Pós – Penal
e Processo Penal
LegaleLei 13.285 de 10 de maio de 2016
Art. 1o Esta Lei acrescenta o art. 394-A ao
Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal, a fim de
dispor sobre a preferência de julgamento dos processos concernentes a crimes hediondos.
Lei 13.285 de 10 de maio de 2016
Art. 2º O Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
outubro de 1941 - Código de Processo Penal, passa a vigorar acrescido do seguinte art.
394-A:
“Art. 394-A. Os processos que apurem a
prática de crime hediondo terão prioridade de tramitação em todas as instâncias.”
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação
PROCEDIMENTOS
Judiciais
Os procedimentos judiciais são divididos em duas categorias:
PROCEDIMENTOS
Judiciais
- Comuns: ordinário, sumário e sumaríssimo
- Especiais: Júri, Funcionário Público
Afiançável, Honra, Propriedade Imaterial, Drogas e outros
PROCEDIMENTO
PARA CRIMES DE FUNCIONÁRIO
PÚBLICO
Funcionário público
de especial esse procedimento só tem um único fator:
Funcionário público
- após o oferecimento da denúncia e antes do recebimento da denúncia, o acusado apresentará a defesa preliminar (15 dias), consistente em toda matéria de defesa (art. 514, CPP)
Funcionário público
Com a apresentação da Defesa, o Juiz
decidirá se rejeita a denúncia ou queixa (art. 516, CPP) ou recebe a denúncia ou queixa
(art. 517, CPP)
Se receber, procedimento a ser seguido a partir de então é o procedimento comum ordinário
Funcionário público
ATENÇÃO: a Súmula 330 do STJ prevê que é desnecessária a resposta preliminar na
PROCEDIMENTO
Honra
Poucas diferenças separam o rito dos crimes contra a honra do comum ordinário. Na
Honra
Antes do recebimento da queixa, o Juiz
marcará uma audiência para a tentativa de reconciliação das partes, em que as mesmas comparecerão sem a presença de seus
Honra
Na resposta, pode, em alguns casos, o
querelado oferecer uma defesa chamada exceção da verdade (que pode ser
Honra
Atenção: não cabe exceção da verdade: - Se, constituindo o fato crime de ação
privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
Honra
- Se o fato é imputado ao Presidente da
República ou Chefe de Governo Estrangeiro; (segue)
Honra
- Se do crime imputado, embora de ação pública de ação privada, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível
Honra
OBS: a lei fala em procedimento para Calúnia e Injúria (Art. 519, CPP), mas também se aplica para a Difamação;
PROCEDIMENTO
PARA CRIMES CONTRA A
PROPRIEDADE IMATERIAL
Propriedade imaterial
a diferença desse procedimento e o ordinário reside no fato de que se o crime deixar
vestígios, obrigatoriamente deve ser feita a busca e apreensão do material, bem
como deve ser efetuada perícia.
Sem a prova do direito de ação não será admitida a queixa.
PROCEDIMENTO
DO JÚRI
Júri
O Tribunal do Júri é constitucionalmente competente para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida
Júri
Só não vão a julgamento pelo Júri Popular os crimes eleitorais, os crimes militares
Júri
O procedimento do Júri é chamado de bifásico ou escalonado
Isso porque tem duas fases distintas:
- a primeira é o juízo de acusação (iuditio acusationis)
- a segunda é o juízo da causa (iuditio causae)
Júri (sequência)
(1ª fase)
- oferecimento da denúncia ou queixa > - recebimento da denúncia ou queixa > - citação >
- resposta >
- manifestação do Ministério Público > - audiência de instrução, debates e
julgamento (decisão encerrando a primeira fase)
Júri (sequência)
(2ª fase)
manifestação da acusação arrolando testemunhas >
manifestação da defesa arrolando testemunhas >
Despacho resolvendo questões pendentes e marcando a data do julgamento >
Júri (características)
(1ª fase)
- Principais características - Prazo para encerramento
Júri
São decisões que encerram a primeira fase do Júri:
Júri
Pronúncia
é a decisão que encerra a primeira fase do
júri e que faz com que o acusado seja levado a julgamento pelo Plenário do Júri, faz ter a segunda fase (art. 413 do CPP)
Júri
O juiz pronunciará quando houve
materialidade e indícios suficientes de autoria
Júri
OBSERVAÇÕES
Se o réu está revel ele poderá ser intimado da pronúncia por edital (antigamente o
processo ficaria parado)
Júri
Na dúvida entre pronunciar ou não, deverá o Juiz pronunciar o réu (in dubio pro societate)
Júri
O Juiz não poderá exagerar na fundamentação da pronúncia
Júri
O Juiz não poderá aplicar na pronúncia causa especial de diminuição de pena (ressalvada a tentativa)
Júri
Impronúncia
se dará quando o magistrado não se
convencer da materialidade ou os autos não tiverem indícios suficientes de autoria ou ainda quando faltarem materialidade e indícios de autoria (art. 414 do CPP)
Júri
A Impronúncia arquiva o processo que poderá ser reaberto (antes da prescrição) com novas provas
Júri
Desclassificação
Operar-se-á a desclassificação do delito,
sempre que o Juiz se convencer que o crime em testilha não é doloso contra a vida e nem guarda conexão ou continência a um (art.
Júri
Na desclassificação o Juiz encaminha os
autos ao Juízo singular, onde o réu terá nova oportunidade de defesa
Júri
Absolvição sumária
Por expressa disposição constitucional,
quem condena ou absolve os crimes dolosos contra a vida, conexos ou continentes a esses é o Tribunal do Júri. O juiz, em regra, não
Júri
Mas a lei, entendendo que o réu não pode ser punido injustamente por esse
dispositivo, conferiu ao magistrado a
possibilidade de absolvê-lo antes da sessão plenária.
É uma absolvição antecipada que acaba por sumariar o processo.
É a chamada “absolvição sumária” (art. 415 do CPP)
Júri
Para que o Juiz absolva sumariamente o réu, é necessário que:
Júri
esteja provada a inexistência do fato,
provado não ser o réu o autor ou partícipe do fato,
o fato não constituir infração penal ou
ficar demonstrada causa de isenção de pena ou exclusão do crime (excludente de
ilicitude, excludente de culpabilidade ou erro).
Júri
A lei faz uma ressalva para expor que a tese de excludente de culpabilidade oriunda de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado não pode ser
argüida para a absolvição sumária, salvo se for tese única
Júri
Recursos das decisões que encerram a primeira fase:
Das decisões pronúncia e desclassificação cabe RESE, recurso em sentido estrito (art. 581 do CPP)
Da decisão de absolvição sumária e de impronúncia, segundo o art. 416 do CPP caberá apelação.
Júri
A segunda fase do júri, embora seja
reduzida, é totalmente diferenciada de todos os demais procedimentos. Vejamos:
Júri
Manifestação da acusação (5 dias) – sem entrar no mérito e podem arrolar até 5 testemunhas para serem ouvidas em plenário;
Manifestação da defesa (da mesma forma); Saneamento do processo feito pelo Juiz e
marcação da sessão plenária; Plenário
Júri
Para a sessão plenária são convocados 25 jurados.
Se comparecerem menos que 15 jurados não há julgamento
São sorteados 7 jurados que farão parte do conselho de sentença
A cada jurado sorteado é perguntado
primeiro à defesa e depois à acusação se aceita o jurado. Cada parte pode recusar imotivadamente 3 jurados
Júri
A sequência dos atos da Sessão plenária, seguirá, a partir de então, a mesma
sequência da audiência de instrução, debates e julgamento que encerrou a primeira fase
Júri
Entretanto, o prazo para as manifestações orais serão de:
1h30min para a acusação; 1h30min para a defesa;
1h de réplica (para a acusação); 1h de tréplica (para a defesa).
Se houver mais de 1 réu, para cada prazo acrescente-se 1 hora.
Júri
Encerrados os debates o Juiz consulta os Jurados se têm condições de proceder o veredicto ou se resta alguma dúvida (caso em que deverá o Juiz esclarecer o jurado)
Júri
Estando em condições de julgar, todos (menos o réu e platéia) se dirigem à sala secreta, onde será feita a votação por meio de quesitos
Júri
Sequência obrigatória de quesitos: - materialidade do fato
- autoria ou participação - se absolve o acusado
- causa de diminuição alegada pela defesa - qualificadora ou causa de aumento
Júri
OBSERVAÇÕES:
A desclassificação para outro crime figurará após o segundo ou terceiro quesito, se for o caso
Júri
Havendo mais de um crime e/ou mais de um réu, serão feitos quesitos distintos
Júri
Desaforamento: é tirar o julgamento de
um foro (comarca) e encaminhar para outro Ocorre por 3 motivos:
Júri
1) dúvida sobre a imparcialidade dos jurados 2) risco pessoal ao réu
Júri
Quem decide sobre o desaforamento é o Tribunal de Justiça e em todos os casos deverá a defesa ser ouvida
Júri
Da sentença em plenário cabe apelação (art. 593, III do CPP)
Porém, devemos ter atenção à “Soberania dos Veredictos”
Júri
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
b) for a sentença do juiz-presidente
contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de
segurança;
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.
Júri
Atenção
SÚMULA 713 - STF
O efeito devolutivo da apelação contra
decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição.
Nulidades
Nulidades
Irregularidade
Nulidade Relativa Nulidade Absoluta Inexistência
Nulidades
Nulidades
nulidade relativa: traz prejuízo que deve ser demonstrado e deve ser argüida no
momento oportuno, porque se não for se convalida
Nulidades
nulidade absoluta: o prejuízo é presumido e a favor do réu pode ser argüida a qualquer tempo
Nulidades
inexistência: vício tão forte que
Nulidades
Atenção:
Não há nulidade sem prejuízo – pás de nullité sans grief
Anulado um ato, são anulados todos os atos posteriores e dependentes
Não se pode alegar nulidade que se deu causa
Nulidades
* O art. 564 do CPP traz as possibilidades de nulidades:
Nulidades
I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz; (absoluta)
Nulidades
Nulidades
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
Nulidades
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante; (absoluta)
Nulidades
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no art. 167 (absoluta)
Nulidades
c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos; (absoluta na primeira parte)
Nulidades
d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida,
quando se tratar de crime de ação pública; (relativa)
Nulidades
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa; (relativa na segunda parte)
Nulidades
f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o
Nulidades
g) a intimação do réu para a sessão de
julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia;
Nulidades
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei; (relativa)
Nulidades
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri; (absoluta)
Nulidades
j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua
Nulidades
k) os quesitos e as respectivas respostas; (absoluta)
Nulidades
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento; (absoluta)
Nulidades
Nulidades
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido; (absoluta)
Nulidades
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e
Nulidades
p) no Supremo Tribunal Federal e nos
Tribunais de Apelação, o quorum legal para o julgamento; (absoluta)
Nulidades
IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato (relativa)
Nulidades
* OBS: Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e contradição entre estas (absoluta)
Nulidades
* Momento de arguição das nulidades (relativas):
Nulidades
- as da instrução criminal dos processos nas alegações finais
- as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois de anunciado o julgamento e apregoadas as partes;
Nulidades
- se verificadas após a decisão da primeira instância, nas razões de recurso;