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BOLETIM DO LEITE. Índice de disponibilidade Interna de leite

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Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP

Ano 12 - Nº144 - Junho de 2006

Índice de disponibilidade

Interna de leite

Mercado de Insumos

P

ÁG

. 06

E

07

Preço do milho sobe

e relação de troca volta para

patamar de 2005

Brasil ganha mercado, porém com

preços bem mais baixos.

P

ÁG

. 02

Mercado Externo

Qualidade do Leite

O estudo realizado pela Clínica do

Leite, mostrou que a variação média

para os teores de gordura é de 5%.

P

ÁG

. 03

BOLETIM DO LEITE

Centro de Estudos Avançados em

Economia Aplicada - ESALQ/USP

Estimativa é de que em maio

estiveram disponíveis

6,47 litros de leite formal para

cada brasileiro

(2)

IPE-Lácteo US$/kg IPE-Lácteo R$/kg US$ 1,75 US$ 1,64 R$ 3,95 R$ 3,70 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 jan-03 fe v -0 3 m a r-0 3 a b r-0 3 ma i-0 3 jun-03 ju l-0 3 ago-03 se t-0 3 out -0 3 nov -03 dez -03 jan-04 fe v -0 4 m a r-0 4 a b r-0 4 ma i-0 4 jun-04 ju l-0 4 ago-04 se t-0 4 out -0 4 nov -04 dez -04 jan-05 fe v -0 5 m a r-0 5 a b r-0 5 ma i-0 5 jun-05 ju l-0 5 ago-05 se t-0 5 out -0 5 nov -05 dez -05 jan-06 fe v -0 6 m a r-0 6 a b r-0 6 ma i-0 6 jun-06

Nos últimos cinco anos, a economia mundial tem vivido um ciclo de cresci-mento econômico e poucas turbulências nos mercados fi nanceiros. Esse quadro tem permitido um crescimento médio da economia mundial, próximo a 4% ao ano.

Os recentes aumentos da taxa bási-ca de juros dos Estados Unidos – no fi nal de junho subiu para 5,25% ao ano – contudo, podem reduzir o ritmo de crescimento da economia daquele país, com impactos sobre os mercados dos demais países. Isso signifi ca que a eco-nomia mundial pode evoluir num ritmo mais lento, com efeitos diretos sobre o comércio internacional (importações/ exportações).

E por que o crescimento da economia mundial é importante para o comércio externo do setor lácteo? Nós, enquanto consumidores, aumentamos o nosso consumo quando temos uma eleva-ção de renda. Grosso modo, o mesmo acontece com a economia mundial, cujo aumento na renda faz com que as im-portações se elevem, ajudando portanto o Brasil e o agronegócio.

Entre outros motivos, é o crescimento mundial que tem dado grande força para as exportações do agronegócio brasileiro. O leite, com a reestruturação do setor e com os ganhos de produti-vidade recentes, tem conseguido, além de abastecer o mercado doméstico, se aproveitar do aumento da demanda externa.

A economia mundial, desde 2000, mantém um crescimento constante e positivo. As importações mundiais, por sua vez, deram um grande salto em 2003 e 2004 provavelmente

impulsio-nadas pela intensifi cação do comércio internacional e, evidentemente, pelo au-mento da renda mundial. É interessante observar que as importações mundiais de leite acompanham o padrão das importações mundiais totais, especial-mente no biênio 2003-2004.

Por isso, é importante que a economia mundial mantenha seu ritmo de cres-cimento, permitindo a manutenção da demanda o que, por sua vez, gera opor-tunidades de comércio internacional para o agronegócio brasileiro em geral - e para o setor lácteo em particular. Apesar desses incentivos, a taxa de

C

ONJUNTURA

M

ACROECONÔMICA

C

RESCIMENTO

DA

E

CONOMIA

M

UNDIAL

F

AVORECE

O

S

ETOR

L

ÁCTEO

Gráfi co 1: Preços médios de exportação de produtos lácteos (IPE-L/Cepea)

Fonte: Cepea/Esalq-USP

Equipe de Macroeconomia Cepea - Esalq/USP

e-mail: macrocepea@esalq.usp.br

e por Marianne Shiguematsu Equipe Leite Cepea - Esalq/USP

e-mail: leitecepea@esalq.usp.br

câmbio atual anda desmotivando as exportações lácteas brasileiras.

No gráfi co ao lado, que ilustra os Preços médios de exportação dos produtos lácteos brasileiros (IPE-L/Cepea), nota-se que os valores em dólar nota-se mantêm em trajetória de alta, mas em moeda nacional, o comportamento é de queda. O valor em reais das exportações pode ser lido como a atratividade de exportar lácteos. Conforme visto no gráfi co, os valores que são cada vez menores e mais inconstantes, afetando a atratividade. Vale destacar que o volume exportado pelo Brasil neste ano, até junho, foi 63% superior ao de janeiro a maio de 2005; quanto à receita total das exportações, o aumento foi de 61%, também no mes-mo período. Isso demes-monstra que o Brasil vem ganhando mercado, porém com preços mais baixos mês a mês.

Volume exportado

excede as importações em

17,8 milhões de litros

(3)

Q

UALIDADE

DO

L

EITE

Como discutimos em artigos anteriores, várias indústrias já estão remunerando o leite de seus fornecedores em função da qualidade. Geralmente adotam como indicadores a composição do leite (gor-dura e proteína), a contagem de células somáticas (CCS) e a contagem bacteriana total (CBT).

A coleta de amostra é um dos pontos críticos dentro deste processo de classi-fi cação. Em países é comum a coleta de uma amostra a cada remessa de leite feita pelo produtor, sendo o transportador o agente de coleta.

No Brasil o transportador é quem realiza a coleta, e geralmente adota-se de 1 a 4 amostras mensais de cada produtor. Estudo inédito realizado pelo setor de pesquisa da Clínica do Leite estimou qual deveria ser o número mínimo de amostras mensais para pagamento por qualidade. De acordo com o estudo, precisaria ser coletado um numero maior de amostras (4 a 8 amostras) para se ter certeza da qualidade produzida ao longo do mês. Os principais fatores que afetam o número de amostras são: a amplitude das classes (quanto menor a amplitude, maior deve ser o número de amostras) e a variação dos resultados (quanto maior a variação maior o número de amostras).

Especifi camente quanto a variação dos resultados existem dois grupos de fatores que afetam esta variação:

a) Fatores ligados ao rebanho: número de vacas em lactação, manejo alimentar e manejo de ordenha. Quanto menor o rebanho e quanto menos estável for o manejo, mais alta deve ser a variação esperada.

b) Fatores de amostragem/armazenamen-to e análise: uma má homogeneização do leite antes da coleta afetará o resultado

obtido, bem como problemas de armaze-namento e erros laboratoriais.

Para ilustrar foram coletadas amostras diárias para análise de gordura em dois rebanhos diferentes como mostram os fi guras 1 e 2:

Observa-se que a Fazenda A apresen-tou uma variação bem menor do que a Fazenda B. No primeiro caso uma única amostra seria sufi ciente para classifi car o produtor, considerando amplitude de 0,10 %, enquanto que na Fazenda B este número seria muito maior.

A variação do teor de gordura é o melhor indicador da qualidade da amostragem, uma vez que é muito sensível a falta de

I

MPORTÂNCIA

DO

A

GENTE

DE

C

OLETA

NO

P

ROGRAMA

DE

P

AGAMENTO

POR

Q

UALIDADE

Laerte Dagher Cassoli Prof. Paulo F. Machado Ana Carolina Rodrigues Departamento de Zootecnia - Esalq/USP

E-mail: cleite@esalq.usp.br 2,70 2,80 2,90 3,00 3,10 3,20 3,30 3,40 3,50 Gordura (%) 15/03/ 06 16/03/ 06 17/03/0618/03 /06 19/03/0620/03/ 06 21/03/0622/03/ 06 23/03/ 06 24/03/ 06 25/03/0626/03/0627/03/0628/03/ 06 29/03/ 06 30/0 3/06 31/03/ 06 01/04/0602/04/ 06 03/04/0604/04/ 06 05/04/ 06 06/04/ 06 07/04/ 06 08/04/ 06 09/04/ 06 10/04/ 06 11/04/ 06 12/04/0613/04/06 2,70 2,80 2,90 3,00 3,10 3,20 3,30 3,40 3,50 15/3/200616/3/200 6 17/3 /2006 18/3 /2006 19/3 /2006 20/3/20 06 21/3/200 6 22/3/200 6 23/3/200 6 24/3/200 6 25/3/2 006 26/3/200 6 27/3 /2006 28/3 /2006 29/3/200 6 30/3/200 6 31/3/20061/4 /2006 2/4/200 6 3/4/ 2006 4/4/20065/4/2 006 6/4/20067/4/20068/4/20069/4/200610/4/2 006 11/4/200 6 12/4 /2006 13/4/2006 Gordura (%)

homogeneização do leite. É importante ressaltar que uma falha de homogeneiza-ção não afeta somente o teor de gordura, mas também a CCS e a CBT.

A Clínica do Leite desenvolveu um pro-grama de treinamento especifi co para os agentes de coleta e nos últimos dois anos foram treinados mais de 1 mil ligados a mais de 60 industrias dos estados de SP, MG, PR, GO, MS e RJ.

O agente de coleta é fundamental para se obter sucesso num programa de paga-mento por qualidade. Algumas industrias já tem o agente como foco, e inclusive já adotaram programa de remuneração em função da qualidade da amostragem.

Figura 1. Fazenda A, teores de gordura fi caram entre 3,0 e 3,10 % ao longo de todo o período.

Figura 2. Fazenda B, teores de gordura variaram entre 3,10 e 3,50 % ao longo de todo o período.

(4)

Utilização da capacidade de processamento das indústrias lácteas No fi nal de junho, laticínios e

cooperati-vas nos sete principais estados produto-res de leite fecham o balanço do volume captado em maio. O resultado é a queda signifi cativa de 4,88% em relação a abril, conforme o Índice de Captação de Leite (ICAP-L/Cepea).

No ano passado, de abril para maio, a que-da na captação foi de 3,05%. Contudo, nos

primeiros cinco meses deste ano, o volume de leite captado é 3,64% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo o ICAP-L/Cepea.

É importante notar que maio, tradicional-mente, é o mês de menor captação. O nível atual sugere que a produção neste ano pode ter uma taxa de crescimento maior que a vista na média de 1996 a 2005.

M

ERCADO

DE

LEITE

A

O

P

RODUDOR

J

UNHO

/06

A

UMENTO

DE

P

REÇOS

C

OMEÇA

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ERDER

F

ORÇA

Por Leandro A. Ponchio, Equipe Leite Cepea - Esalq/USP E-mail: leitecepea@esalq.usp.br ICAP-L/CEPEA-Esalq/USP IBGE - PTL 108,10 109,31 102,82 80 85 90 95 100 105 110 115 120 125 130 jun-04 ju l-0 4 ag o -0 4 se t-0 4 out -04 nov-04 de z-04 ja n-05 fe v-05 ma r-05 ab r-0 5 ma i-05 jun-05 ju l-0 5 ag o -0 5 se t-0 5 out -05 nov-05 de z-05 ja n-06 fe v-06 ma r-06 ab r-0 6 ma i-06

Gráfi co 1

-

ICAP-L – Índice de Captação de Leite (Junho de 2004 = 100)

Fonte:

CEPEA - Esalq/USP

CAPTAÇÃO:

Considerando o volume captado em um mês, somando a este as importações e debitando-se os volumes exportados de leite, tem-se uma estimativa da disponi-bilidade interna de leite formal para os brasileiros. Em maio, cálculos do Cepea apontam que esteve disponível o equi-valente a 6,47 litros de leite por pessoa – considerando a população em 186,15

milhões de habitantes. Já em maio do ano passado, havia 7,17 litros por habi-tante, ou seja, 9,7% a mais que neste ano. A diminuição da disponibilidade interna é explicada pelo aumento das expor-tações em 40% (volume) e uma queda das importações na ordem de 60% nos últimos 12 meses. DISPONIBILIDADE INTERNA: 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 lit ro s/ per capit a p or m ê s. jun-04 jul-04 ago-04 se t-0 4 out -04 n o v-0 4 dez -0 4 jan-05 fe v-0 5 ma r-0 5 a b r-0 5 m ai-05 jun-05 jul-05 ago-05 se t-0 5 out -05 n o v-0 5 dez -0 5 jan-06 fe v-0 6 ma r-0 6 a b r-0 6 m ai-06

Gráfi co 2

-

Disponibilidade interna de leite formal (litros/per capita/mês)

Fonte:

CEPEA - Esalq/USP

Com o recuo de 4,88% na captação, a utilização média das indústrias de laticí-nios esteve em 62,7% da sua capacidade máxima no mês de maio. Esse percentual é semelhante ao observado em maio de 2005, cuja utilização era de 63,3%. PROCESSAMENTO INDUSTRIAL:

% utilizado da capacidade máxima diária

MAIO

E

m junho, o preço pago aos produtores de leite, na média dos sete estados pesquisados pelo Cepea foi de R$ 0,4975/ litro – referente ao leite entregue no correr de maio. Esse valor representa aumento mínimo de 0,75% frente ao mês anterior. Já se comparado à média de junho do ano passado, constata-se queda de 16,11%, em termos nominais. Ao se contabilizar a infl ação do período – medida pelo IPCA-, verifi ca-se recuo de 19,53% do preço do leite ao produtor.

Essa queda mais acentuada é justifi cada pelo grande volume de leite produzido no estado neste ano. Nota-se também que a diferença entre os preços máximos e os mí-nimos em Goiás está menor neste ano que em 2005 e em 2004. Isso está ocorrendo devido a um certo aumento dos mínimos, mas principalmente por queda dos valores máximos.

Neste período do ano (entressafra), as tomadas de decisões de cooperativas e de laticínios são cruciais para garantir a regularidade na captação de leite. Por esse motivo, os picos de preços tradicional-mente ocorrem em julho. Entretanto, em 2005, particularmente, este pico de preços ocorreu mês de junho.

(5)

Preços pagos em

Junho/06

ao produtor

referentes ao

leite entregue em Maio/06

- R$/litro tipo C

Mesorregiões do

PARANÁ

Centro Oriental

Paranaense ParanaenseOeste Norte CentralParanaense Média EstadualPR

Mín.1 Máx.1 Méd.1 Méd.2 0,466 0,423 0,418 0,439 0,387 0,446 0,388 0,406 0,517 0,547 0,513 0,534 0,473 0,455 0,448 0,494

Mesorregiões de

MINAS GERAIS

Sul/Sudoeste de Minas Triângulo Mineiro/ Alto Paranaíba Média Estadual MG Mín.1 Máx.1 Méd.1 Méd.2 0,482 0,489 0,448 0,478

Vale do Rio Doce 0,456 0,466 0,430 0,453 0,569 0,550 0,521 0,547 0,502 0,482 0,524 0,506

1 Valor Bruto; Inclusos frete e INSS 2 Valor Líquido; Livre de frete e INSS

Centro Sul Baiano Sul Baiano Média Estadual BA Mín.1 Máx.1 Méd.1 Méd.2 0,360 0,574 0,375 0,361 0,315 0,357 0,425 0,444 0,457 0,405 0,408 0,423

Mesorregiões da

BAHIA

Mín.1 Máx.1 Méd.1 Méd.2

Centro Goiano Sul Goiano Média Estadual GO 0,489 0,439 0,459 0,497 0,445 0,461 0,435 0,537 0,550 0,528 0,517 0,484

Mesorregiões de

GOIÁS

Macro Metropolitana

Paulista Vale do ParaíbaPaulista São José

do Rio Preto Média EstadualSP

Mín.1 Máx.1 Méd.1 Méd.2 0,501 0,519 0,452 0,487 0,440 0,441 0,411 0,442 0,588 0,601 0,532 0,574 0,493 0,526 0,557 0,561

Mesorregiões de

SÃO PAULO

Noroeste Nordeste Metropolitana Porto Alegre Média Estadual RS Méd.1 Mín.1 Máx.1 Méd.2 0,427 0,420 0,455 0,426 0,376 0,418 0,370 0,390 0,553 0,517 0,565 0,530 0,478 0,500 0,489 0,460

Mesorregiões do

RIO GRANDE DO SUL

Mesorregiões de

SANTA CATARINA

Editor Científi co:

Geraldo Sant´Ana de Camargo Barros e Sergio De Zen

Editor Executivo:

Eng. Ag. Leandro Augusto Ponchio

Jornalista Responsável:

Ana Paula da Silva - MTb: 27368

Diagramação Eletrônica/Arte:

Thiago Luiz Dias Siqueira Barros

Equipe Leite:

Leandro Augusto Ponchio - Pesquisador do projeto leite; Erica R. da Paz, Marianne Shiguematsu, Pedro Sarmento e Raquel M. Gimenes, Aline Angelica Vitti, Jéssica Chaves Rivas, Marcelo Bahia Gama e Viviane P. Paulenas.

Equipe Macroeconômica:

Humberto Francisco Silva Spolador e Fabiana C. Fontana - Pesquisadores do projeto Macroeconomia.

Equipe Grãos:

Mauro Osaki - Pesquisador do Projeto Grãos; Luciano Van Den Broek, Ana Amélia Zinsly, Flavia Gutierrez, Maria Isabel B. de Lima, Milene Ramos.

Contato: C.P 132 - 13400-970 Piracicaba, SP Tel: 19 3429-8831 19 3429-8859 leitecepea@esalq.usp.br http://www.cepea.esalq.usp.br

O Boletim do Leite pertence ao Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - USP/ Esalq. A reprodução de conteúdos publicados por este imformativo é permitida desde que citados os nomes dos autores, a fonte Boletim do Leite/Cepea e a devida data de publicação.

EXPEDIENTE

Oeste Catarinense Vale do Itajaí Média Estadual

SC Mín.1 Máx.1 Méd.1 Méd.2 0,404 0,430 0,412 0,378 0,485 0,440 0,445 0,360 0,384 0,484 0,487 0,442

(6)

1167 l/t 1165 l/t

1438 l/t

844 l/t 839 l/t 833 l/t 885 l/t

Jun/02 Jun/03 Jun/04 Jun/05 Abr/06 Mai/06 Jun/06

SOJA e FARELO de soja

Os aumentos nos preços do milho como também do farelo de soja no mês de junho trazem alguns transtornos os produtores de leite. Na média de cinco tipos de die-Em junho, o mercado de farelo refl etiu as incertezas dos EUA. No cenário macroe-conômico, a elevação da taxa de juros nor-te-americana gerou efeito na valorização da taxa de câmbio dos países emergen-tes, entre os quais se inclui o Brasil. No cenário agrícola, foi a estiagem registrada no meio-oeste americano que motivou a valorização da cotação futura do grão de soja e de seus derivados, na bolsa de mercadorias de Chicago (CBOT).

O primeiro vencimento futuro na CBOT (julho) fi cou 1,68% superior ao de maio na média de junho, e o dólar desvalorizou 2,87% em frente ao Real, motivando alta do preço do derivado no mercado domés-tico. Em Campinas (SP), o preço médio do farelo de soja foi de R$ 465,12/tonela-da, reação de 7,2% em relação a maio, mas queda de 11,5% sobre o mesmo período do ano passado – sem acrescentar a infl ação do período.

tas, destinadas para vacas de 15 litros/dia, há um aumento de 4,67% nos custos do concentrado, que no custo fi nal da dieta o impacto médio é de 1,77%. Para vacas com

IMPACTOSNOLEITE

M

ERCADO

DE

M

ILHO

E

S

OJA

J

UNHO

/06

RELAÇÃODETROCA

A queda de 36% do preço do farelo de soja nos últimos dois anos favoreceu o poder de compra de produtores de leite. Na média de junho dos últimos quatro anos, eram necessários 1.153 litros de leite para comprar uma tonelada de farelo de soja em Campinas (SP). Já em junho de 2006, foram necessários apenas 885 litros para a compra do mesmo insumo, volume 23% inferior ao de junho de 2002, de 2003 e de 2004. Frente a maio deste ano, contudo, com a valorização cambial, o preço da tonelada do farelo de soja subiu 7,14%, reduzindo em 6,2% o poder de compra do pecuarista de um mês para outro.

Quantos litros de leite são necessários para

adquirir uma tonelada de farelo de soja?

EM JUNHO, PRODUTOR PRECISA DE MAIS LEITE QUE NOS MESES ANTERIORES

Para o setor lácteo, o andamento da safra americana e a expectativa de plantio do Brasil e da Argentina são fundamentos básicos para o planejamento da produção dos próximos semestres. Uma eventual seca nos Estado Unidos e/ou redução drástica do plantio de soja no Brasil moti-variam altas de preços que difi cultariam a situação de produtores que utilizam esse insumo na ração de seus rebanhos.

produção diária de 30 litros o impacto no custo fi nal da dieta é de 4,27%. Valores bem superiores aos índices de infl ação da economia brasileira.

Leite: estado de SP; farelo: região de Campinas-SP

Fonte:

CEPEA - Esalq/USP

Equipe Grãos Cepea - Esalq/USP

E-mail: graoscepea@esalq.usp.br

e por Pedro Sarmento Equipe Leite Cepea

(7)

MILHO

Jun/02 Jun/03 Jun/04 Jun/05 Abr/06 Mai/06 Jun/06

38 l/sc 38 l/sc

40 l/sc

31 l/sc 29 l/sc 29 l/sc 31 l/sc

Os aumentos nos preços do milho no mês de junho impactam negativamente para os produtores de leite. Na média de cinco tipos de dietas, destinadas para vacas de Mantendo o ritmo de alta, o preço médio do milho em junho, na região de Campinas (SP), foi 7,7% maior que o de maio, com a saca sendo comerciali-zada na média de R$ 16,25/sc. Apesar da recuperação vista desde meados de abril, as cotações de junho ainda fi caram 15,8% menores que as do mesmo período de 2005, sem considerar a infl ação do período.

As altas de junho foram motivadas pela subvenção do governo com o leilão de PEP, pela renegociação das dívidas e pelas exportações. Com a intervenção do

governo, produtores adiaram as vendas naquele mês, tendo em vista a renegocia-ção das dívidas com os bancos.

Quanto às exportações, mesmo com a taxa de câmbio desfavorável, o volume embarcado foi de 346,2 mil toneladas, 16,7% superior ao do mês anterior, segundo a Secex. O volume foi também maior que os de junho de 2002, 2003 e 2005, quando o País praticamente não exportou milho. De janeiro a junho, os embarques totalizaram 1,2 milhão, cerca de 13,6% a mais que no mesmo período do ano passado.

15 litros/dia, há um aumento de 2,78% nos custos do concentrado, que no custo fi nal da dieta o impacto médio é de 1,09%. Para vacas com produção diária de 30

IMPACTOSNOLEITE

RELAÇÃODETROCA

No mês de junho, foram necessá-rios 30,91 litros de leite para a com-pra de uma saca de milho, com- pratica-mente a mesma relação verifi cada em junho de 2005, mas 15,2% me-lhor (para o produtor de leite) que a média dos últimos quatro anos. De maio para junho deste ano, o poder de compra do pecuarista de leite para este insumo diminuiu 6,8%, devido principalmente ao aumento de preços do milho em São Paulo. Apesar disso, o pecua-rista vem obtendo uma boa relação de troca se comparado a junho de 2004, quando eram necessários 39,58 litros de leite para adquirir uma saca de milho.

Quantos litros de leite são necessários para

adquirir uma saca de milho?

PREÇO DO MILHO SOBE E RELAÇÃO DE TROCA VOLTA PARA PATAMAR DO ANO PASSADO

Para os próximos meses, o setor lácteo estará de olho no ritmo de colheita da safrinha, pois o Paraná, principal estado produtor, já iniciou as atividades. A esti-mativa de produção do Deral/Seab (go-verno do estado do PR) está entre 2,9 e 3,1 milhões de toneladas para a safrinha. A mesma instituição relata que 83% das lavouras encontravam-se em condições médias e boas no fi nal de junho. Uma maior oferta de milho safrinha poderá pressionar as cotações no mercado do-méstico, favorecendo a relação de troca dos produtores de leite.

litros o impacto no custo fi nal da dieta é de 2,92%.

Leite: estado de SP; farelo: região de Campinas-SP

Fonte:

(8)

IMPRESSO

Uso dos Correios

C.Postal 132 - 13400-970 Piracicaba, SP

FIQUE

ATENTO

Por Érica R. da Paz,

Equipe Leite Cepea - Esalq/USP

E-mail: leitecepea@esalq.usp.br

produtores chegam a receber R$ 0,55 pelo litro, enquanto outros recebem R$ 0,33”, exemplifi ca o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS, Fetag, Elton Weber. Segundo ele, as empresas estariam valorizando mais o item quantidade do que qualidade do produto na hora da compra. (Correio do Povo/RS)

A caixa econômica federal do Rio Grande do Sul criou linha de crédito para a bacia leiteira gaúcha, em função da vinda de empresas de processamento de leite. O projeto irá acontecer, principalmente, nas regiões onde serão instaladas a Nestlé, Embaré e CCGL. “A idéia é buscar a con-solidação das bacias e expandir a produção”, diz o vice-presidente de Caixa/RS, Rogério Walau. (Revista Leite & Derivados)

O governo vai repassar até o fi nal do ano R$ 172 milhões para a compra da produção de leite de pequenos agricultores do Nordeste. A iniciantiva faz parte do Pograma de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar-Leite (PAA-Leite), do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), que compra a produ-ção dos agricultores e depois distribui de graça o leite em creches, escolas e para famílias de baixa renda. Desde que foi criado, em 2003, o programa entrega, diariamente, um litro de leite por família para um total de 700 mil famílias nordestinas. Até o momento, R$ 80 milhões já foram repassa-dos. Segundo o secretário nacional de segurança alimentar e nutricionista do MDS, Onaur Ruano, o leite é produzido na própria região onde moram os agricultores. Eles recebem R$ 0,70 por litro de leite produzido. Em torno de R$ 0,30 é repassado para as usinas para cobrir despesas como a de pasteurização, ensacamento e a distribuição do leite. (Revista Leite & Derivados)

No fi m de junho, o secretário da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Valter Bianchini, e o delegado do MDA no Paraná, Reni Antônio Denardi, anuncia-ram o repasse de R$ 800 mil do governo federal para as obras de construção da plataforma de recebimento de leite e da fábrica de queijo no mu-nicípio de Itapejara do Oeste no estado do Paraná. Esta agroindústira terá capacidade de processar 20 mil litros de leite/dia. O secretário municipal de Agricultura de Itapejara do Oeste informa que cerca de 3,5 mil famílias de agricultores familiares serão benefi ciadas direta ou indiretamente pela plataforma de recebimento de leite. 70% dos 1,2 mil pequenos produtores de Itapejara do Oeste se dedicam à atividade leiteira. (Ministério do Desenvolvimento Agrário)

A produção de leite no estado de Goiás cres-ceu e quase dobrou nos últimos dez anos em função dos investimentos feitos pelos produtores no campo tecnológico e melhor manejo. Apesar do avanço na produção e melhoria da qualidade do produto, a renda do produtor rural fi cou aquém da esperada. Edson Alves Novaes, economista da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás, Faeg, diz que em 1994, o estado produzia 1,4 bilhões de litros de leite/ano, muito pouco para sua real potencialidade. A produção média por animal passou de de 541 litros de leite por vaca ao ano em 1995 para 1.124 litros de leite por vaca ao ano em 2004. (Diário da Manhã/GO)

Produtores de leite querem diminuir a diferen-ça entre os preços pagos pela indústria em dife-rentes regiões do Rio Grande do Sul. A disparidade entre os valores chega a até R$ 0,20 nas Missões e em Ijuí. Ao mesmo tempo, em outros pontos do es-tado, a diferença cai para apenas R$ 0,08. “Alguns

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