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BIANCA KELLY OLIVEIRA E PEREIRA

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Academic year: 2021

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Itapecerica da Serra 2019-2

BIANCA KELLY OLIVEIRA E PEREIRA

A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

ASSOCIADA AO LÚDICO, NO PROCESSO EDUCATIVO DA

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Itapecerica da Serra 2019-2

A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

ASSOCIADA AO LÚDICO, NO PROCESSO EDUCATIVO DA

CRIANÇA NO ENSINO FUNDAMENTAL.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Pedagogia.

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BIANCA KELLY OLIVEIRA E PEREIRA

A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

ASSOCIADA AO LÚDICO, NO PROCESSO EDUCATIVO DA

CRIANÇA NO ENSINO FUNDAMENTAL.

BANCA EXAMINADORA

Profª Natália Cunha. Especialista em educação.

Profª. Paula Barros. Mestre em educação.

Profª Shirley Lacerda. Especialista em educação.

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Dedico este trabalho em primeiro lugar ao meu conhecimento, que me permite produzir tão maviosas palavras.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família pelo apoio concedido nestes atribulados anos de curso. Meu pai. Minha mãe, quem me ensinara os caminhos da pedagogia, sabedoria e valores. Meu esposo, por me apoiar nesta jornada.

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“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”

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Pereira, Bianca Kelly Oliveira e. A importância da alfabetização e letramento associada ao lúdico, no processo educativo da criança no ensino fundamental, 2019. Número total de folhas: 23. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – Faculdade Anhanguera, Itapecerica da Serra, 2019.

RESUMO

Este trabalho de conclusão tem como intuito apresentar que alfabetização e letramento juntamente com jogos em ambiente escolar podem ser algo produtivo e prazeroso, motivador e planejado, com possibilidades de aprendizagem de várias habilidades, no entanto, para muitos professores a alfabetização e o letramento feito de forma tradicional têm preocupado, pois as tradições faltas aquele estimulam que a criança necessita para o seu desenvolvimento. Os jogos na alfabetização e letramento é um instrumento importante, do qual essa ação se concentra além dos muros de uma escola, deixando assim de ser visto como uma simples atividade recreativa, mas sim como algo cultural do individuo, mas apresentar que uma brincadeira por mais simples que seja, possibilita êxito no ensino e aprendizagem de um aluno. Os jogos como coadjuvantes, na alfabetização, representam mais do que uma mudança de concepção, pois sua utilização deve ser baseada em uma mudança de valores em sociedade, com reflexões dos professores, diretores, pais, alunos e comunidade

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Pereira, Bianca Kelly Oliveira e. Playfulness: The importance of literacy and lettering associated with play in the educational process of children in fundamental education.2019. Número total de folhas: 23. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – Faculdade Anhanguera, Itapecerica da Serra, 2019.

ABSTRACT

This concluding paper aims to present that literacy and literacy together with games in the school environment can be something productive and enjoyable, motivating and planned, with learning possibilities of various skills, however, for many teachers literacy and literacy made by traditional way have worried, because the lacking traditions that stimulate that the child needs for its development. Games in literacy and literacy is an important instrument, of which this action is concentrated beyond the walls of a school, thus not being seen as a simple recreational activity, but as something cultural of the individual, but present that a joke for more simple as it is, it enables success in teaching and learning a student. Supporting games in literacy represent more than a change in conception, as their use must be based on a change in values in society, with reflections from teachers, principals, parents, students and the community.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...10

2. A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE...11/14

3. A LUDICIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL: PERSPECTIVAS...15/18

4. A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO, ASSOCIADA AO TEATRO...19/21

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...22

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1. INTRODUÇÃO

A construção do saber se faz de maneira colaborativa com o meio, e é partindo deste pressuposto que este trabalho está visando apresentar como um pedagogo pode desenvolver trabalhos lúdicos para alfabetização e letramento de estudantes desde o maternal até o ensino fundamental I.

Como se sabe o processo de alfabetização e letramento do individuo é importantíssimo na construção de seu aprendizado, ou seja, a escrita e a leitura como são formas de avaliação tanto pela escola quanto profissionalmente, no entanto, ambas são implicam em um duplo sistema simbólico, pois permitem transcrever um equivalente visual em um equivalente auditivo, ou o contrário.

O lúdico pode auxiliar no processo de alfabetização e letramento? Com os seguintes objetivos refletir sobre a importância do ambiente alfabetizador, enfatizando as atividades lúdicas como prática pedagógica para a alfabetização e letramento. As perspectivas lúdicas surgem como um caminho metodológico importante, uma vez que se fazem necessárias a significação dos termos e sua correlação como o mundo do sujeito da aprendizagem.

No entanto, para tal, evidencia-se a importância do aprender brincando em um ambiente preparado para oferecer as ferramentas didáticas para estes sujeitos e suas aprendizagens, ou seja, o lúdico promove a construção da individualidade, validando os valores apreendidos socialmente, como a auto-estima, o apreço pelos amigos, fornecendo situações voltadas à aprendizagem e desenvolvimento de suas capacidades cognitivas, onde se torna um caminho no qual leva as crianças a ter novas descobertas, fazendo assim explorando um mundo desconhecido.

“O primeiro capitula apresentar sobre “A alfabetização e o letramento, sua importância para o individuo”, o segundo capítulo “A importância da ludicidade”, terceiro capítulo “Como desenvolver atividades de alfabetização e letramento, juntamente com o lúdico”. Nestes capítulos utilizaremos dos seguintes autores Jean Piaget (1971), Lev Vygotsky (2001), Paulo Freire (1997) e Tizuko Kishimoto (1993) entre outros. Por fim, opta-se pelo uso de livros devida a necessidade de se refletir os pontos de vista dos autores consagrados e como estes pontos interferem na observação do perfil atual da alfabetização..

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2. “A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE”,

A alfabetização juntamente com a ludicidade é construção de um mundo novo na concepção da criança. Este fato, por si só, já abarca um novo universo de significados a serem atingidos para o indivíduo que possuirá esta nova habilidade. Aliada ao letramento, a alfabetização e a ludicidade se compõe um dos eixos principais da ação do professor no ensino fundamental.

Ludicidade enquanto conceito tem sua origem no latim: ludus, que significa "jogo”. Contudo, ao longo dos anos tal conceito não ficou restrito apenas na sua origem. Considerando tal evolução, do lúdico passou a ser reconhecido enquanto elemento essencial para a vida humana já no romantismo. Vale ressaltar que antes desse reconhecimento o brincar era visto como perca de tempo, não sendo tal atividade reconhecida enquanto elemento cultural, sendo sempre o oposto do trabalho (KISHIMOTO, 1998).

Historicamente, a ludicidade é considerada uma atividade voltada para as crianças. Ariés ressalta (1986), que no início da modernidade, nas classes populares, as crianças eram vistas como adultos em miniaturas assim que eram consideradas aptas a dispensar a ajuda da mãe ou das amas, aproximadamente aos sete anos. Por longos anos o brincar era afastado das crianças e o uso do lúdico veio a ser reconhecido no Brasil tardiamente, apenas na década de 1990.

De acordo com Pain (1985) a alfabetização não restringe somente à codificação das letras, permeando também o campo da construção de pensamentos, fala e interpretação do que se lê. A busca pelo embasamento teórico evidencia a necessidade de se analisar criticamente as dificuldades intrínsecas ao processo de alfabetização uma criança, propondo metodologias complementares aos processos que já ocorrem tradicionalmente no campo da alfabetização.

De acordo com Kishimoto (1993) a alfabetização é uma maneira de comunicação do dia a dia de toda humanidade e assim surgiu à escrita e a leitura, e por fim a alfabetização e o letramento, para Cagliari (1998, p. 14) esse fato histórico como a escrita surgiu do sistema de contagem feito com marcas em cajados ou ossos, e usados provavelmente para contar o gado, numa época em que o homem já possuía rebanhos e domesticava os animais.

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Esses registros passaram a ser usados nas trocas e vendas, representando a quantidade de animais ou de produtos negociados. Para isso, além dos números, era preciso inventar os símbolos para os produtos e para os proprietários.

Ferreiro (2001) em seus estudos afirma que, “é recente a tomada da consciência sobre a importância da alfabetização inicial como a única solução real para o problema de alfabetização retroativa (de adolescentes e adultos)”. Segundo Paiva (2002) a alfabetização e o letramento de iniciaram quando os jesuítas chegaram ao Brasil, e assim estabeleceram escolas e começaram a ensinar a ler e a escrever entre outras coisas.

De acordo com Perez (2002, p. 66) a alfabetização nada mais é do que um processo que se principia formalmente na escola, começa de fato, antes de a criança chegar à escola, através das diversas leituras que vai fazendo do mundo que a cerca, desde o momento em que nasce e, se consolida nas quatro primeiras séries, continua no decorrer de seus estudos durante a vida, e essa continuação dos estudos também se dá fora do âmbito escolar.

A teoria de Vygotsky (2001) fundamenta-se no desenvolvimento humano como resultado de um processo sócio histórico, para ele isso conduz há uma maior importância ao papel da linguagem, do pensamento e da aprendizagem, pois há uma ligação entre o aprendizado e a interação do sujeito com o meio em que vive. Vygotsky (2001) ressalta que a ação da criança sobre o meio estimulará sua atividade mental. A partir daí a criança começa a ter maior consciência sobre sua própria pessoa, iniciando a formação da sua auto-imagem. Em seguida, a criança inicia a sua vida social ao formar pequenos grupos onde ocorre uma troca constante de amizades e de grupos. Várias habilidades como raciocinar, planejar, exercitar a memória, compreender situações, linguagens e estratégias e resolver problemas precisam ser desenvolvidas.

Para Paulo Freire (1983, p. 72), “alfabetizar tem objetivo tríade: tematizar o mundo, dialogar sobre o mundo e transformar o mundo”. Visa-se que o processo de alfabetização é necessário para a formação do individuo, pois terá influência direta no seu processo de escolarização, o que muitas vezes acarreta em seu sucesso ou fracasso educacional.

Porém de acordo com Sozim (2011) quando a criança é inserida no mundo da escrita, antes de entrar no âmbito escolar, onde será alfabetizado e seu

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desenvolvimento se faz numa sociedade grafocêntrica pode-se dizer que a capacidade na produção da escrita dando-se inicia na infância e assim se faz a inserção cultural que se desenvolve, distinguindo-se dois conceitos: Alfabetização: aprendizado do alfabeto, domínio e apreensão da forma escrita, utilizada em duas funções que se inter-relacionam: ler e escrever; Letramento: relaciona-se diretamente ao ato de ler e escrever, ampliando-se, à medida que se faz uso dessas funções na vida social, utilizando-os num processo mais amplo do que a decodificação de palavras, ou o registro delas. Sozim (2011) apresenta que em algumas escolas esses processos se dão ocorrem desde o início desde a Educação Infantil.

A invenção da escrita aconteceu devido a necessidade de comunicação entre os indivíduos, em seguida, os estudos entre pessoas consideradas os mais sábios e começou o desenvolvimento da alfabetização, e aprimorariam o diálogo e a compreensão podendo assim escrever e observaram que havia uma grande necessidade de ler. No entanto, atualmente percebemos como a evolução vem acudindo com o alfabetizar, pois vai além do ler e escrever, e sim compreender e entender o estudante está lendo. a o letramento é uma forma de alfabetização é maneira mais aprimorada para fazer com que as crianças possam desenvolver e crescer realizando compreensão em diversos tipos de assunto, e sendo assim pode-se aprepode-sentar que devido á leitura o indivíduo depode-senvolverá uma redação com mais clareza, e também trabalhará a imaginação ao ler alguns tipos de livro.

De acordo com Moraes (2006) apresenta, o primeiro ano do Ensino Fundamental deverá manter sua identidade pedagógica e de instalações, observando, ainda, as orientações do Ministério da Educação de que a entrada no novo fundamental não pode representar uma ruptura com o processo anterior. Processo este vivido pelas crianças em casa ou na instituição de Educação Infantil, mas sim uma forma de dar continuidade as suas experiências para que elas, gradativamente, sistematizem os conhecimentos.

Morais (2006) indicam que, no Brasil, a alfabetização ganhou força com a institucionalização da escola, após a proclamação da república, objetivando a tornar as gerações da época aptas à nova ordem política e social e partir do surgimento da alfabetização muito tem se discutido sobre esse processo. Hoje, o termo alfabetização parece um tema comum e de fácil compreensão e definição, porém,

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esse processo não é de fácil entendimento, possuem dimensões complexas, diversas, com colaboração de diferentes áreas do conhecimento, de vários enfoques e visões, envolvendo professores e alunos, além de seus contextos culturais, métodos, materiais e meios.

Para Soares (2003), a alfabetização é um processo de natureza complexa. Trata-se de um fenômeno de múltiplas facetas, que fazem dele um objeto de estudo de várias ciências. O problema da alfabetização não está apenas na sua característica interdisciplinar, é preciso considerar, ainda, os aspectos sociais e políticos que condicionam a aprendizagem, na escola, da leitura e da escrita. No entanto, dados apresentam problemas e desafios encontrados na alfabetização dos alunos no âmbito escolar que vem decorrendo durante anos, causando muitas vezes, perplexidade entre os educadores, o poder público e a sociedade. Para os educadores quando começam a alfabetizar deparasse preocupações dentre essas, qual será a melhor metodologia a ser aplicada para com seus alunos, fazendo com que alcance seus objetivos onde a alfabetização seja tanto eficaz quanto eficiente. É preciso que o educador entenda que não existe uma metodologia exata, cada criança possui seu tempo, ou seja, sua peculiaridade no processo de ensino- aprendizagem, mediante disso, o professor deve utilizar de vários métodos para obter sucesso em seus ensinamentos.

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3. “A LUDICIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL: PERSPECTIVAS”.

A produção e promoção de habilidades e competências são em todas as faixas etárias e níveis de ensino, uma grandessíssima dificuldade. Oriundos de um processo de interdependência da relação professor – estudante, esta aprendizagem ocorre de maneira constante. De acordo com Vygotsky (2001), a construção da zona de desenvolvimento proximal termina por ocorrer em todos os indivíduos que estão em processos de ensino-aprendizagem.

A promoção do conhecimento, sob o enfoque dos preceitos da pedagogia interacionista objetiva inserir a criança em uma perspectiva mais ampla, mas não genérica demais, do espectro das representações sociais. Vygotsky (2001) define estas representações sociais como um meio de promover as interações necessárias à construção dos saberes. De acordo com esta perspectiva, uma ação plausível para a perspectiva interacionista seria a produção de um teatro.

Kishimoto (1993) propõe a adoção de jogos lúdicos, que absorvam à criança de maneira colaborativa, utilizando a sua própria inspiração e regrando-se por definições inicialmente suas, mas posteriormente combinadas em uníssona com a coletividade em que se encontra inserida no presente momento.

Ainda de acordo com a pensadora:

“Ao permitir a manifestação do imaginário infantil, por meio de objetos simbólicos dispostos intencionalmente, à função pedagógica subsidia o desenvolvimento integral da criança. Neste sentido, qualquer jogo empregado na escola, desde que respeite a natureza do ato lúdico, apresenta caráter educativo e pode receber também a denominação geral de jogo educativo. ”(KISHIMOTO, 2001, p. 83).

Ao promover a reflexão a cerca das questões que rodeiam o ambiente escolar, a atividade acaba por potencializar as ações que visam melhorias ao ambiente coletivo dos estudantes.

Os estudantes, ao serem assistidos por professores e auxiliares com notório saber na área de artes cênicas e linguagem corporal, poderão promover jogos de faz

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de conta, respeitando-se as perspectivas expostas por Kishimoto (2001), uma vez que é necessária a intervenção externa do professor.

As aulas ocorreriam, então, de maneira diversificada e tangenciando as perspectivas dos jogos teatrais. Esta visão procura expandir os parâmetros que os estudantes possuem sobre esta área do conhecimento humano, bem como a compreensão de todas as representações sociais.

A metodologia abordada, de Viola Spolin, dita metodologia improvisacional dos jogos teatrais, foi construída entre os anos de 1924 a 1990, apontando para um processo de conhecimento que se configura fundamentalmente a partir de um ato específico de vivência, pela ação no aqui e agora. O resultado é uma experiência, um conhecimento advindo e elaborado a partir da vivência e pela vivência como estruturadora deste processo de conhecimento, o que está em perfeita consonância com as atuais descobertas da neurociência que não separa o pensamento na relação mente-corpo visa à formação de estudantes nesta área do conhecimento humano. Utilizando-se de jogos teatrais, procura-se promover as diversificadas competências de um artista cênico tradicionalmente constituído. As variáveis funções que envolvem uma peça (contrarregra, maquilador, auxiliar de produção, etc.) poderão ser exercidas em regime de rodízio entre os estudantes.

A produção de peças movimentará culturalmente os estudantes, pois as entradas dos espetáculos serão gratuitas e não gerarão ônus aos mesmos. A criação de peças teatrais sazonais poderia, de acordo com os preceitos de Kishimoto (1993), promover a descoberta e aceitação da regra nas relações humanas da sala de aula.

A produção destas peças abarcará fatos importantes, voltados aos aspectos apresentados no entorno da sede da escola. A temática multifacetada permitirá o envolvimento dos estudantes com o ambiente concebido socialmente, promovendo uma reflexão crítica acerca do mesmo (VYGOTSKY, 2001). Esta reflexão, acrescida do espírito jovem que visa à modificação, poderá em longo prazo promover mudanças sensíveis nos estudantes.

A conscientização é, então, força motriz e mote nas atividades cênicas e cinematográficas, mas poderão ser abordados os grandes nomes do teatro mundial, como Willian Shakespeare e Piotr I. Tchaikovski. Peças de todos os gêneros poderão ser adaptadas pelos estudantes. Peças como o Lago dos Cisnes, de Tchaikovski,

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que encantaram milhões nos cinemas e nos palcos mundo afora, poderão ser encenadas em um local próximo aos estudantes.

No que tange à possível ramificação teatral, a busca pela análise social será celeiro para novos talentos. Esta contribuição, de acordo com Freire (1997), produzirá a emancipação do educando como efeito direto da ação. Admitindo-se que a busca pela emancipação do educando seja a propositura que se objetiva, ações que produzem versões do amplo espectro de situações sociais traduz-se em poderosa ferramenta de análise do mundo, pois os estudantes serão impelidos a promover reflexão crítica e profunda sobre a realidade que os rodeia.

Com esta reflexão, virão as observações e análises do conjunto de fatores e, tal qual prepondera Freire (1997) suas respectivas integrações aos projetos de vida uns dos outros.

Ressalta-se que as atividades lúdicas teatrais também poderão abordar conteúdos fantásticos ou que envolvam drama, romance, comédias, etc. Tendo como mote a região onde estão inseridos, os estudantes poderão buscar o gênero áureo, que lhes satisfaz, não sendo negligenciados os outros gêneros em sua formação, e ocorrendo sempre a contraposição de ideias do conjunto.

Para os estudantes os ganhos poderão constituir-se substancialmente, uma vez que lhes serão outorgados voz e vez, através da observação crítica destes estudantes. As ações do teatro podem promover, portanto, a observação do espaço geográfico socialmente constituído.

Para Kishimoto (2001), a importância dos jogos encontra-se no rico imaginário infantil e nas infinitas possibilidades de combinação entre o que os estudantes desejam e a realidade posta sob suas perspectivas. Sob esta ótica, as ações e jogos lúdicos tornam-se instrumento importante na construção de competências e habilidades voltadas ao letramento e alfabetização destes indivíduos no aspecto mais amplo. Viola Spolin, diretora de teatro e pedagoga, possibilitou com suas reflexões práticas profundas bases para o teatro improvisacional norte-americano. Nele estão impressas as técnicas do cabaret alemão, da commedia dell‟arte, da atuação brechtiana e de muitos dos conceitos de experiência ativa no trabalho do ator de Stanislavski.

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Esta sistematização dos Jogos Teatrais contou, além da sua imersão na cultura teatral dos anos sessenta do século passado, desenvolvida principalmente na Hull House de Chicago. Local de agregação social e de atividades de imigrantes pobres que chegavam falando todas as outras línguas para fazer a América, carregando seus cantos, histórias, danças, jogos, nos primeiros anos do século XX, refugiados da pobreza, da guerra, da repressão, aquecendo-se na sopa da cultura.

Os jogos teatrais, por absorverem o mundo das crianças, promovem a leitura e adaptação simplificada dos textos e falas. A construção das perspectivas das personagens pode contribuir com as questões ligadas a alfabetização e letramento, como a qualificação de determinadas emoções através do signo simbólico, presente na atividade teatral e concebido também por Kishimoto (2001).

E dependendo da temática abordada pelos estudantes, a promoção da alfabetização poderá ocorrer de maneira assertiva, uma vez que o mesmo produzirá suas próprias falas a partir da leitura do texto original. Estas falas, com o devido auxílio do professor promovem a construção do vocabulário, bem como a sua classificação

Por fim, a presença de um núcleo que produza cultura em ambientes sabidamente carentes da mesma, como as salas de aula, é fator gerador de novas oportunidades para os estudantes. Aproximando-os de novas linguagens e abrindo-lhes perspectivas mais áureas que aquelas que, naturalmente, os mesmos possuiriam em outros ambientes, que não o escolar.

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4. A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO,

ASSOCIADA AO TEATRO

Como o conhecimento se processa pela ação prática, ou seja, pela experiência. O aprendizado pela experiência se constrói como a mola mestra da prática teatral de Viola Spolin dentro da ação pedagógica presente em sua metodologia, em procedimentos como a instrução, o foco estabelecido para cada jogo, as conversas após o processo de jogar, denominado por Spolin de avaliação.

Na ação pedagógica está implícito o ato de aprender/ensinar, este ato ocorre na relação entre professor/educando, educandos e na relação destes com o meio, onde ambos aprendem e ambos ensinam. Na concepção de Viola Spolin, aprender é “a capacidade para experienciar.” (SPOLIN, 2005 [1963], p. 336).

Olhar a aprendizagem a partir do viés da aprendizagem pela experiência, aprendizagem assim também compreendida como tal por Paulo Freire. Para Freire (1997), ensino e aprendizagem são uma única atividade e um processo político de formação e transformação do ser humano. Nas palavras de Paulo Freire “...quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado. É neste sentido que ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos...” (FREIRE, 1997, p. 25). Acrescenta: “Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito.” (FREIRE, 1997, p. 68). Em Freire, assim como na concepção de Spolin, o processo de aprendizagem ganha um caráter autônomo e de construção, em que o educando é líder de seu próprio processo e o professor surge como mediador.

O aprendizado, deste modo, se torna um processo contínuo de relações entre experiências (passado, presente e futuro). E se o aprendizado é construído a partir da experiência concreta, da relação do indivíduo com o objeto e/ou meio, se torna um aprendizado orgânico, portanto natural, pois se torna parte do indivíduo. As improvisações propostas por Viola Spolin nos jogos teatrais, têm como suporte a experiência individual do jogador e a experiência do grupo no aqui e agora, no momento presente. Spolin, ao optar por não utilizar termos técnicos teatrais durante a realização dos jogos, mas sim utilizar expressões mais próximas da vida cotidiana dos jogadores, instiga o educando/jogador a compreender o que é necessário realizar para melhorar seu desempenho no jogo de forma mais clara. A autora, sem

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se preocupar em teorizar conceitos, leva os jogadores à experiência teatral, ou seja, os educandos aprendem teatro jogando, na experiência real do aqui e agora. O jogo teatral é a experiência completa de jogar, enquanto arte e enquanto vivência. Uma proposta de ensino/aprendizagem na qual teoria e prática são indissociáveis faz com que o educando reflita sobre a experiência, já que este tem a percepção estimulada a todo tempo, e é esta percepção da experiência que o auxiliará em seu aprendizado, o qual se torna parte da vida deste educando, além de se tornar um aprendizado divertido.

É a relação do indivíduo com o problema proposto, uma relação direta, que fará com que o mesmo chegue à aprendizagem. Isto conduz o educando a ser um sujeito autônomo, líder do seu próprio aprendizado.

Esta percepção do crescimento em aula é muito válida, visto que o educando, ao perceber que está aprendendo com as aulas, se sente motivado e encontra coerência para os exercícios. É o que se propõe o aprendizado pela experiência, levar o educando ao domínio do conhecimento, vivenciando tal conhecimento. É o que a metodologia dos jogos teatrais de Viola Spolin se propõe. Os educandos compreendem, pela experiência, o que é utilizar diferentes perspectivas em um texto simples aplicado ao teatro. Esta é a pedagogia da experiência proposta implicitamente pela metodologia dos jogos teatrais de Viola Spolin.

Calcada em ambientação interacionista, tal propositura pedagógica demonstra que a aplicação de atividades lúdicas permite ganhos importantes no contexto escolar, ao passo que promove a construção de habilidades importantes ao quesito de alfabetização e letramento. A proposição de metodologia que leve em conta os preceitos de Kishimoto (2001), em especial ao da produção de jogos em classe, constitui-se importante fonte de concordância com o que defende, implicitamente, Viola Spolin.

Do ponto de vista da leitura, para aprender a ler, etapa considerada decisiva no processo de alfabetização/letramento, é preciso uma prática constante de leitura de textos diversificados. Porém, ele deve ter liberdade de escolher a leitura com a qual ele se identificou, pois sentirá mais vontade de ler. Diante desse fato, é necessário perceber que não se trata da decodificação de letra por letra, palavra por palavra, mas da compreensão, na qual os sentidos começam a ser constituídos

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antes da leitura propriamente dita. Esse trabalho gradativo é que vai formar o leitor competente.

A vida cotidiana pode se tornar um modelo do jogo teatral porque o educando pode trabalhar com questões da sua realidade criticamente, se expressando de modo que não se expressaria na realidade cotidiana, isto não como terapia, mas sim de forma crítica, trabalhando a relação entre individual e coletivo. No jogo teatral, o educando consegue também, através das instruções e do foco, desenvolver atitudes e capacidades leitoras que no cotidiano são desenvolvidas mecanicamente, e no jogo passam a ser desenvolvidas mais cuidadosa e perceptivamente. Deste modo, temos a ampliação da visão dos educandos tanto das suas ações, como a ampliação da percepção do mundo a sua volta.

A construção da leitura passa, necessariamente, pela significação do ambiente do jogo em que se está. A função do professor encontra-se atrelada à proposição de construção do ambiente lúdico e teatral que o estudante deverá encontrar para promover a construção de sua capacidade leitora.

Sob esta égide, a função do jogo respalda-se na observação e criação de possibilidades de análise de fatores do cotidiano. Neste ponto, a busca pela promoção da pedagogia interacionista apresenta-se como opção, uma vez que o educando significará as informações que lhe façam sentido.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A construção da oralidade e sua eventual transmigração para o campo escrito ocorrem simultaneamente no decorrer da escolarização básica do indivíduo. Tendo este fato em mente, a propositura de ações pedagógicas concebidas para a construção da escrita devem permear o campo concreto, visível, palpável.

Sob esta ótica, os escritos voltados à perspectiva teatral permitem uma valorização dos jogos, uma vez que a função destes jogos lúdicos encontra sua razão de ser no fator da vivência do conhecimento. Tais jogos lúdicos permitem a exploração de diversificados conhecimentos e habilidades, fato importante na construção de uma prática que preconize a interação.

A correta interpretação que se pode fazer dos conhecimentos lúdicos encontra-se no fato de, de maneira simplificada, a atividade lúdica permitir a exploração de diversos fatores atrelados à teia do conhecimento que se busca construir a partir das vivências e experiências.

Neste caminho, a proposição de Viola Spolin, voltada para a experimentação no teatro americano e, por conseguinte, no mundial, promove o lúdico na construção das competências teatrais. Este fato, analisado sob o ponto de vista mais amplo permite que observemos a construção da alfabetização e letramento através dos jogos teatrais em sala de aula.

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6. REFERÊNCIAS

DAVIS, C. L. F.; OLIVEIRA, Z. M. R. de. Psicologia na Educação. 2ª.ed. São Paulo: Cortez, 1990.

FERREIRA, N. S. C.; AGUIAR, M. A. da S. Gestão da educação: impasses,

perspectivas e compromissos. São Paulo: Cortez, 2011.

FERREIRO, E. & TEBEROSKY, A. A psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artmed, 1999. ______________. Alfabetização em processo. São Paulo: Editora Cortez, 1989.

FREIRE, P. (1997). Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática

educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra

KISHIMOTO, T. M. Jogos infantis: o jogo, a criança e a educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.______________. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. 5ª.ed. São Paulo: Cortez, 2001.

PIAGET, J. A epistemologia genética. Trad. Nathanael C. Caixeira. Petrópolis: Vozes, 1971. 110p.

SPOLIN, V. Improvisação para o Teatro. 5ª edição. Tradução: Ingrid Dormien Koudela e Eduardo José de Almeida Amos. São Paulo: Ed. Perspectiva, [1963] 2005.

SOZIM, M. M.; et al. Alfabetização e letramento – uma possibilidade de

intervenção. Revista Conexão UEPG, v. 7, n. 1, p. 44-48, 2011.

Referências

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