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Rev. Bras. Hematol. Hemoter. vol.29 número4

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Rev. bras. hematol. hemoter. 2007;29(4):339-343 Editoriais / Editorials

experimentais com modelo murino de aloimunização a antí-genos eritrocitários que utilizaram camundongos mHEL, que expressam lisozima de ovo, como doadores de sangue, reve-laram que a presença de inflamação nos animais transfun-didos aumentou significantemente a aloimunização.9

Em conclusão, o artigo de Santos et al.1 fornece novas

informações sobre aloimunização eritrocitária em pacientes que recebem transfusões ocasionais devido a condições clí-nicas agudas e pode ser útil para a elaboração de novos estudos que facilitem o entendimento dos fatores de risco envolvidos nessa complicação transfusional.

Referências Bibliográficas

1. Santos FWR, Magalhães SMM, Mota RMS, Pitombeira MH. Post-transfusion red cell alloimmunization in patients with acute disorders and medical emergencies. Rev Bras Hematol Hemoter. 2007;29(4):369-372.

2. Schonewille H, van de Watering LM, Loomans DS, Brand. Red blood cell alloantibodies after transfusion: factors influencing incidence and specificity. Transfusion. 2006;46:250-6.

3. Schonewille H, van de Watering LM, Brand. Additional red blood cell alloantibodies after blood transfusions in a nonhematologic alloimmunized patient cohort: is it time to take precautionary measures? Transfusion. 2006;46:630-5.

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7. Fabron Jr A, Baleotti Jr W, Mello AB, Chiba AK, Kuwano S, Figueiredo MS, Bordin JO. Application of noninvasive phagocytic cellular assays using autologous monocytes to assess red cell alloantibodies in sickle cell patients. Transfus Apher Sci. 2004;31:29-35. 8. Bauer MP, Wiersum-Osselton J, Schipperus M, Vandenbroucke JP,

Briet E. Clinical predictors of alloimmunization after red blood cell transfusion. Transfusion. 2007;47:2066-71.

9. Hendrickson JE, Desmares M, Deshpande SS, Chadwick TE, Hyller CD, Roback JD, Zimring JC. Recipient inflammation affects the frequency and magnitude of immunization to transfused red blood cells. Transfusion. 2006;46:1526-36.

Vaneuza A. M. Funke

Polimorfismo genético da

glutationa S-transferase mu1 e theta 1

em pacientes com anemia aplástica

adquirida: uma experiência brasileira

Genetic polymorphisms of glutathione

S-transferase mu1 and theta1 in patients with

acquired aplastic anemia: A Brazilian experience

Depois que Paul Erlich descreveu o primeiro caso de anemia aplástica severa (AAS) em uma mulher grávida em 1888, a etiologia desta doença foi investigada continuamen-te, inicialmente na história clínica destes pacientes e, mais recentemente, em aspectos laboratoriais dos mesmos. Mui-tos trabalhos do início do século 20 descreveram a relação possível entre esta doença e a exposição a agentes químicos ou drogas, estimulados por observações do efeito do benzeno sobre os leucócitos e de drogas como dipirona (relacionada à agranulocitose) e pelo desenvolvimento idiossincrásico de aplasia após o uso de cloranfenicol.1 Um estudo

epidemio-lógico brasileiro avaliou casos de anemia aplástica no Paraná.2

Este estudo não encontrou associação entre o uso de cloran-fenicol e AAS, porém identificou um maior risco de AAS após uso de inseticidas com organofosforados (OR 2,7) e solventes (OR 3,0). No entanto, após vários anos e a evidên-cia clínica bem consolidada da resposta da maioria destes pacientes à imunossupressão, o entendimento da fisiopa-tologia desta doença levou a uma hipótese de um distúrbio auto-imune.3 Além disto, nas séries mais modernas, poucos

pacientes apresentam história de exposição a estes agentes. No entanto, há ainda o dilema relacionado àqueles que não respondem à imunossupressão. Haveria nestes pacientes um dano de microambiente da medula óssea ou defeitos irrever-síveis na célula-tronco hematopoiética? Cinco a dez por cen-to dos casos de AAS são ainda precedidos de hepatite, le-vando ainda à hipótese de uma etiologia viral, que, no entan-to, a despeito de todos os esforços, não foi confirmada.4

O grande avanço da biologia celular e molecular, da citometria de fluxo, da imunologia e da genética, especial-mente quanto às técnicas de identificação de mutações ge-néticas, trouxe, através de achados recentes, a fisiopatologia da anemia aplástica de volta à pauta de discussões. Em 2006, Yamagushi H, Calado R e colaboradores descreveram a pre-sença de mutações no gene TERT, o gene da enzima telo-merase, em pacientes com anemia aplástica aparentemente adquirida.5 Em cultura de leucócitos de pacientes com esta

mutação, os autores concluíram que o mecanismo de redu-ção da telomerase era a haploinsuficiência, ou seja, o alelo normal seria insuficiente para produzir quantidade apropria-da apropria-da enzima. A presença desta mutação, levando à substan-cial redução dos telômeros, levaria a uma maior suscetibilidade dos pacientes a síndromes de falência medular, como anemia Professor titular da Disciplina de Hematologia e Hemoterapia da

Universidade Federal de São Paulo

Correspondência: José Orlando Bordin Universidade Federal de São Paulo Disciplina de Hematologia e Hemoterapia Rua Botucatu, 740

04023-900 - São Paulo-SP – Brasil Tel.: (11)5579-1550; Fax: (11)5571-8806 E-mail: jobordin@hemato.epm.br

Avaliação: O tema abordado foi sugerido e avaliado pelo editor Conflito de interesse: não declarado

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aplástica. De interesse, nenhum destes pacientes com a mu-tação TERT respondeu à imunossupressão, o que claramen-te claramen-tem implicações claramen-terapêuticas. Ainda no ano de 2007, Cala-do R e colaboraCala-dores descreveram mutações no gene SBDS, inicialmente encontradas na síndrome de Scwachman-Diamond, em paciente com anemia aplástica.6 Estes

pacien-tes também apresentavam significativa redução no tamanho dos telômeros comparativamente aos controles, e esta redu-ção não estava associada a qualquer mutaredu-ção no gene TERT. Os pacientes com estas mutações também apresentavam desfecho desfavorável e resposta pobre à imunossupressão. Estes achados trouxeram novas informações sobre a etiologia e prognóstico da anemia aplástica.

Numa outra linha de investigação, cogitou-se em algu-mas séries que o fenótipo null do gene das enzimas de

detoxi-ficação GSTM1 e GSTT1 poderia estar associado a uma mai-or susceptibilidade dos pacientes com AAS aos agentes tó-xicos ambientais, causando a doença.7 Um estudo prévio em

brasileiros normais havia encontrado uma alta prevalência destes fenótipos,8 o que levou à pergunta do estudo de Vicari

P e colaboradores: estaria este fenótipo relacionado a uma parcela dos casos de anemia aplástica no Brasil? A exemplo do estudo de Dufour e colaboradores,9 o estudo do

brasilei-ro não encontbrasilei-rou relação entre a presença dos fenótipos estudados e a presença de anemia aplástica severa, indican-do que novos estuindican-dos serão necessários para ampliar a in-vestigação dos fatores de risco para anemia aplástica em nossa população. Talvez o estudo destes novos genes de interesse e suas mutações possa responder às questões que ainda pairam sobre a etiologia da anemia aplástica no Brasil.

Referências Bibliográficas

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Hematology Am Soc Hematol Educ Program. 2007;23-28. 4. Lu J, Basu A, Melenhorst J, Young NS, Brown KE. Analysis of T-cell

repertoire in hepatitis-associated aplastic anemia. Blood. 2004; 103:4588-93.

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al. Mutations in the SBDS gene in acquired aplastic anemia. Blood. 2007;110:1141-6.

7. Sutton JF, Stacey M, Kearsey SE et al. Increased risk for aaplastic anemia and myelodysplastic syndrome in individuals lacking GSTT1 gene. Pediatr Blood Cancer 2004;42:122-6.

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9. Dufour C, Syahn J, Bacigalupo A, Longoni D, Varotto S, Lori AP, et al. Genetic polymorphisms of CYP3A4, GSTT1, GSTM1, GSTP1 and NQO1 and the risk of acquired idiopathic aplastic anemia in Caucasian patients. Hematologica. 2005;90:1027-31.

Avaliação: O tema abordado foi sugerido e avaliado pelo editor Conflito de interesse: não declarado

Recebido: 03/12/2007 Aceito: 03/12/2007

Correspondência: Vaneuza Araujo Moreira Funke Médica do Servico de Transplante do HC-UFPR Rua General Carneiro, 181, 15º andar, STMO 80060-900 – Curitiba-PR – Brasil

E-mail: vaneuza@hc.ufpr.br

Aumento de ferro, hemocromatose

hereditária e defeitos no gene HFE.

O que conhecemos na população

brasileira?

Iron increases, hereditary hemochromatosis

and HFE gene disorders: What do we know of

the Brazilian population?

Claudia R. Bonini-Domingos

O ferro, elemento essencial para múltiplos processos metabólicos na maioria dos organismos, atua como cofator para inúmeras enzimas, participa do transporte de oxigênio, síntese de DNA e transferência de elétrons, fundamenta-dos nas propriedades químicas de óxido-redução. O acú-mulo de ferro no organismo tem sido associado ao desen-volvimento e progressão de várias condições patológicas. Em termos de toxicidade, o depósito crônico de ferro geral-mente está associado a hemocromatose hereditária, consu-mo excessivo de ferro através da dieta e freqüentes transfu-sões sangüíneas, requeridas para o tratamento de alguns tipos de anemias.1

A hemocromatose hereditária é uma doença autos-sômica recessiva caracterizada pela sobrecarga de ferro em alguns tecidos, como coração, fígado, pâncreas, hipófise e articulações. É a desordem genética mais comum em cauca-sóides do Norte da Europa, acometendo um em cada duzen-tos a trezenduzen-tos indivíduos.1 A expressão da hemocromatose

hereditária é mais grave em homens do que em mulheres, em que a ocorrência de sintomas mais brandos é particularmente atribuída aos efeitos protetores da perda do sangue mens-trual e à gravidez.2 Muitas mulheres podem exibir expressão

fenotípica completa, com a presença de fadiga e hiperpig-mentação da pele, ao passo que os homens usualmente apre-sentam cirrose hepática e diabete. Acredita-se que a freqüên-cia de hemocromatose hereditária na população mundial es-teja subestimada, já que a maioria dos indivíduos é assinto-mática.2

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