• Nenhum resultado encontrado

Sobre diferenciais quadráticas e aplicações normais torcidas de superfícies em S2×R e H2×R.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Sobre diferenciais quadráticas e aplicações normais torcidas de superfícies em S2×R e H2×R."

Copied!
62
0
0

Texto

(1)

a CENTRO DE CIˆENCIAS

DEPARTAMENTO DE MATEM ´ATICA

PROGRAMA DE P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO EM MATEM ´ATICA

RAFAEL ALVES DA PONTE

SOBRE DIFERENCIAIS QUADR ´ATICAS E APLICAC¸ ˜OES NORMAIS

TORCIDAS DE SUPERF´ICIES EM S2× R E H2× R

FORTALEZA 2015

(2)

SOBRE DIFERENCIAIS QUADR ´ATICAS E APLICAC¸ ˜OES NORMAIS TORCIDAS DE SUPERF´ICIES EM S2× R E H2× R

Disserta¸c˜ao apresentada ao Programa de P´os-gradua¸c˜ao em Matem´atica do Departa-mento de Matem´atica da Universidade Fede-ral do Cear´a, como parte dos requisitos ne-cess´arios para a obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Matem´atica. ´Area de concentra¸c˜ao: Ge-ometria Diferencial.

Orientador: Prof. Dr. Antonio Caminha Muniz Neto.

FORTALEZA 2015

(3)

Biblioteca Universitária

Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

P857s Ponte, Rafael Alves da.

Sobre diferenciais quadráticas e aplicações normais torcidas de superfícies em S2×R e H2×R / Rafael Alves da Ponte. – 2015.

62 f.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências, Programa de Pós-Graduação em Matemática, Fortaleza, 2015.

Orientação: Prof. Dr. Antonio Caminha Muniz Neto.

1. Diferencial de Abresch-Rosenberg. 2. Aplicação de Gauss. 3. Teorema de Ruh-Vilms. I. Título. CDD 510

(4)

SOBRE DIFERENCIAIS QUADR ´ATICAS E APLICAC¸ ˜OES NORMAIS TORCIDAS DE SUPERF´ICIES EM S2× R E H2× R

Disserta¸c˜ao apresentada ao Programa de P´ os-gradua¸c˜ao em Matem´atica do Departamento de Matem´atica da Universidade Federal do Cear´a, como parte dos requisitos necess´arios para a obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Ma-tem´atica. ´Area de concentra¸c˜ao: Geometria Diferencial.

Aprovada em: 29 / 06 / 2015.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Antonio Caminha Muniz Neto (Orientador) Universidade Federal do Cear´a (UFC)

Prof. Dr. Abdˆenago Alves de Barros Universidade Federal do Cear´a (UFC)

Prof. Dr. Ulisses Lima Parente Universidade Estadual do Cear´a (UECE)

(5)
(6)

Agrade¸co a Deus pela for¸ca e sabedoria para conduzir o mestrado ao longo desses dois anos.

Agrade¸co aos meus pais e `as minhas irm˜as pelo amor e encorajamento em todo esse per´ıodo. Aos meus pais, tamb´em sou grato pela paciˆencia e pelos valores ensinados em minha cria¸c˜ao.

Agrade¸co aos meus professores de olimp´ıada em meu Ensino M´edio, que me fi-zeram ver qu˜ao fascinante a matem´atica poderia ser. Meu muito obrigado a Davi M´aximo, Samuel Feitosa, Antonio Caminha, Bruno Holanda, C´ıcero Thiago e Onofre Campos.

Agrade¸co aos meus professores do Departamento de Matem´atica pela forma¸c˜ao dada a mim, desde a gradua¸c˜ao at´e o mestrado. Dentre todos, cito os professores Abdˆenago Barros, Alexandre Fernandes, Diego Moreira e Luqu´esio Jorge, que foram particularmente mais presentes ao longo dessa trajet´oria. De modo especial, agrade¸co ao professor Daniel Cibotaru pelas discuss˜oes empolgadas, pela imensa solicitude e pelos conselhos, sobretudo no fim do mestrado.

Agrade¸co ao professor Antonio Caminha Muniz Neto pela excelente orienta¸c˜ao. Destaco sua paciˆencia, profissionalismo, vasto conhecimento e experiˆencia de vida. Foi uma grande honra e alegria poder trabalhar com ele desde a inicia¸c˜ao cient´ıfica, na minha gradua¸c˜ao.

Agrade¸co aos bons amigos que fiz nos cinco anos e meio que passei na univer-sidade. Cito aqui Diego Eloi, Francisco Yure, Gilson Granja, Hudson Lima, Jo˜ao Luiz, Luiz Paulo, Marlon Oliveira, N´ıcolas Alcˆantara, Renan Parente, Renan Santos, Roger Oliveira e Walner Santos. Agrade¸co especialmente a Rodrigo Bezerra de Matos, amigo desde os tempos de gradua¸c˜ao, por todas as conversas, piadas e discuss˜oes matem´aticas. Seu entusiasmo e talento diante da matem´atica s˜ao fonte constante de inspira¸c˜ao para mim.

Agrade¸co `a secretaria da PGMAT, especialmente `a Andrea Costa Dantas, pela eficiˆencia e prestatividade ao resolver as burocracias do mestrado.

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordena¸c˜ao de Aperfei¸coamento de Pessoal de N´ıvel Superior - Brasil (CAPES) - C´odigo de Financiamento 001.

(7)

O teorema de Ruh-Vilms afirma que uma hipersuperf´ıcie do espa¸co euclidiano tem curva-tura m´edia constante se, e somente se, sua aplica¸c˜ao de Gauss ´e harmˆonica. Bittencourt e Ripoll, no artigo ”Gauss Map Harmonicity and Mean Curvature of a Hypersurface in a Homogeneous Manifold”, estenderam o resultado para espa¸cos homogˆeneos. Neste traba-lho, considera-se o caso particular do produto cartesiano da esfera bidimensional com a reta real, para o qual prova-se que a aplica¸c˜ao de Gauss definida por Bittencourt e Ripoll no artigo supracitado induz uma diferencial quadr´atica que coincide com a diferencial de Abresch-Rosenberg, e esta ´e holomorfa para superf´ıcies de curvatura m´edia constante. Al´em disso, prova-se que tal aplica¸c˜ao de Gauss ´e a ”aplica¸c˜ao normal torcida”da su-perf´ıcie. Tal conceito pode ser estendido para o produto cartesiano do espa¸co hiperb´olico bidimensional com a reta real, para o qual tamb´em vale a coincidˆencia das formas diferen-ciais. Posteriormente, estende-se o teorema de Ruh-Vilms para os dois espa¸cos ambientes citados.

Palavras-chave: Diferencial de Abresch-Rosenberg. Aplica¸c˜ao de Gauss. Teorema de Ruh-Vilms.

(8)

Ruh-Vilms’ theorem states that a hypersurface of the Euclidean space has constant mean curvature if and only if its Gauss map is harmonic. Bittencourt and Ripoll, in the article ”Gauss Map Harmonicity and Mean Curvature of the Hypersurface in a Homogeneous Manifold”, extended the result for homogeneous spaces. In this work, we consider the par-ticular case of the Cartesian product of the two-dimensional sphere with the real line, for which it’s proved that the Gauss map defined by Bittencourt and Ripoll in the article men-tioned above induces a quadratic differential that coincides with the Abresch-Rosenberg differential, and this differential is holomorphic for surfaces of constant mean curvature. Furthermore, it is proved that such application is the twisted normal map of the surface. This concept can be extended to the Cartesian product of two-dimensional hyperbolic space with the real line, for which the coincidence of both differential forms holds. Later, it extends the Ruh-Vilms theorem for the two ambient spaces mentioned above.

(9)

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 9

2 GEOMETRIA RIEMANNIANA . . . 11

2.1 Fibrados vetoriais . . . 11

2.1.1 Introdu¸c˜ao . . . 11

2.1.2 M´etricas e conex˜oes em fibrados . . . 17

2.1.3 Fibrados induzidos por aplica¸c˜oes . . . 19

2.2 Imers˜oes isom´etricas . . . 21

2.2.1 Introdu¸c˜ao . . . 21

2.2.2 Parˆametros isot´ermicos e Superf´ıcies de Riemann . . . 25

2.3 Submers˜oes Riemannianas . . . 31

2.4 Aplica¸c˜oes Harmˆonicas . . . 33

3 GRUPOS DE LIE E ESPAC¸ OS HOMOGˆENEOS . . . 38

3.1 Introdu¸c˜ao . . . 38

3.1.1 Algebras de Lie´ . . . 40

3.2 A¸c˜oes de grupo . . . 41

3.3 Espa¸cos Homogˆeneos . . . 45

3.3.1 M´etricas em grupos de Lie e em espa¸cos homogˆeneos . . . 46

3.4 Aplica¸c˜ao de Gauss em espa¸cos homogˆeneos e o teorema de Ruh-Vilms . . . 49

4 UMA EXTENS ˜AO DO TEOREMA DE RUH-VILMS . . . 52

4.1 Introdu¸c˜ao . . . 52

4.2 Propriedades da Aplica¸c˜ao Normal Torcida . . . 55

5 CONCLUS ˜AO . . . 60

(10)

1 INTRODUC¸ ˜AO

Seja Σ uma superf´ıcie orient´avel imersa em R3, com aplica¸c˜ao de Gauss N : Σ → (S2, g). Sabe-se que as afirma¸c˜oes a seguir s˜ao equivalentes:

1. Σ tem curvatura m´edia constante (em outras palavras, Σ ´e CMC); 2. A diferencial de Hopf de Σ ´e holomorfa;

3. N ´e harmˆonica.

A equivalˆencia entre os dois primeiros itens ´e um esc´olio do Teorema de Hopf, enquanto a equivalˆencia entre o primeiro e o ´ultimo itens segue do teorema de Ruh-Vilms.

Quando consideramos superf´ıcies em ambientes tridimensionais diferentes de R3, a diferencial de Hopf n˜ao ´e necessariamente holomorfa. A fim de estender o teorema de Hopf para M2(c) × R, com c ∈ {−1, 1}, M2(1) = S2 e M2(−1) = H2, Abresch e Rosenberg definiram, no artigo (ABRESCH and ROSENBERG, 2004) uma diferencial quadr´atica D em uma superf´ıcie Σ ⊂ M2(c) × R dada por

D = 2HQ − cT ,

sendo H a curvatura m´edia de Σ, Q a diferencial de Hopf e T = (dh ⊗ dh)2,0, em que h ´e a fun¸c˜ao altura de Σ. Tal diferencial ´e holomorfa em superf´ıcies CMC, o que permite estender o teorema de Hopf para os espa¸cos-ambiente citados.

Em (BITTENCOURT and RIPOLL, 2006), F. Bittencourt e J. Ripoll conside-raram uma hipersuperf´ıcie Mnorientada por um campo normal unit´ario N em um espa¸co homogˆeneo orient´avel G/K e definiram a aplica¸c˜ao de Gauss N tomando o levantamento horizontal ˜N de N e, ent˜ao, aplicando a diferencial da transla¸c˜ao `a direita para o elemento neutro do grupo:

N (gK) = (Rg−1

∗)gN (g) ∈ T˜ eG, [g] = gK ∈ Mn.

Essa aplica¸c˜ao toma valores na esfera unit´aria da ´algebra de Lie de G e coincide com a aplica¸c˜ao de Gauss usual quando G = Rn e K = {0}. Ent˜ao, no mesmo trabalho, eles provaram o seguinte resultado:

Teorema. Seja G um grupo de Lie munido com uma m´etrica bi-invariante e K um subgrupo de Lie compacto. Dada uma hipersuperf´ıcie orient´avel imersa em G/K, sua aplica¸c˜ao de Gauss

N : Mn→ (Sn+k, g) ⊂ Lie(G), k = dimK, ´e harmˆonica se, e s´o se, Mn tem curvatura m´edia constante.

Esse teorema se aplica diretamente ao caso G/K = S2×R, com G = SO(3)×R e K = SO(2)×{0}. Al´em disso, o Teorema 10.5 de (EELLS and LEMAIRE, 1978) garante que, se Σ ´e uma superf´ıcie CMC em S2× R, ent˜ao a diferencial quadr´atica

DN := (N∗g)(2,0) = 2g(Nz, Nz)dz2, sendo z um parˆametro conforme local, ´e holomorfa.

Neste trabalho, prova-se que, para superf´ıcies em S2× R, vale D

N = D, sendo D a diferencial de Abresch-Rosenberg. Para isso, prova-se que, se N for decomposto na

(11)

forma (V, ν), onde V e ν s˜ao as componentes nas dire¸c˜oes de S2 e R, respectivamente, ent˜ao vale a identidade

N = (JV, ν), (1)

sendo J , a menos de sinal, a estrutura quasi-complexa de S2. Por essa raz˜ao, N ´e chamada de aplica¸c˜ao de Gauss torcida.

A demonstra¸c˜ao do teorema citado anteriormente sugere que resultados seme-lhantes valham para H2× R. Nesse caso, usamos a identidade (1) para definir a aplica¸c˜ao de Gauss torcida de superf´ıcies em H2 × R, considerando como contradom´ınio o espa¸co de-Sitter tridimensional S31. Procedendo de modo semelhante, prova-se o resultado.

Ademais, de modo unificado, calculamos o laplaciano de N para superf´ıcies em ambos os espa¸cos-ambiente e, com isso, estendemos o teorema de Ruh-Vilms para H2× R e o reobtemos para S2× R.

A fim de prover uma exposi¸c˜ao autocontida dos resultados, o trabalho cont´em dois cap´ıtulos de pr´e-requisitos. O primeiro contempla alguns t´opicos de Geometria Rie-manniana, sendo eles fibrados vetoriais, imers˜oes isom´etricas, submers˜oes riemannianas e aplica¸c˜oes harmˆonicas. O segundo cobre assuntos relacionados a grupos de Lie.

(12)

2 GEOMETRIA RIEMANNIANA

Neste cap´ıtulo inicial, apresentamos alguns elementos de Geometria Rieman-niana necess´arios para o entendimento deste trabalho.

2.1 Fibrados vetoriais

Para esta se¸c˜ao, seguiremos majoritariamente a referˆencia (CAMINHA, 2014). 2.1.1 Introdu¸c˜ao

Seja F = R ou C. Consideremos a seguinte defini¸c˜ao:

Defini¸c˜ao 2.1. Seja M uma variedade diferenci´avel. Um F-fibrado vetorial suave sobre M ´e um par (E, π), com E uma variedade diferenci´avel e π uma aplica¸c˜ao dife-renci´avel sobrejetiva π : E → M satisfazendo as seguintes condi¸c˜oes:

(a) Existe k ∈ N tal que, para todo p ∈ M , a fibra Ep := π−1(p) possui uma estrutura de espa¸co vetorial k-dimensional sobre F.

(b) Para cada p ∈ M , existem uma vizinhan¸ca U ⊂ M de p e um difeomorfismo φ : π−1(U ) → U × Fk tais que:

(i) Para cada q ∈ U , a restri¸c˜ao de φ a Eq ´e um isomorfismo de espa¸cos vetoriais com {q} × Fk, considerando nesse ´ultimo espa¸co a estrutura usual de espa¸co vetorial k-dimensional sobre F.

(ii) Sendo πU : U × Fk → U a proje¸c˜ao sobre U , ent˜ao πU◦ φ = π.

No contexto da defini¸c˜ao acima, M ´e a base do fibrado, E ´e o espa¸co total e Ep´e a fibra de p. O natural k ´e o posto do fibrado, e a aplica¸c˜ao φ ´e uma trivializa¸c˜ao local.

Observa¸c˜ao 2.1. Quando n˜ao houver risco de confus˜ao, chamaremos um F-fibrado ape-nas de fibrado.

Al´em disso, dizemos que uma se¸c˜ao local do fibrado (ou de E, ou de π) ´e uma aplica¸c˜ao diferenci´avel η : U → E, com U ⊆ M aberto, que inverte π `a direita, ou seja, satisfaz π ◦ η = IdU; dizemos que η ´e uma se¸c˜ao em U para π. Se U = M , dizemos que η ´e uma se¸c˜ao do fibrado. Trivialmente, todo fibrado admite ao menos uma se¸c˜ao, a saber, a que associa a cada ponto de M o elemento neutro de sua fibra (essa ´e chamada se¸c˜ao nula). Com isso, o espa¸co Γ(E) das se¸c˜oes de E ´e sempre n˜ao vazio. Ademais, dadas duas se¸c˜oes η1 e η2 e um escalar λ ∈ F, podemos definir as se¸c˜oes η1 + η2 e λη1 como

(η1+ η2)(p) = η1(p) + η2(p) e (λη1)(p) = λη1(p),

para todo p ∈ M ; portanto Γ(E) admite uma estrutura de espa¸co vetorial sobre F. Ainda, dada f ∈ C∞(M ; F) (o espa¸co das fun¸c˜oes diferenci´aveis em M com valores em F) e uma se¸c˜ao η, podemos definir a se¸c˜ao f η pondo, para p ∈ M ,

(13)

(f η)(p) = f (p)η(p). Portanto, temos que Γ(E) ´e um C∞(M ; F)-m´odulo.

Se U ⊆ M ´e um aberto, um referencial local em U para π ´e uma k-upla (η1, . . . , ηk) de se¸c˜oes em U para π tais que (η1(p), . . . , ηk(p)) ´e uma base de Ep, para cada p ∈ U ; quando U = M , o referencial ´e dito global.

Lema 2.1. Se π : E → M ´e um fibrado sobre M , ent˜ao U ⊆ M ´e dom´ınio de uma trivializa¸c˜ao local para π se, e s´o se, existe em U um referencial para π.

Demonstra¸c˜ao. Sejam Φ : π−1(U ) → U × Fk trivializa¸c˜ao local para π e (E

1, . . . , Ek) o referencial canˆonico em Fk; ent˜ao, se i

j : U → U × Fk ´e tal que ij(p) = (p, Ej), e ηj : U → E ´e dado por

ηj = Φ−1◦ ij, (2)

temos que (η1, . . . , ηk) ´e um referencial para π.

Reciprocamente, se (η1, . . . , ηk) ´e um referencial em U para π, ent˜ao para cada v ∈ π−1(U ), existem escalares a1(v), . . . , ak(v) tais que

v =Pk

j=1aj(v)ηj(π(v)).

Defina Φ : π−1(U ) → U × Fk por Φ(v) = (π(v), a1(v), . . . , ak(v)). ´E f´acil ver que Φ ´e uma bije¸c˜ao, que ´e linear quando se restringe `as fibras de pontos de U , e que πU◦ Φ = π. Para a diferenciabilidade de Φ, para cada p ∈ U , tome uma trivializa¸c˜ao local Ψ tendo por dom´ınio um aberto V ⊆ U , e seja (γ1, . . . , γk) o referencial associado a Ψ como em (2). Com isso, temos que, se γj =Pkl=1bjlηl, com bjl∈ C∞(V ; F ), j, l = 1, . . . , k, ent˜ao Φ ◦ (Ψ)−1(p, a1, . . . , ak) = (p,

Pk

j=1ajbj1, . . . , Pk

j=1ajbjk), claramente diferenci´avel. Da´ı, Φ ´e diferenci´avel. Analogamente, prova-se que a inversa de Φ ´e diferenci´avel, logo, Φ ´e difeomorfismo, encerrando a demonstra¸c˜ao.

O referencial local definido a partir de uma trivializa¸c˜ao local conforme o lema descreve ´e chamado de referencial associado `a trivializa¸c˜ao considerada.

Corol´ario 2.1. Seja π : E → M um F-fibrado vetorial sobre M. Se p ∈ U e v ∈ Ep, ent˜ao existe η ∈ Γ(E) tal que η(p) = v.

Demonstra¸c˜ao. Tome U ⊆ M dom´ınio de uma trivializa¸c˜ao local contendo p. Se (ηj)kj=1 ´e o referencial associado, sabemos que existem escalares a1, . . . , aktais que v =

Pk

j=1ajηj(p). Tomando φ ∈ C∞(M ; R) tal que supp(φ) ⊂ U e φ(p) = 1 (para a existˆencia de uma fun¸c˜ao desse tipo, consulte (LEE, 2013)), basta definir η ∈ Γ(E) como

η(q) = (

φ(q)Pk

j=1ajηj(q), se q ∈ U ; 0, caso contr´ario.

(14)

´e evidente que η satisfaz o que desejamos.

Defini¸c˜ao 2.2. Dados os F-fibrados vetoriais πE : E → M e πF : F → M , um homo-morfismo de E para F ´e ´e uma aplica¸c˜ao suave Φ : E → F tal que πF ◦ Φ = πE e Φ|E

p : Ep → Fp ´e uma transforma¸c˜ao linear para todo p ∈ M .

Usando a nota¸c˜ao acima, se Φ ´e um homomorfismo de E para F , ent˜ao ˜

Φ : Γ(E) → Γ(F ) η 7→ Φ ◦ η ´e um homomorfismo de C∞(M ; F)-´algebras.

Reciprocamente, se πE : E → M e πF : F → M s˜ao F-fibrados vetoriais suaves dados e ˜Φ : Γ(E) → Γ(F ) ´e uma aplica¸c˜ao C∞(M ; F)-linear, ent˜ao existe um homomorfismo Φ : E → F tal que ˜Φ(η) = Φ ◦ η, para toda η ∈ Γ(E). De fato, note primeiro que, se η1, η2 ∈ Γ(E) coincidem em um aberto U ⊂ M , ent˜ao o mesmo vale para ˜Φ(η1) e ˜Φ(η2). Realmente, se η = η1 − η2, temos que η se anula em U ; se p ∈ U , podemos tomar ψ ∈ C0∞(U ) tal que ψ(p) = 1. Nesse caso, ψη ≡ 0, logo ˜Φ(ψη) ≡ 0, da´ı ψ ˜Φ(η) ≡ 0, e assim ˜Φ(η)(p) = 0, ∀p ∈ U . Consequentemente, ˜Φ pode ser calculada em se¸c˜oes localmente definidas. Mais geralmente, se η1, η2 ∈ Γ(E) coincidem em um ponto p de M , tamb´em coincidir˜ao ˜Φ(η1) e ˜Φ(η2) em p, uma vez que, tomando um referencial local (η1, . . . , ηk) em uma vizinhan¸ca V de p, podemos escrever η := η1− η2 em V como η =

k P

i=1

aiηi, com ai ∈ C∞(V ; F). Tomando ψ ∈ C0∞(V ) com ψ ≡ 1 em uma vizinhan¸ca W de p, repetindo as ideias apresentadas no corol´ario anterior, obteremos que as se¸c˜oes (ψai)(ψηi) podem se estender a M , e ent˜ao teremos que, em W , η =

k P i=1 (ψai)(ψηi), da´ı ˜ Φ(η) = k P i=1

(ψai) ˜Φ(ψηi), e como (ψai)(p) = 0, i = 1, . . . , k, ˜Φ(η)(p) = 0, como quer´ıamos. Com isso, para cada p, a aplica¸c˜ao Φp : Ep → Fp dada por Φp(v) = ˜Φ(η)(p), com η ∈ Γ(E) tal que η(p) = v, est´a bem definida e ´e trivialmente linear. Considerando ent˜ao Φ : E → F de modo que Φ |Ep= Φp, ∀i ∈ M , temos que πF◦ Φ = πE. O fato de que Φ ´e diferenci´avel

´e simples de verificar: basta considerar composi¸c˜oes com trivializa¸c˜oes locais e observar que as se¸c˜oes do referencial local s˜ao levadas por Φ em se¸c˜oes locais suaves.

Exemplo 2.1. (Fibrado trivial) Dada uma variedade diferenci´avel M , o exemplo mais simples de um F-fibrado de posto k sobre M ´e M × Fk. A aplica¸c˜ao IdM ×Fk ´e claramente

uma trivializa¸c˜ao local, que serve a todos os pontos de M . As se¸c˜oes de M × Fk podem ser naturalmente identificadas com C∞(M ; Fk). Merece ser destacado o fato de que M × C ´e um C-fibrado de posto 1, e pela identifica¸c˜ao canˆonica entre C e R2, podemos considerar M × C como um R-fibrado de posto 2. Essa dualidade ser´a ´util futuramente.

Exemplo 2.2. (Fibrado tangente) Se M ´e uma variedade diferenci´avel, temos que T M , o fibrado tangente de M , ´e um R-fibrado vetorial suave sobre M . Para ver isso, notemos que, dado p ∈ M , se (U, φ) ´e uma vizinhan¸ca coordenada de p, com fun¸c˜oes coordenadas

(15)

(x1, . . . , xn) e sendo π : T M → M a proje¸ao canˆonica, temos que Φ : π−1(U ) → φ(U ) × Rn dada por Φ( n P i=1 vi ∂ ∂xi|p) = (φ(p), v1, . . . , vn)

´e uma t´ıpica carta coordenada de T M , e ´e ent˜ao bastante simples verificar que a aplica¸c˜ao (φ−1× IdRn) ◦ Φ ´e uma trivializa¸c˜ao local ao redor de p, logo T M ´e um R-fibrado vetorial.

As se¸c˜oes do fibrado tangente s˜ao os campos vetoriais de M .

O pr´oximo resultado ´e bastante eficiente quando queremos dar estrutura de fibrado a certos tipos de conjuntos obtidos a partir de uma variedade suave M .

Lema 2.2. Sejam M uma variedade diferenci´avel, k ∈ N e, para todo p ∈ M, Ep um espa¸co vetorial k-dimensional sobre F. Considere E =`

p∈MEp e π : E → M a proje¸c˜ao de cada Ep em p. Suponha, ainda, que sejam dados:

• Uma cobertura aberta {Uα}α∈A de M ;

• Para cada α ∈ A, uma bije¸c˜ao Φα : π−1(Uα) → Uα× Fk, cuja restri¸c˜ao a cada Ep ´e um isomorfismo linear entre Ep e {p} × Fk, com o ´ultimo espa¸co tendo a estrutura usual de espa¸co vetorial k-dimensional sobre F;

• Para α, β ∈ A tais que Uα∩ Uβ 6= ∅, uma aplica¸c˜ao suave gαβ : Uα∩ Uβ → GL(k; F) tal que a composi¸c˜ao Φα◦ Φβ−1, de (Uα∩ Uβ) × Fk para si mesmo, tem a forma

Φα◦ Φβ−1(p, v) = (p, ταβ(p)v).

Ent˜ao E tem uma ´unica estrutura de variedade suave tal que π : E → M ´e um F-fibrado vetorial de posto k, com as aplica¸c˜oes Φα sendo trivializa¸c˜oes locais.

Demonstra¸c˜ao. Para cada p ∈ M , tome Uα contendo p; escolha uma carta local (Vp, φp) para M tal que p ∈ Vp ⊆ Uα. Defina uma aplica¸c˜ao ˜φp : π−1(Vp) → φp(Vp) × Fk como

˜

φp = φp × IdFk ◦ Φα. Mostraremos que a fam´ılia de aplica¸c˜oes π −1(V

p), ˜φp satisfaz as condi¸c˜oes do Lema 1.35 de (LEE, 2013), e ent˜ao provaremos que tal cole¸c˜ao define uma estrutura diferenci´avel para E.

Como ´e uma composi¸c˜ao de aplica¸c˜oes bijetivas, ˜φp est´a em bije¸c˜ao com o aberto φp(Vp) × Fk de Rn× Fk. Para cada p, q ∈ M , ´e f´acil ver que

˜

φp(π−1(Vp) ∩ π−1(Vq)) = φp(Vp∩ Vq) × Fk,

que ´e aberto pois φp ´e uma aplica¸c˜ao de coordenadas. Quando duas cartas desse tipo se sobrep˜oem, temos

˜ φp◦ ˜φ−1q = (φp× IdFk) ◦ Φα◦ Φ −1 β ◦ (φq× IdFk) −1. Como φp×IdFk, Φα◦Φ −1

β e φq×IdFk s˜ao difeomorfismos, a composi¸c˜ao ´e um difeomorfismo. Ent˜ao, as condi¸c˜oes (i)-(iii) do Lema 1.35 valem. Como podemos extrair de {Vp : p ∈ M } uma subcobertura enumer´avel, ent˜ao temos que a condi¸c˜ao (iv) tamb´em vale.

Para a condi¸c˜ao (v), perceba que dois pontos do mesmo Ep est˜ao no dom´ınio de ˜φp, e se γ ∈ Ep e η ∈ Eq com p 6= q, podemos escolher Vp e Vq vizinhan¸cas disjuntas

(16)

de p e q, respectivamente, e ent˜ao π−1(Vp) e π−1(Vq) ser˜ao disjuntos e conter˜ao γ e η, respectivamente. Ent˜ao, E assume estrutura de uma variedade diferenci´avel.

Com respeito a essa estrutura, cada um dos Φα ´e um difeomorfismo, pois em termos das cartas coordenadas (π−1(Vp), ˜φp) para E e (Vp × Fk, φp× IdFk) para Vp× F

k, a representa¸c˜ao em coordenadas de Φα ´e a aplica¸c˜ao identidade. A representa¸c˜ao em coordenadas de π, com respeito `a mesma carta para E e a carta (Vp, φp) para M , ´e π(v, x) = x, ent˜ao π ´e diferenci´avel tamb´em. Como φα mapeia Ep em p × Rk, ´e imediato que π1 ◦ Φα = π, e Φα ´e linear nas fibras por hip´otese. Ent˜ao, Φα satisfaz todas as condi¸c˜oes para uma trivializa¸c˜ao local diferenci´avel.

O fato de que a estrutura diferenci´avel ´e ´unica segue do requerimento de que as aplica¸c˜oes Φα sejam difeomorfismos sobre suas imagens. Uma vez que isso valha, qual-quer estrutura diferenci´avel satisfazendo essas condi¸c˜oes deve incluir todas as aplica¸c˜oes

˜

φp, logo, novamente pelo Lema 1.35 de (LEE, 2013), qualquer estrutura diferenci´avel satisfazendo as condi¸c˜oes do enunciado do teorema ´e idˆentica `a que constru´ımos.

Como aplica¸c˜ao da proposi¸c˜ao acima, consideremos a seguinte constru¸c˜ao (usa-remos aqui a no¸c˜ao de produto tensorial de espa¸cos vetoriais. Para uma exposi¸c˜ao do assunto, consulte o apˆendice A.1 de (CAMINHA, 2014):

Exemplo 2.3. Sejam E e F dois R-fibrados sobre a mesma variedade M . Definimos o produto tensorial de E e F como o espa¸co

E ⊗ F = `

p∈M(Ep ⊗ Fp),

com a estrutura de R-fibrado vetorial sobre M induzida pelas aplica¸c˜oes Φα⊗ Ψα: ` p∈Uα(Ep⊗ Fp) → Uα× (R k ⊗ Rl) ηp⊗ γp 7→ (p, (τα(p)ηp) ⊗ (θα(p)γp)), de sorte que Rk ⊗ Rl ´

e tomado como Rkl, via o homomorfismo canˆonico que consta na Proposi¸c˜ao A.4 de (CAMINHA, 2014). Para β 6= α tal que Uα∩ Uβ 6= ∅, conclu´ımos da Proposi¸c˜ao A.6 de (CAMINHA, 2014) que, para v ∈ Rk e w ∈ Rl,

(Φα⊗ Ψα) ◦ (Φβ⊗ Ψβ)−1(p, v ⊗ w) = (p, (gαβv) ⊗ (hαβw))), e por isso (Φα⊗ Ψα) ◦ (Φβ⊗ Ψβ)−1 ´e suave.

Sobre as se¸c˜oes de E ⊗ F , se U ⊆ M ´e um dom´ınio de trivializa¸c˜oes locais Φ de E e Ψ de F cujos referenciais associados s˜ao (γ1, . . . , γk) e (η1, . . . , ηl) para E e F , respectivamente, temos que uma ordena¸c˜ao do conjunto {γm⊗ ηn, m = 1, . . . , k; n = 1, . . . , l} formado pelas aplica¸c˜oes γm⊗ ηn: U → E ⊗ F tais que (γm⊗ ηn)(p) = γm(p) ⊗ ηn(p) ´e um referencial local para E ⊗ F em U . De fato, fixados m e n, temos que (Φ ⊗ Ψ) ◦ (γm⊗ηn)(p) = (p, Em⊗En). Pelo Lema A.2 e a Proposi¸c˜ao A.4 de (CAMINHA, 2014), {Em⊗ En, m = 1, . . . , k; n = 1, . . . , l} ´e uma base de Rk⊗ Rl, logo, como Φ ◦ Ψ ´e uma trivializa¸c˜ao local, segue que {γm⊗ ηn, m = 1, . . . , k; n = 1, . . . , l} ´e um referencial local definido em U .

Exemplo 2.4. Dados F-fibrados vetoriais πE : E → M e πF : F → M , de postos respectivamente k e l, seja

(17)

Hom(E; F ) =`

p∈MHom(Ep; Fp),

onde Hom(Ep; Fp) ´e o conjunto das aplica¸c˜oes lineares de Ep para Fp.

Podemos provar que Hom(E; F ) admite estrutura de fibrado vetorial, em que a fibra de p ∈ M ´e exatamente Hom(Ep; Fp). O procedimento ´e bastante similar ao do exemplo anterior, e para os detalhes, recomendamos (CAMINHA, 2014). Um fato interessante sobre esse fibrado ´e que uma se¸c˜ao dele ´e um homomorfismo entre os fibrados E e F .

Exemplo 2.5. (Complexifica¸c˜ao de fibrados) Dado um R-fibrado E sobre M , considere o produto tensorial E ⊗ (M × C). Dado p ∈ M, a fibra de p relativa ao ´ultimo fibrado ´e Ep ⊗ C. Fixado λ ∈ C, podemos definir a aplica¸c˜ao Pλ : Ep × C → Ep ⊗ C tal que Pλ(v, z) = v ⊗ (λz). Uma vez que ´e bilinear, pela Proposi¸c˜ao A.3 de (CAMINHA, 2014), Pλ induz uma aplica¸c˜ao linear ˜Pλ : Ep⊗C → Ep⊗C tal que ˜Pλ◦π = Pλ, com π : Ep×C → Ep⊗ C satisfazendo π(v, w) = v ⊗ w. Com isso, definindo ˜P : C × Ep⊗ C → Ep ⊗ C como ˜P (λ, w) = ˜Pλ(w), ´e simples verificar que Ep⊗ C admite estrutura de espa¸co vetorial complexo de dimens˜ao complexa igual `a dimens˜ao real de Ep, considerando a opera¸c˜ao de soma usual e ˜P como produto por escalar. Quando quisermos considerar o espa¸co com essa estrutura, denotaremos por EC

p. Em particular, se consideramos Ep como Rk, podemos estabelecer um isomorfismo canˆonico entre Rk⊗C e Ck, considerando a aplica¸ao bilinear F : Rk× C → Ck dada por F (v, λ) = λv e a aplica¸ao linear ˜F : Rk⊗ C → Ck induzida por F . Como os espa¸cos relacionados por ˜F tem a mesma dimens˜ao complexa, ´e suficiente provarmos que ˜F ´e injetiva. Para provar isso, considere w ∈ Rk ⊗ C tal que ˜F (w) = 0. Ent˜ao, pelo Lema A.2 de (CAMINHA, 2014), podemos escrever w como

k P

j=1

zj ⊗ vj, sendo v1, . . . , vk uma base de Rk e zj ∈ C, ∀j = 1, . . . , n. Ent˜ao, segue que k

P

j=1

zjvj = 0, e como v1, . . . , vk ´e tamb´em uma base de Ck, temos que zj = 0, ∀j = 1, . . . , n, logo w = 0. Da´ı, temos um isomorfismo canˆonico entre Rk⊗ C e Ck.

Por fim, se tomamos uma fam´ılia de trivializa¸c˜oes locais {Φα⊗ Ψα}α∈Λ como no exemplo anterior, podemos considerar a fam´ılia

{ ^Φα⊗ Ψα}α∈Λ tal que

^

Φα⊗ Ψα = (IdUα × ˜F ) ◦ (Φα⊗ Ψα)

Como F ´e trivialmente diferenci´avel, temos que Φ^α⊗ Ψα◦ ( ^Φα⊗ Ψα) −1

´

e diferenci´avel, logo E ⊗ (M × C) admite estrutura de C-fibrado, e, nesse caso, denotamo-lo por EC, e chamamo-lo de complexifica¸c˜ao de E. Como consequˆencia do que fizemos nesse exemplo, ´e ´obvio que (M × Rk)C

= M × Ck.

Existem duas se¸c˜oes de M × C que formam um referencial global desse fibrado, a saber, p 7→ 1p e p 7→ ip. Logo, se (η1, . . . , ηk) ´e um referencial local de E (definido em um aberto U ⊆ M ), j´a vimos que {η1 ⊗ 1, . . . , ηk ⊗ 1} ∪ {η1 ⊗ i, . . . , ηk⊗ i} ´e um

(18)

referencial local de EC. Portanto, dada uma se¸ao η de E definida em U , temos que η = Pk

j=1ajηj ⊗ 1 + bjηj ⊗ i, para aj, bj ∈ C∞(M ; R). Com isso, se φ1 = Pk

j=1ajηj e φ2 =

Pk

j=1bjηj, temos que η = φ1 ⊗ 1 + φ2 ⊗ i e, para simplificar a nota¸c˜ao, fazemos φ1⊗ 1 ' φ1, e pela estrutura complexa que definimos em E ⊗ (M × C), segue que φ2⊗ i ' iφ2. Assim, nessa nota¸c˜ao, dada uma se¸c˜ao local η de EC, temos que existem se¸c˜oes φ1 e φ2 definidas no mesmo dom´ınio de η tais que η = φ1 + iφ2. Trivialmente, ambas as se¸c˜oes locais s˜ao ´unicas definidas em U satisfazendo tal propriedade.

2.1.2 M´etricas e conex˜oes em fibrados

Nessa subse¸c˜ao, a menos de men¸c˜ao expl´ıcita do contr´ario, todos os fibrados considerados s˜ao R-fibrados.

Defini¸c˜ao 2.3. Uma m´etrica Riemanniana em um fibrado π : E → M ´e uma aplica¸c˜ao C∞(M )-bilinear, sim´etrica, e positiva definida

g : Γ(E) × Γ(E) → C∞(M ).

Uma conex˜ao (afim) em um fibrado π : E → M ´e uma aplica¸c˜ao R-bilinear ∇ : Γ(T M ) × Γ(E) → Γ(E)

(X, η) 7→ ∇Xη

satisfazendo, para f ∈ C∞(M ), X ∈ Γ(T M ) e η ∈ Γ(E), as condi¸c˜oes: (a) ∇f Xη = f ∇Xη;

(b) ∇Xf η = f ∇Xη + X(f )η.

Por fim, dado um fibrado π : E → M com uma m´etrica g, dizemos que uma conex˜ao ∇ ´e compat´ıvel com a m´etrica se, para todos X ∈ Γ(T M ) e η, γ ∈ Γ(E), tivermos

X(g(η, γ)) = g(∇Xη, γ) + g(η, ∇Xγ).

Chamamos de fibrado vetorial Riemanniano um fibrado munido de uma m´etrica Riemanniana g e uma conex˜ao ∇ compat´ıvel com g. Ao longo de todo o texto, consideraremos apenas conex˜oes compat´ıveis com a m´etrica do fibrado.

Exemplo 2.6. Dada uma variedade Riemanniana M , uma m´etrica (Riemanniana) em M ´e claramente uma m´etrica em T M no sentido que acabamos de apresentar.

Exemplo 2.7. Dada uma variedade Riemanniana M , existe uma ´unica conex˜ao ∇ de T M , compat´ıvel com a m´etrica e tal que [X, Y ] = ∇XY − ∇YX, ∀X, Y ∈ Γ(T M ). Tal conex˜ao ´e chamada a conex˜ao de Levi-Civita de M .

Exemplo 2.8. Considerando o fibrado trivial M × Rn sobre M , temos que as se¸oes η de M × Rn s˜ao dadas por η = (η1, . . . , ηn), sendo as ηi fun¸c˜oes reais em M . Se γ = (γ1, . . . , γn) ´e outra se¸c˜ao, podemos considerar a aplica¸c˜ao

h· , · i : Γ(M × Rn ) × Γ(M × Rn) → Γ(M × Rn) (η, γ) 7→ n P i=1 ηiγi. ´

E simples de verificar que h· , · i ´e uma m´etrica. Ademais, a aplica¸c˜ao ∇ : Γ(T M ) × Γ(M × Rn) → Γ(M × Rn)

(19)

(X, γ) 7→ (Xγ1, . . . , Xγn)

define uma conex˜ao no fibrado trivial que ´e compat´ıvel com a m´etrica definida acima. Sobre esses novos conceitos, temos o seguinte resultado auxiliar.

Lema 2.3. Seja π : E → M um fibrado munido da m´etrica h· , · i e da conex˜ao ∇. Al´em disso, seja U ⊆ M um aberto n˜ao-vazio. Ent˜ao, valem as afirma¸c˜oes:

(a) Se η ∈ Γ(E) se anula em U , ent˜ao a fun¸c˜ao hη, γi se anula em U , ∀γ ∈ Γ(E); (b) Para cada X ∈ Γ(T M ) e η se anulando em U , temos que ∇Xη se anula em U ; (c) Se Y ∈ Γ(T M ) ´e tal que Y se anula em U , ent˜ao ∇Yγ se anula em U , ∀γ ∈ Γ(E). Demonstra¸c˜ao. (a) Seja p ∈ U e φ ∈ C0∞(M ) tal que supp(φ) ⊂ U e φ(p) ≡ 1 em uma vizinhan¸ca de p. Ent˜ao, φη ≡ 0 em M , e assim φhη, γi ≡ 0 em U . Mas, tomando o valor de φhη, γi em p, temos que hη, γi(p) = 0, logo tal fun¸c˜ao se anula em todos os pontos de U .

(b) Tomando φ como em (i), temos que φη ≡ 0, e ent˜ao ∇X(φη) = 0 ⇔ X(φ)η+φ∇Xη = 0, e tomando valor em p, segue que (∇Xη)(p) = 0, logo tal se¸c˜ao se anula em U . (c) Novamente, temos que φY ≡ 0 nesse caso, e ∇φYγ = φ∇Yγ, consequentemente

(∇Yγ)(p) = 0, e ∇Yγ se anula em U .

Uma consequˆencia ´obvia do item (a) do Lema 2.3 ´e que se η1 e η2 coincidem em U , hη1, γi = hη2, γi, ∀γ ∈ Γ(E). Os outros resultados tamb´em admitem consequˆencias an´alogas.

O lema acima ´e bastante importante, pois permite que estendamos a m´etrica e a conex˜ao de um fibrado a se¸c˜oes e campos localmente definidos. Com efeito, se U ⊆ M ´e um aberto n˜ao-vazio e χ, γ s˜ao se¸c˜oes locais definidas em U , fa¸camos hχ, γi : U → R como hχ, γi(p) = hφχ, φγi(p), com φ ∈ C∞(M ) como no lema (as se¸c˜oes φχ e φγ est˜ao bem definidas em U , mas podemos estendˆe-las diferenciavelmente a M definindo-as como zero em M \U ). A fun¸c˜ao hχ, γi n˜ao depende de φ, pois, se ψ ´e outra fun¸c˜ao satisfazendo as mesmas propriedades, ent˜ao hφχ, φγi − hψχ, ψγi = h(φ − ψ)χ, φγi + hψχ, (φ − ψ)γi e, como φ − ψ se anula em um aberto contendo p, essa diferen¸ca se anula em p. Essa mesma ideia mostra que a m´etrica ´e um objeto pontual, ou seja, a fun¸c˜ao h· , · ip : Ep×Ep → R tal que hv, wip = hχ, γi(p), com χ e γ se¸c˜oes globais satisfazendo χ(p) = v e γ(p) = w, est´a bem definida. Analogamente, tamb´em podemos definir uma conex˜ao que atue apenas em se¸c˜oes e campos definidos apenas em um aberto de M .

Dessa extens˜ao de m´etricas e conex˜oes, segue um recurso bastante ´util, que ´e poder utilizar referenciais locais do fibrado e coordenadas locais na variedade para descrever objetos locais que dependem de m´etricas e conex˜oes. De fato, se (η1, . . . , ηk) ´e um referencial local definido em um aberto U ⊆ M , p um ponto de U , φ ∈ C∞(M ) ´e tal que supp(φ) ⊂ U e φ ≡ 1 em uma vizinhan¸ca de p, e χ e γ se¸c˜oes globais de E, ent˜ao existem aj, bj ∈ C∞(U ) tais que χ =

Pk

j=1ajηj e γ = Pk

(20)

hχ, γi = hPk j=1(φaj)(φηj), γi = h Pk j=1(φaj)(φηj), Pk r=1(φbr)(φηr)i = Pk j=1 Pk r=1(φaj)(φbr)hφηj, φηri.

De modo idˆentico ao que fizemos no caso anterior, podemos provar que (φaj)(p) e (φbr)(p) independem de φ, e obtemos

hχ, γi|U = hPkj=1ajηj,Pkr=1brηri em U .

De modo semelhante, podemos repetir o procedimento com conex˜oes, e este ser´a aplicado no pr´oximo lema.

Lema 2.4. Seja E um fibrado vetorial sobre M , munido de uma conex˜ao afim ∇. (a) Fixado η ∈ Γ(E), a aplica¸c˜ao X 7→ ∇Xη ´e C∞(M )-linear e seu valor em p ∈ M

depende apenas de Xp.

(b) Fixado X ∈ Γ(T M ), a aplica¸c˜ao η 7→ ∇Xη ´e R-linear e seu valor em p ∈ M depende apenas dos valores de η ao longo de uma curva tangente a X em p.

Demonstra¸c˜ao. Seja U ⊂ Mn uma vizinhan¸ca coordenada, com campos coordenados ∂i, dom´ınio de uma trivializa¸c˜ao local com referencial associado (η1, . . . , ηk). Se X =

n P i=1 ai∂i e η = n P j=1 ujηj, temos: ∇Xη = ∇X( n P j=1 ujηj) = n P j=1 (X(uj)ηj+ uj∇Xηj),

e o valor da ´ultima express˜ao s´o depende de Xp e do valor de η ao longo de uma curva tangente a X em p.

A natureza local de m´etricas e conex˜oes nos permite estendˆe-las a complexi-fica¸c˜oes de fibrados. De fato, se π : E → M ´e um fibrado Riemanniano de m´etrica h· , · i e conex˜ao ∇, ent˜ao, dados η, γ ∈ Γ(EC), X ∈ Γ(T MC) e p ∈ M , tomando um vizinhan¸ca U de p onde podemos definir um referencial local, temos uma decomposi¸c˜ao local para as se¸c˜oes da forma

η = η1+ iη2; η1, η2 : U → E; γ = γ1+ iγ2; γ1, γ2 : U → E; X = X1+ iX2; X1, X2 : U → T M .

Com isso, definimos h· , · i : Γ(EC)×Γ(EC) → C(M ; C) e ∇ : Γ(T MC)×Γ(EC) → Γ(EC) como

hη, γi(p) = hη1, γ1i − hη2, γ2i + i(hη1, γ2i + hη2, γ1i); ∇Xη = ∇X1η1− ∇X2η2+ i(∇X1η2+ ∇X2η1).

Tais extens˜oes ser˜ao bastantes utilizadas adiante. 2.1.3 Fibrados induzidos por aplica¸c˜oes

Seja f : Mm → Nnuma aplica¸c˜ao suave entre variedades suaves e π

F : F → N um fibrado de posto k. Construiremos um fibrado πE : E → M , chamado induzido por

(21)

f sobre M , da seguinte forma: • Primeiro, consideramos

E =`

p∈MFf (p) e πE(Ff (p)) = p, para cada p ∈ M .

• Em seguida, tomamos uma cobertura aberta {Vα}α∈A de N tal que, para cada α ∈ A, tenhamos uma trivializa¸c˜ao local Ψα : π−1F (Vα) → Vα× Rk para F . Se Uα = f−1(Vα), ent˜ao {Uα}α∈A ´e uma cobertura aberta de M e π−1E (Uα) = `p∈UαFf (p). Denotando por π2 : Vα × Rk → Rk a proje¸c˜ao sobre o segundo fator, definimos Φα : π−1E (Uα) → Uα× Rk por

Φα(vp) = (p, (π2◦ Ψα)(vf (p))),

obtendo uma bije¸c˜ao de πE−1(Uα) em Uα× Rk, que ´e um isomorfismo linear quando restrita a Ep (j´a que Ψα : Ff (p)→ {f (p)} × Rk ´e um isomorfismo linear).

• Para α, β ∈ A tais que Uα∩ Uβ 6= ∅, temos Vα ∩ Vβ 6= ∅. Ademais, se Ψα ◦ Ψ−1β : (Vα∩ Vβ) × Rk→ (Vα∩ Vβ) × Rk for dada por

Ψα◦ Ψ−1β (q, v) = (q, gαβ(q)(v)), ´

e imediato verificar que Φα◦ Φ−1β : (Uα∩ Uβ) × Rk → (Uα∩ Uβ) × Rk ´e dada por Φα◦ Φ−1β (p, v) = (p, gαβ(f (p))(v)),

a qual ´e claramente uma fun¸c˜ao suave.

O Lema 2.2 garante que, sob essas condi¸c˜oes, o conjunto que constru´ımos ´e um fibrado. Denotaremo-lo por f∗F .

Sobre se¸c˜oes locais, temos o seguinte resultado.

Proposi¸c˜ao 2.1. Seja V ⊂ N aberto, dom´ınio de uma se¸c˜ao local η : V → F . Fa¸ca U = f−1(V ) e σ : U → f∗F como σ(p) = (η(f (p)))p (denotaremos as aplica¸c˜oes obtidas por esse procedimento por η ◦ f ). Ent˜ao, σ ´e uma se¸c˜ao local para f∗F . Al´em disso, se (η1, . . . , ηk) ´e um referencial local para F sobre V , ent˜ao (η1◦f, . . . , ηk◦f ) ´e um referencial local para f∗F sobre o subconjunto aberto f−1(V ) de M .

Demonstra¸c˜ao. Para a primeira afirma¸c˜ao, se W ⊂ V ´e um aberto dom´ınio de uma trivializa¸c˜ao local Ψ, ent˜ao a aplica¸c˜ao Ψ ◦ η, definida em W , ´e diferenci´avel, e se Φ ´e a trivializa¸c˜ao de f∗F constru´ıda a partir de Ψ como acima, ent˜ao temos Φ ◦ σ(p) = (p, (π2◦ Ψα)(ηf (p))), trivialmente diferenci´avel. Como Φ ´e difeomorfismo, σ|f−1(W )´e diferenci´avel,

e como os dom´ınios de trivializa¸c˜oes locais de F contidos em V cobrem esse aberto, segue que σ ´e diferenci´avel.

Para a segunda afirma¸c˜ao, cada uma das aplica¸c˜oes ηj◦ f ´e uma se¸c˜ao local, pelo que acabamos de provar; considerando as imagens dessas se¸c˜oes por uma trivializa¸c˜ao local, obtemos que elas formam uma base de Rk em cada ponto; e como uma trivializa¸c˜ao local ´e um isomorfismo linear nas fibras, segue a segunda afirma¸c˜ao.

Se F ´e um fibrado vetorial Riemanniano, podemos fazer de f∗F um fibrado Riemanniano, conforme a proposi¸c˜ao a seguir.

(22)

Proposi¸c˜ao 2.2. Seja F um fibrado Riemanniano com m´etrica h· , · iF e conex˜ao ∇F, (η1, . . . , ηk) um referencial local para F sobre o aberto V de N e U = f−1(V ).

• Se σ1, σ2 ∈ Γ(f∗F ) s˜ao dadas em U por σ1 = Pk i=1ai(ηi◦ f ) e σ2 = Pk j=1bj(ηj◦ f ), ent˜ao hσ1, σ2i := Pki=1Pkj=1aibjhηi, ηjiF ◦ f )

independe do referencial (η1, . . . , ηk) e define uma m´etrica Riemanniana em f∗F . • Se X ∈ Γ(T M ) e σ ∈ Γ(f∗F ) ´e dada em U por σ = Pk

i=1ai(ηi◦ f ), ent˜ao (∇Xσ)(p) := Pki=1X(ai)(p)(ηi◦ f )(p) + ai(p)(∇F(f∗)pXpηi) ◦ f

independe do referencial (η1, . . . , ηk) e define uma conex˜ao em f∗F . Ademais, (f∗F, h· , · i, ∇) ´e um fibrado vetorial Riemanniano.

Demonstra¸c˜ao. Veja a Proposi¸c˜ao 1.39 de (CAMINHA, 2014). 2.2 Imers˜oes isom´etricas

2.2.1 Introdu¸c˜ao

Sejam (Mn, g) uma variedade Riemanniana e Σk uma subvariedade imersa de M (aqui, utilizamos a defini¸c˜ao encontrada em (LEE, 2013)). Nessa situa¸c˜ao, a inclus˜ao F : Σ → M ´e uma imers˜ao injetiva, e podemos identificar F∗(Tp(Σ)) com TpΣ. Ademais, g induz uma m´etrica em Σ via pullback por F , fazendo dessa aplica¸c˜ao uma imers˜ao isom´etrica.

Exemplo 2.9. Considere em Rn+1 a aplica¸ao h· , · i tal que, se u = (u

1, . . . , un+1) e v = (v1, . . . , vn+1), ent˜ao hu, vi = −un+1vn+1+

n P

k=1

ukvk. Denotemos tal espa¸co por Ln+1. Como o fibrado tangente de Rn+1 ´e trivial, podemos estender a aplica¸c˜ao a um tensor covariante de posto 2 em T Rn+1, dado por hvp, wpi = hv, wi.

Agora, considere o conjunto H = {p ∈ Ln+1; hp, pi = −1}. Temos que H ´e uma subvariedade mergulhada de Rn+1, pois ´e valor regular de p 7→ hp, pi. Ademais, se p ∈ H, ent˜ao TpH = {v ∈ TpRn+1; hv, pi = 0}. Sendo i : H → Ln+1 a inclus˜ao, consideremos i∗(h, i). Trivialmente, esse pullback define um tensor covariante em H, de posto 2 e sim´etrico. Para provarmos que tal tensor ´e uma m´etrica, note que, se p ∈ H, v ∈ TpRn+1, v = (v1, . . . , vn+1), temos, pela desigualdade de Cauchy-Schwarz, que

|pn+1vn+1| = | n P

i=1

pkvk| ≤ ||p0||.||v0||,

com p0 = (p1, . . . , pn), v0 = (v1, . . . , vn), e ||.|| a norma euclidiana. Ent˜ao, uma vez que |pn+1vn+1|2 ≤ ||p0||2.||v0||2 = (|pn+1|2− 1)||v0||2 ↔ |pn+1|2hv, vi ≥ ||v0||2,

se pn+1 6= 0, segue que hv, vi > 0 a menos que ||v0|| = 0. No segundo caso, ter´ıamos vn+1= 0, logo v = 0. Se pn+1 = 0, teremos que ||p0||2 = −1, absurdo, logo o pullback do tensor ´e positivo definido e define uma m´etrica Riemanniana em H. Por fim, da identidade 1 + ||p0||2 = p2

n+1, segue que |pn+1| ≥ 1, e consideraremos Hn := {x ∈ H, xn+1 ≥ 1}. Tal espa¸co ´e chamado espa¸co hiperb´olico de dimens˜ao n.

(23)

Podemos utilizar informa¸c˜oes da geometria de M para inferir informa¸c˜oes sobre a geometria de Σ, e vice-versa. Para isso, considere o conceito seguinte:

Defini¸c˜ao 2.4. Seja F : Σ → M uma imers˜ao isom´etrica. A conex˜ao induzida em Σ por F ´e a conex˜ao do fibrado F∗T M , que denotaremos por ∇.

As se¸c˜oes de F∗T M aplicam cada ponto p ∈ Σ em vp ∈ F∗T Mp ∼= TF (p)M (chamaremo-las de M -campos vetoriais em Σ). Em particular, campos vetoriais em Σ s˜ao se¸c˜oes de F∗T M , mediante a identifica¸c˜ao entre espa¸cos tangentes que citamos acima. Dizemos que X ∈ Γ(F∗T M ) ´e um M -campo tangente a Σ se Xp ∈ TpΣ, ∀p ∈ Σ. ´E simples ver que os ´unicos M -campos tangentes a Σ s˜ao precisamente os campos vetoriais em Σ. Al´em disso, dizemos que X ∈ Γ(F∗T M ) ´e um M -campo normal a Σ se Xp ∈ (TpΣ)⊥, ∀p ∈ Σ.

Dada qualquer X ∈ Γ(F∗T M ), existe uma ´unica decomposi¸c˜ao de X da forma X = X>+ X⊥, com X> campo vetorial de Σ e X⊥ M -campo normal. Para a prova da existˆencia, como F ´e imers˜ao, fixado q ∈ Σ, existe uma vizinhan¸ca V de q cuja restri¸c˜ao a ela ´e um mergulho. Tomando um sistema de coordenadas (x1, . . . , xk, xk+1, . . . , xn) adap-tado para V (para a defini¸c˜ao, veja (O’NEILL, 1983)) e, usando o processo de ortogona-liza¸c˜ao de Gram-Schmidt com os campos coordenados, obtemos um referencial ortonormal local (e1, . . . , ek, ek+1, . . . , en) e, nesse caso, e1, . . . , ek s˜ao tangentes a M e ek+1, . . . , ens˜ao normais a M . Assim, basta fazer X> = Pk

i=1hX, eiiei e X⊥ = Pn

j=k+1hX, ejiej. A unicidade ´e trivial. A partir desse resultado, podemos definir, para X ∈ Γ(F∗T M ), a proje¸c˜ao tangente tan(X) e a proje¸c˜ao normal nor(X). Nessa nota¸c˜ao, segue que X = tan(X) + nor(X).

Proposi¸c˜ao 2.3. Se X, Y ∈ Γ(T Σ), ent˜ao tan(∇XY ) = ∇XY .

Demonstra¸c˜ao. Da defini¸c˜ao de conex˜ao induzida, temos que, se p ∈ Σ, ent˜ao (∇XY )(p) :=Pki=1X(ai)(p)(∂x

i)(p) + ai(p)( e∇Xp

∂ ∂xi),

onde, nesse caso, usamos o referencial obtido por uma carta adaptada ao redor de p, identificamos ∂x

i com

∂xi ◦ F e fazemos e∇ como a conex˜ao de Levi-Civita de M . Desse

modo, as parcelas do tipo X(ai)(p)(∂xi)(p) s˜ao tangentes, e nos basta estudar a proje¸c˜ao tangente de e∇Xp

∂xi. Para isso, note que, pela f´ormula de Koszul,

2h e∇ ∂ ∂xj ∂ ∂xi , ∂ ∂xl i = ∂ ∂xj h ∂ ∂xi , ∂ ∂xl i + ∂ ∂xi h ∂ ∂xj , ∂ ∂xl i − ∂ ∂xl h ∂ ∂xi , ∂ ∂xj i, i, j, l = 1, . . . , k. Se aplicarmos a f´ormula de Koszul em Σ para 2h∇ ∂

∂xj

∂ ∂xi,

∂xli, obtemos

o segundo membro da igualdade acima; logo, se p ∈ Σ, ent˜ao, fixados i e j em {1, . . . , k}, temos 2h e∇ ∂ ∂xj ∂ ∂xi − ∇∂xj∂ ∂ ∂xi, ∂

∂xli = 0, l = 1, . . . , k. Portanto, por linearidade, segue que

a proje¸c˜ao tangente de e∇Xp

∂xi ´e ∇Xp

∂xi, e com isso a proje¸c˜ao tangente de (∇XY )(p)

´e Pk

i=1X(ai)(p)( ∂

∂xi)(p) + ai(p)(∇Xp

∂xi), e a ´ultima express˜ao ´e simplesmente ∇XY (p),

(24)

Doravante, consideraremos Σn−1 ⊂ Mn uma hipersuperf´ıcie orient´avel. Nesse caso, fixemos um campo normal unit´ario N . A aplica¸c˜ao II : Γ(T Σ) × Γ(T Σ) → C∞(Σ) tal que II(X, Y ) = h∇XY, N i ´e chamada a segunda forma fundamental de Σ (relativa a N ). Tal aplica¸c˜ao ´e C∞(Σ)-bilinear e sim´etrica. Com efeito, se f ∈ C∞(Σ), temos que

II(X, f Y ) = h∇Xf Y, N i = hf ∇XY + X(f )Y, N i = hf ∇XY, N i = f II(X, Y ). As demais checagens da C∞(Σ)-bilinearidade s˜ao simples. Para a simetria, note que, se p ∈ Σ e (x1, . . . , xn−1, xn) ´e um sistema de coordenadas adaptado em uma vizinhan¸ca de p, temos que II(X, Y )(p) = h n−1 X i=1 ai(p)( e∇Xp ∂ ∂xi ), N i = h n−1 X i,j=1 ai(p)bj(p)( e∇ ∂ ∂xj ∂ ∂xi ), N i, (3) onde X =Pn−1 i=1 ai ∂ ∂xi e Y = Pn−1 j=1 bj ∂ ∂xi. Como e∇∂xj∂ ∂ ∂xi = [ ∂ ∂xi, ∂ ∂xj] + e∇∂xi∂ ∂ ∂xj = e∇∂xi∂ ∂ ∂xj,

segue que II ´e sim´etrica.

Perceba que, dado p ∈ Σ, o valor II(X, Y )(p) depende apenas de Xp e Yp. De fato, isso ´e uma consequˆencia direta da sequˆencia de igualdades (3). Com isso, podemos definir tamb´em a segunda forma fundamental para campos localmente definidos, e esses retornar˜ao fun¸c˜oes suaves localmente definidas, pelo car´ater local das conex˜oes.

Para o que vamos fazer adiante, conv´em descrever alternativamente a conex˜ao induzida. Se p ∈ Σ e (V, φ) ´e um sistema de coordenadas adaptado em uma vizinhan¸ca de p, com coordenadas locais (x1, . . . , xn−1, xn), podemos supor que o contradom´ınio da aplica¸c˜ao de coordenadas ´e U × (−, ), com U ⊂ Rn−1 e  > 0. Com isso, dado X ∈ Γ(F∗T M ), temos que X tem express˜ao em coordenadas da forma Pn−1

i=1 ai∂xi e podemos estender esse campo a V , uma vez que os campos coordenados est˜ao definidos em V e as fun¸c˜oes ai podem ser estendidas fazendo ˜ai(q) := ai(φ−1(π(φ(q)))), com π : U × (−, ) → U a proje¸c˜ao no primeiro fator. Se X ∈ Γ(T M ), Y ∈ Γ(F∗(T M )) e ¯X, ¯Y suas extens˜oes como constru´ıdo acima, temos que

e ∇X¯Y = e¯ ∇X¯Pn−1i=1 ˜bi∂x∂ i = Pn−1 i=1 X(˜¯ bi) ∂ ∂xi + ˜bi∇eX¯( ∂ ∂xi).

Avaliando a ´ultima express˜ao em q ∈ φ−1(U ), obtemos ∇XqY , e isso fornece uma nova

interpreta¸c˜ao para a conex˜ao induzida.

Exemplo 2.10. Consideremos novamente o espa¸co Ln+1. A base canˆonica (e

1, . . . , en+1) satisfaz hei, eji = iδij, com δij sendo o s´ımbolo delta de Kronecker e i = −1 se i = n + 1, ou 1 nos demais casos. Ent˜ao, uma vez que hei, eji ´e constante e [ei, ej] = 0, temos que a conex˜ao de Levi-Civita ∇ de Rn+1 satisfaz a identidade

2h∇eiej, eki = ei(hej, eki)+ej(hek, eii)−ei(hej, eki)−hei, [ej, ek]i+hej, [ek, ei]i+hej, [ek, ei]i.

Uma conta simples estende a identidade acima para campos da forma f ei, f ∈ C∞(Rn+1). Por linearidade, tal identidade vale para todos os campos de Γ(T Ln+1).

Por fim, se X, Y ∈ Γ(T Hn), temos que a aplica¸ao (X, Y ) 7→ tan(∇ XY ),

(25)

com tan sendo a proje¸c˜ao no espa¸co tangente de Hn, ´e uma conex˜ao em Hn, que, pela identidade acima, satisfaz a f´ormula de Koszul. Logo, a proje¸c˜ao da conex˜ao de Levi-Civita em Hn ´e a conex˜ao de Levi-Civita de Hn.

Defini¸c˜ao 2.5. A curvatura m´edia da hipersuperf´ıcie Σ ´e a fun¸c˜ao H : Σ → R tal que

H(p) = 1 2 n−1 X j=1 II(ej, ej)(p), (4)

com (e1, . . . , en−1) um referencial ortonormal definido para uma vizinhan¸ca de p em Σ. Defini¸c˜ao 2.6. O operador induzido de curvatura de Σ ´e o operador R : Γ(T Σ) × Γ(T Σ) × Γ(F∗T M ) → Γ(F∗T M ) tal que

¯

R(X, Y )Z = ∇[X,Y ]Z + ∇Y∇XZ − ∇X∇YZ.

A descri¸c˜ao alternativa que demos da conex˜ao induzida garante que ¯R(X, Y )Z pode ser obtido estendendo localmente X, Y e Z, aplicando o operador de curvatura de M (chamaremo-lo ˜R) e restringindo a Σ.

Finalizamos a subse¸c˜ao com duas equa¸c˜oes, ´uteis para relacionar as geometrias intr´ınseca e extr´ınseca de uma hipersuperf´ıcie imersa.

Teorema 2.1. Seja F : Σ → M uma imers˜ao isom´etrica, com Σ orient´avel. Se X, Y, Z, W ∈ Γ(T Σ), valem:

• (Equa¸c˜ao de Gauss)

h ˜R(X, Y )Z, W i = hR(X, Y )Z, W i + II(X, Z), II(Y, W ) − II(X, W ), II(Y, Z)i; • (Equa¸c˜ao de Codazzi) Se N um campo unit´ario normal em Σ, ent˜ao,

h ˜R(X, Y )Z, N i = (∇YII)(X, Z) − (∇XII)(Y, Z), onde

(∇YII)(X, Z) = Y (II(X, Z)) − II(∇YX, Z) − II(X, ∇YZ). Demonstra¸c˜ao. Note que

∇Y∇XZ = ∇Y(∇XZ + II(X, Z)N )

= ∇Y∇XZ + II(Y, ∇XZ)N + Y (II(X, Z))N + II(X, Z)∇YN. Analogamente,

∇X∇YZ = ∇X(∇YZ + II(Y, Z)N )

= ∇X∇YZ + II(X, ∇YZ)N + X(II(Y, Z))N + II(Y, Z)∇XN .

Ainda, ∇[X,Y ]Z = ∇[X,Y ]Z + II([X, Y ], Z)N . Juntando e rearranjando os termos, temos que

˜

R(X, Y )Z = R(X, Y )Z + (II([X, Y ], Z) + II(Y, ∇XZ) + Y (II(X, Z)) − II(X, ∇YZ) − X(II(Y, Z)))N + II(X, Z)∇YN − II(Y, Z)∇XN .

(26)

h ˜R(X, Y )Z, W i = hR(X, Y )Z + (II([X, Y ], Z) + II(Y, ∇XZ) + Y (II(X, Z)) − II(X, ∇YZ) − X(II(Y, Z)))N + II(X, Z)∇YN − II(Y, Z)∇XN, W i =

hR(X, Y )Z + II(X, Z)∇YN − II(Y, Z)∇XN, W i = hR(X, Y )Z, W i + II(X, Z)h∇YN, W i − II(Y, Z)h∇XN, W i = hR(X, Y )Z, W i + II(X, Z)(Y hN, W i − hN, ∇YW i) − II(Y, Z)(XhN, W i − hN, ∇XW i) =

hR(X, Y )Z, W i + II(Y, Z)II(X, W ) − II(X, Z)II(Y, W ), e obtemos a Equa¸c˜ao de Gauss.

Para a equa¸c˜ao de Codazzi, procedendo de maneira semelhante,

h ˜R(X, Y )Z, N i = hR(X, Y )Z + (II([X, Y ], Z) + II(Y, ∇XZ) + Y (II(X, Z)) − II(X, ∇YZ) − X(II(Y, Z)))N + II(X, Z)∇YN − II(Y, Z)∇XN, N i = II([X, Y ], Z) + II(Y, ∇XZ) + Y (II(X, Z)) − II(X, ∇YZ) − X(II(Y, Z)) +

hII(X, Z)∇YN − II(Y, Z)∇XN, N i = (∇YII)(X, Z) − (∇XII)(Y, Z),

uma vez que 2h∇YN, N i = Y hN, N i = 0 = h∇XN, N i, e est´a deduzida a equa¸c˜ao de Codazzi.

2.2.2 Parˆametros isot´ermicos e Superf´ıcies de Riemann

O conceito de parˆametros isot´ermicos nos permitir´a introduzir uma linguagem bastante conveniente para nossos prop´ositos.

Seja (Σ2, h· , · i) uma superf´ıcie Riemanniana. Para cada p ∈ Σ, temos uma vizinhan¸ca de coordenadas (U, x, y) tais que h∂x∂ ,∂x∂ i = h∂

∂y, ∂

∂yi = E, com E ∈ C ∞(U ), e h∂x∂ ,∂y∂ i = 0 (tais parˆametros s˜ao chamados isot´ermicos). Esse resultado ´e bastante conhecido em Geometria Diferencial e, para uma prova dele, consulte (CHERN, 1955).

Podemos identificar R2 com C pela associa¸c˜ao x + iy ↔ (x, y). Com isso, cartas coordenadas (U, φ) de uma superf´ıcie podem ser interpretadas com contradom´ınio tanto em R2 quanto em C. Agora, considere a defini¸c˜ao a seguir.

Defini¸c˜ao 2.7. Uma superf´ıcie de Riemann ´e um par (Σ, A), sendo Σ uma superf´ıcie conexa e A um atlas {(Ui, φi)}i∈I tal que φi(Ui) ⊂ C e φi◦ φj−1 ´e uma fun¸c˜ao holomorfa em φj(Ui∩ Uj), sempre que Ui∩ Uj 6= ∅.

No contexto de superf´ıcies de Riemann, chamamos as cartas do atlas A de cartas conformes, e as coordenadas relativas `as cartas de parˆametros conformes (locais).

Dados desses conceitos, podemos enunciar o seguinte resultado.

Proposi¸c˜ao 2.4. Seja Σ uma superf´ıcie Riemanniana orientada e A = {(Up, φp)}p∈Σ um atlas positivamente orientado (i.e, tal que todas as cartas s˜ao positivamente orientadas), formado por cartas isot´ermicas. Ent˜ao, as mudan¸cas de coordenadas s˜ao holomorfas, logo, (Σ, A) ´e uma superf´ıcie de Riemann.

Demonstra¸c˜ao. Sejam φp e φq cartas do atlas, tais que Up ∩ Uq 6= ∅. Com isso, sendo (x1, x2) e (y1, y2) as coordenadas de φp e φq, respectivamente, existem E1, E2 ∈ C∞(Up∩

(27)

Uq) tais que h ∂ ∂x1 , ∂ ∂x1 i = h ∂ ∂x2 , ∂ ∂x2 i = E1 e h ∂ ∂y1 , ∂ ∂y1 i = h ∂ ∂y2 , ∂ ∂y2 i = E2.

Ademais, temos que, em Up∩ Uq, ∂ ∂x1 = ∂y1 ∂x1 ∂ ∂y1 + ∂y2 ∂x1 ∂ ∂y2 e ∂ ∂x2 = ∂y1 ∂x2 ∂ ∂y1 + ∂y2 ∂x2 ∂ ∂y2 . Tomando produtos internos, temos:

E1 = h ∂ ∂x1 , ∂ ∂x1 i = (∂y1 ∂x1 )2E2 + ( ∂y2 ∂x1 )2E2; E1 = h ∂ ∂x2 , ∂ ∂x2 i = (∂y1 ∂x2 )2E2 + ( ∂y2 ∂x2 )2E2; 0 = h ∂ ∂x1 , ∂ ∂x2 i = ∂y1 ∂x1 ∂y1 ∂x2 E2 + ∂y2 ∂x1 ∂y1 ∂x2 E2.

Portanto, diminuindo Up∩ Uq, se necess´ario, existem α, β : Up∩ Uq → [0, 2π) tais que ∂y1 ∂x1 = E1 E2 cos(α), ∂y2 ∂x1 = E1 E2 sen(α), ∂y1 ∂x2 = E1 E2 cos(β), ∂y2 ∂x2 = E1 E2 sen(β).

Ainda, nessa nota¸c˜ao, temos que cos(α − β) = 0. Ademais, como as cartas s˜ao positiva-mente orientadas, temos queE1

E2

2

sen(β)cos(α)−E1

E2

2

sen(α)cos(β) > 0, logo sen(β −α) > 0. Assim, β − α ∈ (0, π), e como cos(α − β) = 0, temos que α = β + π2. Portanto, cos(α) = −sen(β) e sen(α) = cos(β) e, com isso, as componentes reais da fun¸c˜ao x1 + ix2 7→ y1 + iy2 satisfazem as equa¸c˜oes de Cauchy-Riemann. Logo, a mudan¸ca de coordenadas (x1, x2) 7→ (y1, y2) ´e holomorfa, como quer´ıamos, e claramente (Σ, A) ´e uma superf´ıcie de Riemann.

Uma vez que temos esse recurso `a disposi¸c˜ao, ao tratarmos uma variedade Riemanniana bidimensional orientada Σ como superf´ıcie de Riemann, ´e conveniente usar m´etodos e objetos complexos, e entre eles, o fibrado complexificado T ΣC, munido das extens˜oes da m´etrica induzida por M e da conex˜ao de Levi-Civita ∇. Ademais, se consi-derarmos uma imers˜ao isom´etrica F : Σ → (M, h, i), teremos tamb´em o fibrado F∗(T M )C, com a m´etrica h, i e a conex˜ao∇ constru´ıdas como descrevemos anteriormente.

Explorando mais profundamente as superf´ıcies de Riemann, podemos conside-rar a defini¸c˜ao a seguir.

Defini¸c˜ao 2.8. Uma estrutura quasi-complexa J em uma superf´ıcie Σ ´e um homo-morfismo de fibrados J : T Σ → T Σ tal que J ◦ J = −IdT Σ.

(28)

Proposi¸c˜ao 2.5. Se Σ ´e uma superf´ıcie de Riemann e z ´e um sistema de coordenadas conformes para Σ, definido em um aberto U ⊂ Σ, ent˜ao, para p ∈ U , o operador linear Jp : TpΣ → TpΣ tal que Jp(∂x∂ |p) = ∂ ∂y|p e Jp(∂y∂|p) = − ∂ ∂x|p

independe do parˆametro conforme z e define uma estrutura quasi-complexa em Σ. Demonstra¸c˜ao. Veja a Proposi¸c˜ao 5.12 de (CAMINHA, 2014).

Agora, tomemos uma superf´ıcie Riemanniana orientada com sua estrutura canˆonica de superf´ıcie de Riemann. E simples verificar que vale hJ X, J Y i = hX, Y i´ (basta considerar um parˆametro conforme e verificar os casos X, Y ∈ {∂x∂ ,∂y∂ }). Ademais, se Z ∈ Γ(T Σ),

Z(hJ X, J Y i) = Z(hX, Y i) ⇔ h∇ZJ X, J Y i+ hJ X, ∇ZJ Y i = h∇ZX, Y i + hX, ∇ZY i ⇔ = h(∇ZJ )X, J Y i + hJ X, (∇ZJ )Y i = 0.

A partir do c´alculo acima, obtemos que, para cada campo vetorial Z em Σ fixado, o operador J ◦ (∇ZJ ) ´e antissim´etrico e, em particular, J ((∇ZJ )(Y )) ´e ortogonal a Y , para todo Y ∈ Γ(Σ). Com isso, fixando parˆametros isot´ermicos (U, x, y), com U ⊂ Σ aberto, temos que J ((∇ZJ )(∂x∂ )) = fZ∂y∂, com fZ ∈ C∞(U ), ou, equivalentemente, (∇ZJ )(∂x∂ ) = fZ∂x∂ . Analogamente, (∇ZJ )(∂y∂) = gZ∂y∂ e, fazendo X = ∂x∂ e Y = ∂y∂ nas contas acima, segue que fZ+ gZ = 0. Agora, note que

Ef∂ ∂x = h(∇ ∂ ∂xJ ) ∂ ∂x, ∂ ∂xi = h∇∂x∂ (J ∂ ∂x) − J (∇∂x∂ ∂ ∂x), ∂ ∂xi = h∇∂x∂ ∂ ∂y, ∂ ∂xi + h∇∂x∂ ∂ ∂x, J ( ∂ ∂x)i = h∇∂ ∂x ∂ ∂y, ∂ ∂xi + h∇∂x∂ ∂ ∂x, ∂ ∂yi = 0, logo f∂ ∂x = 0. Analogamente, Ef∂ ∂y = h(∇ ∂ ∂yJ ) ∂ ∂x, ∂ ∂xi = h∇∂y∂ (J ∂ ∂x) − J (∇∂y∂ ∂ ∂x), ∂ ∂xi = h∇∂y∂ ∂ ∂y, ∂ ∂xi + h∇∂y∂ ∂ ∂x, J ( ∂ ∂x)i = h∇ ∂ ∂y ∂ ∂y, ∂ ∂xi + h∇∂y∂ ∂ ∂x, ∂ ∂yi = h∇∂y∂ ∂ ∂y, ∂ ∂xi + h∇∂y∂ ∂ ∂x, ∂ ∂yi = 0, logo f∂ ∂y = 0 e (∇ZJ ) ∂ ∂x = 0, ∀Z ∈ Γ(T Σ). Analogamente, (∇ZJ ) ∂ ∂y = 0, ∀Z ∈ Γ(T Σ), e com isso conclu´ımos que ∇J = 0.

Al´em disso, ´e trivial ver que hX, J Xi = 0, ∀X ∈ Γ(Σ). Reciprocamente, temos a seguinte proposi¸c˜ao.

Proposi¸c˜ao 2.6. Se J ´e uma estrutura quasi-complexa de uma superf´ıcie Riemanniana conexa e orientada Σ, que ´e uma isometria e satisfaz hX, J Xi = 0 para todo X em Γ(Σ), ent˜ao tal estrutura ´e, a menos de sinal, a estrutura quasi-complexa canˆonica.

Demonstra¸c˜ao. Tome um parˆametro conforme local (U, z), com z = x + iy, de sorte que (U, x, y) s˜ao parˆametros isot´ermicos. Temos que h∂x∂,∂x∂i = h ∂

∂y, ∂ ∂yi = E, com E ∈ C ∞(U ), e h∂ ∂x, ∂ ∂yi = 0. Ademais, se X = ∂ ∂x e Y = ∂

∂y, temos que hX, J Xi = hX, Y i = 0 e hJ X, J Xi = hX, Xi = hY, Y i = E. Portanto, J X = ±Y e, aplicando J `a ´ultima igualdade, segue que J Y = ∓X, e a proposi¸c˜ao segue da Proposi¸c˜ao 2.5.

Doravante, se (U, x, y) ´e um sistema de coordenadas em Σ, de modo que F : Σ → M ´e uma imers˜ao isom´etrica, denotaremos por Fx e Fy as se¸c˜oes locais F∗(∂x∂ ) e

(29)

F∗(∂y∂ ) de F∗(T M ), respectivamente. Definimos tamb´em Fz e Fz¯ em Γ(F∗(T M )C) por 2Fz = Fx− iFy e 2Fz¯= Fx+ iFy. Com isso, temos que

hFx, Fxi = hFy, Fyi = E ∈ C∞(U ), E > 0; (5) hFx, Fyi = 0; hFz, Fzi = hFz¯, F¯zi = 0; (6)

hFz, Fz¯i = E

2. (7)

Uma consequˆencia evidente dos c´alculos executados acima ´e que, se (U, z) e (V, w) s˜ao cartas conformes tais que U ∩ V 6= ∅ e a correspondˆencia z 7→ w ´e dada por f , temos que f ´e holomorfa, Fz = f0(z)Fw e dw = f0(z)dz. De fato, se z = x1+ ix2 e w = y1+ iy2, a proposi¸c˜ao anterior garante que f ´e holomorfa, e pela regra da cadeia,

2Fz = Fx1 − iFx2 = ∂y1 ∂x1 Fy1 + ∂y2 ∂x1 Fy2 − i ∂y1 ∂x2 Fy1 − i ∂y2 ∂x2 Fy2 = 2f 0 (z)Fw,

e a ´ultima igualdade vale pelas equa¸c˜oes de Cauchy-Riemann. A igualdade entre 1-formas ´e provada de maneira semelhante, usando as f´ormulas de mudan¸ca de coordenadas que se encontram no cap´ıtulo X de (LEE, 2013).

Temos, agora, as seguintes defini¸c˜oes.

Defini¸c˜ao 2.9. Seja Σ uma superf´ıcie de Riemann e f : Σ → C uma fun¸c˜ao. Dizemos que f ´e holomorfa se f ◦ φ−1 ´e holomorfa, para toda carta conforme φ.

Defini¸c˜ao 2.10. Seja Σ uma superf´ıcie de Riemann. Uma diferencial quadr´atica Q ´e uma se¸c˜ao sim´etrica de T ΣC⊗ T ΣC tal que, para todo parˆametro conforme z, definido em um aberto U ⊂ Σ, temos que Q|U = f dz2, com f ∈ C

(Σ; C). Dizemos que Q ´e holomorfa se f o for.

Assim como no caso complexo, temos uma classifica¸c˜ao para fun¸c˜oes holomor-fas:

Proposi¸c˜ao 2.7. Seja f : Σ → C uma fun¸c˜ao diferenci´avel. Ent˜ao, f ´e holomorfa se, e s´o se, ∂f∂ ¯z = 0, sendo z um parˆametro conforme local e ∂f∂ ¯z := ∂(f ◦φ∂ ¯z−1).

Demonstra¸c˜ao. ´E suficiente perceber que ∂f∂ ¯z = 0 se, e s´o se, as equa¸c˜oes de Cauchy-Riemann valem no dom´ınio de defini¸c˜ao da fun¸c˜ao f ◦ φ−1, ou seja, se, e s´o se, essa ´ultima fun¸c˜ao ´e holomorfa, donde segue a proposi¸c˜ao.

Se II ´e a segunda forma fundamental de Σ, podemos estendˆe-la a se¸c˜oes lo-calmente definidas de F∗(T M )C de modo que esta extens˜

ao seja C-bilinear (da mesma maneira que fizemos com m´etricas em fibrados). Usando um procedimento similar, pode-mos estender o operador induzido de curvatura de uma superf´ıcie Σ para T ΣC× T ΣC× (F∗T M )C

, de modo C-multilinear.

Lema 2.5. Sejam N um campo normal unit´ario orientando Σ, (U, z) um parˆametro conforme local para Σ e α = II(Fz, Fz). Ent˜ao, valem as igualdades:

(a) ∇FzFz¯= EH 2 N ; (b) ∇FzN = −HFz − ( 2α E)F¯z;

(30)

(c) ∇FzFz = (

Ez

E )Fz+ αN .

Demonstra¸c˜ao. (a) Notando que Fz, Fz¯, N ´e um referencial para F∗(T M )Cem U , temos que existem fun¸c˜oes a, b, c ∈ C∞(U ; C) tais que ∇FzFz¯ = aFz + bFz¯+ cN . Ent˜ao,

segue de (5) que aE = h∇FzFz¯, 2Fz¯i = Fz(hFz¯, Fz¯i) = 0, logo a = 0. Analogamente,

b = 0. Logo, por (4), c = h∇FzFz¯, N i = II(Fz, Fz¯) =

II(Fx,Fx)+II(Fy,Fy)

4 =

EH

2 , e isso prova o primeiro item.

(b) Como no caso anterior, podemos escrever ∇FzN = aFz + bFz¯+ cN . Mas, c =

h∇FzN, N i =

Fz(hN,N i)

2 = 0. Al´em disso, aE = h∇FzN, 2Fz¯i = Fz(hN, 2Fz¯i) −

hN, 2∇FzF¯zi = −EH, logo a = −H. Por fim, bE = h∇FzN, 2Fzi = Fz(hN, 2Fzi) −

hN, 2∇FzFzi = −2II(Fz, Fz) = −2α, encerrando o segundo item.

(c) Novamente, seja ∇FzFz = aFz+ bFz¯+ cN . Ent˜ao, segue que aE = 2h∇FzFz, Fz¯i =

2Fz(hFz, Fz¯i) − 2hFz, ∇FzFz¯i = Ez, pelo item (i), logo a =

Ez

E . Ainda, bE = 2h∇FzFz, Fzi = Fz(hFz, Fzi) = 0, logo b = 0. Agora, temos que c = h∇FzFz, N i =

II(Fz, Fz) = α, finalizando o item e o lema.

Como consequˆencia imediata do lema acima, conclu´ımos que vale a igualdade II(Fz, Fz¯) = h∇FzF¯z, N i =

EH 2 .

Tomando um sistema de coordenadas isot´ermico (U, x, y) para Σ, podemos escrever II localmente como

II |U= edx2+ 2f dxdy + gdy2.

Para esse sistema, podemos considerar a carta conforme (U, z) com z = x + iy. Nesse caso, sendo dz = dx + idy e d¯z = dx − idy, temos 2dx = dz + d¯z, 2idy = dz − d¯z e, ent˜ao,

II = e dz + d¯z 2 2 + 2f dz + d¯z 2   dz − d¯z 2i  + g dz − d¯z 2i 2 = αdz2+ 2λH | dz |2 + ¯αd¯z2, (8)

com α = e−g−2if4 , λ = E2 e H = e+g2E.

Uma vez feitas essas considera¸c˜oes, podemos estender a equa¸c˜ao de Codazzi para campos no fibrado complexo. No caso real, as ´unicas escolhas que resultam em identidades n˜ao triviais na equa¸c˜ao de Codazzi s˜ao (X, Y, Z) = (Fx, Fy, Fx) e (X, Y, Z) = (Fx, Fy, Fy). Usando C-multilinearidade, vemos que vale a equa¸c˜ao de Codazzi para cam-pos complexos, ou seja, que h ˜R(Fz, F¯z)Fz, N i = (∇Fz¯II)(Fz, Fz)−(∇FzII)(Fz¯, Fz). Agora,

(31)

(∇FzII)(Fz¯, Fz) = Fz(II(Fz¯, Fz)) − II(∇FzFz¯, Fz) − II(Fz¯, ∇FzFz) = (EH)z 2 − II(Fz¯, Ez E Fz) = (EH)z 2 − Ez E EH 2 = EHz 2 .

Da´ı, h ˜R(Fz, Fz¯)Fz, N i = α¯z − EH2z. Perceba que, se separarmos a igualdade em partes real e imagin´aria, obtemos as duas vers˜oes reais da equa¸c˜ao de Codazzi que citamos anteriormente.

Note, ainda, que α = II(Fz, Fz). Ent˜ao, se (U, z) e (V, w) s˜ao cartas conformes tais que U ∩ V 6= ∅, temos

II(Fz, Fz)dz2 = II(f0(z)Fw, f0(z)Fw)dw2(f0(z)) −2

= II(Fw, Fw)dw2. Essa invariˆancia motiva a defini¸c˜ao a seguir.

Defini¸c˜ao 2.11. Dadas Σ superf´ıcie Riemanniana, F : Σ → M uma imers˜ao isom´etrica e II a segunda forma fundamental associada a F , a diferencial de Hopf Q de Σ ´e a parte (2,0) de II; em outras palavras, se (U, z) ´e uma carta conforme, ent˜ao Q = II(Fz, Fz)dz2. Para o que segue, utilizaremos o fato de que o espa¸co vetorial das diferenciais holomorfas de uma superf´ıcie de Riemann compacta de gˆenero g tem dimens˜ao g. Para a prova, veja o Teorema III.2.7 de (FARKAS and KRA, 1980).

A fim de ilustrar a relevˆancia da diferencial de Hopf, consideremos o seguinte resultado:

Teorema 2.2. (Hopf ) Seja F : Σ → R3 uma imers˜ao isom´etrica de curvatura m´edia constante, com Σ homeomorfa `a esfera bidimensional. Ent˜ao Σ ´e isom´etrica `a esfera canˆonica.

Demonstra¸c˜ao. Usando a vers˜ao complexa da equa¸c˜ao de Codazzi e o fato de que o tensor de curvatura de R3 ´e nulo, podemos concluir que, como H ´e constante, α

¯

z = 0. Logo α ´e holomorfa, bem como a diferencial de Hopf. Nesse caso, como Σ ´e uma esfera topol´ogica, pelo Teorema III.2.7 de (FARKAS and KRA, 1980), temos que a diferencial de Hopf encontra-se em um espa¸co vetorial de dimens˜ao 0, logo ela ´e nula. Portanto, considerando uma express˜ao local de II em parˆametros isot´ermicos como II = edx2+ 2f dxdy + gdy2, segue que e = g e f = 0, pela descri¸c˜ao de α como em (8). Com isso, ´e simples verificar que as curvaturas principais ser˜ao iguais na vizinhan¸ca onde vale essa representa¸c˜ao de II. Logo os pontos dessa vizinhan¸ca s˜ao umb´ılicos, da´ı Σ ´e totalmente umb´ılica. Pelo Corol´ario 3.31 de (MONTIEL and ROS, 2009), como Σ ´e compacta, Σ ´e isom´etrica `a esfera, como quer´ıamos.

Na prova acima, ´e crucial que a diferencial de Hopf seja holomorfa em su-perf´ıcies CMC. Em ambientes diferentes de R3, essa condi¸c˜ao pode falhar; por exemplo, para os casos de Σ CMC imersa em M2(c) × R, com c ∈ {−1, 1}, M2(1) = S2 e M2(−1)= H2. Para essas situa¸c˜oes, U. Abresch e H. Rosenberg definiram uma diferencial quadr´atica dada por

(32)

D = 2HQ − c(hz)2dz2, (9)

sendo Q a diferencial de Hopf de Σ, h : M2(c) × R → R a proje¸c˜ao no segundo fator e z um parˆametro conforme.

Essa diferencial pode ser utilizada para estender o teorema de Hopf para os ambientes citados; para mais detalhes, consulte (ABRESCH and ROSENBERG, 2004). 2.3 Submers˜oes Riemannianas

Sejam Mn+k e Bn variedades Riemannianas, e π : M → B uma submers˜ao sobrejetiva. Se p ∈ M , temos que F := π−1(π(p)) ´e uma subvariedade mergulhada de M , na qual podemos induzir uma m´etrica pelo pullback da imers˜ao de F em M . Nessa situa¸c˜ao, dizemos que M ´e o espa¸co total, B ´e a base e F ´e uma fibra da submers˜ao π. Uma constata¸c˜ao simples ´e a de que ker(π∗p) = TpF , e pelo teorema do n´ucleo e da imagem, lq := (π∗)q|TqF⊥ : TqF⊥→ Tπ(q)B ´e um isomorfismo, para todo q ∈ F . Dizemos,

ent˜ao, que um vetor de TqM ´e vertical se ele ´e tangente a uma das fibras. Um campo vetorial de M ´e dito vertical se ´e formado por vetores verticais. Semelhantemente, um vetor de TqM ´e dito horizontal se ´e ortogonal a uma das fibras, e um campo ´e horizontal se ´e formado por vetores horizontais. Desse modo, definimos o espa¸co dos vetores horizontais em TqM , denotado por Hq, como sendo TqF⊥, e o espa¸co Vq dos vetores verticais em TqM como TqF . Obviamente, TqM = Hq⊕ Vq, e podemos decompor todo vetor de TqM em componentes horizontal e vertical, ambas ortogonais entre si.

Lembramos que X ∈ Γ(T M ) ´e π-relacionado a X∗ ∈ Γ(T B) se lq(Xq) = (X∗)π(q), ∀q ∈ M . Vemos, ent˜ao, que X ∈ Γ(T M ) ´e vertical se, e s´o se, ´e π-relacionado a 0 ∈ Γ(T B), o campo nulo em B. Ainda, dizemos que um campo horizontal X de M ´e dito b´asico se ´e π-relacionado a um campo de B.

Lema 2.6. Se V ´e um campo vertical e X ´e um campo em B, ent˜ao: (a) Existe um ´unico campo b´asico ˜X, π-relacionado a X.

(b) O campo [ ˜X, V ] ´e vertical.

Demonstra¸c˜ao. (a) J´a vimos que (π∗)q : TqF⊥ → Tπ(q)B ´e um isomorfismo, para todo q ∈ M . Portanto, podemos considerar a fun¸c˜ao ˜X : M → T M dada por ˜Xp = lp−1(Xπ(p)). Tal fun¸c˜ao trata-se claramente de uma se¸c˜ao da proje¸c˜ao de T M em M , e se for suave, ser´a um campo horizontal, π-relacionado a X. Por outro lado, se Y ´e um campo de M , horizontal e π-relacionado a X, segue que Xp = (π∗)p(Yp); logo Yp = lp−1(Xπ(p)) = ˜Xp, e a unicidade est´a provada.

Para provar a suavidade de ˜X, dado q ∈ M , pelo teorema do posto, existe uma vizinhan¸ca coordenada W de q, com coordenadas (x1, . . . , xn+k), e uma vizinhan¸ca

Referências

Documentos relacionados

Deste ponto se direcionam alguns caminhos seguidos pelo pesquisador, que podem ser concebidos como objetivos específicos geradores das amarras necessárias para a sustentação

Este dado diz respeito ao número total de contentores do sistema de resíduos urbanos indiferenciados, não sendo considerados os contentores de recolha

Pinturas, depilatórios, unguentos mamilares, colorantes para o cabelo e até pomadas à base de vidro em pó (que, aparentemente, permitiam simular a virgindade) (Braunstein, 1990),

no CMEI; outras preparam lembrancinhas para as festas ou dobraduras (ainda que se deva questionar este modelo de Educação Infantil em que os trabalhos são executados

(grifos nossos). b) Em observância ao princípio da impessoalidade, a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, vez que é

Se você vai para o mundo da fantasia e não está consciente de que está lá, você está se alienando da realidade (fugindo da realidade), você não está no aqui e

3259 21 Animação e dinamização de actividades lúdico-expressivas - expressão musical 50 3260 22 Animação e dinamização de actividades lúdico-expressivas -

A taxa de ocorrência de SEE em condições de vôo é obtida pelo simples produto entre a seção de choque média e o fluxo total de nêutrons com energia acima