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PODER JUDICIÁRIO 38ª SEÇÃO JUDICIÁRIA COMARCA DE MEDIANEIRA/PR VARA CRIMINAL, DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE E FAMÍLIA

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PODER JUDICIÁRIO

38ª SEÇÃO JUDICIÁRIA

COMARCA DE MEDIANEIRA/PR

VARA CRIMINAL, DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE E FAMÍLIA

Autos nº 003016-61.2012.8.16.0117

SENTENÇA

1. RELATÓRIO

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ, por seu representante, ofereceu denúncia em face de ELAIR JOSÉ UTZIG, MARCOS ADELAR SITTA, WILSON CARLOS DE SOUZA, JOSÉ MATIAS DO NASCIMENTO, RONALDO EZEQUIEL TORRES, ANTONIO DE JESUS MOREIRA, ELEMAR BIRKHAN, DHYAN MARIA ZANINI, MARCO AURÉLIO RIBEIRO ZANDONÁ, ELTON MARCOS FARAH, MAGNO RAMOS e PATRICK DE CARLO MAGGI, qualificados nos autos, imputando-lhes as práticas dos seguintes fatos, em tese, delituosos:

1. Conforme os elementos de convicção encartados nos autos, os denunciados, alguns policiais civis lotados nas Delegacias de Polícia de Medianeira e São Miguel do Iguaçu, associaram-se, em quadrilha, para o fim de cometerem crimes, com emprego de armas (fornecidas pelo Estado do Paraná para o uso em sua atividade policial) agindo há anos na região e em atividade até a presente data.

1.1. Nesse desiderato, os denunciados ELAIR JOSÉ UTZIG, MARCOS ADELAR SITTA, WILSON CARLOS DE SOUZA,

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJDAB XVKGH 6LPWZ VWJMK

PROJUDI - Processo: 0003016-61.2012.8.16.0117 - Ref. mov. 1088.1 - Assinado digitalmente por Hugo Michelini Junior:17565 14/06/2020: PROFERIDA SENTENÇA ABSOLUTÓRIA. Arq: Sentença Absolutória

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JOSÉ MATIAS DO NASCIMENTO, RONALDO EZEQUIEL TORRES e ANTONIO DE JESUS MOREIRA, mancomunados entre si, agindo com identidade de propósitos e comunhão de esforços, com consciência e vontade livres e dirigidos à prática do ilícito, associaram-se, em quadrilha, para o fim de cometerem crimes, com emprego de armas, fornecidas pelo Estado, empregando o seguinte modus operandi:

1.1.1. Referidos denunciados, policiais civis, lotados na Delegacia de Polícia de Medianeira-PR, aproveitando-se tanto da qualidade de agentes encarregados da Segurança Pública quanto da facilidade decorrente de exercerem sua função em município próximo da fronteira com o Paraguai e estrategicamente localizado em área obrigatoriamente utilizada para o transporte de “produtos adquiridos no País vizinho, com o concurso de várias outras pessoas, ainda não identificadas, engendraram uma rede de informantes, constituídos por “olheiros” (pessoas que se postam nas rodovias observando a movimentação de policiais e de pessoas transportando coisas ilícitas), “batedores” (pessoas que viajam em veículos um poucos à frente dos veículos empregados para o transporte de produtos ilícitos) e outros policiais, que se postam nas rodovias para acompanhar o movimento de veículos suspeitos, possibilitando que fossem avisados sempre que algum veículo transportando produtos provenientes de contrabando ou descaminho estivesse em vias de transitar pelo Município de Medianeira, obtendo dados do veículo transportador e respectiva rota.

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJDAB XVKGH 6LPWZ VWJMK

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1.1.2. De posse de tais informações, os denunciados abordavam os transportadores do material criminoso e os achavam, conforme se descreverá na sequência.

1.1.3. Consta ainda que os denunciados também abordavam alguns veículos aleatoriamente e, ao vislumbrarem a prática de crimes por parte dos transportadores, exigiam ou solicitavam vantagem indevida, para liberar o condutor, seu veículo e a mercadoria transportada, o que também se descreverá mais minuciosamente mais adiante.

1.1.4. Há notícia, ainda, que os denunciados cobravam valores fixos, pagos semanal e mensalmente, de algumas pessoas que se dedicavam, com contumácia, ao transporte de material objeto de descaminho ou contrabando, como forma de assegurar “livre passagem” a seus veículos.

1.2. De idêntico modo, os denunciados ELEMAR BIRKHAN, ELTON MARCOS FARAH, MAGNO RAMOS, PATRICK DE CARLO MAGGI, DHYAN MARIA ZANINI e MARCO AURÉLIO RIBEIRO ZANDONÁ, mancomunados entre si, agindo com identidade de propósitos e comunhão de esforços, com consciência e vontade livres e dirigidas à prática do ilícito, associaram-se, em quadrilha, para o fim de cometerem crimes, com emprego de armas, fornecidas pelo Estado, empregando o mesmo modus operandi acima descrito, no Município de São Miguel do Iguaçu-PR (eis que são todos policiais civis lotados na Delegacia de Polícia desse Município, com exceção do último

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denunciado, policial civil aposentado), situado também próximo da fronteira com o Paraguai, cujo perímetro é utilizado para o transporte de produtos adquiridos no País vizinho.

1.3. Consta, ainda, que havia constante comunicação entre os denunciados lotados na Delegacia de Polícia de Medianeira e os lotados na Delegacia de Polícia de São Miguel do Iguaçu-PR, além de fortes indícios de que outras pessoas, não necessariamente policiais, ainda não identificados, também integrariam a quadrilha.

2. Em dia e horário incertos, mas no mês de dezembro de 2010, no Município de Medianeira, os denunciados ELAIR JOSÉ UTZIG e MARCOS ADELAR SITTA, mancomunados entre si, agindo com identidade de propósitos e comunhão de esforços, com consciência e vontade livres e dirigidas à prática do ilícito, exigiram, para todos, vantagem indevida, na qualidade de policiais civis lotados na Delegacia de Polícia de Medianeira, agindo da seguinte forma:

2.1. Os denunciados ELAIR JOSÉ UTZIG e MARCOS ADELAR SITTA, investigadores de polícia lotados na Delegacia de Polícia de Medianeira, utilizando uma viatura policial, abordaram o veículo TRITON L200, placas ANY-8111, conduzido pela vítima JULIANE MARQUES, sob alegação de que ela estaria transportando drogas ilícitas, encaminhando o veículo e motorista à Delegacia de Polícia de Medianeira, fazendo com que a vítima telefonasse para o próprio pai, AMERI MARQUES.

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2.2. Na sequência, o denunciado ELAIR JOSÉ UTZIG telefonou para o pai da vítima, na presença do denunciado MARCOS ADELAR SITTA, informando ao pai da vítima que esta estaria transportando 4 quilogramas de cocaína, mas que a liberaria mediante a condição de que ele, pai da vítima, comparecesse à Delegacia de Polícia de Medianeira para o “acerto”.

2.3. Após a liberação da vítima, que ocorreu por volta das 9 horas daquele mesmo dia, o pai da vítima, embora residisse no Município de Cascavel, dirigiu-se à Delegacia de Polícia de Medianeira, onde o denunciado ELAIR JOSÉ UTZIG exigiu, inicialmente, o valor de R$ 50.000,00, mas depois acabou negociando e abaixando a exigência para R$ 35.000,00.

2.4. No dia seguinte, ALMERI MARQUES entregou ao denunciado ELAIR JOSÉ UTZIG o valor exigido de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), entregando-o diretamente ao denunciado, o qual marcou o encontro para uma praça, próxima da Delegacia de Polícia de Medianeira.

3. No dia 18 de janeiro de 2011, em horário ignorado, nas proximidades do “Restaurante Anila”, no Município de Medianeira, os denunciados ELAIR JOSÉ UTZIG, ANTONIO DE JESUS MOREIRA e WILSON CARLOS DE SOUZA, mancomunados entre si, agindo com identidade de propósitos e comunhão de esforços, com consciência e vontade livres e dirigidas à prática do ilícito, exigiram, para todos, vantagem

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indevida, na qualidade de policiais civis lotados na Delegacia de Polícia de Medianeira, agindo da seguinte forma:

3.1. Os denunciados ANTONIO DE JESUS MOREIRA e WILSON CARLOS DE SOUZA, investigadores de polícia lotados na Delegacia de Polícia de Medianeira, utilizando uma viatura policial, abordaram o veículo VW/Golf, placas AFA-0074, conduzido pela vítima JULIANE MARQUES, encaminhando o veículo, motorista e passageiro (WILLIAN NASCIMENTO) à Delegacia de Polícia de Medianeira, fazendo com que a vítima telefonasse para o próprio pai, ALMERI MARQUES.

3.2. Na Delegacia de Polícia, surgiu o denunciado ELAIR JOSÉ UTZIG e exigiu para si e para os denunciados ANTONIO DE JESUS MOREIRA e WILSON CARLOS DE SOUZA, vantagem indevida, consistente na quantia de R$ 200,00, para liberar a vítima e seu veículo.

3.3. A vítima se recusou a efetuar o pagamento da quantia exigida e, não havendo nenhuma irregularidade em seu veículo, acabou sendo liberada.

3.4. Consta que, nessa mesma oportunidade, o denunciado ELAIR JOSÉ UTZIG, agindo com consciência e vontade livres e dirigidas à prática do ilícito, solicitou, para si e para os demais denunciados, vantagem indevida, propondo à vítima um periódico “pagamento de R$ 200,00 para que ela pudesse

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continuar passando com seus veículos pela estrada” sem ser incomodada pela Polícia Civil.

4. No dia 10 de setembro de 2011, no Município de São Miguel do Iguaçu, os denunciados ELEMAR BIRKHAN, ELTON MARCOS FARAH, DHYAN MARIA ZANINI e MARCO AURÉLIO RIBEIRO ZANDONÁ, mancomunados entre si, agindo com identidade de propósitos e comunhão de esforços, com consciência e vontade livres e dirigidas à prática do ilícito, exigiram vantagem indevida, para todos, os primeiros agindo na qualidade de policiais civis lotados na Delegacia de Polícia de São Miguel do Iguaçu e o último, nada obstante seja policial aposentado, auxiliando os demais, concorrendo de forma eficaz para a prática do crimes, agindo, inclusive, com pleno domínio do fato, agindo da seguinte forma:

4.1. Por volta das 9 horas da manhã, os denunciados ELEMAR BIRKHAN e ELTON MARCOS FARAH, investigadores de polícia, abordaram o veículo GM/Vectra, branco, placas CGR-6280, na ocasião conduzido pela vítima MARCELO DA HORA SILVA, sob alegação de que haveria notícia de que ele estaria transportando drogas ilícitas, encaminhando o veículo e motorista à Delegacia de Polícia de São Miguel do Iguaçu. 4.2. Na repartição policial, os denunciados vistoriaram o veículo, constatando se tratar de transporte de produtos eletrônicos de origem estrangeira adquiridos no Paraguai e ilegalmente

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trazidos ao Brasil (em situação caracterizadora do crime de descaminho).

4.3. Dando sequência ao plano criminoso previamente acordado entre os denunciados, o denunciado DHYAN MARIA ZANINI, escrivão de polícia lotado naquela repartição policial, disse à vítima que o veículo e mercadoria transportada “não sairiam da Delegacia por menos de cinquenta mil reais”, ou seja, exigiu, para si e para os demais denunciados, vantagem indevida. 4.4. Diante da reação inicial da vítima, que afirmou não ter o dinheiro e que a mercadoria apreendida tinha valor inferior ao preço exigido para a liberação, o denunciado DHYAN MARIA ZANINI, reforçou a exigência inicial, advertindo à vítima: “ou você arruma o dinheiro ou vai preso”.

4.5. Em desespero, a vítima passou a efetuar ligações telefônicas para vários conhecidos seus, no afã de obter a quantia exigida pelos denunciados, até que a pessoa referida como GUSTAVO, conhecido da vítima, indicou o nome do denunciado MARCO AURÉLIO RIBEIRO ZANDONÁ, afirmando que este último poderia ir à Delegacia de Polícia convencer os demais denunciados a darem um prazo até segunda-feira para o pagamento da quantia exigida.

4.6. Ao ouvir o nome do denunciado MARCO AURÉLIO RIBEIRO ZANDONÁ, o denunciado DHYAN MARIA ZANINI, disse à vítima para que pedisse que aquele denunciado entrasse

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em contato com ele e, após intervenção do referido GUSTAVO, o denunciado MARCO AURÉLIO RIBEIRO ZANDONÁ telefonou para o denunciado DHYAN MARIA ZANINI, dizendo que em 40 minutos chegaria na delegacia.

4.7. Chegando na repartição policial, o denunciado MARCO AURÉLIO RIBEIRO ZANDONÁ perguntou à vítima quanto dinheiro ela dispunha para efetuar o “acerto” e, diante da informação de que a vítima não trazia nenhum valor consigo, saiu da sala, em companhia do denunciado DHYAN MARIA ZANINI.

4.8. Decorridos uns 15 minutos, o denunciado MARCO AURÉLIO RIBEIRO ZANDONÁ retornou, exigindo, para ele e para os demais denunciados, o valor de R$ 30.000,00, para a liberação da vítima, veículo e mercadoria transportada e, diante da resposta negativa da vítima, após conversar isoladamente com o denunciado DHYAN MARIA ZANINI, exigiu a importância de R$ 25.000,00.

4.9. Enquanto a vítima dizia não ter essa quantia, o denunciado ELTON MARCOS FARAH entrou na sala onde ocorria a negociação e informou a todos que “o GAECO estava na redondeza da Delegacia”, provocando profundo temor entre os denunciados.

4.10. Ato contínuo, os denunciados ELEMAR BIRKHAN e ELTON MARCOS FARAH tomaram a viatura e foram verificar a

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veracidade da informação, retornando após 10 minutos, confirmando a notícia da presença de policiais lotados no GAECO próximos à Delegacia.

4.11. Após os denunciados MARCO AURÉLIO RIBEIRO ZANDONÁ e DHYAN MARIA ZANINI também irem conferir, pessoalmente, que havia efetivamente uma equipe do GAECO nas redondezas, o denunciado MARCO AURÉLIO RIBEIRO ZANDONÁ informou à vítima que a retirada do veículo usado no transporte poderia acarretar na prisão de todos, referindo-se a si mesmo e demais denunciados e, na sequência, combinou com os demais denunciados que iriam retirar uma parte da mercadoria transportada no veículo, possibilitando ainda, a obtenção de vantagem indevida.

4.12. Dessa maneira, foram retirados vários produtos eletrônicos do interior do veículo apreendido (segundo a vítima, cerca de 15 ou 20 projetores marca SONY e uns 7 notebooks HP) e colocados no porta-malas do veículo do denunciado MARCO AURÉLIO RIBEIRO ZANDONÁ, possibilitando que se formalizasse a apreensão apenas do veículo e de parte do produto transportado, posteriormente entregues à Receita Federal.

4.13. A vítima foi autorizada a retirar seus documentos e pertences do interior do veículo apreendido, sendo conduzido pelo denunciado MARCO AURÉLIO RIBEIRO ZANDONÁ até um “ferro-velho”, de propriedade deste denunciado.

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4.14. Por volta das 16 horas, com a chegada das pessoas referidas como GUSTAVO e FIDEL, trazendo a quantia, em espécie de R$ 25.000,00, o denunciado restituiu os produtos retirados do veículo apreendido (item 2.12) e recebeu, em troca, o valor de R$ 25.000,00 informando que depois cada um dos demais denunciados pegariam com ele sua respectiva parte do dinheiro, restando caracterizado que os denunciados ELEMAR BIRKHAN, ELTON MARCOS FARAH, DHYAN MARIA ZANINI e MARCO AURÉLIO RIBEIRO ZANDONÁ, mancomunados entre si, agindo com identidade de propósitos e comunhão de esforços, com consciência e vontade livres e dirigidas à prática do ilícito, desviaram, em proveito de MARCELO DA HORA SILVA, GUSTAVO FELIPE e FIDELCINO PORTEIRO DOS SANTOS, parte dos produtos que estavam sendo transportados no veículo apreendidos, sendo certo que detinham sua posse em razão do exercício do cargo de policiais civis pelos três primeiros, com eficaz participação do último.

4.15. Enquanto ainda se desenvolvia a negociação quanto ao valor a ser pago pela vítima para sua liberação, juntamente com a liberação do veículo e dos produtos transportados, o denunciado DHYAN MARIA ZANINI, agindo com consciência e vontade livres e dirigidos à prática do ilícito, solicitou, para si e para os demais denunciados, vantagem indevida, dizendo que para “a vítima trabalhar mais tranquila teria de pagar dois mil reais por semana para ele e para a equipe dele”, e que a vítima então “poderia passar com o carro pela BR 277 que corta São Miguel que ninguém da Polícia Civil iria incomodá-lo”.

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5. No dia 13 de fevereiro de 2011, por volta das 7 horas, na Rodovia BR 277, no início da chamada “Serra do Mico”, Município de São Miguel do Iguaçu, os denunciados ELTON MARCOS FARAH, MAGNO RAMOS, PATRICK DE CARLO MAGGI e um quarto policial, ainda não identificado, mas todos mancomunados entre si, agindo com identidade de propósitos e comunhão de esforços, com consciência e vontade livres e dirigidas à prática do ilícito, exigiram vantagem indevida, para todos, os primeiros agindo na qualidade de policiais civis lotados na Delegacia de Polícia de São Miguel do Iguaçu, agindo da seguinte forma:

5.1. Por volta das 9 horas da manhã, os denunciados ELTON MARCOS FARAH, MAGNO RAMOS, PATRICK DE CARLO MAGGI e a quarta pessoa, não identificada, todos policiais civis, abordaram o veículo Caminhão VW/8.150E, branco, placas MHC-5142, na ocasião conduzido pela vítima MARCELO ARAUJO DA SILVA, utilizado para o transporte de uma carga de cigarros, adquiridos ilicitamente no Paraguai, encaminhando o veículo e o motorista à Delegacia de Polícia de São Miguel do Iguaçu, ocasião em que os denunciados descobriram que a carga pertencia às vítimas MIKELANNGELO ROBERTO NIEUWNHOFF DE ALMEIDA (apelidado MIKEI) e LANDINÉIA MARQUES DA SILVA (alcunha LÂNDIA).

5.2. Na Delegacia de Polícia, os denunciados exigiram para todos, vantagem indevida, consistente na quantia de R$

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50.000,00 a serem pagos pelos proprietários da carga apreendida, para liberar o motorista, carga e veículo. Posteriormente, o valor exigido foi diminuído para R$ 25.000,00. 5.3. Ocorre que uma equipe de policiais lotados no GAECO, informados sobre a ocorrência, deslocou-se até o Município de São Miguel do Iguaçu e encetou diligências para colheita de provas, inclusive a filmagem do veículo apreendido e dos policiais que conduziram a operação, ora denunciados, razão pela qual os denunciados optaram por lavrar a apreensão do veículo e respectiva carga, registrando o boletim de ocorrência, informando à Receita Federal da apreensão e encaminhando os objetos apreendidos, juntamente com o condutor do veículo, à Delegacia de Polícia Federal em Foz do Iguaçu, deixando de dar voz de prisão a nenhuma dos confessos proprietários da carga ilícita apreendida.

6. No dia 26 de outubro de 2011, por volta das 14 horas, na Rodovia BR 277, Medianeira, o denunciado WILSON CARLOS DE SOUZA, agindo com consciência e vontade livres e dirigidas à prática do ilícito, solicitou vantagem indevida e aceitou promessa de tal vantagem, para si, na qualidade de policial civil lotado na Delegacia de Polícia de Medianeira, agindo da seguinte forma:

6.1. Por volta das 13h15min, o denunciado WILSON CARLOS DE SOUZA é alertado pelo policial civil ANTONIO DE JESUS MOREIRA sobre um possível alvo a ser achacado (conforme

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modus operandi da quadrilha a que filiados, descrito no item 1 antecedente), identificando-o como um caminhão com a inscrição “SEARA” na carroçaria do furgão.

6.2. Após se certificar da identidade da fonte e da veracidade da notícia, o denunciado WILSON CARLOS DE SOUZA procede à abordagem do veículo indicado, mas não encontra nenhuma irregularidade que lhe permitisse a prática de concussão, liberando o veículo e respectivo motorista.

6.3. Ato contínuo, talvez frustrado pelo insucesso do achaque planejado ou para, como se diz na gíria, “aproveitar a viagem”, estando na rodovia BR 277, sabedor que é conhecida rota de transporte de objetos dos crimes de contrabando e descaminho, abordou, escolhendo aleatoriamente, o veículo GM/Corsa, preto, placas JIU-7421, licenciado em Brasília-DF, na ocasião conduzido por OSEIAS PAULO AMORIM BRANDÃO, utilizado para o transporte de produtos adquiridos ilicitamente no Paraguai e avaliadas, pela Receita Federal, no valor total de R$ 12.050,80 encaminhando o veículo e motorista à Delegacia de Polícia de Medianeira.

6.4. Na Delegacia de Polícia, o denunciado WILSON CARLOS DE SOUZA foi procurado pela pessoa até o momento não suficientemente identificada, referida como “VALDELÍRIO”, supostamente proprietário da mercadoria apreendida, ocasião em que é proposto, por este último, que o denunciado “alivie o

acerto com o carro preto com placa de Brasília”.

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6.5. Segue-se uma série de contatos telefônicos e encontros pessoais entre o denunciado WILSON CARLOS DE SOUZA e o referido “VALDELÍRIO”, restando evidenciado que aquele solicitou e este prometeu vantagem indevida para que o denunciado retardasse e deixasse de praticar a prisão em flagrante do motorista e a apreensão do veículo e respectiva carga ilícita, atos que deveriam ser obrigatoriamente praticados, de ofício, pelo denunciado, na qualidade de policial civil.

6.6. Ocorre que policiais lotados no GAECO, informados sobre a ocorrência, deslocaram-se até o Município de Medianeira e promoveram diligências para colheita de provas sobre o crime em andamento, inclusive a filmagem, à distância, do veículo apreendido e da negociação entre o referido “VALDELÍRIO” e o denunciado, razão pela qual o denunciado ao perceber a presença da equipe de policiais lotados no GAECO, optou por formalizar a apreensão do veículo e respectiva carga, informando à Receita Federal da apreensão e encaminhando os objetos apreendidos, deixando de dar voz de prisão ao proprietário da carga ilícita apreendida.

6.7. De se destacar que o veículo e respectiva mercadoria foram apreendidos por volta das 14 horas e apenas após a presença da equipe do GAECO, por volta das 16h30min foi comunicado o fato à Delegacia da Receita Federal em Foz do Iguaçu.

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7. No curso das diligências investigatórias, consoante roteiro elaborado pela autoridade policial (despacho de fls. 176/8), o ora denunciado ELAIR JOSÉ UTZIG, representado por seu advogado, protocolou requerimento de vista dos autos, aos 28 de maio de 2012 (fls. 181), o que restou deferido pelo Juízo Criminal desta Comarca (fls. 185), seguindo orientação da Súmula Vinculante nº 14 do Supremo Tribunal Federal. E, como consequência, deu-se início, por parte dos ora denunciados, de reiterada prática de atos visando o tumulto e o insucesso das investigações e diligências complementares necessárias.

7.1. Em momento imediatamente posterior à obtenção de cópia dos autos de inquérito pelo advogado do denunciado ELAIR JOSÉ UTZIG, este último, agindo por intermédio de interposta pessoa, ainda não identificada, agindo com consciência e vontade livres e dirigidas à prática do ilícito e com pleno domínio do fato, usou de grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio e alheio, contra pessoas que funcionaram como testemunhas no inquérito policial que deu ensejo à presente denúncia e que ainda serão chamadas a intervir na ação penal iniciada por esta peça acusatória, agindo da seguinte forma: 7.2. Em data ainda não precisada, mas seguramente no dia 12 ou 13 de junho de 2012, entre 15h30min e 16 horas, o denunciado ELAIR JOSÉ UTZIG fez chegar, por intermédio de ligação telefônica, grave ameaça à vítima ALMERI MARQUES, sendo que a vítima “recebeu uma ligação de um homem que não se identificou e disse que já sabia que o declarante iria vir prestar

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declarações neste GAECO, e, em tom ameaçador, lhe disse “veja lá o que o senhor vai dizer no GAECO”.

7.3. No dia 18 de junho de 2012, antes das 9 horas, o denunciado ELAIR JOSÉ UTZIG fez chegar outra grave ameaça contra à vítima ALMERI MARQUES, fazendo instalar um artefato assemelhado a uma “bomba”, consistentes em uma “chapa de vidro junto a um telefone celular, os quais estavam amarrados junto ao portão da residência da vítima”, sendo necessário que a vítima acionasse equipe especializada da Polícia Militar para desmontagem do artefato.

8. No dia 27 de junho de 2012, o denunciado MARCO AURÉLIO RIBEIRO ZANDONÁ, por interposta pessoa, ainda não identificada, agindo com consciência e vontade livres e dirigidas à prática do ilícito e com pleno domínio do fato, usou de grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio e alheio, contra pessoas que funcionaram como testemunhas no inquérito policial que deu ensejo à presente denúncia e que ainda serão chamadas a intervir na ação penal iniciada por esta peça acusatória, determinando que um policial civil, não identificado, procurasse a testemunha MARCOS DA HORA SILVA, de posse do Termo de Declarações prestadas no GAECO de Foz do Iguaçu no dia 18.6.2012 e, em tom de ameaça, disse-lhe: “os policiais

sabem onde você mora”.

9. No dia 29 de junho de 2012, nas dependências do 1º Tabelionato de Notas da Comarca de Cascavel-PR, o denunciado

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MARCO AURÉLIO RIBEIRO ZANDONÁ, mediante emprego de coação moral, fez com que a vítima MARCELO DA HORA SILVA prestasse declaração perante o Tabelião, sendo lavrada Escritura Pública Declaratória contendo a retratação de todo o teor das declarações prestadas pela vítima perante a Delegacia da Polícia Federal em Foz do Iguaçu (fls. 140/7) e no bojo do inquérito policial que dá suporte à presente denúncia (fls. 277/8) e, no dia 2 de julho de 2012, por intermédio de seus advogados, fez a referida Escritura Pública Declaratória ser juntada aos autos (fls. 339 a 342). Com isto, restou evidenciado que:

9.1. O denunciado MARCO AURÉLIO RIBEIRO ZANDONÁ, agindo com consciência e vontade livres e dirigidas à prática do ilícito, constrangeu a vítima MARCELO DA HORA SILVA, mediante grave ameaça (conforme descrito no item 8 antecedente) e reduzindo, mediante emprego de coação moral, decorrente do notório conhecimento que é policial aposentado, possui estreitas ligações com policiais da ativa envolvidos na prática de ilícito e anda sempre armado, a sua capacidade de resistência, a fazer o que a lei não manda, obrigando a vítima a lavrar a Escritura Pública Declaratória descrita no item 9 anterior.

9.2. Ao agir conforme se descreve no item 9 precedente, o denunciado MARCO AURÉLIO RIBEIRO ZANDONÁ, agindo com consciência e vontade livres e dirigidas à prática do ilícito, fez a vítima MARCELO DA HORA SILVA inserir declaração falsa em documento público, com o fim de alterar a verdade sobre

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fato juridicamente relevante, em prejuízo da Administração da Justiça e da investigação policial.

Dessa forma, objetiva a denúncia a condenação dos acusados:

1) ELAIR JOSÉ UTZIG nas condutas tipificadas no artigo 288, parágrafo único (item 1.1); artigo 316, caput, (por duas vezes – itens 2 e 3); artigo 317, caput (item 3.4); artigo 344 (por duas vezes – itens 7.2 e 7.3), combinados com o artigo 69, todos do Código Penal.

2) MARCOS ADELAR SITTA nas condutas tipificadas no artigo 288, parágrafo único (item 1.1); artigo 316, caput, (item 2), combinados com o artigo 69, todos do Código Penal.

3) WILSON CARLOS DE SOUZA nas condutas tipificadas no artigo 288, parágrafo único (item 1.1); artigo 316, caput, (item 3), artigo 317, § 1º (item 6), combinados com o artigo 69, todos do Código Penal. 4) JOSÉ MATIAS DO NASCIMENTO nas condutas tipificadas no artigo

288, parágrafo único (item 1.1), do Código Penal.

5) RONALDO EZEQUIEL TORRES nas condutas tipificadas no artigo 288, parágrafo único (item 1.1), do Código Penal.

6) ANTONIO DE JESUS MOREIRA nas condutas tipificadas no artigo 288, parágrafo único (item 1.1), artigo 316, caput, (item 3), combinados com o artigo 69, todos do Código Penal.

7) ELEMAR BIRKHAN nas condutas tipificadas no artigo 288, parágrafo único (item 1.2), artigo 316, caput, (item 4), artigo 312, in fine (item 4.14), combinados com o artigo 69, todos do Código Penal.

8) DHYAN MARIA ZANINI nas condutas tipificadas no artigo 288, parágrafo único (item 1.2), artigo 316, caput (item 4), artigo 312, in

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fine (item 4.14), artigo 317 (item 4.15), combinados com o artigo 69, todos do Código Penal.

9) MARCO AURÉLIO RIBEIRO ZANDONÁ nas condutas tipificadas no artigo 288, parágrafo único (item 1.2), artigo 316, caput, (item 4), artigo 312, in fine (item 4.14), artigo 344 (item 8), artigo 146, § 1º (item 9.1), artigo 299, parágrafo único (item 9.2), combinados com os artigos 29 e 69, todos do Código Penal.

10) ELTON MARCOS FARAH nas condutas tipificadas no artigo 288, parágrafo único (item 1.2), artigo 316, caput, (por duas vezes – itens 4 e 5), artigo 312, in fine (item 4.14), combinados com o artigo 69, todos do Código Penal.

11) MAGNO RAMOS nas condutas tipificadas no artigo 288, parágrafo único (item 1.2); artigo 316, caput, (item 5), combinados com o artigo 69, todos do Código Penal.

12) PATRIK DE CARLO MAGGI nas condutas tipificadas no artigo 288, parágrafo único (item 1.2); artigo 316, caput, (item 5), combinados com o artigo 69, todos do Código Penal.

A denúncia foi recebida (mov. 1.489).

Posteriormente, revogou-se a decisão que recebeu a denúncia, recebendo-a apenas no tocante ao acusado Marco Aurélio Ribeiro Zandoná, determinando-se a notificação dos demais acusados para apredeterminando-sentação de defesa preliminar, adotando-se o rito estabelecido nos artigos 513 e seguintes do Código de Processo Penal.

Devidamente notificados nos termos do artigo 514, do CPP, os réus apresentaram defesa preliminar nos movimentos 1.550 (Patrik de Carlo

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Maggi), 1.556 (Antonio de Jesus Moreira), 1.585 (Elemar Birkhan), 1.586 (Magno Ramos), 1.603 e 1.650 (Wilson Carlos de Souza), 1.604 (Marco Aurélio Ribeiro Zandoná), 1.609 (Elton Marcos Farah), 1.624 (Elair José Utzig), 1.627 (Ronaldo Ezequiel Torres), 1.636 (José Matias do Nascimento), 1.651 (Marcos Adelar Sitta).

Preenchidos os requisitos previstos no artigo 41, do CPP, recebeu-se a denúncia em desfavor dos acusados. Na mesma ocasião, considerando a ausência de localização do réu Dhyan Maria Zanini, decretou-se a prisão preventiva, nos termos do artigo 312, do CPP (mov. 1.656).

O acusado Dhyan Maria Zanini compareceu à Secretaria Criminal deste juízo e fora devidamente citado (mov. 1.658, fl. 16). Assim, apresentou resposta à acusação (mov. 1.658).

Ademais, os demais réus apresentaram resposta à acusação nos movimentos 1.604 (Marco Aurélio Ribeiro Zandoná), 1.661 (Wilson Carlos de Souza), 1.667 (Antonio de Jesus Moreira), 1.674 (Elemar Birkhan), 1.681 (Patrik de Carlo Maggi), 1.682 (Magno Ramos), 1.685 (Elton Marcos Farah), 1.691 (Ronaldo Ezequiel Torres), 1.693 (Elair José Utzig), 1.698 (José Matias do Nascimento), 1.703 (Marcos Adelar Sitta).

Não ocorrendo nenhuma das hipóteses de absolvição sumária, foi dado prosseguimento ao feito e designada audiência de instrução (mov. 1.704). Durante a instrução do feito foram tomados os depoimentos das testemunhas arroladas, tendo ocorrido a preclusão ou a desistência na oitiva das testemunhas Landinéia Marques, Oséias Paulo, Renato de Castro, Alexandre

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Rorato Maciel, Otto Friederich Neto, Edgar Bueno, Eugênio Felisberto, Mirtis Maria Valério, Célio, Arlindo Santana e José Célio Castilho.

Os acusados foram devidamente interrogados.

As partes se manifestaram na fase do artigo 402, do CPP.

O Ministério Público apresentou alegações finais por memoriais pugnando pela (mov. 896.1):

a) CONDENAÇÃO de ANTÔNIO JESUS DE MOREIRA, pela prática dos crimes previstos nos artigos 288, § único, do Código Penal (Fato1.1), e pela ABSOLVIÇÃO do crime do artigo 316, caput, do mesmo Códex (Fato 3); b) CONDENAÇÃO de DHYAN MARIA ZANINI, pela prática dos crimes previstos nos artigos 288, § único (Fato 1.2), artigo 316 (Fato 4), 312 (Fato 4.14) e 317 (Fato 4.15), em concurso material (CP, art. 69), todos do Código Penal;

c) CONDENAÇÃO de ELAIR JOSÉ UTZIG, pela prática dos crimes previstos nos artigos 288, § único (Fato 1.1), artigo 316, por duas vezes (Fato 2 e 3), artigo 317, caput (Fato 3.4), em concurso material (CP, art.69), todos do Código Penal, e ABSOLVIÇÃO do crime previsto no artigo 344, por duas vezes (Fato 7.2 e 7.3), do mesmo Códex;

d) CONDENAÇÃO de ELEMAR BIRKHAN, pela prática dos crimes previstos nos artigos 288, § único (Fato 1.2), artigo 316, caput (Fato 4.14), em concurso material (CP, art. 69), todos do Código Penal;

e) CONDENAÇÃO de ELTON MARCOS FARAH, pela prática dos crimes previstos nos artigos 288, § único, artigo 316, por duas vezes (Fato 4 e 5), e

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artigo 312, caput (Fato 4.14), em concurso material (CP,art. 69), todos do Código Penal;

f) ABSOLVIÇÃO de JOSÉ MATIAS DO NASCIMENTO, pela prática do crime previsto no artigo 288, § único, do Código Penal (Fato1.1);

g) CONDENAÇÃO de MARCO AURÉLIO RIBEIRO ZANDONÁ, pela prática dos crimes previstos nos artigos 288, § único (Fato 1.2), artigo 316, caput (Fato 4), artigo 312, caput (Fato 4.14), artigo 344, caput (Fato 8) e artigo 299, § único (Fato 9.2), em concurso material (CP, art. 69), todos do Código Penal, e ABSOLVIÇÃO pelo crime do artigo 146, § 1° (9.1);

h) CONDENAÇÃO de MARCOS ADELAR SITTA, pela prática dos crimes previstos nos artigos 288, § único (Fato 1.1) e artigo 316, caput (Fato 2), em concurso material (CP, art. 69), todos do Código Penal;

i) CONDENAÇÃO de MAGNO RAMOS, pela prática dos crimes previstos nos artigos 288, § único (Fato 1.2), artigo 316, caput (Fato 5), em concurso material (CP, art. 69), todos do Código Penal;

j) CONDENAÇÃO de PATRICK DE CARLO MAGGI, pela prática dos crimes previstos nos artigos 288, § único (Fato 1.2), artigo 316, caput (Fato 5), em concurso material (CP, art. 69), todos do Código Penal;

k) ABSOLVIÇÃO de RONALDO EZEQUIEL TORRES, pela prática dos crimes previstos nos artigos 288, § único (Fato 1.1), do Código Penal;

l) CONDENAÇÃO de WILSON CARLOS DE SOUZA, pela prática do crime previsto no artigo 288, § único, do Código Penal, e ABSOLVIÇÃO pelos crimes tipificados nos artigos 316, caput (Fato 3) e artigo 317, § 1°, do mesmo Códex (Fato 6).

Os acusados apresentaram alegações finais por memoriais:

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a) O acusado WILSON CARLOS DE SOUZA, pugnou pela improcedência da denúncia e sua absolvição com fulcro no art. 386, inciso VII do CPP, com aplicação do in dubio pro reo, sua reintegração junto a Delegacia de Polícia Civil de Medianeira e, subsidiariamente fixação da pena base no mínimo legal, com atenuantes e a permanência no cargo público (mov. 932.1);

b) O acusado ANTONIO DE JESUS MOREIRA, pugnou pela absolvição nos termos do art. 386, incisos I, II, III, V e VII do CPP, julgando improcedente a denúncia, vez que não praticou os delitos que lhes são imputados (mov. 985.1);

c) O acusado PATRICK DE CARLO MAGGI, pugnou pela absolvição com base no art. 386, incisos I, II e VII do CPP, com sua consequente recondução às funções inerentes ao seu cargo público como investigador de polícia junto à Delegacia de Polícia Civil de São Miguel do Iguaçu/PR (movs. 986.1/986.4); d) O acusado MARCO AURÉLIO ZANDONÁ, pugnou pelo reconhecimento da preliminar apontada, para o fim de extinguir os presentes autos pela irrazoabilidade na sua duração e, caso superada, pela sua absolvição com fulcro no art. 386, incisos II, V e VII do CPP (movs. 987.1/987.9);

e) O acusado ELEMAR BIRKHAN, pugnou pela absolvição nos termos do art. 386, incisos IV, V e VII do CPP e posterior revogação da liminar de afastamento das funções públicas, reconduzindo-o as funções inerentes ao cargo de investigador de Polícia (mov. 988.1);

f) O acusado MAGNO RAMOS, pugnou pela absolvição, fundamentada no art. 386, incisos IV, V e VII do CPP e posterior revogação da liminar de afastamento das funções públicas, reconduzindo-o as funções inerentes ao cargo de investigador de Polícia (mov. 989.1);

g) O acusado DHYAN MARIA ZANINI, pugnou pela improcedência da pretensão punitiva, para o fim de absolvê-lo de todos os delitos que lhe foram imputados, nos termos do art. 386, inciso II, V e VII do CPP. Ainda, requereu

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autorização para retornar à sua função de Escrivão de Polícia junto a Polícia Civil do Estado do Paraná, suspendendo a cautelar de afastamento (movs. 996.1/996.6);

h) O acusado ELTON MARCOS FARAH, pugnou pela incompetência do Juízo, nos termos do art. 109, inciso IV da CF e consequente remessa dos autos para o Juízo Federal da Subseção Judiciária de Foz do Iguaçu; pelo reconhecimento da nulidade das interceptações telefônicas e todas as suas provas derivadas; pela declaração de nulidade do processo, vez que teve origem em denúncia anônima, fato que teria contaminado a denúncia e a origem das interceptações, pela declaração de nulidade do processo e determinação de reinterrogatório dos réus, devido a inversão da ordem da instrução processual com prejuízo a defesa; e, pelo julgamento de improcedência da denúncia com a sua absolvição (mov. 998.1);

i) O acusado ELAIR JOSÉ UTZIG, pugnou pelo acolhimento das preliminares arguidas e pela improcedência da pretensão punitiva, culminando na sua absolvição com fulcro no art. 386, incisos I, II e IV do CPP (mov. 1020.1); j) O acusado MARCOS ADELAR SITTA, pugnou pelo acolhimento das preliminares arguidas e pela improcedência da pretensão punitiva, culminando na sua absolvição com fulcro no art. 386, incisos I, II e IV do CPP (mov. 1023.1);

k) Os acusados RONALDO EZEQUIEL TORRES e JOSÉ MATIAS DO NASCIMENTO, pugnaram pelo acolhimento das preliminares arguidas e pela improcedência da pretensão punitiva, culminando na sua absolvição com fulcro no art. 386, incisos I, II e IV do CPP. Por fim, a defesa requereu pelo imediato retorno dos acusados às funções dos seus respectivos cargos públicos, aduzindo que o titular da ação penal reconheceu a improcedência da acusação prefacialmente formalizada (mov. 1024.1).

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJDAB XVKGH 6LPWZ VWJMK

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Vieram os autos conclusos. É o relatório. DECIDO. 2. FUNDAMENTAÇÃO

Considerando que o feito é extenso, complexo, com grande quantidade de prova documental, inúmeros acusados e fatos, para facilitar a compreensão a sentença será dividida em capítulos, assim estruturados:

i) capítulo 01: análise das preliminares;

ii) capítulo 02: DO MÉRITO: autoria, materialidade e repercussão jurídica de cada um dos acusados analisados separadamente; ii.i) Dos Policiais Civis atuantes na Delegacia de Polícia de Medianeira (fatos 1.1, 2, 3, 6 e 7);

ii.ii) Dos Policiais Civis atuantes na Delegacia de Polícia de São Miguel do Iguaçu (fatos 1.2, 4, 5, 8 e 9);

iii) capítulo 03: dispositivo; CAPÍTULO 01: Análise das preliminares

Antes de examinar o mérito da pretensão punitiva, constato que foram arguidas questões preliminares.

Assim, passo à análise.

Da prova ilícita e da denúncia anônima para realização de interceptação telefônica

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As defesas dos acusados Marcos Adelar Sitta, Dhyan Maria Zanini, Marco Aurélio Zandoná, Antonio de Jesus Moreira, Elton Marcos Farah, Ronaldo Ezequiel Torres e José Matias do Nascimento aduziram que a investigação do presente feito foi deflagrada em decorrência de uma denúncia anônima desprovida de quaisquer elementos probatórios, bem como as sucessivas prorrogações das interceptações telefônicas foram autorizadas pela autoridade judiciária sem qualquer fundamentação.

No entanto, esclareço que a denúncia anônima é apta à deflagração de uma investigação, sustentada por diversas diligências efetuadas pela polícia judiciária para averiguar os fatos noticiados previamente a instauração do inquérito policial.

Ademais, não há se falar em vício da prova produzida. No caso dos autos, vislumbra-se que a denúncia anônima foi apenas o “ponto de partida” para o início das investigações. Ainda, realizaram-se as interceptações telefônicas autorizadas judicialmente e uma série de diligências em campo pelos agentes de investigação, conforme se denota dos autos nº 0003285-37.2011.8.16.0117.

Ressalta-se que referente aos pedidos de prorrogações das interceptações telefônicas, documentos acostados aos autos relatam a imprescindibilidade da realização do aludido procedimento, portanto, de modo distinto ao que sustenta as defesas, as quebras de sigilo e suas prorrogações restaram devidamente fundamentadas.

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Nesse sentido, adiro a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, que dispõe sobre a legalidade da denúncia anônima embasar procedimentos investigativos preliminares, os quais, em seguida, tornam legítima a persecução criminal:

RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. TRANCAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL. PROCEDIMENTO SUPOSTAMENTE INSTAURADO COM BASE EM DENÚNCIA ANÔNIMA. DOCUMENTOS QUE NOTICIAM A OCORRÊNCIA, EM TESE, DE INFRAÇÃO PENAL. DESCONSTITUIÇÃO DO ENTENDIMENTO FIRMADO NA ORIGEM. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO FÁTICO-PROBATÓRIO. INVIÁVEL. RECURSO ORDINÁRIO CONHECIDO E DESPROVIDO. I - A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça entende que o trancamento de procedimento de investigação criminal, por meio do habeas corpus ou do recurso ordinário, situa-se no campo da excepcionalidade, devendo adotar-se apenas quando restar demonstrado, de modo inequívoco e sem necessidade de dilação probatória, a atipicidade da conduta, a presença de causa de extinção de punibilidade ou a ausência de indícios mínimos de autoria e/ou de prova da materialidade. [...] IV - A notícia

anônima sobre eventual prática criminosa, por si só, não é idônea para a instauração de inquérito policial ou deflagração da ação penal, devendo ser embasada por procedimentos investigativos preliminares em busca de indícios que corroborem as informações. Precedentes. V - In casu, as instâncias ordinárias referiram expressamente que a requisição de instauração do procedimento investigatório fundou-se em documentos outros que não apenas a denúncia anônima, afastando, pois, o constrangimento ilegal apontado na inicial. Recurso ordinário

conhecido e desprovido. (STJ – RHC: 107194 SP 2019/0001345-2, Relator: Ministro FELIX FISCHER, Data de Julgamento: 12/03/2019, T5 – QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 19/03/2019). Grifos

nossos.

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RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CORRUPÇÃO PASSIVA, FALSIDADE IDEOLÓGICA, QUADRILHA, VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL E PREVARICAÇÃO. DENÚNCIA ANÔNIMA IMPUTANDO A PRÁTICA DE ILÍCITO. REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIAS PRELIMINARES PARA A APURAÇÃO DA VERACIDADE DAS INFORMAÇÕES. CONSTRANGIMENTO INEXISTENTE. 1. Esta Corte Superior de Justiça

e o Supremo Tribunal Federal firmaram o entendimento de que a notícia anônima sobre eventual prática criminosa, por si só, não é idônea para a instauração de inquérito policial ou deflagração da ação penal, prestando-se, contudo, a embasar procedimentos investigativos preliminares em busca de indícios que corroborem as informações, os quais tornam legítima a persecução criminal estatal. Precedentes. 2. Na hipótese em apreço, após receber e-mail

anônimo dando conta da suposta prática de crimes pelo recorrente na qualidade de Delegado de Polícia, o Ministério Público teve a necessária cautela de efetuar diligências preliminares, consistentes na averiguação da veracidade das informações por meio da requisição do processo mencionado na delação, da expedição de ofício e de pesquisas de campo para confirmar a idoneidade da notícia da transferência e liberação supostamente irregular de um veículo, e se o indivíduo delatado estaria envolvido nos fatos, o que afasta a eiva articulada na irresignação. INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO CRIMINAL. ELEMENTOS DE CONVICÇÃO COLHIDOS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO. POSSIBILIDADE. ILICITUDE NÃO CARACTERIZADA. [...] 2. Recurso julgado parcialmente prejudicado e, na parte remanescente, desprovido. (STJ – RHC: 62067 SP 2015/0178127-4, Relator: Ministro JORGE MUSSI, Data de Julgamento: 06/03/2018, T5 – QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 14/03/2018). Grifos nossos.

Desse modo, não vislumbro a nulidade apontada pelas defesas e rejeito a preliminar pleiteada.

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJDAB XVKGH 6LPWZ VWJMK

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Inépcia denúncia e Ausência de Justa Causa para o exercício da ação penal

A defesa dos acusados Patrick de Carlo Maggi, Marcos Adelar Sitta e Elair José Utzig asseverou que durante a instrução do feito sobressaltaram elementos mais contundentes em relação ao que preconiza o artigo 41 do Código de Processo Penal para o recebimento da denúncia.

Aduziu a defesa que a exordial acusatória é inepta e ausente de justa causa, tendo em vista a insuficiência de elementos materiais e razoáveis indícios de autoria para o seu recebimento.

Contudo, não se constataram irregularidades que acarretassem a rejeição da peça acusatória, posto que em conformidade com a regra processual, sem quaisquer vícios e adequada aos ditames legais, conforme já fundamentado na decisão que a recebeu.

Desse modo, afasto a preliminar de inépcia da denúncia, uma vez que esta preenche os requisitos do art. 41 do CPP e ausentes quaisquer das hipóteses previstas no art. 395 do mesmo diploma legal, contrariamente ao alegado pela defesa, a denúncia descreve com suficiência todos os fatos e especifica a conduta de cada acusado.

Outrossim, não assiste razão a tese de ausência de justa causa para exercício da ação penal, posto que a exordial acusatória apresentada pelo Ministério Público veio acompanhada dos elementos de informação colhidos na fase inquisitorial, possibilitando ao acusado o exercício de seus direitos de defesa de forma plena, sem obstruções ou prejuízos.

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Verifica-se que a exordial acusatória possui lastro probatório mínimo, demonstrando a materialidade do fato e indícios de autoria, os quais não foram desconstituídos pelos réus. Sobre o assunto:

PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EM HABEAS CORPUS. 1. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. AUSÊNCIA DE EXCEPCIONALIDADE. 2. INÉPCIA DA DENÚNCIA. NÃO VERIFICAÇÃO. OBEDIÊNCIA AO ART. 41 DO CPP. AMPLA DEFESA ASSEGURADA. 3. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA. MATERIALIDADE DELITIVA DEMONSTRADA. INDÍCIOS DE AUTORIA DELINEADOS. 4. COMPROVAÇÃO DOS FATOS. NECESSIDADE DE INSTRUÇÃO PROCESSUAL. 5. EXCESSO DE PRAZO PARA FORMAÇÃO DA CULPA. TEMA ANALISADO NO RHC 97.009/RN. 6. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O trancamento da ação penal comente é possível, na via estreita do habeas corpus, em caráter excepcional, quando se comprovar, de plano, a inépcia da denúncia, a atipicidade da conduta, a incidência de causa de extinção de punibilidade ou ausência de indícios de autoria ou de prova da materialidade do delito. 2. Pela leitura da inicial acusatória, bem como do acórdão recorrido, a denúncia é suficientemente clara e concatenada, e atende aos requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal, não revelando quais vícios formais. De fato, encontra-se descrito o fato criminoso, com todas as circunstâncias necessárias a delimitar a imputação, encontrando-se devidamente assegurado o exercício da ampla defesa. [...] (STJ – AgRg no RHC 106052 RN 2018/0319886-6, órgão

julgador: T5 – QUINTA TURMA, publicação: DJe 06/05/2019, julgamento: 09 de abril de 2019, relator: Ministro Reynaldo Soares da Fonseca). Grifos nossos.

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PROJUDI - Processo: 0003016-61.2012.8.16.0117 - Ref. mov. 1088.1 - Assinado digitalmente por Hugo Michelini Junior:17565 14/06/2020: PROFERIDA SENTENÇA ABSOLUTÓRIA. Arq: Sentença Absolutória

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Logo, afasto preliminar de inépcia da denúncia e ausência de justa causa arguidas.

Princípio constitucional da razoável duração do processo (art. 5º, inciso LXXVIII, CF)

Alega a Defesa do acusado Marcos Aurélio Zandoná a irrazoável duração do processo, uma vez que os presentes autos se encontram em tramitação por tempo superior a 07 (sete) anos.

Invocou a defesa o art. 5º, inciso LXXVIII da Constituição Federal, no qual são “assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam

a celeridade de sua tramitação”, requerendo pela extinção do feito, com fulcro

no art. 395, inciso II do Código de Processo Penal.

Pois bem. Cumpre esclarecer que os procedimentos estabelecidos no processo penal são utilizados para a apuração de uma série de fatos delituosos, com natureza e peculiaridades distintas. Desse modo, os prazos previstos na legislação para o cumprimento de cada etapa desse processo não podem ser vistos de forma limitada. Vale dizer, não se pode impor absoluta e estrita observância ao prazo fixado. Admitir o contrário implicaria a violação – a depender do caso concreto – de garantia basilar do devido processo legal: a ampla defesa – que, aliás, deve ser entendida como ampla defesa de teses, ressalvando assim os interesses da defesa (em sentido estrito), mas também da acusação.

Nesse prisma, a jurisprudência entende que as peculiaridades do caso concreto podem justificar eventual dilação nos prazos processuais, desde que

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