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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS E POLÍTICAS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

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CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS

FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS E POLÍTICAS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

GESYANE ALVARES DE QUEIROZ

A DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO EM EMPRESAS

BRASILEIRAS DE CAPITAL ABERTO: UMA ANÁLISE SOBRE A

DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA ENTRE OS AGENTES ECONÔMICOS

Rondonópolis – MT 2020

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS

FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS E POLÍTICAS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

GESYANE ALVARES DE QUEIROZ

A DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO EM EMPRESAS

BRASILEIRAS DE CAPITAL ABERTO: UMA ANÁLISE SOBRE A

DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA ENTRE OS AGENTES ECONÔMICOS

Rondonópolis – MT 2020

Monografia apresentada à Universidade Federal de Mato Grosso, através do Curso de Ciências Contábeis, da Faculdade Ciências Aplicadas e Políticas/ Centro Universitário de Rondonópolis, como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis, sob orientação do Professor Ms. João Bosco Arbués Carneiro Júnior.

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GESYANE ALVARES DE QUEIROZ

A DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO EM EMPRESAS BRASILEIRAS DE CAPITAL ABERTO: UMA ANÁLISE SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA ENTRE OS AGENTES ECONÔMICOS

FOLHA DE APROVAÇÃO

Esta monografia apresentada à Universidade Federal de Mato Grosso, através do Curso de Ciências Contábeis, da FACAP/CUR/UFMT, como requisito parcial à obtenção do Título de Bacharel em Ciências Contábeis, tendo sido aprovada pela banca examinadora abaixo identificada e assinada.

Data da defesa: 09/03/2020. Nota: Dez

Rondonópolis – MT, 09 de março de 2020.

___________________________________________ Prof.ª Adelina Neres de Sousa Campos

Coordenadora de Monografias

BANCA EXAMIDADORA:

__________________________________________ Prof.° Msc. João Bosco Arbués Carneiro Júnior

Orientador e Presidente da Banca

____________________________________________ Prof.ªDra. Sofia Ines Niveiros

Membro da Banca Examinadora

____________________________________________ Prof.°Msc. César Schmidt Gonçalves

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus pela vida, por ter me concedido saúde e força para superar todas as dificuldades. Por conceder essa oportunidade de chegar até essa etapa e concluir mais uma fase importante da minha vida.

A esta universidade e a todo o corpo docente que direta ou indiretamente participaram da minha formação acadêmica. Especialmente ao meu professor e orientador Ms. João Bosco Arbués Carneiro Júnior pela competência, paciência e dedicação, tornando possível a conclusão desta monografia. Sempre me auxiliando ao longo da pesquisa com suas correções e incentivos. Obrigada por tudo!

Minha gratidão aos meus pais Gesiel e Antonina que sempre me apoiaram, acreditando em mim desde o início, e por sempre estarem presentes na minha vida, oferecendo todo o suporte necessário para que eu conseguisse atingir meus objetivos, espero um dia poder lhes retribuir. Amo vocês infinitamente!

A toda minha família, em especial a minha irmã Gesyele que me acompanhou principalmente nesse último ano ao ingressar também nessa Universidade. Obrigada por me ouvir, me entender, e me acolher nos momentos de choro, sentirei falta da sua companhia todos os dias de manhã para a faculdade. Amo você minha caixinha de segredos!

Ao meu amigo de infância Jeferson, que se tornou esposo neste último ano da faculdade. Obrigada por todo carinho e incentivo, e por me amparar em todos os momentos, principalmente naqueles mais difíceis. Te amo!

As minhas amigas desde a escola: Jeyce, Hannah e Maysa, que também estão concluindo seus cursos nesta Universidade. Mesmo seguindo rumos diferentes, conseguimos nos reunir. Obrigada pela amizade de vocês!

Por fim, agradeço aos meus colegas que se tornaram amigos desde o ingresso do curso de graduação: Geovana e Weriklis. Também a Suzhana que somou conosco neste último ano, agradeço por compartilharem dos diversos desafios que enfrentamos, sempre contribuindo com os estudos. Obrigada pelas cobranças, puxões de orelha e companhia, desejo sucesso a todos vocês!

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 13 1.1 Tema / Problema ... 13 1.2 Justificativa ... 15 1.3 Objetivos da Pesquisa ... 16 1.3.1 Objetivo geral ... 16 1.3.2 Objetivos específicos ... 17 1.4 Hipóteses do Estudo ... 17 1.5 Metodologia da Pesquisa ... 18

1.6 Delimitação do Campo de Estudo ... 20

1.7 Organização Lógica da Monografia ... 21

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 23

2.1 Contabilidade ... 23

2.1.1 Estrutura conceitual básica ... 24

2.1.2 Características qualitativas da informação contábil ... 25

2.2 Demonstrações Contábeis... 26

2.2.1 Balanço patrimonial ... 27

2.2.2 Demonstração do resultado do exercício ... 28

2.2.3 Demonstração do fluxo de caixa ... 30

2.2.4 Demonstração das mutações do patrimônio líquido ... 31

2.2.5 Demonstração do valor adicionado ... 32

2.2.5.1 Análise vertical da DVA... 37

2.2.6 Balanço social ... 38

3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 40

3.1 Distribuição do valor adicionado no setor comercial ... 40

3.2 Distribuição do valor adicionado no setor Industrial... 42

3.3 Distribuição do valor adicionado no setor de Serviços ... 45

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 49

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RESUMO

A Contabilidade é um importante instrumento de gestão que fornece informações tanto aos usuários internos como externos, manuseada tanto pelas companhias quanto para comunidade em geral, ela pode ser utilizada para a tomada de decisões e também como uma ferramenta de informação entre as empresas e a sociedade. Desse modo, devido à necessidade da sociedade por mais informações úteis de caráter social, surge a Demonstração do Valor Adicionado (DVA). A DVA é uma demonstração que se tornou obrigatória no Brasil a partir do ano de 2008 em empresas de capital aberto, e que propõe apresentar o valor da riqueza gerada pela companhia. Desse modo, esta pesquisa tem como foco analisar como ocorreu a distribuição da riqueza gerada e qual dos agentes econômicos recebeu maior parcela.O presente trabalho analisou a distribuição do valor adicionado de 211 empresas listados no portal Instituto Assaf, entre o ano 2017 e 2018, e buscou apresentar a DVA como importante ferramenta para mensuração da distribuição de riquezas, mensurar e identificar os agentes que receberam a maior parcela (empregados, governos, credores e sócios e acionistas), podendo servir como instrumento em que a sociedade pode visualizar como os recursos estão sendo distribuídos. Como resultados a respeito à distribuição do valor adicionado, constatou um aumento quanto ao percentual de sua riqueza gerada destinada ao agente governo. Por fim, a análise da distribuição do valor adicionado apontou uma diferença quanto aos setores de comércio, indústria e serviços.

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ABSTRACT

Accounting is an important management tool that provides information to both internal and external users, handled by both companies and the community in general, it can be used for decision making and also as an information tool between companies and society. Thus, due to society's need for more useful information of a social nature, the Statement of Added Value (DVA) appears. The DVA is a demonstration that became mandatory in Brazil from 2008 on publicly traded companies, and that proposes to present the value of the wealth generated by the company. Thus, this research focuses on analyzing how the distribution of wealth generated occurred and which of the economic agents received the largest share. The present work analyzed the distribution of added value of 211 companies listed on the Instituto Assaf portal, between 2017 and 2018, and sought to present the DVA as an important tool for measuring the distribution of wealth, measuring and identifying the agents who received the largest share (employees, governments, creditors and partners and shareholders), and can serve as an instrument in which society can visualize how the resources are being distributed. As a result of the distribution of added value, he noted an increase in the percentage of his wealth generated destined for the government agent. Finally, the analysis of the distribution of added value showed a difference regarding the sectors of commerce, industry and services.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Distribuição do valor adicionado no Comércio 2018 ... 40

Figura 2 – Distribuição do valor adicionado no Comércio 2017 ... 41

Figura 3 – Distribuição do valor adicionado nas Indústrias 2018 ... 43

Figura 4 – Distribuição do valor adicionado nas Indústrias 2017 ... 44

Figura 5 – Distribuição do valor adicionado nos Serviços 2018 ... 46

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Comércio – DVA ... 39 Tabela 2 – Indústria – DVA ... 42 Tabela 3 – Serviços – DVA ... 45

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LISTA DE QUADRO

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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS DVA – Demonstração do Valor Adicionado

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis CFC – Conselho Federal de Contabilidade IBRACON – Instituto Brasileiro de Contadores DRE – Demonstração do Resultado do Exercício DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa

DOAR – Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos DLPA – Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido MEP – Método da Equivalência Patrimonial

PL – Patrimônio Líquido

CVM – Comissão de Valores Mobiliários PIB – Produto Interno Bruto

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística NBC – Normas Brasileiras de Contabilidade

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1 INTRODUÇÃO

Diante de um cenário competitivo, as empresas evoluem conforme a necessidade de atender aos anseios da sociedade e seus objetivos, buscando se destacar e diferenciar no mercado por meio da transparência em suas atividades desenvolvidas. As entidades buscam ampliar sua visão e entender o motivo de sua existência, visto que, além da preocupação da situação econômica da empresa, procuram dar maior ênfase nas relações com o ambiente no qual se insere.

Desde os tempos primórdios, a contabilidade apontada como tradicional, dá maior destaque no registro de acontecimentos históricos e por diversas vezes somente atendeu a legislação fiscal, dentre outros fatores. Porém, este conhecimento não é mais suficiente para dar suporte às necessidades que a sociedade exige, por conta da globalização, o mercado moderno visa contribuir com maior ênfase sobre sua responsabilidade para com a mesma.

A contabilidade vem ampliando de forma a demonstrar informações sobre a situação da empresa, tais informações têm por finalidade serem fidedignas, pois, por meio delas que são gerados demonstrações e relatórios de maior importância, principalmente como amparo para os gestores tomadores de decisão.

Dentre esses relatórios destaca-se a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), que no Brasil tornou-se obrigatório para as empresas de capital aberto a partir do ano de 2008, que tem por objetivo elaborar e divulgar o quanto a entidade gerou e distribuiu de riqueza durante seu processo produtivo.

Diante do exposto, este trabalho procura analisar a DVA e identificar a parcela distribuída do valor adicionado entre os agentes econômicos. Para tal fim, a presente pesquisa se divide em quatro capítulos onde será verificada e melhor abordada a seguir.

1.1 Tema / Problema

A contabilidade é uma ferramenta que fornece informações tanto aos usuários internos como os externos da empresa, não somente buscando atender as exigências do governo, mas, o que é mais relevante, auxiliando os usuários na tomada de decisões, buscando na Contabilidade respostas sobre a situação da empresa por meio de relatórios contábeis (MARION, 2009).

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Uma das áreas contábeis que atualmente apresenta maior crescimento no Brasil é a Contabilidade Social que vários autores vêm realçando sua importância. Para Paulani e Braga (2003, p. 5) mencionaram que a diferença entre a Contabilidade Nacional e a Social: “fazem parte da contabilidade social, por exemplo, os indicadores de distribuição de renda, os indicadores de desenvolvimento humano (IDH)”.

De acordo com os autores, a Contabilidade Nacional se ocupa com as contas nacionais do país, ao passo que a Contabilidade Social engloba um novo pensamento sobre a distribuição de renda, avaliando a situação socioeconômica e não a patrimonial. É nesta lógica que os autores vêm debatendo o crescimento da Contabilidade Social.

Este crescimento está associado, em um nível maior, a uma mudança de comportamento da sociedade perante o papel das empresas na construção da evolução econômica e social do país. A contabilidade, como ciência social, necessitou da criação de novas condições para atender tais exigências impostas pela sociedade, ampliando sua área de atuação, em conformidade da manifestação de novos padrões de usuário.

Neste sentido, as demonstrações contábeis usuais não atendem essas novas categorias de usuários, visto que estes exigem das entidades e da sociedade informações de caráter social. Por este motivo, novos relatórios contábeis tornam-se fundamentais para implementação das informações que incrementa essa mudança, entre eles destaca-se a Demonstração do valor adicionado (DVA).

Sobre os componentes da DVA, os agentes econômicos são os que contribuem para essa geração do valor adicionado, definidos segundo Santos (1999, apud CUNHA; RIBEIRO; SANTOS, 2005) como sendo eles: governo (impostos), financiadores externos (juros e aluguéis), proprietários e acionistas (juros sobre o capital próprio), e trabalhadores (remunerações pagas).

Neste segmento, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) aprovou a DVA por meio das Normas Brasileiras de Contabilidade NBC TG 09, através da Resolução n. 1138 de 28/11/2008, regulamentada pelo Pronunciamento Técnico CPC 09 - Demonstração do Valor Adicionado (2008). Este pronunciamento apresenta critérios para a elaboração da Demonstração do Valor Adicionado e a divulgação da mesma no final de cada período social.

O CPC 09 aponta a seguinte composição da DVA: 1 - Receitas; 2 - Insumos adquiridos de terceiros; 3 - Valor adicionado bruto; 4 – Depreciação, amortização e exaustão; 5 – Valor adicionado líquido produzido pela entidade; 6 - Valor adicionado recebido em transferência; 7 -

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Valor adicionado total a distribuir; 8 – Distribuição do valor adicionado; 8.1 Pessoal; 8.2 Impostos, taxas e contribuições; 8.3 Remuneração de capital de terceiros; 8.4 Remuneração de Capitais Próprios; e 8.5 Outros.

Para Almeida (2005), a DVA tem a finalidade como uma importante ferramenta de gestão, uma vez que sua estrutura dispõe de dados significativos, e consequentemente os impactos pelas atividades da entidade, considerando o papel social desempenhado pela mesma.

O autor ainda descreve que é por meio dela, que os agentes internos e externos, como os trabalhadores e sindicatos, podem buscar negociações de melhorias salariais, avaliando o comportamento da remuneração de outras categorias. Ainda serve a outros agentes internos, como os acionistas, a DVA apresenta análises do investimento no negócio. Aos financiadores externos, mostra a saúde econômica da empresa e sua criação de riquezas, e aos agentes externos, como o governo, a demonstração possibilita estudo sobre a receita tributária e suas divisões as diferentes regiões da atividade.

Por fim, levando em consideração a relevância da DVA para as entidades, a presente pesquisa utiliza-se da seguinte questão: como ocorre a distribuição da riqueza gerada e qual dos agentes econômicos recebe a maior parcela, conforme a DVA das empresas de capital aberto listadas no Instituto Assaf nos anos de 2017 e 2018?

1.2 Justificativa

Diante de um contexto empresarial, as empresas são exigidas a dar um maior alerta sobre suas obrigações com a sociedade, que se preocupa em não somente visar o lucro na questão operacional, mas também o bem comum na questão social, disponibilizando informes de caráter ambiental e socioeconômico (ROSA; HABERMANN; BRITO, 2015).

Nesse cenário, diante do desenvolvimento e ampliação das empresas, houve um crescimento da sociedade quanto às necessidades humanas no que tange em relação ao consumo de bens e serviços. Por isso, contabilidade necessitou da criação de novas estruturas, novas demonstrações.

Por esta razão, novos relatórios foram elaborados, no meio deles a DVA, que surgiu nos Estados Unidos da América, na década de vinte, sendo utilizado como base para o cálculo de pagamentos de incentivos governamentais. Consequentemente, na Europa nos anos setenta, o

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valor adicionador se expandiu as empresas britânicas, com intuito de obter maior produtividade com os empregados (COSENZA, 2003). E com o decorrer dos anos, cada vez as informações de natureza econômica social vêm tomando maior importância.

Assim sendo, feita as devidas ponderações, entende-se que esta pesquisa visa conceituar e situar a relevância da DVA no ambiente socioeconômico, examinando esta demonstração contábil e popularizá-la como ferramenta de responsabilidade social, limitada a empresas de médio e grande porte. Neste contexto, informar não somente o valor agregado criado pela entidade, mas também o rateio desse valor aos clientes internos e externos.

O presente trabalho pode servir como instrumento em que a sociedade pode visualizar como os recursos estão sendo distribuídos. Concedendo ao pesquisador conhecimento das mudanças introduzidas pela Lei nº 11.638/2007, a qual modificou a relação obrigatória dos relatórios contábeis a serem demonstrados pelas empresas societárias por ações, dentre eles a DVA. Buscando evidenciar quais são os agentes econômicos, e qual a participação de cada um deles no valor total.

1.3 Objetivos da Pesquisa

Organizar os objetivos da pesquisa é de extrema importância para o desenvolvimento desta pesquisa, com o intuito de melhor descrever e responder ao problema do estudo, os objetivos foram classificados em geral e específicos, pois a definição dos objetivos estabelece a meta que o pesquisador pretende chegar.

Para tanto, os objetivos foram separados de acordo com Beuren (2010, p. 65), “o objetivo geral indica uma ação ampla do problema, por isso mesmo ele deve ser elaborado com base na pergunta de pesquisa”. Já os objetivos específicos têm como principal função descrever ações detalhadas para alcançar a determinação estabelecida pelo objetivo geral.

1.3.1 Objetivo geral

O objetivo geral muitas vezes é bastante complexo, e este determina a ação abundante acerca do problema, que irá delimitar o escopo do trabalho. É por meio dele que acarretarão nos objetivos específicos.

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Nesta perspectiva, o objetivo geral deste trabalho é analisar a DVA, com o propósito de averiguar como ocorreu a distribuição do valor adicionado entre os agentes econômicos utilizando a Demonstração de Valor Adicionado das empresas listadas no Instituto Assaf.

Cabe destacar que a DVA tem por finalidade esclarecer ao usuário o valor da riqueza constituída pela empresa e a maneira de sua estruturação entre os geradores da riqueza adicionada, considerando os quatro agentes econômicos destinatários da riqueza (empregados, governo, credores, sócios e acionistas).

1.3.2 Objetivos específicos

Buscando alcançar o objetivo geral, o presente trabalho dispõe como objetivos específicos os que seguem a seguir:

a) apresentar a DVA como importante ferramenta para mensuração da distribuição de riquezas;

b) mensurar a parcela dessa distribuição do valor adicionado entre os agentes econômicos;

c) identificar os agentes que receberam a riqueza gerada pelas atividades das empresas.

1.4 Hipóteses do Estudo

A hipótese pode ser uma suposta, provável e provisória a resposta a um problema, cuja compatibilidade será examinada por meio da pesquisa (MARCONI; LAKATOS, 1991). Segundo Beuren et al. (2010) expõe que as hipóteses são tentativas de respostas, ou seja, quando as hipóteses vierem a ser testadas, podem ser aceitas ou rejeitadas, se as hipóteses forem rejeitadas não significa que a pesquisa torna-se invalidada.

Assim, tendo em vista a questão problema deste estudo lança-se a seguinte hipótese: Acredita-se que ao realizar um estudo do valor adicionado, por meio da DVA, a maior parcela da riqueza gerada pela empresa será distribuída ao agente governo.

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1.5 Metodologia da Pesquisa

Com o intuito de desenvolver uma pesquisa mais satisfatória, foi identificado o quanto é considerável estabelecer uma metodologia para obtenção de resultados esperados. Dessa forma, o presente estudo apresenta as tipologias da pesquisa definidas quanto aos objetivos, procedimentos técnicos e a abordagem do problema, de acordo com Beuren et al.(2010).

A pesquisa é de acordo Cervo e Bervian (2009, p. 57), “uma atividade voltada para a investigação de problemas teóricos ou práticos por meio de emprego de processos científicos”. Dessa maneira, o presente estudo se realizou por intermédio de métodos científicos de acordo com a metodologia na visão de Beuren et al. (2010, p. 79), que apresenta “enfocar tipologias de delineamento de pesquisas, que se acredita serem mais aplicáveis a esta área do conhecimento”.

Diante da necessidade de definir as etapas para definir o percurso da pesquisa, quanto aos objetivos, um trabalho monográfico pode ser fragmentado da seguinte forma: pesquisa exploratória, descritiva ou explicativa. Esta pesquisa foi apontada, quanto aos seus objetivos, como descritiva.

No entendimento de Gil (1999, p. 44):

[...] a pesquisa descritiva tem como principal objetivo descrever características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre as variáveis. Uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados.

Dessa forma, a pesquisa será detalhada de que maneira as empresas brasileiras subdividem a riqueza gerada de acordo com suas operações, verificando se houve grandes mudanças com o decorrer dos anos.

No que tange aos procedimentos técnicos, forma pela qual o estudo é efetuado, pode ser dividida em: estudo de caso, levantamento ou survey, pesquisa bibliográfica, pesquisa experimental, pesquisa documental e pesquisa participante. Esta pesquisa foi identificada, quanto a estes procedimentos técnicos, como levantamento de dados e bibliográfica.

O levantamento de dados é uma solicitação de informações a um grupo estabelecido, em seguida, mediante verificação quantitativa, conseguir resultados. O estudo visa coleta de dados secundários de competência pública, onde se encontra disponibilizados no portal do Instituto Assaf, considerando 211 empresas de capital através das demonstrações contábeis.

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Nesta conjuntura, ainda em relação ao levantamento de dados, para maiores argumentações é indispensável a exposições feitas por Gil (1999, p. 70) com relação a tipologia apontada:

[...] se caracterizam pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se a solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para em seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes aos dados coletados.

Com relação à pesquisa bibliográfica, Marconi e Lakatos (2010, p. 166) diz: “abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc.”. Logo, esta é válida neste estudo sob a responsabilidade da necessidade de realizar um referencial teórico com intuito de auxiliar a pesquisa, ou melhor, examinar as considerações de autores renomados acerca do tema proposto.

No que diz respeito à abordagem do problema, um trabalho acadêmico pode ser classificado em: qualitativa e/ou quantitativa. Portanto, esta pesquisa é de característica quantitativa e qualitativa, devido à necessidade de se resultar a uma análise mais aprofundada das demonstrações contábeis, mais especificamente na DVA de cada empresa a serem estudadas, e ainda sobre a coleta desses dados para a devida análise.

Neste sentido Beuren et al. (2010, p. 92) fundamenta que: “Na pesquisa qualitativa concebem-se análises mais profundas em relação ao fenômeno que está sendo estudado”. A abordagem qualitativa visa evidenciar aspectos examinados por meio de um estudo quantitativo, tendo em vista a superficialidade deste.

Já na pesquisa quantitativa Beuren et al. (2010, p. 92) apresenta como: “a abordagem quantitativa caracteriza-se pelo emprego de instrumentos estatísticos, tanto na coleta quanto no tratamento dos dados”. A autora ainda destaca a sua importância ao ter a intenção de garantir uma segurança, evitando distorções de análise e interpretação.

O tipo de plano utilizado nesta pesquisa pode ser caracterizado como um estudo de corte longitudinal, que busca uma coleta de dados ao longo de um período, ou transversal, tratando de um momento específico (BEUREN et al, 2010). Para a execução deste estudo a coleta de dados compreende mais de um período em razão da análise de dois anos consecutivos, caracterizado como longitudinal.

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A população desta pesquisa é caracterizada por todas as empresas de capital aberto, listadas no portal Instituto Assaf no período de 2017 e 2018, num total de 213 empresas compunha a listagem, em 35 diversos ramos. No entanto, 02 delas não apresentaram suas demonstrações individuais durante o período estudado, sendo elas no ramo Exploração de rodovias, e no setor de Serviços Médicos. Para Beuren et al. (2010, p. 118) é definido como: “população ou universo da pesquisa é a totalidade de elementos distintos que possui certa paridade nas características definidas para determinado estudo”.

No que tange a amostra, pode ser classificada como probabilística ou não probabilística, pois de acordo com Marconi e Lakatos (2010, p. 206) a amostra não probabilística se enquadra em: “não fazendo uso de uma forma aleatória de seleção, não pode ser objeto de certos tipos de tratamento estatístico, o que diminui a possibilidade de inferir para o todo os resultados obtidos para a amostra”.

Sendo assim, a presente pesquisa configura-se como não probabilística, uma vez que foram selecionadas todas as empresas divulgadas pelo portal Instituto Assaf, no qual retrata todas as empresas de capital aberto, e assim obter resultados de maior relevância.

A coleta de dados executada por intermédio de pesquisa documental, haja vista que esta metodologia é parte essencial desta pesquisa, pois, são averiguados documentos das empresas em estudo. A fonte documental é primária, ou melhor, coletados em primeira mão, documentos que ainda não receberam determinado tipo de tratamento por nenhum autor, necessitando serem cientificamente autênticos.

Contudo entende-se que por meio da apresentação da metodologia a pesquisa é conduzida de melhor modo, logo adquirindo êxito.

1.6 Delimitação do Campo de Estudo

No cenário econômico apresentado, as informações compostas no balanço social das companhias são de suma importância, pois é por meio delas a avaliação dos impactos causados e os benefícios gerados em prol da sociedade e do meio ambiente. Esse estudo se limitará em mostrar o enfoque apenas às demonstrações do valor adicionado, estas fornecem informações tanto num âmbito interno quanto externo.

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A delimitação do campo de estudo é assim definida conforme Marconi e Lakatos (2010, p. 146) como: “Delimitar a pesquisa é estabelecer limites para a investigação”. Ou melhor, para que se desenvolva com maior clareza em relação à delimitação do campo de estudo, é necessário impor limites para o que se pretende investigar.

Diante de uma totalidade de 211 entidades divulgadas no portal Instituto Assaf é abordada nesta pesquisa, como objeto de estudo, todas as empresas de capital aberto como campo de atuação, classificadas em 35 diversos ramos de mercado, entre os anos 2017 e 2018, não levando em consideração a inflação do período dos dados coletados.

Conforme a Lei das Sociedades por Ações, a elaboração das Demonstrações Financeiras são obrigatória no fim de cada período, e consequentemente a publicação das mesmas. Deste modo, para a verificação das informações financeiras é obtido pelo site Instituto Assaf suas demonstrações contábeis, e consequentemente a DVA.

Nesse sentido, o universo de abrangência desse estudo engloba todas as empresas de capital aberto, com o objetivo de verificar a formação do valor adicionado e como esta parcela agregada foi estruturada entre os diversos responsáveis por sua constituição.

1.7 Organização Lógica da Monografia

Para melhor distribuição e desenvolvimento do conteúdo deste estudo, posteriormente a metodologia decidida e a delimitação da mesma para a realização deste trabalho, optou-se por organizar a presente pesquisa em quatro capítulos, distribuídos da seguinte forma abaixo.

No primeiro capítulo destacou-se a problemática da pesquisa, sendo primeiramente abordada a parte introdutória, isto é, onde foi apresentado o tema/ problema, a justificativa, objetivos da pesquisa, os objetivos geral e específicos, a hipótese, a metodologia da pesquisa, delimitação do campo de estudo, a organização lógica da monografia e o cronograma.

No capítulo dois apresentou o referencial teórico, no qual se encontraram os temas abordados no trabalho, fundamentado por autores nacionais renomados, com o intuito de fornecer embasamento para um melhor entendimento. Foi necessário realizar um estudo mais aprofundado sobre os demonstrativos, com enfoque na DVA (Demonstração do Valor Adicionado), assim como um levantamento acerca da demonstração em referência.

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O capítulo três tratou da descrição e análise dos dados obtidos, apresentando os futuros resultados da pesquisa a partir da metodologia aplicada.

Por fim, no capítulo quatro foram levantadas as considerações finais e as recomendações julgadas como indispensáveis pelo pesquisador.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica é de suma importância para uma pesquisa, tendo em vista que neste capítulo é composto de um levantamento bibliográfico com o intuito de extrair informações e definições de forma mais abrangente sobre o tema em questão. Sendo assim, buscando base para a sustentação teórica ao presente estudo, e, permitindo a confrontação da pesquisa bibliografia com os dados obtidos e analisados no próximo capítulo.

Por conseguinte, para alcançar a finalidade deste capítulo, optou-se por fazer uma pequena introdução acerca da contabilidade, e consequentemente, apresentar a relevância a respeito das demonstrações contábeis, para posteriormente analisar a demonstração do valor adicionado, como objeto deste estudo.

2.1 Contabilidade

A contabilidade encontra-se relacionada dentre as ciências sociais aplicadas, pois se utiliza de métodos quantitativos para exercer a sua função junto aos responsáveis pela administração das entidades e ainda cumprir as exigências fiscais.

Franco (2009, p. 22) nos dá a seguinte finalidade da contabilidade:

[...] controlar os fenômenos ocorridos no patrimônio de uma entidade, através do registro, da classificação, da demonstração expositiva, da análise e interpretação dos fatos nele ocorridos, objetivando fornecer informações e orientação – necessárias à tomada de decisões – sobre sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.

A contabilidade é uma das principais ferramentas manuseadas nas organizações, e o objeto desta ciência é o patrimônio de toda entidade, é sobre ele que a contabilidade se desdobra e amplifica seus métodos com a finalidade de gerar informações úteis para o processo de tomada de decisões.

A contabilidade é muito antiga quanto à história da civilização, está relacionada com as primeiras manifestações da necessidade humana de proteção aos bens e baseado nas trocas de mercadorias, tendo como finalidade a carência da humanidade em administrar a sua riqueza, como forma de mensurar e monitorar suas posses.

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A contabilidade desempenha, em qualquer organismo econômico, o mesmo papel que a História da humanidade. Sem ela não seria possível conhecer o passado nem o presente da vida econômica da entidade, não sendo também possível fazer previsões para o futuro nem elaborar planos para a orientação administrativa.

Entende-se que nos tempos modernos, a contabilidade tem padecido com grandes transformações que são promovidas pelas mudanças acontecidas no mundo dos negócios, para isso, os métodos e demonstrativos viabiliza a formação de ferramentas para os administradores tomarem as decisões corretas na realização das atividades da empresa.

Segundo Marion (2009, p. 28) conceitua que a “contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa”. Com isso, é possível dizer que a mesma tem por finalidade ir ao encontro da demanda dos usuários da informação contábil por prestar informes necessários para administração das entidades.

2.1.1 Estrutura conceitual básica

A estrutura conceitual básica trata da composição da contabilidade, sobre o que é fundamental, e suas hierarquizações. Quando, no corpo humano, citamos sua estrutura, têm por referência os componentes fundamentais, e consequentemente seu peso, altura, órgãos etc. Assim, na Contabilidade, é importante buscar discutir a necessidade de dar prioridade aos conceitos e suas fundamentações (IBRACON, 1994).

O Instituto Brasileiro de Contadores - IBRACON (1994, p. 21) define o objetivo da contabilidade como “um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização”.

Em vista disso, a contabilidade pode ser definida como um sistema de informação que supervisiona o patrimônio de uma empresa. O patrimônio é determinado segundo Padoveze (2012, p. 5), pela seguinte equação “Patrimônio Líquido= Bens + Direitos – Obrigações”. Dentro da contabilidade, tudo gira em volta dessa equação, que por meio dela deu origem ao método das partidas dobradas.

(26)

Em 1494, o Frei Luca Pacioli, foi considerado o “pai”, ou melhor, o inventor e fundador do método de escrituração contábil denominado de “Método das Partidas Dobradas”. No entanto, ele somente descreveu uma metodologia já usada na Itália. A importância da obra de Pacioli está em reconhecer essa metodologia mais apropriada para a escrituração, e, consequentemente, organizar os conceitos e o instrumental para registro e controle de um patrimônio (PADOVEZE, 2012, p. 15).

A contabilidade possui um conjunto de regras, uma estrutura conceitual formada por pilares e colunas e representada pela Entidade e Continuidade na Teoria da Contabilidade. Esses conceitos são alicerçados por esses princípios e são chamados de Postulados que pelo IBRACON (1994) são definidos como condições sociais, econômicas e institucionais no meio das quais a Contabilidade opera.

Portanto, o primeiro pilar considerado é a entidade, que Marion (2009) destaca sobre a necessidade da existência da entidade contábil, ou melhor, uma pessoa física ou jurídica para quem é mantida a Contabilidade, pois, não havendo existência da entidade contábil, não há contabilidade executada.

E o segundo pilar é fundamentado na conjectura de que a empresa é algo em andamento, em continuidade, que operará por tempo indeterminado. Desse modo, acredita-se que a empresa não possui o intuito nem a necessidade de interromper os negócios, entrar em liquidação ou diminuir a escala de suas atividades. É a partir desses pilares que a contabilidade se ramifica, e apresenta influência em outros conceitos, sendo esta a estrutura conceitual básica.

2.1.2 Características qualitativas da informação contábil

As características qualitativas são qualidades que estão contidas nas demonstrações contábeis e as tornam vantajosas para os usuários. São classificadas em quatro principais características: compreensibilidade, relevância, confiabilidade e comparabilidade.

De acordo com Marion (2009), somente obedece à característica compreensibilidade as informações demonstradas nos Relatórios Contábeis são indispensáveis a ser compreendidas pelos usuários. Não obstante, as informações ainda que difíceis, deverão ser adicionadas nos relatórios contábeis e deverá alcançar também os leigos.

(27)

Para atender a característica da relevância, as informações devem ser importantes às necessidades dos usuários no processo decisório para se tornarem úteis, podendo influenciar as decisões econômicas dos usuários, auxiliando-os a medir o impacto de acontecimentos passados, presentes ou futuros ou comprovando ou retificando as suas avaliações anteriores (CFC, 2008). E nesse item leva-se em consideração a materialidade que se sujeita com o tamanho do erro, apontado nas circunstâncias específicas de sua omissão.

Na característica da confiabilidade, Marion (2009) destaca que a informação deve ser autêntica, ou seja, deve ser confiável e livre de vieses e representar adequadamente aquilo que propõe retratar. Para serem livres de erros, alguns aspectos devem ser ponderados, como: primazia da essência (qualidade da informação é mais importante que obedecer a lei); neutralidade (imparcial e neutra); prudência (precaução perante as incertezas); e integridade (informação sem omissão).

Para compreender a característica da comparabilidade, os usuários podem comparar as demonstrações contábeis de uma ou mais companhias ao longo do tempo, nos períodos sucessivos, com a finalidade de constatar tendências na sua situação financeira e patrimonial e no seu desempenho. E não devem ser mudados os padrões sem antes avisar seus usuários (CFC, 2008).

Desta maneira, as quatro características qualitativas principais da informação contábil são estas, porém Marion (2009) e outros autores ainda destacam alguns outros aspectos que devem ser considerados, como a tempestividade (suprir as informações em época adequada), equilíbrio entre custo e benefício (os benefícios devem ser maiores que os custos de fabricação), e o custo histórico (os registros são realizados pelo valor de aquisição ou pelo custo de fabricação do bem).

2.2 Demonstrações Contábeis

As demonstrações contábeis resumem todas as informações referentes à empresa, mostrando tudo que aconteceu no patrimônio em um determinado período de tempo com o objetivo de demonstrar de forma estruturada a posição patrimonial e financeira da entidade.

As demonstrações contábeis amparam os usuários a considerar os resultados e os fluxos de caixa da entidade. Conforme CPC 26: “são aquelas cujo propósito reside no atendimento das

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necessidades informacionais de usuários externos que não se encontram em condições de requerer relatórios especificamente planejados para atender às suas necessidades peculiares”.

Portanto, para alcançar seus objetivos, é preciso atender as necessidades dos usuários externos, os quais não possuem requisitos para solicitar relatórios detalhados, e, consequentemente, dar suporte as necessidades próprias.

De acordo com a Lei n° 6.404 – Sociedades por Ações, de dezembro de 1976, as demonstrações contábeis previstas pelo art. 176 são:

a) balanço patrimonial;

b) demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; c) demonstração do resultado do exercício;

d) demonstração dos fluxos de caixa; e

e) demonstração do valor adicionado (companhia aberta).

Segundo a lei, ao findar cada exercício social (doze meses) e com base na escrituração mercantil da companhia, a diretoria irá demandar a elaboração das demonstrações, e consequentemente, deverão proferir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas durante o exercício.

As demonstrações serão integralizadas e complementadas por notas explicativas e quadros analíticos ou outras demonstrações indispensáveis para exposição da situação patrimonial e dos resultados do exercício da empresa.

Para Diel et al. (2015, p. 4) “O investidor procura o máximo de informações para sua análise, onde possa estar investindo de forma segura sem correr riscos desnecessários por falta de informações, para isso, a análise das demonstrações supre essa necessidade de investigação”.

Na presença da necessidade que as companhias possuem de demonstrar e divulgar seus dados contábeis e dos investidores de analisar esses dados, conceitua-se as demonstrações contábeis como ferramentas para a geração de informações a todos e qualquer tipo de usuários. Portanto, para o desenvolvimento deste trabalho serão analisadas as demonstrações a seguir.

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O Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil que tem por intuito apresentar a situação financeira e econômica da empresa de um determinado período, desempenhando uma posição estática da mesma.

Assaf Neto assim destaca em seu livro como é a composição e a estrutura do balanço patrimonial:

O balanço compõe-se de três partes essenciais: ativo, passivo e patrimônio líquido. Cada uma dessas partes apresenta suas diversas contas classificadas em “grupos”, os quais, por sua vez, são dispostos em ordem decrescente de grau de liquidez para o ativo e em ordem decrescente de exigibilidade para o passivo (ASSAF NETO, 2012, p. 58).

O autor ainda salienta que a definição de balanço deriva-se do equilíbrio destas partes, estabelecendo-se o ativo no lado esquerdo, e consequentemente, o passivo e o patrimônio líquido no lado direito.

Em sentido amplo, o balanço evidencia a situação patrimonial da entidade em determinado período. Neste seguimento, Franco (2009, p. 142) detalha:

Um dos aspectos mais característicos do balanço é o aspecto econômico-patrimonial,que mostra a situação de riqueza dos titulares (acionistas, quotistas ou sócios) em face do ativo e do passivo do patrimônio. O ativo é a parte positiva do patrimônio, representada economicamente pelos bens e direitos. O passivo é a parte negativa, representada pelas obrigações, que devem ser satisfeitas com recursos do ativo, ou com parte deles.

O balanço patrimonial é constituído por estas contas, sendo elas permanentes da entidade, ou melhor, as contas que originam com as empresas, somente desfazendo se houver necessidade da sua descontinuidade. Em tese, as contas possuem vida infinita, seguindo o princípio da continuidade.

Posto isto, a relevância que o balanço nos mostra, segundo a Equipe de Professores da FEA/USP (2006), a aplicação de recursos realizada pela entidade e o quanto desses recursos tem por origem de terceiros. Isso proporciona para a sociedade, a transparência do grau de endividamento, a liquidez, e outras análises que podem ser vistas por meio do balanço.

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A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um demonstrativo de suma importância que constitui o grupo das demonstrações contábeis, sendo as entidades obrigadas a elaborar e apresentar por lei, tendo como intuito apresentar resumidamente no final de cada exercício social, doze meses, e os resultados averiguados pelas atividades operacionais da empresa, ou melhor, confrontando receitas e despesas e alcançando o resultado final.

Segundo Iudícibus e Marion relatam que a DRE:

Compara receitas com despesas do período, reconhecidas e apropriadas [...] apurando um Resultado que pode ser positivo (receitas superando as despesas), negativo (despesas superando as receitas) ou nulo (igualdade entre receitas e despesas). (IUDÍCIBUS; MARION, 2002, p. 197, grifo do autor).

Sendo assim, a Demonstração do Resultado do Exercício disponibiliza a evidenciar a geração do resultado líquido do exercício, perante a comparação das receitas, custos e despesas auferidas, conforme o regime de competência. A mesma oferece uma síntese financeira dos efeitos operacionais e não operacionais de uma organização em um determinado período.

A lei n° 6.404/76 da Sociedade por Ações em seu artigo 187, no primeiro parágrafo, informa que na determinação do resultado do exercício serão computados: as receitas e os rendimentos ganhos no período, independente da sua realização em moeda; e os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.

Enquanto isso, o acréscimo do valor referente à reavaliação dos ativos, somente depois da realização dessa reavaliação, e tem por motivo novas avaliações, que poderá ser computado como lucro, para efeito de classificação de participações e dividendos.

Tanto o balanço patrimonial como a demonstração do resultado do exercício (DRE) são demonstrações contábeis obrigatórias para todas as organizações empresarias. A Lei nº 10.406/2002 do Código Civil determina a obrigatoriedade do balanço patrimonial e da DRE no artigo 1.020 “Os administradores são obrigados a prestar aos sócios contas justificadas de sua administração e apresentar-lhes o inventário anualmente, bem como o balanço patrimonial e o resultado econômico”.

Apesar da lei não citar a nomenclatura da demonstração do resultado do exercício, mas o resultado econômico mencionado na lei acima é a Demonstração do Resultado do Exercício, porque a lei é transparente quanto a sua obrigatoriedade para com as entidades, tendo a obrigação de prestar contas para os proprietários e, principalmente, para o governo.

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A demonstração do resultado mostra os principais procedimentos executados pela organização em determinado exercício financeiro, enfatizando as despesas e receitas realizadas e finalmente, o resultado líquido do período. Deste modo, é evidenciada a relevância da demonstração do resultado especialmente as demonstrações que serão conteúdos de análise que se propõe desenvolver.

2.2.3 Demonstração do fluxo de caixa

A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) visa demonstrar a maneira que sucedeu as movimentações das disponibilidades e o fluxo de caixa em certo período de tempo. Conforme Assaf Neto (2012, p. 97) assim define a DFC:

A DFC permite que se analise, principalmente, a capacidade financeira da empresa em honrar seus compromissos perante terceiros (empréstimos e financiamentos) e acionistas (dividendos), a geração de resultados de caixa futuros e das operações atuais, e a posição de liquidez e solvência financeira.

A Demonstração do Fluxo de Caixa indica a situação financeira que a entidade se encontra perante os compromissos que ela pretende assumir junto a sociedade. De acordo com Iudícibus e Marion (2002, p. 220) retrata em seu livro: “A DFC, por sua vez, demonstra a origem e a aplicação de todo dinheiro que transitou pelo Caixa em um determinado período e o resultado desse fluxo”. Por esse motivo, o caixa conceituado é o que compreende as contas Caixa e Bancos. Conforme Marion (2009) a DFC pode ser dividida em modelo direto e modelo indireto. No modelo direto, é evidenciado as entradas e saídas de dinheiro, indicando a fonte e a aplicação, enquanto no modelo indireto, as alterações no caixa subsequente da atividade operacional são apontadas pelas modificações no capital de giro da entidade.

No Brasil, esta demonstração tornou-se de caráter obrigatório, conforme artigo 188, da Lei nº 6.404/76, alterada pela redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007, definindo o assunto que a demonstração do fluxo de caixa deve abranger, a seguir transcrito: “as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: das operações; dos financiamentos; e dos investimentos”.

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Deste modo, o fluxo de caixa pode ser dividido em três fluxos e pode ser agregado às demonstrações contábeis convencionais publicadas pelas empresas. Esta demonstração tornou-se obrigatória em substituição à demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR).

Para Braga e Almeida (2009, p. 11-12), apontam a diferença entre a DOAR e a DFC:

Embora a DOAR seja considerada pelos especialistas como uma demonstração mais rica em termos de informações, os conceitos nela contidos, como por exemplo a variação do capital circulante líquido, não são facilmente compreendidos pelos usuários das demonstrações financeiras. A DFC, ao contrário, por utilizar linguagem e conceitos mais simples, possui uma melhor comunicação com a maioria dos leitores das demonstrações financeiras.

Portanto, a DOAR aponta a folga financeira de curto prazo e outras informações, que para os usuários, pode ser de difícil compreensão, enquanto a DFC tem por intuito fornecer informações sobre recebimentos e pagamentos de caixa, ou melhor, das disponibilidades de uma companhia em um dado período.

2.2.4 Demonstração das mutações do patrimônio líquido

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é muito importante, além das próprias finalidades, para ser proporcionado às companhias investidoras que estimam seus investimentos permanentes em coligadas ou controladas por meio do Método da Equivalência Patrimonial (MEP).

Para Ribeiro (2002, p. 239), a DMPL:

mostra as variações ocorridas nas Contas do Patrimônio Líquido, evidenciando os saldos iniciais, os ajustes de exercícios anteriores, a correção monetária, os aumentos do Capital, as reversões de reservas, o Lucro Líquido do Exercício e sua destinação, além dos saldos finais das respectivas contas que compõe o Patrimônio Líquido da empresa.

De maneira oposta da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), que oferece a movimentação de uma única conta do Patrimônio Líquido (PL), a DMPL indica a movimentação das contas do PL no período (IUDÍCIBUS; MARION, 2002).

Os autores ainda reforçam a importância dessas informações para os usuários, citando as movimentações internas das contas, além da movimentação da conta Lucros ou Prejuízos

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Acumulados, sendo úteis para definir como a entidade se comporta no que se refere aos aumentos de capital, dividendos, constituição e reversão de reservas, propostas de distribuição de lucro, etc. Sendo assim, a Lei da Sociedade por ações permite que a companhia decida em elaborar e demonstrar a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido em substituição à Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. No entanto, a resolução da CVM a partir do ano de 1985 determinou a obrigatoriedade para as empresas de capital aberto a elaboração da DMPL, resultando a serem dispensadas da preparação da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.

2.2.5 Demonstração do valor adicionado

Uma das demonstrações contábeis que veio para favorecer com o avanço da melhoria qualitativa dos relatórios financeiros publicados pela contabilidade é a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), ou Valor Agregado.

Segundo De Luca et al. (2009, p. 22) define que: “A DVA compreende todo um conjunto de informações de natureza econômica, que visa demonstrar o valor da riqueza gerada pela empresa e sua distribuição com os elementos que contribuíram para sua geração”. A demonstração do valor adicionado tem como meta principal divulgar o valor da riqueza constituída por cada entidade e a forma que ocorre essa distribuição entre os agentes econômicos.

Em sentido amplo, Corsi (2016, p. 19-20) explica de forma mais abrangente que:

A DVA, amplia as informações de uma unidade empresarial, propicia uma análise mais abrangente sobre a riqueza produzida por uma entidade empresarial e a forma pela qual a distribui tal riqueza aos agentes que participaram de sua produção, direta ou indiretamente; remuneração do trabalho; do capital próprio e do capital de terceiros; bem como remunera aos governos, através do ônus tributário.

Dessa forma, a DVA é uma importante ferramenta de informação, de fundamental relevância para os gestores e para os demais usuários da contabilidade. Essa demonstração demonstra o quanto à empresa agrega de valor aos insumos obtidos de terceiros e que são comercializados ou gastos durante um determinado período de tempo.

O conteúdo da DVA, em sua totalidade, é retirado da contabilidade através da demonstração do resultado do exercício (DRE), mas em nenhum momento poderão ser

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confundidos com ela. Contudo, é importante ponderar para o que De Luca et al. (2009, p. 30) ensina:

A DRE avalia a parte da riqueza criada pela empresa (o Valor Adicionado) que se destina ao proprietário; é o enfoque do proprietário. E, para ele, os salários, juros e impostos são tratados como despesas, pois na realidade representam reduções de sua parte da riqueza criada, ou seja, do seu lucro. A DVA vem evidenciar, além do lucro dos investidores, a quem pertence o restante da riqueza que foi criada pela empresa.

As autoras ainda reforçam que a DRE não está incorreta, ela atende seu objetivo principal, porém seu foco é diferente da DVA, pois, enquanto a DRE tem como foco o proprietário da empresa, seu principal usuário, a fim de informá-lo sobre o lucro da entidade e como ele foi calculado, a DVA evidencia o quanto de valor é distribuído aos elementos que contribuíram com esse acréscimo, atendendo a alguns diferentes tipos de usuário.

Os valores que constitui esta demonstração contábil tem como foco o princípio da competência e seus dados devem ser estáveis com a demonstração do resultado do exercício e em registros contábeis preservados pela companhia.

Para Ribeiro (2010, p. 16), “A DVA é, pois, uma forma de evidenciar a função social da empresa e sua contribuição para formar a riqueza global do país, o PIB, ao contrário da DRE, cuja ênfase recai sobre a última linha e cujo interesse majoritário é dos acionistas”.

A DVA desde que bem elaborada e seguindo critérios homogêneos, é considerada muito importante para o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, como Santos (2003, p. 36) afirma, “[...] parece que é inquestionável seu auxílio no cálculo do PIB e de indicadores sociais extremamente importantes. As decisões de investimentos por áreas, regiões, Estados etc. terão nessa demonstração excelente instrumental para auxiliar na solução de conflitos”.

Cabe salientar que o cálculo do valor adicionado pode ser mensurado de dois conceitos diferentes: econômico e contábil. No critério utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB é calculado com base no conceito econômico. Santos (2003, p. 32) sobre essas definições, destacam que a Contabilidade, por exemplo, para o cálculo do valor adicionado, parte do montante das vendas, enquanto a Economia, no critério usado pelo IBGE, considera o montante da produção.

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O critério contábil, na apuração do valor adicionado, poderá ser superior ao econômico. Essa superioridade materializa-se através de práticas contábeis consistentes e da utilização de valores reais. Os valores estimados e reconhecidos na Contabilidade através das provisões sempre, em algum momento futuro, são confrontados e ajustados aos valores reais. A isso deve ser adicionado o fato de os valores da Contabilidade poderem submeter-se a processos permanentes de auditoria.

Obviamente, isso só poderia acontecer mediante a consolidação da Demonstração do Valor Adicionado de todos os agentes econômicos que contribuíram para essa riqueza, ou melhor, todas as entidades com ou sem fins lucrativos, governamentais e de todos os profissionais autônomos (RIBEIRO, 2010). Sendo assim, fica evidente que a Contabilidade seria a mais indicada para determinar o PIB nacional.

A DVA é um importante componente do Balanço Social, deve ser compreendida como uma demonstração contábil de caráter social, atendendo novas categorias de usuários através dos seus relatórios. Essa demonstração auxilia na mensuração e demonstração da capacidade da geração do valor adicionado, bem como da distribuição dessa riqueza criada de uma companhia.

Neste sentido, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) aprovou a DVA por meio das Normas Brasileiras de Contabilidade NBC TG 09, através da Resolução n. 1138 de 28/11/2008, regulamentada pelo Pronunciamento Técnico CPC 09 - Demonstração do Valor Adicionado (2008). Este pronunciamento apresenta critérios para a elaboração da Demonstração do Valor Adicionado e a divulgação da mesma no final de cada período.

O CPC 09 aponta a seguinte composição da DVA: 1 - Receitas; 2 - Insumos adquiridos de terceiros; 3 - Valor adicionado bruto; 4 – Depreciação, amortização e exaustão; 5 – Valor adicionado líquido produzido pela entidade; 6 - Valor adicionado recebido em transferência; 7 - Valor adicionado total a distribuir; 8 – Distribuição do valor adicionado; 8.1 Pessoal; 8.2 Impostos, taxas e contribuições; 8.3 Remuneração de capital de terceiros; 8.4 Remuneração de Capitais Próprios; 8.5 Outros.

No quadro 1 apresenta o modelo da DVA segundo o CPC 09, como demonstra a seguir.

Quadro 1 – Modelo da Demonstração do Valor Adicionado

DESCRIÇÃO Em milhares de reais 20X1 Em milhares de reais 20X0

(36)

1 – RECEITAS

1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços

1.2) Outras receitas

1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios

1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão / (Constituição)

2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

(inclui os valores dos impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS)

2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos

2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros

2.3) Perda / Recuperação de valores ativos

2.4) Outras (especificar)

3 - VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

5 - VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4) 6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

6.1) Resultado de equivalência patrimonial

6.2) Receitas financeiras

6.3) Outras

7 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) 8 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)

8.1) Pessoal

8.1.1 – Remuneração direta

8.1.2 – Benefícios

8.1.3 – F.G.T.S

8.2) Impostos, taxas e contribuições

8.2.1 – Federais

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8.2.3 – Municipais

8.3) Remuneração de capitais de terceiros

8.3.1 – Juros

8.3.2 – Aluguéis

8.3.3 – Outras

8.4) Remuneração de Capitais Próprios

8.4.1 – Juros sobre o Capital Próprio

8.4.2 – Dividendos

8.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício

8.4.4 – Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação) Obs.: As somas dos itens 7 e 8 devem ser iguais

Fonte: CPC 09

Como podemos analisar, essa demonstração deve destacar, na sua primeira parte, a riqueza gerada pela entidade, a partir do reconhecimento da diferença entre sua receita de venda de bens, serviços e utilidades e o valor destes itens obtidos por terceiros, incluindo a depreciação, amortização e exaustão, adicionando o valor recebido das transferências, como as decorrentes de juros, equivalência patrimonial, e outros.

A sua segunda parte da DVA distribui essa riqueza entre seus agentes econômicos, ou seja, os componentes que contribui para essa geração do valor adicionado, que Santos (1999, apud CUNHA; RIBEIRO; SANTOS, 2005), aponta sendo eles: trabalhadores (remunerações pagas), proprietários e acionistas (juros sobre o capital próprio), financiadores externos (juros e aluguéis), governo (impostos).

A DVA tornou-se obrigatória a partir de 2007, por meio da Lei nº 11.638/2007, que alterou e revogou dispositivos da Lei nº 6.404/76, ou Lei das Sociedades por Ações, e tornou-se obrigatória a sua elaboração e divulgação pelas companhias abertas. A nova norma do art. 188 da Lei nº 6.404/76 dispõe, “o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída”.

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Sendo a DVA, no Brasil, uma demonstração obrigatória para as companhias abertas, sua elaboração e divulgação obrigam que essas companhias não distorçam seus dados, devendo tratar com muita seriedade, pois esta demonstração como às outras, também está sujeitas a auditorias.

Diante do exposto, a relevância das informações compreendidas na DVA representa uma poderosa ferramenta de gestão aos administradores no processo decisório, entretanto é pouco conhecida e demonstrada pelos profissionais de contabilidade para os seus clientes, essencialmente, para os administradores das micro e pequenas empresas, já que sua obrigatoriedade é restrita somente para as empresas de grande porte.

2.2.5.1 Análise vertical da DVA

São diversos os procedimentos realizados para a análise das demonstrações contábeis, dentre tais técnicas, as que mais se sobressai são: análise vertical e horizontal e análise por meio de índices.

Para De Luca et al. (2009), enquanto a análise horizontal propõe-se a destacar a tendência progressiva dos elementos da DVA ao longo do tempo, a análise vertical visa destacar a composição e a estrutura de cada valor no que diz respeito a um total. Refere-se a uma confrontação simples da DVA com ela mesma, destacando os itens com maior representatividade e sua tendência de progressividade.

Segundo as autoras, cabe ainda examinar que, apesar de que desde 1995 não apresente mais a obrigatoriedade dentro da legalidade da correção monetária das demonstrações, esse método é conveniente como forma de reformular os valores das demonstrações para um mesmo fundamento, considerando as inflações e as variações do período analisado, com intenção de ser mais eficiente no tocante a análise e menos sujeita a vieses.

De acordo com Matarazzo (2010) destaca que a análise vertical embasa-se em valores percentuais das demonstrações financeiras, sendo calculados os percentuais de cada conta mostrando sua real importância em relação ao seu total. O autor ainda ressalta que enquanto os índices mostram o quanto à empresa está com grau de endividamento, a análise vertical/horizontal apontará qual dos itens está desproporcional em relação ao crescimento negativo ou positivo.

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Iudícibus (2012) destaca que esse tipo de análise é de suma importância para a avaliação da composição da estrutura de determinados itens e sua evolução no tempo, sendo assim, um analista poderá discernir uma série de condições que levaram a motivar determinado comportamento e divulgá-los ao diretor financeiro.

Ante o exposto, julga-se de suma importância para o exercício da análise das demonstrações contábeis, pois, a realização desses procedimentos de análise na DVA proporciona destacar diversas informações.

2.2.6 Balanço social

O Balanço Social teve origem na França, em 1977, com uma visão restringida a recursos humanos. Com o decorrer dos anos, conseguiu uma abordagem mais ampla, contemplando a questão ambiental, a cidadania e o valor agregado à economia do país. Isso ocorreu após a compreensão da sociedade em relação aos seus direitos em relação a exigir os recursos usados pelo governo no incentivo de algumas atividades econômicas forneçam benefícios para a sociedade (RIBEIRO, 2010).

O Balanço Social foi desenvolvido com o objetivo de tornar pública a responsabilidade social das companhias, que de acordo com Tinoco e Kraemer (2008), ele gera relatórios contábeis e sociais, e abrange uma série de informes de caráter qualitativo, que dentre as mais relevantes, distingui-se as relações da entidade com o meio ambiente no qual se insere.

Ainda segundo Tinoco e Kraemer (2008, p. 28), destacam a seguinte definição do balanço social: “é um instrumento de gestão e de informação que visa evidenciar, de forma mais transparente possível, informações financeiras, econômicas, ambientais e sociais, do desempenho das entidades, aos mais diferenciados usuários, seus parceiros sociais”.

De acordo com os autores, o balanço social tem como meta tornar pública essas informações, e isso, implica na responsabilidade de comunicar com exatidão essas informações decorrentes de sua atividade, de maneira que a sociedade se relacione com a entidade para avaliar, entendê-la e até criticá-la, caso for viável.

Nesta mesma lógica, trazendo o balanço social para dentro de uma conjuntura contábil, Tinoco (2001, p. 34 apud Colares et al., 2011, p. 7) reafirma e destaca que o seguinte demonstrativo: “tem por objetivo ser equitativo e comunicar informação que satisfaça à

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necessidade de quem dela precisa. Essa missão é da Contabilidade, como ciência de reportar informação contábil, financeira, econômica, social, física, de produtividade e de qualidade”.

Essas informações satisfazem os usuários, e dentre elas são evidenciadas os clientes que auxiliam a garantir o negócio sustentável, os sócios que financiam a companhia para posteriores aplicações, os gestores que consequentemente terá como prioridade o foco nos resultados financeiros e socioambientais da companhia, e o governo. Desta maneira, as entidades mais sustentáveis podem obter incentivos fiscais e aprovação junto à sociedade.

Por fim, o Balanço Social é uma ferramenta de demonstração das atividades das companhias, que buscam maior clareza e nitidez com relação às informações que pertence aos que se relaciona com a entidade, a DVA é a parte fundamental na elaboração, sem o qual não acrescentaria e classificaria a construção, do Balanço Social.

Referências

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