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A Criatividade no centro das discussões contemporâneas

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Academic year: 2021

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A Criatividade no centro das discussões contemporâneas

Resumo:

A importância da criatividade no debate contemporâneo emerge de profissionais de diversas áreas como a psicologia, a arte, a sociologia e a filosofia, que vêem no ser criativo a ultima possibilidade para uma sociedade globalizada e massificada. A partir de estudos científicos, este artigo pretende trazer abordagens de profissionais que se relacionam com o tema , seja em suas práticas projetuais, artísticas ou de ensino e até mesmo na construção de uma teoria crítica , que veja na apropriação do ser criativo uma manipulação do mercado.

Palavras-chave:Criatividade, psicologia da criatividade,virtualidade,arte contemporânea,processo criativo.

Abstract:

The importance of criativity in the contemporary debate emerges from professionals of differente areas, such as psychology, arts, sociolgy and philosophy, whose see in the creative human the last possibility to a globalized and commoditized society. From scientific studies, this article aims to show approaches from professionals who are related with the subject, in practices for projecting, artisticals or teaching and also in the contruction of a critical theory, which believes in the appropriating of the creative human a market's manipulation. Key words: creativity, psychology of creativity, virtual world, contemporary arts, creative process

Manon Salles

Mestre em Ciências da Comunicação ECA-USP.Artista Plástica (Universidade Mackenzie), com especialização em moda na Itália.Atua nos últimos 15 anos como professora, coordenadora e pesquisadora nas áreas de arte e moda. Pesquisou sobre o tema criatividade na Pós-Graduação do IA UNICAMP, como aluna especial em 2009. (www.conexaomoda.wordpress.com)

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Pensar a criatividade e sua importância no momento contemporâneo, é um exercício interessante. Podemos começar, com uma frase muito repetida, por indivíduos das mais diversas origens e formações. Traz nela, uma concepção do ser criativo, relacionada com um conceito totalmente superado. Mas quantas vezes já ouvimos essa abordagem sobre a criatividade: “ Esse profissional faz isso bem porque tem o DOM ” . Quer seja para as artes, a música, o design, a arquitetura, toda e qualquer atividade que envolva a criação, essa é uma análise que vem do pensamento Platônico. Na mitologia grega existia a necessidade de uma musa inspiradora para o desenvolvimento do processo criativo. Pode ser um conceito também atrelado ao pensamento medieval,controlado pela igreja, que incentivava tudo o que fosse divino e sobrenatural, mas hoje, totalmente ultrapassado.

Essa definição sobre o ser criativo relacionado a um dom (divino), esta ligada a um conceito de criatividade, onde a inspiração e o processo criativo estão associados a um estado irracional, a intervenções divinas, por pessoas “privilegiadas” , que mais adiante no século XVIII, são identificados como “ gênios criativos”.

Novos questionamentos sobre o que é a criatividade e quais as características das pessoas criativas, aparecem no final do século XIX ( 1879.1883), nas investigações de Francis Galton (Lubart, 2003), servindo de incentivo para outros pesquisadores no decorrer do século XX. Todos esses conceitos, do dom ou do gênio, da relação da criatividade com o sobrenatural, começaram a ser questionados e estudados cientificamente a partir dos anos 50, principalmente por profissionais da psicologia e psicanálise, incentivados pelo “boom” da revolução cognitiva. Os objetivos eram identificar as características das pessoas criativas, investigando este processo a partir da memória, da percepção, do raciocínio, da atenção, do juízo, da imaginação,do pensamento e da linguagem. Outros tópicos como inteligência, personalidade e motivação, vão sendo identificados em estudos posteriores, comprovando cientificamente que a criatividade não tem nenhuma relação com a inspiração divina. A abordagem, da psicologia e psicanálise para o estudo da criatividade passa a ser então a partir da

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cognição, isto é, o ato ou processo de adquirir conhecimento e de como os indivíduos vão realizar suas ações mentais a partir desses conhecimentos. E também associar esses conhecimentos para criar uma coisa inédita ( OXMAN,R,1994).

O psicológico americano Paul Guilford, um dos principais expoentes de sua área por desenvolver teorias sobre a inteligência e a criatividade, demonstrou que as pessoas mais criativas podem ter uma baixa pontuação em um teste de QI. Em suas pesquisas, apontou algumas implicações dos problemas da criatividade na formação profissional e práticas educacionais.Para o psicólogo, o problema é tão amplo quanto às qualidades que contribuem significativamente para a produtividade criativa. O problema do psicólogo é entender a personalidade criativa e de como podemos promover o desenvolvimento de personalidades criativas(GUILFORD,1950).Em 1950, foi o primeiro a propor a teoria do Pensamento Divergente, que mais tarde serviu de referência, para o italiano Edward Del bono (e tantos outros), desenvolver sua teoria do Pensamento lateral. As teorias e testes psicométricos propostos por Guilford e Torrance , fizeram parte de um contexto e de uma época.Como diretor de pesquisa psicológica para a Força Aérea Americana durante a segunda Guerra Mundial, Guilford precisava identificar de alguma maneira, indivíduos para atuarem em postos estratégicos de acordo com a personalidade, inteligência e a criatividade.

Mas o que dizer, dessa aplicação de testes de aptidão ou inteligência, que foram sendo reelaborados por diversos outros estudiosos ao longo dos anos, no contexto contemporâneo?Quer seja em departamentos de recursos humanos das empresas ou em testes de admissão em universidades para avaliar a capacidade criativa ou aptidão dos alunos.?

Na opinião do psicólogo Robert Sternberg, esses tipos de teste de inteligência medido por Q.I. e exames vestibulares, estão totalmente fora das necessidades atuais, pois medem a capacidade do candidato escolher entre as velhas alternativas, quando deveriam medir sua capacidade de encontrar saídas criativas. Sterberg defende que a criatividade é como um hábito, que pode ser

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desenvolvido e estimulado como qualquer outro, sugere que vale a pena investir na criatividade e relaciona a necessidade de um conhecimento para essa prática.

Existem diversas abordagens para o estudo da criatividade. A mais promissora e contemporânea é a que considera a convergência de fatores, isto é, a teoria da abordagem múltipla de fatores que são os cognitivos [inteligência e conhecimento], os conativos [estilo,personalidade e motivação],emocionais e ambientais. ( STERNBERG,1999). Essa teoria desenvolvida junto a Todd Lubart, depois da década de 80, sugere que a criatividade requer uma combinação particular de fatores relevantes ao indivíduo, como capacidades intelectuais, traços de personalidades e contexto ambiental.

Durante os anos 80-90,Teresa Amabile propõe que a criatividade requer ainda fatores como(habilidades, relevância nas propostas e motivação) e Mihaly Csikszentmihalyi,acrescenta novas possibilidades, (indivíduo, cultura e campo). A abordagem artística pela Teoria da Materialidade da Criação, proposta por Fayga Ostrower, em seu livro Criação e Processos Criativos, como também as diversas obras do sociólogo italiano Domenico de Masi, são referências sobre a criatividade, mas não cabem nesse artigo, que tem como objetivo validar a relação da mente humana com o processo criativo.

Dentro dessa proposta, algumas dessas teorias foram selecionadas e puderam ser validadas ao entrevistar Marila Dardot, e conhecer através de seu depoimento e da documentação de sua pratica criativa , como realmente funciona o processo criativo de uma artista contemporânea.

Vale ainda esclarecer aqui que a proposta desse trabalho foi feita a partir de teorias sobre o tema.Teorias essas que não estão nas prioridades do artista em sua prática de maneira consciente.

Marila Dardot é uma artista mineira de 36 anos , radicada em São Paulo,se destaca na produção artística contemporânea por sua obra e premiações.

A artista investiga a linguagem, seus componentes, o processo de criação de significados, de constituição das palavras. A literatura é uma forte presença em seus trabalhos

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 Marilá, existe um conceito em seu trabalho?

“Não existe um conceito único...cada trabalho é um processo...”

“Primeiro, uma ligação com a literatura, inclusive ate achei esse artigo que estava lendo hoje, que ele conseguiu dizer o que eu queria falar, e vou até citar ele ( Mario Vargas Llosa) ...o artigo chama “Em defesa do romance”, ele fala assim: “a literatura ao contrário, diferentemente da ciência e da técnica é, foi e continuará sendo, enquanto existir, um dos denominadores comum da experiência humana, graças ao qual os seres vivos se reconhecem e dialogam, independente das suas ocupações...é um pouco essa visão da literatura como uma coisa em comum que o homem compartilha que coloco em meu trabalho”

 Mas então como você inicia um trabalho, como surge uma idéia?

“E muito caótico, é muito intuitivo na verdade, às vezes parece que é muito pensado, racional, mas não é...”

“ a incerteza motiva a obra, o não ter certeza” (Flório.W e Gallo,H.,2009)

O primeiro trabalho, eu gosto de falar desse trabalho (O livro de areia)...

Esse trabalho que considero o trabalho inaugural de minha carreira, fiz ele quando estava na Escola Guignard ( BH ) ainda...” 98

“Era uma disciplina sobre livros de artista e nessa época,esse era um assunto interessante. O que se produzia, era relacionado com os diários, os processos, tinha acabado de sair o da Frida Kalho que é bem impactante e para mim, o que eu tinha claro e que naquele momento não me interessava fazer um livro de artista que fosse desse tipo...um coisa sobre o processo”

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No conto “O Livro de Areia”, Jorge Luis Borges se depara com um livro infinito, com páginas que nunca se repetem. Partindo deste texto e do fragmento de Heráclito em que afirma não ser possível o mesmo homem entrar duas vezes no mesmo rio ? e, portanto, o leitor de um livro também nunca encontrará o mesmo sentido em suas páginas, mesmo que essas permaneçam as mesmas ? construí esse objeto. Um livro de páginas de espelhos, imagem do infinito de Borges e do devir de Heráclito.

“Criatividade é associar os conhecimentos para criar uma coisa inédita” ( Rivka Oxman,1994)

 Você começa sempre pelo desenho?

“Não, os processos, é cada um de um jeito, esse surgiu de um desenho”. ( A terceira margem) ...

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aquele (porque as palavras estão por todas as partes) surgiu do que vi em uma viagem e registrei em fotos,

as vezes surge de um material, o Rayuela, sobre as amarelinhas, esse ninguém diria que surgiu do material, e foi... “

 Mas você demorou quanto tempo para materializar? Você mandou fazer os moldes, como foi?

“Eles me falaram como era a sala, o chão de concreto e pensei nas letras de concreto, que formam uma frase, de um livro que eu estava lendo em espanhol do Roberto Bolaños e eu tinha guardado essa frase :“ Porque as palavras estão por toda parte” ... Enfim esse trabalho nasceu disso...porque a gente enxerga o mundo através de palavras,é um filtro entre a gente e o mundo...

 E a parte técnica, o molde, etc?

“Eu fiz o projeto, calculei o projeto, o tamanho de cada letra, resolvi isso no computador, com uma pessoa que trabalha com auto cad, mas primeiro eu fiz de maneira bem rudimentar na mão (porque eu não sei trabalhar com auto cad) e defini tudo o que eu queria, ela colocou isso no tridimensional e assim eu consegui pensar como seria distribuído o trabalho...”

 Você acha que mudou alguma coisa em seu processo criativo? Por exemplo, quando você falou da obra, Porque as palavras estão por toda parte ? você menciona que já recebeu a planta do local digitalizada e que pediu ajuda a alguém para definir em 3D o projeto...

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“Mas eu faço ainda a maquete, antes de fazer o auto cad lá, eu decido tudo na maquete,eu tenho necessidade da maquete as letrinhas cortadas em papelão..”

“Eu preciso da maquete é onde eu decido e me ajuda a raciocinar, é muito mais rápido, me ajuda muito...Ai eu volto para o computador na hora de enviar o projeto para a galeria...

“ Os croquis de concepção são artefatos mais próximos do pensamento.São registros exploratórios,cuja ambigüidade estimula a imaginação” (Flório,W.2008)

 Você acha que muda alguma coisa em seu processo usar essa ferramenta? (computador, tecnologia, virtualidade)

“ Não ,eu acho que é tudo misturado no processo, o real e o virtual. Começa que eu recebo uma planta baixa digital por e-mail, daí, da planta baixa eu consigo criar uma maquete...fiz as elevações das paredes, peguei os desenhos do trabalho que eu tinha no meu computador eu imprimi tudo na escala, e fui colando para imaginar isso no espaço e para testar as diferentes possibilidades de montagem que eu poderia testar...”

“ A criatividade consiste em estabelecer relações com os dois processos, O analógico (material) e o digital ( imaterial)” (Pierre Levy,1996)

 O que te motiva?

O que me motiva ...é uma vontade ou é quase um vício, você começa a fazer e não consegue parar, uma vontade de falar alguma coisa e que as vezes vem de um incômodo...com uma situação...comigo mesma...

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 Você tem uma rotina de trabalho ou os trabalhos aparecem em função de convites de galerias?

Eu tenho que ter uma rotina, fui assistente da Rosangela Rennó por três anos, isso é uma coisa bem importante, essa convivência....Foi importante para aprender a disciplina de um trabalho diário, mesmo que não tenha uma finalidade...

Exatamente para quando der esses “brancos”, você tem arquivos, subsídios para se “ alimentar” artisticamente...eu acabei pegando essa metodologia de trabalho.

 O que é criatividade para você? Ou ser criativo?

“Nós somos todos criativos...aqui no Brasil principalmente. A gente sabe lhe dar com o imprevisto eu entendo a criatividade como a capacidade de lidar com o imprevisto, lidar com o desconhecido e solucionar ou lidar com o imprevisto de uma forma, que não é uma formula...a capacidade de inventar...”

 Você acha que a criatividade pode ser estimulada em um aluno, você que também da aulas...

SIM, a criatividade vai ser estimulada de varias formas, a curiosidade é uma parte importante, se perguntar porque as coisas são assim?e de que outras maneiras poderiam ser? Perguntar o que não é o senso comum...

“ como qualquer habito a criatividade pode ser encorajada ou desencorajada” (Robert Sternberg,1999)

 Mas pergunto no sentido em que você acha que o artista deva ter um conhecimento, uma formação, um ambiente que propicie esse conhecimento?

“Um conhecimento não necessariamente acadêmico, mas conhecimento sim é importante, mas ele pode ser manual , técnico, literário, da relação com a vida ,mas que conhecimento eu prefiro chamar de trabalho”

 No sentido de uma habilidade?

“Não, de um empenho, de uma construção,não é que esse artista teve uma idéia qualquer e vai fazer e ai virou artista. Trabalho no sentido de uma

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persistência, de investigação, de experiência, seja usando qualquer tipo de conhecimento, cada artista tem sua metodologia, um meio de trabalhar ...que seja uma metodologia da embriagues ou outra... Cada artista se constitui pegando sua experiência própria e compartilhando com outro”

“ Nos últimos 20 anos a criatividade é pensada a partir de uma abordagem cognitiva” Boden (1992), Smith,Ward e Finke (1995) , Weisberg (1986 e 1983) Todd Lubart. [Cognição] Ato ou processo de adquirir conhecimento.

“Os psicólogos cognitivos tem se concentrado em outros tópicos como:

PERCEPÇÃO,MEMÓRIA,RACIOCÍNIO, IMAGINAÇÃO, LINGUAGEM E TOMADA DE DECISÃO” (Sternberg e Lubart -1996)

A criatividade esta na pauta das discussões contemporâneas, pois passa a ser considerada como ultimo diferencial possível em uma sociedade massificada e globalizada. E o interesse em compreender os fenômenos psicológicos relacionados com a criatividade atinge a uma gama de profissionais que começa pelos pesquisadores e teóricos e chega ao empresariado, que aposta na criação de novos produtos e serviços para o crescimento e elaboração de novos modelos econômicos do século XXI (Getz e Lubart,2000). Em uma sociedade mundializada , onde a cópia não faz mais sentido, afirma Suely Rolnik, a criatividade é a mais-valia do sistema capitalista contemporâneo.

Referencias Bibliográficas:

FLÓRIO,W. Experimentação e Incerteza no processo de projetos. In: Anais do 8º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design. SP, AEND Brasil, 2008.

FINKE, R. A.; WARD, T. B.; SMITH, S. M. Creative Cognition: Theory, Research and Applications. Massachusetts: Bradford Books / The MIT Press, 1996.

GETZ,I.& LUBART,T. “ An emotional-experiential perspective on creative symbolic metaphorical process” Consciousness and Emotion, 1(2),89-118.

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LEVY, Pierre. O que é o virtual? Rio de Janeiro: Editora 34, 1996

LUBART, T. Psicologia da Criatividade. Tradução: Márcia Conceição Machado Moraes. Porto Alegre: Artmed, 2007

OXMAN, R. (1994). Precedents in design: a computational model for the

organization of precedent knowledge. Design Studies, v.15, nº 2, 1996,141-157. OXMAN, R. Prior knowledge in design: a dynamic knowledge-based model of design and creativity. Design Studies, v.11, nº 1, 1990, p.17-27.

ROLNIK, Suely. Para além da cafetinagem da criação e de sua separação da resistência . In Núcleo de estudos da subjetividade PUC SP. Artigo.2003

STERNBERG, R.Creativity as a habit. New York: Worldscibooks,1999, Chapter 1. STERNBERG, R & LUBART, T. Investing in Creativity. American Psychologist, July1996,677-688

SITES

www.mariladardot.com.br www.galeriavermelho.com.br

Referências

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