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Rua da Ajuda 35, 15º andar Centro RJ

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Academic year: 2021

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Rua da Ajuda 35 , 15º andar – Centro – RJ

E-mail: stjd@cbf.com.br | www.stjd.org.br | + 55 21 2532.8709 Processo - 244/2020

Auditor Relator: Dr. Ramon Rocha Santos Partida: CRB (AL) X Cruzeiro (MG) Data: 26.08.2020

Categoria: Profissional – Copa do Brasil

Denunciante: Procuradoria de Justiça Desportiva

Denunciados: Clube de Regatas Brasil, incurso no art. 191, II e III e art. 211, todos do CBJD; Sr. Vinicius Gonçalves Dias Araújo, árbitro da partida, incurso no art. 266 do CBJD; e Sr. Gaspar Lins Feijó, delegado da partida, incurso no art. 191, III do CBJD

EMENTA

DESCUMPRIMENTO DE DIRETRIZ TÉCNICA

OPERACIONAL PARA RETORNO DAS

COMPETIÇÕES (COVID-19). NÚMERO SUPERIOR AO PERMITIDO. AUSÊNCIA DE

COMPROVOÇÃO. ABSOLVIÇÃO.

DESCUMPRIMENTO DO ART. 7º, INCISO XVII

DO REGULAMENTO GERAL DAS

COMPETIÇÕES. IRRIGAÇÃO DE APENAS UM LADO DO CAMPO. ABSORÇÃO PELA INFRAÇÃO TIPIFICADA NO ART. 211 DO CBJD. APLICAÇÃO DO ART. 183 DO CBJD. QUEDA DE ENERGIA. AUSÊNCIA DE GERADOR EM QUANTIDADE SUFICIENTE PARA SUPRIR TODAS AS DEPENDÊNCIAS DO ESTÁDIO. ART. 211 DO CBJD. PROCEDÊNCIA DA DENÚNCIA. PENA FIXADA EM R$ 5.000,00. OMISSÃO DO ÁRBITRO DA PARTIDA. ART. 266 DO CBJD. ABSOLVIÇÃO. OMISSÃO DO DELEGADO DA PARTIDA. ART. 191, III DO CBJD. ABSOLVIÇÃO. DECISÃO POR MAIORIA.

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E-mail: stjd@cbf.com.br | www.stjd.org.br | + 55 21 2532.8709 ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos do processo supra epigrafado, em que constam como partes as acima indicadas, acordam, os Auditores que integram a Primeira Comissão Disciplinar desse E. STJD, por unanimidade de votos, absolver o Clube de Regatas Brasil, quanto a imputação ao art. 191, incisos II e III do CBJD, e por maioria de votos, multá-lo em R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por infração ao art. 211 do CBJD, contra o voto do Dr. Sérgio Henrique Furtado Coelho, que o multava em R$ 2.000,00 (dois mil reais); por unanimidade de votos, absolver Vinicius Gonçalves Dias Araújo, árbitro de futebol, quanto a imputação ao art. 266 do CBJD; por maioria de votos, absolver Gaspar Lins Feijó, delegado da partida, quanto a imputação ao art. 191, inciso III do CBJD, contra o voto do Dr. João Rafael de Souza Caetano Soares, que o advertia. O pagamento da multa aplicada deve ser comprovada nos autos, no prazo de 07 (sete) dias, sob pena da imputação contida no art. 223 do CBJD. Funcionou na defesa do Clube de Regatas Brasil a Dra. Barbara Petrucci, que juntou prova documental e requereu a lavratura de acordão. Funcionou na defesa do árbitro a Dra. Ester Freitas, que juntou prova documental.

RELATÓRIO

Trata-se de Denúncia ofertada pela D. Procuradoria de Justiça Desportiva do STJD, por fatos ocasionados na partida entre as equipes do Clube de Regatas Brasil/AL e Cruzeiro Esporte Clube/MG, realizada no dia 26 de agosto de 2020 pela Copa do Brasil.

Na peça subscrita pelo eminente Subprocurador, Dr. João Guilherme Guimarães Gonçalves, foram denunciados: (i) o Clube de Regatas Brasil, por infrações ao art. 191, incisos II e III e ao art. 211, todos do CBJD; (ii) o Sr. Vinicius Gonçalves Dias Araújo, árbitro da partida, por infração ao art. 266 do CBJD; e (iii) o Sr. Gaspar Lins Feijó, delegado da partida, por infração ao art. 191, inciso III do CBJD.

Em relação ao 1º denunciado, Clube de Regatas Brasil, consta da notícia de infração apresentada pelo Cruzeiro Esporte Clube a existência de diversos fatos supostamente irregulares que teriam contrariado o Regulamento Geral de Competições da CBF e o Código Brasileiro de Justiça Desportiva, a saber:

O primeiro fato diz respeito a um suposto descumprimento da Diretriz Técnica Operacional para Retorno das Competições pelo Clube de Regatas Brasil, ao permitir um “número excessivo e muito superior ao estabelecido como de segurança em razão da pandemia do Covid-19”, tendo sido apresentado prova documental fotográfica.

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O segundo fato diz respeito a um suposto descumprimento do art. 7º, inciso XVII do Regulamento Geral das Competições ao alegar que no intervalo da partida “somente o campo de defesa do Cruzeiro Esporte Clube foi irrigado”, tendo sido apresentada prova de vídeo.

O terceiro e último fato diz respeito a uma suposta violação ao art. 211 do CBJD ao alegar que a equipe mandante (CRB) “deixou a equipe visitante sem luz no vestiário, impossibilitando a realização de trabalhos durante o intervalo de jogo”

Os referidos fatos descritos na notícia de infração motivaram a elaboração da denúncia, em face do 1º denunciado, fazendo-o incurso nas infrações tipificadas no art. 191, incisos II e III e art. 211, todos do CBJD.

Conforme se infere da certidão de antecedentes (folha 11), o clube é reincidente.

Em relação ao 2º denunciado, Sr. Vinicius Gonçalves Dias Araújo, consta da notícia de infração apresentada pelo Cruzeiro Esporte Clube que o referido árbitro da partida teria deixado de relatar as ocorrências disciplinares da partida ao não fazer constar da súmula da partida: (i) “o incidente elétrico e a falta de condição de normalidade do vestiário; e (ii) “a quantidade excessiva de pessoas presentes nas arquibancadas do estádio, em total desacordo com as Diretrizes Técnicas oferecidas pela CBF para a retomada dos jogos e prevenção ao COVID-19”.

O referido fato descrito na notícia de infração motivou a elaboração da denúncia, em face do 2º denunciado, fazendo-o incurso na infração tipificada no art. 266 do CBJD.

Conforme se infere da certidão de antecedentes (folha 13), o denunciado é tecnicamente primário, tendo a última punição ocorrido em 14/05/2018.

Em relação ao 3º denunciado, Sr. Gaspar Lins Feijó, consta da notícia de infração apresentada pelo Cruzeiro Esporte Clube que o referido delegado da partida teria descumprido o Regulamento Geral das Competições ao deixar de se posicionar “sobre o fato de apenas um lado do campo ter sido irrigado no intervalo”, além de ter deixado de relatar “a quantidade excessiva de membros ligados ao CRB nas arquibancadas do estádio”.

O referido fato descrito na notícia de infração motivou a elaboração da denúncia, em face do 3º denunciado, fazendo-o incurso na infração tipificada no art. 191, inciso III do CBJD.

Conforme se infere da certidão de antecedentes (folha 15), o denunciado é primário, sendo que nunca foi punido por qualquer das Comissões Disciplinares deste STJD.

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É o Relatório, no que há de essencial.

VOTO

O processo foi devidamente e detidamente analisado, pelo qual passo a proferir o voto.

Em relação à primeira infração imputada ao 1º denunciado, Clube de Regatas Brasil - descumprimento da Diretriz Técnica Operacional para Retorno das Competições ao permitir um “número excessivo e muito superior ao estabelecido como de segurança em razão da pandemia do Covid-19” - apesar se serem fortes os indícios no sentido de que o quantitativo máximo de pessoas foi extrapolado, não se pode inferir precisamente do acervo probatório constante dos autos (fotografia e depoimentos pessoais) uma transgressão objetiva à referida diretriz operacional.

Por esta razão, voto pela absolvição do primeiro denunciado em relação a esta primeira infração imputada.

Em relação à segunda infração imputada ao 1º denunciado, Clube de Regatas Brasil - descumprimento do art. 7º, inciso XVII do Regulamento Geral das Competições ao alegar que no intervalo da partida “somente o campo de defesa do Cruzeiro Esporte Clube foi irrigado” – o próprio clube denunciado confessa que, de fato, somente houve a irrigação de um dos lados do campo.

Todavia, diferentemente do que faz supor a notícia de infração e a denúncia, restou esclarecido que a referida ausência de irrigação total do campo foi motivada pela queda de energia ocorrida no intervalo da partida e não de um ato doloso e deliberado do clube mandante com o intuito de obter vantagem técnica.

Por esta razão, por entender que a referida infração configura-se como uma decorrência lógica da queda de energia, reputa-se absorvida pela infração tipificada no art. 211 do CBJD, na forma que preceitua o art. 183 do mesmo CBJD.

Em relação à terceira infração imputada ao 1º denunciado, Clube de Regatas Brasil - violação ao art. 211 do CBJD sob a alegação de que a equipe mandante (CRB) “deixou a equipe visitante sem luz no vestiário, impossibilitando a realização de trabalhos durante o intervalo de jogo” – também há uma confissão por parte do denunciado no sentido de que houve uma queda de energia no intervalo da partida.

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Reconhece o 1º denunciado que houve a queda de energia e que os geradores somente suportavam a iluminação dos refletores do estádio e da arquibancada, motivo pelo qual não supriu a ausência de energia nos vestiários dos clubes e do árbitro, tampouco no sistema de irrigação do estádio.

Em relação a esta terceira infração, apesar do esforço argumentativo da defesa e da brilhante sustentação oral agasalhada na tese defensiva de que não deu causa ao ato infracional, entendo que o tipo previsto no art. 211 do CBJD não exige o elemento subjetivo (dolo ou culpa) e, ainda que exigisse, o referido denunciado teria incorrido na modalidade culposa do tipo por negligenciar a contratação de geradores de energia em quantidade suficiente para suprir todas as dependências do estádio.

Por esta razão, acolho os termos da denúncia em relação à terceira infração imputada ao 1º denunciado, nos termos do art. 211 do CBJD. No que tange à dosimetria, mesmo diante da reincidência do clube, voto pela aplicação da pena de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), considerando a ausência de gravidade da infração, os antecedentes desportivos do infrator e as circunstâncias atenuantes, na forma que preceitua o art. 178 do CBJD.

Em relação ao 2º denunciado, Sr. Vinicius Gonçalves Dias Araújo, árbitro da partida, o depoimento pessoal foi claro no sentido de que: (i) a omissão do registro na súmula da queda de energia ocorrida no intervalo da partida foi motivada pelo fato de que o jogo foi realizado durante o dia e, em sua análise, não houve qualquer prejuízo ao regular seguimento da disputa; (ii) apesar de reconhecer um número excessivo de pessoas na arquibancada, não era possível precisar o número exato de representantes de cada equipe.

Por conta disso, apesar de entender que todas as irregularidades devem ser relatadas na súmula da partida, no caso vertente não vislumbro qualquer infração cometida pelo árbitro, razão pela qual voto pela absolvição do 2º denunciado.

Em relação ao 3º denunciado, Sr. Gaspar Lins Feijó, delegado da partida, as provas adunadas aos autos demonstram que todas as irregularidades foram devidamente relatadas, sendo que a ausência de irrigação de um dos lados do campo foi uma decorrência lógica da queda de energia da partida (devidamente relatada pelo delegado da partida) e o número excessivo não restou comprovado do acervo probatório.

Por esta razão, voto pela absolvição do 3º denunciado. É como voto.

Rio de Janeiro/RJ, em sessão virtual realizada em 26.10.2020.

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RAMON ROCHA SANTOS Auditor Relator

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