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Nivelamento da Produção de Componentes da colheitadeira utilizando Quadros Heijunka Um estudo na empresa AGCO DO BRASIL

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Grande do Sul DACEC – Departamento de Ciências

Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação

Curso de Administração

ADELAR DA SILVA FERNANDA PASQUALINI

Nivelamento da Produção de Componentes da

colheitadeira utilizando Quadros Heijunka

Um estudo na empresa AGCO DO BRASIL

Trabalho de conclusão de curso

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ADELAR DA SILVA FERNANDA PASQUALINI

Nivelamento da Produção de Componentes da

colheitadeira utilizando Quadros Heijunka

Um estudo na empresa AGCO DO BRASIL

Trabalho de conclusão de curso

Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Rio Grande do Sul – UNIJUI, como requisito parcial à Conclusão de Curso e consequente obtenção de título de Bacharel em Administração.

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“A diversidade de nossas opiniões não deriva do fato de uns serem melhores que outros, mas porque não levamos em conta as mesmas coisas.”

René Descartes

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Meus sinceros agradecimentos a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram à minha jornada no curso e também a esse trabalho. Primeiramente agradeço a Deus que permitiu que eu chegasse até aqui, que me deu força e coragem durante essa longa caminhada.

Agradeço a todos os professores que repassaram seus ensinamentos e conhecimentos nesse processo de formação, pois cada aprendizado foi importante e teve seu percentual de contribuição na realização do presente trabalho.

Agradeço em especial à Professora Fernanda Pasqualini, pela sua disposição, empenho e capacidade ao me orientar, pois conseguiu visualizar minhas ideias e me ajudou a colocá-las de forma que outras pessoas também entendessem a minha intenção.

À minha família, minhas filhas Luísa e Érica e minha esposa Rosinei, por acreditarem em mim, pelo incentivo e apoio nas horas mais difíceis, de estresse, desânimo e preocupação. É pra eles e por eles que estou aqui hoje e espero um dia retribuir tudo o que fizeram por mim.

. A todos os meus irmãos que de alguma forma incentivaram ou apoiaram essa etapa tão importante na minha vida.

Aos colegas de trabalho, pela contribuição através da exposição de suas ideias, opiniões e percepções sobre o tema apresentado.

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Figura 1 - Supermercado Lean ... 25

Figura 2 - Quadro Heijunka... 28

Figura 3 - Mapa de Processo AGCO do Brasil... 39

Figura 4 - Processo de corte de chapa a laser... 40

Figura 5 - Processo de conformação ... 41

Figura 6 - Mercado de componentes de solda ... 41

Figura 7 - Ponto de espera dos carros kit ... 43

Figura 8 - Forma anterior de abastecimento solda ... 44

Figura 9 - Carro kit no posto de solda ... 45

Figura 10 - Quadro hora a hora ... 45

Figura 11 - Elevador para transporte de peças AGV ... 46

Figura 12 - Produto final colheitadeiras ... 47

Figura 13 - Diagrama das etapas ... 48

Figura 14 - Etapas do processo ... 49

Figura 15 - Quadro hibrido Heijunka Kanban ... 51

Figura 16 - Quadro Heijunka ... 51

Figura 17 - Preparação do carro kit no supermercado ... 52

Figura 18 - Processo de nivelamento do setor solda ... 53

Figura 19 - Super produção no supermercado solda... 54

Figura 20 - Super produção no supermercado da pintura ... 55

Figura 21 - Carros kit para abastecimento solda ... 56

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Tabela 1 - Check list de componentes de solda... 42 Tabela 2 - Tabela de Tempo de Ressuprimento ... 49

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RESUMO EXPANDIDO ... 9 1 INTRODUÇÃO ... 14 2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 16 2.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ... 16 2.2 PROBLEMA ... 17 2.3 OBJETIVOS ... 18 2.3.1 Objetivo Geral ... 18 2.3.2 Objetivos Específicos ... 18 2.4 JUSTIFICATIVA ... 18 3 REFERENCIAL TEÓRICO ... 20 3.1 GESTÃO DA PRODUÇÃO ... 20 3.2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO ... 21 3.3 PRODUÇÃO ENXUTA... 23 3.3.1 Kaizen ... 23 3.3.2 Just In Time ... 24 3.3.3 Kanban ... 24

3.3.4 Jidoka e Poka Yoke ... 24

3.4 NIVELAMENTO DA PRODUÇÃO HEIJUNKA ... 27

3.4.1 Alguns princípios do Heijunka ... 29

4 METODOLOGIA ... 30

4.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 30

4.2 COLETA DE DADOS ... 32

4.3 ANALISE DE DADOS ... 32

5 ANALISE E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ... 35

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ... 35

5.2 PROCESSO PRODUTIVO ... 38

5.2.1 Início do processo de produção ... 40

5.2.2 Processo de montagem dos Carros Kit ... 42

5.2.3 Processo de solda e pintura ... 44

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5.3.1 Implementação do quadro Heijunka ... 50

5.4 MELHORIAS E PREVISÃO DE GANHOS ... 53

6 CONCLUSÃO ... 59

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RESUMO EXPANDIDO

Introdução

Em tempos onde as empresas precisam desenvolver ambientes internos e externos capazes de adaptarem-se rapidamente frente às crescentes demandas de clientes cada vez mais exigentes, torna-se imprescindível oferecer soluções inovadoras com custos produtivos baixos, gerando dessa forma vantagem competitiva diante de seus concorrentes, sem perder em qualidade. Segundo Ohno (1997), desperdício no ambiente produtivo são todos os elementos de produção capazes de aumentar os custos sem que haja um incremento no valor do produto.

Diante destas necessidades de mudanças, geradas devido ao novo contexto competitivo e dinâmico do mundo empresarial, as empresas através de metodologias, técnicas e conceitos inovadores, buscam sua sobrevivência e estabilidade, otimizando seus requisitos básicos: rapidez na tomada de decisões e flexibilidade em sua produção. A aplicação dos conceitos, técnicas e ferramentas da produção enxuta tem sido amplamente realizada por empresas dos mais diferenciados segmentos. Este trabalho visa mostrar a aplicação de um dos conceitos da filosofia da produção enxuta, o nivelamento de produção em um mercado de itens interno para o abastecimento do setor de solda da empresa AGCO do Brasil, empresa do setor metal mecânico que produz colheitadeiras para atender às necessidades dos produtores rurais.

Godinho Filho e Fernandes (2005) considera a Manufatura Enxuta como um dos paradigmas existentes dentro da moderna literatura de Gestão da Produção. O objetivo desses paradigmas é manter a competitividade no mundo atual globalizado, pois possuem papel estratégico por auxiliar no alcance dos objetivos de desempenho.

A Produção Enxuta tem sido um dos principais paradigmas de Gestão da Produção implantados nas indústrias nos últimos tempos. Sua filosofia e ferramentas aplicam-se a muitos dos diversos tipos de Sistemas Produtivos. Um dos principais elementos é a busca pela estabilidade dos processos e operações, exigindo a aplicação do nivelamento da produção, como forma de programação nivelada e

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controle produtivo. Para que este nivelamento seja corretamente operacionalizado e efetivo, utiliza-se a Gestão Visual – característica dos sistemas Enxutos. Com isso, a programação é evidenciada por meio do quadro de nivelamento – Heijunka Box. Utilizando as referências encontradas na literatura e acrescentando-se o conhecimento gerado por meio de pesquisa- ação em um sistema produtivo particular. Este trabalho apresenta um modelo de sistema de nivelamento da produção para montagem de carros kit em um supermercado de componentes de solda através de uma ordem de produção, o chek list de acompanhamento.

De acordo com Pasqualini; Lopes e Siedenberg (2010), a Produção Enxuta pode ser considerada uma espécie de “ocidentalização” do STP, na medida em que trouxe seus princípios e ferramentas para a realidade das empresas ocidentais, a fim de transformar empresas baseadas na produção em massa em empresas “enxutas”, para sobreviver em tempos de variedade e restrição.

Metodologia

Este estudo se classifica, portanto, como pesquisa aplicada, pois como coloca Gill (apud ROCKEMBACH, 2013) atua sobre o viés de gerar conhecimentos para a aplicação prática, focada na solução de problemas específicos reais que envolvem verdades e interesses locais. Nesse contexto, a fonte principal das questões de pesquisa está centrada nas dificuldades, nos problemas e preocupações vividos pelas pessoas com o propósito de oferecer soluções potencias para os problemas humanos.

Quanto à abordagem o presente estudo classifica-se de natureza qualitativa, pois, o foco principal está voltado ao processo de melhoria contínua em suas etapas e seus significados no contexto de seu ambiente natural, neste caso o ambiente fabril. Zamberlan (2014) considera que na pesquisa qualitativa, há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são requisitos básicos no processo de pesquisa qualitativa.

Por se tratar de uma pesquisa com abordagem qualitativa, o estudo teve diferenciadas aplicações, de acordo com a necessidade de cada objetivo a ser pesquisado. Para descrever os processos de produção, identificar e avaliar

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possíveis elementos que impactam no nivelamento da produção, e consequentemente nos índices de eficiência e produtividade e para propor e avaliar melhorias, para aumentar os índices de eficiência e produtividade nos processos de produção de montagem dos carros kit de componentes para o abastecimento dos setores de solda, foi utilizado técnicas de abordagem de pesquisa qualitativa, pois a base desta pesquisa deu-se através de documentos da organização, entrevista com gestores, colaboradores e auxílio de uma consultoria contratada pela empresa estudada.

Resultado

A aplicação do conceito Heijunka na montagem dos carros kit no mercado de componentes para o abastecimento do setor de solda, contou com a ajuda de uma empresa de consultoria que fez todo o estudo de viabilidade e formas de melhor aplicação do conceito. Após o estudo foi feito um Workshop com os gestores para apresentação de como seria feito a implantação do nivelamento.

O processo de nivelamento de produção teve início no setor de corte e estamparia por ser o fornecedor do supermercado de componentes da solda onde foi feito um mapeamento do fluxo de valor (VSM), que é um diagrama simples de todas as etapas envolvidas nos fluxos de material e informações necessárias para atender às necessidades do setor desde o pedido até a entrega. Depois de obtidas as informações acerca do processo, é medido o lead time da operação e, em separado, realizado a soma do tempo em que houve efetivamente processamento e ao final, obtém-se a comparação do lead time total, ou seja, o tempo que o produto leva para ficar pronto, com o tempo em que, de fato, foi agregado valor ao produto, percorrendo todo o caminho do processo de transformação da matéria prima. Através da análise do mapa do fluxo de valor é possível entender quais são as etapas que agregam e retiram valor do produto, propor melhorias de processos e visualizar onde é possível aplicar ferramentas para redução de desperdícios e aumento de eficiência produtiva.

Para aplicação do nivelamento de produção é necessário que estejam sincronizando os processos de produção com o Heijunka e o Kanban, e para que isso possa acontecer foi colocado um quadro híbrido, Heijunka e o Kanban no setor de corte e estamparia para que aconteça a sincronização dos processos.

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O supermercado também tem um quadro heijunka para nivelar a produção que funciona da mesma forma do quadro do setor de corte e conformação, os cartões são acionados conforme horários estabelecidos para atender às necessidades dos setores de solda, os abastecedores da solda retiram os cartões Kanban sequenciados na régua do Heijunka e realizam a separação dos itens, conforme lista no verso do cartão, para montar os carros kit dentro do tempo estabelecido e controlado pelo quadro Heijunka.

Só o cartão Kanban autoriza a produção ou movimentação de peças, pois nele contém o código e descrição da peça, quantidade de acionamento e o múltiplo de cada embalagem, local de origem e destino. O Heijunka e o Kanban faz sobre a gestão visual o nivelamento das capacidades, sequenciamento e demanda ao mesmo tempo.

A diminuição na movimentação de materiais é um aspecto muito importante na sincronização dos setores de corte, estamparia, supermercado e solda, pois faz com que o fluxo contínuo permita que os materiais estejam no local certo, no momento certo e na quantidade correta, e todas as movimentações e rotas de entrega estejam de acordo com os ciclos de trabalho e o tempo takt, assim como a definição do Lead Time dos itens manufaturados para saber o ponto exato de solicitar o ressuprimento de matéria prima ou peças.

Conclusão

A aplicação do Heijunka proporcionou a eliminação de desperdícios no processo produtivo, pois não havia controle quanto à produção em excesso, o que causava prejuízo com grandes quantidades de estoque de conjuntos prontos que ocupavam grandes espaços para armazenagem e causavam danos como amassamento do item e danos na pintura, gerando retrabalho, sucata e aumento nos custos de produção, permitiu a movimentação adequada dos materiais dentro das unidades produtivas, assim como a redução de estoques e um aproveitamento eficaz da mão de obra, eliminando grande parte dos recursos necessários para a execução das tarefas de transporte, que não agregam valor aos clientes. Com isso gerou aumento na produtividade e garantia nas disponibilidades de materiais e recursos no momento e nas quantidades certa.

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Diante disso concluiu-se que este estudo atingiu seus objetivos e foi de suma importância para confrontar a teoria estudada com a prática, onde se pôde verificar a importância e eficiência do Heijunka e o Kanban no sistema de produção desta indústria, estando a mesma satisfeita com o método que adotou para controlar seu processo. Conclui-se também que através do método Heijunka e o Kanban, uma empresa pode ter o domínio geral sobre a produção, desde a chegada de materiais até sua saída como produto acabado, pois durante o processo de fabricação evitam-se desperdícios em todos os evitam-setores, reduzindo custos através da organização e controle de seus estoques.

Palavras – chave: Nivelamento de Produção, Heijunka Box, Produção Enxuta,

Sistema Toyota de Produção.

Referências Bibliográficas

GODINHO FILHO, Moacir, FERNANDES, Flavio César Farias. Paradigmas

estratégicos de Gestão da Manufatura. Departamento de Engenharia de

Produção, Universidade Federal de São Carlos, UFSCar, 2005.

OHNO, Taiichi. O Sistema Toyota de Produção: Além da produção em larga escala. Editora Bookmann, Porto Alegre: 1997.

PASQUALINI, Fernanda; LOPES, Alceu de Oliveira; SIEDENBERG, Dieter. Gestão

da Produção. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2010.

ROCKENBACH, Cláudia Werle. Pesquisa em Administração. Volume básico. Santa Rosa: Unijuí, 2013.

ZAMBERLAN, Luciano. Pesquisa em Ciências Sociais Aplicadas. Ijuí: Editora Unijuí, 2014.

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1 INTRODUÇÃO

Em função da globalização dos mercados e das condições econômicas atuais, as empresas buscam implantar novas estratégias de produção cada vez mais modernas e com o objetivo de aprimorar cada vez mais seus processos de produção. Isso resulta em profundas transformações nos sistemas produtivos das organizações, potencializando a questão da administração dos preços ofertados pelo mercado. Mas para isso, precisam diminuir custos e melhorar seus processos. É neste mercado extremamente competitivo que as empresas buscam a aplicação de conceitos que visam a redução dos custos de produção.

A Produção Enxuta é um modelo de produção que visa basicamente a redução dos custos de produção, custos estes que são reduzidos por meio da eliminação das atividades desnecessárias, ou seja, aquelas que aos olhos do cliente final não agregam valor algum ao produto (LIKER, 2005). Uma das ferramentas da Produção Enxuta que visa eliminar desperdícios a partir do nivelamento da produção é conhecida como Heijunka. O conceito de Heijunka nasceu nos anos 50 no chão de fábrica da Toyota Motor Company diante da necessidade de encontrar uma solução para a falta de peças na linha de montagem, desde a matéria prima até os produtos acabados, a fim de aumentar a produtividade e atender a crescente demanda do mercado.

O nivelamento da produção é ainda hoje um grande desafio para a AGCO do Brasil, unidade Santa Rosa. A AGCO é uma empresa multinacional que atua no setor metal mecânica de máquinas agrícolas e utiliza os conceitos da Produção Enxuta no seu processo produtivo. Entretanto, percebe-se no processo de montagem dos carros kits de componentes internos para abastecimento dos setores de solda a necessidade de nivelamento dos tempos, com o intuito de ter flexibilidade para lidar com as variações do mercado a fim de atender aos requisitos do consumidor, que neste cenário de globalização torna-se muito mais exigente nos quesitos qualidade, preço e prazo. Neste sentido, este estudo tem como propósito implementar um quadro Heinjunka no processo de montagem dos carros kits e analisar as melhorias decorrentes no processo produtivo da empresa.

Diante disso, este trabalho está estruturado em cinco capítulos, sendo o primeiro capítulo esta a presente Introdução. O segundo capítulo apresenta a

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Contextualização do Estudo, bem como a Apresentação do Tema, os objetivos geral e específicos e ainda a motivação para o autor na elaboração desse trabalho. O terceiro capítulo aborda o referencial teórico que serviu de embasamento para a construção do estudo, apresentando conceitos de autores a cerca da Gestão da Produção, Sistemas de Produção, Produção Enxuta e nivelamento de produção, Heijunka. O quarto capítulo apresenta aspectos da metodologia que foram adotados para realização da pesquisa, como a classificação da pesquisa, os sujeitos da pesquisa, a descrição de como ocorreu a coleta, a análise e a interpretação dos dados. Por fim, no quinto capítulo apresenta-se o caso estudado, com a caracterização da empresa e demais análises. O trabalho encerra-se com a Conclusão.

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2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Nota-se que nas últimas décadas, as organizações vêm buscando alternativas para responderem às exigências do atual mercado que por sua vez está cada vez mais competitivo. Em respeito a este aspecto, observa-se que muitas empresas, de diversos setores, passaram a perceber a existência de um significativo fator a ser gerenciado – os processos produtivos. Estes no que lhe diz respeito são responsáveis pelo bom desempenho da cadeia produtiva como um todo. Sendo assim, descrevem-se alguns objetivos de estudo a serem cumpridos, bem como a justificativa para a realização do mesmo, tendo em vista a organização em análise.

2.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

A crescente competitividade das empresas do setor de máquinas agrícolas impulsionam as empresas a uma busca constante pela melhoria de seus processos, com a finalidade de reduzir custos, aliados ao melhor aproveitamento dos tempos disponíveis e melhor controle da produção, busca - se cada vez mais alternativas de produzir de modo enxuto.

Com base em um problema percebido que se refere à falta de nivelamento nas distribuições das atividades de montagem dos carros kit por operador, dificultando o cumprimento de horários para o pagamento de componentes no setor de solda prejudicando o andamento da produção, que o presente estudo visa buscar alternativas no processo de alinhamento de produção, com base nos quadros Heijunka, com aplicação no mercado de componentes interno para abastecimento do setor de solda da AGCO do Brasil.

Segundo Tardin (2001) a aplicação do Heijunka consiste em fazer o nivelamento da produção de acordo com o pedido total do cliente, convertendo a instabilidade da demanda dos clientes em um processo de manufatura nivelado e previsível.

Para Liker (2005) Heijunka é o ato de nivelar a variedade ou o volume de itens produzidos em um processo ao longo de um período de tempo. É um conceito que está relacionado a programação da produção e é a principal ferramenta aplicada para criar estabilidade na produção.

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Na AGCO do Brasil, a busca pela melhoria contínua faz parte da política da empresa, ou seja, melhorar e qualificar constantemente os processos administrativos. Sendo assim, é também um aspecto cumprido e trabalhado dentro dos setores e não seria diferente no setor em estudo. Assim, a constante avaliação do processo administrativo que se adota para conseguir superar tais turbulências é um fator importante. Para CHIAVENATO (1999), cabe ressaltar que por processo administrativo entende-se conjunto e sequência de funções administrativas.

Fabricar máquinas e equipamentos que atendam a demanda em constante mudança do mundo por alimentos e combustíveis é o que representa a inovação na AGCO.

2.2 PROBLEMA

Ao abordar a gestão da produção, pode-se observar que é um processo de fundamental importância na vida de qualquer organização, pois a vida de uma empresa depende do bom gerenciamento da produção, com ideias inovadoras e com o objetivo de produzir cada vez melhor com custos menores, buscando melhorar cada vez mais os processos produtivos.

A situação apresentada na empresa AGCO do Brasil nos faz questionar quais são os fatores que impedem para que o planejamento da produção tenha um bom alinhamento de produção, em especial ao mercado de componentes internos para abastecimento do setor de solda, que envolve grande quantidade de itens que são fundamentais para o bom desempenho da empresa, e são produzidos os principais componentes para a montagem das colheitadeiras.

Portanto o presente estudo consiste em desenvolver uma forma de como os quadros Heijunka podem contribuir para o alinhamento da produção na montagem dos carros kit no mercado de componentes internos na AGCO do Brasil.

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2.3 OBJETIVOS

2.3.1 Objetivo Geral

Implementar um quadro Heijunka no processo de montagem dos carros kits e analisar as melhorias decorrentes no processo produtivo da AGCO do Brasil, Unidade Santa Rosa.

2.3.2 Objetivos Específicos

 Identificar os principais problemas no processo de montagem dos carros kits de componentes de solda;

Implementar o quadro Heijunka no processo de montagem dos carros kits de componentes de solda;

 Verificar as melhorias e ganhos decorrentes no processo produtivo da AGCO do Brasil, Unidade Santa Rosa.

2.4 JUSTIFICATIVA

Um dos principais motivos pelos quais estudar os processos de um determinado setor produtivo desta empresa é o interesse pessoal do acadêmico, por perceber a necessidade de melhorar o processo produtivo deste setor e como acadêmico de cada vez mais conhecer e investigar a importância desse setor da produção num contexto geral da empresa.

Outro motivo que impulsiona este estudo é a importância cada vez maior que o piso de fábrica das empresas tem tido e como tem se tornado gerador de oportunidades no ambiente organizacional.

Outro aspecto que justifica este estudo está na importância de se adotar métodos de produção inovadores como o quadro heijunka que permitam o nivelamento da produção e permitam a empresa trabalhar com processos enxuto, evitando custos desnecessários, equilíbrio na utilização dos recursos e padronização dos processos, tornando nosso produto mais competitivo e consequentemente melhor atendimento aos clientes.

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E, finalmente, a elaboração deste estudo teve importância significativa por ter a oportunidade de realizar na AGCO do Brasil, empresa multinacional de máquinas agrícolas, que é líder global com foco em desenvolvimento, fabricação e distribuição de equipamentos agrícolas e por se tratar de um estudo cientifico em um meio acadêmico tão carente de trabalhos qualificados na área de produção.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capitulo, apresentam-se os conceitos teóricos sobre Gestão da Produção, Nivelamento da Produção e Quadro Heijunka, buscando auxilio em diversos autores e estudiosos para a construção deste estudo.

3.1 GESTÃO DA PRODUÇÃO

O objetivo de toda a empresa é buscar em sua caminhada rumo ao sucesso a excelência organizacional, pois vivemos num período de grandes corridas pela liderança de mercado. É muito difícil encontrar uma empresa que não queira servir de modelo para as outras do mesmo ramo. E, para que isso ocorra é necessário que os seus gestores, bem como todas as pessoas que a compõe conheçam bem os processos administrativos e a importância de geri-los de forma a aproveitar os recursos disponíveis.

Para SLACK, CHAMBERS, JOHNSTON (2002), a Administração da Produção é uma ocupação que envolve centenas de decisões minuto a minuto. Em função disso, é vital que os gerentes de produção tenham um conjunto de princípios gerais que possa orientar a tomada decisão em função aos objetivos de longo prazo da organização.

De acordo com ROCHA (2008), administrar a produção compreende lidar com os meios de produção (matéria-prima, equipamentos e mão de obra), obtendo a funcionalidade que permite conseguir bens com a qualidade assegurada e no montante correspondente aos recursos usados.

Ser gestor de produção é estar preocupado com toda a organização. O crescimento, o desenvolvimento e todo o planejamento de onde a empresa quer chegar, passa pela administração da produção.

Segundo SLACK, CHAMBERS, JOHNSTON (2002,), administração da produção é o termo usado para as atividades, decisões e responsabilidades dos gerentes de produção.

Teoricamente, a administração da produção envolve o mesmo conjunto de atividades para qualquer tamanho de organização. Entretanto na pratica, administrar a produção em organizações de pequeno e médio porte possui

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seu próprio conjunto de problemas. Empresas grandes podem ter os recursos para destinar profissionais a desempenhar funções organizacionais específicas, o que geralmente não ocorre com empresas menores.

“Empresas pequenas podem ter exatamente as mesmas questões de administração da produção que as empresas grandes, mas podem ter mais dificuldades em isolar as questões da massa de outras questões da organização”. (SLACK, CHAMBERS, JOHNSTON, 2002, p.33).

SLACK, CHAMBERS, JOHNSTON (2002), afirmam que a “administração da produção é o termo usado pelas atividades, decisões e responsabilidades dos gerentes de produção que administram a produção e a entrega de produtos e serviços”. E CORRÊA; CORRÊA (2011), coloca que a Gestão da Produção ocupa-se de atividades de gerenciamento estratégico de recursos de sua interação e dos processos que produzem e entregam bens e serviços, visando atender a necessidades ou desejos de seus clientes. Ainda CHASE, JACOBS, AQUILANO (2006), a Administração da Produção é o projeto, a operação e a melhoria dos sistemas que criam e distribuem os principais produtos e serviços de uma empresa.

A Administração da Produção é de suma importância para toda e qualquer organização, pois é responsável pela produção de bens e serviços que englobam os recursos transformadores e recursos a serem transformados que após serem submetidos ao processo produtivo, dão origem ao produto final que por sua vez são a razão da existência de uma empresa. Conforme SLACK, CHAMBERS, HARLAND, HARRISON, JOHNSTON (1999), a administração da produção trata da maneira pela qual as organizações produzem bens e serviço. Tudo o que você veste, come, senta em cima, usa, lê ou usa na pratica de esportes chega a você graças aos gerentes de produção que organizaram tudo.

Uma melhor administração das operações de uma empresa pode agregar valor á empresa ao melhorar sua competitividade e lucratividade em longo prazo (GAITHER, FRAZIER, 2002, p. 5).

3.2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO

Para SLACK, CHAMBERS, JOHNSTON (2002), a função produção na organização representa a reunião de recursos destinados à produção de seus bens e serviços. Podemos dizer que ela exerce o papel central, por ser responsável por toda produção demandada pelos consumidores que são a razão da existência da

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empresa. Os mesmos autores colocam que a função produção é central para a empresa porque produz os bens e serviços que são a razão de sua existência, mas não é a única nem necessariamente a mais importante. Uma empresa é formada por outras funções que dão apoio e suporte para que a produção possa existir, estas funções que dão vida à produção. Tais como, compras, desenvolvimento de produto ou serviços e recursos humanos e outros setores que são fundamentais para o desenvolvimento da produção.

Conforme CHASE, JACOBS, AQUILANO (2006).

“os sistema de produção são utilizados em todos os tipos de empresas. Um sistema de produção utiliza os recursos para transformar as entrada em alguma saída desejada. As entradas podem ser matérias primas, um cliente ou um produto acabado de um outro sistema”.

Um sistema de produção é a maneira pela qual uma empresa adota para realizar suas operações e produzir seus produtos ou serviços da melhor maneira possível, adotando uma forma viável de realizar todas as etapas do processo produtivo, desde o momento em que as matérias-primas saem do almoxarifado, até chegar ao final do processo como produto acabado.

Para SLACK, CHAMBERS, JOHNSTON (2002), um dos papeis da produção é implementar a estratégia empresarial. A maioria das empresas possui algum tipo de estratégia, mas no geral é a produção que a coloca em pratica. Outro papel da produção é apoiar suas estratégias, Isto é, a área de produção deve desenvolver seus recursos para que forneçam as condições necessárias para permitir que a organização atinja seus objetivos estratégicos. E o terceiro papel da produção na empresa é impulsionar a estratégia, dando lhe vantagem competitiva á longo prazo. Produtos mal feitos, entrega lenta, promessas não cumpridas e custo de produção muito elevado, afundarão qualquer empresa.

Segundo GAITHER, FRAZIER (2002, p. 100), “as empresas estão fazendo um esforço cada vez maior para modificar e melhorar produtos existentes”. O foco deste esforço é melhorar o desempenho, a qualidade e o custo com o objetivo de manter ou melhorar a fatia de mercado de produtos que estão em fase de amadurecimento. O bom desempenho de qualidade em uma operação não consiste apenas em satisfazer os consumidores externos, mas também tornar mais fácil a

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vida das pessoas envolvidas na operação, (SLACK, CHAMBERS, JOHNSTON, 2002).

Para SLACK, CHAMBERS, JOHNSTON (2002), “a maioria das empresas possui algum tipo de estratégia, mas é a produção que a coloca em prática”. “Uma vez que uma operação descobre que precisa disparar ações para que seus níveis de desempenho alterem-se em determinados aspectos, é necessário entender quais são estas ações” (CORRÊA; CORRÊA, 2011, P.79).

3.3 PRODUÇÃO ENXUTA

O conceito de Produção Enxuta visa basicamente a eliminação dos custos de produção e melhoria na qualidade dos produtos, através da eliminação de desperdícios encontrados tantos nos fluxos de materiais e pessoas quanto de produtos em operação.

3.3.1 Kaizen

O conceito do Kaizen, mais conhecido como evento Kaizen , nos remete a uma poderosa ferramenta de implementação de mudanças. De acordo com a terminologia, Kaizen significa: Kai = Mudança; Zen = Boa, também pode ser traduzido como uma melhoria contínua, mudar para melhor. Para que se atinja um nível superior e alcance melhores desempenhos do sistema produtivo ou da corporação como um todo, é necessário que haja um comprometimento e envolvimento com a melhoria contínua. Existem duas classificações para os tipos de melhorias dentro de uma empresa: as de grande porte e as de pequeno porte (STEFANELLI, 2007). Normalmente as melhorias de grande porte trazem resultados expressivos, porém em grande parte das vezes exigem a necessidade de grandes investimentos e longos tempos de implementação. Quando tratamos de melhorias de pequeno porte, estas não remetem de imediato a resultados tão expressivos em contrapartida às melhorias de grande porte, estas normalmente são realizadas sem investimentos e com apenas os recursos disponíveis.

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3.3.2 Just In Time

O Just in Time (JIT) é um dos pilares da produção enxuta. Consiste em fazer o produto certo, no tempo certo e na quantidade certa. Ou seja, produzir exatamente no momento em que o cliente necessita, não antes para que não se transforme em estoque, e nem depois para que o cliente não tenha que esperar, (SLACK, CHAMBERS, JOHNSTON 2002, p. 482).

3.3.3 Kanban

O Kanban é uma palavra japonesa que significa “cartão” ou “registro visível”, no sistema Toyota, o Kanban é entendido como um cartão cuja finalidade e identificar que se necessita produzir ou entregar peças ou componentes. Para Moura (1996), Kanban é um método que reduz o tempo de espera, diminuindo o estoque, melhorando a produtividade e interligando todas as operações em um fluxo ininterrupto, eliminando todo o tipo de fila do material e todo o estoque ocioso.

3.3.4 Jidoka e Poka Yoke

A ideia de autonomação, ou automação com um toque humano, foi desenvolvida a partir da necessidade de se ter “qualidade na fonte” (jidoka). Para que as máquinas não produzissem produtos defeituosos, foram adicionados a elas dispositivos “inteligentes” (poka yoke), que, quando detectavam problemas, paravam a produção, evitando a produção de produtos defeituosos e fazendo com que a qualidade dos produtos fosse assegurada no próprio processo produtivo (na fonte). A ideia de autonomação proporcionou um aumento na produtividade dos trabalhadores, fazendo com que um trabalhador, que antes era necessário para operar apenas uma máquina, passasse a operar várias máquinas ao mesmo tempo, tendo que destinar mais atenção somente aquelas que acusavam algum problema (PASQUALINI, 2005).

“O princípio-chave das operações enxutas é relativamente claro e fácil de entender, significa mover-se na direção de eliminar todos os desperdícios de modo á desenvolver uma operação que seja mais rápida, mais confiável, produz produtos e

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serviços de mais alta qualidade e, acima de tudo, opera com custo baixo”. (SLACK, CHAMBERS E JOHNSTON, 2009 p. 452). Já para Godinho Filho e Fernandes, (2004) a “manufatura enxuta é um modelo estratégico e integrado de gestão, direcionado a certas situações de mercado que propõe auxiliar a empresa a alcançar determinados objetivos de desempenho”. Esses indicadores de desempenho são principalmente qualidade e produtividade.

O supermercado lean, é integrante do Sistema Toyota de Produção que é um pequeno armazém responsável pelo abastecimento do sistema puxado que pode conter produtos intermediários e acabados, além de armazenar peças de fornecedores externos. Pode ser definido como sendo a interface entre os processos internos entre si e entre a fábrica e os fornecedores externos. Um supermercado, de acordo com o sistema Toyota de produção, é formado por vários corredores delimitados pelas estantes de armazenagem. Cada uma delas possui prateleiras que são divididas em pequenos espaços os quais preenchidos com um único tipo de produto. Essa técnica, conhecida como endereçamento do armazém, permite que um produto seja achado rapidamente através de seu endereço, (http://engenhariadeproducaoindustrial.blogspot.com.br/, 24/10/16).

Figura 1 - Supermercado Lean

Fonte: Kasten-storage.com, 2016.

As inovações advindas da indústria japonesa, principalmente a Toyota, resultaram da escassez de recursos e competição domestica do mercado local de automóveis. Por isso essa forma de gestão enxuta de operações foca a eliminação

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de desperdícios e excessos, representando um modelo alternativo á produção em massa. (LIKER, 2005).

Tomando como base o princípio da redução de custos através da eliminação das atividades que não geram valor, a Toyota ao invés de trabalhar com margem de lucro sendo obtida por meio do aumento do preço do produto, passou a ganhar mais margem de lucro obtendo o mesmo preço de venda, porém reduzindo o custo de produção. “Perdas, como definido pelo presidente da Toyota, Fujio Cho, é qualquer coisa que não seja a quantidade mínima de equipamentos, materiais, peças e trabalhadores que são absolutamente essenciais para a produção”. (CHASE, JACOBS, AQUILIANO, 2006, p. 417).

Ainda segundo, CHASE, JACOBS, AQUILIANO (2006) “Fujio Cho identifica sete tipos proeminente de perdas que devem ser eliminados, perda por superprodução, por tempo de espera, no transporte, no estoque, no processamento em si, no movimento e devido a fabricação de produtos defeituosos”.

Superprodução: o desperdício da superprodução consiste na produção acima do necessário para o cliente, antes do necessário, ou até mesmo mais rápido do que o cliente necessita.

Tempo de espera: períodos sem atividade alguma, ou seja, produtos, pessoas informações ou serviços parados sem receber processamento algum.

Transporte: deslocamento desnecessário de produtos, informações, pessoas e equipamentos.

Estoque: existência de inventario em excesso de matéria prima, em processamento ou de produtos acabados, fazendo com que o capital investido na produção fique estagnado no estoque.

Processamento: categoria de desperdício que leva a outra categoria a de defeitos. Normalmente causada pelo processamento de operações utilizando ferramentas, dispositivos, informações, ou procedimentos inadequados.

Movimento: excesso de movimento de operações levando ou armazenando peças.

Defeito: esta categoria de desperdício corresponde aos erros frequentes de qualidade dos produtos, informações, problemas com entregas.

Os esforços pela busca da redução de custos devem ser feitos de maneira transparente onde todos os envolvidos se sintam à vontade para dialogar e opinar

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em busca da melhoria de práticas e processos buscando sempre a otimização no fluxo de criação e agregação de valor do produto.

3.4 NIVELAMENTO DA PRODUÇÃO HEIJUNKA

Conforme, Niimi, (2004) o conceito de Heijunka mais conhecido como nivelamento de produção, nasceu nos anos 50 diante da necessidade de encontrar uma solução para a falta de peças, desde a matéria prima até peças prontas, a qual impedia a Toyota de aumentar sua produtividade e atender à crescente demanda do mercado dos EUA pelos caminhões bélicos a serem utilizados na Guerra da Coréia.

Não existiam peças suficientes na quantidade ou tempo necessários. De fato, a Toyota não produzia quase nada durante a primeira metade do mês! As primeiras duas semanas do mês eram gastas recolhendo as peças que não chegavam em nenhuma ordem particular, para depois, na segunda metade, montar os caminhões. Para Niimi,(2004), ficou altamente perceptível que esse sistema poderia piorar muito se os níveis de produção aumentassem, e foi para superar este desafio, que o Heijunka foi desenvolvido.

De acordo com Niimi, (2004), o Heijunka precisa que a empresa repense como deve comprar do fornecedor, como projetar as máquinas e ferramentas, como comprar equipamentos, como desenvolver os processos de trabalho e como planejar as suas equipes. Ele direciona a criação de processos flexíveis, o que nos leva a entender que, sem o Heijunka, uma empresa termina com recursos sobrando, tempo ocioso, elevados estoques, custos altos e muito mais.

O conceito de Heijunka é o nivelamento da produção em volume e combinação de produtos. Não segue a programação na ordem em que os pedidos chegam o que pode variar de maneira drástica, mas toma o volume total de pedidos em um período e nivela-os para que a mesma quantidade e combinação sejam produzidas a cada dia. (LIKER, 2005, P. 12). Ghinato (2000) define Heijunka como a criação de uma programação nivelada através do sequenciamento de pedidos em um padrão repetitivo e do nivelamento das variações diárias de todos os pedidos para corresponder à demanda no longo prazo. Dito de outra maneira, Heijunka é o nivelamento das quantidades e tipos de produtos.

Segundo Tardin (2001), nivelar a produção significa produzir todos os itens em curtos espaços de tempo, de modo a atender prontamente os clientes sem

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inventários excessivos e também evitando a superprodução, pois a principal e mais evidente vantagem do nivelamento de produção está no fluxo estabilizado de produção, conseguido através da nova consideração de trabalhar a demanda do cliente no longo prazo. Para Liker (2005), todos os sistemas produtivos objetivam entregar o que lhes foi pedido, no desejo de se tornarem bons fornecedores. Nessas condições acabam por, sem perceber incentivar a variabilidade nos materiais e nas pessoas.

O Heijunka precisa que a empresa repense como deve comprar do fornecedor, projetar as máquinas e ferramentas, comprar equipamentos, desenvolver os processos de trabalho e planejar as suas equipes. Ele direciona a criação de processos flexíveis. É uma ferramenta utilizada para fazer o nivelamento do tipo e da quantidade de produção durante um período de tempo, seu uso permite que a produção atenda as exigências do cliente com respostas rápidas, evitando superprodução, a redução de custos, mão de obra e tempo de produção, (http://www.citisystems.com.br/heijunka 22/08/16).

“O Heijunka é desafiador, mas também é recompensador. E é transferível para qualquer tipo de negócio” (NIIMI, 2004, p. 12).

Figura 2 - Quadro Heijunka

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Sua programação de produção permite a combinação de itens diferentes de forma a garantir um fluxo contínuo de produção, nivelando também a demanda de recursos de produção. O Quadro de Nivelamento de Produção é chamado de gerenciamento visual, pois dele podemos tirar as seguintes informações:

 O estoque de cada produto em qualquer instante;  Sabe-se se a produção está atrasada ou adiantada;  Sabe-se quando fazer um novo pedido de material;

 Sabe-se se estamos trabalhando com estoque demais ou de menos;  Antecipa-se situações de falta de componentes;

 O Heijunka, juntamente com o Kanban, são ferramentas indispensáveis para a produção puxada eficiente.

3.4.1 Alguns princípios do Heijunka

É uma lógica de programação de produção que auxilia no sequenciamento e nivelamento dos recursos produtivos.

Faz o papel de planejamento e controle ao mesmo tempo.

O princípio baseia-se na identificação de quais itens farão o papel de niveladores de produção (os de alto consumo). Para esses itens será permitido um estoque nivelador, também chamado de supermercado.

Os demais itens serão produzidos sob demanda (com base no sequenciamento do PCP ou num Kanban de poucas caixas).

É aplicável quando muitos itens são demandados por um ‘processo puxador’. A condição para aplicar o conceito é a existência de uma forte concentração da demanda (exemplo 80%) numa quantidade reduzida de itens (20%). Os objetivos do processo Heijunka são:

1. Alocar prioritariamente a produção sob pedidos (sequenciados);

2. Nivelar o processo puxador alocando em seguida os itens ‘niveladores’; Depois de produzir os itens sob pedidos, o saldo de capacidade é destinado aos itens niveladores. Se o saldo de capacidade é maior que o requerido para atender a demanda dos niveladores no horizonte planejado, então o excedente produzido é colocado no estoque nivelador.

Caso contrário, retiram-se itens do saldo de estoque nivelador para atender a demanda do intervalo de planejamento, (VE3.supply.chain.consulting).

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4 METODOLOGIA

Este tópico define as estratégias para a execução do estudo e caracteriza a classificação da pesquisa, pesquisa quanto à natureza, pesquisa quanto à abordagem, pesquisa quanto ao objetivo, coleta de dados e análise de dados.

4.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Os estudos podem ser classificados em três grupos de acordo com o tipo de pesquisa, são eles: pesquisa quanto à natureza, pesquisa quanto à abordagem e pesquisa quanto aos objetivos.

Quanto à natureza as pesquisas podem ser classificadas como pesquisa básica ou pesquisa aplicada. De acordo com Gil (2010) a pesquisa básica reúne estudos que tem como propósito preencher uma lacuna no conhecimento. Já a pesquisa aplicada abrange estudos elaborados com a finalidade de resolver problemas identificados no âmbito das sociedades em que os pesquisadores vivem.

Este estudo se classifica, portanto, como pesquisa aplicada, pois como coloca Gill (apud ROCKEMBACH, 2013), atua sobre o viés de gerar conhecimentos para a aplicação prática, focada na solução de problemas específicos reais que envolve verdades e interesses locais. Nesse contexto, a fonte principal das questões de pesquisa está centrada nas dificuldades, nos problemas e preocupações vividos pelas pessoas e o propósito é oferecer soluções potencias para os problemas humanos. A pesquisa aplicada compreende o questionamento e a discussão acerca dos problemas, com o emprego de referencial teórico de determinada área de saber, e a apresentação de alternativas que possam solucionar os problemas.

Já quanto à forma de abordagem a pesquisa pode ser quantitativa e/ou qualitativa. A pesquisa quantitativa, de acordo com Gil (2002), é um tipo de pesquisa que admite que tudo pode ser quantificável, em outras palavras, tudo pode ser transformado em números (opiniões e informações) para depois ser classificada e analisada. Oliveira (2004) afirma que o método quantitativo busca estabelecer relações entre variáveis, assim como uma investigação de fenômenos de causa e efeito. Ainda o quantitativo significa quantificar dados, opiniões, agregando as informações recursos e técnicas estatísticas, como porcentagem, média, moda,

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mediana e desvio padrão, além de coeficiente de correlação, análise de regressão, entre outros.

Quanto à abordagem o presente estudo classifica-se de natureza qualitativa, pois, o foco principal está voltado ao processo de melhoria contínua suas etapas e seus significados no contexto de seu ambiente natural, neste caso o ambiente fabril. Zamberlan (2014) considera que na pesquisa qualitativa, há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são requisitos básicos no processo de pesquisa qualitativa.

Quanto aos objetivos ou níveis de pesquisa três tipos de estudo são amplamente utilizados: pesquisa exploratória, pesquisa descritiva e pesquisa explicativa. De acordo com Vergara (2004) a pesquisa exploratória é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. No mesmo entendimento, Gil (2010) explica que as pesquisas exploratórias têm como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Seu planejamento tende a ser bastante flexível, pois interessa considerar os mais variados aspectos relativos aos fatos ou fenômeno estudado.

Conforme Vergara (2004) a pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. E Gil (2010) afirma que as pesquisas descritivas têm como objetivo a descrição das características de determinada população. Podem ser elaboradas também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis.

Segundo Gil (2010), as pesquisas explicativas tem como propósitos identificar fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência de fenômenos. Estas pesquisas são as que mais aprofundam o conhecimento da realidade, pois têm como finalidade explicar a razão, o porquê das coisas. Por isso mesmo, constitui o tipo mais complexo e delicado de pesquisa, já que o risco de cometer erros eleva-se consideravelmente. Para Vergara (2004), a pesquisa explicativa tem como principal objetivo tornar algo inteligível, justificar lhe os motivos. Visa, portanto esclarecer quais fatores contribui de alguma forma, para a ocorrência de determinado fenômeno.

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Desta forma o presente estudo enquadra-se como pesquisa exploratória por ser a primeira realizada com esta abordagem e tema específico, na referida organização, e também é considerado descritivo, pois buscará constatar quais as percepções, opiniões e sugestões de um grupo de funcionários da empresa.

4.2 COLETA DE DADOS

Zamberlan (2014) afirma que a coleta de dados se baseia nos objetivos da pesquisa, onde as técnicas não são de uso único, muitas vezes são complementares, utilizando várias técnicas em um só estudo. Conforme Oliveira (2004) a coleta de dados é a parte prática da pesquisa, onde inicia-se a aplicação dos instrumentos confeccionados e as técnicas escolhidas, a fim de recolher os dados conforme previsto.

Os dados foram coletados por meio de:

 Pesquisa bibliográfica: em livros, sites e artigos publicados com dados relativos ao conceito Heijunka e nivelamento de produção.

 Pesquisa documental: com base em dados e informações dos arquivos, especificamente as ordens de fabricação dos processos de produção dos setores de solda e áreas afins.

 Entrevista: Foi aplicada ao gestor da produção, gestor da área de melhoria continua, aos lideres das áreas envolvidas e colaboradores que executam as atividades, com perguntas a fim de obter informações sobre o que impacta para o bom desempenho do setor de solda e áreas afins.

 Observação: complementando analise com objetivo de registrar comportamentos ou atividades de pessoas e objetos que possam influenciar nos interesses da pesquisa e que durante a pesquisa documental ou entrevista não tenha ficado claro. Necessária para poder descrever os processos de aplicação do conceito Heijunka e verificar possíveis pontos positivos e negativos.

4.3 ANALISE DE DADOS

O objetivo central da análise é detalhar as observações, de tal modo que elas tragam elementos que possam responder as perguntas da pesquisa. Já o objetivo

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da interpretação é a busca das respostas e a sua ligação com conhecimentos já adquiridos.

Para Lakatos e Marconi (2003), a importância dos dados está não em si mesmo, mas em proporcionarem respostas às investigações. Desta forma, a análise e interpretação de dados podem ser consideradas uma parte de suma importância para a realização do trabalho, pois é devido à coleta de dados que se obtêm os dados para a execução do projeto.

Para Gil (2010) a interpretação dos dados consiste em estabelecer uma relação entre a teoria e a prática, observada a partir de conceitos teóricos ou de estudos já elaborados anteriormente.

A análise e interpretação dos dados foi realizada através da sistematização dos dados e informações coletadas das conversas informais e a entrevista com alguns gestores das áreas de logística, solda e com funcionários dos setores envolvidos da empresa investigada.

Por se tratar de uma pesquisa com abordagem qualitativa, o estudo teve diferenciadas aplicações, de acordo com a necessidade de cada objetivo a ser pesquisado. Para descrever os processos de produção, identificar e avaliar possíveis elementos que impactam no nivelamento da produção e consequentemente nos índices de eficiência e produtividade e para propor e avaliar melhorias para aumentar os índices de eficiência e produtividade nos processos de produção de montagem dos carros kit de componentes para o abastecimento dos setores de solda foi utilizado técnicas de abordagem de pesquisa qualitativa, pois a base desta pesquisa foi através de documentos da organização, entrevista com gestores e colaboradores e a observação, chegando aos resultados finais.

Para propor melhorias nos tempos de produção, movimentação de peças e utilização de mão de obra e com o objetivo de reduzir os custos de produção no processo de montagem dos carros kit de componentes de solda, foi utilizado técnicas de pesquisa quantitativa utilizando métodos estatísticos como coleta de dados e tabulação para chegar a um resultado final.

A proposta de fazer o TCC utilizando a ferramenta do Heijunka e nivelamento de produção com aplicação na montagem dos carros kit no mercado de componentes para o setor de solda foi apresentada ao gerente e supervisores da área de logística e ao diretor de operações da AGCO unidade de Santa Rosa. A proposta foi aprovada, mas com a ideia de que não fosse implantada apenas no

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supermercado de componentes de solda, mas que pudesse ser implantado em toda a empresa e com a ajuda de uma consultoria, contratar uma empresa especializada em nivelamento de produção e produção enxuta para garantir que toda a empresa pudesse melhorar os processos. Após a solicitação de orçamento para três empresas de consultório, e com a aprovação da área de finanças a empresa de consultoria VE3 – Supply Chain Consulting & Solutions foi contratada para dar inicio ao trabalho que devido à demora para a aprovação do orçamento acabou atrasando o inicio do trabalho, o que, consequentemente, atrasou a realização deste estudo de aplicação do conceito Heijunka. A ideia inicial deste estudo era os resultados obtidos com a aplicação da ferramenta do Heijunka, mas devido ao atraso na contratação da empresa de consultoria VE3, nos permitiu apenas um estudo baseado em resultados esperado com a aplicação da ferramenta.

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5 ANALISE E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo expõem-se as informações que foram coletadas para a elaboração do presente estudo, seguidas das análises e interpretações das mesmas para a importância da implantação do quadro Heijunka no processo produtivo da AGCO do Brasil em especial na montagem dos carros kit do mercado de componentes para abastecimento dos setores de solda.

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A AGCO do Brasil é uma multinacional fabricante de máquinas agrícolas, localizada na RS 344 km 1na cidade de Santa Rosa/RS. Com fábricas em vários países do mundo, a AGCO iniciou suas atividades no Brasil no ano de 1996 com a compra da IOCHPE MAXION e desde esta data vem investindo em novas tecnologias e desenvolvimento de novos produtos, com a finalidade de satisfazer as necessidades dos produtores rurais que alimentam o mundo, com máquinas modernas e tecnologias de última geração.

A empresa fornece soluções agrícolas para agricultores em todo o mundo, com uma linha completa de tratores, colheitadeiras, equipamentos para fenação e forragens, implementos, armazenagem de grãos e sistemas de produção de proteína, bem como distribuição de peças. Fabricar máquinas e equipamentos que atendam a demanda em constante mudança do mundo por alimentos e combustíveis e o que representa a inovação na AGCO. Equipamentos híbridos, sistema de monitoramento com base em telemetria e tecnologias adaptáveis que respondem a variações regionais da agricultura e muito mais. O futuro esta acontecendo agora e a AGCO está à frente.

Visão: Soluções de alta tecnologia para agricultores profissionais que alimentam o mundo.

Missão: Crescimento rentável por meio de atendimento ao cliente, inovação, qualidade e compromisso superiores.

Valores: Os valores essenciais da AGCO nos orientam sobre como nos comportarmos, pessoal e profissionalmente. No mundo da agricultura em constante mudança, nossos valores essenciais são sólidos. Nossos valores fundamentam

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nosso trabalho, a forma como interagimos uns com os outros e quais estratégias empregamos para cumprir a nossa missão. Nossos valores essenciais são as práticas que usamos diariamente em tudo o que fazemos.

A AGCO do Brasil possui varias unidades fabris dentro do Brasil e se destaca por oferecer produtos que atendam as necessidades dos produtores rurais do plantio à colheita, pois produz máquinas e implementos agrícolas de vários modelos.

Na unidade de Santa Rosa a empresa produz colheitadeiras de vários modelos e componentes para a fábrica de tratores em Canoas/RS e de colheitadeira de cana de açúcar em Ribeirão Preto/SP.

Atualmente na unidade de Santa Rosa a empresa possui um quadro de aproximadamente 500 funcionários para a produção dos setores de corte, estamparia, conformação, usinagem, solda, pintura e montagem, mais a área administrativa. O objetivo da organização é produzir produtos com tecnologia, qualidade e preço competitivo para atender as necessidades dos produtores rurais e garantir a satisfação de seus acionistas e funcionários.

Desde 2004 a AGCO vem implantado conceitos da Produção Enxuta. Produção Enxuta é um conceito de fábrica limpa e eliminação de desperdícios, aproximando as operações uma das outras, eliminando assim, translado de peças de uma máquina para outra, onde o cliente não vê e não valoriza. É uma filosofia que foi adotada em Santa Rosa e em várias unidades de atuação da AGCO no mundo a fim de oferecer melhores condições de trabalho aos seus colaboradores, reduzir espaço físico, aumentar a qualidade de seus produtos e, com isso, aumentar a competitividade de seus produtos.

O processo de implantação da Produção Enxuta concretizou-se por uma parceria entre a AGCO do Brasil, representada por um grupo de gestores, e com uma consultoria externa, a qual fez o acompanhamento juntamente com a direção. O processo teve início devido à necessidade, verificada pela direção da empresa, de redução do estoque, de melhorar a flexibilidade da fábrica e aumentar a produtividade. A direção oportunizou a implantação deste sistema devido ao grande potencial existente na planta industrial de Santa Rosa – Unidade Colheitadeiras. .

Na fase inicial trabalhou-se no desenvolvimento de pessoas para a implantação da Produção Enxuta, onde foram realizados treinamentos dentro e fora da organização para melhorar os aspectos de trabalho em equipe e verificar se estas pessoas escolhidas tinham perfil para trabalhar na implantação de um novo

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processo de produção, pois não poderia ter pessoas com intuito de não mudar (resistentes). E, a partir deste momento, escolheram-se as pessoas chaves, com perfil gerencial desejável para auxiliar no processo de implantação do sistema de Produção Enxuta na unidade de Santa Rosa, juntamente com a consultoria externa.

A implantação da Produção Enxuta teve inicio na fabrica com o controle de produção, onde se estabeleceu que só fosse produzido o que fosse puxado por Kanban. Com isso, o MRP ficou limitado às funções de planejamento e os estoques existentes na célula foram transferidos para os supermercados de comprados e manufaturados. Conforme é acionado o Kanban para fabricação de conjuntos é pago os componentes em kits para serem processados. O MRP é um modelo de sistema especialista, por ser essencialmente voltado para o planejamento e o controle de produção e de estoques:

Infere-se, portanto, que o Kanban não é nada mais do que um meio para o alcance da melhoria contínua, pois sua característica fundamental está na melhoria total e contínua dos sistemas de produção. O kanban realmente tem uma grande importância: estabelecer o número de kanbans para regular o fluxo de itens, manter o estoque a um mínimo e proporcionar controle visual, a fim de executar essas funções com precisão.

Após estar concluído o processo de implantação da Produção Enxuta, trabalhou-se na criação de um procedimento para garantir a sustentabilidade no novo processo de fabricação. A partir do procedimento, criaram- se rotinas de melhoria contínua (kaizen) e auditorias em todos os níveis da organização.

A empresa levou um ano e meio para implantar o macro, e desde então trabalha no processo de aperfeiçoamento da Produção Enxuta, pois o processo é contínuo. E, justamente por ser contínuo que se faz jus a este estudo e, mais detalhadamente aos aportes abaixo para a implantação de mais uma ferramenta da Produção Enxuta, o nivelamento de produção Heijunka no supermercado de componentes para a soldada na empresa estudada, a fim de propor melhorias que visem à otimização dos processos de organização, disposição e distribuição dos produtos.

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5.2 PROCESSO PRODUTIVO

A AGCO do Brasil unidade de Santa Rosa, com capacidade media mensal de produção de 150 colheitadeiras, plataformas de corte e milho, também produz componentes para tratores os quais são enviados para a unidade de Canoas, Rio Grande do Sul onde são montados nos tratores que lá são produzidos. Na unidade de Santa Rosa o principal produto é a colheitadeira e são produzidos cinco modelos e três marcas, dos modelos mais simples aos mais sofisticados com tecnologia de ultima geração para atender as necessidades dos agricultores de toda a América do Sul e alguns países da África.

Da marca Massey Ferguson são produzidos os modelos 5690 classe IV, 6690 classe V, 9695 classe VI, 9795 classe VII e 9895 classe VIII que são maquinas de pequeno, médio e grande porte. Da marca Valtra são produzidos os modelos 6800 classe VI, 7800 classe VII e 8800 classe VIII, e da marca Challenger que são produzidas para atender principalmente o mercado da Argentina, tem os modelos 660 classe VI, 670 classe VII e 680 classe VIII, que são máquinas de médio e grande porte. As plataformas de corte e milho são produzidas para atender o modelo e tamanho da colheitadeira, o tipo de cereal que irá colher ou conforme o pedido do cliente.

Podemos dizer que o processo produtivo inicia pela portaria fiscal, onde são lançadas as notas fiscais de recebimento de todos os materiais necessários para o funcionamento da fábrica. Após o lançamento das notas fiscais dos produtos de toda a carga, o caminhão segue até o recebimento para que os produtos sejam descarregados, identificados e conferidos através do documento de identificação emitido com o lançamento da nota fiscal que indica através do código de identificação do produto, a quantidade e o mercado em que deve ser armazenado. Após a certificação da quantidade, cada produto vai para o mercado de destino que são os mercados de matéria prima de chapas, mercado de fundidos e os produtos manufaturados que vão para o mercado de manufaturados e são armazenados em locais identificados com o código de cada item que depois seguem para a linha de montagem, conforme a necessidade de abastecimento. Já as matérias prima seguem para o processo de manufatura, os fundidos vão para o processo de usinagem conforme a necessidade e após, são armazenados no mercado de polias e aguardam o dia e hora para seguir para o processo de pintura. Depois de pintados,

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são armazenados no mercado de peças pintadas interno e ficam aguardando para abastecer a linha de montagem, seguindo a ordem de produção. As matérias prima de chapas, seguindo a ordem de produção vão para o processo de corte e conformação. Após a conformação as peças são transportadas para o mercado e armazenadas em locais identificados com o código de cada peça e serão utilizadas conforme a necessidade do setor de solda e dentro do horário estabelecido pela programação conforme o check list de montagem do kit.

O abastecimento do mercado por componentes de solda segue a programação da fábrica de acordo com a produção do mês a qual é planejada de acordo com os pedidos dos clientes e dentro de uma previsão futura estabelecida pela área de vendas sempre levando em consideração o aquecimento do mercado e a situação econômica atual, como liberação de linhas de financiamentos pelo governo, bem como preços dos produtos agrícolas, principalmente o setor de grãos.

A seguir a Figura 03 mostra o mapa de processo para a produção de colheitadeiras, desde o recebimento de peças e matérias prima, até a entrega do produto para o cliente final.

Figura 3 - Mapa de Processo AGCO do Brasil

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Apresenta-se a seguir cada um dos processos de fabricação dos componentes, onde a matéria prima é transformada, bem como apresenta-se o processo de montagem dos carros kit no mercado de itens para o abastecimento dos setores de solda.

5.2.1 Início do processo de produção

O processo de abastecimento do setor de solda não depende exclusivamente do mercado de peças internas, mas sim de todo o processo de desenvolvimento dos componentes, o qual inicia com o abastecimento de chapas para o corte da matéria prima nas maquinas laser. Estas máquinas são programadas para o corte da chapa de acordo com as medidas necessárias. Após o corte a chapa é retirada da maquina, separada, identificada e encaminhada para a máquina que efetuara o processo de conformação.

A Figura 04 mostra o processo de corte de chapa numa máquina de corte a laser.

Figura 4 - Processo de corte de chapa a laser

Fonte: Elaboração do estudo, 2016.

Os processos de conformação são realizados em máquinas modernas que são programadas para fazer a dobra conforme o tamanho das peças as medidas e a quantidade necessária para a fabricação do componente o qual se destinará.

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A Figura 05 mostra o processo de conformação das peças, com peças em espera para ser conformadas e outras prontas para ser levadas ao supermercado.

Figura 5 - Processo de conformação

Fonte: Elaboração do estudo, 2016.

Após a conformação as peças são transportadas para o supermercado de componentes para a solda, conforme mostra a Figura 06.

Figura 6 - Mercado de componentes de solda

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5.2.2 Processo de montagem dos Carros Kit

O processo de montagem dos carros kit inicia-se com a compra das peças no supermercado seguindo a programação de solda de acordo com o check list do referido kit a ser pago o qual traz discriminado o posto de trabalho que deve ser pago, o nome do funcionário que irá montar o Kit, um número de controle na hora de programar, a data com horário de montagem e de expedição do carro kit, código e descrição do item, a quantidade que deve ser pago, o local em que está estocado, bem como o modelo de colheitadeira que este item pertence, conforme mostra a Tabela 01.

Tabela 1 - Check list de componentes de solda

Fonte: AGCO do Brasil, 2016.

Referências

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