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José Az e v e do
Faculdade de Let r as da Univer sidade do Por t o
H e le n a Sa n t os
Faculdade de Econom ia da Univer sidade do Port o
A pr ism a.com cont inua nest e seu quar t o núm er o a pr om over a
apr esent ação de t ext os que r efor çam as linhas de invest igação em
cur so no cent r o de invest igação, CETAC.COM. O núm er o que aqui
apr esent am os sist em at iza alguns desenvolvim ent os em t r ês dessas
linhas, com unicação e cult ur a, ciber j or nalism o e com unicação polít ica.
No caso da ár ea de com unicação e cult ur a r epr oduzim os, nest e
núm er o da Pr ism a.Com , t r ês ar t igos ( duas t r aduções e um inédit o)
que, de difer ent es m odos, se sit uam num m esm o cam po de r eflexão
t eór ica e invest igação em pír ica, no âm bit o das ciências da infor m ação
e da com unicação: a m ediação cult ural – ou, no plur al, as m ediações
cult ur ais.
O Labor at ór io Cult ur a & Com unicação da Univer sidade de
Avignon e da Região de Vaucluse, onde os aut or es são invest igador es
e docent es, v em , de fact o, pr opondo um a sér ie de linhas de
invest igação em t or no daquele conceit o – r eflect indo sobr e a sua
especificação e densidade t eór ica; e desenvolvendo um a diver sidade
de eixos de pesquisa e, digam os, de exper im ent ação invest igacional.
Tr at a- se, sabem o- lo, de um conceit o par t icular m ent e am plo,
ar r iscando t or nar - se um a espécie de " conceit o guar da- chuva" . Tal
com o m uit os out r os que as linguagens cient íficas pr oduzem e de que
se apr opr iam , a m ediação, e, nela, a m ediação cult ur al ofer ece- se a
um a pluralidade de disciplinas com o um conceit o ext r em am ent e
plást ico. E ( não est ivéssem os nós nas ciências da infor m ação e da
com unicação! ) , um conceit o especialm ent e út il à com unicação
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É, desde logo, dest e pont o que par t e a r eflexão de Jean
Davallon, num exer cício de clar ificação concept ual, at ravés de um
it iner ár io ( sist em át ico e cr ít ico) das suas ut ilizações ( cient íficas e
filosóficas) – com o obj ect ivo de sit uar o conceit o nas ciências da
infor m ação e da com unicação, e, por t ant o, de o r eenviar ao( s)
pr ocesso( s) com unicacional( is) . I st o não significa, por ém , apenas
r est it uir a m ediação com o pr ocesso, e, nele, com o com unicação. Bem
m ais int erpelant e, Davallon conduz- nos ( de r est o com o enunciado no
t ít ulo) à r eflexão sobr e a m ediação enquant o " a com unicação em
pr ocesso" , nos disposit ivos pr ópr ios onde se t or na apr eensível e
significant e.
Just am ent e, Daniel Jacobi e Cécile Tar dy abor dam e analisam
dois t ipos de disposit ivos inst it ucionais ( am bos exposit ivos) de
m ediação. O pr im eir o per cor r e os discur sos das exposições m useais,
r elevando as pr esenças, as m odalidades e as " subt ilezas" dos pont os
de vist a enquant o pr odut or es, não apenas do que se dá a ver aos
visit ant es, com o t am bém daquilo que se vê/ é visível, efect ivam ent e,
pelos visit ant es. Tar dy, por seu t ur no, debr uça- se sobr e a nar r at iva
( com elem ent os pr edom inant em ent e cient ífico- nat ur ais e
sócio-hist ór icos) associada a um cir cuit o pedest r e de um par que nat ural,
com binação espacial e discur siva cuj o efeit o é o de inst it ucionalizar
( nest e caso pat r im onializar ) um elem ent o do am bient e... nat ural:
pr odução de sent ido e de pr át icas de incor por ação desse sent ido.
Am bos os exer cícios nos r eenviam par a pont os de vist a
difer ent em ent e explicit ados nos disposit ivos discur sivos, de
condicionam ent o do olhar , que pr oduzem , im plícit a e explicit am ent e,
a " r ealidade" . Nos cont ext os em quest ão ( inst it uições pat r im oniais) , é
a análise e a int er pr et ação dos disposit ivos de m ediação que est á em
causa nos m om ent os da com unicação.
Não se esgot a, evident em ent e, nem nest es lugar es de pr odução
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sequer , nas ciências da infor m ação e da com unicação – a m ediação
enquant o, r epet im os, " com unicação em pr ocesso" . Mas eles
const it uem r eflexões e ilust r ações im por t ant es de um pr ogr am a de
invest igação que ( de novo com o nos explica Davallon) se vem
fazendo, pr ivilegiadam ent e, nas ciências da infor m ação e da
com unicação.
Um se g u n d o co n j u n t o d e a r t i g o s e n v o l v e a s
co n t r i b u i çõ e s d e Fe r n a n d o Z a m i t h e Kaspars Ruklis.
Z a m i t h n a co n t i n u a çã o d o s se u s t r a b a l h o s so b r e
ci b e r j o r n a l i sm o p r o p õ e - n o s a g o r a u m a i n t e r e ssa n t e g r e l h a
a n a l ít i ca q u e p o d e r á se r v i r a se r u t i l i za d a n a m o n i t o r i za çã o e
i n v e st i g a çã o d a e v o l u çã o d o a p r o v e i t a m e n t o d a I n t e r n e t p e l o s
j o r n a i s. Ru k l i s, p o r se u l a d o , f o ca l i za - se n o p a p e l d o s m e d i a
n o s p r o ce sso s d e i n t e g r a çã o so ci a l e d e se n v o l v i m e n t o d o s
e st a d o s Bá l t i co s.
A se cçã o “ e m a b e r t o ” co n t i n u a co m o e sp a ço d e r e f l e x ã o
e d e cl a r i f i ca çã o d e co n ce i t o s q u e n o s co n v i d a m a r e f l e x õ e s
q u e e sp e r a m o s e n r i q u e ce d o r a s. Bo a l e i t u r a , e sp e r a m o s p e l o s