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J. Pediatr. (Rio J.) vol.93 número6

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www.jped.com.br

ARTIGO

ORIGINAL

Comparison

of

the

finger-feeding

versus

cup

feeding

methods

in

the

transition

from

gastric

to

oral

feeding

in

preterm

infants

,

夽夽

Cláudia

M.D.

Moreira

a

,

Regina

P.G.V.

Cavalcante-Silva

b

,

Cristina

I.

Fujinaga

c

e

Francine

Marson

a,∗

aUniversidadeFederaldoParaná(UFPR),Curitiba,PR,Brasil

bUniversidadeFederaldoParaná(UFPR),DepartamentodePediatria,Curitiba,PR,Brasil

cUniversidadeEstadualdoCentro-OestedoParaná(Unicentro),DepartamentodeFonoaudiologia,Irati,PR,Brasil

Recebidoem14desetembrode2016;aceitoem14dedezembrode2016

KEYWORDS

Preterm;

Suckingbehavior; Feedingmethods

Abstract

Objectives: Toassessthefinger-feedingtechniquewhencomparedwiththecupfeedingmethod duringtheearlystageofpreterminfantfeedingtransitionregardingmilkloss,milkingestion period,andcomplications.

Methods: Experimental,randomized,prospectivestudyincluding53preterminfantswith ges-tation age<37 weeks,clinicallystable, andwith ascore of>28 pointsintheOral Feeding ReadinessAssessmentScale.Thepretermbabieswererandomizedtobeincludedinthe con-trolgroup,whichunderwentthefeedingtransitionusingacuporintheexperimentalgroup, whichusedthefinger-feedingtechnique.TheanalysisofdatawasperformedusingStudent’s t-testtoevaluatedifferencesbetweenmeanvaluesoftheappointedvariables,andFischer’s testfor categoricalvariables;theasymmetricvariableswereassessedby theKruskal---Wallis ANOVAtest.

Results: Whencomparedwiththecontrolgroup,theexperimentalgroupshowedlowermilk loss,longermilkingestiontime,andalowerfrequencyofcomplicationsduringfeeding.The significancelevelwassetat5%,withaconfidenceintervalof90%.

Conclusion: Thefinger-feedingtechniquewasshowntobeabetterfeedingtransitionmethod regardingefficacywhencomparedwithcupfeedingmethod,duetolowermilklossandfewer complicationepisodes.

©2017SociedadeBrasileiradePediatria.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisanopen accessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/

4.0/).

DOIserefereaoartigo:

http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2016.12.008

Comocitaresteartigo:MoreiraCM,Cavalcante-SilvaRP,FujinagaCI,MarsonF.Comparisonofthefinger-feeding

versuscupfeeding

methodsinthetransitionfromgastrictooralfeedinginpreterminfants.JPediatr(RioJ).2017;93:585---91.

夽夽TrabalhovinculadoaUniversidadeFederaldoParaná(UFPR),Curitiba,PR,Brasil.

Autorparacorrespondência.

E-mail:franmarson@yahoo.com.br(F.Marson).

2255-5536/©2017SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCC

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PALAVRAS-CHAVE

Prematuro; Aleitamento materno; Métodosde alimentac¸ão

Comparac¸ãoentreométodosonda-dedoversuscoponatransic¸ãoalimentar

dorecém-nascidoprematuro

Resumo

Objetivo: Avaliar atécnica sonda-dedo em comparac¸ão com o copo noinício da transic¸ão alimentardoprematuroquantoàperdadeleiteofertado,tempodeingestãoecomplicac¸ões. Métodos: Estudoexperimental, randomizado,nãocego,prospectivo,com53prematurosde idadegestacional<37semanas,clinicamenteestáveisecomescore>28pontosnaAvaliac¸ão daProntidãoparainíciodaalimentac¸ãoporviaoral.Osprematurosforamrandomizadospara oGrupoControlequefezatransic¸ãoalimentarcomocopoeparaoGrupoExperimentalque usouatécnicasonda-dedo.Naanálisedosdados,foramaplicadosotestetdeStudentpara avaliaradiferenc¸ademédiaseotesteexatodeFisherparaasvariáveiscategóricas,enquanto paraasvariáveisassimétricasfoiaplicadoaAnovadeKruskal-Wallis.

Resultados: Ogrupoexperimentalapresentouemrelac¸ãoaogrupocontrolediferenc¸a significa-tivaquantoamenorperdadeleite,maiortempodedietaemenorfrequênciadecomplicac¸ões. Oníveldesignificânciafoide5%eopoderdetestemínimode90%.

Conclusão: Atécnicasonda-dedomostrou-seummétodoopcionaldetransic¸ãoalimentar supe-rioremsuaeficiênciaquantoamenorperdadeleiteemenorincidênciadecomplicac¸ões. ©2017SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigo OpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.

0/).

Introduc

¸ão

Orecém-nascido(RN)prematuroenfrentaumarealidadede difíciladaptac¸ãoàvidaextrauterina.1---3

OleitematernoéomelhoralimentoparaoRNprematuro esempre indicadoporter nutrientesespecíficos que con-tribuirãocomasuamaturac¸ão,representaumimportante fatorna protec¸ãocontrainfecc¸ões,melhordigestibilidade eabsorc¸ãodesses nutrientese apromoc¸ão deummelhor desenvolvimentocerebral.4,5

Entretanto,emumaUnidadedeTerapiaIntensiva Neona-tal(UTIN)aalimentac¸ãodapopulac¸ãodeprematurosnem semprepodeser feitadiretamente ao seiomaterno,seja porinstabilidadeclínicaoupeloafastamentodesuamãe.6,7

Além disso, chama a atenc¸ão que no RN prematuro ocorreainadequac¸ãodasfunc¸õesoraisrelacionadasà ima-turidade neurológica, ao tônus muscular anormal, à falta deintegrac¸ão dasatividades musculares,àsalterac¸õesna coordenac¸ãodosreflexosoraisquelevamareflexospouco ativos,irregularese comforc¸a diminuídae dificuldadede manutenc¸ãodoestadodealerta.Todosessesfatoreslevam ànecessidadedeaalimentac¸ãodoRNprematuroserfeita, inicialmente,porumaviaopcionaldealimentac¸ão,comoé ocasodasondagástrica.8---10

A formacomo o leite é ofertado ao prematuro é uma variável importante a ser considerada. Discutem-se as vantagensedesvantagensdosmétodosem relac¸ãoà esta-bilidade fisiológica e ao impacto no aleitamento materno exclusivo.11---13

Sãousadasdiversasformasdealimentac¸ão,comoocopo, asucc¸ãodaseringacomodedoenluvado,atranslactac¸ão,o finger-feeding,opaladai,amamadeira,entreoutras,porém comnecessidadedefundamentac¸ãocientífica,comexcec¸ão docopoedamamadeira,amplamenteestudados.12---16

Ousodetécnicasparamaturac¸ãodosistema sensório--motor-oraltemsidoexploradoafimdequeoRNprematuro fac¸aumatransic¸ãoalimentarmaisseguraeemmenortempo paraaalimentac¸ãoplenaporviaoral.17

Ométodofinger-feeding,ou,comoconhecidonoBrasil, ‘‘sonda-dedo’’,consisteemumatécnicanaqualo leiteé ofertadoporsucc¸ãoaoRNprematuroatravésdeumasonda gástricaconectadaaumaseringaefixadanodedomínimo enluvado com fita adesiva. Mesmo que seja uma técnica muito usada nosdiversos servic¸osneonatais, estudoscom descric¸ãodatécnica,indicac¸ãoeuso,benefícios,vantagens edesvantagensaindasãoescassos.14,18---20

Nessesentido,percebe-seanecessidadedese aprimora-remtecnologiasquevisamàmelhoriadopadrãodasucc¸ão e,consequentemente,àhabilitac¸ãodoRNprematuropara a alimentac¸ão por via oral, primordialmente direcionada ao aleitamento materno. O copo tem sido indicado pela Organizac¸ãoMundialdeSaúdecomoométododetransic¸ão e oucomplementac¸ão daalimentac¸ãooral doprematuro, com a justificativa denão proporcionar o fenômeno con-fusão de bicos e não influenciar na func¸ão de succ¸ão do prematuro.20,21

Cabe ressaltar que, na prática clínica e na rotina das UTINs,nemsempreasmãesestãopresentes,essaéa rea-lidade de muitos servic¸os. Devido à ausência materna, o prematuro sealimenta por longos períodos nocopo, sem exercera func¸ão desucc¸ão. Ocorrequetal condic¸ão tem desfavorecido o aleitamentomaterno,pois a alimentac¸ão doprematurofeitasomentenocopoinduzumamodificac¸ão noseucomportamentooral.22 Essamudanc¸ade

(3)

do comportamento de succ¸ão no seio materno retarda e prejudicaoprocessodoaleitamento.

Destaca-seabuscadeevidênciascientíficasemrelac¸ão às técnicas usadas como método opcional ao copo na alimentac¸ãodoprematuro,comênfasenoscasosde ausên-cia materna. Dessa forma, salienta-se que a func¸ão da succ¸ão deveser estimulada, com afeitura do seutreino, daformamaisfisiológicaesegurapossível,demodo seme-lhanteàsucc¸ãofeitaemseiomaterno.Assim,oobjetivodo presenteestudofoiavaliaraefetividadedatécnica sonda--dedoemRNprematurosemcomparac¸ãocomousodocopo noiníciodatransic¸ãoalimentardaviagástricaparaviaoral quantoàperdadeleiteofertado,aotempodeingestãodo leiteeàpresenc¸adecomplicac¸ões.

Métodos

Este estudo caracterizou-se como experimental, randomi-zado,controlado,nãocego,prospectivoelongitudinal.

Apopulac¸ãodeestudofoi selecionadaentreos168RN prematurosinternadosna UTINdoHospitaldeClínicasem Curitiba(PR),dejunhode2012amarc¸ode2013.Dos93RN queconstituíramapopulac¸ão-alvo,foramelegíveis parao estudo53,selecionadosportécnicadeamostragem proba-bilística,comrandomizac¸ãoembloco.

Nocálculodaamostraconsideraram-seosprincipais des-fechosdoestudomedidosemproporc¸õesemagnitudesde efeitode30%,oerrodotipoIde5%eoerrodotipoIIde 10%,foramestimados25-30casosporgrupo.

Para randomizac¸ão foi usada uma sequência de letras fixas em blocode igual tamanho, alocadas em envelopes pardos,asquaisforamsorteadaspelasenfermeiras respon-sáveis da UTIN e distribuídas as intervenc¸ões estudadas, bloco por bloco, até que fosse concluído o processo de alocac¸ãodosparticipantesdapesquisaparaogrupocontrole (GC) designado pela letra A e o grupo experimental (GE) designadopelaletraB.Nãohouveparticipac¸ãoda pesqui-sadoranesseprocesso.Houveasubdivisãoquantoàsfaixas deidadegestacionalemambososgruposcomoobjetivode manterahomogeneidadedaamostra.

Como critérios de inclusão foram considerados: idade gestacionalinferior a36 semanase seis diasdeterminada porecografiaobstétrica feitaaté12 semanasdegestac¸ão ou pela cronologia, determinada pelo Método New Bal-lard, não ter recebido dieta láctea por via oral até a inclusão no estudo, apresentar um escore≥28 pontos na

avaliac¸ão da prontidão para alimentac¸ão via oral, essa é uma avaliac¸ão fonoaudiológica constituída por itens com variac¸ãodedesempenho,comescoresde0a2,perfezuma somatóriaquevariavade0a36,23eassinaturadoTermode

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).Como critérios de exclusão, consideraram-se: hemorragia periventricular graus3e4;instabilidadeclínicanomomentoouduranteo estudo,taiscomoenterocolitenecrosante,sepse,displasia broncopulmonar;outrasinstabilidadesclínicasrespiratórias ouhemodinâmicas; Apgar menordo que 5no5.o minuto; presenc¸ade síndromesgenéticas, distúrbiosneurológicos, malformac¸ãocongênitadecabec¸aepescoc¸oousistema ner-vosocentral.

Um treinamento sobre a técnica sonda-dedo foi feito pelapesquisadoraresponsáveleposteriormenteofertadoà

equipedesaúdedaUTINdoHospitaldeClínicasquantoao manuseiodosutensíliosusadosnasduastécnicasdoestudo, copoesonda-dedo,efoidistribuídomaterialinstrutivo.

Aincubadoraouoberc¸ofoiidentificadocomumafigura referente ao método de transic¸ão alimentar feito pela equipede enfermagem,para minimizar a quebra do pro-tocolo de estudo. As avaliac¸ões no início da transic¸ão alimentarforamfilmadaseasvariáveispesquisadasforam:

- Perdadeleiteofertado:comumaunidadedecompressa degazeposicionadaabaixodoqueixodoRNepesadaem balanc¸adigitaldeprecisãocomsensibilidadede0,1g.O leiteeraofertadopelacuidadoradoplantãoeaofertada dietaeapesagemdagazesupervisionadaspelaequipede enfermagemanteseapósadietadoRN.

- Tempodadieta:observac¸ãodotempoduranteafilmagem dadietaofertadapelaequipedeenfermagem.

- Presenc¸adecomplicac¸õesduranteadietaviaoral:queda de saturac¸ão deoxigênio, cianose,esforc¸o respiratório, engasgos.Aobservac¸ãodessessinaisdeestressefoifeita pelaequipedeenfermagem.

Osvídeoscoletadosdeambos osgrupos foram analisa-dospor avaliadoras experientes, profissionais atuantes na UnidadeNeonatalpormaisdecincoanos.

Usodatécnicasonda-dedo

Atécnicasonda-dedofoiusadadeformasemelhanteà des-critaporFujinagaetal.(2011)paraatransic¸ãoalimentar. Primeiramente,apontadasondafoicortadaefixadacom esparadraponodedomínimoenluvadocomfixac¸ãona late-ralinterna.Aoutraextremidade dasondafoiconectadaa seringasemêmbolo,fixadalateralmentenoavental indivi-dualusadopelacuidadoranaalturadacabec¸adoRN,com leitecruordenhadodamãeouprovenientedobancodeleite humano.20

Oleitedeslizavapelasondaconformeocorriaadequac¸ão dopadrãodesucc¸ãopeloRNenãopelagravidade,momento emqueapolpadodedomínimoeravoltadaparaopalato duro.

Usodocopo

O oferecimento do leite por meio do copo foi feito pela equipedeenfermagemconformearotinadoservic¸o.A téc-nicaconsistiu em ofertar o leite em umcopo deplástico descartávelde50mililitros.ORNeramantidoemposic¸ão sentadaousemissentada,comacabec¸aeocorpoalinhados. Oleiteeracolocadonabordadocopoposicionadosobreo lábioinferior,asbordastocavamascomissuraslabiais,onde oRNfaziamovimentosdeanteriorizac¸ãodalínguaeretirava oleitedocopo.13,15,21

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do HC, sob o número CAAE 01934912.6.0000.0096.

(4)

Tabela1 Característicasdogrupocontroleegrupoexperimental(n=53)

Características Grupocontrole(n=27) Grupoexperimental(n=26) p

SexoM/F 20/07 17/09 0,55a

Idadegestacionalcorrigida(semanas) 32,3+2,6 33,0+2,4 0,31b

Pesodenascimento(g) 1812,6+529,9 1985,6+59,9 0,27b

Apgar1.ominuto<7 04(14,8%) 06(23,1%) 0,41a

Partocesáreo/vaginal 18/09 18/08 1,00a

Idadematerna(anos) 26,6+7,6 29,2+7,7 0,22b

Primigesta 11(40,7%) 07(26,9%) 0,31a

Intercorrênciasnagestac¸ão

TPP 15(55,5%) 12(46,1%) 0,51a

DHEG 07(25,9%) 09(34,6%) 0,47a

DMG 03(11,1%) 04(15,4%) 0,66a

AP 02(7,4%) 01(3,8%) 0,63a

AP,amniorrexeprematura;DHEG,doenc¸ahipertensivaespecíficadagestac¸ão;DMG,diabetesmellitusgestacional;TPP,trabalhode partoprematuro.

aTesteexatodeFisher. b TestetdeStudent.

comauxíliodoprogramaStatistica-Statisoft® (StatSoft,Inc. ElectronicStatisticsTextbook,EUA).

Resultados

Constituíramogrupocontrole27RNalimentadospela téc-nicadocopinho,13de32a34semanasdeidadegestacional (IG)(24,5%)e14com34a36semanasIG(26,4%),eogrupo deestudoaquelesalimentadospelatécnicasonda-dedo,26 RN,12 com32a34 semanasIG(22,6%)e 14com 34a36 semanasIG(26,4%).

Osgruposcontroleeexperimentalmostraram-se homo-gêneosquantoaopeso denascimento,àidadegestacional eaogênero.Tambémnãohouvediferenc¸asquantoàidade materna,aotipodeparto,àfrequênciadeintercorrências obstétricasmaternaseaosescoresdeApgarde1.o minuto

(tabela1).

O grupo controle em ambas as faixas de IG apresen-touvaloressignificativamentesuperioresquantoàperdade leiteofertado,medidapelapesagemdagazetotal,doqueo grupoexperimental.Essaperdadeleitefoimaiornogrupo controle,entreosRNcom32a34semanasIG(fig.1).

1,4

1,2

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

–0,2

–0,4

–0,6

R1: 1 2 3 4 5 R1: 1 2 3 4 5

32-34 Semanas

Perda total gaze (g

)

34-36 Semanas

GC GE

(5)

300

250

200

150

100

50

0

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5

32-34 sem

Tempo de dieta (seg)

34-36 sem

GC GE

Figura 2 Tempo de dieta nos grupos controle e experimental com 32-34 semanas e 34-36 semanas. Nota: Anova fatorial: p=0,26.

Otempodedietaapresentadopelogrupoexperimental foimaiordoqueotempodedietadogrupocontrole(fig.2). Complicac¸õesaconteceramcomfrequência significativa-mentesuperiorentreosRNcom32a34semanasIGdogrupo controle(fig.3).

No entanto, não foi observada diferenc¸a significativa quantoàscomplicac¸õesnosgruposcontroleeexperimental nafaixadeIGde34+1/36+6.

Em relac¸ão ao ganho de peso observou-se semelhanc¸a entreosgruposestudados.NoGCamedianadediferenc¸ade pesoentrea1a.eaúltimaavaliac¸ãofoide145,0g,variac¸ão de−50ga850,0g,enquantonoGEamedianafoide85,0g, variac¸ãode−140ga1060g(p=0,34).

100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0

GC 32-34

%

Não sim

34-36 GC

GE GE

Figura3 Complicac¸ões nosgrupos controleeexperimental com32-34semanasIGe34+1---36+6semanasIG.Nota:teste exatodeFischer:p=0,001.

Discussão

A transic¸ão alimentar da via gástrica para via oral com-preendeumgrandedesafio nãosóparaoprematuro,mas tambémparaaequipedesaúde,poisésuaa responsabili-dadedeavaliarqualomelhormétododetransic¸ãoalimentar para cada RN, por se tratar de um período que requer atenc¸ão quantoàseguranc¸ae eficiêncianaadministrac¸ão dadieta.

A técnica sonda-dedo surgiu como uma opc¸ão de transic¸ão alimentar, muito usada na rotina de diver-sos servic¸os como forma de treino da succ¸ão e/ou complementac¸ão,quandoháausênciamaternanomomento daalimentac¸ão. E tambémcomo uma opc¸ão para se evi-tarousodebicosemamadeirasnoambientehospitalarem situac¸ões nas quais nãohouve umaboa adaptac¸ão com o copo.13---15,21

Ocopocomoutensíliousadonatransic¸ãoalimentarteve suaaplicabilidadeavaliada emcomparac¸ãocom atécnica sonda-dedoquantoaosprocedimentos deadministrac¸ão e seuuso por ser o métodorecomendado pelaOrganizac¸ão MundialdeSaúde(OMS)eusadonaUTINdoHC-UFPR.Não foi objetivo deste estudo contestar os benefícios do uso docopo na transic¸ão alimentar, amplamente estudados e comprovados,12,13,15,21 massim avaliaraaplicabilidadedos

dois métodos na populac¸ão de prematuros em diferentes faixasdeIGcorrigida.

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opcionaisnaalimentac¸ãoporviaoralemprematurospode gerarsituac¸õesderisco.17,23,24

Nãohouveduranteoperíododacoletadedadosqualquer mudanc¸adaequipedeenfermagemoudoequipamentode aferic¸ão.

Este estudo foi feito durante a transic¸ão alimentar do RNprematuroeseusdadosavaliadosdo1.oao5.odiaporse tratardeumperíodocríticoparaoestabelecimentodadieta porviaoral,poisrequermaioratenc¸ãoquantoàefetividade daalimentac¸ãodoprematuroqueseencontraemtransic¸ão alimentar.Assim,reforc¸a-seanecessidadedemaisestudos quantoàavaliac¸ãodaaplicabilidadedatécnicasonda-dedo emoutrasvariáveisenoseguimentodatransic¸ãoalimentar paraaviaoral.

AsubdivisãoquantoaIGfez-se necessária,poisa ima-turidadedosistemaneurológicointerferediretamentenos resultadosdasucc¸ão.EmRN commenorIGasucc¸ãopode estar ineficiente, causar maior gasto energético e maio-resriscosdeincoordenac¸ãodadeglutic¸ão-respirac¸ão,oque podelevaramaioreschancesdecomplicac¸ões.Alémdisso, destaca-seque,semadivisão, aamostranãoseria homo-gêneadopontodevistadematuridadedacoordenac¸ãodas func¸ões de succ¸ão-deglutic¸ão-respirac¸ão, pois prematuros comIGapartirde34semanasjásãocapazesdesealimentar porviaoraldeformamaisseguraeeficiente.2,14,16,23

O grupo controle, em ambas as faixas deIG, apresen-touvaloressignificativamentesuperioresquantoàperdade leitedoqueo grupoexperimental, comumamaiorperda nafaixadeIGcorrigida de32-34semanas.Essa superiori-dade quantoà aceitac¸ão da dieta,com menor escape de leiteobservadanogrupoexperimental,vaideencontroaos estudosquedescreverammaiorescapedeleitecomouso docopo.13,17,21

Outrosestudosobservaramemseusresultadosquea téc-nicasonda-dedotambémfavoreceuaquantidadededieta ingeridapelosRNemelhoraproveitamentodadietaporvia oralquandocomparadacomocopo.13,17

Aperda deleitee, consequentemente,a nãoingestão totaldo volumeprescritosão umasituac¸ãoque, alémde poderacarretar perdade peso, podeinfluenciar oestado clínicodoRNprematuro.

A sonda-dedo demonstrou ser uma técnica que requer maiorgastoe maiortempotantonaorganizac¸ãodo mate-rialusadoquantonaofertadoleitequandocomparadacom ocopo.MasproporcionaaoRNestímulosoraisque favore-cerãoo treinodasucc¸ão,amanutenc¸ãodoseuestadode alerta e a coordenac¸ão da succ¸ão/deglutic¸ão/respirac¸ão. O maior tempo da dieta pela técnica sonda-dedo se deu pelo motivo que o leite era ofertado ao bebê somente quando ele sugava o dedo enluvado, não havia possibili-dadedefluir porgravidade.Dessaforma,acredita-seque a alimentac¸ão ocorreu por uma forma mais fisiológica, respeitou-seotempodoRNprematuroparasuacoordenac¸ão dasfunc¸õesdesuc¸ão-deglutic¸ão-respirac¸ãoeseudescanso. Assim, acredita-se que os benefícios proporcionados pelo usodatécnicasonda-dedoaoRNprematuronatransic¸ão ali-mentar,principalmentenafaixadeidadegestacionalabaixo de 34 semanas, sobressaem ao maior tempo no uso do método.16,20,22

Emrelac¸ãoàscomplicac¸ões,nota-sequeforam estatis-ticamentemaiores nogrupoque fezusodocopona faixa de32-34semanasIG.Nafaixade34+1/36+6semanasIG

nãohouvediferenc¸asignificanteentreosgrupos quantoà presenc¸adecomplicac¸õesduranteo usodecadaumadas técnicas. Justifica-se essa diferenc¸a pelo fato de o pre-maturo na faixade 34+1/36+6 semanas de IG termaior maturidade neurológica,conseguirmelhor manutenc¸ãodo seuestadodealertaecoordenac¸ãodasucc¸ão,deglutic¸ãoe respirac¸ãoduranteadietaporviaoral.

Destaca-secomo limitac¸ãodesteestudoonãocontrole dafrequênciadeevacuac¸ãoouocorrênciadediarreiacomo possíveiscomplicac¸õesnousodastécnicasusadas.

Também não foi observado resultado significante em relac¸ão aos grupos quanto às taxas de aleitamento maternoexclusivonaaltahospitalar.Acreditamosnãohaver diferenc¸adevidoaambososgruposteremrecebidoac¸õesde incentivo eapoioàamamentac¸ão,comoestímuloprecoce daordenha,orientac¸õeseincentivoaométodocangurueao aleitamentomaterno,porsetratardeumarotinanaUTIN doHC-UFPR.

Alémdisso,destaca-sequeapreocupac¸ãodesteestudo foi demonstrar a seguranc¸a da técnica sonda-dedo como métododetransic¸ãodaviagástricaparaviaoral,enãocomo métododealimentac¸ão.Issoporqueoobjetivofinalé sem-preprestarumaassistênciaquepossapriorizarapresenc¸a damãenaUTINealinharastécnicasdeincentivoao aleita-mentomaternoaodesejomaterno.

Próximosestudosaindaprecisamserfeitosparaverificar arepercussãodatécnicasonda-dedonaprevalênciadoAM pós-altaeseusimpactosemlongoprazo.

Por fim, acrescenta-se que apesar de a literatura ser escassa quanto à descric¸ão, indicac¸ão e ao uso da téc-nica sonda-dedo, acredita-se ser essa técnica uma forma de transic¸ão alimentar que beneficia o prematuro, prin-cipalmente na faixa IG corrigida de 32-34 semanas, por possibilitarotreinodesucc¸ãoeaofertadeleiteporviaoral seguraeeficaz,quandoaalimentac¸ãoporseiomaternonão forpossível.13---17

Osresultadosaquiapresentadosreforc¸amosbenefícios dessatécnicaeveiculamevidênciascientíficasoriundasda avaliac¸ão de tecnologiaalimentar a neonatos prematuros que certamente deverãoimpactar nodesenvolvimentode umapopulac¸ãomaissaudáveleassimcontribuirparauma sociedademaisestávelfísica,fisiológicaeemocionalmente. A técnica sonda-dedo mostrou-se um método opcional no início da transic¸ão alimentar superior em sua eficiên-cia,quandocomparadacomocopo,devidoàmenorperda deleiteofertadoeàincidênciadecomplicac¸ões, principal-mente nafaixade32-34semanasIG.Entretanto,otempo deofertadedietaapresentadopelatécnicasonda-dedofoi significantementemaiordoqueotempodedietapelocopo.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

(7)

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Imagem

Figura 1 Perda total medida pela pesagem da gaze nos grupos controle e experimental com 32-34 semanas IG e 34 + 1---36 + 6 semanas IG
Figura 2 Tempo de dieta nos grupos controle e experimental com 32-34 semanas e 34-36 semanas

Referências

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