CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
Sandra P. Botelho de Oliveira
Terapia Cognitiva Comportamental no tratamento da Fobia social: Uma revisão bibliográfica de artigos
publicados no Brasil.
São Paulo
2015
Sandra P. Botelho de Oliveira
Terapia Cognitiva Comportamental no tratamento da Fobia social: Uma revisão bibliográfica de artigos
publicados no Brasil.
Trabalho de conclusão de curso de Especialização.
Área de concentração: Terapia Cognitivo- Comportamental
Orientador: Prof.ª Dra. Renata Trigueirinho Alarcon
Coorientador: Prof.ª Msc. Eliana Melcher Martins
São Paulo
2015
Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citado a fonte.
Sandra Pereira Botelho de Oliveira
Terapia Cognitiva Comportamental no tratamento da Fobia social: Uma revisão bibliográfica de artigos publicados no Brasil.
Sandra Pereira Botelho de Oliveira – São Paulo .2015 30 f + CD-ROOM.
Trabalho de conclusão de curso (especialização) – Centro de Estudos em Terapia Cognitivo Comportamental ( CETCC).
Orientação: Dra. Renata Trigueirinho Alarcon Coorientação: Prof.ª Msc. Eliana Melcher Martins
Terapia Cognitivo Comportamental. 2. Fobia Social. I Oliveira, Sandra Pereira Botelho.
II Alarcon, Renata Trigueirinho. III Eliana Melcher Martins
Sandra P. Botelho de Oliveira
Terapia Cognitiva Comportamental no tratamento da Fobia social: Uma revisão bibliográfica de artigos publicados no Brasil.
Monografia apresentada ao Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental como parte das exigências para obtenção do título de Especialista em Terapia Cognitivo- Comportamental
BANCA EXAMINADORA
Parecer: _________________________________________
Prof. Título _______________________________________
Parecer:_________________________________________
Prof. Título_______________________________________
São Paulo, ___ de ________de 2015.
“ Se o nosso pensamento está atolado por significados simbólicos distorcidos, raciocínio ilógico e más interpretações, tornamo-nos, na verdade, cegos e
surdos. ” Aaron T. Beck
RESUMO
A Fobia social (FS) é o transtorno de ansiedade mais prevalente na população geral e se caracterizada por inibição social e timidez excessiva, sendo repetidamente associado ao déficit de habilidades sociais com prejuízo funcional e psicossocial. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica dos principais modelos e técnicas que avaliaram a eficácia da terapia cognitiva-comportamental na redução da fobia social, tendo em vista que a TCC é atualmente a abordagem que mais recebe atenção de pesquisadores no tratamento de pacientes com esse prejuízo. A prática da TCC consiste em teorias bem elaboradas e legitimadas através de comprovação empírica, que propicia terapeutas a utilizar de maneira organizada. Há consenso na literatura que a TCC é muito eficaz no tratamento a pacientes com ansiedade social, uma vez que cada um responde de forma diversa a diferentes tipos de técnicas, motiva a avaliação das estratégias mais eficientes nos estudos do tratamento desse transtorno. As técnicas mais utilizadas nesta pesquisa foram: a de exposição, o treino de habilidades sociais e a reestruturação cognitiva. Os estudos investigados apontaram a terapia cognitiva-comportamental como uma abordagem terapêutica competente para promover a redução e até o extermínio dos efeitos debilitantes da fobia social, possibilitando melhor qualidade de vida aos pacientes
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Palavras-chave: fobia social; terapia cognitivo-comportamental; tratamento.
ABSTRACT
Social anxiety disorder (SAD) is the most prevalent anxiety disorder in the general population and is characterized by social inhibition and excessive shyness, repeatedly being associated with the deficit of social skills practical and psychosocial impairment. The objective of this study is to conduct a literature review of the main models and techniques that assessed the efficacy of cognitive-behavioral therapy in reducing social phobia, considering that CBT is currently the approach that receives the most attention from researchers in treating patients with this injury. The practice of TCC is to elaborate theories and legitimized through empirical evidence, which provides therapists to use in an orderly manner. There is consensus in the literature that the TCC is a very effective in treating social anxiety patients, since each responds differently to different kinds of techniques, motivates the evaluation of the most effective strategies in studies of treatment of this disorder. The techniques most commonly used in this research were: the exposure, social skills training and cognitive restructuring. The studies investigated showed cognitive behavioral therapy as an appropriate therapeutic approach to promote the reduction and even the extermination of the debilitating effects of social phobia, enabling better quality of life for patients.
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Keywords: social phobia; cognitive behavioral therapy; treatment.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇAO ... 9
2 OBJETIVO ... 13
3 METODOLOGIA ... 14
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 15
4.1 Tratamento da fobia social na Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) .. 17
4.2 Técnicas ... 19
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 26
REFERÊNCIAS ... 27
ANEXO.......
... 30
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1 INTRODUÇAO
A ansiedade é um sentimento incomodo de medo e preocupação que antecipa alguma situação de risco ou algo desconhecido, enquanto que o medo é a resposta do perigo percebido imediato. A ansiedade normal é quando ajuda a pessoa a alcançar seus objetivos e também a protege contra perigos iminentes. Uma forma de diferenciar a ansiedade saudável e a patológica é através do tempo de duração e se está relacionada ao estímulo do momento ou não (BALLONE, 2007).
O transtorno de ansiedade é um transtorno psiquiátrico e difere do medo e da ansiedade adaptativa por ser intenso e excessivo, tornando-se desproporcional em relação ao estímulo e ainda pelo período de duração do nível de evolução, tendo muitas vezes importantes prejuízos funcionais sobre vários ângulos da vida do individuo (CASTILLO, 2000).
A Fobia Social é também chamada de Transtorno de Ansiedade Social, já foi muitas vezes negligenciada por ser confundida com a timidez e por isso recebia pouca atenção. No entanto difere-se da timidez por ser bastante incapacitante e provocar sofrimento e prejuízo na vida diária dos que sofrem com esse transtorno. O transtorno de ansiedade social (TAS), a partir de 1980 após a publicação do DSM-III, foi reconhecido oficialmente como um transtorno psiquiátrico (MULULO et al. 2009).
Segundo D'el Rey & Panini (2006), , a fobia social é considerada um dos transtornos mentais mais prevalentes na população geral e caracteriza-se por temor acentuado de situações sociais, como medo de agir de modo inadequado, evidenciar sintomas de ansiedade que possa lhe ser embaraçoso, podendo assim, ser avaliado de forma negativa por parte de outras pessoas.
Apesar do desejo do contato social, as situações são evitadas com
bastante ansiedade e sofrimento, acarretando em prejuízos no funcionamento
da pessoa, em diversos aspectos da sua vida, como no trabalho, na escola ou
nas relações sociais habituais.
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Indivíduos com TAS geralmente sofrem de déficit nas habilidades sociais, como por exemplo, iniciar um conversa com um desconhecido, comportar-se em uma entrevista de emprego, participar de festas, interagir com pessoas do sexo oposto, etc., sendo essa falta de habilidades sociais bastante responsáveis pela manutenção dos sintomas fóbicos. Também as crenças irracionais e a vulnerabilidade cognitiva são características presentes nos indivíduos com o TAS, como por exemplo, a crença de ter sempre que causar uma boa impressão para ser aceito pelas pessoas, ou ter sempre que ter um desempenho perfeito para mostrar seu valor como pessoa. Dessa forma tende a ter como resultado uma cobrança excessiva de perfeição, levando a um nível elevado de ansiedade na atuação e de frustração quando algo não sai como planejado por ele.
Conforme Beck, Emery e Greenberg (1985); Stopa e Clark (1993);
Taylor et al (1997), citados por D'el Rey (2006) “ O medo central na fobia social é o de ser o foco das atenções, de expor suas fraquezas e em consequência disto ter seu desempenho avaliado de forma desfavorável.” Segundo esses mesmos autores, o fóbico social demonstra falha no processo cognitivo, de modo a deturpar a interpretação de suas experiências interpessoais, mantendo pensamentos negativos de si mesmo, reforçando assim suas crenças e levando a manutenção de seus erros cognitivos, mesmo que haja evidencias contrarias.
Frente esse quadro incapacitante, é importante um estudo de tratamento que possa ajudar pessoas que sofrem com o transtorno, avaliando seus medos irracionais até que possa extinguir os comportamentos de evitação, já que, esses indivíduos tendem a avaliar de maneira errônea as situações sociais e seu próprio desempenho. A abordagem da Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) vem recebendo maior atenção dos pesquisadores no tratamento do TAS por se mostrar eficaz com seus efeitos terapêuticos duradouros.
A TCC é um método de intervenção que inclui técnicas comportamentais
e cognitivas de encorajamento e fortalecimento ao paciente, permitindo a
redução e desaparecimento do medo condicionado e, também, a regulação
cognitiva de emoções. Segundo Beck, A. T., 2005; Beck, J. M., 2007; Foa
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(2006), citados por Porto (2008 ), “ Os estudos mostram que a terapia cognitivo- comportamental tem modelos de tratamento em vários transtornos mentais com índices elevados de eficácia.”
Ballone (2007) afirma que o tratamento para Ansiedade pode variar dependendo do tipo de ansiedade, no entanto, a compreensão deve ser sempre a mesma, isto é, não nos atentarmos somente com a existência do transtorno, mas também em buscar um melhor entendimento de como e por que o paciente é portador dessa doença.
Em relação ao TAS, as principais técnicas que vem sendo pesquisadas e utilizadas pela TCC são: a exposição, reestruturação cognitiva, técnicas de relaxamento e treino de habilidades sociais (DEL REY & PACINI, 2006).
A importância de desenvolver um estudo sobre o tratamento da TCC nos transtornos ansiosos se dá, principalmente, pela prevalência significativa da doença. Segundo a OMS (organização Mundial da Saúde), acredita-se que aproximadamente 20% dos moradores das grandes cidades padecerão de algum transtorno e 25% dos pacientes atendidos em consultórios apresentam sintomas de ansiedade, sendo esse percentual alarmante por ser duas vezes maior que o da depressão, que por causa desta taxa, ganha um enfoque bem maior (LEAHY, 2011). Conforme Mululu (2009) durante a vida, a prevalência do TAS é de 12,1%1, sendo que em amostras clínicas, o TAS afeta de 10 a 20% dos pessoas com o transtorno de ansiedade, tonando-se o transtorno de ansiedade mais prevalente. O beneficio em estudar o tema, é reunir conhecimentos através de pesquisas, a fim de contribuir para extinção ou redução dos sintomas do TAS nos atendimentos psicoterapêuticos baseada nas práticas da TCC.
O presente trabalho não pretende esgotar as possibilidades de
investigação sobre o tema, apenas contribuir com uma fonte de pesquisas para
profissionais da saúde e pacientes que sofrem com o Transtorno de Ansiedade
Social e procuram atendimento, reunindo artigos relacionados a utilização da
TCC no tratamento da doença, assim afirma Porto (2008), referindo-se a essa
abordagem:
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“Durante o tratamento, o paciente é encorajado a desafiar os pensamentos, reavaliando sua expectativa de perigo. A exposição é uma das estratégias utilizadas com essa finalidade. Durante as exposições o paciente fortalece seu senso de controle reduzindo expectativas futuras de dano e aumentando seu senso de auto- eficácia. A exposição favorece o teste da realidade e por meio da constatação real de que as consequências catastróficas não vão ocorrer, o indivíduo apresenta redução da ansiedade e deixa de emitir as respostas evitação.” (PORTO, 2008)
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2 OBJETIVO
Esse trabalho tem como objetivo investigar sobre a aplicação da Terapia Cognitiva Comportamental no tratamento do Transtorno de Ansiedade Social, as modalidades ou técnicas utilizadas no tratamento de pacientes com diagnóstico de TAS.
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3 METODOLOGIA
“A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferencias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas.”(MARCONI;LAKATOS, 2003, p. 183)