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Raciocínio Humano e Falhas de Racionalidade. Prof. André C. R. Martins

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Academic year: 2021

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(1)

Raciocínio Humano e Falhas

de Racionalidade

(2)

Para a Semana da Páscoa

 Chequem o site do projeto Ockham:  http://www.projetoockham.org/index.php  Material a ser postado no COL (cursos

online -

http://col.redealuno.usp.br/portal/ ) este fim de semana.

(3)

Material de aula

 O curso vai ser baseado nas notas de

aula e uma apostila que logo será colocada no COL, após algumas atualizações.

 Além disso, há alguns livros

interessantes que vocês podem utilizar de forma complementar.

(4)

Bibliografia para a primeira

parte do curso

 Um excelente texto (apesar do título) é

Baron, J., Thinking and Deciding.

 Uma indicação do Prof. Camilo como

bom livro em português é Navega, S., Pensamento Crítico e Argumentação Sólida.

 A Biblioteca tem alguns textos muito

interessantes:

 Gauch, H., Scientific method in practice

(5)

O que é racionalidade?

 Como podemos definir comportamento

racional?

 Existem regras que dizem que nosso

raciocínio é falho? Se houver, quem tem razão, as regras ou nosso bom senso? Por quê?

(6)

 A racionalidade é entendida como uma

série de regras que qualquer raciocínio deve seguir para poder ser

considerado correto.

 Estas regras podem lidar com

situações de certeza (dedutivas) ou incerteza (indutivas).

(7)

Raciocínio Lógico

 Suponha que cada uma das cartas

abaixo tenha uma letra de um lado e um número do outro e alguém diga: “Se

uma carta tem uma vogal em um lado, ela tem um número par do outro lado.” Quais das cartas precisariam ser

viradas para decidir se a pessoa está mentindo?

(8)

Tversky e Kahneman, 1982

 Linda tem 31 anos, é solteira, franca e muito

inteligente. Ele se formou em filosofia e, durante a faculdade, preocupava-se

profundamente com os problemas de discriminação e justiça social, tendo, também, participado de manifestações

antinucleares. Qual das alternativas abaixo é mais provável?

1. Linda é caixa de um banco

2. Linda é caixa de um banco e participa ativamente do movimento feminista.

(9)

Exemplo 2

(Nisbett & Ross, 1980)

Suponha que um estudo com 250 pacientes

neurológicos encontrou as seguintes freqüências para tontura e tumor cerebral:

Qual (quais) das células é (são) necessária(s) para se

determinar se tumor cerebral está associado à tontura nesta amostra? De acordo com a tabela, a incidência de tumor parece estar associada a observação de

tontura nos pacientes?

Tumor Cerebral

Presente Ausente Presente 160 40

(10)

 Imagine que o país está se preparando para o

aparecimento de uma epidemia de uma rara doença asiática que, estima-se, irá matar 600 pessoas. Dois programas alternativos para se combater a doença foram propostos. Assuma que as estimativas científicas exatas para o resultado de cada programa sejam os dados abaixo:

 Se o Programa A for adotado, 200 pessoas serão

salvas.

 Se o Programa B for adotado, existe um terço de

chance de que todas as 600 pessoas sejam salvas e dois terços de que todas morram.

(11)

 Imagine que o país está se preparando para o

aparecimento de uma epidemia de uma rara doença asiática que, estima-se, irá matar 600 pessoas. Dois programas alternativos para se combater a doença foram propostos. Assuma que as estimativas científicas exatas para o resultado de cada programa sejam os dados abaixo:

 Se o Programa C for adotado, 400 pessoas morrerão.

 Se o Programa D for adotado, há um terço de chance de

que ninguém morra e dois terços de chance de que todos morram.

(12)

Você sabe que uma determinada doença é observada

em 1 a cada 1000 pessoas.

Um teste para tentar determinar se uma pessoa possui

esta doença é sujeito a erros. Para simplificar, vamos assumir que a chance de se obter um resultado errado é de 2%. Ou seja

Se você estiver doente, há 2% de chance de que o teste

indique que você está saudável.

Se você estiver saudável, há 2% de chance do teste

dizer que você está doente.

Você faz o teste e obtém um resultado positivo,

indicando que você deve estar doente. Dado que há a chance de o teste estar errado, qual é a chance real de você estar doente?

(13)

Você sabe que uma determinada doença é observada

em 1 a cada 1000 pessoas.

Um teste para tentar determinar se uma pessoa possui

esta doença é sujeito a erros. Para simplificar, vamos assumir que a chance de se obter um resultado errado é de 2%. Ou seja

Se você estiver doente, há 2% de chance de que o

teste indique que você está saudável.

Se você estiver saudável, há 2% de chance do teste

dizer que você está doente.

Você faz o teste e obtém um resultado positivo,

indicando que você deve estar doente. Dado que há a chance de o teste estar errado, qual é a chance real de você estar doente?

(14)

Como saber o que é certo?

 Em cada um dos casos anteriores,

conseguimos entender o erro que cometemos.

 Mas como garantir no futuro que

nossas análises não serão vítimas de problemas semelhantes?

(15)

Ferramentas úteis

 Lógica Dedutiva – quando aplicável,

demonstra a veracidade de

proposições, a partir de outras que consideramos verdadeiras.

 Lógica Indutiva – lida com graus de

certeza – é mais geral, mas não fornece demonstrações.

(16)

Falácias

 Existem muitas falácias comuns já

identificadas.

(17)

 Há outros exemplos mais sofisticados

de falha no raciocínio humano.

 São falhas no sentido de não

concordarem com as normas da Teoria da Decisão

(18)

“Teoria” da Decisão

 A definição do que significa

comportamento racional em um contexto de tomada de decisão com incerteza foi desenvolvida por von Neumann e

Morgenstern (1947).

Savage (1954) expandiu o conceito,

introduzindo a idéia de que a

maximização de utilidade seria feita a partir de probabilidades subjetivas.

(19)

Bases da Decisão

Probabilística

 Diferentes pontos de partida levam à

mesma formulação da racionalidade obtida por Savage:

 Plausibilidade e lógicas indutivas  “Dutch Books” - apostas

(20)

Decisões Humanas

 Seres humanos possuem formas de

mudar de opinião e tomar decisões que não necessariamente seguem as regras que definem a racionalidade.

 Formas de raciocínio diferentes levam a

conclusões diferentes.

(21)

Paradoxos?

 Paradoxos de Allais (1953) e Ellsberg

(1961) - primeiras observações de não concordância entre o comportamento humano e as previsões da teoria da decisão

 Escolha entre diferentes apostas mostra

que pessoas não possuem uma função utilidade como definida por von

(22)

Pessoas e Probabilidades

 Kahneman & Tversky

(1979,1992)

sugeriram que, ao tomar suas decisões as pessoas podem estar alterando os

valores associados a cada possível

retorno, assim como os valores das

probabildades

(funções peso, como na figura ao lado,

(23)

Dominância Estocástica

 Qual das duas apostas abaixo você

preferiria? 1) 90% de chance de ganhar R$96,00 10 % de chance de ganhar R$12,00 ou 2) 90% de chance de ganhar R$96,00 5 % de chance de ganhar R$14,00 5 % de chance de ganhar R$12,00

(24)

Detectando Relações

 Quando parece haver relação entre

variáveis, as pessoas detectam

relações mesmo quando elas não

existem (Chapman & Chapman, 1967 – pares de palavras relacionadas).

 Da mesma forma, quando nenhuma

relação é esperada, pessoas falham em notar até mesmo relações bem fortes

(25)

Fazendo Análises e Previsões

 Um resultado bastante consistente

observado na literatura é o de que pessoas, mesmo especialistas,

costumam tomar decisões em análise de dados menos precisas do que

simples regras provenientes de uma regressão (Bishop & Trout, 2005).

(26)

Outros Efeitos

 Qual sequência abaixo parece mais

com o que você esperaria de resultado para um lançamento de uma moeda

(H=cara, T=coroa)?

1) HTHHHTTTTHTHHTTTHHHTH

(27)

Conservadorismo

 Quando recebem novos dados, em

geral, as pessoas mudam suas opiniões menos do que deveriam, ou seja, tem

uma tendência a conservar opiniões anteriores (Phillips & Edwards, 1966).

(28)

Efeitos de Ordem

 A ordem em que uma questão é

apresentada pode alterar

significativamente os resultados de uma pesquisa (Plous,1993).

(29)

Calibração

 Excesso/falta de confiança – ao pedir

para que pessoas estimem a chance de elas terem acertado uma questão, em geral, elas fornecem chances maiores que as reais.

 Este efeito se inverte quando a chance

de acerto é muito grande – neste caso, elas fornecem chances menores.

(30)

Heurísticas

 Nosso bom senso, em vários casos,

parece utilizar regras simples que resolvam os problemas de forma

correta em boa parte dos casos, mas não sempre:

 Pequenas amostras e detecção de

variáveis relacionadas (Kareev, 1997).

 Existência de heurísticas eficientes para

tomada de decisão - “Take the best”, minimalista (Martignon, 2001).

(31)

 Boa parte dos erros que vimos podem

ser explicados desta forma.

 Alguns pesquisadores sugeriram que

nossos cérebros são bem equipados para resolver problemas específicos; em situações diferentes, é natural que nossas análises forneçam resultados errados.

(32)

 Tendo sido um aluno dedicado, você

consegue um emprego pagando um

bom salário e decide comprar um carro. Como você escolheria qual o carro você vai comprar?

(33)

Adaptação

 Nosso cérebro parece ser bem adaptado

para resolver problemas complexos de forma rápida e razoavelmente eficiente.

 Evolução – custos x benefícios de uma

análise mais precisa.

 Apesar de eficiente, nossas heurísticas não

são perfeitas – necessidade de métodos de checagem das conclusões a que chegamos.

(34)

Racionalidade Limitada

 Temos uma racionalidade limitada. Ela

é eficiente para a maior parte dos problemas práticos, mas falha em várias circunstâncias.

 De forma a construir um raciocínio

sólido, precisamos aprender o que faz com que ele seja sólido, assim como conhecer os erros que seres humanos cometem rotineiramente.

(35)

Bibliografia

Allais, Maurice. (1953). The behavior of rational man in risky situations - A critique of the axioms and postulates of the American School. Econometrica, 21, 503-546.

Bishop, M. A. & Trout, J. D. (2005) Epistemology and the Psychology of Human Judgment. Oxford, Oxford University Press.

Chapman, L. J., & Chapman, J. P. (1967) Genesis of popular but erroneous psychodiagnostic observations. Journal of Abnormal Psychology, 72, 193-204.Ellsberg, Daniel. (1961). Risk, ambiguity and the Savage axioms. Quart. J. of

Economics, 75, 643-669.

Hamilton, D. L., & Rose, T. L. (1980) Illusory correlation and the maintenance of stereotypic beliefs. Journal of Personality and Social Psychology, 39, 832-845.Kahneman, Daniel, & Tversky, Amos. (1979). Prospect theory: An analysis of

decision under risk. Econometrica, 47, 263-291

Kahneman, Daniel, & Tversky, Amos. (1992). Advances in prospect theory: Cumulative representation of uncertainty. J. of Risk and Uncertainty, 5, 297-324.

Kareev, Yaakov, Lieberman, Iris, & Lev, Miri. (1997). Through a narrow window: Sample size and the perception of correlation. J. of Exp. Psych.: General, 126, 278-287.

(36)

Martignon, Laura. (2001). Comparing fast and frugal heuristics and optimal models in Gerd Gigerenzer, & Reinhard Selten (eds.), Bounded rationality: The adaptive toolbox. Dahlem Workshop Report, 147-171. Cambridge: Mass, MIT Press.

Martins, A. C. R. (2005). Adaptive Probability Theory: Human Biases as an Adaptation. Cogprint preprint at http://cogprints.org/4377/

Martins, A. C. R. (2006) Probability Biases as Bayesian Inference. Judgment and Decision Making, v.1, n. 2, 108-117.

Nisbett, R. E. & Ross, L. (1980) Human inference: Strategies and shortcomings of social judgment. Englewood Cliffs, Prentice Hall.

Philips, L. D., & Edwards, W. (1966). Conservatism in a simple probability inference task. Journal of Experimental Psychology, 72, 346-354.

Plous, S. (1993) The Psychology of Judgment and Decision Making. New York, Mc-Graw Hill.

Savage, Leonard J. (1954). The Foundations of Statistics. New York: Wiley.Tversky, A. & Kahneman, D. (1982) Judgement of and by representativeness.

Em D. Kahneman, P. Slovic & A. Tversky,Judgement under uncertainty: heuristics and biases. Cambridge, Cambridge Unviersity Press.

von Neumann, John, & Morgenstern, Oskar. (1947). Theory of Games and Economic Behavior. Princeton: Princeton University Press.

Referências

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