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SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL PROF. MS. CARLOS WILLIAM DE CARVALHO. Redução dos acidentes. Organização Internacional do Trabalho (OIT)

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Academic year: 2021

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SAÚDE E SEGURANÇA

OCUPACIONAL

PROF. MS. CARLOS WILLIAM DE CARVALHO

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Redução dos acidentes

A redução dos acidentes é um dos mais fortes desafios à inteligência do homem.

Muito trabalho físico e mental, e grandes somas de recursos têm sido aplicados em prevenção, mas os a c i d e n t e s c o n t i n u a m o c o r r e n d o , d e s a fi a n d o permanentemente esses esforços.

Os acidentes não fazem distinção entre o mais anônimo trabalhador da construção civil e nomes como Ulisses Guimarães, Ayrton Senna, Mamonas Assassinas e o próprio Super-Homem (Christopher Reeve-1995).

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Organização Internacional do

Trabalho (OIT)

Segundo a OIT, cerca de 2,3 milhões de pessoas morrem anualmente no mundo em decorrência de acidentes e doenças de origem profissional, os quais geralmente são causados por:

não uso dos equipamentos de proteção individual (EPI); desobediência a normas e procedimentos;

negligência pessoal; imprudência pessoal; terceirização de serviços.

A cada 15 segundos um trabalhador morre de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho, e a cada 15 segundos 115 trabalhadores sofrem um acidente laboral.

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Negligência, Imprudência e

Imperícia

Negligência:


Na negligência, alguém deixa de tomar uma atitude ou deixar de apresentar conduta que era esperada para a situação. Age com descuido, indiferença ou desatenção, não tomando as devidas precauções.

Imprudência: 


A imprudência, por sua vez, pressupõe uma ação precipitada e sem cautela. A pessoa não deixa de fazer algo, não é uma conduta omissiva como a negligência. Na imprudência, ela age, mas toma uma atitude diversa da esperada.

Imperícia: 


Para que seja configurada a imperícia é necessário constatar a inaptidão, ignorância, falta de qualificação técnica, teórica ou prática, ou ausência de conhecimentos elementares e básicos da profissão. Um médico sem habilitação em cirurgia plástica que realize uma operação e cause deformidade em alguém pode ser acusado de imperícia.

Resumindo:

1. negligência: desleixo, descuido, desatenção, menosprezo, indolência, omissão ou inobservância do dever, em realizar determinado procedimento, com as precauções necessárias;

2. imprudência: falta de cautela, de cuidado, é mais que falta de atenção, é a imprevidência a cerca do mal, que se deveria prever, porém, não previu.

3. imperícia: falta de técnica necessária para realização de certa atividade.

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Caso do Dentista

Em 2007, um senhorzinho de 90 anos foi fazer implantes em um cirurgião-dentista na Flórida (EUA).  Durante o procedimento, o dentista, acidentalmente, deixou cair uma chave digital de implante odontológico, na garganta do paciente. Na ocasião, a minichave entrou pelo esôfago e o tal senhorzinho precisou de uma colonoscopia para retirá-lo de seu intestino grosso.


Apesar do ocorrido, o obstinado vovozinho continuou o tratamento com o mesmo dentista. Surpreendentemente, o cirurgião-dentista voltou a derrubar a chave digital pela garganta do idoso. Desta vez, o objeto foi para a traquéia, seguindo para o pulmão. O azarado paciente ficou internado por 50 dias e morreu devido às complicações causadas pela cirurgia de retirada do objeto.


Abalado, o dentista não praticou Odontologia desde o ocorrido e acabou por vender seu consultório em 2009. O profissional foi multado em US$ 17 mil pelo Board of Dentistry. O Florida Department of Health ainda iniciou uma investigação por negligência e o cirurgião-dentista teve de pagar US$ 10 mil pelos custos do inquérito. Esse ano, espontaneamente, o dentista trapalhão cancelou a sua licença e deixou de ser dentista.


O dentista da história foi investigado por negligência. Mas, será que o tal profissional foi somente negligente? Talvez, ele não soubesse utilizar o instrumento com destreza ou utilizava a chave digital de maneira intempestiva e sem os devidos cuidados…

Então, qual será que foi a ação desse dentista norte-americano?

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Caso do Dentista

Ele foi negligente, imprudente e imperito.


1°NEGLIGÊNCIA- Durante o procedimento, o dentista, acidentalmente, deixou cair uma chave digital de implante odontológico, na garganta do paciente.
 2°IMPRUDÊNCIA-Surpreendentemente, o cirurgião-dentista voltou a derrubar a chave digital pela garganta do idoso.


3°IMPERÍCIA- A FALTA DE TÉCNICA DO CIRURGIÃO DEIXA NITIDAMENTE QUE O "PROFISSIONAL" NÃO TEM COMPETÊNCIA NENHUMA PARA EXERCER A FUNÇÃO.

A imperícia é a junção de atos de negligencia juntamente com imprudência em uma profissão.

Segundo termos técnicos-jurídicos, que é o que esses 3 institutos são, a IMPERÍCIA é caracterizada quando alguém que exerce arte, ofício ou profissão, sabendo dos procedimentos (ou devendo saber) não segue as técnicas necessárias/esperadas, seja por uma conduta ativa, que é o caso da IMPRUDÊNCIA (agir com falta de cautela, p. ex.: tentar furar sinal de madrugada e causar acidente), ou por uma conduta passiva, que é o caso da NEGLIGÊNCIA (deixar de tomar precauções necessárias, ex. mãe que não cuida de seus filhos e estes se machucam gravemente).

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Acidentes de trabalho no

Brasil

2003: cerca de 389.437 ocorrências, gerando 2.674 óbitos;

2004: cerca de 458.950 ocorrências, gerando 2.801 óbitos;

2005: 491.711 ocorrências, ocasionando o afastamento temporário ou permanente do trabalhador e gerando 2.708 óbitos.

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Acidentes de trabalho no

Brasil

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Acidentes de trabalho no

Brasil

As empresas têm procurado dar mais atenção à prevenção de acidentes de trabalho, visando diminuir as estatísticas.

Segundo a OIT, calcula-se que cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é perdido por conta dos acidentes de trabalho.

Sempre que ocorre algum acidente, o trabalhador sofre algum tipo de lesão, devendo, em determinados casos, ser afastado de suas atividades. Isso faz com que a empresa perca tempo, mão-de-obra, produção e qualidade de vida no trabalho, além de, em certas ocasiões, ter de reparar financeiramente a vítima, e também o meio ambiente, com elevadas indenizações.

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Acidentes de trabalho no

Brasil

O Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) têm um gasto anual de R$ 32 bilhões com aposentadorias, indenizações e auxílios previdenciários com acidentes e doenças do trabalho.

É necessário um esforço conjunto para prevenir a ocorrência de acidentes e doenças do trabalho, como forma de manter a vida do trabalhador e o seu ambiente de trabalho. Vale enfatizar ainda que o grande gerador das ocorrências d e a c i d e n t e s d e t r a b a l h o n a a t u a l c o n j u n t u r a socioeconômica é o aspecto comportamental do indivíduo.

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Fator Humano

A batalha do Homem contra os acidentes apresenta um aspecto notável.

Embora disponha de recursos mais do que suficientes para evitá-los, pois o progresso científico e tecnológico criou métodos e dispositivos altamente sofisticados em vários campos da atuação humana, inclusive na prevenção de acidentes, a quase totalidade das causas dos acidentes tem sido atribuídas a fatores humanos, ou seja, ao próprio homem.

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Fator Humano e

Comportamento

O fator humano que podemos observar, registrar e em m u i t o s c a s o s a t é fi l m a r e q u a n t i fi c a r é o comportamento, ou seja, o conjunto de ações que o homem desempenha na interação com o mundo. É no âmbito dessa interação que ocorrem os acidentes e são geradas as condições para a ocorrência. O comportamento é o fator humano mais visível, imediato e superficial. É orientado por diversos fatores, entre eles a própria visão que o homem tem do mundo.

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Fator Humano,

Comportamento e Paradigmas

O homem vê a realidade através de paradigmas. Paradigma é padrão, conjunto de idéias e valores. É modelo para descrição, explicação e compreensão da realidade.

A mesma realidade é percebida de forma diferente quando observada através de paradigmas também diferentes. Máquinas derrubando árvores na construção de Brasília ou da Transamazônica e fumaça das chaminés das fábricas de São Paulo são, hoje, percebidas de forma diferente que décadas atrás.

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Paradigma

cartesiano-newtoniano

O paradigma dominante da atualidade, construído na Idade Moderna e conhecido como cartesiano-newtoniano, é racionalista, mecanicista e reducionista.

Racionalista: privilegia a razão, o objetivo, na crença de que o método científico é a única abordagem válida para o conhecimento.

Mecanicista: vê o universo como sistema mecânico, enfatizando a quantificação, a previsão e o controle.

Reducionista: enfatiza a parte, a fragmentação, a abordagem disciplinar e o especialista que no limite máximo da especialização entenderia “quase tudo de quase nada”.

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Pensamento racional e

Pensamento intuitivo

O pensamento racional é linear, concentrado e analítico. Desenvolve-se de forma fragmentada.

O nosso hemisfério cerebral esquerdo exerce as funções de raciocínio e lógica formal, linear, analítica. No hemisfério direito do cérebro residem as funções de compreensão, intuição, captação de padrões, imagens, melodias, poesia, totalidades.

O pensamento intuitivo é sintetizador, não linear. Para nossa mente, moldada no modelo cartesiano, é fácil aceitar que o paradigma dominante na Idade Média, que mesclava razão e fé e cujo principal objetivo era entender a razão das coisas sem exercer predição e controle, não tenha resolvido o problema dos acidentes. É fácil aceitar a ineficácia da filosofia, da mística, da poesia, do subjetivo, do intuitivo.

Mas como aceitar que o paradigma que nos proporcionou os benefícios do espetacular progresso científico e tecnológico não tenha conseguido controlar satisfatoriamente um dos fatores que mais tem contribuído para a infelicidade humana?

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Referências

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