A Constituição é a norma maior de um ordenamento jurídico, é dela que decor- rem todas as demais normas. Sendo assim, é imprescindível que todos que desejam estudar o Direito tenham um bom conheci- mento de seus mandamentos.
Constituição federal
anotada para concursos
Esta obra contém:
– A parte Teórica do Direito Constitucional e Controle de Constitucionalidade.
– Texto oficial da Constituição comentado com os apontamentos jurisprudenciais e doutrinários.
– Leis 9.868/99 (Ação direta de inconstitucionalidade e Ação declaratória de constitucionalidade), 9.882/99 (Arguição de descumprimento de preceito fundamental), 11.417/06 (Súmulas vinculantes), 11.418/06 (Reper- cussão geral) e 12.562/11 (Representação interventiva).
– Resumos, dicas e orientações voltadas para concursos públicos.
– Questões de concursos anteriores para exemplificar a cobrança do conteúdo nas provas.
– Seleção das súmulas relevantes para provas de Constitucional feita pelo autor.
Rio de Janeiro 2018
11ª edição
atualizada até a EC 99/2017
A Constituição é a norma maior de um orde- namento jurídico, é dela que decorrem todas as demais nor- mas. Sendo assim, é impres- cindível que todos que desejam estudar o Direito tenham um bom conhecimento de seus mandamentos.
A presente obra é fruto de anos de pesquisa sobre temas de concursos públicos e dos mais variados exames em todo o país, e surge da necessi- dade de desmembrar os man- damentos constitucionais e organizá-los de forma que faci- lite a compreensão, esquemati- zando-os e trazendo-os a uma linguagem acessível a todos, além de mostrar a posição do Poder Judiciário e da doutrina majoritária sobre como deve- mos entender cada uma de suas normas e, sobretudo, o posi- cionamento das principais ins- tituições organizadoras de concursos públicos sobre tais disposições.
Portanto, esta obra é uma importante ferramenta para as pessoas que adentram no estudo do Direito e espe- cialmente para os candida- tos a certames públicos, ou demais exames, cujas provas exijam não só conhecimentos na área do Direito Constitucio- nal, mas também nos demais ramos, como o Penal, Admi- nistrativo, Tributário, Previ- denciário, entre outros, e até mesmo em matérias fora do campo estrito do Direito, como a Administração Pública e a Administração Financeira e Orçamentária.
vítor cruz
A Constituição é a norma maior de um ordenamento jurídico, é dela que decor- rem todas as demais normas. Sendo assim, é imprescindível que todos que desejam estudar o Direito tenham um bom conheci- mento de seus mandamentos.
Constituição federal
anotada para concursos
Copyright © Editora Ferreira Ltda., 2010-2018.
11ª edição, 2017.
Projeto de capa:
Bruno Barrozo Luciano Diagramação:
Thais Xavier Ferreira
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer for- ma ou por qualquer meio. A violação dos direitos de autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.
Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto nº 1.825, de 20 de dezembro de 1907.
Impresso no Brasil/Printed in Brazil
CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ C965c
11. ed.
Cruz, Vítor, 1984-
Constituição federal anotada para concursos / Vítor Cruz. - 11. ed. - Rio de Janeiro : Ferreira, 2018.
848 p. (Concursos) Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7842-396-4
1. Brasil. [Constituição (1988)]. 2. Direito constitucional - Brasil. I. Título.
II. Série.
18-48557
CDU: 342(81)
Leandra Felix da Cruz - Bibliotecária - CRB-7/6135
Editora Ferreira
contato@editoraferreira.com.br www.editoraferreira.com.br
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.”
Eclesiastes 3:1
“O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor.”
Provérbios 16:1
VII
Por se tratar de um assunto básico em qualquer concurso público, a Cons- tituição Federal é um material indispensável ao acervo de qualquer candidato.
Melhor do que simplesmente possuir a “norma seca”, é tê-la do jeito que se apresenta nesta obra: um texto de agradável leitura e entendimento, com expo- sições de doutrinas e jurisprudências de forma direta, objetiva e sem perder a profundidade. O concurseiro sente-se seguro, seja nas cobranças que exploram a literalidade ou nas que vão além, exigindo um conhecimento doutrinário ou jurisprudencial sobre o tema.
Para complementar o entendimento da Constituição Federal, há exer- cícios e questões muito bem escolhidos ao final de cada assunto, devidamente gabaritados e comentados.
É fácil constatar que esta obra é diferente das demais. A começar pelo autor, que viveu e continua vivendo a realidade dos concurseiros e atua como professor e orientador. Vítor Cruz entende as dificuldades do leitor, não o faz perder tempo e, em vez de simplesmente transmitir as informações, praticamente caminha com ele, ensinando, explicando e mostrando o que virá pela frente.
Um outro aspecto com que sempre me preocupo ao analisar um livro é a sua linguagem, principalmente nos livros de Direito, cujos autores por vezes usam desnecessariamente um vocabulário muito rebuscado. Neste material, o lingua- jar é suave e de fácil aprendizado, no nível ideal para uma ótima compreensão.
Enfim, é um daqueles livros que me fazem pensar: “Por que eu não tinha um livro desse quando estudava?” Certamente minha vida teria sido bastante faci- litada naqueles já longínquos anos de estudo que se estenderam até 2006.
Alexandre Meirelles Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo desde 2006,
também aprovado em outros concursos da área fiscal.
Prefácio
IX
§ – Parágrafo
§§ – Parágrafos
Adm. – Administração Art. – Artigo
AL – Assembleia Legislativa Aut. – Autarquia
ADIN (ou ADI) – Ação Direta de In- constitucionalidade
ADECON (ou ADC) – Ação Declara- tória de Constitucionalidade
ADPF – Arguição de Descumprimen- to de Preceito Fundamental
AGU – Advogado-Geral da União Bacen – Banco Central do Brasil BC – Base de Cálculo
BNDES – Banco Nacional de Desenvol- vimento Econômico e Social
CC – Código Civil
CDC – Código de Defesa do Consu- midor
CE – Constituição Estadual
CF – Constituição da República Fede- rativa do Brasil
CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico
CIP – Contribuição sobre Iluminação Pública
CN – Congresso Nacional
CNJ – Conselho Nacional de Justiça
CNMP – Conselho Nacional do Minis- tério Público
CP – Código Penal
CPC – Código Processual Civil CPP – Código Processual Penal CS – Contribuição Social DF – Distrito Federal DP – Defensoria Pública
DPU – Defensoria Pública da União EC – Emenda Constitucional
ECA – Estatuto da Criança e do Ado- lescente
Est. – Estados Federados EP – Empresa Pública
EPP – Empresa de Pequeno Porte FFAA – Forças Armadas
FG – Fato Gerador
FGTS – Fundo de Garantia por Tem- po de Serviço
FP – Fundação Pública
FPM – Fundo de Participação dos Mu- nicípios
FPE – Fundo de Participação dos Esta- dos/Distrito Federal
HC – Habeas Corpus HD – Habeas Data
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias
Índice de siglas e abreviaturas
Constituição Federal anotada para concursos
X Vítor Cruz
IE – Imposto de Exportação
IGF – Imposto sobre Grandes Fortunas II – Imposto de Importação
IOF – Imposto sobre Operações de Cré- dito, Câmbio, Seguro ou Valores Mo- biliários
IPI – Imposto sobre Produtos Indus- trializados
IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano
IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
IR – Imposto de Renda
ISS – Imposto sobre Serviços de Qual- quer Natureza
ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis
ITDCM – Imposto sobre Transmis- são de Bens ou Direitos por Doação ou causa mortis
ITR – Imposto Territorial Rural LC – Lei Complementar
LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias LO – Lei Ordinária
LOA – Lei Orçamentária Anual MA – Maioria Absoluta
ME – Microempresa
MP – Medida Provisória ou Ministério Público, conforme o caso.
MPU – Ministério Público da União MS – Mandado de Segurança Mun. – Municípios
OAB – Ordem dos Advogados do Brasil PE – Poder Executivo
PF – Pessoa Física
PGR – Procurador-Geral da República PJ – Pessoa Jurídica ou Poder Judiciá- rio, conforme o caso.
PL – Poder Legislativo
PLDO – Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias
PLOA – Projeto da Lei Orçamentá- ria Anual
PPA – Plano Plurianual
RFB – República Federativa do Brasil R. Esp. – Recurso Especial (STJ) R. Ex. – Recurso Extraordinário (STF) SEM – Sociedade de Economia Mista STF – Supremo Tribunal Federal STJ – Superior Tribunal de Justiça STM – Superior Tribunal Militar TC – Tribunal de Contas
TCU – Tribunal de Contas da União TCE – Tribunal de Contas do Estado TSE – Tribunal Superior Eleitoral TST – Tribunal Superior do Trabalho T. Sup. – Tribunais Superiores
Observação: o termo “Adaptada” ao lado de algumas questões é para informar que não foi utilizada a questão em sua integralidade, mas apenas alguma asser- tiva que mencionou o assunto tratado.
XI
Apresentação
A Constituição é a norma maior de um ordenamento jurídico, é dela que decorrem todas as demais normas. Sendo assim, é imprescindível que todos que desejam estudar o Direito tenham um bom conhecimento de seus mandamentos.
A presente obra é fruto de anos de pesquisa sobre temas de concursos públicos e dos mais variados exames em todo o país, e surge da necessidade de desmembrar os mandamentos constitucionais e organizá-los de forma que facilite a compreen- são, esquematizando-os e trazendo-os a uma linguagem acessível a todos, além de mostrar a posição do Poder Judiciário e da doutrina majoritária sobre como deve- mos entender cada uma de suas normas e, sobretudo, o posicionamento das prin- cipais instituições organizadoras de concursos públicos sobre tais disposições.
Portanto, esta obra é uma importante ferramenta para as pessoas que aden- tram no estudo do Direito e especialmente para os candidatos a certames públi- cos, ou demais exames, cujas provas exijam não só conhecimentos na área do Direito Constitucional, mas também nos demais ramos, como o Penal, Admi- nistrativo, Tributário, Previdenciário, entre outros, e até mesmo em matérias fora do campo estrito do Direito, como a Administração Pública e a Administração Financeira e Orçamentária.
Vítor Cruz
XIII
Orientações para estudo
O estudo para concursos difere do estudo acadêmico, não pela profun- didade – já que muitas vezes é até maior –, mas por ser pautado em uma regra básica, a qual é resumida a uma única palavra: eficiência.
A eficiência a que nos referimos significa basicamente: acertar o máximo possível das questões cobradas, preparando-se com o menor esforço e o menor dispêndio de tempo possível.
Não confunda “menor esforço possível” com “vida fácil”, a aprovação em concursos requer comprometimento e perseverança. Porém, não é necessário que levemos anos e anos nesse ritmo para alcançar a aprovação.
Antes de passarmos às dicas efetivas para que os estudos sejam iniciados, reflita sobre a frase:
“Não passa em concursos quem estuda mais, passa quem estuda melhor: usando o material adequado e mantendo o enfoque correto.”
Estudo para um concurso já definido
1) Todo concurso cobra literalidade da Constituição, se não cobrar dire- tamente, irá cobrar indiretamente. Logo, ao se deparar com o edital do concurso, é extremamente necessário que se identifique quais os artigos da Constituição são relacionados aos temas do edital. Após essa iden- tificação, é essencial o estudo literal de todos os artigos relacionados.
Provavelmente, com esse estudo literal, o candidato será capaz de acer- tar mais da metade da prova.
2) É importante, ainda, que sejam resolvidas questões de concursos ante- riores (principalmente da instituição organizadora que está à frente dos mesmos), assim o candidato conseguirá entender o modo de cobrança e fixará o conhecimento por meio do treinamento.
Constituição Federal anotada para concursos
XIV Vítor Cruz
Estudo inicial ou para concurso não definido
Se ainda não há um concurso específico, definido, propomos algumas orien- tações para a fase inicial do estudo.
Antes de qualquer outra coisa, o estudo para concursos é um estudo com foco. Ou seja, qual a sua meta de aprovação:
1ª pergunta – Concurso de nível superior ou nível médio?
2ª pergunta – Concurso para qual área: jurídica, fiscal e gestão, tribunais, polícias, Ministério Público ou outras?
Se a resposta para a primeira pergunta foi:
a) Nível médio – Você deverá estudar com foco na literalidade da norma.
Leia os comentários para esclarecer eventuais dúvidas, mas é impor- tantíssimo fixar exatamente os preceitos da Constituição. Você deverá estudar os seguintes pontos deste livro, inicialmente:
Parte 1:
– Temas 1.1 e 1.3;
– Tema 2;
– Tema 3;
– Tema 4;
– Tema 5.1;
– Temas 6.2, 6.3.1, 6.3.2, 6.3.4.
Parte 2:
– Princípios fundamentais (art. 1º ao 4º).
– Direitos Fundamentais (art. 5º ao 17) – com ênfase nos artigos 5º e 7º.
– Organização do Estado (art. 18 ao 24).
– Administração pública (art. 37 ao 41).
– Organização dos poderes – ênfase aos artigos 44 ao 52, art. 76 ao 84 e art. 92 ao 102.
Após ter estudado todos esses pontos, feche as lacunas com os demais as- suntos, mas somente se condizentes com o edital da área a qual você pretende prestar concurso.
Orientações para estudo
XV
b) Nível superior – Para provas de nível superior, principalmente as da área jurídica, você deverá estudar quase todos os temas desta obra – inclusive os da parte 1 –, porém use os editais dos concursos passa- dos para focar nos temas mais relevantes e, se você estiver iniciando os estudos na matéria, siga as prioridades para os candidatos de nível médio relacionadas acima, e depois aumente a carga dos conteúdos pre- enchendo as lacunas. A relação exposta acima é a parte básica do estudo.
A resposta para a segunda pergunta é importante para definir o enfoque do estudo, ou seja:
• Área jurídica e tribunais – Deve-se dar bastante ênfase aos artigos re- ferentes ao Judiciário (art. 92 ao 126), principalmente os artigos rela- cionados ao STF, STJ e ao tribunal para o qual você prestará concurso (TRT, TRE, TJ, TRF etc.);
• Área fiscal – Ênfase nos estudos do art. 145 ao 163, referentes ao Siste- ma Tributário Nacional;
• Área de gestão – Ênfase nas Finanças Públicas (art. 163 ao 169);
• Área policial – Ênfase na Segurança Pública (art. 144);
• Ministério Público – Ênfase nas funções essenciais à Justiça (art. 127 ao 135) e no Poder Judiciário (art. 92, 93, 101 e 102, principalmente);
• Comum a todas as áreas (ou para alguma área não citada) – Independen- temente da área, seja uma das expostas acima ou não, o candidato deve ter os conceitos referentes aos princípios fundamentais, direitos fundamen- tais e administração pública muito bem arraigados. Esses temas, estatis- ticamente, englobam a maior parte das questões de concursos públicos.
Conclusão e observações gerais
Lembre-se: todo candidato de alto nível deve ter amplo domínio da lite- ralidade das normas. Na dúvida entre estudar a norma (no caso, a Constituição) ou estudar o que a doutrina dispõe sobre ela, dê preferência ao estudo da norma, pois será dela que sairão a maioria das questões. O maior erro cometido por mui- tos candidatos é não se preocupar em ler efetivamente a Constituição.
Outro ponto que merece destaque é que se deve evitar, ao máximo, errar em concursos:
a) Questões literais da Constituição – Para isso, é de extrema importância o delineamento dos artigos cobrados pelo edital do concurso.
Constituição Federal anotada para concursos
XVI Vítor Cruz
b) Questões repetidas de outro concurso – Para isso, é importante a reso- lução das questões dos concursos anteriores da banca examinadora.
Toda banca examinadora repete questões em seus concursos, ainda que com adaptações.
c) Questões que expõem a literalidade das súmulas – Por esse motivo, está dis- ponível uma relação das súmulas de maior relevância ao final desta obra.
d) Questões baseadas em “novidades” – Toda “novidade” (advento de uma nova emenda constitucional, alteração recente em alguma legislação relevante para o concurso, edição de uma nova súmula vinculante etc.) é carta certa nos concursos. Dessa forma, é interessante que o candi- dato se mantenha atualizado e, principalmente, atento.
XVII
Sumário
Parte 1 – Teorias e doutrinas relacionadas ao estudo da Constituição
1 Afinal, o que é a Constituição? 3
1.1 Constitucionalismo 3
1.2 O neoconstitucionalismo 4
1.3 Jusnaturalismo X Positivismo X Pós-Positivismo X Teoria Crítica do
Direito 5
1.4 Sentidos (concepções) da Constituição 7
1.5 E o que é o Direito Constitucional? 11
2 O Estado (noções sobre Teoria Geral do Estado) 13
2.1 O que seria o “Estado”? 13
2.2 Evolução do conceito de Estado 14
2.3 Origem da Sociedade – Sociedade Natural x Contratualismo 14
2.4 Estado X Nação 15
2.5 Povo X Nação 16
2.6 Soberania 16
2.7 Evolução do Estado Antigo ao Estado Moderno 17
2.8 Evolução do conceito de Estado Moderno 18
3 Poder constituinte 20
3.1 Espécies 20
3.2 Poder constituinte originário X derivado 21
3.3 Modos de manifestação do poder constituinte originário 21
3.4 Titular do poder X exercente do poder 22
3.5 Poder constituinte supranacional 22
3.6 Características do PCO e suas definições 23
3.7 Características dos poderes derivados (em especial o reformador) e suas
definições 23
3.8 Consequências do exercício do poder constituinte originário 24
4 Classificação das Constituições 29
4.1 Classificação da Constituição Brasileira de 1988 34 4.2 Quadro-resumo sobre a classificação das Constituições 34
Constituição Federal anotada para concursos
XVIII Vítor Cruz
5 Estrutura e elementos da Constituição 38
5.1 Estrutura 38
5.2 Elementos 39
6 Normas constitucionais 40
6.1 Regras X princípios 41
6.2 Normas materiais X normas formais 42
6.3 Eficácia e aplicabilidade das normas 43
6.3.1 Doutrina clássica X normas programáticas 43 6.3.2 Eficácia e aplicabilidade segundo José Afonso da Silva 43 6.3.3 Eficácia e aplicabilidade segundo Maria Helena Diniz 45 6.3.4 Normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais 45 7 Interpretação constitucional (hermenêutica constitucional) 49 7.1 Princípios de interpretação constitucional 50
7.2 Métodos de interpretação da Constituição 52
7.3 Correntes interpretativistas e não interpretativistas 53
7.4 Derrotabilidade (defeasibility) 54
Parte 2 – Controle de Constitucionalidade
1 “O que é” o controle de constitucionalidade 61
1.1 Controle de compatibilidade X controle de constitucionalidade 62 1.2 A supremacia da Constituição e o controle de constitucionalidade 63 1.3 Constitucionalidade congênita X superveniente 64
2 Formas de inconstitucionalidade 65
2.1 Inconstitucionalidade nomodinâmica x nomoestática 66 3 Controle de constitucionalidade quanto à natureza ou ao órgão controlador 66
4 Momento do controle 68
4.1 Controle preventivo 68
4.1.1 Primeiro controle – Legislativo 68
4.1.2 Segundo controle – Judiciário 69
4.1.3 Terceiro controle – Executivo 69
4.2 Controle repressivo 70
4.2.1 Controle repressivo pelo Executivo 70
4.2.2 Controle repressivo pelo Legislativo 71
4.2.3 Controle repressivo pelo Judiciário 72
4.2.3.1 Órgão especial e a cláusula da reserva de Plenário 73
Sumário
XIX
4.2.3.2 Controle difuso (concreto) 74
4.2.3.3 Controle concentrado (abstrato) 78 4.2.3.4 A abstrativização do Controle Difuso 84 4.2.3.5 Inadimissibilidade da intervenção de terceiros 85 4.2.3.6 PGR e AGU no processo do controle concentrado 86 4.2.3.7 Medida cautelar nas ações diretas 86 4.2.3.8 Efeitos da decisão no controle jurisdicional repressivo de
constitucionalidade 87
5 Controle de constitucionalidade nos Estados 89
6 Controle de constitucionalidade nos Municípios e no DF 90 7 Recurso extraordinário ao STF de norma objeto de controle direto estadual 90 8 Stare decisis e o controle de constitucionalidade brasileiro 91 9 Efeito repristinatório em relação às leis anteriores 91
10 Inconstitucionalidade reflexa ou indireta 92
11 Atos sujeitos a controle concentrado de inconstitucionalidade 92 12 Generalidade e abstração para o controle direto de constitucionalidade 94 13 Declaração de inconstitucionalidade conforme a Constituição 95 14 Declaração parcial de inconstitucionalidade e declaração de
inconstitucionalidade sem redução de texto 95
15 Transcendência dos motivos determinantes 97
16 Inconstitucionalidade por arrastamento (ou consequencial) 99 17 Declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade 99 18 Histórico do controle de constitucionalidade no Brasil 100 19 Leis do controle de constitucionalidade (9.868/99, 12.063/09 e 9.882/99)
comentadas 101
20 Lei das Súmulas Vinculantes (Lei 11.417/06) 130
21 Lei da Repercussão Geral (Lei 11.418/06) 134
22 Lei da ADI interventiva (Lei 12.562/11) 137
Parte 3 – Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
Preâmbulo 143
Título I – Dos Princípios Fundamentais 146
Constituição Federal anotada para concursos
XX Vítor Cruz
Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais 163 Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos 175
Capítulo II – Dos Direitos Sociais 244
Capítulo III – Da Nacionalidade 260
Capítulo IV – Dos Direitos Políticos 264
Capítulo V – Dos Partidos Políticos 275
Título III – Da Organização do Estado 284
Capítulo I – Da Organização Político-Administrativa 284
Capítulo II – Da União 290
Capítulo III – Dos Estados Federados 308
Capítulo IV – Dos Municípios 315
Capítulo V – Do Distrito Federal e dos Territórios 327
Seção I – Do Distrito Federal 327
Seção II – Dos Territórios 329
Capítulo VI – Da Intervenção 331
Capítulo VII – Da Administração Pública 339
Seção I – Disposições Gerais 339
Seção II – Dos Servidores Públicos 357
Seção III – Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal
e dos Territórios 373
Seção IV – Das Regiões 374
Título IV – Da Organização dos Poderes 376
Capítulo I – Do Poder Legislativo 376
Seção I – Do Congresso Nacional 376
Seção II – Das Atribuições do Congresso Nacional 378
Seção III – Da Câmara dos Deputados 387
Seção IV – Do Senado Federal 388
Seção V – Dos deputados e dos senadores 393
Seção VI – Das Reuniões 403
Seção VII – Das Comissões 406
Seção VIII – Do Processo Legislativo 414
Subseção I – Disposição Geral 414
Subseção II – Da Emenda à Constituição 418
Subseção III – Das Leis 425
Seção IX – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária 446
Capítulo II – Do Poder Executivo 458
Seção I – Do presidente e do vice-presidente da República 458
Sumário
XXI
Seção II – Das Atribuições do presidente da República 460 Seção III – Da Responsabilidade do presidente da República 464
Seção IV – Dos Ministros de Estado 466
Seção V – Do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional 467
Subseção I – Do Conselho da República 467
Subseção II – Do Conselho de Defesa Nacional 468
Capítulo III – Do Poder Judiciário 470
Seção I – Disposições Gerais 470
Seção II – Do Supremo Tribunal Federal 493
Seção III – Do Superior Tribunal de Justiça 513 Seção IV – Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais 517 Seção V – Dos Tribunais e Juízes do Trabalho 522 Seção VI – Dos Tribunais e Juízes Eleitorais 529 Seção VII – Dos Tribunais e Juízes Militares 533 Seção VIII – Dos Tribunais e Juízes dos Estados 534 Capítulo IV – Das Funções Essenciais à Justiça 539
Seção I – Do Ministério Público 539
Seção II – Da Advocacia Pública 551
Seção III – Da Advocacia 552
Seção IV – Da Defensoria Pública 552
Título V – Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas 555 Capítulo I – Do Estado de Defesa e do Estado de Sítio 555
Seção I – Do Estado de Defesa 555
Seção II – Do Estado de Sítio 557
Seção III – Disposições Gerais 558
Capítulo II – Das Forças Armadas 564
Capítulo III – Da Segurança Pública 568
Título VI – Da Tributação e do Orçamento 573
Capítulo I – Do Sistema Tributário Nacional 573
Seção I – Dos Princípios Gerais 574
Seção II – Das Limitações do Poder de Tributar 587
Seção III – Dos Impostos da União 599
Seção IV – Dos Impostos dos Estados e do Distrito Federal 603
Seção V – Dos Impostos dos Municípios 616
Seção VI – Da Repartição das Receitas Tributárias 618
Capítulo II – Das Finanças Públicas 624
Seção I – Normas Gerais 624
Constituição Federal anotada para concursos
XXII Vítor Cruz
Seção II – Dos Orçamentos 625
Título VII – Da Ordem Econômica e Financeira 644
Capítulo I – Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica 644
Capítulo II – Da Política Urbana 655
Capítulo III – Da Política Agrícola e Fundiária e Da Reforma Agrária 657
Capítulo IV – Do Sistema Financeiro Nacional 661
Título VIII – Da Ordem Social 661
Capítulo I – Disposição Geral 661
Capítulo II – Da Seguridade Social 662
Seção I – Disposições Gerais 662
Seção II – Da Saúde 671
Seção III – Da Previdência Social 676
Seção IV – Da Assistência Social 682
Capítulo III – Da Educação, da Cultura e do Desporto 684
Seção I – Da Educação 684
Seção II – Da Cultura 690
Seção III – Do Desporto 694
Capítulo IV – Da Ciência, Tecnologia e Inovação 695
Capítulo V – Da Comunicação Social 697
Capítulo VI – Do Meio Ambiente 700
Capítulo VII – Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso 703
Capítulo VIII – Dos Índios 708
Título IX – Das Disposições Constitucionais Gerais 709 Título X – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias 715 Dispositivos de emendas constitucionais não incorporados ao texto da
Constituição 775
Casos de lei complementar na Constituição 801
Súmulas do STF relevantes para provas de Direito Constitucional 808
Resumo sobre os mandatos constitucionais 819
Referências bibliográficas 821
Parte 1
Teorias e doutrinas relacionadas ao
estudo da Constituição
Teorias e doutrinas relacionadas ao estudo da Constituição
3 Parte 1
1 Afinal, o que é a Constituição?
Essa pergunta, infelizmente, não pode ser respondida de maneira direta e simples. A definição do termo “Constituição” é complexa e não encontra con- senso doutrinário. Embora a definição a seguir não tenha a ousadia de ser com- pleta e consensual, é correto dizer que:
A Constituição é a norma máxima de um Estado, que deve ser observada por todos os seus integrantes e que servirá de base para todas as demais espécies normativas, além de ser um ins- trumento de organização da sociedade e do Poder Político, regu- lando as relações entre governantes e governados, e destes entre si.
1.1 Constitucionalismo
A Constituição surge por meio de um evento chamado “constitucionalismo”.
Em outras palavras, entende-se por constitucionalismo a evolução das relações entre governantes e governados – que é o que faz surgir a Constituição –, ainda que para alguns sem a forma característica de uma.1
A doutrina não é pacífica ao afirmar nomenclaturas, fases e marcos do cons- titucionalismo. O fato é que o constitucionalismo ocorre de modos diferentes e em tempos distintos nos vários países do mundo. O constitucionalismo de cada país tem as suas peculiaridades.
Veja que o tempo verbal indicado é “ocorre”, e não “ocorreu”. O constitu- cionalismo não foi um evento, ele é um evento. Tivemos uma evolução passada, temos uma no presente e teremos outra no futuro, pois a sociedade é dinâmica, os anseios se modificam e a forma e o conceito da “Constituição” devem acom- panhar essas mudanças.
Interessante o que diz o professor André Ramos Tavares sobre o consti- tucionalismo:
Numa primeira acepção, emprega-se a referência ao movimento polí- tico-social com origens históricas bastante remotas que pretende, em especial, limitar o poder arbitrário. Numa segunda acepção, é identificado com a imposição de que haja cartas constitucionais
1 Alguns autores somente reconhecem como verdadeiras Constituições os textos que surgiram a partir da Idade Moderna.
Constituição Federal anotada para concursos
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escritas. Tem-se utilizado, numa terceira concepção possível, para indicar os propósitos mais latentes e atuais da função e posição das constituições nas sociedades. Numa vertente mais restrita, o cons- titucionalismo é reduzido à evolução histórico-constitucional de um determinado Estado.2
Baseando-se ainda nas definições do professor Tavares, teríamos, resumi- damente, diversos constitucionalismos, a saber:
• Constitucionalismo Antigo – Manifestado primeiramente na civilização hebraica (que era teocrática), na qual o poder era limitado pela “Lei do Senhor”, e, posteriormente, na civilização grega, na qual havia inclusive uma escolha de cidadãos para os cargos públicos;
• Constitucionalismo da Idade Média – Marcado pela Magna Carta de 1215, em que o rei João “sem terra” teve de assinar uma carta de limita- ções de seu poder para que não fosse deposto pelos barões;
• Constitucionalismo Moderno – Marcado pela Revolução Francesa e pela Independência dos Estados Unidos, nas quais o povo realmente passava a legitimar a Constituição e exigir um rol de garantias perante o Estado.
Para a maioria da doutrina, porém, a Constituição só pode ser chamada efetivamente de “Constituição” no constitucionalismo moderno, ou seja, a par- tir da Revolução Francesa (1789), que deu origem à Constituição de 1791 naquele país, e da Constituição Americana de 1787. Surge, então, o chamado conceito oci- dental de Constituição ou conceito ideal. Baseando-se na doutrina do professor Canotilho, elencamos as seguintes características:
• Forma escrita;
• Deve organizar o Estado politicamente e prever a separação de funções do Poder Político (tripartição dos Poderes);
• Deve garantir as liberdades individuais, limitando o poder do Estado;
• Deve prever a participação do povo nas decisões políticas.
1.2 O neoconstitucionalismo
Atualmente, fala-se muito do neoconstitucionalismo, ou constituciona- lismo contemporâneo, que é uma fase em que o Brasil começa a adentrar a partir
2 TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
Teorias e doutrinas relacionadas ao estudo da Constituição
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da Constituição de 1988, com destaque maior a partir desta primeira década do séc. XXI, mas que já seria vivenciada por países da Europa Ocidental (nota- damente Alemanha e Itália) desde os anos 50, 60, no pós 2ª Guerra Mundial.
O neoconstitucionalismo está marcado pela ideia de justiça social, equi- dade e emprego de valores e princípios norteadores de moralidade, rompendo-se a ideia de positivismo ao extremo. Trata-se, então, de um “pós-positivismo”. Para os defensores do neoconstitucionalismo, o direito deve ter como foco a Constitui- ção e esta, na verdade, seria um “bloco constitucional” em que os aspectos prin- cipiológicos e os valores se tornam tão importantes quanto as regras insculpidas no texto constitucional.
No neoconstitucionalismo há um repensar do Direito em que a Constitui- ção deixa de ser uma “carta de intenções” e realmente se torna uma “norma jurí- dica”, devendo, assim, ser concretizada. Dessa forma, deixa-se de lado o foco nas leis, para se colocar o foco na Constituição. Busca-se concretizar o ordenamento jurídico de acordo com o pensamento do legislador constituinte. A Constituição, então, tem uma força normativa, impositiva sobre o ordenamento jurídico, e não pode, assim, ser ignorada pela sociedade. Na sequência, observe uma cronologia para entender melhor este assunto.
1.3 Jusnaturalismo X Positivismo X Pós-Positivismo X Teoria Crítica do Direito
O Jusnaturalismo, o positivismo e, atualmente, o pós-positivismo podem ser considerados os três pensamentos que marcaram época na influência do Direito moderno e contemporâneo.
Para o Jusnaturalismo, o direito é uno, imutável, inato, e, principalmente, independe da vontade do Estado. A lei nada mais é do que a razão humana. O Jus- naturalismo tomou corpo ao associar-se ao Iluminismo e impulsionou as grandes revoluções liberais do séc. XVIII, fazendo oposição ao absolutismo monárquico.
Seu auge aconteceu nas primeiras Constituições Escritas e nas Codificações (reu- nião em um único documento de diversas normas sobre um mesmo objeto, para dar clareza, unidade e simplificação ao Direito – começa em 1804 com o “Código Napoleônico” – o código civil francês). O Jusnaturalismo acabou sofrendo uma contenção pela ascensão do modelo positivista.
Para o positivismo, o Direito é a lei escrita. A lei válida é aquela que se formou pelo procedimento correto, não há qualquer vinculação à justiça, moral e filosofia.
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O positivismo jurídico apoiou-se no positivismo filosófico, em que a ciência é a única verdade, e o conhecimento deveria se basear em experiências e observações.
Para o positivismo, o Jusnaturalismo era algo sem embasamento, “acien- tífico”, metafísico. Para os positivistas, o ordenamento jurídico era completo, não havia lacunas que não pudessem ser preenchidas pelo próprio ordenamento.
O positivismo nos deu grande contribuição, como a estabilidade do Direito, a supremacia da lei, sendo esta uma ordem una e que emana do Estado. No entanto, o fato de deixar a ética distanciada da lei permitiu a ascensão de movimentos como o nazismo e o fascismo.
O pós-positivismo pode ser considerado o marco filosófico do constitucio- nalismo moderno, surgido após a Segunda Guerra, de sobremodo com uma rea- ção do Direito às atrocidades perpetradas pelo nazismo, autorizadas pelo Direito então vigente, à época dissociado da moral e da ética, tem como marco principal a Lei Fundamental de Bonn (Constituição Alemã de 1949) – com posterior insta- lação do Tribunal Constitucional Federal Alemão (1951) – a Constituição Italiana de 1947 – e a instalação da Corte Constitucional italiana em 1956.
O pós-positivismo entende o Jusnaturalismo e o positivismo como comple- mentares, e não como opostos. Recebe as contribuições de cada um: a estabilidade do Direito positivista e a base ética e moral Jusnaturalista. Com o pós-positivismo ascende este novo constitucionalismo (neoconstitucionalismo), no qual a Consti- tuição alberga diversos temas que estavam no Direito infraconstitucional, e passa a se tornar o centro do ordenamento jurídico, os princípios assumem um caráter normativo em igualdade com as regras, e os direitos fundamentais e princípios constitucionais irradiam-se, condicionando a aplicação de todo o ordenamento.
A Teoria Crítica do Direito foi um tema muito debatido nas décadas de 70 e 80, mas nunca chegou a se concretizar de forma efetiva na produção do Direito.
Ela está baseada em um conjunto de ideias que questionam várias premissas do Direito tradicional – cientificidade, objetividade, neutralidade, estabilidade, com- pletude. Os defensores desta teoria partem da constatação de que o Direito não lida com fenômenos que se ordenam de forma isolada, sem a atuação de vários atores, legislador, jurista e os juízes. Segundo tal teoria, a intensa relação entre sujeitos e o Direito compromete sua pretensão científica.
Segundo Barroso, de sua análise sobre passagem de Marx,3 a teoria crítica enfatiza o caráter ideológico do Direito, equiparando-o à política, a um discurso
3 XI Tese sobre Feuerbach.