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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Prof. Hugo Goes

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Aula 04

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Direito Previdenciário

AULA 04

Olá pessoal! Voltamos aqui para continuar com o estudo sobre os Dependentes.

DEPENDENTES

DEPENDENTES – CLASSE I (Continuação)

Em regra, a Pensão por Morte não é vitalícia. É vitalícia apenas quando o cônjuge, ou companheiro(a), que na data de falecimento do segurado do RGPS, tenha 44 anos ou mais de idade (Lei Nº. 8.213/1991, Art. 77).

Relembrando o exemplo dado no final da Aula 03: se um segurado morre e dentre seus dependentes há: uma cônjuge que é separado de fato, mas que recebia pensão alimentícia; uma companheira, com vínculo de união estável comprovado; e mais dois filhos com sua companheira. Nesse exemplo, a pensão por morte será rateada entre os quatro dependentes em partes iguais. Caso o valor global da pensão por morte for de R$ 1.000,00, o valor global será maior do que o salário mínimo, mas os valores rateados serão menores, ou seja, R$ 250,00 para cada dependente. Ainda no exemplo acima, se o cônjuge separado de fato, mas que recebia pensão alimentícia, tiver 45 anos na data do óbito do segurado, receberá o benefício de forma vitalícia. Se a companheira, com vínculo de união estável comprovado, tiver 25 anos, terá o benefício por seis anos. Se os filhos tiverem sete anos e cinco anos, receberão pensão por morte até os 21 anos.

Caso algum dos quatro dependentes do segurado falecido do exemplo acima vier a óbito, o direito ao benefício cessa para o dependente falecido. No caso da Pensão por Morte, quando há mais de um dependente dividindo o benefício, o falecimento de um dos dependentes reverte o valor do benefício recebido aos outros dependentes.

À medida que os dependentes perderem o direito de receber a pensão por morte, a cota dos outros dependentes aumentará. Com o decorrer do tempo, o benefício cessará primeiro para a companheira (Em 6 anos - Tinha 25 anos quando o segurado faleceu), depois para o filho de 7 anos (Em 14 anos - Até completar 21 anos), depois para o filho de 5 anos (Em 16 anos - Até completar 21 anos). Quando a companheira e os dois filhos do segurado falecido perderem o direito de receber suas cotas do benefício, a cônjuge que é separado de fato receberá o benefício com o valor global, isto é, por inteiro.

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Lei Nº. 8.213/1991, art. 77, § 1º (...)

Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos em

parte iguais.

§ 1º Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito à pensão cessar.

Quando o segurado falecido for casado e possuir uma relação de concubinato, a concubina não terá direito à pensão por morte, visto que o segurado era casado e sua relação com a concubina não é de união estável e sim de concubinato. A pessoa casada só pode ter um relacionamento de união estável com outra pessoa, se for separada de fato. Caso contrário, se a pessoa casada não for separada de fato, não poderá ter união estável com outra pessoa, por ser considerado um relacionamento de concubinato. Dessa forma, a concubina não é tida como dependente, e não terá direito ao benefício.

Para STF e STJ, a concubina não tem direito a receber a pensão por morte:

Supremo Tribunal Federal (STF), Recurso Extraordinário 397.762

“COMPANHEIRA E CONCUBINA - DISTINÇÃO. Sendo o Direito uma verdadeira ciência, impossível é confundir institutos, expressões e vocábulos, sob pena de prevalecer a babel.

UNIÃO ESTÁVEL - PROTEÇÃO DO ESTADO. A proteção do Estado à união estável alcança apenas

as situações legítimas e nestas não está incluído o concubinato.

PENSÃO - SERVIDOR PÚBLICO - MULHER - CONCUBINA - DIREITO. A titularidade da pensão decorrente do falecimento de servidor público pressupõe vínculo agasalhado pelo ordenamento

jurídico, mostrando-se impróprio o implemento de divisão a beneficiar, em detrimento da

família, a concubina”.

Supremo Tribunal de Justiça, AgRg no REsp 1.016.574-SC

PENSÃO POR MORTE. CONCUBINA.

A concubina mantinha com o de cujus, homem casado, um relacionamento que gerou filhos e uma convivência pública. Porém, a jurisprudência deste Superior Tribunal afirma que a existência de impedimento de um dos companheiros para se casar, como, por exemplo, a hipótese de a pessoa ser casada, mas não separada de fato ou judicialmente, obsta a constituição de união estável.

Assim, na espécie, não tem a agravante direito à pensão previdenciária. A Turma, por maioria,

negou provimento ao agravo. Precedentes citados do STF: MS 21.449-SP, DJ 17/11/1995; do STJ: REsp 532.549-RS, DJ 20/6/2005, e REsp 684.407-RS, DJ 22/6/2005.

(AgRg no REsp 1.016.574-SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 3/3/2009).

O filho(a), de qualquer condição, que for beneficiário do RGPS deve ser não emancipado. Caso o filho(a) se emancipar, perderá a qualidade de dependente.

Filho(a):

Filho(a) não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave.

Em regra, a emancipação do filho do segurado provoca a perda da qualidade de dependente (Ver Código Civil, Art. 5º - lista de situações que provocam a emancipação do menor). Existem duas exceções:

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INSS (Superação) – Direito Previdenciário – Prof. Hugo Goes

I. O filho inválido do segurado cuja a causa da emancipação foi a colação de grau em curso de

nível superior, que não perde a qualidade de dependente;

II. O filho com deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz,

assim declarado judicialmente, que não perde a qualidade de dependente quando possui relação de emprego.

Lei Nº. 10.406/2002 – Código Civil, Art. 5º (...)

5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à

prática de todos os atos da vida civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,

independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde

que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

Exemplo 1: Se o filho de 16 anos de um segurado do RGPS casar, e dois meses após o casamento

o pai, que é o segurado, vier a falecer, verifica-se que o filho não terá direito à Pensão por Morte. Nesse caso, o filho de 16 anos do segurado não terá direito ao benefício porque se emancipou ao casar. Com a emancipação houve a perda da qualidade de dependente (Regulamento da Previdência Social, Art. 17).

Exemplo 2: Se um segurado do RGPS tem um filho de 16 anos e morrer no dia 02 de janeiro de

2019, o filho terá direito à pensão por morte porque não é emancipado. No dia 31 de março de 2019, o filho casa. Nessa situação, o filho de 16 anos do segurado falecido terá direito ao benefício, porque não houve a cessação da cota individual da pensão por morte segundo a legislação (Lei Nº. 8.213/1991, art. 77, § 2º). O filho só perderá o direito ao benefício quando completar 21 anos, salvo se for inválido ou ter deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave.

Exemplo 3: Um segurado do RGPS tem um filho de 27 anos e esse filho é inválido desde o

nascimento. Nesse caso, se o segurado morrer, o filho terá direito ao recebimento da pensão por morte uma vez que continuou sendo dependente mesmo após completar 21 anos.

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Regulamento da Previdência Social, Art. 17 (...) Art. 17. A perda da qualidade de dependente ocorre:

I – para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegurada a

prestação de alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença judicial transitada em julgado;

II – para a companheira ou companheiro, pela cessação da união estável com o segurado

ou segurada, enquanto não lhe for garantida a prestação de alimentos;

III – para o filho e o irmão, de qualquer condição, ao completarem vinte e um anos de

idade, salvo se inválidos, desde que a invalidez tenha ocorrido antes:

a) de completarem vinte e um anos de idade; b) do casamento;

c) do início do exercício de emprego público efetivo;

d) da constituição de estabelecimento civil ou comercial ou da existência de relação de

emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria; ou

e) da concessão de emancipação, pelos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante

instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; e

IV – para os dependentes em geral: a) pela cessação da invalidez; ou b) pelo falecimento.

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INSS (Superação) – Direito Previdenciário – Prof. Hugo Goes

Lei Nº. 8.213/1991, art. 77, § 2º (...)

Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos em

parte iguais.

§ 1º Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito à pensão cessar. § 2º O direito à percepção de cada cota individual cessará:

I - pela morte do pensionista;

II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, ao completar

vinte e um anos de idade, salvo se for inválido ou tiver deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;

III - para filho ou irmão inválido, pela cessação da invalidez;

IV - pelo decurso do prazo de recebimento de pensão pelo cônjuge, companheiro ou

companheira, nos termos do § 5º.

V - para cônjuge ou companheiro:

a) se inválido ou com deficiência, pela cessação da invalidez ou pelo afastamento da

deficiência, respeitados os períodos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas “b” e “c”;

b) em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito)

contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado;

c) transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do beneficiário

na data de óbito do segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento ou da união estável:

1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade;

2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade;

5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade.

Para fins previdenciários, o enteado e o menor sob tutela do segurado podem ser equiparados a filho, concorrendo em igualdade de condições com os dependentes da Classe I, desde que obedeçam a três requisitos de forma cumulativa:

I. Declaração por escrito do segurado;

II. Comprovar dependência econômica na forma estabelecida no § 3º do art. 22 da Lei Nº.

8.213/1991; e

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Lei Nº. 8.213/1991, Art. 16, § 2º (...)

§ 2º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento. Regulamento da Previdência Social, Art. 16, § 3º (...)

§ 3º Equiparam-se aos filhos, nas condições do inciso I, mediante declaração escrita do segurado, comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no § 3º do art. 22,

o enteado e o menor que esteja sob sua tutela e desde que não possua bens suficientes para o próprio sustento e educação.

Sobre o assunto do menor sob guarda do segurado há um conflito de normas jurídicas, como se diz no Direito. Antes a Lei Nº. 8.213/1991, considerava o menor sob guarda do segurado como equiparado a filho. A Lei Nº. 9.528/1997 mudou a redação do Parágrafo Segundo do Artigo 16 da Lei Nº. 8.213/1991, e a partir daí o menor sob guarda do segurado não foi mais equiparado a filho para fins previdenciários. Como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), anterior a Lei Nº. 9.528/1997, previa a equiparação do menor sob guarda a filho para fins previdenciários, gerou muitos processos na justiça. Por sua vez, o STJ considerou o menor sob guarda do segurado como equiparado a filho e, por isso, o considera como dependente do segurado. O STF ainda não se pronunciou sobre isso.

Existem três critérios para resolver conflitos entre normas jurídicas, que devem ser aplicados na ordem abaixo:

1º Hierarquia - a norma superior prevalece sobre a inferior;

2º Especialidade - a norma específica (especial) prevalece sobre a genérica (geral); 3º Cronologia - a norma posterior prevalece sobre a anterior.

Para resolver o conflito das normas jurídicas relatado acima, deve-se usar a Pirâmide de Kelsen para escalonar as normas jurídicas. Hans Kelsen foi um jurista alemão. Na hierarquia das normas jurídicas, a norma superior é substrato de validade da norma inferior. A norma superior prevalece sobre a inferior. Dessa forma, a CF prevalece sobre as demais Leis. No caso apresentado, a Lei Nº. 8.213/1991 e o ECA são Leis Ordinárias, o que não prevalece a hierarquia.

Usando a especialidade, segundo critério para resolver conflitos entre normas jurídicas, tem-se que a norma especial prevalece sobre a norma geral, ou que a norma específica prevalece sobre a norma genérica. No caso acima, a Lei Nº. 8.213/1991 é a norma específica e o ECA é a norma genérica, pois a discussão é para fins previdenciários. Contudo, o STJ entendeu que o ECA é a norma específica e não a Lei Nº. 8.213/1991.

Com isso, de acordo com o texto da Lei Nº. 8.213/1991, apenas o enteado e o menor sob tutela são equiparados a filho para fins previdenciários. Por sua vez, a jurisprudência do STJ considera o enteado, o menor sob tutela e o menor sob guarda do segurado como equiparados a filho para fins previdenciários.

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DEPENDENTES – CLASSE II

A Classe II dos dependentes do segurado é composta pelo pai e pela mãe do segurado. Lembre-se que esses dependentes devem comprovar a dependência econômica em relação ao segurado.

Além disso, mesmo que se comprove a dependência econômica, é necessário que não exista dependentes de Classe I para que o pai ou a mãe do segurado sejam considerados dependentes. Exemplo: um segurado do RGPS não é casado e não tem filhos. Contudo, o segurado possui uma mãe que depende economicamente dele. Esse segurado tem uma relação homoafetiva com outra pessoa. O segurado morreu e seu companheiro fez a comprovação do vínculo de união estável (RPS, Art. 22, § 3º). Nesse caso, a pensão por morte será recebida somente pelo companheiro do segurado falecido, dependente de Classe I. Já a mãe do segurado que morreu, mesmo tendo dependência econômica comprovada, não receberá o benefício porque é dependente de Classe II.

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Regulamento da Previdência Social, Art. 22, § 3º (...)

Art. 22. A inscrição do dependente do segurado será promovida quando do requerimento do

benefício a que tiver direito, mediante a apresentação dos seguintes documentos:

I - para os dependentes preferenciais:

a) cônjuge e filhos - certidões de casamento e de nascimento;

b) companheira ou companheiro - documento de identidade e certidão de casamento com

averbação da separação judicial ou divórcio, quando um dos companheiros ou ambos já tiverem sido casados, ou de óbito, se for o caso; e

c) equiparado a filho - certidão judicial de tutela e, em se tratando de enteado, certidão de

casamento do segurado e de nascimento do dependente, observado o disposto no § 3º do art. 16;

II - pais - certidão de nascimento do segurado e documentos de identidade dos mesmos; e III - irmão - certidão de nascimento.

§ 1º (Revogado pelo Decreto nº. 4.079, de 2002) § 2º (Revogado pelo Decreto nº. 4.079, de 2002)

§ 3º Para comprovação do vínculo e da dependência econômica, conforme o caso, devem

ser apresentados no mínimo três dos seguintes documentos:

I - certidão de nascimento de filho havido em comum; II - certidão de casamento religioso;

III - declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como seu

dependente;

IV - disposições testamentárias;

V - (Revogado pelo Decreto nº. 5.699, de 2006) VI - declaração especial feita perante tabelião; VII - prova de mesmo domicílio;

VIII - prova de encargos domésticos evidentes e existência de sociedade ou comunhão nos

atos da vida civil;

IX - procuração ou fiança reciprocamente outorgada; X - conta bancária conjunta;

XI - registro em associação de qualquer natureza, onde conste o interessado como

dependente do segurado;

XII - anotação constante de ficha ou livro de registro de empregados;

XIII - apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a pessoa

interessada como sua beneficiária;

XIV - ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o segurado

como responsável;

XV - escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente; XVI - declaração de não emancipação do dependente menor de vinte e um anos; ou XVII - quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar.

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DEPENDENTES – CLASSE III

Classe III – O irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave.

Deve comprovar dependência econômica em relação ao segurado, bem como não existir dependentes do segurado da Classe I e da Classe II. Então, conforme o caso, terá direito a receber pensão por morte ou auxílio reclusão.

SEGURADOS

O RGPS possui dois tipos de beneficiários: Segurados e Dependentes. Como encerramos o assunto Dependentes, resta tratar do assunto Segurados.

Os segurados podem ser obrigatórios ou facultativos. Os segurados obrigatórios são divididos em cinco categorias diferentes, visto que os benefícios concedidos não serão os mesmos e alguns têm menos direitos. Essas cinco categorias são: os empregados, os empregados domésticos, o contribuinte individual, o trabalhador avulso e o segurado especial. Por exemplo: o segurado contribuinte individual não tem direito a receber o Auxílio Acidente; e o segurado especial não tem direito a receber Salário Família; entre outros. Ressalta-se que, os segurados que possuem mais direitos são o empregado e o trabalhador avulso.

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Sendo beneficiário do RGPS (Seja na qualidade de segurado seja na qualidade de dependente), e sabendo a qual categoria o segurado pertence para verificar se tem direito a determinado benefício, o segurado receberá um benefício ao preencher dois requisitos: ocorrer o fato gerador; e cumprir a carência (Quantidade mínima de contribuições que o segurado deve ter recolhido para receber determinado benefício). Exemplificando alguns casos: Para o segurado receber a Aposentadoria por Idade, a carência é de 180 contribuições; Para a Aposentadoria por Invalidez, a carência é de 12 contribuições, em regra; Para o Auxílio Doença, a carência é de 12 contribuições, em regra.

A Pensão por Morte é um benefício que não exige carência. Então, para um dependente receber esse benefício, basta ocorre o fato gerador, ou seja, a morte do segurado.

Todos os segurados têm direito à Aposentadoria por Idade desde que obedeçam aos dois requisitos: fato gerador, completar a idade exigida (Em regra, 65 anos para homem e 60 anos para mulher); e carência, 180 contribuições mensais recolhidas pelo segurado.

Foi falado tudo isso para explicar o motivo de existir várias categorias de segurados.

Vale dizer ainda que, o Contribuinte Individual é a categoria de segurado criada pela Lei Nº. 9.876/1999, reunindo as antigas espécies de segurados empresário, autônomo e equiparado a autônomo. Por isso, que alguns incisos da Lei Nº. 8.213/1991 foram revogados.

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SEGURADO EMPREGADO

De acordo com o Inciso I do Art. 11 da Lei Nº. 8.213/1991 (Lei dos Benefícios), o segurado empregado é:

a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual,

sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;

CLT, Art. 3º (...)

Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não

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Lei Nº. 8.213/1991 (...)

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: I – como empregado:

a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual,

sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;

b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação

específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas;

c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como

empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior;

d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira

estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular;

e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou

internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio;

f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado

em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional;

g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União,

Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais.

h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a

regime próprio de previdência social;

i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil,

salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;

j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a

regime próprio de previdência social;

II – como empregado doméstico: aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou

família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos;

III – (Revogado pela Lei nº. 9.876, de 26.11.1999) IV – (Revogado pela Lei nº. 9.876, de 26.11.1999) a) (Revogado pela Lei nº. 9.876, de 26.11.1999) b) (Revogado pela Lei nº. 9.876, de 26.11.1999) V – como contribuinte individual:

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INSS (Superação) – Direito Previdenciário – Prof. Hugo Goes

a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título,

em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 9º e 10 deste artigo;

b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral – garimpo,

em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua;

c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação

ou de ordem religiosa;

d) (Revogado pela Lei nº. 9.876, de 26.11.1999)

e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil

é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;

f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho

de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração;

g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais

empresas, sem relação de emprego;

h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com

fins lucrativos ou não;

VI – como trabalhador avulso: quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício,

serviço de natureza urbana ou rural definidos no Regulamento;

VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado

urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de:

a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro

outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade:

1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais;

2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII do caput

do art. 2º da Lei nº. 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida;

b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou principal

meio de vida; e

c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este

equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo. (...)

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