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Educação permanente em saúde para trabalhadores da atenção básica: uma proposta à luz da pedagogia problematizadora de Paulo Freire

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Academic year: 2021

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(1)1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM ENFERMAGEM ASSISTENCIAL APLICADA. EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO BÁSICA: UMA PROPOSTA À LUZ DA PEDAGOGIA PROBLEMATIZADORA DE PAULO FREIRE.. FÁBIO MARTINS FLÁVIA ROMARIZ FERREIRA LUCAS GONÇALVES FREIRE MURIELK MOTTA LINO. FLORIANÓPOLIS. 2005.

(2) 2. FÁBIO MARTINS FLÁVIA ROMARIZ FERREIRA LUCAS GONÇALVES FREIRE MURIELK MOTTA LINO. EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO BÁSICA: UMA PROPOSTA À LUZ DA PEDAGOGIA PROBLEMATIZADORA DE PAULO FREIRE.. Pratica Educativa e Assistencial apresentada como parte da avaliação na Disciplina de Enfermagem Assistencial Aplicada, do Curso de Graduação de Enfermagem, da Universidade Federal de Santa Catarina.. Orientadora: Profª Drª VÂNIA MARLI SCHUBERT BACKES Supervisora: Enfa. CILENE FERNANDES SOARES. Professora responsável pela disciplina: Profª Drª ÂNGELA MARIA ALVAREZ.

(3) 3. FÁBIO MARTINS FLÁVIA ROMARIZ FERREIRA LUCAS GONÇALVES FREIRE MURIELK MOTTA LINO. EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO BÁSICA: UMA PROPOSTA SOB A LUZ DA PEDAGOGIA PROBLEMATIZADORA DE PAULO FREIRE.. Pratica Educativa e Assistencial apresentada como parte da avaliação na Disciplina de Enfermagem Assistencial Aplicada, do Curso de Graduação de Enfermagem, da Universidade Federal de Santa Catarina.. Data de aprovação: Banca examinadora:. _______________________________________. Drª Vânia Marli Schubert Backes. _________________________________. Enf. Cilene Fernandes Soares. ________________________________________. Dra Jussara Gue Martini. FLORIANÓPOLIS 2005.

(4) 4. AGRADECIMENTOS. A nossa professora orientadora Vânia Marli Schubert Backes pela confiança, apoio e incentivo, que desde o início esteve disposta a nos acompanhar nesta caminhada. Mesmo estando distante do campo, guiou os nossos passos, tornando mais fácil essa jornada. A nossa supervisora Cilene Fernandes Soares, por sua receptividade, disponibilidade e companheirismo em todos os momentos que precisamos. A professora Jussara Gue Martini, pela disposição em participar da nossa Banca Examinadora, com idéias e sugestões, que vieram enriquecer nosso trabalho. A toda equipe de funcionários da ULS Fazenda do Rio Tavares, pelo acolhimento e por terem aceitado participar deste trabalho, sem vocês, o mesmo não poderia ter sido realizado. A todas as pessoas que cruzaram nosso caminho e de algum modo contribuíram para a realização desse trabalho.. Obrigado!!!.

(5) 5. Aos nosso pais, Nilton, Rogério e Elisabete, Francelina, Lourival e Maynara, que acreditaram e confiaram em nós, torcendo, protegendo, incentivando e apoiando os nossos passos. Sem vocês nós não teríamos conseguido!!! Aos nossos irmãos, por serem tão especiais, pelas discussões construtivas e apoio emocional e técnico a qualquer momento. Obrigado por torcerem pelo nosso sucesso. Aos amores, que entenderam nossa ausência e, ainda assim, se fizeram presentes, caminhando ao nosso lado e nos apoiando. Aos verdadeiros amigos, juntos nesta jornada, sempre apoiando e torcendo pelo nosso sucesso. Vocês são fundamentais. Aos companheiros de equipe, amigos insubstituíveis na vida, juntos nas horas boas ou ruins, rindo, brincando, discutindo e brigando, mas principalmente compreendendo, apoiando e motivando uns aos outros durante a caminhada. Fábio, Flávia, Lucas e Murielk.

(6) 6. É preciso ousar para dizer cientificamente que estudamos, aprendemos ensinamos conhecemos nosso corpo inteiro. Com sentimentos, com as emoções, com os medos, com a paixão e também com a razão crítica Jamais com estas apenas É preciso ousar para jamais dicotomizar o cognitivo do emocional Paulo Freire.

(7) 7. RESUMO Trata-se de um relato de experiência vivenciada na Unidade Local de Saúde da Fazenda do Rio Tavares, localizada no município de Florianópolis, realizada no período de 31 de agosto a 05 de novembro de 2005. As atividades foram direcionadas para a vertente da Educação Permanente junto aos trabalhadores da saúde, com o intuito de analisar os problemas relacionados ao cotidiano, de acordo com as necessidades levantadas por eles próprios. Acredita-se ser de vital importância a atuação junto a estes profissionais para sentirem-se motivados e instigados para que aconteçam melhorias no atendimento prestado e com isto a qualidade dos serviços tenda a superar-se a cada dia, transmitindo segurança à população. Foram utilizadas dinâmicas lúdicas no envolvimento dos participantes por meio de três oficinas embasadas na Pedagogia Problematizadora de Paulo Freire, bem como no Método do Arco de Charles Maguerez. O resultado demonstra um novo olhar por parte dos envolvidos, despertado por reflexões e discussões decorridas durante as atividades desempenhadas e reveladas nos depoimentos dos profissionais. Concomitante a essa atividade desenvolveu-se uma prática educativa e assistencial às gestantes por intermédio de consultas de enfermagem, grupos terapêuticos, sala de espera e de um evento intitulado Sábado da Gestante . A prática desenvolvida permitiu que trabalhadores e gestantes pudessem dialogar e refletir, promovendo trocas de conhecimento e buscando possíveis soluções às dificuldades de seu cotidiano. Palavras-chave: Enfermagem, Educação Permanente, Atenção Básica de Saúde, Saúde da Gestante..

(8) 8. ABSTRACT. This work reports the experience lived in the Local Unit of Health of Fazenda of Rio Tavares in the city of Florianópolis SC Brazil, from August, 30th to November 5th of 2005. The activities have been directed to the Permanent Education of health workers with the main objective of analyzing the day-to-day problems, according to the needs raised by themselves. It has been belived to be of vital importance to actuate over these professionals in order to make them feel motivated and instigated to improve the quality of the given attendance and with this resulting a better everyday service. This transmits security to the population. It has been used dynamic recreational game techiniques in the involvement with the participants by means of three workshops based on the Pedagogia Problematizadora of Paulo Freire and the Method of Arc of Charles Maguerez. As a result it was detected a new way of looking by the health workers with respect to the users. This has been identified through reflection and discussion activities which happened during the workshops developed with the professionals and it cold also be perceived by their personal testimonies. A concomitant activity has been developed towards a practical education and assistance to pregnant women by means of nursing consultation, therapeutic groups, waiting room conversation and through an event called Pregnant Woman Saturday . This activity allowed a close contact of the professionals and the future mothers. After productive dialogs and reflections, a good practical knowledge exchange happened and a resulting search for possible solutions related to their daily difficulties. Keywords: Nursing, Permanent Education, Helth Basic Attention, Pregnant Women Health..

(9) 9. SUMÁRIO. INTRODUÇÃO............................................................................................................ 12 1. OBJETIVOS.......................................................................................................... 14 1.1 Objetivos Gerais............................................................................................. 14 1.2 Objetivos Específicos..................................................................................... 14. 2. REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................. 2.1 Sistema Único de Saúde (SUS) ..................................................................... 2.2 Educação Permanente em Saúde................................................................... 2.3 Pólos de Educação Permanente..................................................................... 2.4 Educação permanente na atenção básica....................................................... 2.5 Educação em Saúde....................................................................................... 2.6 Atenção à Saúde da Gestante......................................................................... 2.6.1 Métodos de assistência........................................................................ 2.6.1.1 Consulta de Enfermagem....................................................... 2.6.1.2 Visita domiciliária.................................................................. 2.6.1.3 Grupo....................................................................................... 15 15 16 19 21 22 24 25 25 26 27. 3. MARCO TEÓRICO.............................................................................................. 3.1 Apresentando Paulo Freire............................................................................. 3.2 A Educação Problematizadora de Paulo Freire e o Arco da Problematização de Charles Maguerez.......................................................... 3.3 Pressupostos................................................................................................... 3.4 Conceitos........................................................................................................ 3.4.1 Educação............................................................................................ 3.4.2 Educação Permanente........................................................................ 3.4.3 Educação em Saúde........................................................................... 3.4.4 Trabalhadores de Saúde..................................................................... 3.4.5 Participação no Processo de Aprendizagem...................................... 3.4.6 Comunicação Dialógica..................................................................... 3.4.7 Cidadania........................................................................................... 3.4.8 Comunidade....................................................................................... 3.4.9 Enfermeiro......................................................................................... 3.4.10 Relação Educando-Educador............................................................. 3.4.11 Ser Humano........................................................................................ 28 29. 4. 32 35 35 36 36 37 37 38 38 38 39 39 40 40. METODOLOGIA.................................................................................................. 41.

(10) 10. 4.1 Apresentação do campo................................................................................. 4.1.1 Organograma....................................................................................... 4.1.2 Fluxograma.......................................................................................... 4.2 Área de Abrangência...................................................................................... 4.3 Sujeitos........................................................................................................... 4.4 Estratégias....................................................................................................... 41 42 42 43 43 43. RELATO, DISCUSÃO E AVALIAÇÃO DA PRÁTICA EDUCATIVA E ASSISTÊNCIAL................................................................................................... 5.1 Apresentando a Prática Assistencial aos Trabalhadores................................ 5.2 Mãos à Obra: iniciando as propostas............................................................. 5.3 Apresentando os Encontros Desenvolvidos com os Trabalhadores.............. 5.3.1 I Encontro para o Diálogo................................................................... 5.3.2 Avaliando o I Encontro para o Diálogo............................................... 5.3.3 II Encontro para o Diálogo.................................................................. 5.3.4 Avaliando o II Encontro para o Diálogo............................................. 5.3.5 III Encontro para o Diálogo................................................................. 5.3.6 Avaliando o III Encontro para o Diálogo............................................ 5.4 Prática Educativa e Assistencial voltada as Gestantes................................... 5.4.1 Consulta de Enfermagem..................................................................... 5.4.2 Grupo de Gestante............................................................................... 5.4.3 I Grupo de Gestantes........................................................................... 5.4.4 II Grupo de Gestantes.......................................................................... 5.4.5 Sábado da Gestante.............................................................................. 5.4.6 Sala de Espera...................................................................................... 5.5 Atividades Assistenciais Desenvolvidas......................................................... 47 47 48 50 50 53 54 57 57 65 66 66 67 68 70 72 75 79. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 81. REFERENCIAS............................................................................................................ 85. APÊNDICES................................................................................................................. 90. 5. ANEXOS...................................................................................................................... 118 ..

(11) 11. LISTA DE ILUSTRAÇÕES. FIGURA 1. Mensagem Para Você. 49. FIGURA 2. Mãozinhas. 51. FIGURA 3. Árvore da Copa. 52. FIGURA 4. Sábado da Gestante. 73. FIGURA 5. Cartaz Sala de Espera. 75.

(12) 12. INTRODUÇÃO. O projeto em pauta direcionou-se ao desenvolvimento da disciplina Enfermagem Assistencial Aplicada, realizado durante o segundo semestre de 2005, como requisito parcial para obtenção do título de Enfermeiro (a). Tal projeto teve como foco de atuação a área de Saúde Coletiva, uma área que nos despertou interesse pela sua importância como principal atuante na promoção e atenção da saúde, prevenção de doenças e educação em saúde, base estrutural até então pouco utilizada para a libertação do ser paciente ao ser cidadão. Optou-se por priorizar a Educação Permanente em Saúde, objetivando analisar com os profissionais os problemas relacionados a essa área de atuação, de acordo com as necessidades levantadas pelos próprios trabalhadores de Saúde Coletiva, de uma Unidade Local de Saúde no município de Florianópolis. Segundo a portaria no 198/GM/MS de 2004, que trata da Política de Educação Permanente em Saúde, a compreensão é a de que a Educação Permanente em Saúde realiza a agregação entre aprendizado, reflexão crítica sobre o trabalho e resolutividade da clínica e da promoção da saúde coletiva (BRASIL, 2004). Escolheu-se Educação Permanente com os profissionais de saúde, porque se considerou de vital importância compartilhar com os mesmos, conhecimentos para que aconteçam melhorias no atendimento prestado; qualidade dos serviços tenda a superar-se a cada dia; se sintam mais preparados, motivados e instigados; transmita segurança a população. Este nos parece o caminho para que se concretize o processo de promoção de.

(13) 13. saúde e prevenção de doenças, que dá independência, autocrítica e embasamento aos cidadãos para o autocuidado. Foi desenvolvida uma proposta de Educação e Assistência de Enfermagem, embasada na teoria de Paulo Freire, reconhecido em todo o mundo como ícone na área de educação. Seus estudos alicerçam a Pedagogia da Libertação por meio de uma educação problematizadora, base para uma educação em saúde que defenda a transformação das práticas em saúde e a transformação dos homens em sujeitos críticos e co-responsáveis por suas emancipações..

(14) 14. 1 OBJETIVOS. 1.1 Objetivo Geral. Desenvolver uma prática assistencial e educativa promovendo a Educação Permanente em Saúde envolvendo os trabalhadores, usuários e gestantes da Unidade Local de Saúde Fazenda do Rio Tavares, utilizando a pedagogia problematizadora de Paulo Freire. 1.2 Objetivos Específicos. Conhecer a realidade e levantar os problemas chave, junto aos trabalhadores de saúde, na assistência desenvolvida por estes na atenção básica; Buscar fundamentação teórica para propor estratégias que visem equalizar os problemas detectados; Promover ações na perspectiva de mudanças de atitudes na prática pessoal e profissional dos trabalhadores, contribuindo na melhoria da qualidade da assistência prestada; Prestar assistência à gestante por meio de consultas de enfermagem, visitas domiciliares e grupo; Desenvolver educação em saúde na sala de espera da unidade abordando temáticas de interesse da comunidade, bem como assuntos em voga..

(15) 15. 2 REVISÃO DE LITERATURA. 2.1 Sistema Único de Saúde (SUS). Entre a década de 70 e inicio dos anos 80, as políticas de saúde se voltaram para a ampliação da previdência social. A partir daí, os serviços adquiriram um foco médicohospitalar, onde se intensificou a construção de grandes hospitais. Percebe-se que nem a saúde pública, nem tampouco a assistência hospitalar-curativa conseguiram atingir a melhoria de saúde do povo brasileiro. Com o surgimento do INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social), priorizou-se ações relacionadas a práticas médicohospitalares, aumentando a necessidade de investimento financeiro na área e causando grave crise financeira (SENAC, 1998). Este cenário contribuiu para que, em meados dos anos 70, surgisse a luta para a construção de novas políticas de saúde, a denominada Reforma Sanitária, movimento que reunia trabalhadores e estudiosos de diversas áreas relacionadas à saúde e que recebeu aliados da sociedade civil e dos partidos políticos progressistas, fortalecendo-o. Seu principal objetivo era fazer com que a população obtivesse acesso justo e de qualidade aos serviços de saúde (SENAC, 1998). Com isso, foram apresentadas diretrizes para a reforma do sistema de saúde na 8º Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986 com participação de usuários e governantes. As propostas foram garantidas definitivamente sob a forma de lei na constituição de 1988, como coloca o artigo 196: a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros.

(16) 16. agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (BRASIL, 1997, p.124). Estes direitos foram regulamentados através das Leis Orgânicas da Saúde (LOS), nº 8.080/90 e 8.142/90, estabelecendo o SUS, tendo como princípios a universalização, a equidade, a integralidade, a descentralização e o controle social. Neste cenário, inseriu-se a proposta deste trabalho que buscou contribuir com o processo de consolidação do SUS, nos valendo de uma estratégia vital para tal, a educação Permanente em Saúde.. 2.2 Educação Permanente em Saúde. Vivemos hoje em um mundo dinâmico, em que conceitos são reformulados ou mesmo substituídos a todo o momento. Manter-se atualizado é indispensável neste mundo em plena transformação. Profissionais da área de saúde têm como objeto de trabalho o ser humano, e precisam estar em constante processo de formação para atender as necessidades individuais e coletivas, garantindo qualidade de assistência. A Educação Continuada na Enfermagem surgiu para resolver problemas com intuito de aperfeiçoamento e melhoria da prática assistencial. Em 1980, a Associação Brasileira de Enfermagem - ABEn realizou o 1º Seminário de Educação Continuada considerando-a como a aquisição progressiva de competências e que seria reconhecida na medida em que a qualidade do cuidado se revelasse na prática cotidiana.. Para a Associação Americana de Enfermagem - American Nurse Association A.N.A., a Educação Continuada é imprescindível para o crescimento pessoal e profissional de enfermagem, sendo um processo amplo e contínuo em que as experiências de aprendizagem são constituídas a partir da prática, da vivência e transformadas em processo investigativo, educativo e administrativo. (BACKES et al, 2003).

(17) 17. Fica claro, então, que a Educação Permanente no setor saúde deve ser um processo amplo e abrangente. No entender de Bagnato (1999, p.94), a discussão das políticas públicas de saúde deve, porém fazer parte de um programa de Educação Continuada, em que [...] as relações entre trabalho, educação e saúde, entre saber e poder, entre competência técnica e política deve estar presente quando se discute o papel da Educação Continuada .. A enfermagem, como profissão da área da saúde que agrega o maior contingente de trabalhadores, deve estar alerta para a construção de um processo educativo ou serviço que atenda aos preceitos filosóficos e políticos no sentido de valorizar seus recursos humanos e efetivar uma prática comprometida com as reais necessidades da população brasileira. No entendimento de Oguisso (2000, p.27), considerando a ótica [...] da educação continuada, enfermeiros precisam mais do que nunca se preparar para os novos tempos, buscando na educação continuada a saída para sua adaptação às situações que esses tempos exigem .. De acordo com Silva et al. (1989), a Educação Continuada para o profissional de enfermagem é necessária à premência de uma prática de melhor qualidade, uma vez que esta prática ainda está impregnada de empirismo e marcada por conflitos e contradições. A Educação Continuada é parte do processo de construção de um conhecimento próprio.. Para o Grupo Regional de Consulta da OPAS, citado por Bagnato (1999, p.73), a Educação Continuada,. é compreendida como um mecanismo para fazer da educação dos trabalhadores da saúde um processo permanente, que se remete ao trabalho como eixo central do processo educativo, fonte de conhecimento e objeto de transformação que privilegia a participação coletiva e multidisciplinar e, que favorece a construção dinâmica de novos conhecimentos, através da investigação, do manejo analítico das informações e do intercâmbio de experiências.. A superação dos limites deste enfoque exigirá posturas teórico-metodológicas críticas e reflexivas, buscando a conscientização dos profissionais enquanto cidadãos situados em uma sociedade em contínuas transformações..

(18) 18. Backes et al. (2003, p. 81) conceituam Educação Continuada em Enfermagem como sendo: um processo educativo, formal ou informal,, dinâmico, dialógico e contínuo, de revitalização e superação pessoal e profissional, de modo individual e coletivo, buscando qualificação, postura ética, exercício da cidadania, conscientização, reafirmação ou reformulação de valores, construindo relações integradoras entre os sujeitos envolvidos para uma práxis crítica e criadora... Na Política de Educação Permanente em Saúde a educação permanente é compreendida como a aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações e ao trabalho (BRASIL, 2004, p.48). Percebe-se, então a necessidade de incorporar na prática tais idéias e ideais, contudo há que se efetivar mudanças nos protagonistas do processo. Para tanto, o Governo promulga, através da portaria n.º 198 do Ministério da Saúde em 13 de fevereiro de 2004, a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como estratégia para a formação e o desenvolvimento dos trabalhadores, reforçando os princípios norteadores do SUS. A Educação Permanente possibilita, ao mesmo tempo, o desenvolvimento pessoal daqueles que trabalham na saúde e o desenvolvimento das instituições. Além disso, ela é reforçada pelo Quadrilátero da Formação, que institui relações orgânicas entre estruturas de gestão da saúde (práticas gerenciais e organização da rede), instituições de ensino (práticas de formação, produção de conhecimento e cooperação), órgãos de controle social em saúde (movimentos sociais e educação popular) e serviços de atenção (profissionais e suas práticas). Portanto, o desafio é fazer com que o Quadrilátero da Formação se efetive de forma articulada para uma eficiente Educação Permanente (BRASIL, 2004). Assim objetiva-se transformar o processo de trabalho, visando alcançar a melhora da qualidade dos serviços, para atender aos princípios básicos do SUS (equidade, integralidade, universalidade). Portanto, efetivar uma práxis transformadora nos serviços (BRASIL, 2004)..

(19) 19. A educação deve estimular uma perspectiva crítico-reflexiva que forneça aos trabalhadores os meios para um pensamento autônomo e que facilite as dinâmicas de autoformação participada. O eixo pedagógico norteador para a Educação Permanente deve centrar-se na pedagogia problematizadora, isto é, na indagação-reflexão. Esta proposta de ação inclui o momento de refletir sobre o conhecido, ou seja, a necessidade de conhecer o contexto, a realidade global, institucional e pessoal dos sujeitos envolvidos neste processo. Em um trabalho articulado entre o sistema de saúde e as instituições de ensino, a Educação Permanente será capaz de reorganizar, simultaneamente, os serviços e os processos formativos, transformando as práticas educativas e as de saúde. (BRASIL, 2005). A base é de que, a partir de agora, os processos de qualificação dos trabalhadores da saúde sejam orientados pelas necessidades de saúde da população, do próprio setor da Saúde e do controle social. A educação deve servir para preencher lacunas e transformar as práticas profissionais e a própria organização do trabalho. O resultado esperado é a democratização dos espaços de trabalho, o desenvolvimento da capacidade de aprender e de ensinar de todos os atores envolvidos, a busca de soluções criativas para os problemas encontrados, o desenvolvimento do trabalho em equipe matricial, a melhoria permanente da qualidade da atenção à saúde e a humanização do atendimento (BRASIL, 2005).. 2.3 Pólos de Educação Permanente. O primeiro passo para provocar mudanças nos processos de formação é entender que as propostas não podem mais sere construídas isoladamente e nem de cima para baixo, ou seja, serem decididas pelos níveis centrais, sem levar em conta as realidades locais. Eles devem fazer parte de uma grande estratégia, estar articulados entre si e ser criados a partir da pratica das realidades locais, envolvendo os diversos segmentos (BRASIL 2005). De acordo com a política proposta, a educação permanente em saúde será construída em cada locorregião do país e realizada por meio dos pólos de educação permanente em.

(20) 20. saúde. Esses pólos são instâncias colegiadas que servem para a articulação, o diálogo, a negociação e a pactuação interinstitucional. São espaços onde atores de diversas origens poderão se encontrar e pensar juntos as questões da educação permanente em saúde, como em uma mesa de negociação. Funcionarão como a parte do Sistema Único de Saúde responsável pela mudança tanto das práticas de saúde quanto das ações de educação na saúde (BRASIL, 2005). Para contribuir com a melhoria das condições de vida e saúde da população e superar as deficiências resultantes da formação e das práticas tradicionais de saúde, os pólos devem buscar a integralidade da atenção à saúde por meio do fortalecimento dos elementos dessa diretriz do SUS: o acolhimento de todos os usuários; a produção de vínculo entre eles e a equipe de saúde local; a responsabilização das equipes com a saúde individual e coletiva; o desenvolvimento da autonomia dos usuários, que devem ser protagonistas no processo de cuidado e não meros objetos nas mãos dos profissionais; e a resolutividade da atenção à saúde, que representa a capacidade de resolver com qualidade os problemas de saúde detectados em cada caso (BRASIL, 2005). Os pólos serão dirigidos por um colegiado de gestão composto por representantes do gestor estadual, dos gestores municipais (representantes do Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde), do gestor do município sede do pólo, das instituições formadoras e dos estudantes. Esse colegiado deve ser formalizado por resolução do Conselho Estadual de Saúde (CES). As decisões serão tomadas por consenso e, quando isso não for possível, serão encaminhadas para a Comissão Intergestores Bipartite Estadual e para o Conselho Estadual de Saúde. Ainda deve agregar os interesses das diferentes instituições participantes, ser um lugar de debates, valorizar a negociação e a pactuação, produzir políticas e estabelecer negociações, registrar as práticas implementadas, levar cada parceiro institucional a reorientar suas atividades de formação, ser referência, referenciar-se aos municípios de seu território (BRASIL, 2005). A criação dos pólos de capacitação permanente em saúde, representa mais um espaço de democratização das decisões em saúde e se constituem num desafio a ser perseguido e conquistado..

(21) 21. 2.4 Educação permanente na atenção básica. Segundo o Conselho Nacional dos Secretários da Saúde, A atenção básica é um conjunto de intervenções de saúde no âmbito individual e coletivo que envolve: promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. É desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados É o contato preferencial dos usuários com o sistema de saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, acessibilidade, continuidade, integralidade, responsabilização, humanização, vínculo, eqüidade e participação social. A atenção básica deve considerar o sujeito em sua singularidade, complexidade, integralidade e inserção sócio-cultural e buscar a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam estar comprometendo suas possibilidades de viver de modo saudável. (BRASIL, 2004, p.07). Devido a isso, considera-se o fortalecimento da atenção básica, como eixo fundamental para a mudança do modelo assistencial (BRASIL, 2004), pois ela desempenha um papel estratégico no SUS. Ela é a principal ligação entre o sistema de saúde e a população de um determinado território (BRASIL, 2005). O Programa de Saúde da Família (PSF) deve ser a principal estratégia organizativa da atenção primária no âmbito do SUS. É um processo dinâmico que permite a implementação dos princípios e diretrizes da atenção primária. Porém, o PSF ainda não incorporou suficientemente o conjunto de conhecimentos necessários, nem promoveu a integração com áreas que permitam uma verdadeira mudança na prática de seus profissionais. A prática assistencial tradicional ainda predomina. A ampliação das capacitações é uma das condições necessárias para a mudança deste quadro (BRASIL, 2004). Para que seja possível construir esse novo modo de organizar e praticar a atenção, precisamos de um outro perfil de trabalho e de trabalhadores. Neste caso, a educação para o trabalho deverá ser uma educação que pensa o trabalho e que pensa a produção do mundo. O objetivo não é apenas formar bons técnicos, mas bons profissionais, capazes de serem criativos no pensar, no sentir, no querer e no atuar (BRASIL, 2005)..

(22) 22. Para conquistar esse objetivo, é necessário promover a capacitação e o desenvolvimento dos recursos humanos da área, com ênfase em educação permanente (BRASIL, 2004). Os pólos de educação permanente garantem o planejamento das capacitações nas diferentes áreas temáticas que envolvem atenção básica, denominada de atenção primária pelo Ministério da Saúde, atendendo às necessidades locorregionais, considerando a priorização da atenção primária e a importância do PSF como principal estratégia organizativa do Sistema de Saúde (BRASIL, 2004). A atenção primária de saúde é, ao mesmo tempo, um reflexo e conseqüência das condições econômicas e características socioculturais e políticas do país e de suas comunidades (ALMA ATA, 1978). É exatamente dessa forma que devemos pensar quando planejamos as ações de educação permanente. produzindo estratégias de acordo com. a diversidade local (BRASIL, 2005, p.26). A prática educativa proposta neste trabalho foi mais uma experiência no sentido de levar em consideração os pressupostos teórico-metodológicos e filosóficos na perspectiva de provocar a reflexão e ações conseqüentes às necessidades da comunidade.. 2.5 Educação em Saúde. Segundo Strozzi apud Ambrozano (2002), promoção em saúde é o nome dado ao processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle desse processo, ou seja, além de educar em saúde, instrumentalizar para a construção da cidadania. A tarefa do educador em saúde é a de levar as pessoas ao entendimento das questões ligadas a ela, e então, de acordo com a necessidade, ele próprio saberá como agir, desde que a forma de educação oferecida seja realmente transformadora, criativa, abra o leque de possibilidades e tenha real valor cotidiano. Usando da problematização dos fatos cotidianos, da troca de experiências, educadores e educandos em saúde podem estabelecer um mundo de conhecimentos que realmente corresponde ao contexto vivido pela comunidade. Então a.

(23) 23. devida atenção será dada, a transformação acontecerá e a qualidade de vida será restaurada (AMBROZANO, 2002). Segundo Briceño-Leon (1996, p.8), a resistência dos seres humanos [...] a todo um pacote de ações sobre as quais não são consultadas...[...] que não entendem bem nem aceitam, pois não se compreende bem nem as doenças, nem a necessidade de um controle , obriga a uma mudança nos programas e em especial na maneira de entender a relação das pessoas com o controle das doenças e os programas de controle. Para vencer a resistência das pessoas se requer uma maior ênfase no fator esquecido, no ser humano. (GILLET apud BRICEÑO-LEON, 1996, p.8). Esta mudança de ótica. envolve dois princípios que devem guiar qualquer ação sanitária: é necessário conhecer o ser humano e é necessário contar com o ser humano. A educação em saúde não é feita apenas na elaboração e imposição de um programa de saúde, mas é fundamental que a comunidade se sinta acolhida e participante da ação abordada em tal programa. Para que esta possível atuação da comunidade se torne eficiente, se faz necessário conhecer os seres humanos, as crenças assim como as circunstâncias em que vivem. É relevante a compreensão das crenças e valores do ser humano, pois de acordo com a teoria das ações, o ser humano atua de determinada maneira de acordo com seus hábitos e crenças, assim como seu comportamento é direcionado a partir das circunstâncias internas (BRICEÑO-LEON, 1996). Se a explicação do comportamento se centra nas circunstâncias internas dos indivíduos, mais importante é a educação, porque não temos como mudar as circunstâncias se não mudarmos as pessoas. (BRICEÑO-LEON, 1996). Briceño-Leon, ao elaborar suas sete teses sobre educação para participação, aborda a relação entre educação sanitária e a participação dos cidadãos nos programas. A partir das teses, observa-se a importância de estar atento aos resultados repercutidos nos programas de saúde e não apenas a intenção dos mesmos. Afirma que [...] o objetivo da educação...[...] não é cobrir o vazio da ignorância, mas transformar os cheios cognitivos e comportamentais previamente existentes no.

(24) 24. indivíduo (BRICEÑO-LEON, 1996, p.13), ou seja, [...] os cheios cognitivos são suas crenças e valores, que sendo...[...] más ou tradicionais (BRICEÑO-LEON 1996, p.12), são do cidadão, e é necessário que este se sinta participante para que ocorra mudança interna [grifo nosso]. Esta entrada ativa da comunidade nos programas de saúde faz com que o processo educacional não seja unidirecional, mas sim [...] bidirecional, onde ambas as partes geram um acordo de transformação de seus próprios saberes (BRICEÑO-LEON, 1996, p.13), mostrando assim que [...] não há um que sabe e outro que não sabe, mas dois que sabem coisas diferentes (BRICEÑO-LEON, 1996, p.13) [grifo nosso]. Se ambos sabem, o processo educacional é então um processo de diálogo entre saberes. Um processo de diálogo no qual ambos se comprometem a escutar-se e transformarse...[...] é um processo participativo [...] (BRICEÑO, 1996, p.13). Considera ainda que, para que se tenha uma participação efetiva dos cidadãos nos programas é importante a confiança em si mesmos, pois esta é fundamental no sucesso de uma ação. Assim, o cidadão aprende que pode fazer algo por sua própria saúde, aprende com ações. Aprende que o trabalho pode levar a realizações e que sua ação pode trazer-lhe satisfação e saúde (ROMERO GARCIA apud BRICEÑO-LEON, 1996, p.15). Por fim, acredita-se que a educação deve fomentar a responsabilidade individual, pois esta leva a obtenção de suas próprias realizações sanitárias, e a cooperação coletiva, sendo esta capaz de fomentar a solidariedade, pois senão se tornará impossível a participação em obras que sejam de caráter coletivo (BRICEÑO-LEON, 1996, p.16). Consideramos a Sala de Espera um espaço privilegiado para que este processo ocorra em nossa proposta de trabalho.. 2.6 Atenção à Saúde da Gestante. Na atuação na Unidade Local de Saúde além de dirigir-se para a educação permanente em saúde junto aos profissionais da saúde, optou-se também por desenvolver a educação em saúde com as gestantes..

(25) 25. A atenção à saúde da gestante é prestada através do pré-natal, trata-se do acompanhamento sobre o processo de gravidez, prestando os cuidados necessários a realidade da gestante, incluindo a família. Deve ser prestada com respeito e dignidade, sem qualquer tipo de discriminação. Segundo Rezende; Montenegro, (1995, p.145):. os objetivos básicos da assistência pré-natal, são: orientar os hábitos de vida, assistir psicologicamente a gestante, prepará-la para a maternidade: instruí-la sobre o parto, dando-lhe noções de puericultura, evitar o uso de medicação e de medidas ominosas para o concepto.. 2.6.1 Métodos de assistência. Os métodos de assistência, eleitos para desenvolver a atenção à saúde da gestante orientada pelos princípios da educação em saúde na ULS, foram: consulta de enfermagem; visita domiciliária e grupo de gestante. As consultas de enfermagem as gestantes ocorrem três vezes por semana, uma consulta por dia. As visitas domiciliárias são realizadas apenas quando há necessidades apontadas pelos agentes comunitários de saúde e após prévia avaliação da equipe de saúde. Já o grupo de gestantes, ocorre duas quintas-feiras por mês, alternadamente. Deste modo, nos inserimos de acordo com o andamento das atividades.. 2.6.1.1 Consulta de Enfermagem. A Consulta de Enfermagem supõe a observação e entrevista para coleta dos dados, o exame físico, o estabelecimento do diagnóstico de enfermagem, a prescrição, a implementação dos cuidados de enfermagem e orientações que contribuam à promoção, proteção, recuperação ou reabilitação da saúde do usuário. Existe ainda, a partir dos.

(26) 26. diagnósticos efetivados, o encaminhamento ao profissional ou serviço competente, no caso de a intervenção fugir ao seu âmbito de atuação. Estando, sempre fundamentada na necessidade de cientificidade das ações desenvolvidas. Na consulta de enfermagem às gestantes, podemos destacar ações específicas. Segundo Rezende; Montenegro (1995), os exames laboratoriais complementares, as orientações a cada trimestre de gravidez, a ausculta do batimento cardíaco fetal e ainda o desenvolvimento intra-uterino do concepto relacionado ao volume uterino são algumas destas ações. No decorrer das atividades da consulta de enfermagem a revisão de literatura se ampliou de modo a possibilitar uma intervenção sistematizada com a efetiva participação da gestante.. 2.6.1.2 Visita domiciliária. É um método que se constitui no conjunto das mais poderosas forças que influenciam a promoção, a proteção à recuperação da saúde dos indivíduos. Tornando-se assim um dos métodos mais eficientes utilizados pela enfermagem desde muito tempo para proporcionar assistência à família.(KAWAMOTO, 1995). Kawamoto (1995), relata a importância da assistência de enfermagem ser focalizada na família, especialmente no campo da saúde pública. Possui vantagens, pois proporciona o conhecimento do indivíduo/família dentro de seu verdadeiro contexto ou meio ambiente, facilita a adaptação do planejamento da assistência da enfermagem de acordo com os recursos de que a família dispõe, proporciona melhor relacionamento do profissional com a família. Em linhas gerais, os principais objetivos da visita domiciliar, como método de trabalho da enfermagem, são: prestar cuidados de enfermagem no domicílio, orientar e supervisionar um ou mais membros da família para prestação de cuidados no domicílio, supervisão dos cuidados delegados a família, coleta de informações sobre condições sócio-econômicosanitárias da família. (KAWAMOTO, 1995)..

(27) 27. Deste modo, é uma estratégia importante para estar acompanhando a evolução do processo vivenciado pelas gestantes e inserindo-se no seu contexto promovendo uma educação em saúde coerente e pró-ativa.. 2.6.1.3 Grupo terapêutico. Os grupos terapêuticos têm como finalidade [...] fornecer aos indivíduos, convivendo com situações semelhantes, uma oportunidade de expressar suas preocupações e considerar modos alternativos para modificarem seu estilo de vida (LEWIS, FRAIN & DONNELLY apud CÂMARA et al, 1993). Podem assumir diversos formatos conforme seus objetivos, sendo estes atingidos de forma mais adequada quando seus membros tomam para si a responsabilidade de torná-lo uma experiência significativa, tendo a compreensão da importância de sua participação (CÂMARA et al, 1999). O grupo de gestantes é um ambiente que proporciona à mulher compartilhar, com outras que estejam também vivenciando o processo gravídico, as modificações mentais, fisiológicas, contextuais que ocorrem no período. O processo educativo desenvolvido no grupo tornou-se imperativo para provocar reflexões e mudanças significativas em relação à atenção à saúde que a gestante tem para consigo e seu filho..

(28) 28. 3 MARCO TEÓRICO. A escolha do marco teórico, quanto a proposta trabalhada foi educação, tornou-se facilitada a partir do momento que nos deparamos com as idéias inovadoras de Paulo Freire, idéias estas formuladas em um período político-social diferenciado, que persistem até a atualidade. Tais idéias transformaram-se em um método , mas Freire prefere dizer não ter métodos, apenas utiliza a realidade de cada indivíduo e suas concepções anteriores para a partir daí permear cada percepção e transformá-la. Seus preceitos diferenciados da educação normal , citado por Freire (apud SOUSA, et al., 1998, p.47) como concepção bancária de educação , fortalecem o processo de educação voltado à fomentação ideológica e crítica, tornando o indivíduo consciente de sua existência e responsabilidade na sociedade. Freire, em entrevista a Pelandré (2002, p.55), afirma que [...] a prática educativa é um ato político , onde o processo educativo, através da comunicação dialógica e da troca de saberes, leva ambos os agentes, instigador e indivíduo instigado, à libertação. Para Sousa et al.(1998, p.76), a educação libertadora...[...] questiona concretamente a realidade das relações do homem com a natureza e com os outros homens, visando uma transformação...[...] uma educação crítica . Tal transformação se dá em dois âmbitos: o metodológico (do como fazer) e o ideológico (sujeitos em construção de conhecimentos). Freire (1992, p.51) afirma que o educador [...] fará melhor, toda vez que, integrandose ao espírito dos educandos [...] se aproprie de seus temas fundamentais, e reconheça suas.

(29) 29. tarefas concretas , utilizando-se de pesquisas do cotidiano individual ou coletivo destes educandos, em seu ambiente familiar, profissional ou social. A partir destes pressupostos dispostos anteriormente, nos remetemos às atribuições dos profissionais, que além de atuar nas funções de assistência e administração, atuam também sobre a educação dos cidadãos, tendo como protagonistas ora os usuários, ora a equipe de trabalho. Buscamos agregar estas atribuições da enfermagem com as idéias de Freire, e levar os profissionais a desempenharem a função de libertadores, dialogando e trocando conhecimento tanto com os usuários, quanto com os próprios profissionais da saúde, não permitindo a ambos a acomodação e o mutismo. Utilizamos todos estes conhecimentos para interagir e trabalhar com os profissionais da ULS, e fazer que a qualidade de assistência destes profissionais ascenda. Freire (1992, p.65) afirma que: o grande perigo do assistencialismo está na violência do seu antidiálogo, que, impondo ao homem mutismo e passividade, não lhe oferece condições especiais para o desenvolvimento ou a abertura de sua consciência que, nas democracias autênticas, há de ser cada vez mais crítica.. Estimulamos os profissionais para se. libertarem/emanciparem. para que estes. promovam essa ação de liberdade/emancipação dos usuários do serviço de saúde.. 3.1 Apresentando Paulo Freire. Nasceu em Recife no dia 19 de setembro de 1921, com o nome de Paulo Reglus Neves Freire, e faleceu no dia 02 de maio de 1997 em São Paulo, vítima de um infarto agudo do miocárdio. Filho de Edeltrudes Neves Freire, dona de casa e de Joaquim Temístocles Freire, sargento do exército. Cresceu em meio à disciplina e com o diálogo de carinho, amor e bondade de seus pais. Paulo aprendeu com os pais o diálogo, que procura manter com o mundo, com os homens, com Deus e com a família (FREIRE, 1980)..

(30) 30. Paulo Freire foi professor de português de 1941 a 1947, estimulado por Elza, sua primeira esposa, a qual conheceu na faculdade de Direito. Em 1946, começou a trabalhar no Sesi (Serviço Social da Indústria) e ali iniciou seu diálogo com a classe operária. Ficou encarregado de estudar a relação entre alunos, mestres e pais de alunos. Alicerçou-se assim sua atividade pedagógica antielitista e antiidealista (GADOTTI apud SAUPE et al, 1998). O método de alfabetização de adultos surgiu no fim da década de 50, no movimento de cultura popular de Recife. Começam ali os chamados Círculos de Cultura. Suas primeiras experiências educacionais foram realizadas em 1962 em Angicos, no Rio Grande do Norte, onde 300 trabalhadores rurais se alfabetizaram em 45 dias. Suas atividades são interrompidas com o golpe militar de 1964, que determinou sua prisão. Depois foi exilado ao Chile, encontrando lá um clima favorável ao desenvolvimento de suas idéias. Em 1970, junto a outros brasileiros exilados, em Genebra - Suíça, cria o IDAC (Instituto de Ação Cultural), que assessora diversos movimentos populares, em vários locais do mundo, disseminando assim suas idéias. Retorna ao Brasil, depois do exílio, em 1979, para repensar sua vida e seu país. Passou um tempo sozinho, após a morte de sua esposa Elza, casou-se novamente com Ana Maria. Esta assim como a esposa anterior participou muito de sua vida. Inseriu-se na vida docente acadêmica, lecionando na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em 1989, tornou-se Secretário de Educação no Município de São Paulo, no mandato da Prefeita Luiza Erundina, do PT. Durante seu mandato, fez um grande esforço na implementação de movimentos de alfabetização, de revisão curricular e lutou por remuneração digna aos professores. Saupe et al.(1998, p. 249) citam que escolheram uma frase que traduz o pensamento de Freire (1997):.

(31) 31. Gosto de ser gente porque, mesmo sabendo que as condições materiais, econômicas, sociais e políticas, culturais e ideológicas em que nos achamos, geram quase sempre barreiras de difícil superação para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sei também que os obstáculos não se eternizam.. Aprendeu com seus pais, a importância do diálogo e a respeitar a opção das outras pessoas; ser humano orgulhoso e feliz, modesto e consciente de sua posição no mundo, viveu sua vida com fé, humildade, alegria, seriedade e desejo de transformação. Aprendendo com os oprimidos e lutando para a superação das relações de opressão; vivendo as tensões e os conflitos do mundo, mas esperançoso na suas necessárias mudanças. Impaciente, porém sereno, lutou e continua lutando, por meio de suas obras, por um mundo mais democrático, sendo que se sustentava na prática vivida, como pedagogo dos oprimidos, antes mesmo de ter escrito a Pedagogia do Oprimido, pois partia do saber popular, respeitando o concreto, o cotidiano e as limitações das pessoas. Além disso, não ficava no ponto de partida, apresentava uma proposta de superação deste mundo de submissão, de silêncio e de misérias, apontando para um mundo de possibilidades (GADOTTI, 2001). Freire fala em educação social, defende a necessidade do (a) aluno (a), sujeito-cidadão, além de se conhecer, conhecer os problemas sociais que o afligiam. Ele não via a educação como simplesmente meio para dominar os padrões acadêmicos de escolarização, ou para profissionalizar-se. Falava da necessidade de se estimular o povo a participar do seu processo de emersão na vida política, engajando-se no todo social (FREIRE, 1999). Paulo Freire foi o primeiro a sistematizar e a experimentar um método inteiramente criado para a educação de adultos. Na constituição do seu método pedagógico, fundamentouse nas ciências da educação, principalmente na Psicologia e na Sociologia, tendo grande importância a Metodologia das Ciências Sociais (GADOTTI, 2001). Comprovou que os métodos em que os alunos e professores aprendem juntos, são mais eficazes, ao contrário, da concepção tradicional da escola, que se apóia em métodos centrados na autoridade do(a) professor(a). Seu trabalho é mais do que um método de alfabetização configura-se em uma ampla e profunda compreensão da educação, que tem como cerne de suas preocupações a sua natureza política. Freire foi uma pessoa que com humanismo, humanizou o processo.

(32) 32. desumanizado, que provocou e provoca os sujeitos-cidadãos a desvelarem a essência da existência humana, por meio de sua pedagogia da pergunta.. 3.2 A Educação Problematizadora de Paulo Freire e o Arco da Problematização de Charles Maguerez. A metodologia da problematização é o método teórico filosófico utilizado por Freire, pelo qual o indivíduo desenvolve seu aprendizado de maneira crítica e reflexiva, focando sempre como idéia central à transformação da realidade, e que vem privilegiar a ação e o diálogo entre os sujeitos. Deve existir o compromisso do instigador, que [...] é de utilizarmos estratégias de ensino que se fundamentem num método de reflexão e ação sobre a realidade educacional [...] (LIBANEO apud TACLA, 2002, p. 68). Uma das estratégias vem a ser o diálogo, que é uma relação de comunicação de intercomunicação, que possibilita e gera a crítica e a problematização, já que ambos os sujeitos estão livres para o questionamento: "por quê?". O diálogo é justamente o conteúdo programático da educação (FREIRE apud ZACHARIAS, 2005). Há duas dimensões constitutivas da palavra: ação e reflexão. Sem a dimensão da ação, perde-se a reflexão e a palavra transformam-se em verbalismo, ou verborragia. Por outro lado, a ação sem a reflexão transforma-se em ativismo, que também nega o diálogo. (FREIRE apud ZACHARIAS, 2005) Segundo Berbel apud Tacla, (2002, p.68), a metodologia mobiliza o potencial social, político e ético dos profissionais em formação. Proporciona a estes amplas condições de relação teoria - prática e estimula o trabalho junto a outras pessoas da comunidade, no local onde os fatos ocorrem; provoca algum tipo de alteração em todos os sujeitos, mesmo durante o processo..

(33) 33. Para o conhecimento do método, devem-se compreender alguns princípios fundamentais, tais como: parte-se da realidade, com a finalidade de compreendê-la e de construir conhecimento capaz de transformá-la; utiliza-se o que já se sabe sobre a realidade (conteúdos), não como algo absoluto e definitivo nem como um fim em si mesmo, mas como subsídio para encontrar novas relações, novas verdades , novas soluções; os protagonistas da aprendizagem são os próprios aprendentes. Por isso acentua-se a descoberta, a participação grupal, a autonomia e a iniciativa; desenvolve-se a capacidade de perguntar, consultar, experimentar, e avaliar, características da consciência critica (BORDENAVE apud TACLA, 2002, p.69).. Para o instigador libertador, esse conteúdo é a devolução organizada, sistematizada e acrescentada ao educando daqueles elementos que este lhe entregou de forma desestruturada.(FREIRE apud ZACHARIAS, 2005). Esse conteúdo deve ser buscado na cultura dos sujeitos e na consciência que eles tenham da mesma. O momento da busca do conteúdo programático dá início ao processo de diálogo em que se produz a educação libertadora. Essa busca deve investigar o universo temático dos indivíduos ou o conjunto dos temas geradores do conteúdo. (FREIRE apud ZACHARIAS, 2005) Por ser dialógica, já é problematizadora e permite que se obtenha a consciência dos indivíduos sobre esses temas; a participação na investigação do seu próprio universo temático leva o sujeito a admirar este universo, e, essa admiração possibilita a capacidade de criticá-lo e transformá-lo. (FREIRE apud ZACHARIAS, 2005) Segundo Tacla (2002, p.75), a metodologia da problematização [...] faz uso do Método do Arco, elaborado por Charles Marguerez , apresentado por Bordenave em 1977 e consiste em cinco etapas cujas características são explanadas a seguir: 1. Observação da Realidade, sendo esta a primeira etapa, onde o sujeito contempla a realidade, expressando suas percepções pessoais e a partir daí, retiram os problemas a serem estudados. Desta forma, se afirma que o conhecimento do educando é o ponto de partida..

(34) 34. 2. Elaboração dos pontos-chave, onde ocorre a seleção de um ou mais problemas para estudo, assim como determinantes sociais mais amplos. Para Bordenave (apud TACLA, 2002, p.76), [...] os sujeitos separam, no que foi observado, o que é verdadeiramente importante do que é meramente superficial .. 3. Teorização, que é o momento de construir respostas mais elaboradas para o problema. Os alunos buscam o porquê, o como, o onde, as incidências, as relações, entre outros; sobre o objeto de estudo. Os aspectos registrados como pontos-chave, podem orientar essa busca de informações (BERBEL apud TACLA, 2002). 4. Hipóteses de Solução, [...] apresentam as alternativas possíveis para resolução do problema em foco , para a transformação da realidade. O aluno usa sua imaginação e sua criatividade na busca de soluções plausíveis, que possam ser implementadas . (TACLA, 2002, p. 77). 5. Aplicação à Realidade, é a fase que possibilita o intervir, o exercitar, o manejar situações associadas à solução dos problemas. Através dela é que a realidade será transformada em algum grau, com o objetivo de resolver problema selecionado inicialmente (BORDENAVE apud TACLA, 2002). Neste sentido, a aplicação do Método do Arco implica que ou os profissionais se tornam comprometidos com as questões do seu dia-a-dia, transformando a realidade, ou mantêm e reforçam o status quo (FREIRE, 1999). Neste processo de ensino-aprendizagem, o instigador deve: estar comprometido com seu que fazer , ter disponibilidade para o diálogo, bom senso, humildade, liberdade, alegria e esperança, respeito ao indivíduo, ética, estética e convicção de que a mudança é possível (FREIRE, 1992). O Método Paulo Freire reforça a dignidade e o respeito ao indivíduo, colocando-o ao lado do instigador, que por sua vez, tem a tarefa de orientar e dirigir o processo educativo e é um ser que busca o conhecimento junto com o aluno. Sendo que segundo Gadotti (2000,.

(35) 35. p.102), cada um, a seu modo pode aprender e descobrir novas dimensões e possibilidades da realidade na vida. A educação torna-se um processo de formação comum e permanente .. 3.3 Pressupostos. Pressupostos são idéias estabelecidas e aceitas como verdadeiras. São pontos de partida de um dado sistema dedutivo, suposições prévias que antecedem uma afirmação. Os pressupostos dão sustentação ao problema de pesquisa e aos métodos de obtenção e análise das informações (TRENTINI; PAIM, 1999, p. 52). Para nós, a Educação Permanente é um processo que deve estar presente e ser contínuo. Precisa estar inserido no contexto do qual a instituição faz parte, agregado com as crenças e valores pessoais dos trabalhadores, impulsionando-os à competência e aperfeiçoamento nos serviços, atuando para fomentar o crescimento pessoal, crítico e técnicocientífico das pessoas. A partir deste pressuposto, acreditamos na educação permanente em saúde como potencializadora da assistência, enriquecedora da qualidade dos serviços a partir do momento que é provedora de conhecimento e o profissional se vê como agente de transformação da realidade individual e coletiva.. 3.4 Conceitos. O termo conceito origina-se da raiz latina con-cepio , concebida pelo prefixo con, significando junto, mais o verbo cepio, cepire, que significa agarrar , pegar , de onde derivam palavras como catar e captar (KFOURI, 2005). No sentido filosófico da palavra:.

(36) 36. conceitos são representações mentais e gerais de determinadas realidades: mentais, porque não é a realidade em si mesma, mas uma imagem mental dela; são representações gerais, por que contêm características de determinada classe da realidade, como por exemplo livro, sentimento, ser humano e assim por diante TRENTINI (1999, p.56).. A partir destas concepções etimológica e filosófica da palavra conceito, captamos várias expressões que conceituam nossa visão frente ao mundo e a realidade vivida. Estes conceitos norteiam nosso trabalho em direção a uma educação (foco), que permita uma formação crítica voltada à libertação e politização, defendidos por Freire.. 3.4.1 Educação. Freire (1999) afirma que a libertação dos homens se dará a partir da educação, o que lhes possibilitará construir uma independência coletiva. Tal independência se constituirá de um processo de ação criativa e crítica, sendo que a realidade não se transformará por si mesma. Freire (2005, p. 47) diz ainda que [...] ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar a possibilidade para sua produção ou a sua construção [...] .. 3.4.2 Educação Permanente. Utilizaremos neste momento, alguns conceitos de educação permanente, que contemplam nossa proposta de educar para a libertação e crítica.. SALUM (2000, p.51), conceitua como sendo um:. processo permanente de educação que tem como objetivo desenvolver o ser humano-trabalhador(a) de enfermagem no cotidiano do seu trabalho, facilitando o desenvolvimento de suas potencialidades individuais e profissionais, tornando-o(a) criativo(a) e participativo(a) no processo de trabalho de enfermagem. É um conjunto de práticas educacionais críticas, planejadas no sentido ação-reflexão-ação para promover oportunidades de desenvolvimento do ser-humano trabalhador(a) de enfermagem de forma contínua e sistemática, com a finalidade de mantêlo atualizado(a) e favorecer questões relativas à satisfação e.

(37) 37. desenvolvimento das dimensões pessoais, profissionais e institucionais, reconhecendo o caráter de sua totalidade.. Freire, nosso teórico base, explana em entrevista a Pelandré (2002, p.63), dizendo que: a formação permanente se faz a partir da reflexão sobre a prática. É pensando criticamente a prática que você desembute dessa prática a teoria que você já conhecia ou não.. Freire complementa seu pensamento explicando que: a formação permanente fundamenta-se exatamente na descoberta da dificuldade e no esclarecimento dessa dificuldade. Então, necessariamente, ocorria uma discussão sobre as dificuldades. (FREIRE apud PELANDRÉ entrevista 2002, p.65). 3.4.3 Educação em Saúde. Segundo Strozzi apud Ambrozano (2002, p.26), educação em saúde vem a ser o: processo de capacitação [...] para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle desse processo, ou seja, além de educar em saúde, instrumentalizar para a construção da cidadania.. Sendo assim, deve-se atentar para Freire (1997, p.86) quando diz que o respeito ao [...] saber popular implica necessariamente ao contexto cultural. A localidade dos educandos é o ponto de partida para o conhecimento que eles vão criando do mundo .. 3.4.4 Trabalhadores de Saúde. Segundo Chiavenato (apud BEZERRA, 2003, p.27) trabalhadores de saúde-,.

(38) 38. são sujeitos ativos da organização, sendo entendidos, não como recursos organizacionais, mas como pessoas, parceiros e colaboradores da organização. Como parceiros das organizações, as pessoas são vistas como fornecedoras de conhecimentos, habilidades, capacidades e, mais ainda, como o mais importante aporte para as organizações, dotados de inteligência, com decisões racionais, imprimindo significado aos objetivos e rumos organizacionais .. 3.4.5 Participação no processo de aprendizagem. Segundo Freire (1992, p.66), a participação dos sujeitos no processo de aprendizagem acontece ao ajudar-se o homem a ajudá-lo a ajudar-se. É fazê-lo agente de sua própria recuperação. É [...] pô-lo numa postura conscientemente crítica diante de seus problemas .. 3.4.6 Comunicação Dialógica. Segundo Freire (1999), o diálogo não é só um encontro de dois sujeitos que buscam o significado das coisas. o saber, mas um encontro que se realiza na práxis. ação mais. reflexão, no engajamento, no compromisso com a transformação social. Dialogar não é apenas trocar idéias. O diálogo que não leva à ação transformadora é puro verbalismo. Portanto, o diálogo libertador implica assumir compromissos, comprometer-se. (BACKES et al, 2005). 3.4.7 Cidadania. Segundo Ambrozano (2002, p.26) cidadania vem a ser o, Direito e dever do cidadão de reivindicar, indagar, indignar-se, que se mostram como luta de classe por uma vida melhor, por dignidade. O cidadão percebe-se pessoa ativa na transformação da realidade de uma sociedade, tendo o dever de colaborar para que ele próprio e os outros tenham uma vida mais qualificada..

(39) 39. Para Ambrozano (2002, p.27) a [...] cidadania nos permite entender o que somos, o que temos, como vivemos e dá-nos o direito de lutar .. 3.4.8 Comunidade. Matos (1982) define: Comunidade é um vocábulo sociológico com inúmeras significações: ao mesmo tempo em que substitui o termo sociedade, tem sido usada para designar categorias sociais (comunidade negra ou religiosa, por exemplo), ou ainda no sentido de distribuição geográfica dos grupos que compõem a sociedade (comunidades étnicas).. Se considerarmos o processo histórico e as heranças culturais de determinada população, e aliarmos essas considerações a aspectos geográficos e econômicos, podemos concluir que quaisquer conjuntos populacionais vistos em sua totalidade se caracterizam comunidade. Na saúde, pode-se pensar a comunidade como um grupo de pessoas que vivem riscos à saúde semelhantes ou enfrentam as mesmas vulnerabilidades.. 3.4.9 Enfermeiro. Segundo Ambrozano (2002), o enfermeiro, profissional social, membro da equipe de saúde que está tão próximo do homem, precisa refletir, acreditar e incorporar como compromisso profissional e pessoal, além das ações que atendam às questões biológicas, também as ações que mostrem ao homem os caminhos que o levam a manter sua saúde..

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