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Tecnologia Assistiva, Acessibilidade e Formação de Professores: perspectivas de Inclusão Escolar

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Tecnologia Assistiva, Acessibilidade e Formação de Professores: perspectivas de Inclusão Escolar

Danielle Aparecida do Nascimento dos Santos1 danisantos.unesp@gmail.com

Resumo: A acessibilidade e a Tecnologia Assistiva (TA) são recursos e serviços que tem evidenciado impactos e perspectivas na formação de professores para o atendimento aos Estudantes Público alvo da Educação Especial (EPAEE), visando sua inclusão escolar e o desenvolvimento de sua qualidade de vida. Nessa perspectiva, cursos na modalidade a distância tem sido viabilizados pelo Ministério da Educação em parceria com universidades, com o objetivo de fornecer subsídios teóricos e práticos. Um panorama geral da dinâmica do curso “Tecnologia Assistiva, Projetos e Acessibilidade: promovendo a inclusão escolar” da Unesp é descrito por meio dos módulos de conteúdos e estratégias metodológicas para a formação de professores em todo o Brasil, que compõem as salas de recursos multifuncionais e salas de aula comum. Essa formação tem possibilitado afirmar que transformações, com o uso desses recursos no processo educacional, já estão sendo desencadeadas e podem ser observadas. Com isso, uma cultura relacionada ao uso de TA e Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC), já se faz presente em âmbito escolar, concretizando as premissas de uma escola inclusiva. Palavras-chave: Tecnologia Assistiva; Formação de Professores; Inclusão Escolar.

Introdução

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2007) reitera os preceitos do chamado movimento mundial pela educação inclusiva, que tem como pressupostos ações de caráter político, cultural, social e pedagógico voltadas à superação de todos os mecanismos de exclusão social, escolar e outros. Esse movimento é marcado pela defesa do direito de “estar junto”, onde todos podem interagir, participar e aprender no mesmo espaço escolar, tendo garantidos também os seus direitos de igualdade de acesso e permanência na escola.

Nesse sentido, a política tem como fundamentos a igualdade de oportunidades e a utilização das diferenças como fator de desencadeamento de

1 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de

Mesquita Filho” (Unesp), Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), campus de Presidente Prudente/SP, Professora Substituta do Departamento de Estatística (DEst) da mesma instituição e Coordenadora de Produção do curso de aperfeiçoamento a distância “Tecnologia Assistiva, Projetos e Acessibilidade: promovendo a inclusão escolar” da Unesp/UAB/SECADI.

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práticas e recursos diferentes e voltados às mais diversas formas de aprender, que devem ser agregados à escola.

Entre esses novos recursos destacam-se as TDIC, que tem disponibilizado elementos importantes para a interação e a comunicação entre as pessoas, em um movimento que vai ao encontro da prática da igualdade de acesso, da valorização das diferenças humanas e da efetivação dos direitos de inclusão social, digital, cultural e escolar. Para tanto, a escola tem dimensionado novos tempos e espaços, apoiada pela política e pelas novas premissas da Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, indica no artigo 59, que os sistemas de ensino devem assegurar a todos os estudantes um currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades. Com esse pressuposto e outras leis que abordam o histórico da Educação Especial e Inclusiva no Brasil e no mundo, em 2007 o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), coloca como prioridades das políticas educacionais

a formação de professores para a educação especial, a implantação de salas de recursos multifuncionais, a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, acesso e a permanência das pessoas com deficiência na educação superior e o monitoramento do acesso à escola dos favorecidos pelo Beneficio de Prestação Continuada – BPC. (BRASIL, 2007, p. 05)

Assim, surge o Atendimento Educacional Especializado (AEE), que deve disponibilizar os recursos e serviços específicos da Educação Especial e orientar a utilização desses recursos como potencializadores do trabalho realizado na classe comum. Nesse sentido, o AEE passa a identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que sejam capazes de diminuir as dificuldades dos EPAEE, que são as pessoas com deficiências (Auditiva-DA, Física-DF, Intelectual-DI e Visual-DV) , transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, segundo a política.

Portanto, o AEE, realizado na Sala de Recursos Multifuncional (SRM) e mediante serviços de itinerância, por professores especialistas, deve estruturar atividades diferentes das atividades curriculares realizadas na classe comum, complementando e/ou suplementando a formação dos EPAEE junto ao professor do ensino regular, tendo como premissa a sua permanência, autonomia e

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independência na escola, ou seja, organizando materiais, recursos e tarefas referentes ao desenvolvimento de seus potenciais, oferecendo recursos de acessibilidade e proporcionando a diminuição das suas dificuldades de acesso ao currículo escolar e consequentemente, à vida em sociedade.

Por meio do AEE, a escola pode construir espaços alicerçados por princípios de equidade, uma vez que este deve estar sempre articulado com a proposta pedagógica do professor que realiza as atividades de ensino na classe comum. Por isso, considera-se que a Política de 2007, implementada pela extinta Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação (SEESP/MEC), atual Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC (SECADI/MEC) é o primeiro movimento efetivo de educação inclusiva no Brasil, por ter traçado diretrizes e apontado metas para a efetiva inclusão de EPAEE nas escolas de ensino regular, delineando as características estruturais do AEE e as mudanças necessárias também na estrutura e no ensino oferecido pelas escolas regulares. Por isso considera-se que as escolas de ensino regular de todo o país, que tem EPAEE matriculados, devem buscar o suporte do AEE, descobrindo os meios para efetivá-lo como serviço da escola, apoiando o ingresso e aprendizagem com qualidade de todos os estudantes.

O AEE pode disponibilizar para as escolas uma série de programas de enriquecimento e aprimoramento das atividades curriculares, por meio do ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização e Tecnologia Assistiva (TA) (BRASIL, 2007). Com isso surge a perspectiva de acessibilidade que pode transpor as barreiras impostas pelas dificuldades físicas e/ou intelectuais, além de potencializar a comunicação e interação, como elementos fundamentais para a efetividade dos princípios de inclusão.

De acordo com Bersch (2005) o termo Assistive Technology, traduzido para a língua portuguesa “Tecnologia Assistiva”, foi criado em 1988 nos Estados Unidos da América, como suporte legal para que as pessoas com deficiência passassem a ter garantidos pelo governo o benefício de serviços especializados e o acesso a recursos para uma vida mais autônoma e independente.

Portanto, a TA é uma área de conhecimento que abrangente engloba recursos de baixa, média e alta tecnologia, que compreende desde uma simples bengala, instrumentos para atividades de vida diárias, orientação e mobilidade, adequação postural, adaptação de veículos, órteses e próteses, até recursos

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computadorizados de comunicação alternativa, acessibilidade ao computador e acessibilidade de páginas da web (BRASIL, 2006).

Atualmente o AEE, por meio das SRM, oferta serviços aos EPAEE por meio de espaços físicos, mobiliários, materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos específicos (BRASIL, 2010). Dentre esses equipamentos específicos estão as TA como recursos de informática acessível e Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA).

Para que o professor da SRM utilize os recursos de TA, a SECADI disponibiliza informações, orientações e suporte por meio dos sites: http://www.clik.com.br/ca/ ou http://www.assistiva.com.br/ que contém orientações para a criação de atividades educacionais e recursos de acessibilidade personalizados.

Contudo, mesmo em meio aos esforços do MEC para disponibilizar e viabilizar o uso desses recursos de TA, verifica-se que a formação de professores do AEE e da classe comum é um elemento crucial para a implementação desses recursos, uma vez que somente uma boa formação pode viabilizar uma prática multidimensional e contínua de aprendizagem.

Embora nas últimas décadas as instituições tenham oferecido cursos de formação de professores em âmbito federal e privado, essa formação ainda tem sido marcada pela distância entre os conteúdos aprendidos na formação e o contexto escolar onde os professores estão inseridos, com necessidades particulares de desenvolvimento de estratégias de ensino voltadas aos EPAEE. No caso da TA, esse fator é ainda mais marcante, pois a aprendizagem de conceitos técnicos sobre os recursos nem sempre garante a sua implementação e utilização correta junto aos EPAEE, por parte dos professores das duas esferas (classe comum e AEE). Assim, a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) na Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), campus de Presidente Prudente/SP, percebeu a demanda imensa de formação e que poderia ser resolvida, por meio da Educação a Distância (EaD).

Em decorrência do crescimento de iniciativas de EaD incentivadas por órgãos governamentais para o aprimoramento dessa modalidade de ensino, a formação de professores a distância no Brasil está prevista na LDBEN nº 9394/96, mediante a afirmativa de que cada Município e, supletivamente, o Estado e a União,

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devem: “realizar programas de capacitação para todos os professores em exercício, utilizando também, para isto, os recursos da educação a distância”.

Por isso, a Unesp/FCT (campus de Presidente Prudente) oferece o curso de aperfeiçoamento a distância intitulado “Tecnologia Assistiva, Projetos e Acessibilidade: Promovendo a Inclusão Escolar” desde 2008, por meio do Programa de Formação Continuada de Professores na Educação Especial da SECADI/MEC. O objetivo do programa é ofertar cursos no nível de aperfeiçoamento e especialização, na modalidade à distância, por meio da Universidade Aberta do Brasil (UAB)2. Com isso, a EaD é vista como uma alternativa para favorecer a formação de professores em todo o Brasil, independente da região geográfica em que se encontram.

O objetivo do curso de TA é contribuir com a formação continuada dos professores da rede pública de ensino para o trabalho com EPAEE, visando a sua inclusão na classe comum, usando tecnologias digitais e TA nesse processo.

As principais características do curso e organização do material pedagógico de formação são descritas neste artigo.

O Curso de Aperfeiçoamento em TA

A Unesp buscou, desde a concepção da matriz curricular do curso, estrutura-lo para ser realizado totalmente a distância, e cuja cultura central fosse a busca de novos conhecimentos e acesso a materiais, teorias e métodos, dentro da rede/comunidade virtual de aprendizagem formada pela SECADI.

Por meio da demanda de formação dos professores da rede pública de ensino do Brasil, o curso considera as especificidades da perspectiva de inclusão escolar implementadas em cada localidade brasileira, sabendo que tem enfrentado grandes barreiras no que diz respeito ao desenvolvimento e implementação de ações para o atendimento às especificidades das deficiências dos EPAEE incluídos no ambiente escolar.

Para isso, o curso foi estruturado de forma a mostrar as possibilidades das TDIC como Objetos de Aprendizagem e Objetos Educacionais, e da TA, que

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Informações disponíveis no Portal do Ministério da Educação por meio do endereço:

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17431&Itemid=817, acesso em 05/06/2013.

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compreende aos recursos e serviços tais como: brinquedos e roupas adaptadas, computadores, softwares e hardwares especiais, recursos para mobilidade, equipamentos de comunicação alternativa, considerando que estes contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais e, consequentemente, promover vida independente, além de oferecer auxílio nas ações diárias dos EPAEE incluídos na escola.

O curso, ofertado desde 2008, é estruturado em cento e oitenta (180) horas, contando com uma equipe de formação que tem como gestores um (1) coordenador geral e um (1) coordenador de tutores; além de um (1) coordenador de produção, responsável por toda a estrutura curricular do curso e pelos relatórios que devem ser elaborados para a SECADI; cinco (5) professores conteudistas (responsáveis pela elaboração do conteúdo dos módulos/disciplinas), formadores (responsáveis pelo acompanhamento dos tutores de três (3) a quatro (4) turmas) e cinquenta (50) tutores a distância (responsáveis pelo acompanhamento das turmas).

Em 2013 estamos em andamento com a sexta edição, compreendendo, respectivamente, ao atendimento a dezenove (19) municípios (1ª edição), vinte e três (23) municípios (2ª edição), cinquenta (50) municípios (3ª edição) e aproximadamente cem (100) municípios na 4ª e 5ª edições. Esses municípios, distribuídos em 13 Estados brasileiros com contextos tecnológicos e pedagógicos diferenciados. Em alguns municípios, o único local que disponível para acesso à internet pelos professores cursistas podiam é o pólo da UAB, ou, a escola.

Envoltos no processo de EaD e utilizando TDIC e TA para a formação dos professores desses municípios com realidades tão diversas, buscamos elaborar estratégias de ensino segundo uma modalidade de EaD subsidiada pelo “estar junto virtual”, ou seja, considerando o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) como suporte para que as barreiras da distância sejam minimizadas, despertando o interesse dos professores pelo diálogo com a equipe e pela busca de conhecimento.

O AVA utilizado durante todas as edições do curso é o TelEduc. Esse AVA tem permitido: i) a disponibilização de materiais didáticos; ii) a organização das atividades de cada módulo em agendas semanais com o cronograma das atividades do período; iii) a comunicação entre os pares, formadores, tutores e

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coordenação; iv) a postagem de atividades pelos professores cursistas; v) e finalmente, o registro do processo de realização das atividades.

Com essa estrutura tecnológica, os módulos/disciplinas do curso são estruturados da seguinte forma:

Módulo I - Introdução a Educação a Distância (30h) onde são oferecidos subsídios de preparação do professor cursista para utilização e navegação no AVA TelEduc, além de suporte para a realização de pesquisas pela internet e para a organização de seu tempo para realizar o curso e outras tarefas do cotidiano.

Módulo II - Tecnologia Assistiva (50h) onde são realizadas discussões sobre a legislação de TA e sua implementação em contextos e cenários educacionais, principalmente como elas poderão ser usadas em seu ambiente de trabalho. Para tanto, são levantados dados sobre recursos de baixa, média e alta tecnologia relacionadas à TA como: software Hagaquê, leitores de tela, teclados virtuais, MecDaisy, Bordmaker e outros recursos, que podem potencializar o trabalho com EPAEE tanto na classe comum quanto no AEE, favorecendo a sua acessibilidade e inclusão digital e escolar. Além disso, há um aprofundamento teórico sobre as leis que regem a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, visando estimular um trabalho integrado entre os professores das salas comuns e multifuncionais/recursos.

Módulo III - Objetos de Aprendizagem para a Inclusão (50h) oportuniza o conhecimento sobre OA, que são recursos educacionais digitais pedagógicos que podem auxiliar o professor no ensino de conteúdos específicos em sala de aula, de forma lúdica. E o conhecimento sobre OE, que são, além de OA, recursos como vídeo, simulações, imagens, sons, experimentos práticos, entre outros, disponibilizados no repositório educacional do MEC o Banco Internacional de Objetos Educacionais (BIOE) e que podem servir para o trabalho com conceitos curriculares e transversais, potencializando as habilidades de EPAEE e demais estudantes incluídos na escola.

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Módulo IV - Projetos para a Inclusão (40h) onde é criado um espaço de reflexão sobre o uso de todos os recursos apresentados nos módulos anteriores, apresentando a estratégia pedagógica de trabalho com projetos. Por isso, a partir das orientações para a construção de um projeto que poderá ser aplicado em seu contexto de trabalho, é proporcionado aos professores cursistas o trabalho com as bases teóricas e práticas para utilização de TDIC e TA tanto na classe comum quanto no AEE.

Assim, durante todos os módulos os tutores a distância interagem diariamente com os professores cursistas, esclarecendo que a TA compreende a duas fases ou composições: o recurso e a ação (Brasil, 2008). O recurso é o equipamento utilizado pelo EPAEE, que lhe permite ou favorece o desempenho de uma tarefa, rompendo a barreira de acesso. Já a ação compreende a busca de solução de problemas e, principalmente, a mudança de postura frente ao uso dessa tecnologia e ao papel do professor e do EPAEE diante desse processo.

A partir do estudo e das discussões sobre TA e sua importância no contexto social e escolar de EPAEE, os professores cursistas devem observar no ambiente escolar a realidade de um EPAEE para desenvolver um Estudo de Caso. Essa pesquisa deve ser fundamentada pelo levantamento dos recursos de TA existentes na unidade escolar e além desse levantamento, o professor deve pensar sobre quais recursos de TA seriam necessários para melhorar o atendimento do estudante acompanhado.

Além do Estudo de Caso, proposto no Módulo II que é específico sobre TA, os professores cursistas tem que elaborar planos de aula que tenham recursos de TA ou TDIC e observar os resultados obtidos na aplicação desse plano, que deve ser feito para uma sala de aula regular que tenha EPAEE incluídos. Com a construção dessa situação problema, os professores cursistas realizam uma ação efetiva, que é formulada no curso de formação, mas cujas implicações ocorrem diretamente na sua prática.

E finalmente, no Módulo IV, os professores cursistas desenvolvem a compreensão do uso de TDIC e TA no ambiente escolar como possibilidade para o enriquecimento e o desenvolvimento das habilidades de todos os estudantes e

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vivenciam a construção coletiva de um projeto que pode ser aplicado no contexto escolar, e que também pode ser previsto no Projeto Político Pedagógico da escola.

De acordo com os resultados das atividades propostas, verificamos que o curso tem possibilitado que os professores cursistas modifiquem suas formas de aprender, e entrem em contato com diversos recursos que os auxiliam diretamente em sala de aula, podendo melhorar a aprendizagem dos EPAEE.

Relacionado à TA, os professores cursistas tem apresentado entusiasmo e motivação para utilizá-las, conforme indica o depoimento abaixo:

Nesta semana, os softwares apresentados na atividade 35 me surpreenderam, visto que sou leiga neste aspecto. Gostei muito de manusear o DOSVOX e o HAGÁQUÊ, até a minha filha de nove anos gostou e o achou divertido. Sinceramente, o curso está mudando o meu olhar sobre os alunos especiais, e percebendo que tenho que aprender muito sobre os alunos de inclusão. As ideias sugeridas são excelentes para aplicar com os alunos das salas regulares. Penso que no futuro, as salas de aulas deverão ser enriquecidas com computadores para que nossos alunos possam desfrutar os vários softwares educativos que existem nas grandes universidades e centros de estudos e pesquisas. Estudando este curso, fico convicta mais ainda da ideia de que educação só melhora com muitos estudos e capacitações para os professores” (Diário de Bordo, Turma São Paulo).

Com isso, as propostas dos módulos demonstram a necessidade de um profundo processo de transformação da escola. A formação de professores é garantida pela legislação brasileira e, no curso de TA a formação de professores visa colocá-los em prática a partir do desenvolvimento de projetos e do uso de elementos presentes no contexto escolar, no cotidiano enfrentado junto a cada criança e EPAEE.

Considerações

O intuito da formação proposta não é “tecnologizar” os professores, oferecendo informações sobre recursos tecnológicos e de TA distantes da realidade vivenciada por eles. O que fazemos é oferecer possibilidades de uso desses recursos na sala de aula.

Mas, para avançar nesse processo, temos como premissa o trabalho de “como” e “por que” usar esses recursos, bem como, “o que”, “como” e “por que”

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avaliar o seu uso para que de fato tenhamos o encontro, a convivência, a troca, e a construção de novos conhecimentos teóricos, práticos e pedagógicos sobre essa área de conhecimento.

Com a experiência construída em cinco edições, sendo a sexta em andamento, e os demais resultados alcançados, contamos atualmente com a formação de aproximadamente 5.000 professores cursistas, espalhados nos Estados em todas as regiões federativas que no decorrer do curso descrevem as mudanças e transformações na sua forma de ensinar, comunicar-se e ver as EPAEE, a partir do uso dos recursos de TA que tornam a vida melhor dessas pessoas para uma aprendizagem prazerosa.

Com isso percebemos a importância e a eficácia dessa formação de professores para o uso da TA permitindo que a escola proporcione a comunicação, a pesquisa e a produção para a construção de uma escola inclusiva na prática. Esse contexto atende aos desafios que nos são propostos, procurando estabelecer metas para atender as expectativas dos professores, dos EPAEE e do contexto escolar em que estão inseridos (Brasil, 2008).

Além disso, consideramos que professores, tanto da classe comum quanto do AEE necessitam de tempo para interagir, experimentar, aprender e acompanhar cada passo do desenvolvimento no uso da tecnologia junto com os estudantes. As modificações e novos desafios funcionais aparecem no dia a dia de cada profissional formado, trazendo novos objetivos para intervenção desses profissionais. Portanto, essa iniciativa deve ser considerada como uma importante ação de formação continuada de professores envolvidos no processo de inclusão educacional, visando a melhoria na qualidade do ensino no Brasil.

De acordo com Santos e Schlünzen (2007), ações como essas podem beneficiar professores da classe comum e do AEE, refletindo diretamente na inclusão e permanência dos EPAEE no ensino regular. Uma vez que esses professores, poderão sentir-se mais preparados e confiantes terão condições de recontextualizar o aprendizado e a experiência vivida durante a sua formação para a sua realidade de sala de aula, compatibilizando as necessidades de seus estudantes e os objetivos pedagógicos os quais se dispõem a atingir.

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Ribeiro, D. (1997). Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9394/96). Brasília: Centro Gráfico.

Brasil, Ministério da Educação. Secretaria da Educação Especial. (2008). Atendimento Educacional Especializado: Deficiência Física. Brasília: MEC/SEESP. Schlünzen, E.T.M., SCHLÜNZEN JUNIOR, K., SANTOS, D.A.N., GARCIA, D.J (2009) Tecnologias Assistivas, Formação de Professores e Educação a Distância. Brasília: I Encontro Internacional do Sistema UAB.

Santos, D.A.N., Schlünzen, E.T.M. (2007) A Formação de Professores de uma escola da Rede Pública Estadual em Serviço para o Trabalho com Projetos utilizando as Tecnologias de Informação e Comunicação. Presidente Prudente: Dissertação de Mestrado, FCT/Unesp.

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