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Aula nº 2 - Controle Aduaneiro parte II. Legislação Aduaneira p/ Auditor-Fiscal da Receita Federal Prof. Rodrigo Mineiro

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(1)

Aduaneiro – parte II

Legislação Aduaneira p/ Auditor-Fiscal

da Receita Federal

(2)

Controle Aduaneiro – parte II ... 3

1.PROCEDIMENTOS GERAIS DE IMPORTAÇÃO ... 4

1.1. Despacho Aduaneiro de Importação ... 4

1.2. Declaração de Importação ... 7

1.3. Conferência Aduaneira na Importação ...17

1.4. Desembaraço Aduaneiro na Importação ... 21

1.5. Revisão Aduaneira ... 22

2.NOVO PROCESSO DE IMPORTAÇÃO ... 26

3.LANÇAMENTO DOS TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE A IMPORTAÇÃO ... 31

Questões comentadas pelo professor ... 33

Lista de questões ... 56

Gabarito ... 71

Resumo direcionado ... 72

(3)

Controle Aduaneiro – parte II

Olá pessoal!

Dando sequência em nossos estudos sobre o controle aduaneiro, hoje veremos os procedimentos gerais de importação, que é o coração da matéria, e uma parte muito interessante. Também veremos o novo processo de importação e o lançamento dos tributos incidentes sobre a importação.

Os principais tópicos que devem cair na prova já estão destacados no material.

Para aqueles que estudam com base nos editais anteriores, nessa aula estudaremos os seguintes tópicos:

TÓPICOS DO EDITAL ANTERIOR

11. Procedimentos Gerais de Importação. 11.1. Atividades Relacionadas aos Serviços Aduaneiros. 11.2. Despacho Aduaneiro de Importação. 11.2.1. Disposições Gerais. 11.2.2. Modalidades. 11.2.3. Documentos que os Instruem. 11.3.

Espécies de Declaração de Importação. 11.4. Declaração de Importação. 11.5. Conferência e Desembaraço na Importação.

11.6. Cancelamento da Declaração de Importação. 11.7. Lançamento dos Impostos Incidentes sobre a Importação.

Vamos lá?

Bons estudos!

Rodrigo Mineiro

E-mail: prof.rodrigomineiro@gmail.com Instagram: @professor_rodrigomineiro LinkedIn: Rodrigo Mineiro

(4)

1. Procedimentos gerais de importação

1.1. Despacho Aduaneiro de Importação

Conforme disposto no Regulamento Aduaneiro, despacho de importação é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador em relação à mercadoria importada, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas ao seu desembaraço aduaneiro. É um procedimento, composto de diversas etapas:

*Alguns autores excluem a Revisão Aduaneira dentro das etapas do despacho aduaneiro de importação, se afastando do disposto na matriz legal do regulamento aduaneiro, o Decreto-lei 37/66.

A mercadoria que ingressar no País, importada a título definitivo ou não, sujeita ou não ao pagamento do imposto de importação, ficará sujeita ao despacho de importação, salvo exceções expressamente previstas em normas aduaneiras específicas.

O depositário de mercadoria sob controle aduaneiro, na importação, deverá, em regra geral, informar à RFB, de forma imediata, sobre a disponibilidade da carga recolhida sob sua custódia em local ou recinto alfandegado, de zona primária ou secundária, mediante indicação do correspondente Número Identificador da Carga (NIC).

O despacho aduaneiro de importação encontra-se basicamente disciplinado pelas IN SRF nº 680/2006 e IN SRF n° 611/2006.

O despacho aduaneiro de importação é processado com base nas seguintes declarações:

Registro da Declaração de Importação

Conferência Aduaneira

Desembaraço Aduaneiro

Revisão Aduaneira*

(5)

Destaca-se que existem exceções em razão da natureza da mercadoria, da operação e da qualidade do importador, em que o despacho de importação é processado sem registro no Siscomex.

O Despacho aduaneiro compreende o despacho para consumo, através do qual a mercadoria ingressa à economia nacional, e o despacho para admissão em regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas especiais, com tratamento excepcional e temporário, que estudaremos em aula específica.

O despacho de importação deverá ser iniciado no seguinte prazo:

Declaração de Importação (DI), registrada no Siscomex

Declaração Única de Importação (DUIMP),

registrada no Portal Único de Comércio

Exterior

Despacho para consumo

• Drawback

• Destinada à ZFM, à Amazônia Ocidental, a Área de Livre Comércio ou ZPE

• Remessa postal internacional ou expressa

• Conduzida por viajante, se aplicado o regime de importação comum

• Admitida em regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas especiais, que venha a ser submetida ao regime comum de importação

Despacho para admissão

• Regime Aduaneiro Especial

• Regime Aduaneiro aplicado em áreas especiais

(6)

O despacho de importação poderá ser efetuado em zona primária ou em zona secundária.

Na zona primária, o despacho será efetuado nos portos alfandegados, aeroportos alfandegados ou pontos de fronteira alfandegados; na zona secundária, nos recintos alfandegados.

Você se lembra do Porto Seco, não é mesmo? Tratam-se de recintos alfandegados de uso público de zona secundária nos quais são executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro.

O despacho de importação tem início na data do registro da declaração de importação (DI) ou DUIMP.

Tal registro consiste na numeração efetuada pela RFB da declaração apresentada pelo importador, por meio do SISCOMEX.

Atenção

!! Este tema já caiu em prova!

ESAF – AFTN – 1998

O despacho aduaneiro de importação é procedimento fiscal ao qual está/estão sujeita(s) todas as mercadorias que ingressem no país, importadas a título definitivo ou não.

COMENTÁRIO:

Conforme disposto no artigo 543 do RA, toda mercadoria procedente do exterior, importada a título definitivo ou não, sujeita ou não ao pagamento do imposto de importação, deverá ser submetida a despacho de importação, que será realizado com base em declaração apresentada à unidade aduaneira sob cujo controle estiver a mercadoria.

Gabarito: alternativa certa

até 90 dias

•descarga da mercadoria, se ela estiver em recinto alfandegado de zona primária

•recebimento do aviso de chegada da remessa postal

até 45 dias

•após esgotar-se o prazo de permanência da mercadoria em recinto alfandegado de zona secundária

•chegada no país de bagagens, acompanhadas ou desacompanhadas

(7)

ESAF – ATRFB – 2012

O despacho aduaneiro de importação poderá ser efetuado apenas em zona primária.

COMENTÁRIO:

O despacho de importação poderá ser efetuado tanto em zona primária quanto em zona secundária.

Gabarito: alternativa errada

O Regulamento Aduaneiro traz algumas exceções de despacho aduaneiro:

→ Mala diplomática e consular

• dispensada de despacho de importação, desde que contenha tão-somente documentos diplomáticos e objetos destinados a uso oficial, e que contenha sinais exteriores visíveis que indiquem seu caráter, e seja entregue a pessoa formalmente credenciada pela Missão Diplomática (Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, art. 27, promulgada pelo Decreto nº 56.435/1965)

→ Urna funerária

• despacho realizado em caráter prioritário e mediante rito sumário, logo após a sua descarga, com base no respectivo conhecimento de carga ou em documento de efeito equivalente

❖ Estão sujeitas ao despacho aduaneiro, independentemente do despacho a que foram submetidas por ocasião do seu ingresso no País, as mercadorias de origem estrangeira que venham a ser transferidas para outro regime aduaneiro especial ou despachadas para consumo.

A RFB poderá estabelecer procedimentos para simplificação do despacho de importação e poderá, em ato normativo, autorizar:

→ o início do despacho aduaneiro antes da chegada da mercadoria

→ a entrega da mercadoria antes de iniciado o despacho

→ a adoção de faixas diferenciadas de procedimentos

1.2. Declaração de Importação

A Declaração de Importação (DI), apresentada pelo importador, juntamente com a DUIMP, é o documento base do despacho de importação. Seu registro, de competência da RFB, consiste em sua numeração por meio do SISCOMEX, e serve como termo inicial para o despacho aduaneiro.

Trata-se de informações prestadas exclusivamente pelo importador, que são registradas eletronicamente através do SISCOMEX, e recebem uma numeração sequencial.

(8)

O registro da DI tem repercussão aduaneira, por corresponder ao início do despacho aduaneiro, e repercussão tributária, visto que a matriz legal do Imposto de Importação considera ocorrido seu fato gerador na data do registro da Declaração de Importação de mercadoria submetida a despacho para consumo.1 Portanto, tal registro serve como marco para o pagamento dos tributos e contribuições federais devidos na importação de mercadorias, bem como dos demais valores exigidos em decorrência da aplicação de direitos antidumping, compensatórios ou de salvaguarda.

❖ Importante registrar: o registro da DI caracteriza o início do despacho de importação e a perda da espontaneidade do sujeito passivo, inclusive em caso de retificação da DI antes de sua parametrização.

Destaca-se que o pagamento do Imposto de Importação é efetuado no ato de preenchimento e transmissão eletrônica da DI, por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF) eletrônico, calculado com base nas informações prestadas pelo importador, mediante débito automático em conta corrente bancária. Apenas após a efetivação do débito automático do valor calculado, é processado o registro da Declaração de Importação pelo SISCOMEX, configurando o pagamento prévio do tributo ao registro da Declaração de Importação.

Como regra geral, temos a seguinte situação:

As informações prestadas na DI, ainda que o despacho de importação seja interrompido e a mercadoria abandonada, será utilizada para efeitos fiscais.

São condições para o registro da DI:

Preenchimento da DI no SISCOMEX

Débito automático (pagamento dos tributos)

Registro da DI

(numeração)

(9)

* É irregularidade impeditiva do registro da DI aquela decorrente da omissão de dado obrigatório ou o seu fornecimento com erro, bem assim a que decorra de impossibilidade legal absoluta

** A DI poderá ser registrada antes da sua descarga na unidade da RFB de despacho, quando se tratar de:

→ mercadoria transportada a granel, cuja descarga deva se realizar diretamente para terminais de oleodutos, silos ou depósitos próprios, ou veículos apropriados;

→ mercadoria inflamável, corrosiva, radioativa ou que apresente características de periculosidade;

→ plantas e animais vivos, frutas frescas e outros produtos facilmente perecíveis ou suscetíveis de danos causados por agentes exteriores;

→ papel para impressão de livros, jornais e periódicos;

→ órgão da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal, inclusive autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas;

→ mercadoria transportada por via terrestre, fluvial ou lacustre;

mercadoria importada por meio aquaviário ou aéreo por importador certificado como operador econômico autorizado (OEA), na modalidade OEA - Conformidade Nível 2, conforme disciplinado em ato da Coana; e

→ outras situações ou mercadorias, a serem definidas.

A DI deverá conter informações sobre o importador, identificação, classificação, valor aduaneiro e origem da mercadoria, além de outras informações relativas à operação de importação, conforme determinação da RFB.

Regularidade cadastral do importador

Licenciamento da operação de importação, quando exigível

Atendimento às normas cambiais

Registro da chegada da carga, exceto na modalidade de registro antecipado da DI **

Se a carga estiver em condições de vinculação no sistema de controle de carga da RFB aplicado ao modal de transporte

Confirmação, pelo banco, da aceitação do débito relativo aos tributos

Inexistência de qualquer irregularidade impeditiva do registro*

(10)

Tais informações devem ser lastreadas nos seguintes elementos instrutivos:

Atenção

!! Este tema já caiu em prova!

ESAF – ATRFB – 2012

A declaração de importação é o documento base do despacho de importação e será instruída com a via original do conhecimento de carga ou documento de efeito equivalente; a via original da fatura comercial, assinada pelo exportador; o comprovante de pagamento dos tributos, se exigível; e outros documentos exigidos em decorrência de acordos internacionais ou por força de lei, de regulamento ou de outro ato normativo.

COMENTÁRIO:

Disposição expressa dos artigos 551 e 553 do RA.

Gabarito: alternativa certa

ESAF – ADA – 2017

A DI será instruída com os seguintes documentos: via original do conhecimento de carga ou documento equivalente; via original da fatura comercial, assinada pelo exportador; romaneio de carga (packing list), quando aplicável e outros, exigidos exclusivamente em decorrência de Acordos Internacionais ou de legislação específica.

COMENTÁRIO:

Art. 553, RA: “A declaração de importação será obrigatoriamente instruída com: I - a via original do conhecimento de carga ou documento de efeito equivalente; II - a via original da fatura comercial, assinada pelo exportador; e III - o comprovante de pagamento dos tributos, se exigível. Parágrafo único. Poderão ser

Via original do conhecimento de carga ou documento de efeito equivalente

Via original da fatura comercial, assinada pelo exportador

Packing list (Romaneio de Carga), quando aplicável

Outros, a serem exigidos em decorrência de Acordos Internacionais ou de legislação específica (p.ex. Certificado de Origem)

(11)

exigidos outros documentos instrutivos da declaração aduaneira em decorrência de acordos internacionais ou por força de lei, de regulamento ou de outro ato normativo.”

Gabarito: alternativa certa

ESAF – AFRFB – 2014

Segundo o Regulamento Aduaneiro, são dois os documentos que devem obrigatoriamente instruir a declaração de importação: a via original do conhecimento de carga ou documento de efeito equivalente e a via original da fatura comercial, assinada pelo exportador. Não poderão ser exigidos outros documentos instrutivos em razão de que tal exigência ofenderia o princípio da legalidade estrita.

COMENTÁRIO:

Conforme disposto no parágrafo único do artigo 553 do RA, poderão ser exigidos outros documentos instrutivos da declaração aduaneira em decorrência de acordos internacionais ou por força de lei, de regulamento ou de outro ato normativo.

Gabarito: alternativa errada

Os documentos instrutivos do despacho devem ser disponibilizados à RFB em meio digital por meio da funcionalidade “Anexação de Documentos Digitalizados”, disponível no Portal Único de Comércio Exterior e autenticados via certificado digital.

O importador deverá vincular o dossiê eletrônico, com os documentos instrutivos digitalizados, à DI, ficando dispensada essa vinculação quando a DI for direcionada para o canal verde de conferência.

Os originais dos documentos deverão ser entregues à RFB sempre que solicitados, devendo ser mantidos em poder do importador pelo prazo previsto na legislação tributária a que está submetido.

Vamos conhecer um pouco mais sobre os principais documentos instrutivos da DI, ok?

O conhecimento de carga, ou conhecimento de transporte, é o documento correspondente ao transporte da mercadoria, que reproduz a contratação da operação de transporte internacional. Ele recebe diversos nomes, de acordo com o modo de transporte executado: AWB (Air Way Bill), para o modal aéreo; BL (Bill of Lading), para os modais marítimo, lacustre e fluvial; e CRT (Conhecimento Internacional de Transporte), para o modal rodoviário. O conhecimento de carga original, ou documento de efeito equivalente, constitui prova de posse ou de propriedade da mercadoria!

Conhecimento de carga

Fatura

comercial

(12)

❖ Destaca-se que não será exigida a apresentação do conhecimento de carga na hipótese de a mercadoria ingressar no País por seus próprios meios!

Para cada conhecimento de carga corresponderá uma única DI, salvo as EXCEÇÕES estabelecidas pela RFB:

→ Importação de petróleo bruto e seus derivados, e de gás natural e seus derivados, a granel.

→ Importações destinadas a um único importador, quando:

o as mercadorias corresponderem a uma só operação comercial e

▪ em razão do seu volume ou peso, o transporte for realizado por vários veículos ou partidas; ou

▪ formarem, em associação, um corpo único ou unidade funcional, completo, com classificação fiscal própria, equivalente à da mercadoria indicada na declaração e nos documentos comerciais que a instruem; e

o por razões comerciais ou técnicas, as mercadorias correspondentes aos diversos conhecimentos de carga formarem, em associação, sistema integrado, reconhecido como tal em Resolução da Câmara de Comércio Exterior (Camex), completo, cujos componentes tenham sido contemplados com ex-tarifário, que deverá chegar ao País dentro do prazo de vigência do benefício pleiteado.

Atenção

!! Este tema já caiu em prova!

ESAF – ATRFB – 2012

O conhecimento de carga original, ou documento de efeito equivalente, constitui prova de posse ou de propriedade da mercadoria.

COMENTÁRIO:

Art. 554 do RA.

Gabarito: alternativa certa

Já a fatura comercial (comercial invoice) é o documento correspondente ao contrato de compra e venda da mercadoria, deve ser assinada pelo exportador estrangeiro e deve refletir a transação comercial internacional. Ela deverá conter as seguintes informações:

→ nome e endereço, completos, do exportador;

→ nome e endereço, completos, do importador e, se for caso, do adquirente ou do encomendante predeterminado;

→ especificação das mercadorias em português ou em idioma oficial do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, ou, se em outro idioma, acompanhada de tradução em língua portuguesa, a critério da

(13)

autoridade aduaneira, contendo as denominações próprias e comerciais, com a indicação dos elementos indispensáveis a sua perfeita identificação;

→ marca, numeração e, se houver, número de referência dos volumes;

→ quantidade e espécie dos volumes;

→ peso bruto dos volumes, entendendo-se, como tal, o da mercadoria com todos os seus recipientes, embalagens e demais envoltórios;

→ peso líquido, assim considerado o da mercadoria livre de todo e qualquer envoltório;

→ país de origem, como tal entendido aquele onde houver sido produzida a mercadoria ou onde tiver ocorrido a última transformação substancial;

→ país de aquisição, assim considerado aquele do qual a mercadoria foi adquirida para ser exportada para o Brasil, independentemente do país de origem da mercadoria ou de seus insumos;

→ país de procedência, assim considerado aquele onde se encontrava a mercadoria no momento de sua aquisição;

→ preço unitário e total de cada espécie de mercadoria e, se houver, o montante e a natureza das reduções e dos descontos concedidos;

→ custo de transporte e demais despesas relativas às mercadorias especificadas na fatura;

→ condições e moeda de pagamento; e

→ termo da condição de venda (INCOTERM).

A legislação aduaneira prevê a possibilidade de se exigir visto consular em fatura comercial, a ser estabelecido por ato normativo da RFB, que também poderá dispor sobre a não exigência de fatura comercial, e a dispensa de sua apresentação para fins de desembaraço aduaneiro, dentre outros requisitos.

Atenção

!! Este tema já caiu em prova!

ESAF – AFTN – 1998

Sobre a fatura comercial, emitida por compra e venda internacional, é correto afirmar-se que tem força contratual e é documento, em regra, obrigatório para instrução do despacho aduaneiro, possuindo valor para fins de tributação.

COMENTÁRIO:

A fatura comercial internacional tem força contratual, reflete a transação comercial realizada, é documento base do despacho de importação, lastreado as informações da DI, servindo de base para cálculo dos tributos incidentes na importação.

Gabarito: alternativa certa

(14)

E se o importador errar no preenchimento da DI?

❖ A retificação da declaração de importação, mediante alteração das informações prestadas, ou inclusão de outras, será feita pelo importador ou pela autoridade aduaneira, na forma estabelecida pela RFB.

• Tais alterações, no curso do despacho aduaneiro, serão feitas, pelo importador, no Siscomex.

• A retificação após o desembaraço aduaneiro será realizada, de ofício, na unidade da RFB onde for apurada, em ato de procedimento fiscal, a incorreção; ou pelo importador, que registrará diretamente no Siscomex as alterações necessárias, e efetuará o recolhimento dos tributos apurados na retificação, calculados pelo próprio Sistema, por meio de débito automático em conta ou Darf.

O cancelamento de DI poderá ser autorizado pelo chefe do setor responsável pelo despacho aduaneiro com base em requerimento fundamentado do importador, por meio de função própria no Siscomex, nos seguintes casos:

→ ficar comprovado que a mercadoria declarada não ingressou no País;

→ no caso de despacho antecipado, a mercadoria não ingressou no País ou tenha sido descarregada em recinto alfandegado diverso daquele indicado na DI;

→ for determinada a devolução da mercadoria ao exterior ou a sua destruição, por não atender à legislação de proteção ao meio ambiente, saúde ou segurança pública e controles sanitários, fitossanitários e zoossanitários;

→ a importação não atender aos requisitos para a utilização do tipo de declaração registrada e não for possível a sua retificação;

→ ficar comprovado erro de expedição;

→ a declaração for registrada com erro relativamente:

• ao número de inscrição do importador no CPF ou no CNPJ, exceto quando se tratar de erro de identificação de estabelecimentos da mesma empresa, bem como do CNPJ do adquirente, passíveis de retificação no sistema; ou

• à unidade da SRF responsável pelo despacho aduaneiro.

→ for registrada, equivocadamente, mais de uma DI, para a mesma carga;

→ for indeferido o requerimento de concessão do regime de admissão temporária.

❖ Destaca-se que não será autorizado o cancelamento de DI, quando:

→ houver indícios de infração aduaneira, enquanto não for concluída a respectiva apuração; ou

→ se tratar de mercadoria objeto de pena de perdimento.

O cancelamento da DI não exime o importador da responsabilidade por eventuais delitos ou infrações que venham a ser apurados pela fiscalização, inclusive após a efetivação do cancelamento.

Efetivado o cancelamento, o importador poderá solicitar a restituição dos tributos recolhidos, por ocasião do registro da DI, à unidade da RFB responsável pelo cancelamento.

Atenção

!! Este tema já caiu em prova!

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ESAF – AFRFB – 2014

O cancelamento da declaração de importação exime o importador da responsabilidade por eventuais infrações.

COMENTÁRIO:

Conforme disposto no parágrafo único do art. 577 do RA, o cancelamento da declaração não exime o importador da responsabilidade por eventuais infrações

Gabarito: alternativa errada

E qual é o procedimento em caso de importação indireta (aquela que é efetuada por um terceiro)?

Importação por conta e ordem de terceiro

Importação por encomenda

Além do procedimento regular, as partes deverão providenciar:

o Habilitação no Siscomex (importador e adquirente/encomendante) o Vinculação do importador adquirente/encomendante, no Siscomex o Indicação do adquirente/encomendante na DI

Passamos, agora, para algumas situações excepcionais:

Além da Declaração de Importação, é previsto também a Declaração Simplificada de Importação (DSI) que poderá ser utilizada no despacho aduaneiro dos seguintes bens:

→ importados por pessoa física, com ou sem cobertura cambial, em quantidade e frequência que não caracterize destinação comercial, cujo valor não ultrapasse US$ 3.000,00 ou o equivalente em outra moeda;

→ importados por pessoa jurídica, com ou sem cobertura cambial, cujo valor não ultrapasse US$

3.000,00 ou o equivalente em outra moeda;

→ recebidos, a título de doação, de governo ou organismo estrangeiro por:

• órgão ou entidade integrante da administração pública direta, autárquica ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; ou

• instituição de assistência social;

→ submetidos ao regime de admissão temporária, nas hipóteses previstas em legislação específica;

→ reimportados no mesmo estado ou após conserto, reparo ou restauração no exterior, em cumprimento do regime de exportação temporária;

→ que retornem ao País em virtude de:

• não efetivação da venda no prazo autorizado, quando enviados ao exterior em consignação;

• defeito técnico, para reparo ou substituição;

• alteração nas normas aplicáveis à importação do país importador; ou

(16)

• guerra ou calamidade pública;

→ contidos em remessa postal internacional cujo valor não ultrapasse US$ 3.000,00 ou o equivalente em outra moeda;

→ contidos em encomenda aérea internacional cujo valor não ultrapasse US$ 3.000,00 ou o equivalente em outra moeda, transportada por empresa de transporte internacional expresso porta a porta, nas seguintes situações:

• a serem submetidos ao regime de admissão temporária, nas hipóteses de que trata o inciso IV do art. 3º da IN SRF nº 611/2006;

• reimportados, nas hipóteses de que trata o inciso V do art. 3º da IN SRF nº 611/2006;

• a serem objeto de reconhecimento de isenção ou de não incidência de impostos; ou

• destinados a revenda;

→ integrantes de bagagem desacompanhada;

→ importados para utilização na Zona Franca de Manaus (ZFM) com os benefícios do Decreto-Lei nº 288/1967, quando submetidos a despacho aduaneiro de internação para o restante do território nacional, até o limite de US$ 3.000,00 ou o equivalente em outra moeda;

→ industrializados na ZFM com os benefícios do Decreto-Lei nº 288/1967, quando submetidos a despacho aduaneiro de internação para o restante do território nacional, até o limite de US$

3.000,00 ou o equivalente em outra moeda;

→ importados para utilização na ZFM ou industrializados nessa área incentivada, com os benefícios do Decreto-Lei nº 288/1967, quando submetidos a despacho aduaneiro de internação por pessoa física, sem finalidade comercial; ou

→ importados com isenção, com ou sem cobertura cambial, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) ou por cientistas, pesquisadores ou entidades sem fins lucrativos, devidamente credenciados pelo referido Conselho, em quantidade ou frequência que não revele destinação comercial, até o limite de US$ 10.000,00 ou o equivalente em outra moeda.

Poderão, ainda, ser utilizados os formulários de Declaração Simplificada de Importação (DSI), Folha Suplementar e Demonstrativo de Cálculo dos Tributos, ou, alternativamente, esses mesmos formulários no formato de planilha eletrônica, disponibilizada no sítio da RFB na Internet, instruídos com os documentos próprios para cada caso, quando se tratar do despacho aduaneiro de:

→ amostras sem valor comercial;

→ livros, jornais, periódicos, documentos, folhetos, catálogos, manuais e publicações semelhantes, inclusive gravados em meio magnético, importados sem finalidade comercial, desde que não estejam sujeitos ao pagamento de tributos;

→ outros bens importados por pessoa física, sem finalidade comercial, de valor não superior a US$ 500,00;

→ bens importados ou industrializados na ZFM com os benefícios do Decreto-Lei nº 288/1967, cujo valor não ultrapasse o limite de US$ 500,00 ou o equivalente em outra moeda, submetidos a despacho aduaneiro de internação por pessoa física;

→ bens importados por missão diplomática, repartição consular de carreira e de caráter permanente, representação de organismo internacional de que o Brasil faça parte ou delegação acreditada junto ao Governo Brasileiro, bem assim por seus respectivos integrantes, funcionários, peritos ou técnicos;

→ órgãos e tecidos humanos para transplante;

(17)

→ animais de vida doméstica, sem cobertura cambial e sem finalidade comercial;

→ importações previstas no art. 3º da IN SRF nº 611/2006, quando não for possível o acesso ao Siscomex, em virtude de problemas de ordem técnica, por mais de quatro horas consecutivas;

→ doações referidas no inciso III, alínea "a", do art. 3º da IN SRF nº 611/2006, e bens importados sob o regime de admissão temporária, para prestação de ajuda humanitária em decorrência de decretação de estado de emergência ou de calamidade pública;

→ bens de caráter cultural e demais bens submetidos ao regime de admissão temporária e reimportação, nas hipóteses previstas no art. 2º da IN RFB nº 1.361/2013, observadas as vedações constantes no §1º do art. 47;

→ bens importados por órgão ou entidade integrante da administração pública direta, autárquica ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cujo valor não ultrapasse o limite de US$ 500,00 ou o equivalente em outra moeda.

→ medicamentos, sob prescrição médica, importados por pessoa física;

→ bens trazidos por equipe esportiva estrangeira ou a ela destinados, para seu uso ou consumo;

→ bens trazidos por grupo artístico estrangeiro ou a ele destinados, para seu uso ou consumo;

→ equipamentos de rádio, televisão e para a imprensa em geral, no regime de admissão temporária; e

→ bens retornando ao País, cujo despacho aduaneiro de exportação tenha sido realizado por meio da declaração de que trata o art. 31 da IN SRF nº 611/2006;

→ outros casos não previstos, mediante autorização do chefe da unidade responsável pelo despacho aduaneiro, nos termos do art. 52 da IN SRF nº 611/2006.

Por fim, devemos saber também que não é possível agrupar, numa mesma declaração, mercadoria que proceda diretamente do exterior e mercadoria que se encontre no País submetida a regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas especiais. Entretanto, a legislação aduaneira admite a apresentação de uma única declaração para o despacho de mercadorias que, procedendo diretamente do exterior, tenha uma parte destinada a consumo e outra a ser submetida ao regime aduaneiro especial de admissão temporária ou a ser reimportada.

1.3. Conferência Aduaneira na Importação

Após o registro da Declaração de Importação, esta será parametrizada para um dos seguintes canais de conferência aduaneira:

(18)

Atenção

!! Este tema já caiu em prova!

ESAF – AFRFB – 2014

a fim de determinar o tipo e a amplitude do controle a ser efetuado na conferência aduaneira, a legislação determina que serão adotados canais de seleção. Pelo canal de conferência cinza, será realizado o exame documental, a verificação da mercadoria e a aplicação de procedimento especial de controle aduaneiro, para verificar elementos indiciários de fraude.

COMENTÁRIO:

O canal cinza é direcionado para as operações com indícios de fraude, inclusive no que se refere ao preço declarado da mercadoria, conforme estabelecido em norma específica. Nesse canal é realizado o exame documental, a verificação da mercadoria e a aplicação de procedimento especial de controle aduaneiro, para verificar o indício de fraude.

Gabarito: alternativa certa

Verde

•Desembaraço automático da mercadoria

Amarelo

•Exame documental

Vermelho

•Exame documental

•Verificação da mercadoria

Cinza

•Exame documental

•Verificação da mercadoria

•Aplicação de procedimento especial de controle aduaneiro, para verificar elementos indiciários de fraude, inclusive no que se refere ao preço declarado da mercadoria, conforme estabelecido em norma específica

(19)

O procedimento de seleção é efetuado eletronicamente através do SISCOMEX, com base em análise fiscal e na gestão do risco aduaneiro, levando em consideração, entre outros, os seguintes critérios:

→ regularidade fiscal do importador

→ habitualidade do importador

→ natureza, volume ou valor da importação

→ valor dos impostos incidentes ou que incidiriam na importação

→ origem, procedência e destinação da mercadoria

→ tratamento tributário

→ características da mercadoria

→ capacidade organizacional, operacional e econômico-financeira do importador

→ ocorrências verificadas em outras operações realizadas pelo importador

❖ Destaca-se que a seleção da declaração para quaisquer dos canais de conferência aduaneira não impede que o chefe do setor responsável pelo despacho, a qualquer tempo, determine que se proceda à ação fiscal pertinente, se tiver conhecimento de fato ou da existência de indícios que requeiram a necessidade de verificação da mercadoria, ou de aplicação de procedimento aduaneiro especial.

Após a parametrização para os canais amarelo, vermelho e cinza, as declarações de importação são distribuídas para o servidor aduaneiro responsável pela conferência aduaneira das mercadorias importadas. A finalidade desse procedimento é a verificação da regularidade do despacho de importação, conforme previsto no artigo 564 do Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto nº 6.759/2009:

Art. 564. A conferência aduaneira na importação tem por finalidade identificar o importador, verificar a mercadoria e a correção das informações relativas a sua natureza, classificação fiscal, quantificação e valor, e confirmar o cumprimento de todas as obrigações, fiscais e outras, exigíveis em razão da importação.

Apesar da amplitude descrita pela norma, o procedimento de conferência aduaneira na importação pode limitar-se ao exame documental, à verificação física das mercadorias importadas por amostragem, e à verificação com base em métodos indiretos, sempre a partir das informações declaradas pelo importador.

Como espécie do gênero conferência aduaneira, a legislação prevê o exame documental e a verificação da mercadoria.

O exame documental das declarações selecionadas para conferência consiste nas seguintes verificações:

✓ integridade dos documentos apresentados

✓ exatidão e correspondência das informações prestadas na declaração em relação àquelas constantes dos documentos que a instruem, inclusive no que se refere à origem e ao valor aduaneiro da mercadoria

✓ cumprimento dos requisitos de ordem legal ou regulamentar correspondentes aos regimes aduaneiros e de tributação solicitados

✓ mérito de benefício fiscal pleiteado

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✓ descrição da mercadoria na declaração, com vistas a verificar se estão presentes os elementos necessários à confirmação de sua correta classificação fiscal.

Nas declarações de importação parametrizadas para o canal amarelo, apenas o exame documental é efetuado pela autoridade aduaneira. Nenhuma verificação da mercadoria é realizada pela Aduana brasileira, que restringe sua análise aos documentos apresentados pelo importador.

A verificação da mercadoria consiste no procedimento fiscal destinado a identificar e quantificar a mercadoria submetida a despacho aduaneiro, a obter elementos para confirmar sua classificação fiscal, origem e seu estado de novo ou usado, bem como para verificar sua adequação às normas técnicas aplicáveis, devendo ser realizada na presença do importador ou de seu representante (artigo 29 da IN SRF 680/2006).

Necessariamente não se trata de um procedimento na qual a operação de importação é verificada de forma completa em todos os seus níveis, mas de um procedimento fiscal limitado e não totalmente conclusivo, sujeito à revisão posterior.

A fiscalização aduaneira poderá solicitar perícia da mercadoria importada e, sendo necessária a extração de amostra, deverá ser emitido termo fiscal descrevendo a quantidade e a qualidade da mercadoria retirada, do qual será fornecida uma via ao importador ou seu representante. Importante destacar que as mercadorias retiradas a título de amostra não são dedutíveis da quantidade declarada na DI.

O ato administrativo de verificação física é tipicamente um ato aduaneiro, de competência do Auditor- Fiscal da Receita Federal do Brasil - AFRFB ou de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil, sob a supervisão do AFRFB responsável pelo procedimento fiscal. A lavratura de Relatório de Verificação Física (RVF) será obrigatória quando da realização da verificação física de mercadoria no curso de despacho aduaneiro de importação, ainda que tenha sido executada por meio de câmeras ou equipamentos de inspeção não-invasiva Durante o ato de conferência aduaneira, tanto no exame documental quanto na verificação de mercadoria, pode ocorrer a formalização de exigências pela fiscalização aduaneira registradas no SISCOMEX e a consequente lavratura de auto de infração relativo a crédito tributário ou direito comercial, no caso do importador apresentar manifestação de inconformidade em relação à exigência; ou nenhuma exigência, caso a fiscalização não encontre óbices para o desembaraço da mercadoria naquele momento. Se for constatada ocorrência que impeça o prosseguimento do despacho, este terá seu curso interrompido após o registro da exigência correspondente, pelo AFRFB responsável.

❖ Caracterizam a interrupção do curso do despacho, entre outras ocorrências:

→ a não-apresentação de documentos exigidos pela autoridade aduaneira, desde que indispensáveis ao prosseguimento do despacho; e

→ o não-comparecimento do importador para assistir à verificação da mercadoria, quando sua presença for obrigatória.

A conferência aduaneira poderá ser realizada na zona primária ou na zona secundária, tanto em recintos alfandegados, quanto no estabelecimento do importador, em ato de fiscalização ou como complementação da iniciada na zona primária. Excepcionalmente, poderá ser realizada em outros locais, mediante prévia anuência da autoridade aduaneira.

É importante destacar que a bagagem dos integrantes de missões diplomáticas e de repartições consulares de caráter permanente não está sujeita a verificação, salvo se existirem fundadas razões para se

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supor que contenha bens destinados a uso diverso ou de importação proibida, conforme determina a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.

Atenção

!! Este tema já caiu em prova!

ESAF – ATRFB – 2012

A conferência aduaneira na importação poderá ser realizada na zona primária ou na zona secundária COMENTÁRIO:

Art. 565 RA.

Gabarito: alternativa certa

ESAF – ATRFB – 2012

A verificação de mercadoria, na conferência aduaneira ou em outra ocasião, será realizada por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil ou, sob a sua supervisão, por Analista-Tributário, na presença do viajante, do importador, do exportador ou de seus representantes, podendo ser adotados critérios de seleção e amostragem, de conformidade com o estabelecido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Na hipótese de mercadoria depositada em recinto alfandegado, a verificação deverá ser realizada na presença do importador ou do exportador

COMENTÁRIO:

Apenas a parte final está errada. Na hipótese de mercadoria depositada em recinto alfandegado, a verificação poderá ser realizada na presença do depositário ou de seus prepostos, dispensada a exigência da presença do importador.

Gabarito: alternativa incorreta

1.4. Desembaraço Aduaneiro na Importação

O Regulamento Aduaneiro, em seu artigo 571, com base no artigo 51 do Decreto-lei nº 37/1966, conceitua o desembaraço aduaneiro na importação como o ato pelo qual é registrada a conclusão da conferência aduaneira. Nesta etapa do despacho aduaneiro, é formalizado o encerramento daquela fase de conferência, com a liberação da mercadoria ao importador.

Após o desembaraço aduaneiro, será autorizada a entrega da mercadoria ao importador, mediante a comprovação do pagamento ou exoneração do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), que será realizada mediante consulta eletrônica do Siscomex ao sistema Mercante, do

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Departamento do Fundo da Marinha Mercante (DEFMM). O importador deverá apresentar ao depositário os seguintes documentos para a retirada das mercadorias do recinto alfandegado:

→ comprovante de recolhimento do ICMS ou, se for o caso, comprovante de sua exoneração, exceto se o pagamento ou a solicitação de exoneração for feito por meio do módulo “Pagamento Centralizado”, do Portal Único de Comércio Exterior;

→ Nota Fiscal de Entrada emitida em seu nome, ou documento equivalente, ressalvados os casos de dispensa previstos na legislação estadual;

→ via original do conhecimento de carga, ou de documento equivalente, conforme previsto no art. 754 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil; e

→ documentos de identificação da pessoa responsável pela retirada das mercadorias.

O desembaraço aduaneiro na importação ocorre de forma automática naquelas declarações de importação parametrizadas para o canal verde, através de registro no SISCOMEX.

Após o desembaraço aduaneiro de mercadoria cuja declaração tenha sido registrada no SISCOMEX, será emitido eletronicamente o documento comprobatório da importação.

Não serão desembaraçadas:

→ Mercadorias cuja exigência de crédito tributário no curso da conferência aduaneira esteja pendente de atendimento, salvo nas hipóteses autorizadas pelo Ministro de Estado da Fazenda, mediante a prestação de garantia

→ Mercadorias que sejam consideradas, pelos órgãos competentes, nocivas à saúde, ao meio ambiente ou à segurança pública, ou que descumpram controles sanitários, fitossanitários ou zoossanitários, ainda que em decorrência de avaria, devendo tais mercadorias ser obrigatoriamente devolvidas ao exterior ou, caso a legislação permita, destruídas, sob controle aduaneiro, às expensas do obrigado

→ Sem prestação de garantia prévia em mercadoria objeto de apreensão anulada por decisão judicial não- transitada em julgado

Nos casos em que a conclusão da conferência aduaneira dependa unicamente do resultado de análise laboratorial, a mercadoria poderá ser desembaraçada mediante assinatura de Termo de Entrega de Mercadoria Objeto de Ação Fiscal, pelo qual o importador será informado de que a importação se encontra sob procedimento fiscal de revisão interna (§ 4º do art. 48 da IN SRF nº 680/2006).

O importador que manifeste inconformidade com relação à exigência formulada no Siscomex poderá ter a mercadoria desembaraçada, a partir da impugnação do Auto de Infração, e mediante a apresentação de garantia, no valor do montante exigido no auto de infração, nos termos da Portaria MF nº 389/1976.

1.5. Revisão Aduaneira

O Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto nº 6.759/2009, apresenta o seguinte conceito para o instituto aduaneiro da “Revisão Aduaneira”:

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Art. 638. Revisão Aduaneira é o ato pelo qual é apurada, após o desembaraço aduaneiro, a regularidade do pagamento dos impostos e dos demais gravames devidos à Fazenda Nacional, da aplicação de benefício fiscal e da exatidão das informações prestadas pelo importador na declaração de importação, ou pelo exportador na declaração de exportação (Decreto-lei no 37, de 1966, art. 54, com a redação dada pelo Decreto-lei no 2.472, de 1988, art. 2o; e Decreto-lei no 1.578, de 1977, art. 8o).

Sua base legal é o artigo 54 do Decreto-lei nº 37/1966, com redação dada pelo Decreto-lei no 2.472/1988:

Seção II - Conclusão do Despacho

Art.54 - A apuração da regularidade do pagamento do imposto e demais gravames devidos à Fazenda Nacional ou do benefício fiscal aplicado, e da exatidão das informações prestadas pelo importador será realizada na forma que estabelecer o regulamento e processada no prazo de 5 (cinco) anos, contado do registro da declaração de que trata o art.44 deste Decreto-lei. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 2.472, de 01/09/1988)

O Capítulo III (Normas Gerais de Controle Aduaneiro das Mercadorias), do Título II (Controle Aduaneiro) do Decreto-lei no 37/1966, após a alteração processada pelo Decreto-lei no 2.472/1988, é constituído por duas seções:

− Seção I - Despacho Aduaneiro, arts. 44 a 53, e

− Seção II - Conclusão do despacho, art. 54, que trata da Revisão Aduaneira, conforme definição regulamentar.

Extrai-se daí que a Revisão Aduaneira na importação faz parte do procedimento aduaneiro de despacho de importação. É seu ato final, sua conclusão.

Dessa forma, constata-se que o despacho aduaneiro ordinário de importação possui quatro fases, conforme já vimos:

→ Processamento da Declaração de Importação, através de seu preenchimento pelo importador e registro pela administração aduaneira

→ Conferência aduaneira, de acordo com a parametrização da Declaração de Importação

→ Desembaraço aduaneiro e entrega da mercadoria ao importador

→ Revisão Aduaneira, fase posterior ao desembaraço aduaneiro, na qual é apurada a regularidade de todo o procedimento aduaneiro de importação

Tratando-se de um típico instituto aduaneiro, devemos decompor seus elementos, para extrairmos seu real alcance:

✓ é um ato administrativo

✓ realizado após o desembaraço aduaneiro

✓ tendente a verificar a regularidade do pagamento dos impostos e os demais gravames devidos à Fazenda Nacional

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✓ tendente a verificar a aplicação de benefício fiscal

✓ tendente a verificar a exatidão das informações prestadas pelo importador na Declaração de Importação, ou pelo exportador na declaração de exportação

✓ deverá estar concluída no prazo de cinco anos, contados da data do registro da Declaração de Importação correspondente e do registro de exportação

Mas o que é verificado na Revisão Aduaneira?

Em uma resposta direta, pode-se afirmar que é verificado todo o procedimento aduaneiro em questão, cuja análise pode ser feita individualmente (determinada operação de importação) ou pelo conjunto de declarações de importação de um mesmo sujeito passivo.

A primeira verificação prevista na norma é a regularidade do pagamento dos impostos e dos demais gravames devidos à Fazenda Nacional. Aqui, o ato aduaneiro (ou procedimento aduaneiro) estaria também (mas não exclusivamente) a serviço da função tributária da Aduana, mesmo em sua natureza extrafiscal, com a verificação do pagamento do quantum devido na operação de importação.

Note-se que não se trata apenas da verificação da regularidade do pagamento dos impostos, mas também dos demais gravames devidos à Fazenda Nacional, como, por exemplo, os direitos comerciais incidentes na operação. Neste ato administrativo-aduaneiro, ocorre a homologação do pagamento dos tributos e demais gravames devidos à Fazenda Nacional, ou a constituição de crédito tributário, através da lavratura de auto de infração.

Verifica-se, também, a efetiva regularidade de benefícios fiscais porventura aplicados na operação de importação, com a análise dos requisitos formais e materiais previstos na norma de regência, e sua adequação à situação concreta. Aqui, o ato administrativo-aduaneiro também estaria a serviço da função tributária da Aduana, porém em seu viés mais voltado ao Direito Econômico, através de intervenção estatal na economia, mesmo que na forma indutora.

Outra verificação prevista na norma é a confrontação da exatidão das informações prestadas pelo importador na Declaração de Importação com a operação real, cuja extensão alcança todas as funções aduaneiras: controle, aplicação de restrições e tributação. Informações incorretas, omissões e descrições incompletas das mercadorias podem causar diferenças na base de cálculo, nas alíquotas aplicadas, na aplicação de restrições, na incidência de direitos antidumping na importação ou mesmo na impossibilidade da importação no caso de mercadorias proibidas. Aqui, a função de controle se destaca, visto que a apresentação da Declaração de Importação com dados incorretos ou incompletos é a maior afronta ao controle aduaneiro.

Mesmo em importações cuja divergência apurada não resulta em diferença de tributos, o controle aduaneiro na importação é violado.

Extrai-se da análise das verificações previstas no ato de Revisão Aduaneira que seu alcance é tipicamente aduaneiro, em suas diversas funções, extrapolando a simples análise tributária, ainda que de fundamental importância, culminando na função de controle, a principal do Direito Aduaneiro.

Na Revisão Aduaneira, quando não ocorre a constituição do crédito tributário através da lavratura do auto de infração, ocorre a homologação dos atos praticados pelo sujeito passivo por ocasião da importação: o pagamento dos tributos e demais gravames devidos à Fazenda Nacional; a regularidade do benefício fiscal aplicado; e as informações prestadas pelo importador na Declaração de Importação.

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Destacamos, ainda, o limitador temporal da Revisão Aduaneira: o prazo decadencial. A Revisão Aduaneira deverá estar concluída no prazo de cinco anos, contados da data do registro da Declaração de Importação.

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2. Novo processo de importação

Com a finalidade de modernizar a administração aduaneira brasileira e minimizar problemas apontados pelos operadores de comércio exterior brasileiro, a RFB apresentou, no ano de 2017, a proposta do novo processo de importação2 a ser implantado por meio do Programa Portal Único de Comércio Exterior no segundo semestre de 2018, após o processo de consulta pública e consolidação das propostas.

De acordo com a proposta, o novo processo de importação terá como base a Declaração Única de Importação (DUIMP), que substituirá as atuais DI e DSI, reunindo todas as informações de natureza aduaneira, administrativa, comercial, financeira, tributária e fiscal pertinentes ao controle das importações pelos diversos órgãos intervenientes de controle. A DUIMP vinculará informações do tratamento administrativo das importações, licença de importação, controle de carga, conferência aduaneira, gerenciamento de risco, trânsito aduaneiro e pagamento centralizado de tributos. A proposta prevê sua integração com outros sistemas públicos, evitando a prestação de informações em diversos sistemas, permitindo, também, a integração com sistemas privados.

A grande alteração proposta é a possibilidade de registro da DUIMP antes da chegada da mercadoria ao país, de forma paralela à obtenção das licenças de importação, permitindo o gerenciamento de risco antecipado e a celeridade na conferência da mercadoria e no fluxo da carga. Também será permitida a obtenção de uma única licença para mais de uma operação de importação.

Outra grande novidade é um maior detalhamento da mercadoria, através do Cadastro de Atributos e do Catálogo de Produtos. Através do Cadastro de Atributos, será possível prestar informações detalhadas das mercadorias importadas, além de sua descrição na Nomenclatura Comum do Mercosul, em campos próprios de forma estruturada, permitindo sua utilização posterior. Já o Catálogo de Produtos permitirá o registro dos produtos de interesse do importador, utilizando um número de registro específico do seu produto já cadastrado, empregando o Cadastro de Atributos já informado. Dessa forma, o importador terá o preenchimento da DUIMP facilitado, podendo acionar diagnóstico para verificar se o produto registrado está sujeito a controle de algum órgão anuente na importação.

Outra grande vantagem do novo processo de importação é a criação de uma janela única temporal de verificação e inspeção das mercadorias, que deverá ser adotada por todos os órgãos intervenientes em suas atividades. Durante determinado intervalo de tempo, a carga será disponibilizada para a inspeção ou conferência das mercadorias pelos órgãos que precisarem executar esses procedimentos, que obrigatoriamente deverão atuar durante esse intervalo de tempo.

2 Proposta de Novo Processo de Importação. Versão 2.0. Comissão Gestora do Sistema Integrado de Comércio Exterior.

Brasília, março de 2018. Disponível em < http://portal.siscomex.gov.br/informativos/noticias-orgaos/noticias/portal- siscomex/resultado-da-consulta-publica-sobre-o-novo-processo-de-importacao/20180328RelatorioNPIv2.pdf>. Acesso

(27)

De acordo com a Proposta de Novo Processo de Importação, tais alterações visam assegurar os seguintes benefícios para as operações de importação:

✓ centralização em um único local a solicitação e obtenção da licença de importação, sem a necessidade de o operador acessar outros sistemas ou preencher formulários em papel

✓ validação automática entre a operação autorizada, no módulo de licenciamento de importação, e a realizada, conforme declarada na DUIMP

✓ redução do tempo e na burocracia nas importações com anuência

✓ flexibilização na concessão de licenças de importação em relação ao número de operações abrangidas

✓ diminuição no tempo de permanência das mercadorias em Zona Primária, com a consequente redução de custos das importações

✓ harmonização de procedimentos adotados pelos diversos órgãos da Administração Pública responsáveis pelo controle das importações

✓ previsibilidade e transparência nas operações

✓ controle mais eficiente e efetivo das importações

As novas diretrizes são3:

Recepção de informações e análise de risco antecipadas: permite que o insumo e os riscos sejam conhecidos durante o processo de importação, fazendo com que os órgãos anuentes e o importador saibam das ações a serem tomadas sobre a importação antes da sua ocorrência.

Paralelismo entre os controles administrativo e aduaneiro: visa fazer com que o novo processo seja realizado de forma paralela, minimizando o tempo dos trâmites da operação. Exemplo: uma DUIMP poderá ser registrada enquanto as Licenças de Importação são analisadas pelos órgãos anuentes.

Desvinculação da carga e mercadoria – desembaraço parcial e com pendências: quando parte da mercadoria importada não tiver pendência de liberação, o importador poderá fazer o desembaraço parcial dessa mercadoria enquanto a parte retida aguarda a fiscalização. Esse cenário gera maior destreza no processo e minimiza custos de armazenagem.

Flexibilização no recolhimento dos tributos: apesar dos tributos poderem ser pagos a qualquer momento depois do registro do Documento de Importação, a comprovação desse pagamento só será exigida no desembaraço. Observação: as empresas certificadas no Operador Econômico Autorizado - OEA (Conformidade Nível 2 ou Pleno) poderão pagar os tributos mensalmente (não por processo), mas essa possibilidade depende de mudanças legais.

Gestão de Risco intensiva e Coordenada: a gestão deverá ser feita de forma sincronizada com todos os atores envolvidos no processo (desde o governo até as aduanas internacionais) para que os riscos sejam controlados com maior previsibilidade, efetividade e agilidade nas importações.

Uso do catálogo de produtos: o catálogo será o local onde o importador informará todas as características dos insumos/produtos que serão importados, permitindo a apresentação das informações de forma precisa e estruturada.

3 Cf. apresentação do novo processo de importação, RFB.

(28)

A Instrução Normativa RFB nº 1.833, de 25 de setembro de 2018, alterou o despacho aduaneiro de importação em face da nova Declaração Única de Importação (DUIMP), bem como modificou normas sobre o Programa Brasileiro de Operador Econômico Autorizado (OEA) no tocante a intervenientes. Outras alterações foram processadas por meio da Instrução Normativa RFB nº 2002, de 29 de dezembro de 2020.

De acordo com a referida Instrução Normativa, o despacho aduaneiro de importação poderá ser realizado por meio da DUIMP, que iniciará sua fase piloto no dia 1º de outubro de 2018.

A DUIMP reunirá informações relativas ao controle aduaneiro, tributário e administrativo da operação de importação (de forma concomitante ao controle aduaneiro).

Essa concomitância é uma grande inovação no controle administrativo -aduaneiro, que atualmente é feito na sistemática “licença de importação – declaração de importação” (LI-DI) A DUIMP está sendo concebida dentro do conceito de janela única, por meio da qual os intervenientes prestam as informações sobre suas operações de forma centralizada a todos os órgãos e agências governamentais, de forma a reduzir o tempo gasto pelos importadores durante todo o processo de importação.

Importante destacar que a implantação da DUIMP será realizada de forma gradual, com início em 01/10/2018, inicialmente restrita aos importadores certificados como operadores econômicos autorizados (OEA), na modalidade Conformidade Nível 2.

A Portaria COANA 77, de 26/09/2018, definiu os procedimentos para execução do projeto-piloto do Novo Processo de Importação e o despacho aduaneiro por meio de DUIMP:

Art. 1º Os procedimentos relativos ao despacho aduaneiro de importação com base em Declaração Única de Importação - Duimp, na fase piloto do Novo Processo de Importação, são estabelecidos por esta Portaria.

Parágrafo único. A fase piloto a que se refere o caput será iniciada em 1º de outubro de 2018, com a entrada em produção, no Portal Único de Comércio Exterior (Portal Siscomex), da Duimp.

Art. 2º O importador, para submeter mercadoria a despacho de importação por meio de Duimp, deverá ser pessoa jurídica certificada nos termos da alínea “b” do inciso II do art. 5º da Instrução Normativa RFB nº 1.598, de 9 de dezembro de 2015.

Parágrafo único. A importação por terceiros quando o adquirente cumprir o disposto no caput somente será admitida na modalidade por conta e ordem.

Art. 3º A Duimp somente poderá ser utilizada como documento base no despacho para consumo de mercadorias provenientes do exterior, as quais tenham o tratamento de recolhimento integral de tributos.

Parágrafo único. Não será aceita a utilização de Duimp referente a importação:

I - com incidência de Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), Ex-tarifário, medida de defesa comercial ou com recolhimento diferenciado de tributos em virtude de acordo comercial; ou II - que esteja sujeita a Registro de Operação Financeira (ROF), conforme exigência do Banco Central do Brasil.

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Art. 4º Para elaborar a Duimp, o importador deverá prestar as informações necessárias, preenchendo os campos correspondentes de acordo com a natureza da operação, dos intervenientes envolvidos e das mercadorias transacionadas.

Parágrafo único. A Duimp receberá a sua numeração no momento do primeiro salvamento de seu preenchimento, na fase de elaboração.

Art. 5º O registro da Duimp caracteriza o início do despacho aduaneiro de importação, e somente será efetivado:

I - se verificada a regularidade cadastral do importador;

II - se já tiver havido a vinculação da carga à Duimp;

III - se não for constatada qualquer irregularidade impeditiva de registro; e

IV - após a confirmação do pagamento dos débitos relativos aos tributos, contribuições e direitos devidos, inclusive da Taxa de Utilização do Siscomex.

§ 1º Entende-se por irregularidade impeditiva de registro aquela decorrente de omissão de dado obrigatório ou o seu fornecimento com erro, bem como de impossibilidade legal absoluta.

§ 2º Além dos requisitos previstos no caput, somente será aceito o registro de Duimp:

I - cuja carga seja transportada por modal aquaviário;

II - cujo tratamento administrativo aplicável às mercadorias ou à operação não aponte a necessidade de manifestação de outro órgão ou agência da Administração Pública Federal (órgão anuente); e

III - antes da presença de carga realizada por depositário de recinto alfandegado.

Art. 6º O pagamento dos tributos e contribuições federais devidos na importação de mercadorias, bem como os demais valores exigidos em decorrência da aplicação de direitos antidumping, compensatórios ou de salvaguarda, será efetuado no ato do registro da respectiva Duimp por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) eletrônico, mediante débito automático em conta corrente de banco integrante da rede arrecadadora de receitas federais.

§ 1º Deverá ser cadastrado, no módulo Pagamento Centralizado, do Portal Siscomex, o código do banco e da agência e o número da conta corrente autorizada para efetivação do débito automático mencionado no caput, bem como a ordem de prioridade para utilização, caso sejam cadastradas mais de uma conta.

§ 2º Cada conta corrente somente poderá ser utilizada pelos representantes legais autorizados a operá-la.

§ 3º Para o registro da Duimp, o módulo Pagamento Centralizado promoverá o débito em uma das contas- correntes cadastradas e ativas, seguindo a ordem de priorização de contas referida no § 1º conforme apresentem saldo suficiente para a totalidade do débito.

Art. 7º O pagamento do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) e do ICMS, quando houver, na importação serão realizados:

I - antes do registro da Duimp, no caso do AFRMM; e

II - conforme previsto no art. 53 da Instrução Normativa SRF nº 680, de 2 de outubro de 2006, no caso do ICMS.

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Art. 8º Após o registro, a Duimp será submetida a análise fiscal e selecionada para um dos seguintes canais de conferência aduaneira:

I - verde, pelo qual o sistema registrará o desembaraço automático da mercadoria, dispensados o exame documental e a verificação da mercadoria;

II - amarelo, pelo qual será realizado o exame documental, e, não sendo constatada irregularidade, efetuado o desembaraço aduaneiro, dispensada a verificação da mercadoria;

III - vermelho, pelo qual a mercadoria somente será desembaraçada após a realização do exame documental e da verificação da mercadoria; e

IV - cinza, pelo qual será realizado o exame documental, a verificação da mercadoria e a aplicação de procedimento especial de controle aduaneiro, para verificar elementos indiciários de fraude, inclusive no que se refere ao preço declarado da mercadoria, conforme estabelecido em norma específica.

Art. 9º Os documentos instrutivos do despacho serão disponibilizados à RFB na forma de arquivos digitais ou digitalizados, por meio da funcionalidade própria, após o registro da Duimp, autenticados via certificado digital, observada a legislação específica.

Parágrafo único. Está dispensada o disposto no caput quando a Duimp for direcionada para o canal verde de conferência aduaneira.

Art. 10. A conferência aduaneira terá início após a seleção do canal de conferência da Duimp e da disponibilização dos documentos realizados de acordo com art. 9º e será realizada no módulo de Conferência Aduaneira, no Portal Único do Comércio Exterior.

Parágrafo único. O procedimento da conferência aduaneira seguirá o disposto nos arts. 25 ao 43, da Instrução Normativa nº 680, de 2006.

Art. 11. Após a chegada da embarcação, o depositário deverá recepcionar em seu estoque a carga submetida a despacho por meio de Duimp, no módulo de Controle de Carga e Trânsito (CCT) do Portal Siscomex.

Art. 12. A entrega, ao importador, de mercadoria objeto de Duimp desembaraçada, deverá seguir os procedimentos previstos no art. 55 da Instrução Normativa SRF nº 680, de 2006.

Parágrafo único. A entrega referida no caput deverá ser informada no módulo CCT, do Portal Siscomex, pelo depositário.

Art. 13. Não será permitida retificação ou cancelamento de Duimp pelo importador.

Parágrafo único. As Duimp que necessitarem de retificação ou cancelamento deverão ser informadas à Coordenação-Geral de Administração Aduaneira para as providências necessárias.

Art. 14. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União.

A RFB disponibilizou um vídeo sobre a DUIMP, que podemos assistir no seguinte link:

https://youtu.be/95b8JoDUoiM

Como se trata de uma importante inovação, podemos concluir que deve cair na próxima prova, não é mesmo?

Referências

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