v
U
^ fi.
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO
SÓCIO
ECONOMICO
.ó 'DEPARTAMENTO
DE
CIÊNCIAS
DA ADMINISTRAÇÃO
COORDENADORIA
DE
ESTÁGIOS
O
crescente setor
de
1
A
1 I 1 'I F
Previdencia Privada
no
Brasil.
um
confronto
entre
os sistemas
~
fechado
e aberto
I[
Trabalho
de
Conclusão de
Estágio,.
^ A
Academico
Alexandre
Augusto
Koller ~Orientado por
Prof.
Fernando
Ferreirade
Mello Júnioro ` Área de Concentração Administração Financeira `, í Florianópolis, agosto
de
1998. ‹ OEste Trabalho
de
Conclusão
de
Estágio foiapresentado e
julgado pela.f
banca
examinadora
abaixonominada,
a qual atribuiu a nota5
fz(7¿¿¿Q
/É
Ú‹,‹/(C0) )ao
alunoAlexandre Augusto
Kollerna
disciplina'CAD
5401
stágio Supervisionado Obrigatório'.Banca
examinadora:
s
Qué/2
fF
dF
irde
-%~c.
Pro. ernan
o
erreK- -r dente
//
›/ / /_ Prof.!
0!'ger~
Dr.Membro
rofG~
»Me
rAGRADECIMENTOS
Ao
professorFemando
Ferreirade
Mello Júnior, pela dedicação, paciência,competência
econfiança demonstrados na
orientação destetrabalho. ~ .
Aos
professores RolfHermann
Erdmann
e Gerson'
Rizzatti, pela orientação metodológica e sugestõesde
aprimoramento.
_Aos
colegasda PREVISC,
pelaamizade
epreocupação
em
fazer-mesentir,
em
todosos
momentos,
como
um
membro
da
equipe.'
U
- ~ . _.
Ao
Ulisses,pea
especialatençao
e orientaçao prestada duranteo
estágio na
PREVISC.
`
Ao
senhor
Alfeu Luiz Abreu,da Associação
Brasileiradas
EntidadesFechadas de
Previdência Privada -ABRAPP,
pela colaboração .no
fomecimento
de
material bibliográfico e intermediaçãode
contatos." `
Aos
senhores
Hernani Sobierajski e Albert Junqueira,da Santa
CatarinaSeguros
e Previdência S. A., pela seriedadena
prestaçãode
informaçõesimprescindíveis para a conclusão deste trabalho.
Aos
meus
pais,Osvino
e Evely, emeus
irmãos, Larissa e' Felipe, peloincentivo na
passagem
de
maisuma
,etapada minha
formação.À
Aline, pelo carinho e apoio constante e incondicional.Aos
meus
amigos
e colegasdo
curso, pelocompanheirismo no
decorrersuMÁR|o
LISTA
DE
SIGLAS
LISTA
DE TABELAS
1
INTRODUÇAO
1.1 Caracterização
das
organizações‹ ~
1.1.1
PREVISC
. _"1.1.1.1
Órgãos de
controle superior e orientação administrativa.1.1
Conselho
Diretor _ ' ' 1.1.2Conselho
Fiscal ' .1.1.1.3 Diretoria1.1.2 Santa Catarina
Seguros
e Previdência S. A.-1.1.2.1 Constituição acionária ' 1.2
Tema
problema
1.3 Justificativa 1.3.1 Importância 1.3.2Oportunidade
1.3.3 Viabilidade 2OBJETIVOS
V 2.1 Objetivo geral É I 2.2 Objetivos especificos ' -A -L .-A ._L -.L z . ._L ~ 1 ¬^ 3FUNDAMENTAÇAO
TEORICA
3.1 Previdência Social e Privada: definições
3.2 Estado Liberal e
Estado
Protetor3.3
A
Previdência Socialno
Brasil: breve histórico 3.4A
Previdência Privada V3.4.1
As
EntidadesFechadas
de
Previdência Privada3.4.2
As
Entidades Abertasde
Previdência Privada3.5 Tipos
de
Planosde
BeneficiosA
3.6
Regimes
financeiros4
|v|EToooLoc-:.|A .¿
4.1 Tipo
de
pesquisa4.2 Técnica
de
coletade dados
4.3 Técnicade
análise '5
A
PREVIDÊNCIA SOCIAL
NO
BRASIL
ATUAL
_5.1 Contribuições
5.2 Elegibilidade
aos
benefícios 5.3 Cálculodos
beneficios5.4 Reforma da
previdência 18 1819
1920
21 21 \lO¡O)O)U'l-lä-P~C›JOJ(›.>I\)l\JI\)--.\ 8 8 8 9 9 11 12 1314
15 15 1718
186
MODELOS
ESTRANGEIROS
DE
PREVIDÊNCIA
6.1 Estados
Unidos
da
América
6.2 ReinozUnido 6.3
Holanda
6.4Espanha
6.5 Chile _ 6.6 Uruguai _ _7
A
PREVIDÊNCIA
PRIVADA
NO
BRASIL
7.1
Aspectos
legais7.2
O
caso
da
PREVISC
7.2.1 Planos
de
beneficio definido'
7.2.1.1 Cálculo
das
contribuições '7.2;1.1.1
Taxa de
inscrição7.2.1.2 Elegibilidade
aos
beneficios 7.2.1.3 Cálculodos
beneficios7.2.1.4 Participante desligado
da
patrocinadora 7.2.2 Planosde
contribuição definida7.2.2.1 Cálculo
das
contribuições 7.2.2.1 .1 Contribuição Básica7.2.2.1.2 Contribuição Especial
do Empregado
. 7.2.2.1.3 Contribuição
Nomial
-
7.2.2.1_.4 Contribuição Especial
da
Patrocinadora7.2.2.1.5
Taxa de
inscrição 7.2.2.2 Elegibilidadeaos
benefícios 7.2.2.3 Cálculodos
beneficios7.2.2.3.1 Aposentadoria
Normal
7.2.2.3.2 Aposentadoria Antecipada .
7.2.2.3.3 Auxílio-doença
e
Aposentadoria por Invalidez'
7.2.2.3.4
Pensão
por Morte7.2.2.4 Participante desligado
da
patrocinadorae7.3
O
caso da Santa
CatarinaSeguros e
Previdência S. A.7.3.1 Cálculo
das
contribuições z7.3.2 Elegibilidade
aos
beneficios .7.3.3 Cálculo
dos
beneficios 7.3.4Término do
vinculos
cÁi.cui.o
ATUARIAI.
E
cARAcTERisT|cAs
bos
PLANOS DE
PREVIDÊNCIA
PRIVADA
8.1
O
papeldo
atuário V. 8.2
A
naturezado
cálculo atuarialdos
planosde
benefícios8.3
As
característicasdos
planosBD
eCD
8.4
Comparativo
entrefomias
devaposentadoriacomplementar
9
coNs|oERAçõEs
i=iNAis'A
I
1o s|B|.|oeRAi=iA
ABRAPP
AL
BESC
BC
BD
CD
FAPI
FEcoMÉRc|o
FGV
FIESC
FIEMS
FIEP
FUMBESC
FUNDEPE
FUSESC
EAPP
EFPP
_EPP
IBGE
IGP-DIIGP-M
INPC
INSS
PGBL
SEBRAE
SENAC
SENAI
SESC
SESI
SUSEP
SPC
UNIVALI
URP
LISTA
DE
SIGLAS
Associação
Bras.das
EntidadesFechadas de
Prev. PrivadaAmérica
LatinaBanco
do Estado
de
Santa
CatarinaBanco
Central -Benefício
Definido
,Contribuição
Definida
Fundo
de
AposentadoriaProgramada
IndividualFederação
do
Comércio
do
Estado
de
Santa
CatarinaFundação
Getúlio Vargas' zFederação das
Indústriasdo Estado de Santa
CatarinaFederação das
Indústriasdo Estado do Mato
Grosso do
SulFederação das
Indústriasdo
Estado do Paraná
Fundo
de
Pensão
MultipatrocinadoBESC
I.Fundação de
Ensino,Pesquisa
eExtensão
_
Fundação
CODESC
de
Seguridade
Social Entidade Abertade
Previdência Privada EntidadeFechada de
Previdência Privada Entidadede
Previdência PrivadaInstituto Brasileiro
de
Geografia
e
EstatísticaÍndice Geral
de
Preços
+
Disponibilidade Interna ›Indice Geral
de
Preços
de Mercado
Índice Nacional
de
Preços ao
Consumidor
Instituto Nacional
de
Seguridade
SocialPlano
Gerador
de
Benefício LivreServiço
de Apoio
às Microe
Pequenas Empresas
Serviço Nacionalde Aprendizagem
Comercial Serviço Nacionalde Aprendizagem
Industrial Serviço Socialdo
Comércio
~Serviço'Social
da
IndústriaSuperintendência
de Seguros
Privados Secretariade
PrevidênciaComplementar
Universidadedo
Vale do.l.tajaíTABELA
O1TABELA
02
TABELAo3
TABELAo4
TABELAo5
TABELAos
TABELAo1
TABELAoa
TABELAo9
TABELA1o
TABELA11
TABELA12
TABELA13
TABELA14
TAsELA1s
TABELA1ô
TABELA11
TABELA1s
TABELA19
TABEuAzo
TABELA21
TABELA
22
LISTA
DE
TABELAS
` .Constituição acionária
da
Sta. CatarinaSeg.
e Prev. S. A.Contribuições para a Previdência Social
Elegibilidade
aos
benefícios da.Previdência Social Cálculodos
benefíciosda
Previdência SocialElegibilidade
aos
benefíciosapós
a reformada
previdência Limitesde
investimentosdas
EFPPs
-'
Limites
de
investimentosdas
EAPPs
"Planos de
Beneficiosda
PREVISC
Participantes
da
PREVlSC
E
Beneficiários
da
PREVISC
Contrib.
dos
Participantesdos
planosBD
da
PREVISC
H
Contrib.
das
Patrocinadorasdos
planosBD
da
PREVISC
Elegibilidade
aos
benefíciosdos
planosBD
da
PREVISC
Cálculodos
benefíciosdos
planosBD
da
PREVISC___ Cálculodo
benefíciomínimo dos
planosBD
da
PREVLISC
Contrib.
dos
Participantesdos
planosCD
da
PREVISC
Contrib.
das
Patrocinadorasdos
planosCD
da
PREVISC
Elegibilidade
aos
benefíciosdos
planosCD
da
PREVISC
Cálculo
dos
beneficiosde
riscodos
planosCD
da
PREVISC
'Possibilidades
de
rendacomplementar
à aposentadoriaVantagens
das
EFPPs
1
|NTRopuçÃo
As
grandes
corporações,de
uma
maneira
geral,têm
se preocupado
cada vez
maiscom
o bem-estar dos seus
colaboradores, tantono
ambiente
de
trabalho
como
no ambiente
doméstico. Estapreocupação é
compreensível, principalmentese levarmos
em
consideraçã_o amelhora
do
ânimo das
pessoas, traduzidaem
menor
número de
faltas eaumento do
desempenho
no
trabalho." _
Uma
das
inúmeras» maneirasde
aempresa
valorizar osseus
funcionários é proporcionar-lhes
uma
garantiade
que,após terem
contribuído duranteanos
eanos
com
oseu
esforço ededicação
para a organização, estaos
permita continuar vivendocom
um
patamar
de
renda semelhante ao
que
tinham na ativa.E
é esteo
principal papeldas
entidadesde
previdência privada,d
de
complementar
a prestação da_previdência estatal (básica),que
normalmente
ébem
inferiorao
salárioque
aspessoas
tinham antesde
se aposentarem.
Este trabalho foi realizado tendo
como
objetosde
estudo
duas
entidadesde
previdência privada situadasem
Florianópolis,numa
tentativade
apresentaruma
visão geraldo mercado
deprevidênciacomplementar
no
país.A
Sociedade
de
PrevidênciaComplementar do
Sistema Federação das
Indústrias
do Estado
de
Santa
Catarina- PREVISC,
é
uma
empresa
que
contaatualmente
com
cercade
20
funcionários. Foino
Setorde
Benefícios destaentidade
que
o estágio foi efetivamente realizado.-A titulo
de
comparação
entreum
planode
previdência privadafechada e
i - .
um
planode
previdência privada aberta, decidiu-se entrarem
contatocom uma
segunda
entidade para aexecução
do
estudo.2
mostrou-se
prontamente
aberta a este tipode
trabalhoacadêmico,
atravésda
pessoa
do
seu Diretor Executivo, tendo omesmo
concluidoo
cursode
Administração
há poucos
anos.numa
escoladesta
capital.Também
tem
um
quadro
de
20
funcionários.Passamos
a
seguir à caracterizaçãodas
organizaçõesque
compõem
o
estudo:
1.1
Caracterização
das
organizações
1.1.1
PREVISC
A
PREVlSC
-
Sociedade
de
PrevidênciaComplementar do
Sistema
Federação das
indústriasdo Estado de Santa
Catarina-
é, talcomo
descreve
seu
estatuto,“uma
entidadefechada de
previdênciacomplementar, na forma
de
sociedade civil,sem
fins
lucrativos”. `~Localizada
no
2°andar do
Edificio CelsoRamos,
sito àRodovia
Admar
Gonzaga,
n° 2.765, bairro Itacorubi, nesta capital, aPREVISC
tem
porfinalidade principal a
complementação
de
benefíciosda
Previdência Socialaos
seus
associados e respectivosdependentes.
.Criada
em
1987
para gerenciar' planosde
beneficios para oscolaboradores
do
Sistema FIESC,
aPREVISC
é hojeum
fundo multipatrocinadocomposto
de 25
entidades patrocinadoras,com
cercade
6.000 clientes ativos e540
inativosde
norte a suldo
país, administrandoum
patrimônio
de mais de
R$
45
milhões.1.1.1.1
Órgãos de
controlee
superior
orientação administrativaOs
Órgãosde
controle ede
superior orientação administrativada
3
1.1.1.1.1
Conselho
DiretorO
Conselho
Diretorda
PREVISC
écomposto
por até 8 (oito) pessoas,sendo
estasvagas
distribuídasem
conformidade
com
os seguintes critérios:a)
4
(quatro) representantes indicados pelas Patrocinadoras Instituidoras;b)2
(dois) representantesdos
Participantesda
PREVISC,
eleitos pelosmesmos;
c)
o
Presidenteem
exercícioda
Associação dos Pré-Aposentados
e'Aposentados do Sistema
FIESC-APAS;
' “
d)o
Presidentedo Conselho
Diretor, a ser indicado pelo Presidenteda
Federação das
Indústriasdo Estado
de
Santa
Catarina (FIESC).1.1.1.1.2
Conselho
Fiscal`O
órgãode
fiscalizaçãoda
PREVISC
tem
como
principal objetivo ocontrole
da
gestão econômico-financeirada
Sociedade.Os
ocupantes das
3 (três) vagas.do
conselhosão
escolhidos a critériodo
Presidenteda FIESC,
devendo
osmesmos
serem
submetidos ao Conselho
Diretor. .A
reuniãodo
Conselho
Fiscal ocorre ordinariamenteuma
vez ao
ano,podendo
serconvocada
extraordinariamente peloseu
presidenteou
pela maioriados
seusmembros.
C'
1.1.1.1.3 Diretoria
A
Diretoriada
PREVISC
é
composta
pelo Diretor Superintendente, peloDiretor'Administrativo e Financeiro e pelo Diretor Técnico, tendo
cada
um
delesmandato
portempo
indeterminado,podendo
ser substituídos a qualquertempo.
-'
.
O
Diretor Superintendenteé
indicado pelo Presidenteda
FIESC.
Este,4
membros
da
Diretoria.1.1.2
Santa
Catarina
Seguros
e
Previdência~S. A.A
criaçãoda
Santa
CatarinaSeguros
e Previdência S. A.começou
a ser discutida entresuas
empresas
constituintesem
setembro
de
1995.Em
novembro
do
ano
seguinte iniciaram as operações,com
avenda
do
primeiro planode
beneficios. Criada a partirda associação
do Banco do
Estado
de
Santa
Catarina-
BESC
- com
outrosbancos e seguradoras
de cunho
nacionale internacional, atua
no
campo
da
previdênciacomplementar
aberta,como
tambémmo
ramo
“vida”de
seguros.Seu
planode
previdênciacomplementar
adotou amarca
'BESC
Previdência”, tendoatualmentecerca
de
1.500participantes, todos ativos.
Com
sede
àRua
Jerônimo
Coelho, n° 389, 6° andar,no
centrode
Florianópolis, a
Santa
CatarinaSeguros
e Previdência S. A. administra hojeum
patrimônio
que
ultrapassaos
dois milhõesde
reais. -~_
1.1.2.1
Constituição
acionáriaA
Santa
CatarinaSeguros
e Previdência S. A. é constituída por 7acionistas principais,
além dos
minoritários.No
quadro
a seguirapresentamos
a distribuição
do
controle acionário entreos
sócios constituintes,além
do
número
de vagas
aque
cada
um
tem
direitode ocupar no Conselho
de
Administração
da
empresa:
'~
5
TABELA
01-
Constituição acionáriada
Sta. Catarina Seg. e Prev. S. A.séc,-os' . Constiturçao
N°
de.vagas
acronana; (%)
no
Conselho
Banco do Estado de Santa Catarina 33,00 3SIM/FUSESC
12.00 1Companhia Paulista de Seguros 11,66...
Vera Cruz Seguradora 11,66...
Icatu Hartford 11,66... Deutsche Bank 10,00 Seguradora
Roma
5,00 Livres 5,00TOTAL
_ , - 100,00 8 Ç)Ç)_¡_¡..¡...¡Fonte: Santa Catarina Seguros e Previdência S. A. (fev./98)
O
Presidentedo
Conselho
é escolhido, impreterivelmente, por indicaçãodo
maior acionista(BESC).
1.2
Tema
problema
As
Entidadesde
Previdência Privada (oucomplementar)
surgiramcomo
uma
alternativa paraque
aspessoas
com
um
patamar maior
de
rendanão
perdessem
oseu poder
aquisitivo a partirdo
momento
da
sua
aposentadoriapela Previdência Social. ,
Regulamentado
em
15de
julhode
1977, pela Lei 6.435, o setor privadode
previdênciavem
crescendo
'dia a dia, principalmente_após o iníciodo
Plano Real,quepretendeu
a estabilizaçãoda economia
euma
sensívelredução da
pobreza no país.As
pessoas
que optam
por participarde
um
plano privadonão
estão isentasdo pagamento
da
contribuição para a Previdência Social,que
é compulsório,mas,
ao
fazerem
esta opção,têm
asegurança
de
um
benefício extrano
futuro,em
complementação
ao
beneficioa
que
já tinhamdireito, possibilitando
assim
amanutenção
do seu padrão
de
vida.‹
Busca-se, neste trabalho, esclarecer
o funcionamento e demonstrar
asparticularidades
dos
doisgrandes
gruposde
Entidadesde
Previdência Privada no Brasil: as EntidadesFechadas
e as Entidades Abertas,que
diferem,6
Basicamente
pelo sistema'de
captação
de
clientes.Enquanto
que
as* EntidadesFechadas
de-Previdência Privadaexigem
que
os
participantesestejam
fiiíados aâfempresas 'patrocinadoras',as
Entidades Abertas aceitamcomo
participantemralquer pessoa
que se
mostre interessada epossa
cumprircom
ocompromisso
em
questão
(fomiaçãodo
fundode
previdência).O'
ponto principaldo
estudoé
permitiraos
interessadoso
fácilalt-'endimento
do
funcionamento
destas entidades, no intuitode
auxiliá-losna
mpção
por participarou não de
um
planode
Previdência Privada.'ã..3 Justificativa
Conhecendo
as
condiçõesem
que
se encontra o sistema previdenciário cmlficialno
Brasile a
rapidezcom
que
vem
crescendo
o setor privadodos fundos
de
pensão
éque
se
optou
por fazerum
estudode caso
em
Entidadesde
ifirevidência Privada,uma
fechada
e outra aberta,~apresentando
e -ico'n”frontandoo funcionamento dos seus
planosde
benefícios e àsvantagens
ie/ou
desvantagens
de
se
participar deles.'
1.3.1
importância
_ Busca-se,
com
este
trabalho,demonstrar
o
queié
ecomo
funciona osistema
previdenciário privadono
Brasil,como
são captados e
aplicadosos
:recursos
e
quaisas
implicações e importância disto para asociedade
em
geral,tendo
em
vistaos
consideráveismontantes
financeiros administrados pelos iãiundosde
pensão,que
compõem uma
importante fontede
recursos parañinanciamento
de
projetosno
país.1.3.2
.Oportunidade
_7
aumento do
poder
aquisitivodo
trabalhador,estando
estepreocupado
com
o
seu
futuro e odos seus dependentes,
omercado de
previdênciacomplementar
é
consideradocomo
de
grandes
perspectivasde
crescimento, principalmentese se
levarem
consideração, por exemplo,que apenas 4,71% da
população
brasileira era atingida pelo setor
fechado
de
previdência privadaem
1988",ao
passo que
nos Estados
Unidos,em
1973, esta- taxa beiravaos
60%
(FALCHETTE,
1988).1 .3.3 Viabilidade
As
condições para a realizaçãodo
trabalhoforam
viabilizadas pelos dirigentesda
PREVISC
eda Santa
CatarinaSeguros
e Previdência S. A. que,além de
proporcionarem informações e material para pesquisa,mantiveram
diálogo proveitoso para o Estagiário.Assim
o interesse pessoaldo
alunopode
ser satisfeito e facilitada asua
atuação.2
OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral
Descrever
o funcionamento de duas
Entidadesde
Previdência Privada-
uma
fechada eoutra
aberta,enfocando
osseus
planosde
benefíciose
analisando assuas semelhanças
e diferenças,com
o
propósitode
se apuraras vantagens e desvantagens de
se participar deles.2.2 Objetivos
específicos
a) contextualizar historicamente a Previdência Social
no
Brasil, citandoas
“
principais razões
que
levaramao
surgimentodo
setor privado;b) apresentar breve' síntese
de
modelos de
planosde
beneficiosprevidenciários
experimentados
em
outros países;" .
c) identificar
os
principais aspectos legais_ e normativos para,o
funcionamento das
Entidadesde
Previdência Privadano
Brasil;d)
demonstrar as
particularidades/diferençasde
funcionamento dos
planosde duas
entidadesde
Previdência Privada,uma
fechada
e outra aberta'
(estudo
de
caso);planos.-~ r
3-
FUNDAMENTAÇAO-TEORICA
Apresenta-se,
nas
páginas a seguir,uma
discussãoacerca
do tema
“Previdência Social
e
Privada”,com
o intuitode
esclarecer eventuais- dúvidasem
relaçãoao
mesmo,
além de
apresentar conceitose
direcionar a linhade
pensamento
de acordo
com
os
'objetivos estabelecidos anteriormente.3.1 Previdência Social
e
Privada:definições
Para o correto
entendimento
deste estudo, faz-se necessárioinicialmente apresentar
os
conceitos básicosque
estão subjacentes a algunstermos
específicosda
área, a saber:a)~:
benefício principalde
um
fundo
de
previdência;pago
normalmente
,naforma
de
renda vitalícia,podendo,ser
concedidoquando o associado
preencher (totalou
parcialmente,dependendo
da
circunstância)
os
requisitos referentes aum
dos casos
abaixo:- velhieez genericamente, é definida,
como
uma
idade,_maisou
menos
avançada,
em
que
apessoa passa
a vivernum
estado
de
carência,não
apenas
física,mas
também
de meios
de
subsistência (hojeem
dia, para diminuir o impactocausado
pelotermo
'velhice', se utiliza aexpressao 'aposentadoria por idade'); ç _
`
-
~:
período durante o qual o participante contribuiregularmente para a Previdência Social. Atualmente, para se
aposentar por
tempo de
serviço,o
período básicode
contribuição éde
35 anos
paraos
homens
ede 30 anos
para as mulheres;- invalidez:
estado
de
deficiência físicaou
mentalque
cerceiaou
tira totalmente, temporáriaou pemianentemente,
acapacidade
laborativado
inscritono
planode
benefícios (nocaso
de
invalidez temporária oassociado
recebe
um
benefíciochamado
auxilio-doença);b)
~:
segmento
da
previdência socialque
se propõe,fundamentalmente,
a prestar serviçosao
trabalhadorou
beneficiário;0) ciência
que
se
utilizade
diversoscampos
de
conhecimento,como
estatistica,matemática
(inclusive financeira)e
leisdas
10
determinados eventos
sobredeterminados
grupos,em
determinado
tempo;
d)
pessoa que
recebe
benefíciosde
um
planode
previdência;e) gggefiçigz
pagamento
ou
contraprestação devida. pela entidadede
previdência
ao
participanteou dependente,
sendo
classificadoem:
-
~:
pode
acontecere
ser necessárioa
qualquermomento, não
dependendo,
portanto,de programação
prévia (Ex.:aposentadoria por invalidez e
pensão
por morte);ou
--
~:
acontece
num
momento
prê-determinado,'
como
uma
idadeou
um
períodode
contribuições estabelecidosno
regulamento
do
plano (Ex.: aposentadoria por idadeou
portempo de
serviço); i
P
f) gagêggia: período
de tempo
ininterrupto e/ounúmero
mínimo
de
contn'buições.necessários para que, ocorrendo o fato
que
gere
direitoao
'
beneficio,
o
participanteou
beneficiário tenha direito a ele; ,_g)
~:
pagamento
mensal
efetuado pelo participante e/oupatrocinadora
à
entidadede
previdência, para acomposição do
fundo
de
previdência; V»
`
h) ggteio:
origem dos
recursosque
compõem
ofundo de
previdência;i)
~:
para aconcešsão de
benefícios, considera-sedependente
o
viúvoou
órfãode
participante,que
tiveressa
qualidadeperanteà
previdência social naçdatado
cálculodo
benefício;j)
ggggçgz
estadoanormal
de
saúde
que
traz paraas pessoas
implicaçõescomo
diminuiçãodo
rendimentono
trabalho,despesas
com
tratamentoe
necessidade
de
assistência médica, entre outros;k)
excedente
finangeirg: rendimentoobtidoacima
do mínimo
'garantidonos
_ planos
de
previdência privada; ~
l) partigigante: 'pessoa
que
se inscreve e contribui paraum
planode
previdência;
m)~t
participanteque
se inscrevenum
planode
benefícios
de
EntidadeFechada de
Previdência Privadano
seu períodoinicial,
definido no
regulamento, motivo esteque
garante algunsprivilégios
em
relaçãoaos
sócios não-fundadores; 1n)
~:
entidadeque
contribuide
forma
pennanente
e regularpara
uma
EntidadeFechada
de
Previdência Privada,com
a finalidadedeque
esta preste aseus empregados,
que
se
inscreveremcomo
participantes, a
complementação
dos
benefícios «concedidos pelaprevidência social; _
o)pgç_ú1ig: capital a ser
pago
de
uma
sóvez
ao
beneficiário,quando
ocorrer
a
morte
do
participanteou
quando
o
mesmo
optar por11
transformar a
sua
rendamensal
em
pagamento
único,na forma
estipuladano
planode
beneficios;P) p_e_|:1§.ãQ:
renda
percebida pelo beneficiáriode
um
planode
beneficios a partirda
mortedo
'associadode
quem
eradependente, estando aquele
aposentado ou
não;q) premio: custo
do
seguro
parao
segurado;r)
~:»sistema..
que
se propõe
aassegurar
osmeios
. indispensáveis
de manutenção
às pessoas, por motivode
incapacidade,desemprego
involuntário, idadeavançada,
tempo de
sen/iço,~encargosfamiliares
e
prisãoou
mortedaqueles
de
quem
dependiam
economicamente;
.s) Lenda: série
de pagamentos
mensais
ao
participante,na
forma
estabelecidano
planode
beneficios; '"t) §_e_g_\¿Lad_Q: sujeito
de
direito às prestaçõesda
previdência social e/ouprivada,
que
também
seestende aos seus dependentes;
'
u)
~:
conjunto integradode ações
de
iniciativados poderes
públicos ve
da
sociedade, destinadas a asseguraros
direitos relativos àsaúde, à previdência social e à assistência social;
v) sinistro: ocorrência
do
acontecimento previstono
contratode
seguro
eque
aseguradora é
obrigada, legalmente, a indenizar. _Estas
definições foram
extraídas eadaptadas das
obrasde
POSSAMAI
(1992),
PÓVOAS
(1985
e 1990),FUMBESC
(-1995),PREVISC
(1996),SCHROEDER
(1996) eSANTA
CATARINA
SEGUROS
E
PREVIDÊNCIA
S. A.(1996). .
'
3.2
Estado
Liberal eEstado
ProtetorO
Estado,quanto
àsua
política,pode
adotar dois diferentesposicionamentos:
o
de
Estado
Liberal eo
de
Estado
Protetor.Quanto
àssuas
funções, o
Estado
Liberal tem, “nocampo
da
cidadania, a defesado
direitoao
sufrágio,
do
direito à vidae
do
direito à propriedade,eno
campo
do
bem-estar,o
de
dar assistência àspessoas
carentes”(PÓVOAS,
1990).12
digna
a
todosos
membros
da
nação, inclusivamentee
sobretudo,nas
_suasnecessidades
decorrentesda
materializaçãodos
riscos sociais" (ibidem), muitoembora,
como
o
próprio autor reconhece, isto,na fonna
em
que
está colocado,seja
quase
utópico. 4O
fatoé que
o Estado, sozinho,não tem
meios
para gerenciarcom
eficiência
um
sistemade
previdência e assistência' social.Segundo
os neo-
liberalistascabe ao
trabalhador eao
empregador
“resolver oproblema
da
inatividade involuntária
do
cidadão ede
sua
assistência,sem
qualquer'interferência logistica
do
Estado,com
o
que
seconseguiriam
maiorese
melhores
beneficios,com
um
customenor”
(ibidem). _O
mesmo
autorjustifica este pontode
vistaafirmando que
asempresas,
por
serem
a principal fontede
riquezas, éque
deveriam
solucionar osgrandes
problemas
sociais,desde que
não sejam sufocadas
por cargas tributáriasexcessivas e
de
pouco
retorno,como
as contribuições paraa
Previdência Social, porexemplo.
-. í
3.3
A
Previdência
Socialno
BrasiI:_breve
históricoAlgum tempo
depoisda Revolução
Industrial,no
finaldo
séculopassado, surgiram
na Alemanha,
França, Inglaterra eEstados
Unidosos
primeiros. institutosde
previdência eseguros
sociais, que,de
início,beneficiavam
apenas
os funcionáriosdo
Estado. APode-se afirmar
que
os 'embriões'da
Previdência Socialno
Brasilforam
os
serviçosde saúde
prestados a títulode
caridade pela igreja.“No
início desteséculo foi introduzida a assistência
aos
militarese
funcionários públicos,sendo
que
até adécada de
vintenão
havianenhuma
interferênciado
Estado
no
sentido
de assegurar
serviços sociais." (FALCHE`l”l'E, 1988) .~As
primeiras iniciativasdo
governo foram
tomadas
a partirde
1923,13
fossem
criadas caixasde
.aposentadorias epensões
(Lei ElóiChaves
-
Decreto legislativo n° 4.682,
de
24/01/23).Em
1930
surgiu.o
Ministériodo
Trabalho, Indústriae
Comércio
e, algunsanos
depois proliferaram-seos
lAPs,ou
Institutosde
Aposentadorias
ePensões.
Cada
um
dos
lAPs
era dirigidoa
um
ramo
da economia,
que,de
acordocom
SCHROEDER
(1996)eram
os
seguintes:
dos
comerciários,dos
bancários,dos
industriários,dos empregados
em
transportese
cargas e
estiva,dos
ferroviáriose dos
empregados
em
serviços públicos;
O
Instituto Nacional.de Previdência Social-
INPS
-foi criadoem
1966,com
o Decreto-lei n° 72,que
fundiuos
lAPs, muitoembora
“os planosde
benefícios destesinstitutos jáhaviam
sido unificados pela Lei n° 3.807/60,u ¡ _
A A I
chamada
LeiOrganica
da
Previdencia Social"(MELO,
1996).Na
década de
70,
segundo
omesmo
autor, foram trazidos para a coberturado INPS
os
empregados
domésticos
(Lei 5.859/72),concedidos
alguns benefíciosaos
inválidos e idosos (Lei 6.179/74) e criada a Previdência Social Rural (Decreto- lei n° 564/69, depois substituído pela Lei
complementar
n° 11/71)\.\
Em
1977, foi
criado o Sistema Nacional
de
Previdência e Assistência Social- SINPAS
(Lei6.439), “que aglutinava as diversas entidades estatais
encarregadas
de
distribuir
determinadas
prestações, tanto securitáriasquanto
assistenciais,inclusive na área
da
saúde"
(ibidem). ,Segundo'POSSAMAI
(1992), a Constituição Federalde 1988
instituiu oconceito
de
'Seguridade Social”,eminentemente
assistencial,que
foi estendido a todos os brasileiros, contribuintesou não da
Previdência Social.3.4
A
Previdência Privada
O
setor privadode
previdência foiregulamentado
e, portanto,oficializado
no
Brasilem
15de
julhode
1977, atravésda
Lei 6.435,que
separou as entidadesde
Previdência Privadaem
doisgrandes
grupos: odas
EntidadesFechadas de
Previdência Privada-
EFPPs
-
eo
das
Entidades14
Abertas
de
Previdência Privada-
EAPPs.
A
Lei 6.435 define,em
seu
art. 1°.que
as Entidadesde
PrevidênciaPrivada “são as
que têm
por objeto instituir planos privadosde
concessão
de
pecúlios
ou de
rendas,de
benefícioscomplementares ou
assemelhados
aos
da
previdência social,mediante
contribuiçãode
seus
participantes,dos
respectivosempregadores ou de ambos"
(Associação Brasileiradas
EntidadesFechadas
de
Previdência Privada-
ABRAPP,
1996).3.4.1
As
Entidades
Fechadas
de
Previdência Privada
As
~‹EntidadesFechadas de
Previdência _, Privadasão
entidadesparticulares,
de
caráter civile
direito privado, necessariamente,sem
fins lucrativos.Todos
os
recursos provenientesdas suas
aplicaçoesdevem,
portanto, retornar
ao fundo
pertencenteaos
associados participantes.As
EFPPs
podem
ser constituídascomo
fundação
ou.sociedade
civil.Órgão
normativo é o
Conselho
de
PrevidênciaComplementar
-
CPC
-
eo'órgão
executivo e fiscalizadoré
a Secretariade
PrevidênciaComplementar
-
SPC,
ambos
vinculadosao
Ministérioda
Previdência e Assistência Social-
MPAS
(PÓvoAs,
1985). r-
A
atividade-fimdas
EFPPs
éexatamente
o_pagamento de
complementações
de
benefíciosaos
participantesdos
planos.O
pagamento
das complementações
está condicionado à elegibilidadedo
associadoao
benefício correspondente
da
Previdência Social.Seus
associadosdevem,
obrigatoriamente, ter vínculoiempregatíciocom
uma
das empresas
'patrocinadoras', as quaismantêm,
em
conjuntocom
aEFPP,
um
contrato,denominado
'convêniode
adesão”,do
qual resultaum
plano
de
benefícios.A
formação
do
fundo é feita atravésdas
contribuiçõesdos
participantes e
das
patrocinadoras ou,em
alguns casos,somente
das
_15
Todos
os
empregados
das
patrocinadorastêm
direitoa
optar pela participaçãoou
não
nos
planosde
benefícios instituídosem
conjuntocom
uma
EFPP.
A
' i
3.4.2
As
Entidades Abertas
de
Previdência Privada
_
O
ramo
abertoda
Previdência Privada éregulamentado
peloSistema
Nacional
de Seguros
Privados-
CNSP
-6e
fiscalizado pela Superintendênciade
Seguros
Privados+
SUSEP,
vinculadosao
Ministérioda Fazenda
(FALCHETTE,
1988).As
EAPPs
podem
ser constituídascomo
sociedades
civis
ou
fundações",quando
não
visarem lucro ou, ainda,como
sociedades
anônimas,
quando
tiverem fins lucrativos(ABRAPP,
1996), sujeitas estasúltimas
ao que
dispõe a Lei n° 6.404,de
15/12/1976-
Leidas Sociedades Por
Ações
(FALCHETTE,
1988). ._
O
fundode
previdência éformado
exclusivamentecom
as contribuiçõesdos
associados,somando-se
a elasuma
rentabilidademinima
ditada pela legislação maisuma
parcelado
'excedente financeiro',ou
lucrogerado nas
aplicações realizadas pelaEAPP.
Os
benefíciosde
uma
EAPP
não
têm
nenhum
vínculocom
os
beneficiosda
Previdência Social,podendo
o associado,quando
da sua
inscriçãono
plano, decidir
se aposentar
quando
chegar
auma
certa idade por elemesmo
determinada
ou
quando
o seufundo
de
previdênciachegar
aum
montante
também
por ele determinado.3.5
Tipos
de Planos de
BenefíciosOs
planosde
benefícios,quanto ao seu
tipo,podem
ser classificadoscomo
'de benefícios definidos', 'de contribuiçoes definidas'ou
'mistos'. -16
participante
quando
se
aposenta,com
um
benefício.predeterminado
no
regulamento
do
plano;do
pontode
vistade
estruturado
plano,o
beneficioé
fator fixo,enquanto
que
a contribuiçãoé
fator variável.”(PÓVOAS,
1990)“'Plano
de
Contribuições Definidas'é
(...)oque
objetiva proporcionar a,cada
participante, poracumulação de
contribuições recolhidasao
plano,devidamente
capitalizadas,um
montante
de
dinheiro,que
no
momento
da
entrada
em
beneficiode
aposentadoria,se
transformaráno
beneficio,calculado
segundo
as
regras estabelecidasno
instrumentode
constituiçãodo
plano”._'(ibidem) i--
De
um
modo
geral, os planosde
benefício definido,normalmente
operados
porEFPPS,
seguem
o principio “deque
os
benefíciostêm
de
serdesenhados
e valorizadosde
forma aque
o
participantee sua
família continuem,na
inatividadeou
morte daquele,com
omesmo
nívelde
vida,na
medida do
possível” (idem, 1985).Na
prática isso significaque
o
benefíciorecebido
da
previdência oficialsomado
à_complementação
paga
pela previdência privada-'deve ser equivalenteao
salárioque
apessoa
vinharecebendo
antesde
se aposentar.`
. Já
no caso dos
planosde
contribuiçãodefinida o processo
édiferente.
O
participante contribuicom uma
parcelamensal
fixa, corrigida periodicamente.A
entidade
de
previdência aplica estas contribuições e,no
finalde
um
períododeterminado, devolve
o montante
aplicadomais
asua
rentabilidadeao
associado. Estadevolução
pode
ser feitaem
um
únicopagamento
ou
em
parcelasmensais
vitalícias,sendo
que, neste último caso, é feitoum
cálculo,denominado
cálculo atuarial,em
que
se determinao
valordas
parcelasmensais de acordo
com uma
sériede
fatores,que vão desde
a idadee
expectativade vida
do
segurado
até o valor totaldo
montante acumulado.
Os
planosde
benefícios mistosconjugam
caracteristicasdos
dois tiposdescritos anteriormente,
numa
,tentativade
conciliaros
pontos negativose
fr
3.6
Regimes
financeirosUma.
entidadede
previdência,quanto
àforma
de
captare
aplicaros
seus
recursos financeirospode
se
utilizarde
três sistemasou
regimesfinanceiros diferentes, ai saber.
a)
0
Cflõifalarrefiadadø
com
ascontribuições efetuadas
num
período é utilizado parapagar os
beneficios devidosno
mesmo
periodo,ou
seja,a
geração. atualmantém
a anterior (e
supõe que
será sustentada pela seguinte);-
b)
~:
0
valvrda
¢0flff¡bU¡Çã0 écalculado
de
forma
que
seja equivalenteao
valorda
futura prestaçãoda
entidadede
previdência;c)
~:
o totaldas
contribuições efetuadas porum
participante,devidamente
capitalizado,deve
ser equivalenteao
totaldas prestações
pagas
pela entidadede
previdência a títulode
aposentadoria. _
A
Previdência 'Social (INSS) se utiliza, atualmente,do
regime
de
caixa,com
captação tripartite: contribuem osempregados
eempregadores,
sendo
adiferença entre receitas e
despesas paga
pelogoverno
federal. iAs
entidades privadasde
previdênciatambém
fazem
uso
do
regimede
caixa,
mas
somente
paraos
beneficios por morteou
invalidezpagos
em
parcela única.
Os
demais
são
estruturadoscom
base no regime
de
repartiçãode
capitais (invalidez emorte na forma de
renda) e, principalmente,no de
capitalização (sobrevivência, morte
ou
invalidez,na forma
de
renda
ou parcelaúnica),
que
écertamente o mais
seguro.4
METODOLOGIA
4.1
Tipo
de
pesquisa_Este trabalho classificai-se
como
estudode
caso,quanto
aos
meios,e
como
pesquisa expIoratc'_›rio-descritiva,quanto aos
fins.Compreende
uma
pesquisa bibliográfica
documental
seguidado
estudodos casos
propriamente dito, oda
PREVISC
eo da Santa
CatarinaSeguros e
Previdência S. A.4.2
Técnica
de
coletade
dados
_Nestas
organizaçõesvforam
feitas entrevistas pessoais dirigidasaos
responsáveis por diversas áreas,
com
um
enfoque
maiorna
de
beneficios,de
forma
a revelarcomoâfuncionam.
-~A
pesquisa bibliográfica mostrou-se imprescindível pelanecessidade
de
se dominar
otema
antesda
realizaçãodas
entrevistas,com
o intuitode
poder
dirigi-las mais
adequadamente.
'
4.3
Técnica
de
análiseApós
a coletados
dados
seguiu-se a fasede
análise, cujo' resultadoé
este Trabalhode
Conclusão
de
Estágio-
TCE, que
sepropõe a
distinguir,de
maneira
clarae
precisa,as
particularidadesde
cada caso
eo
que
diferencia5
A
PREVIDÊNCIA SOCIAL
NO
BRASIL
ATUAL
A
participaçãode
todos os trabalhadores eempregadores
brasileirosno
sistema previdenciário público é obrigatória.Neste
trabalho, entretanto,nos
atemos apenas
à
previdência social urbana,por
entendermos
que
os
trabalhadores rurais
não
compõem,
ainda,uma
clientela significativa parao
setor privado
de
previdência.'
-
5.1
Contribuiçoes
As
contribuiçõesdos
empregadores
eempregados
urbanos
para a Previdência Socialsão
calculadasde
acordo
com
os
percentuaisapresentados
na
tabela a seguir (regra geral).Os
percentuais se aplicam àremuneração do
participante: ; g
~ ~
20
TABELA
02-
Contribuições para a Previdência Social'
z
Empresasf
contrapartida à contribuição dos empregados 20,00%* Seguro de Acidentes do Trabalho (variável conforme o grau de risco) 1,00 a 3,00%' salário-educação _ 2,50%
"
lncra 0,20% '
SENAI (indústria) ou
SENAC
(comércio) 1,00%*SESl (indústria) ou
SESC
(comércio) 1,50%*SEBRAE
. 0,60%*'
pro-labore dos diretores gb 15,00%
serviços prestados por trabalhadores autônomos (se houver) 15.00%
H
Empregadores
domésticos
AF
contrapartida à contribuição dos empregados 12,00% *
Seguraäes
(variável conforme o salário, até o teto de R$ 1.081,50) Vaté R$ 324,45 7,82% de R$ 324,46 até R$ 390,00 A 8,82% de R$ 390.01 até
R$
540,75 9,00% de R$ 540,76 atéR$
1.081,50 11,00% autônomos e contribuintesem
dobro 20,00%Fonte: INSS (jun./98)
'
* sobre o total da folha de pagamento
\ “ , ` - i 5.2 Elegibilidade aos-benefícios
Hoje, para requerer
um
beneficioda
Previdência Social públicano
Brasil,um
trabalhador precisa cumprir, totalou
parcialmente,conforme
descritono
item seguinte,os
requisitosapresentados ha
tabela adiante: ~TABELA
03-
Elegibilidade aos beneficiosda
Previdência SocialTipo
de beneficio
Homem
Mulher
. 65 anos de idade 60 anos de idade Aposemadonapm
Idade 102 meses de contribuição 102 meses de contribuiçãoAposentadoria por
Tempo
de Serviço 35 anos de contribuição 30 anos de contribuiçãoAposentadoria por Invalidez 12 meses de contribuição' 12 meses de contribuição*
Auxilio-doença 12 meses de contribuição* 12 meses de contribuição*
'
Pensão por morte _ sem carência
sem
carênciaFonte: lNSS (mar.l98) -
21
5.3
Cálculo
dos- benefíciosUtiliza-se, .para
o
cálculodos
benefíciosda
previdência social, amédia
aritmética simples
dos
últimos36
saláriosde
contribuição(num
periodo limitadoem
48
meses), corrigidos pelo IGP-Dl*. Estamédia é
chamada
de
Salário
de
Benefício (SB). _O
valordo
beneficioé
calculado aplicando-seos
percentuais a seguir,sobre
o
SB
apurado:TABELA
04-
Cálculodos
benefíciosda
Previdência SocialBenefício
%
do
SB
Aposentadoria por idade
70%
Aposentadoria por
Tempo
de Serviço100%
-Aposentadoria por Invalidez
100%
Auxilio-doença
91%
Pensão por morte -100%
Fonte: INSS (mar./98) .
×
Obs.: 1) Para aposentadoria por idade se acrescenta
1%
para cada ano completo decontribuição; _
2) Para aposentadoria por tempo de serviço se subtrai
6%
para cada ano faltante para secompletar o tempo mínimo de contribuição (máximo de 5 anos);
3) Para pensão por morte de participante já aposentado o(s) dependente(s) passa(m) a
receber valor equivalente ao do beneficio anterior; -
ç
«-
4) Nenhum beneficio pode ser superior ao
SB
apurado.'
V '
Existem, entretanto, limites
minimo
emáximo
para o valordos
beneficios,
que
hoje equivalem, respectivamente, aR$
130,00
(um
saláriomínimo)
eR$
1.081,50.5.4
Reforma daprevidência
A
propostade
reformada
Previdência Social pública,programada
para entrarem
vigor ainda neste ano, introduziria váriasmudanças, sendo
as mais
* Índice Geral de Preços - Disponibilidade Intema, publicado pela Fundação Getúlio Vargas
f
22
significativas a elevação
do
tetode
contribuiçãode
R$
1.081,50 paraR$
1.200,00e
amudança
das
carências parao
requerimentodos
benefíciosconforme
a tabela a seguir".TABELA
05-
Elegibilidadeaos
benefíciosapós
a reformada
previdênciaTipo
de beneficio
Homem
.Mulher
60 anos de idade 55 anos de idade
Aposentadoria por
Tempo
deSeMç°
35 anos de contribuição 30 anos de contribuiçãoAposentadoria por Invalidez 12 meses de contribuição' 12 meses de contribuição* Auxílio-doença _ 12 meses de contribuição* 12 meses de contribuição*
Pensão por morte sem carência
sem
carênciaFonte:
MEURER
(mar:/1998)* exceto doenças graves e acidentes de trabalho
As
pessoas
que
já contribuíssem parao
sistemana
época da
aprovação
da
reforma, entrariamna
regrade
transição,que
prevê, entre outras coisas, a idademínima de
48
anos
para asmulheres e
de
53 anos
paraos homens, no
caso
de
aposentadoria portempo
de
serviço. 5 '_ V z ` i _
O
aumento
da
idademínima
para za aposentadoria se explicabasicamente
peloaumento
da
idademédia
da
população, resultadoda
diminuição
das
taxasde
natalidade ede
mortalidade,além
do aumento da
expectativade
vida, fatores estesque provocam
um
desequilíbriono
sistema previdenciário,conforme
relata a revistaVEJA
(1998):“O fenômeno tem bastante a ver
com
a prosperidadeeconômica, a urbanização e, sobretudo com a entrada
maciça das mulheres no mercado de trabalho. (...)
Tomou-se
comum
adiar o nascimento do primeiro filhopara depois dos 30, e a decisão de não ter crianças já ê
socialmente aceitável. Até alguns anos atrás, a queda
das taxas de natalidade era
um
objetivo universal, tantonos paises ricos como nos pobres. Hoje é
um
problemaque causa alarme e acende luzes vermelhas entre os mais abastados.
Como
se vai sustentaruma
sociedade,em
que a minoria de jovens precisa garantir a existência deuma
maioria de idosos'?”23
Esta é
uma
realidade mundial,que
hoje émais
visivelno
continenteeuropeu,
onde
em
quase
todosos
paíseso
número de
nascimentos
pormulher
é
inferior a dois. Ou, seja,os
paisnem
mesmo
geram
filhos suficienteslpara
substitui-los
quando
morrerem.
No
Brasil a taxade
fertilidade pormulher
caiu.de
5,8 para 2,3nos
últimos30 anos
(ibidem).'
A
explicaçãodos
estudiosos paraessa
tendênciaé
que,quando
a.sociedade
era.predominantemente
rural,um
número
maior
de
filhos significavamais mão-de-obra
emais
dinheiro para a familia.Hoje
a
situaçãose
inverte, jáque
nas grandes
cidades famíliasnumerosas
implicamem
despesas
extras.O
quadro
demográfico
mundial revelaum
envelhecimento
da
população.Segundo
THUROW
(1996) “asnecessidades
e exigênciasdos
idosos jáabalaram
o estadode
bem-estar social, levando-o à falência. Foi prometidomais aos
idososdo que pode
oEstado
arrecadardos
que
estão trabalhando".6
MODELOS
ESTRANGEIROS
IDE*PREVIDÊNCIA
A
título ilustrativo e comparativoapresentamos
neste capítulouma
síntesede
algunsmodelos de
previdência, públicae
privada, atualmenteem
vigorem
outros países, extraídosde
relatosde
FALCHETTE'
(1988),SALAS &
SILVA
(1995) .e
RevistaABRAPP
(1998).Uma
parcela deles já estáconsolidada,
como
é
o
caso
dos Estados Unidos e
de
alguns paísesda Europa
Ocidental. Outros, entretanto,foram recentemente
implantados,como
os
de
países da-América Latina.'
6
6.1
Estados
unidas da América
A
legislaçãoda
previdência social norte-americanasurgiuem 1935
e
apartir daí
desenvolveu-se
sempre
seadaptando
à realidadedo
mercadof
No
início havia__apenas
o
benefíciode
aposentadoria por idade,passando
acontemplar
também,
em
seguida,os
filhos e cônjugesdos aposentados.
Atualmente o
valordos
benefícios paraquem
tem
dependentes
(cônjugemaior
de 62 anos e
filhosmenores de
18) é maiordo que
paraos
que
não
tem,não
implicando esta políticaem contribuiçõesmais
altas paraos
primeiros.Cada
trabalhadoramericano
deduz 12,4%
da sua
folhade pagamento
a titulode
contribuição para a previdência social,que
atinge95%
da
população
economicamente
ativa.A
previdência privadacobre mais
de
50%
da
população.Nos
Estados Unidos
existeum
déficitde
20%
nos
planos privadosde
pensões, e
metade do
orçamento
federal é destinadoaos
idosos.(THUROW,
1996) '25
6.2
Reino Unido
No
Reino Unido.há
duas
faixasde
contribuição paraa
previdênciapública:
uma
inferior e. outra superior aE3200
anuais.Há
incentivos fiscaissobre
as
contribuiçõesde empresas
eempregados
para planos privados,além
da
isençãode
impostos'sobre
oretomo
dos
investimentos.Os
planosde
benefício definido(BD) são
predominantes, muitoembora
os
planosde
contribuição definida(CD) sejam cada vez mais
freqüentes. VO
benefício privadocorresponde
à diferença entreo
saláriode
contribuição e o benefício público (BD).
A
pensão
parao
cônjuge
(em
caso
de
mortedo
participante)'equivale a50%
do
beneficiode
aposentadoria.O
empregado paga
contribuiçõesde
5%
do
beneficio definido. 6.3Holanda
Na
previdênciapública
holandesa o participantetem
direito `àaposentadoria a partir
dos 65 anos de
idade,sendo que
o
beneficio só éintegral (18.6OO florins para os solteiros
ou
25.900 paraos casados) após 50
anos de
contribuição.Caso
contrário háuma
redução
de
2%
paracada
ano
faltante.
As
contribuiçõessão
recolhidas integralmente pelosempregados.
Os
fundosde
previdência privadasão
constituídosde
acordo
com
a atividadedo
participante,sendo
os
seus planospredominantemente
BD
“nabase de 1,75%
do
rendimento
paracada ano de
serviço" (RevistaABRAPP,
1998).
As
contribuiçõesdos
empregados
variamde
3%
a5%
do
salário.Quanto
à tributação,os
investimentos estão isentos.Os
benefícios,porém,
são
tributadoscom
lucro auferido.A
previdência pública estáadotando
critérioscada
vez mais
rígidosde
elegibilidade