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CAMPINAS/SP 281 APÊNDICE B PLANO BÁSICO DE TELEVISÃO DIGITAL PBTVD MODIFICADO COM A

2. CONTEÚDO AUDIOVISUAL, PLATAFORMAS DE DISTRIBUIÇÃO E OS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES

2.3.2 Serviço de Acesso Condicionado (SeAC)

Para cada tecnologia empregada para a distribuição por meio de TV por assinatura existia uma legislação própria. Para a TV a Cabo - TV-C o Regulamento do Serviço de TV a Cabo, aprovado pelo Decreto nº 2.206; No Serviço de Distribuição de Sinais Multiponto Multicanais - MMDS a Norma do Serviço de Distribuição de Sinais Multiponto Multicanal, aprovada pela Portaria do Ministério das Comunicações nº 254; Para o Serviço de Distribuição de Sinais de Televisão e de Áudio por Assinatura via Satélite - DTH a Norma do Serviço de Distribuição de Sinais de Televisão e de Áudio por Assinatura via Satélite, aprovada pela Portaria do Ministério das Comunicações nº 321; e no Serviço Especial de Televisão por Assinatura - TVA o Regulamento do Serviço Especial de Televisão por Assinatura, aprovado pelo Decreto nº 95.744. Em 2012, a Lei nº 12.485 e a Resolução Anatel nº 581 unificaram todas as opções no Serviço de Acesso Condicionado - SeAC, que é um serviço de telecomunicações de interesse coletivo prestado no regime privado, cuja recepção é condicionada à contratação remunerada por assinantes e destinado à distribuição de conteúdos audiovisuais na forma de pacotes de canais nas modalidades avulsa de programação e avulsa de conteúdo programado e de canais de distribuição obrigatória, por meio de tecnologias, processos, meios eletrônicos e protocolos de comunicação quaisquer [29]-[30].

Na cadeia de valor do SeAC existem entidades que são responsáveis pela produção, programação, empacotamento e distribuição dos conteúdos audiovisuais [30]. Na produção são realizadas as atividades de elaboração, composição, constituição ou criação de conteúdos audiovisuais em qualquer meio de suporte, portanto a captação de imagens, seu processamento e edição e finalização de filmes, jornais, novelas, humorísticos, etc. [30]. A programação é responsável pelo ordenamento dos conteúdos audiovisuais de forma a determinar as datas e horário que estes serão exibidos [30], sendo esta atividade equivalente à de uma entidade de TV aberta, portanto criando uma programação. Empacotamento é atividade de organização, em última instância, das programações, inclusive nas modalidades avulsa de programação e avulsa de conteúdo programado, a serem distribuídos para o assinante [30]. E a distribuição é atividade de entrega, transmissão, veiculação, difusão ou provimento de pacotes ou conteúdos audiovisuais a assinantes por intermédio de meios eletrônicos quaisquer, próprios ou de terceiros, cabendo ao distribuidor a responsabilidade final pelas atividades complementares de comercialização, atendimento ao assinante, faturamento, cobrança, instalação e manutenção de dispositivos, entre outras, podendo ser utilizadas diversas tecnologias de telecomunicações, tais

como o cabo coaxial (TV-C), a fibra ótica (FTTH), transmissão codificada por radiofrequência (MMDS / TVA) ou transmissão via satélite (DTH) [30].

Para a entrega do conteúdo audiovisual aos telespectadores por meio da plataforma de distribuição TV por Assinatura, as entidades interessadas devem solicitar a Anatel a outorga de autorização do Serviço de Acesso Condicionado, que é expedida às empresas que desejam prestar o serviço em determinada localidade (conforme definido nos termos de autorização, a área de prestação do serviço - APS, anteriormente, para a outorga de TV-C era por município, para os sistemas de MMDS era por um conjunto de municípios, para os sistemas DTH a APS era para o todo o país, do Serviço Especial de TV por assinatura (TVA) também era por município, enquanto que para o Serviço de Acesso Condicionado (SeAC), adotou-se a APS por todo o território nacional [29]), independente da tecnologia empregada, podendo as interessadas que já possuam outorgas de TV-C, MMDS, DTH e TVA solicitar a adaptação das outorgas para o SeAC [29]. Não há limite ao número de autorizações para prestação do serviço, salvo em caso de impossibilidade técnica ou, excepcionalmente, quando o excesso de competidores puder comprometer a prestação do serviço, nos termos da legislação.

A solicitação deve ser acompanhada dos documentos relativos à habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira e de regularidade fiscal, conforme o disposto no Regulamento do Serviço de Acesso Condicionado [29]. Deve ser apresentado também um Projeto Técnico elaborado nos termos do mesmo regulamento.

A autorização para a exploração do SeAC se dará sempre a título oneroso, sendo devido o Preço Público pelo Direito de Exploração de Serviços de Telecomunicações e pelo Direito de Exploração de Satélite - PPDESS, que poderá ser pago em uma única parcela ou em até três parcelas semestrais.

O licenciamento de estações é uma fase posterior à licitação de um serviço de telecomunicações. Somente entidades que detêm autorização, permissão ou concessão para explorar serviços de telecomunicações podem proceder ao licenciamento de estações. Apenas após o licenciamento a empresa outorgada poderá entrar em operação.

A distribuição de conteúdo audiovisual por meio do SeAC, em todas as suas atividades, será guiada pelos seguintes princípios: liberdade de expressão e de acesso à informação; promoção da diversidade cultural e das fontes de informação, produção e programação; promoção da língua portuguesa e da cultura brasileira; estímulo à produção independente e regional; estímulo ao desenvolvimento social e econômico do País; liberdade

de iniciativa, mínima intervenção da administração pública e defesa da concorrência por meio da livre, justa e ampla competição e da vedação ao monopólio e oligopólio nas atividades de comunicação audiovisual de acesso condicionado [30].

A entidade outorgada é responsável perante o assinante e a Anatel pela prestação, execução e qualidade do serviço, inclusive quanto ao correto funcionamento da rede de telecomunicações, ainda que essa seja de propriedade de terceiros. O serviço deve ser prestado em condições não discriminatórias, não podendo a prestadora recusar o acesso, dentro das áreas de abrangência do atendimento das estações licenciadas, constantes do projeto técnico apresentado à Agência, a todos que o solicitarem, conforme disponibilidade técnica da rede da prestadora, observados as informações cadastradas nos sistemas disponibilizados pela Anatel e o disposto na regulamentação vigente.

A Anatel acompanha permanentemente a qualidade dos Serviços de Acesso Condicionado por meio de indicadores de desempenho. Os indicadores, bem como seus respectivos métodos de coleta e cálculo, estão definidos no Plano Geral de Metas de Qualidade para os Serviços de Televisão por Assinatura [31]. Considerando os indicadores das 10 maiores prestadoras durante o ano de 2017, o percentual de cumprimento de metas do serviço alcançou 88,5% [32]. Esse patamar ficou acima do verificado durante o ano de 2015 (88,2%), mas abaixo do verificado em 2016 (89,4%) [32]. Cada indicador possui uma meta associada que corresponde ao desempenho mínimo estabelecido para a adequada qualidade do serviço em cada área geográfica definida na regulamentação. Na Figura 2-12 estão apresentados os percentuais de cumprimento de cada índice das operadoras de SeAC em 2017, extraída de [32].

Os direitos e obrigações dos assinantes do SeAC são regidos pelo Regulamento de Proteção e Defesa dos Direitos dos Assinantes dos Serviços de Televisão por Assinatura, pelo Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de Telecomunicações [33] e pela Lei Geral de Telecomunicações.