System

VoD Video on Demand

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 27 1.1 MOTIVAÇÕES E OBJETIVOS ... 28 1.2 METODOLOGIA ... 29 1.3 ESTRUTURA DA TESE ... 31 2. CONTEÚDO AUDIOVISUAL, PLATAFORMAS DE DISTRIBUIÇÃO E OS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES ... 32

2.1 CONTEÚDO AUDIOVISUAL ... 32 2.2 PLATAFORMAS DE DISTRIBUIÇÃO... 33 2.2.1 Cinema ... 34 2.2.2 Televisão - TV ... 36 2.2.2.1 Televisão Terrestre (Radiodifusão) ... 38 2.2.2.2 TV por Satélite ... 39 2.2.2.3 Televisão a Cabo ... 41 2.2.2.4 Televisão por Assinatura ... 42 2.2.3 Vídeo Doméstico ... 43 2.2.4 Vídeo por Demanda ... 45 2.3 SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES ... 48 2.3.1 Serviço de Radiodifusão de Sons e Imagens (TV) ... 48 2.3.2 Serviço de Acesso Condicionado (SeAC) ... 49 2.3.3 Serviço Móvel Pessoal (SMP) ... 52 2.3.4 Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) ... 53 2.3.5 Serviço de Valor Adicionado (SVA) ... 56 2.4 CONVERGÊNCIA E RELEVÂNCIA DAS PLATAFORMAS DE DISTRIBUIÇÃO ... 57 2.4.1 Convergência ... 57 2.4.2 Relevância da Televisão Terrestre ... 59 3. TELEVISÃO TERRESTRE ... 66 3.1 TRANSMISSÃO DE CONTEÚDO POR RADIOFREQUÊNCIA ... 67 3.2 DIGITALIZAÇÃO DA TELEVISÃO TERRESTRE ... 73 3.2.1 Principais Padrões de Televisão Terrestre Digital no Mundo ... 78 3.2.1.1 Advanced Television Systems Committee - ATSC... 78 3.2.1.2 Digital Video Broadcasting - DVB ... 78 3.2.1.3 Integrated Services Digital Broadcasting - ISDB ... 79 3.2.1.4 Digital Multimedia Broadcasting - DMB ... 80 3.2.2 Segunda Geração de Televisão Terrestre Digital ... 81 3.3 BENEFÍCIOS TECNOLÓGICOS DO ISDB-T/TB ... 82 3.3.1 Imunidade à Interferências ... 82

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3.3.1.1 Intervalo de Guarda ... 85 3.3.1.2 Codificação Reed-Solomon - Codificação Externa ... 86 3.3.1.3 Codificação Convolucional - Codificação Interna ... 87 3.3.1.4 Bit e Byte Interleaving ... 87 3.3.1.5 Frequency Interleaving ... 88 3.3.1.6 Time Interleaving ... 89 3.3.2 Eficiência Espectral ... 90 3.3.2.1 Canalização Eficiente ... 90 3.3.2.2 Máscara de Emissões ... 92 3.3.2.3 Dividendo Digital ... 93 3.3.3 Transmissão Segmentada ... 94 3.3.3.1 Parâmetros de Transmissão Flexíveis ... 95 3.3.3.2 Transmissão Hierárquica ... 99 3.3.3.3 Recepção Parcial ... 100 3.3.4 Recepção Móvel ... 101 3.3.5 Rede de Frequência Única ... 101 3.3.6 MPEG-4 - H.264 ... 103 3.3.7 Qualidade do Audiovisual ... 104 3.3.7.1 Alta Definição ... 104 3.3.7.2 Vídeo em 3D ... 105 3.3.7.3 Áudio Multicanal ... 106 3.3.8 Multiprogramação ... 107 3.3.9 Canal Virtual ... 108 3.3.10 Acesso Condicionado ... 108 3.3.11 Proteção Contra Cópias ... 109 3.3.12 Vários Serviços ... 110 3.3.13 EWBS ... 110 3.3.14 Transmissão de Dados ... 112 3.3.14.1 Interatividade ... 113 3.3.14.1.1 Ginga ... 114 3.3.14.2 Acessibilidade ... 116 4. REGULAÇÃO DA RADIODIFUSÃO ... 117 4.1 CONCEITOS DE REGULAÇÃO ... 117 4.1.1 Agências Reguladoras ... 120 4.1.2 Conceitos Gerais da Regulação da Radiodifusão ... 121 4.2 REGULAÇÃO DA RADIODIFUSÃO NO BRASIL ... 123 4.2.1 Legislação ... 124 4.2.2 Entidades que Regulam a Radiodifusão no Brasil ... 131 4.2.2.1 Agência Nacional de Telecomunicações - Anatel ... 132 4.2.2.2 Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações - MCTIC ... 133

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4.2.2.3 Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE ... 134 4.2.2.4 Secretaria Nacional de Justiça - SNJ ... 135 4.2.2.5 Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual - OCA ... 136 4.2.2.6 Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT ... 136 4.2.2.7 Justiça Eleitoral ... 137 4.2.3 Organização da Regulação da Radiodifusão no Brasil ... 137 4.2.3.1 Regulamentação ... 138 4.2.3.2 Outorga ... 139 4.2.3.3 Prestação do Serviço ... 150 4.2.3.4 Fiscalização ... 157 4.2.3.5 Controle de Obrigações ... 161 5. AVALIAÇÃO DA TELEVISÃO TERRESTRE DIGITAL NO BRASIL ... 164 5.1 ASPECTOS TÉCNICOS ... 164 5.1.1 Cobertura das Estações de Televisão Terrestre Digital ... 164 5.1.1.1 Planejamento ... 165 5.1.1.2 Medições em Campo ... 171 5.1.1.3 Resultados ... 176 5.1.1.4 Rede de Frequência Única - SFN ... 204 5.1.2 Utilização da Taxa de Dados ... 210 5.1.2.1 Coleta de Dados... 210 5.1.2.2 Otimização da Taxa de Dados ... 213 5.2 ASPECTOS DE CONTEÚDO ... 218 5.2.1 Redes de Televisão no Brasil ... 218 5.2.1.1 Distribuição Geográfica das Geradoras de Televisão ... 220 5.2.1.2 Conteúdo Local na Programação das Redes ... 224 6. AVALIAÇÃO E PROPOSTAS PARA REGULAÇÃO DE RADIODIFUSÃO ... 226 6.1 AVALIAÇÃO DA REGULAÇÃO DA RADIODIFUSÃO ... 226 6.2 PROPOSTAS DE ALTERAÇÃO NA REGULAÇÃO DA RADIODIFUSÃO ... 230 6.2.1 Centralizar a Regulação da Radiodifusão ... 231 6.2.1.1 Descrição... 231 6.2.1.2 Opções ... 233 6.2.1.3 Melhor Opção ... 235 6.2.1.4 Legislação e Normas Alteradas ... 236 6.2.2 Alterar o Serviço de RTV ... 236 6.2.2.1 Descrição... 236 6.2.2.2 Opções ... 239 6.2.2.3 Melhor Opção ... 242 6.2.2.4 Legislação e Normas Alteradas ... 244 6.2.3 Inserir Textos Noticiosos por meio da Interatividade ... 244

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6.2.3.1 Descrição... 244 6.2.3.2 Opções ... 245 6.2.3.3 Melhor Opção ... 246 6.2.3.4 Legislação e Normas Alteradas ... 246 6.2.4 Uniformizar o Uso do Canal Virtual ... 247 6.2.4.1 Descrição... 247 6.2.4.2 Opções ... 250 6.2.4.3 Melhor Opção ... 251 6.2.4.4 Legislação e Normas Alteradas ... 251 6.2.5 Fiscalizar Cobertura e Interferências ... 252 6.2.5.1 Descrição... 252 6.2.5.2 Opções ... 254 6.2.5.3 Melhor Opção ... 255 6.2.5.4 Legislação e Normas Alteradas ... 257 6.2.6 Indicadores de Qualidade para a Televisão Terrestre Digital ... 257 6.2.6.1 Cobertura... 258 6.2.6.2 Eficiência ... 259 6.2.6.3 Programação ... 261 6.2.6.4 Metas... 262 7. CONCLUSÕES ... 264 7.1 TRABALHOS FUTUROS ... 267 REFERÊNCIAS ... 268 APÊNDICES ... 280 APÊNDICE A - DADOS DAS MEDIÇÕES DE CAMPO DOS CANAIS AVALIADOS EM

CAMPINAS/SP ... 281 APÊNDICE B - PLANO BÁSICO DE TELEVISÃO DIGITAL - PBTVD MODIFICADO COM A INCLUSÃO DA REDE ... 306 APÊNDICE C - ENDEREÇOS ELETRÔNICOS DAS REDES DE TELEVISÃO ... 325 APÊNDICE D - DISTRIBUIÇÃO ESTADUAL DAS REDES DE TELEVISÃO ... 328

(27)

1. INTRODUÇÃO

Academicamente o tema televisão digital vem sendo estudado há bastante tempo. Desde a década de 1970 diversas técnicas de telecomunicações e de processamento de sinais, tais como quantização, compressão de vídeo, modulação, códigos corretores de erro, etc. têm sido estudadas para aplicação na digitalização da televisão. Nas etapas de desenvolvimento técnico, a regulação não se faz necessária. Somente quando o sistema está robusto o suficiente para ser amplamente implantado, sem os riscos de rupturas e prejuízo às empresas e aos usuários, o Estado passa a discutir com a sociedade e propor regras para a disponibilização do serviço.

No Brasil, o serviço de televisão terrestre digital foi disponibilizado inicialmente à população do município de São Paulo/SP em 2 de dezembro de 2007. Somente em julho de 2012 o serviço estaria em operação em todas as capitais brasileiras.

Em termos legais em relação a televisão terrestre digital, o primeiro movimento do Governo Federal foi a definição do Sistema Brasileiro de Televisão Digital - SBTVD, por meio do Decreto nº 4.901/2003, que define a Política Pública com os objetivos do SBTVD e cria os Comitês de Desenvolvimento, Consultivo e um Grupo Gestor, com as finalidades de planejar e organizar a implantação da TV Digital no Brasil, tanto nos aspectos técnicos, como a escolha do padrão, bem como a gestão operacional e administrativa do sistema.

Foram desenvolvidas diversas parcerias técnico-cientificas que culminaram na formação do Fórum Brasileiro de TV Digital, responsável em grande parte por todo o desenvolvimento tecnológico que antecedeu a escolha do padrão. Diversas inovações desenvolvidas no Brasil ao longo de 2003 a 2006 sequer foram adotadas e implementadas.

Após diversos estudos e testes, inclusive um pioneiro no mundo, no qual os padrões americano, europeu e japonês foram testados e avaliados simultaneamente, o Decreto nº 5.820/2006 definiu a implantação do SBTVD, tendo como base técnica o padrão japonês ISDB-T e incorporando as inovações aprovadas pelo Comitê de Desenvolvimento. Neste Decreto, como um dos primeiros atos regulatórios sobre o serviço de televisão terrestre digital, estava a possibilidade de transmissão do conteúdo audiovisual em alta definição (HDTV) e em definição padrão (SDTV); transmissão simultânea para recepção fixa, móvel e portátil; e interatividade. Porém estes itens foram tratados como possibilidades, não como

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obrigações. Adicionalmente, foram definidas as regras para a consignação de um canal de 6 MHz, mesma largura de banda utilizada pelo serviço analógico.

No Decreto nº 5.820/2006 também foi previsto o cronograma de implantação da televisão digital, sendo determinadas as fases de transmissão dos sinais digitais; transmissão simultânea analógica e digital; e desligamento dos sinais analógicos. A partir de 2013 nenhuma nova concessão seria feita em tecnologia analógica e o desligamento total dos sinais analógicos era previsto para 2016, ou seja, a transição seria executada em 10 anos, o que de fato não ocorreu.

Desde 2006 foram editadas diversas alterações no cronograma. Atualmente (final de 2018), o processo de digitalização ainda está em andamento, sendo que ocorrem transmissões analógicas em 75% dos municípios, cobrindo cerca de 37% da população brasileira. O desligamento completo dos sinais analógicos está previsto para 2023.

Paralelamente, diversos Decretos, Portarias e Resoluções foram emitidos para regular a prestação do serviço e é neste contexto que a pesquisa apresentada nesta Tese está inserida: de avaliação da regulação em relação à implementação do serviço de televisão terrestre digital.

1.1 MOTIVAÇÕES E OBJETIVOS

A motivação desta pesquisa vem do fato que a regulação norteia a prestação dos serviços de forma que esta pode fomentar ou impedir que as inovações tecnológicas possam chegar às empresas e aos consumidores. A princípio, a regulação deve ser transparente à tecnologia, se utilizando dos princípios regulatórios que independem das diversas opções de técnicas em que o serviço possa ser prestado.

No caso da digitalização da televisão terrestre entendemos que houve uma alteração no paradigma da prestação do serviço, que passou da simples distribuição do conteúdo audiovisual à disponibilização e entrega de diversos serviços, em que destacamos principalmente a possibilidade de interatividade, pela qual diversos serviços eletrônicos podem ser ofertados aos usuários, além de possibilitar a variabilidade de conteúdos, por meio da multiprogramação. Neste caso, a alteração de paradigma acarreta a necessidade de atualização

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na regulação, pois há novos objetivos para o serviço, inclusive determinados pela Política Pública para a digitalização

Trabalhamos com a hipótese de que a implementação da televisão terrestre digital não utiliza todo o potencial técnico do padrão ISDB-T/Tb, e queremos determinar qual a contribuição da regulação nesta questão.

O objetivo deste trabalho é a avaliação de como a regulação influenciou na implementação da televisão terrestre digital no Brasil. Destacamos que o foco é a regulação editada pelo Estado e não as dificuldades enfrentadas pelas outorgadas nesse processo, referentes a questões financeiras ou técnicas quanto a digitalização, tais como diferenças regionais ou estrutura de propriedade das emissoras. Observamos as publicações de normas e regulamentos pela Anatel, MCTIC e Presidência da República para a televisão digital e mensuramos os impactos destas na prestação do serviço.

Para o atendimento do objetivo necessitamos apresentar, como objetivos intermediários: as características técnicas do padrão ISDB-T/Tb, destacando aquelas que tem mais impacto na qualidade do serviço; como a regulação da radiodifusão é executada, descrevendo os conceitos teóricos de regulação, os órgãos que tem atribuições nesta atividade econômica e as etapas que fazem parte do processo regulatório; a avaliação de como o serviço está sendo executado em uma amostra de emissoras na região de Campinas/SP; e, por fim, as propostas de alterações necessárias na regulação, principalmente voltadas para o atendimento à Política Pública.

Assim, a tese defendida neste trabalho é de que a atualização da regulação do serviço de televisão terrestre digital é necessária para melhorar a qualidade do serviço prestado aos usuários.

1.2 METODOLOGIA

Para atendermos o objetivo proposto, aplicamos a metodologia de observação das características técnicas inovadoras do padrão ISDB-T/Tb; da implementação da televisão terrestre digital com o uso destas inovações; e de que maneira a regulação tem influência na adoção das inovações, bem como no modelo de negócio do serviço.

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Utilizamos tanto métodos qualitativos quanto quantitativos nas observações e recorremos a centenas de artigos acadêmicos, dissertações, teses e monografias, sendo que nem todos constam na lista de referências bibliográficas, mas contribuíram para a ampliação do conhecimento e o esclarecimento de questões relevantes ao tema. Por particularidade do tema em estudo, realizamos a leitura de dezenas de Leis, Decretos, Portarias, Resoluções e até mesmo da Constituição Federal para que a regulação da radiodifusão fosse tratada de maneira juridicamente correta. Também utilizamos pesquisas de grandes empresas ou de institutos coletas de dados para a obtenção de informações relevantes ao nosso estudo. Adicionalmente, também nos valemos de algumas matérias jornalísticas, que ilustravam algum aspecto histórico da regulação que contribuiu no desenvolvimento deste trabalho.

Os detalhes das inovações tecnológicas do padrão ISDB-T/Tb em grande parte obtivemos nas normas ABNT/NBR 15601 a 15610, que é a documentação técnica adotada pelo MCTIC e Anatel, e imposta aos outorgados, para a prestação do serviço de televisão terrestre digital. Nestas normas estão apresentadas todas as características técnicas do ISDB-T/Tb, sendo que algumas não foram implementadas no Brasil. Destacamos durante o estudo quais inovações teriam mais impacto na qualidade da prestação do serviço, sendo que, do ponto de vista técnico, a evolução ocorre independentemente da regulação. Portanto, alguns pontos técnicos do sistema podem conflitar com a legislação brasileira.

Com o embasamento teórico da televisão terrestre digital e da regulação, desenvolvemos alguns testes de campo para avaliar principalmente aspectos de cobertura, de prestação de serviço e de programação. Por questões logísticas, realizamos toda a avaliação nas emissoras digitais no município de Campinas/SP, porém entendemos que esta pequena amostra pode sim refletir as condições da implementação da televisão terrestre digital em todo o país.

Confrontamos os resultados com a regulação, principalmente buscando obrigações em relação a adoção das inovações tecnológicas do ISDB-T/Tb, e assim pudemos avaliar o impacto da regulação na implementação da televisão terrestre digital. Observamos que existem lacunas regulatórias que, se aplicadas, poderiam ter ampliado a qualidade do serviço prestado.

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1.3 ESTRUTURA DA TESE

Esta Tese está dividida em 7 Capítulos. Neste primeiro Capítulo apresentamos as motivações e objetivos da pesquisa realizada, a metodologia empregada, além da hipótese e tese defendida.

No Capítulo 2 apresentamos os conceitos de conteúdo audiovisual, das plataformas de distribuição, dos serviços de telecomunicações necessários, apresentando principalmente que a televisão terrestre ainda tem relevância como plataforma de distribuição de conteúdo audiovisual.

Descrevemos no Capítulo 3 a televisão terrestre, bem como os benefícios tecnológicos do padrão ISDB-T/Tb, adotado no Brasil para a digitalização, destacando as inovações desenvolvidas e aplicadas no Brasil ao padrão japonês.

Conceituamos a regulação de serviços e especificamente a regulação da radiodifusão, passando pelas entidades que a executam e a organização da regulação da radiodifusão no Capítulo 4. Nos Capítulos 2, 3 e 4 fundamentamos o conhecimento necessário para avaliar o impacto que a regulação tem sobre a qualidade da prestação da televisão terrestre com a digitalização.

No Capítulo 5 apresentamos as avaliações da televisão terrestre digital, tanto em aspectos de cobertura: parâmetros elétricos, SFN, taxa de dados; quanto os de conteúdo: redes de televisão, distribuição geográfica das redes de televisão e o percentual de programação local.

Com a fundamentação das plataformas de distribuição de conteúdo audiovisual, a televisão terrestre e a regulação, adicionadas as avaliações realizadas, avaliamos e propomos alterações na regulação da radiodifusão, que descrevemos no Capítulo 6, onde destacamos a Política Pública definida com a digitalização, ponderando se esta ainda é pertinente como um todo, e como as propostas apresentadas podem contribuir com as que ainda são.

As conclusões deste trabalho e algumas propostas de trabalhos futuros estão no Capítulo 7. Por fim, nos Apêndices A à D, disponibilizamos os resultados que obtivemos na etapa de avaliação da televisão terrestre, que não pudemos inserir ao longo do texto do Capítulo 5.

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2. CONTEÚDO AUDIOVISUAL, PLATAFORMAS DE DISTRIBUIÇÃO E OS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES

2.1 CONTEÚDO AUDIOVISUAL

A definição que o Dicionário Houaiss dá ao termo audiovisual, “qualquer comunicação, mensagem, recurso, material etc. que se destina a ou visa estimular os sentidos da audição e da visão simultaneamente”, não se encaixaria na primeira exibição de cinema, em 28 de dezembro de 1895, em Paris pelos irmãos Lumière, pois neste momento o cinema não tinha sons, portanto apenas o sentido da visão fora estimulado, ainda que somente no modo monocromático. Desde esta primeira exibição, captada em rolos de película, aos milhões de vídeos disponibilizados digitalmente na internet por usuários de todo mundo, o audiovisual passou por diversos meios de captura, processamento, armazenamento e distribuição, para chegar ao telespectador.

Podemos classificar um conteúdo audiovisual nas seguintes categorias: filmes, entretenimento, educativo, jornalísticos, publicidade e conteúdo gerado pelo usuário. Filmes são produções cinematográficas, séries, novelas, ou seja, conteúdos em que uma história, fictícia ou não, é contada por meio de atores encenando situações. Entretenimento apresentam shows de auditório, entrevistas, programas de variedades, humorísticos, infantis, premiações, comentários, etc. Educativos são os conteúdos que visam a transmissão de conhecimento e aprendizagem, podendo ser gerais ou específicos, tais como programas de capacitação profissional ou para desenvolvimento de habilidades. Jornalísticos são produções em que fatos, que acontecem independentemente da vontade ou interferência dos produtores, são coletados, investigados, analisados e apresentados, podendo ser locais, regionais, nacionais e internacionais, porém de relevância para o público que consome este conteúdo, incluindo os eventos esportivos. Publicidade são os conteúdos onde são apresentadas empresas, produtos ou serviços com finalidade promocional e de divulgação. Por fim, e muito crescente nos últimos anos, devido ao acesso a tecnologias para produção de baixo custo e distribuições gratuitas, o conteúdo gerado pelo usuário, em que qualquer pessoa gera e disponibiliza conteúdo, de forma espontânea, sendo alguns de extrema qualidade e que remetem a uma sensação ou sentimento autêntico (felicidade, tristeza, indignação, entre outros), e que podem ser usados como fontes de informações tanto para as empresas quanto para outras pessoas, clientes e colaboradores, agências ou até mesmo jornais e mídias em geral.

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De qualquer forma, o conteúdo audiovisual é não-fungível, isto é, cada conteúdo não pode ser substituído por outro, fazendo-o único; seu consumo não reduz a quantidade disponível desse mesmo bem para outros consumidores tornando-o não excludente; um bem cultural com repercussão na educação, no fortalecimento da identidade cultural e de formação da identidade de uma sociedade; se adapta facilmente a qualquer plataforma de distribuição; e após consumido, muda a experiencia do telespectador [1]-[2].

O conteúdo audiovisual contagia o público com sua linguagem afetiva, muitas vezes levando a emoções fortes, que dificultam a reflexão racional sobre aquilo que se está assistindo. De forma intencional ou não intencional, por meio do audiovisual vemos a realidade pelo olhar de outras pessoas, e isso implica no cuidado para se realizar uma análise distanciada e crítica, a fim de que não sejamos conduzidos a ideias e visões de mundo previamente elaboradas e que podem ser tecnicamente construídas para manipular as pessoas [3].

O produtor do conteúdo audiovisual tem por objetivo transmitir uma história, ideia, fato ou conhecimento. E deseja que esta transmissão possa atingir o maior número de pessoas possível. Desta forma, observamos que o valor de um conteúdo audiovisual não está em seu valor unitário, como em uma pintura ou escultura, mas na quantidade de cópias e quantas vezes estas cópias serão assistidas. Assim, foram desenvolvidas diversas formas de entregar este conteúdo ao telespectador, maximizando a distribuição, que serão discutidas a seguir.

2.2 PLATAFORMAS DE DISTRIBUIÇÃO

Podemos classificar o conteúdo audiovisual como primário ou secundário em relação a sua plataforma de distribuição, ou seja, se o conteúdo está sendo exibido e foi produzido para aquela plataforma, por exemplo um filme no cinema, ou uma novela na televisão, estes são conteúdos primários, mas caso este mesmo filme seja exibido na televisão, ou a novela seja disponibilizada em um serviço de vídeo por demanda, estes conteúdos passam a ser secundários [4].

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2.2.1 Cinema

O cinema foi a primeira plataforma de distribuição de conteúdo audiovisual e proporciona ao espectador uma experiência imersiva - luzes apagadas, concentração total, imobilidade, imprimindo total atenção ao conteúdo exibido [5].

Apesar de existirem registros de projeções um pouco anteriores, creditados a outros inventores, a sessão dos irmãos Lumiére é aceita pela literatura cinematográfica como o marco inicial da nova arte. O efeito da persistência retiniana, no qual a projeção de uma sucessão de imagens estáticas gera a percepção de movimento, foi o marco tecnológico para a criação do cinema [6]. Este efeito foi posteriormente refutado por Hugo Mustenberg quando demonstrou que a percepção de movimento acontece em nível neural, já posterior à fase da retina [7]-[8]. Em 1877, Eadweard Muybridge testou quantas imagens sucessivas eram necessárias para a percepção de movimento, por meio de 12, e posteriormente 24, fotos da passagem de um cavalo que eram projetadas por um zoopraxiscópio [9], como podemos observar na Figura 2-1, extraída de [9]. Desde 1929, mundialmente foi adotado o padrão do fotograma como 24 imagens por segundo, sendo que estes são iluminados por duas vezes cada, gerando no cinema a projeção de 48 imagens por segundo [9].

Figura 2-1 - Exemplo de Fotogramas

Nos primeiros anos, somente a captação de imagens monocromáticas era possível. Recentemente, pôde-se finalmente assistir ao filme captado colorido mais antigo, de 1902, gravado pelo britânico Edward Turner. Como o formato físico do rolo deste filme era incompatível com qualquer projetor, somente em 2013 o British Film Institute encomendou uma peça para viabilizar a projeção, mais de 110 anos após a gravação. Este conteúdo está disponível no Youtube, demonstrando sem sombra de dúvidas a convergência entre as plataformas (https://www.youtube.com/watch?v=UCenVjoM0yE), acessado em 25/10/2017.

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Nos anos 20 do século XX foram realizadas algumas experiencias para sincronizar a imagem e o som, porém praticamente todos os filmes até então eram silenciosos, no caso em que sons ao vivo poderiam ser gerados nas salas de exibição no momento da projeção do filme. Atualmente, no cinema digital, uma produção pode ser distribuída por meio de mídias digitais ao invés de rolos de filme. As resoluções são representados pela contagem de pixels horizontal, geralmente resolução 2K (2.048 × 1.080 pixels) ou resolução 4K (4.096 × 2.160 pixels). Como a tecnologia do cinema digital tem evoluído desde 2010, a maioria das salas de exibição está se digitalizando [10].

O modelo de negócio do cinema consiste em uma longa cadeia de produção, comercialização e distribuição. Os produtores investem grandes quantias na produção de obras cinematográficas para que os distribuidores possam exibi-las na maior quantidade de salas de projeção para atingir o maior número de telespectadores.

No cinema o telespectador ainda precisa se deslocar de sua residência até uma sala de exibição para consumir o conteúdo audiovisual. No Brasil a quantidade de salas de exibição vem aumentando nos últimos anos, acompanhada de um aumento de público e renda [11]. As Figura 2-2, Figura 2-3 e Figura 2-4 mostram esta evolução desde 2009, extraídas de [11].

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Figura 2-3 - Evolução do Público no Cinema no Brasil

Figura 2-4 - Evolução da Renda no Cinema no Brasil

O relatório traz ainda um comparativo com outros países, com os dados referentes à 2016, para contextualizarmos a dimensão do cinema como plataforma de distribuição de conteúdo audiovisual. No Brasil, em 2016, foram lançados 457 filmes nas 3.160 salas de cinema, sendo 142 títulos do cinema nacional [11]. Para um público de mais de 184 milhões, que gerou uma receita de quase R$ 2,6 bilhões, com o preço médio do ingresso em R$ 14,10 [11]. Nos demais países analisados, a renda gerada é de quase US$ 25,5 bilhões, para um público de 3,9 bilhões de telespectadores [11]. Comparativamente, o Brasil ocupa a nona posição em quantidade de salas de exibição, a sexta colocação em público e é o oitavo em renda [11].

2.2.2 Televisão - TV

A palavra televisão tem sua etimologia híbrida - usando grego (tele) e latim (visione) para nomear tanto a plataforma de distribuição, quanto o equipamento necessário para proporcionar a “visão à distância”. Para que haja uma diferenciação, o dispositivo será tratado como televisor e a plataforma como televisão ou TV.

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A grande novidade com a televisão foi a entrega do conteúdo audiovisual diretamente na residência do telespectador. Desenvolvida paralelamente por várias pessoas, em diferentes lugares do mundo nos anos 20 do século XX, a televisão é atribuída à Philo T. Farnsworth, apesar da RCA ter conseguido derrubar judicialmente a patente em favor de Vladimir Zworykin [12].

Esta plataforma de distribuição utiliza câmeras que convertem a luz dos objetos em sinais elétricos que são processados, amplificados e transmitidos por meio de ondas eletromagnéticas, irradiadas ou conduzidas, a uma determinada área de cobertura. Não há consenso a respeito de quando ou onde foi a primeira transmissão oficial.

Na recepção, o televisor recebe os sinais eletromagnéticos e apresenta a imagem em uma tela, que inicialmente era um tubo de raios catódicos (CRT). A Figura 2-5 apresenta o diagrama em que a luz refletida em um objeto é convertida, transmitida e apresentada em um CRT.

Figura 2-5 - Diagrama da Conversão da Luz de um Objeto em um Pixel na Tela do Televisor

Inicialmente a imagem era apenas monocromática, com uma resolução bastante reduzida, porém hoje há tecnologias de tela de LCD, plasma, LED ou OLED, podendo ter resoluções de até 8K (7.680 × 4.320 pixels), com mais de 1 bilhão de cores. Os pixels são pontos que emitem a luz nas componentes R-vermelha, G-verde e B-azul, modulando a intensidade de emissão de cada componente R-G-B, podendo assim formar as demais cores. A Figura 2-6 apresenta o destaque dos pixels em uma tela, com duas densidades diferentes.

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Figura 2-6 - Destaque do Pixel da Tela do Televisor

A plataforma televisão pode ser tecnicamente executada em três modalidades diferentes, televisão terrestre (TV-T); televisão por satélite (TV-S); e televisão a cabo (TV-C). Nestas modalidades podem existir canais e programações abertas, onde qualquer telespectador pode assistir, bastando ter o receptor apropriado e fechadas, onde somente se pode assistir à programação tendo uma autorização, que geralmente é concedida mediante pagamento, criando o conceito de televisão por assinatura.

2.2.2.1 Televisão Terrestre (Radiodifusão)

A televisão terrestre consiste em uma estação que transmite, por meio de radiofrequências, o conteúdo audiovisual modulado em amplitude no caso do vídeo e modulado em frequência, no caso do áudio, na tecnologia analógica e modulado em amplitude e fase, na tecnologia digital. As frequências utilizadas para a transmissão são de 54 a 88 MHz (VHF baixo), de 174 a 216 MHz (VHF alto) e de 470 a 800 MHz (UHF), em um canal de 6 MHz [13].

A área de cobertura de uma estação transmissora depende da potência de transmissão, da altura, do ganho e do diagrama de irradiação da antena [14]. Como a propagação dos sinais de radiofrequência dependem de fatores tais como relevo, reflexões, multipercurso, podem existir, dentro da área de cobertura, determinadas regiões onde a recepção é insatisfatória, com pouca qualidade [14].

É possível que diversas entidades executem o serviço de televisão terrestre simultaneamente em uma mesma localidade, desde que haja disponibilidade no espectro eletromagnético, sendo que cada entidade necessita de um canal de 6 MHz para poder

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transmitir. Estas entidades são responsáveis por organizar em determinada sequência os conteúdos audiovisuais, podendo ser estes de produção própria ou adquiridos de outras produtoras, criando a programação da entidade. Assim, uma emissora de TV envia linearmente no tempo conteúdo audiovisual aos telespectadores, que não tem a opção de escolher instantaneamente o conteúdo de uma programação, mas tem como escolher a qual programação quer assistir, dentre as disponíveis na sua localidade naquele momento.

Por ser o tema central desta Tese, esta plataforma de distribuição será melhor discutida nos próximos Capítulos.

2.2.2.2 TV por Satélite

Uma das formas que as entidades de TV terrestre têm para expandir sua área de cobertura é por meio de satélites geoestacionários. Diferentemente da TV terrestre, que tem uma área de prestação de serviço restrita, isto é, dependente da propagação da radiofrequência, sendo limitadas localmente, ou no máximo atendem a uma região metropolitana, a TV por satélite pode ter uma área de prestação de serviço nacional ou mesmo internacional, pois um satélite geoestacionário pode cobrir até pouco mais de 1/3 da superfície terrestre [15]. A faixa de frequências utilizada é de 4 a 8 GHz (Banda C) e 12 a 18 GHz (Banda Ku) [15], portanto é necessário utilizar um dispositivo chamado set-top box para converter as frequências para compatibilizar os sinais satelitais com o televisor.

Em 28 de junho de 1965 o Intelsat I foi ativado, sendo o primeiro satélite comercial a retransmitir sinais de televisão entre a América do Norte e a Europa. Foi inicialmente desenvolvido para operar por apenas 18 meses, porém só foi desativado em janeiro de 1969. A primeira rede nacional de televisão por satélite, chamada Orbita, foi criada em outubro de 1967, distribuindo os sinais de Moscou para toda a extinta União Soviética.

Esta é uma alternativa utilizada em diversos países para atender principalmente áreas rurais ou remotas, em locais que os sinais de radiodifusão não têm uma qualidade para recepção satisfatória. No Brasil não há previsão de serviço de telecomunicações ou de radiodifusão para atender diretamente o telespectador por satélite com canais abertos, porém as entidades de radiodifusão que fazem parcerias de afiliação, que serão melhor detalhadas no Capítulo 4, utilizam desta plataforma para distribuir os sinais entre as emissoras e as

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retransmissoras sem codificá-los, sendo possível ao telespectador recebe-los por meio de uma antena parabólica e do set-top box.

A Anatel e a UIT fazem a regulação do uso dos satélites geoestacionários, pois a órbita, como é nomeada a posição espacial de um satélite, é um recurso escasso. Da mesma forma, os padrões de irradiação são determinados para um melhor compartilhamento deste serviço entre os países [15]. A Figura 2-7 apresenta um exemplo de padrão de irradiação sobre o Brasil.

Figura 2-7 - Padrão de Irradiação de um Satélite sobre o Brasil

Em 2016, 14 satélites geoestacionários brasileiros estavam em operação comercial, sendo utilizados para os sinais de televisão, telefonia e dados [16]. Nos próximos anos, esse número deve aumentar como resultado das licitações realizadas pela Anatel em 2014 e 2015, por meio das quais foram conferidos oito novos direitos de exploração de satélites brasileiros que, conforme edital, têm prazo entre quatro e seis anos para serem lançados e entrar em operação. Com relação aos satélites estrangeiros, o país encerrou 2016 com 37 satélites geoestacionários autorizados a comercializarem capacidade espacial no Brasil, sendo quatro deles decorrentes de novas solicitações [16].

Atualmente 38,4% dos telespectadores da TV aberta no Brasil recebem os sinais por meio de satélite [17], mostrando a importância desta plataforma de distribuição para a realidade brasileira, apesar deste não ser formalmente um serviço de telecomunicações ou de radiodifusão.

Referências

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