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FINANCIAMENTOS AGRÍCOLAS PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR (PRONAF)

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INANCIAMENTOS

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GRÍCOLAS –

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ORTALECIMENTO DA

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GRICULTURA

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AMILIAR (PRONAF)

Edinele Pissoli

Prof. Emerson Ricardo Cesa

Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI Curso Ciências Contábeis (CTB0068) – Prática do Módulo V

28/05/2012 RESUMO

O governo brasileiro, preocupado com o homem do campo (êxodo rural, custos elevados, baixíssimo volume de produção, escassez de crédito rural, sem considerar as altas taxas de juros nos bancos para o custeio da produção), criou um programa de fortalecimento rural, o PRONAF. Com juros baixos e tempo suficiente para movimentar o capital do empréstimo, o programa visa beneficiar principalmente aquele pequeno agricultor, que trabalha diretamente no campo com a sua família. Com isso, este pequeno agricultor pode ajudar indiretamente os outros brasileiros, porque, com maior oferta de alimentos da cesta básica (arroz, feijão, milho, trigo), a mesma diminui. Para melhorar sua condição de vida e de sua família, o agricultor ITACIR PISSOLI procurou um banco responsável pelas linhas de crédito do PRONAF e realizou um investimento em sua propriedade. E desta maneira aumentou sua renda e agregou valor ao seu produto. Mas, antes de realizar o financiamento, o agricultor deve analisar qual projeto pretende desenvolver, e se este está adequado com a sua realidade.

Palavras-chave: Governo Brasileiro. Agricultor. PRONAF. 1 INTRODUÇÃO

Os financiamentos foram criados com o propósito de dar condições para que as famílias agricultoras possam melhorar a sua renda, permitindo acesso a novas tecnologias e novas oportunidades econômicas. Com o financiamento, o agricultor assegura mais capital, mais proteção à sua renda.

Os projetos devem gerar renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária, seja para o custeio da safra, atividade agroindustrial, investimento em máquinas, equipamentos ou infraestrutura.

Serão enfatizadas neste trabalho as diferentes linhas de crédito disponibilizadas pelo PRONAF, e qual o tipo de investimento realizado pelo agricultor e as melhorias que trouxe para a renda familiar.

2 O PRONAF

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), criado em 1995 pelo Governo Federal, segundo o Banco do Brasil, destina-se ao apoio financeiro das atividades agropecuárias e não agropecuárias exploradas mediante emprego direto da força de trabalho do produtor rural e de sua família. Financia projetos individuais e coletivos, possui as mais baixas taxas de juros dos financiamentos rurais, além das menores taxas de inadimplência entre os sistemas de crédito do país.

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O PRONAF tem por finalidade promover o desenvolvimento sustentável das famílias agricultoras e o fortalecimento da produção rural. Uma ação que propicia o aumento da capacidade produtiva, geração de empregos e melhoria de renda.

A operacionalização do crédito é feita com recursos do Tesouro Nacional e dos fundos constitucionais. O crédito PRONAF é operacionalizado pelos agentes financeiros que compõem o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) e são agrupados em básicos (Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia) e vinculados (BNDES, Bancoob, Bansicredi e associados à Febraban).

3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO PRONAF

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) foi criado em 1995 pelo Governo Federal e atualmente está sob a gestão do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Destacamos abaixo uma retrospectiva histórica do PRONAF:

1995 – Instituição do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) pela Resolução CMN – Bacen nº 2.191, de 24/08/95, com as seguintes características: Créditos para custeio e investimento para produtores rurais que apresentam a declaração de Aptidão ao Programa, com taxas de juros de 16% ao ano.

1996 – Criação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) pelo Decreto nº 1.946, de 28/06/96. Redução da taxa de juros para 12% ao ano e ampliação do limite de crédito individual e coletivo.

1997 – Inclusão de novos beneficiários, como pescadores artesanais, aquicultores e seringueiros extrativistas; redução da taxa de juros para 6,5% ao ano e criação de novas linhas de financiamento, inclusive modalidade destinada a melhorar a infraestrutura e os serviços comunitários rurais.

1998 – Redução da taxa de juros para 5,75% ao ano e criação da linha Pronaf Agregar.

1999 – Classificação dos beneficiários do PRONAF em grupos “A”, “B”, “C” e “D”, para fins de acesso aos créditos; criação de crédito coletivo para pessoas jurídicas: destinado a associações, cooperativas e outras formas de agrupamento; possibilidade de financiamento de atividades não agrícolas, como o turismo rural e o artesanato.

2000 – Redução da taxa de juros para 4% ao ano; criação de custeio especial para assentados da reforma agrária e beneficiários do Programa de Crédito Fundiário.

2001 – Elevação do limite de financiamento; aumento para até cinco anos do período de carência para projetos de investimento; a possibilidade de substituição do projeto técnico de investimento por proposta simples. 2002 – Suspensão, pelo programa, do financiamento à cultura do fumo; eleva o limite de crédito em projetos iniciais para beneficiários do grupo “A”.

2003 – Implementação de medidas de simplificação e racionalização dos contratos, permitindo renovações por até cinco anos. Criação do Pronaf Semiárido, Pronaf Florestal e do Cartão Pronaf.

2004 – Inclusão de novas linhas de financiamento, como o Pronaf Mulher, Pronaf Jovem, Pronaf Grupo “E”. De acordo com o site da Secretaria de Agricultura Familiar (2012), “as contratações do Crédito – PRONAF apresentam crescimento sustentado ao longo dos anos. Em 1999/2000, o PRONAF abrangia 3.403

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GRÁFICO 1: CRESCIMENTO DO VALOR DISPONIBILIZADO EM BILHÕES AO PRONAF

FONTE: Disponível em: <http://portal.mda.gov.br/portal/saf/programas/pronaf>. Acesso em: 24 mar. 2012.

Isso indica que o montante de crédito contratado pelos agricultores do PRONAF tem crescido ano a ano. Conforme a Secretaria de Agricultura Familiar (2012):

A primeira grande evolução no montante financiado pelos agricultores familiares foi em 2003/2004, fechando uma contratação de R$ 4,49 bilhões, representando uma evolução de 109% em relação a 1999/2000. Nos anos seguintes, o crescimento manteve-se sustentado. Em 2004/2005 foi de 185%, representando um financiamento de R$ 6,13 bilhões. Em 2005/2006 foram financiados R$ 7,61 bilhões, com uma evolução de 254%, sendo que em 2007/2008 rompeu-se a casa dos 300%, perfazendo um financiamento de R$ 9 bilhões.

municípios, passando para 4.539 no ano seguinte, o que representou um aumento de 33% na cobertura de municípios, ou seja, a ampliação de mais de 1.100 municípios em apenas um ano”.

Com o passar dos anos, a ampliação de municípios atendidos continuou em cada ano agrícola, sendo que em 2005/2006 houve a inserção de quase 1.960 municípios em relação a 1999/2000.

Segundo o site da Secretaria de Agricultura Familiar (2012):

Em 2007/2008 foram atendidos 5.379 municípios, o que representou um crescimento de 58% em relação a 1999/2000, com a inserção de 1.976 municípios. O montante disponibilizado aos agricultores também cresceu. Em 1999/2000 foram disponibilizados pouco menos de R$ 3,3 bilhões com uma execução de 66%. No ano agrícola de 2003/2004 houve o primeiro grande incremento no montante, com um crescimento de 65% em relação a 1999/2000, sendo ofertados R$ 5,4 bilhões aos agricultores e com uma execução de 83% do valor disponibilizado. Em 2006/2007, o montante disponibilizado para financiamento do PRONAF chegou a R$ 10 bilhões, representando um crescimento em relação a 1999/2000 de 205% e com uma taxa de execução de 84%.

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GRÁFICO 2: CRESCIMENTO DO VALOR DISPONIBILIZADO EM BILHÕES AO PRONAF

FONTE: Disponível em: <http://portal.mda.gov.br/portal/saf/programas/pronaf>. Acesso em: 24 mar. 2012.

O Banco do Brasil anunciou a liberação de R$ 45,7 bilhões para financiar a safra agrícola 2011/2012, volume 17% superior aos R$ 39 bilhões liberados na safra anterior. Desse total, R$ 10,5 bilhões irão financiar a agricultura familiar e R$ 35,2 bilhões vão atender aos agricultores empresariais e aos filiados às cooperativas rurais. Os valores representam um incremento de 20% e de 16%, respectivamente. “A expectativa é de que os recursos do BB incentivem o incremento na safra, que promete ser 5% a mais em volume, em comparação à do ano passado”, diz o vice-presidente de Agronegócio e de Micro e Pequenas Empresas do Banco do Brasil, Osmar Dias. Segundo ele, o país tem um papel muito importante a cumprir, o de ofertar cada vez mais alimentos para o mundo, de acordo com as expectativas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).Dias afirma que a expectativa é de que os recursos incentivem o aumento de 17% a mais na produção na safra 2011/2012.

FIGURA 1 – CRÉDITO RURAL BB

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4 LINHAS DE CRÉDITO

Além das formas convencionais de financiamento do PRONAF, que variam de acordo com o limite financiado e, consequentemente, a taxa de juros praticada, o programa dispõe de linhas específicas. Cada uma busca atender às especificidades do público a que é dirigida.

O programa é dividido em Pronaf Custeio e Pronaf Investimento, e dentro das duas linhas são subdividos em outras soluções de crédito.

4.1 PRONAF CUSTEIO

Destina-se ao financiamento das atividades agropecuárias e de beneficiamento ou industrialização e comercialização de produção própria ou de terceiros agricultores familiares enquadrados no PRONAF. Esta linha de crédito é subdividida em outros programas. Conforme o site do Banco do Brasil (2012), seguem as linhas de crédito:

• Pronaf Agroindústria: Linha para o financiamento de investimentos, inclusive em infraestrutura, que visam o beneficiamento, o processamento e a comercialização da produção agropecuária e não agropecuária, de produtos florestais e do extrativismo, ou de produtos artesanais e a exploração de turismo rural. Benefíciários: agricultores familiares, exceto dos Grupos A, B e A/C, cooperativas ou associações, constituídas por agricultores familiares. Encargos de 4% ao ano, prazo 1 ano. Limite de financiamento. Pessoa física: até 5 mil; associações até 2 milhões, observando o limite por cooperado de 5 mil. Cooperativas até 5 milhões. Cooperativa central: até 10 milhões.

• Pronaf Grupo C: Linha de crédito para custeio para atividades agropecuárias, turismo rural, artesanato e outros empreendimentos. Beneficiários: Agricultores familiares do Grupo C com DAP emitida até 28.03.2008 e que não tenham obtido os seis rebates. Limite de financiamento de R$ 500 até R$ 5 mil em uma única operação por ano agrícola. Encargos de 3% ao ano, com prazo de até 2 anos.

• Pronaf Grupo A/C: Financiamento das despesas normais de custeio da produção agrícola e pecuária. Beneficiários: assentados da reforma agrária. Limite de financiamento de até R$ 5 mil. Encargos de 1,5% ao ano, com prazos açafrão e palmeira real (palmito): até 3 anos; demais culturas: até 2 anos, de acordo com o ciclo da atividade financiada. E custeio pecuário de até 1 ano.

Pronaf Agricultor Familiar: Linha destinada ao financiamento das despesas de custeio das atividades agropecuárias. Beneficiários: agricultores familiares enquadrados no PRONAF, exceto nos grupos A, A/C e B, com renda bruta anual de R$ 6 mil até R$ 110 mil. Limites até 10 mil a taxas de 1.5% ao ano: acima de R$ 10 mil até R$ 20 mil a taxas de 3% ao ano, acima de R$ 20 mil até R$ 50 mil, as taxas são de 4,5% ao ano. Com prazos açafrão e palmeira real (palmito): até 3 anos; demais culturas: até 2 anos, de acordo com o ciclo da atividade financiada. E custeio pecuário de até 1 ano.

4.2 PRONAF INVESTIMENTO

Destinado ao financiamento da implantação, ampliação ou modernização da infraestrutura de produção e serviços, agropecuários ou não agropecuários, no estabelecimento rural ou em áreas comunitárias rurais próximas. Esta linha de crédito é subdividida em outros programas. Conforme o site do Banco do Brasil (2012), seguem as linhas de crédito:

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manutenção da cultura até o quarto ano. Beneficiários: agricultores familiares enquadrados no PRONAF, exceto os classificados no grupo B. Limite de financiamento até R$ 8 mil por ha, limitado a R$ 80 mil por beneficiário, encargos de 2% ao ano, com prazo de 14 anos, com até seis anos de carência.

• Pronaf A: Linha de investimento para a estruturação das propriedades. Beneficiários: assentados da reforma agrária ou beneficiados pelo crédito fundiário. Limite de financiamento até R$ 21,5 mil, encargos de 0,5% ao ano, com prazo de pagamento de até 10 anos, com até 5 anos de carência.

• Pronaf Agricultor Familiar:Linha de crédito de investimento destinada ao financiamento da implantação, ampliação ou modernização da infraestrutura de produção e serviços agropecuários e não agropecuários no estabelecimento rural ou em áreas comunitárias rurais próximas. Beneficiando os agricultores familiares enquadrados no PRONAF, com renda bruta anual de R$ 6 mil até R$ 110 mil, exceto os participantes dos Grupos A, A/C e B. Encargos até 10 mil, com taxas de 1% ao ano. Acima de R$ 10 mil e até R$ 50 mil com taxas de 2% ao ano. Prazo para pagamento até 10 anos, com até 5 anos de carência.

• Pronaf Mais Alimentos:Linha de investimento para a produção, armazenagem e transporte de açafrão, arroz, café, cana-de-açúcar, centeio, erva-mate, feijão, mandioca, milho, soja, sorgo e trigo, e para frutas, cultura de palmeiras para produção de palmito, olerícolas, apicultura, aquicultura e pesca, avicultura, gado de corte, leite, caprinos e ovinos e suinocultura, entre eles: aquisição de tratores, máquinas, veículos de transporte de carga, implementos agrícolas e matrizes, formação de pastagens, implantação de pomares, estufas e irrigações. Beneficiários: os agricultores enquadrados no PRONAF, exceto nos grupos A, A/C e B. Encargos até R$ 10 mil com taxas de 1% ao ano. Acima de R$ 10 mil e até R$ 130 mil, 2% ao ano. Com prazo de até 10 anos, e carência de até 3 anos.

• Pronaf Eco: Investimento para implantação, utilização e/ou recuperação de tecnologias de energia renovável, tecnologias ambientais, armazenamento hídrico, pequenos aproveitamentos hidroenergéticos, silvicultura e práticas conservacionistas e de correção da acidez e fertilidade do solo. Beneficiários: agricultores familiares enquadrados no PRONAF, exceto nos grupos A, A/C e B. Encargos limites de até R$ 10 mil a taxas de 1% ao ano; acima de R$ 10 mil e até R$ 50 mil, 2% ao ano. Prazos mini-usinas de biocombustíveis: até 12 anos, com até 5 anos de carência; Silvicultura: até 12 anos, com até 8 anos de carência; adoção de práticas conservacionistas e de correção da acidez e fertilidade do solo: até 5 anos, com até 2 anos de carência; Demais finalidades: até 10 anos, com até 5 anos de carência.

• Pronaf Semiárido: Linha de crédito para investimento em projetos de convivência com o semiárido, focado na sustentabilidade dos agroecossistemas, priorizando projetos de infraestrutura hídrica e demais infraestruturas de produção agropecuária. Beneficiários: agricultores familiares enquadrados no PRONAF. Limites de financiamento beneficiários do Grupo B: até R$ 8 mil; demais beneficiários: até R$ 12 mil. Encargos de 1% ao ano, com prazo de até 10 anos, com até 3 anos de carência.

• Pronaf Mulher: Investimento para atividades agropecuárias, turismo rural, artesanato e outras atividades de interesse da mulher agricultora. Beneficiários: mulheres agricultoras integrantes de unidades familiares de produção enquadradas nos Grupos A, A/C, B e aquelas classificadas como Agricultoras Familiares no PRONAF. Limite de financiamento para agricultoras pertencentes aos grupos A, A/C e B: R$ 2.000,00. Encargos agricultoras pertencentes aos grupos A, A/C e B: 0,5% ao ano. Prazos Grupos A, A/C ou B: até 2 anos. Agricultores Familiares: até 10 anos, incluídos até 5 anos de carência.

• Pronaf Jovem: Linha de crédito de investimento para atividades agropecuárias, turismo rural, artesanato e outras atividades de interesse do jovem agricultor. Beneficiários: jovens agricultores e agricultoras pertencentes a famílias enquadradas no PRONAF, maiores de 16 anos e com até 29 anos. Limites de financiamento beneficiários do Grupo B: R$ 8 mil; demais beneficiários: R$ 12 mil. Encargos de 1% ao ano. Prazo de até 10 anos, com até 5 anos de carência.

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• Pronaf Florestal: Linha de financiamento destinada à implantação de sistemas agroflorestais; exploração extrativista ecologicamente sustentável, plano de manejo e manejo florestal; recomposição e manutenção de áreas de preservação permanente e reserva legal e recuperação de áreas degradadas; enriquecimento de áreas que já apresentam cobertura florestal diversificada, com o plantio de uma ou mais espécies florestais, nativas do bioma. Beneficiários: agricultores familiares enquadrados no PRONAF, exceto os participantes do Grupo B. Limite de financiamento para projetos de sistemas agroflorestais: até R$ 20 mil; demais finalidades: até R$ 12 mil. Encargos de 1% ao ano. Prazo de até 12 anos, com até 8 anos de carência. • Pronaf Agroindústria:Linha de crédito para investimento em infraestrutura, que vise ao beneficiamento,

ao processamento, à industrialização e à comercialização da produção agropecuária, de produtos florestais e do extrativismo, ou de produtos artesanais, e a exploração de turismo rural. Beneficiários: agricultores familiares enquadrados no PRONAF, exceto aqueles pertencentes aos Grupos A, A/C e B, e as cooperativas e associações constituídas por agricultores familiares. Encargos: pessoa física até R$ 10 mil individual; e pessoa jurídica até R$ 500 mil com taxas de 1% ao ano. Pessoa física acima de R$ 10 mil até R$ 50 mil, pessoa jurídica acima de R$ 500 mil a R$ 10 milhões à taxa de 2% ao ano. Prazo de até 10 anos, com até 5 anos de carência.

• Pronaf Agroecologia: Linha de crédito para implantação dos sistemas de produção agroecológica ou orgânica, incluindo-se os custos relativos à implantação e manutenção do empreendimento. Beneficiários: agricultores familiares enquadrados no PRONAF, exceto os participantes dos Grupos A, A/C e B. Encargos de até R$ 10 mil com taxa de 1% ao ano. Acima de R$ 10 mil e até R$ 130 mil, taxas de 2% ao ano. Prazo de até 10 anos, com até 3 anos de carência.

• Pronaf Grupo B: Linha de crédito para investimentos destinados à implantação, ampliação e modernização da infraestrutura de produção e serviços agropecuários e não agropecuários no estabelecimento rural ou em áreas comunitárias rurais próximas e à cobertura de qualquer demanda que possa gerar renda para a família atendida. Beneficiários: agricultores familiares com renda bruta anual familiar de até R$ 6.000,00. Limite de financiamento: R$ 2,5 mil por operação, admitida apenas uma operação “em ser”. Encargos de 0,5% ao ano. Prazo de até 2 anos.

5 COMO FUNCIONA O PRONAF?

O acesso ao PRONAF inicia-se na discussão da família sobre a necessidade do crédito, seja ele para o custeio da safra ou atividade agroindustrial, seja para o investimento em máquinas, equipamentos ou infraestrutura de produção e serviços agropecuários ou não agropecuários.

Os projetos devem gerar renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária, seja para o custeio da safra, ou em um investimento em máquinas, equipamentos ou infraestrutura. A renda bruta anual dos agricultores familiares deve ser de até R$ 110 mil. Então, primeiro de tudo, o agricultor familiar deve avaliar o projeto que pretende desenvolver.

5.1 O QUE EU FAÇO COM O PROJETO?

Após a decisão do que financiar, a família deve procurar o sindicato rural ou a Emater para obtenção da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), que será emitida segundo a renda anual e as atividades exploradas, direcionando o agricultor para as linhas específicas de crédito a que tem direito. Para saber quais entidades estão credenciadas em seu município, procure informações na prefeitura ou no seu sindicato. A DAP é fornecida gratuitamente e exigida para acesso aos financiamentos.

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FIGURA 2 – PROPRIEDADE ITACIR LUIS PISSOLI

FONTE: A autora.

para elaborar o Projeto Técnico de Financiamento, que será emitido segundo a renda anual e as atividades exploradas, direcionando o agricultor para as linhas específicas de crédito a que tem direito.

Para os beneficiários da reforma agrária e do crédito fundiário, o agricultor deve procurar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ou a Unidade Técnica Estadual (UTE).

O agricultor deve estar com o CPF regularizado e livre de dívidas. As condições de acesso ao Crédito Pronaf, formas de pagamento e taxas de juros correspondentes a cada linha são definidas, anualmente, a cada Plano Safra da Agricultura Familiar, divulgado entre os meses de junho e julho.

5.2 PARA ONDE ENCAMINHO O PROJETO?

O projeto deve ser encaminhado para análise de crédito e aprovação do agente financeiro. Com o Projeto Técnico, deve-se negociar o financiamento junto ao agente financeiro. Neste dia deve estar munido de seus documentos pessoais (carteira de identidade, CPF e, se for o caso, certidão de casamento) e os documentos do imóvel.

5.3 PROJETO APROVADO

Aprovado o Projeto Técnico, o agricultor familiar está apto a acessar o recurso e começar a implementar o projeto.

6 PROPRIEDADE ITACIR LUIS PISSOLI

O agricultor, juntamente com sua esposa Ivanir Calegari Pissoli, casados há 23 anos, possui uma propriedade no município de Lacerdópolis, na comunidade de Linha Nossa Senhora das Graças, com uma área de 24 hectares, sendo dois para plantio de milho, dez para pastagens. O restante é residência e mata ciliar. Além do plantio, possui as atividades de gado de leite e suínos para corte (sendo sócio da Coolacer). Buscando sempre um fortalecimento na sua propriedade, e um desenvolvimento de seus negócios, foi em busca das linhas de crédito do PRONAF.

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6.1 HISTÓRIA DO AGRICULTOR

Filhos de agricultores da Linha Nossa Senhora das Graças-Lacerdópolis, casaram em 1989 e herdaram de seus pais uma propriedade contendo 24 hectares. No início todo o trabalho era braçal, tanto na lavoura (plantação de milho) como na produção de leite. Possuíam três vacas que produziam 30 litros de leite por dia. O esforço era constante e a vida não era fácil.

Com o passar dos anos, buscando sempre uma melhora em sua propriedade, foi adquirindo máquinas para lavoura (trator, plantadeira). Compraram mais animais para produção de leite, e adquiriram uma ordenhadeira simples (duas ordenhas). E a vida foi melhorando, mas é claro que não era o bastante para o casal.

No ano de 1997, com o apoio do agrônomo e veterinário do município, resolveram fazer um investimento em sua propriedade. Construir um estábulo e investir em máquinas para melhorar a qualidade do leite.

Atualmente, o agricultor utiliza dois hectares na plantação de milho, e dez de pastagens para o gado, e o restante, 12 hectares, é reservado para residência e mata ciliar.

Atividades desenvolvidas: milho para silagem, porco para corte (sendo sócio com a cooperativa do município, a Coolacer). No momento possui 30 vacas de leite, produzindo uma média de 450 litros de leite por dia.

Para o desenvolvimento das atividades, depois do apoio das linhas de crédito do PRONAF, possui um estábulo todo em alvenaria. O leite é canalizado, onde segue direto para o resfriador de 800 litros. Uma ordenhadeira com quatro ordenhas facilita a retirada do leite. O produto obteve uma melhora na qualidade, além da higiene no local de trabalho.

A vida do agricultor e de toda a sua família mudou bastante, hoje eles falam, com orgulho, que valeu a pena o investimento.

7 O FINANCIAMENTO

No princípio o casal resolveu fazer o financiamento devido ao apoio do agrônomo e do veterinário do município. Pois eles verificaram que o agricultor tinha um grande potencial e precisava investir.

Então foram em busca das linhas de crédito do PRONAF, para realizar o financiamento. Havia toda a parte burocrática, realização de projeto comprovando a renda anual através dos blocos de notas. Foi até realizada uma pesquisa de preços dos equipamentos para repasse e aprovação do banco.

O investimento foi aprovado em R$ 30.000,00 com carência de um ano e prazo para pagamento de 10 anos, com juros de 2% ao ano e parcelas decrescentes. O financiamento foi utilizado para construção do estábulo em alvenaria e máquinas automáticas (ordenhadeira, sistema de leite canalizado e resfriador).

Para a família, o PRONAF trouxe vários benefícios: • Qualidade no leite (limpeza e resfriamento);

• Higiene e limpeza no local de trabalho; • Maior espaço e locomoção entre os animais;

• Melhor postura ergonométrica (não precisa carregar tanques de 50 litros de leite); • Leite canalizado;

• Sistema de água quente para limpeza (70°).

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QUADRO 1 – COMPARATIVO DE VALORES

Produção de leite Renda bruta (preço do leite

(0,75) Acréscimo de 0,8 centavo Lucro (investimento) Mensal (litros) 13.500 l R$ 10.125,00 R$ 11.205,00 R$1080,00 Anual (litros) 164.250 l R$ 123.187,50 R$136.327,50 R$13.140,00 FONTE: A autora.

Percebemos que o agricultor teve uma grande mudança em sua renda devido ao investimento. Obteve lucro significante após o investimento.

Dificuldade referente ao investimento não existiu, eles tiveram muito apoio, o pagamento foi tranquilo. Eles tinham um prazo de dez anos, mas pagaram em quatro. Enfim, a vida do casal mudou.

Antes do investimento, o estábulo:

FIGURA 3 – ESTÁBULO

FONTE: A autora.

Com o financiamento, a nova construção:

FIGURA 4 – NOVA CONSTRUÇÃO

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FIGURA 5 – ORDENHADEIRA

FONTE: A autora. FONTE: A autora. FIGURA 6 – VISTA EXTERNA

8 SUSTENTABILIDADE

A relação entre suinocultura e sustentabilidade se dá na medida em que a suinocultura é responsável por parte da poluição hídrica, proveniente dos dejetos desses animais. Tem causado sérios problemas ambientais, como a destruição dos recursos naturais renováveis, especialmente água.

Os dejetos da propriedade do agricultor provenientes de gado e porcos são canalizados por tubos. Existe um esquema de esterqueira de fermentação, que diminui o agente poluidor, melhora a qualidade do produto orgânico e há menor incidência de microrganismos maléficos para a saúde do homem e dos animais.

Essa esterqueira é formada por dois compartimentos. No primeiro, os dejetos compostos pela mistura esterco, urina e água ficam retidos por pelo menos 30 dias. À medida que o material entra na esterqueira, passa automaticamente para o segundo compartimento, onde fica retido por mais 30 a 60 dias. O material mais indicado para ser usado nas culturas é o do segundo compartimento, porque tem mais tempo de fermentação, podendo ser usado tanto no pré-plantio como em cobertura das culturas. Pode-se utilizar os dejetos após 120 dias nas pastagens.

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FONTE: A autora. FIGURA 7 – ESTERQUEIRA

Referente ao lixo da propriedade, ele é todo separado. O orgânico é utilizado como adubo na horta. As latas e plásticos são separados e armazenados, e uma vez por mês a prefeitura faz a coleta nas comunidades do interior.

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O PRONAF tem por finalidade promover o desenvolvimento sustentável das famílias agricultoras e o fortalecimento da produção rural. Uma função que propicia o aumento da capacidade produtiva, geração de empregos e melhoria de renda.

Para o agricultor Itacir Luis Pissoli e sua família, o PRONAF contribui de forma vantajosa e significativa. Mudou a sua renda, a qualidade do seu produto e a vida do agricultor.

Portanto, saber investir e escolher o melhor projeto, de acordo com a realidade da sua propriedade, pode trazer resultados positivos.

REFERÊNCIAS

BANCO DO BRASIL. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/PROçaNAF.asp#9>. Acesso em: 31 jan. 2012.

BANCO DO BRASIL. Disponível em: <http:// www.bb.com.br/portalb.b/page46,8623,10817,0,0,11. bb?codigoNoticia=19318&codigoMenu=11724&codigoRet=11753&bread=1>.Acesso em: 25 mar. 2012. DIAS, Osmar. Isto é Dinheiro Rural: Agrofinanças. São Paulo: Editora Fabiane Stefano, ago. 2011. Edição nº 82.

PISSOLI, Itacir Luis. Agricultor. Lacerdópolis: maio 2012.

SECRETARIA DE AGRICULTURA FAMILIAR. Disponível em: <http://portal.mda.gov.br/portal/saf/ programas/pronaf>. Acesso em: 24 mar. 2012.

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