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AULA DE

DIREITO CONSTITUCIONAL I

Profª Lúcia Luz Meyer

atualizado em 03.2010

PONTO 07 – INTERPRETAÇÃO. INTEGRAÇÃO. APLICAÇÃO

.

Roteiro de Aula (09 fls)

SUMÁRIO: 7.1. Introdução. 7.2. Interpretação. 7.2.1. Formas de interpretação constitucional. 7.3. Integração. 7.4. Aplicação.

7.1. INTRODUÇÃO:

Apesar de apresentarem afinidades e conexões entre si, a interpretação, a integração e a aplicação constitucionais são institutos que não devem ser confundidos.

Vale também trazer a definição do termo hermenêutica que, na área jurídica, segundo

ALEXANDRE DE MORAES, tem por finalidade o estudo, a definição e a sistematização dos métodos aplicáveis para determinar o sentido das expressões contidas nas normas jurídicas. A interpretação jurídica encontra-se dentro da hermenêutica e a interpretação constitucional, por sua vez, constitui um ponto especial dentro da interpretação jurídica.

7.2. INTERPRETAÇÃO:

Interpretação constitucional, em poucas palavras, é a compreensão de seu – Constituição - sentido.

CELSO RIBEIRO BASTOS (Curso de Direito Constitucional, São Paulo: Celso Bastos Editora, 2002, p. 86 – grifamos) diz que:

Interpretar é atribuir um sentido ou um significado ao texto. (…). Embora possa afigurar-se como

uma insuficiência da linguagem, visto que a primeira idéia que nos acode ao espírito é a da lástima de o significado de textos tão importantes não ser de uma evidência inquestionável, o fato é que a

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Precioso o ensinamento de ANDRÉ RAMOS TAVARES (Curso de Direito Constitucional, 5a ed, revista e atualizada, São Paulo: Saraiva, 2007, pp. 77-78) ao afirmar que:

A interpretação do Direito é a operação intelectiva por meio da qual a partir da linguagem vertida em disposições (enunciados) com força normativa o operador do Direito chega a determinado e específico conteúdo.

(…).

Ademais, a interpretação é essencialmente uma atividade prática, voltada à solução de situações concretas (ainda que hipoteticamente construídas).

Inúmeros são os métodos apontados como aptos a serem utilizados pelo intérprete em sua atividade. Tais métodos são sempre instrumentais, quer dizer, valem como meio de alcançar o conteúdo normativo apenas enunciado.

(…).

A interpretação sistemática decorre da consideração de que o Direito é um ordenamento e, mais do que isso, um verdadeiro sistema de normas. A partir dessa concepção tem-se que o Direito não tolera contradiçoes, devendo ser considerado como um conjunto coeso e coerente. A possibilidade de analogia parte parte exatamente desse pressuposto, ou seja, da coerência do Direito. Assim, a unidade do Direito é um pressuposto com que deve atuar o intérprete, não podendo desempenhar sua atividade sem admiti-la, sob pena de mal desempenhar sua função.

A unidade do Direito é o resultado da força da Constituição. Isto porque o intérprete é obrigado a partir sempre das normas constitucionais, adequando, sempre que necessário, as normas infraconstitucionais ao conteúdo específico da Constituição. Daí decorre, inclusive, a denominada interpretação conforme a Constituição, uma das mais relevantes orientações interpretativas.

Por sua vez, leciona ALEXANDRE DE MORAES (Constituição do Brasil Interpretada – e legislação constitucional, São Paulo: Atlas, 2002 , p. 99 – grifamos) que:

A constitucionalização dos princípios e preceitos básicos de todos os assuntos de importância jurídica, política e cultural pela Constituição de 1988 acarretou o alargamento da Teoria de Interpretação

Constitucional, balizada pelos novos métodos interpretativos constitucionais e caracterizada pelo

aumento da ingerência do Poder Judiciário – e, em especial, pelo STF, em face de seu papel de

guardião da Constituição – na condução dos negócios políticos do Estado, com a finalidade de obter

probidade e efetividade da Administração Pública e integral respeito aos Direitos Fundamentais. Dessa forma, o STF e os demais órgãos do Judiciário passaram a analisar todas as questões, inclusive político-administrativas, tradicionalmente vinculada às leis e aos regulamentos, pela óptica constitucional, inclusive exercendo o controle de constitucionalidade concentrado e difuso em várias questões importantes que, historicamente, caberiam ao Executivo. (…). Essa nova óptica jurídica das normas regentes do Estado brasileiro aproximou o Direito Constitucional da condução política do Estado de maneira antes nunca vista, determinando a aplicação não só dos métodos interpretativos constitucionais, como também dos efeitos do controle de constitucionalidade incidentes sobre princípios e preceitos.

Para ANNA CÂNDIDA DA CUNHA FERRAZ (Processos informais de mudança da Constituição, pp. 22 e 25, apud Celso Bastos, pp. 86 e 89):

Uma Constituição se presume obra comum de todos os órgãos e forças vivas da nação, que nela encerram princípios dominantes, disposições fundamentais, desprovidas ou quase desprovidas de conteúdo preciso, deliberadamente vagas, que deixam larga margem de interferência e complementação, na organização fundamental do Estado, aos órgãos que devem observá-la, respeitá-la, cumpri-la e aplicá-la. Daí afirmar Lowensteinn que ‘toda Constituição é, em si, uma obra humana incompleta, além de ser obra de compromisso entre as forças sociais e grupos pluralistas que participam de sua formação’. Como todas as normas jurídicas, a Constituição normada deve ser compreendida e, para ser compreendida, deve ser interpretada. Caminho inevitável para a compreensão da norma jurídica é a interpretação, vale dizer, a compreensão de seu sentido. (…). Não obstante a variedade dos métodos apontados pela doutrina, prevalece o entendimento de que a

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interpretação constitucional é espécie do gênero interpretação jurídica, porém revestida de

características e critérios peculiares, derivados, especialmente da natureza e das notas distintivas das disposições constitucionais: supremacia e rigidez constitucional, diferentes conteúdos das normas constitucionais, caráter sintético, esquemático e genérico da Constituição, etc. Desse modo, embora não se possa falar em uma teoria da interpretação constitucional, não há como desconhecer atributos próprios aos métodos interpretativos à Constituição.

ROBÉRIO NUNES DOS ANJOS FILHO (Direito Constitucional, 2ª ed. Bahia: Jus Podium, 2003, p. 73) ensina que:

O problema da interpretação das normas constitucionais é mais amplo que o das leis comuns, pois repercute em todo o ordenamento jurídico. Fator importante a ser considerado quando da hermenêutica constitucional é o preâmbulo da Constituição, onde geralmente estão princípios e valores adotados pelo legislador constituinte. Na interpretação constitucional devem ser identificados os princípios regentes da Constituição, que servem como vetores e pontos de referência pra soluções interpretativas.

No entender do mestre CELSO BASTOS, há três concepções sobre interpretação legal: a) interpretação em sentido amplíssimo – é a concepção de um objeto como fenômeno cultural, vale dizer, resultado da atividade humana;

b) interpretação em sentido amplo – é a compreensão de qualquer sinal lingüístico; c) interpretação em sentido estrito - significa a determinação de um significado de uma expressão lingüística quando existem duas referências a este significado em um caso de comunicação concreta, ou a compreensão direta de uma linguagem é suficiente para fins de comunicação concreta, ou existe dúvidas que se eliminam mediante a interpretação.

Como existe uma interferência recíproca entre regras e princípios, a vontade constitucional só passa a ser extraível a partir de uma interpretação sistemática, e não apenas de uma mera leitura de um artigo isolado.

Ainda segundo CELSO BASTOS há de se observar dois postulados principais na interpretação constitucional:

a) o da supremacia da Constituição - que repele todo tipo de interpretação que venha a partir da lei infraconstitucional, que lhe é uma norma inferior;

b) o da unidade de Constituição – as normas constitucionais não devem ser consideradas isoladamente, mas como integrantes de um sistema; o intérprete deverá procurar as recíprocas interpretações de preceitos e princípios para chegar à vontade unitária da norma constitucional; deverá ser evitado contradições, antagonismos e antinomias; deverá haver uma harmonia jurídica.

Finalmente considerado um postulado decorrente, cita-se, ainda, o postulado:

c) da harmonização - que busca conformar as diversas normas ou valores com o Texto Constitucional, de forma que seja evitada a necessidade de exclusão total de

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um ou vários normas ou valores.

Dispõe o art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil que:

Art. 4º - Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.

CELSO RIBEIRO BASTOS (2002:92), entretanto, entendendo que a Constituição não pode ser interpretada a partir de lei infraconstitucional, acredita que:

..., mantidas essa postulação fundamental, as ponderações de Jorge Miranda sobre o tema podem ser aceitas: em primeiro lugar, a de que normas como estas são válidas e eficazes não por constarem no Código Civil – pois este não ocupa nenhum lugar proeminente no sistema jurídico – mas, diretamente, enquanto tais, por traduzirem uma vontade legislativa não contrariada por nenhuma outra disposição a respeito dos problemas de interpretação (que não são apenas técnico-jurídicos) de que cuidam. Em segundo lugar, a idéia bastante sugestiva de que a matéria como as tratadas por normas desse tipo podem considerar-se substancialmente constitucionais e que, em assim sendo, não repugnaria mesmo vê-las alçadas à Constituição em sentido formal. Em consonância com o exposto parece também ficar claro que interpretação autêntica da norma constitucional só pode ser editada por uma Emenda à própria Constituição. O que é lícito sem dúvida à Lei Ordinária é o concretizar aqueles não dotados de aplicabilidade imediata.

ALEXANDRE DE MORAES (2002:104 – grifamos) aponta quatro finalidades da interpretação constitucional:

A primeira finalidade básica da interpretação constitucional é garantir o máximo de efetividade do texto magno, consagrando sua força normativa e garantindo a interpretação de todo o ordenamento jurídico em conformidade com suas normas. A segunda finalidade da interpretação constitucional é a integração do ordenamento constitucional. A terceira finalidade constitui na realização do controle formal e material das leis e atos normativos editados pelos poderes constituídos. A quarta finalidade é a de eleger a solução mais correta e justa para o caso, do ponto de vista dos Princípios e Direitos Fundamentais consagrados no texto constitucional, verdadeiros paradigmas para a aplicação do Direito Positivado.

7.2.1. Formas de interpretação constitucional:

As interpretações constitucionais tradicionais adotam os métodos histórico, científico, literal, sistemático e teleológico.

Já as interpretações modernas, cujo principal objetivo é o de evitar a criação de lacunas no ordenamento jurídico decorrente da declaração de inconstitucionalidade da lei, visam, sobretudo, a manutenção do direito, do interesse social e o combate aos perigos da insegurança jurídica gerada pela exclusão da norma inconstitucional do nosso sistema jurídico. Elas procuram maximizar as formas de interpretação, buscando no ‘limiar da constitucionalidade da norma algumas interpretações que possam ser aproveitadas desde que fixadas algumas condições’. Ou seja, elas procuram evitar os inconvenientes da decretação de nulidade da norma, principalmente quando ainda não houve tempo para colocar outra em seu lugar.

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ser considerada na composição da ordem constitucional como verdadeiro centro irradiador de energias dinamizadoras das demais normas de ordem jurídica positiva’. São elas:

a) declaração de constitucionalidade de norma em trânsito para a inconstitucionalidade e a mutação constitucional - o STF não vê ainda na norma uma inconstitucionalidade evidente, porque ela ainda mantém parte de sua significância em contato harmônico com a Constituição, mas está ‘a um passo’ da inconstitucionalidade;

b) declaração de inconstitucionalidade com apelo ao legislador – aqui, busca-se não declarar a inconstitucionalidade da norma sem antes fazer um ‘apelo’ vinculado a ‘diretivas’ para obter do legislador uma atividade subseqüente que torne a regra inconstitucional harmônica com a Carta Maior. Obtém relevância no caso de inconstitucionalidade por omissão – a decisão apresenta cunho mandamental;

c) a interpretação conforme a constituição – constitui verdadeiro princípio geral da hermenêutica constitucional. Segundo o multi-citado CELSO RIBEIRO BASTOS

(2002:95 – grifamos):

A interpretação conforme a Constituição encontra suas raízes na jurisprudência do Tribunal Constitucional Federal Alemão. Não resta dúvida de que a norma para ser constitucional há de ter pelo menos um dos seus sentidos em consonância (compatível) com a Lei Maior. O princípio da interpretação conforme a Constituição tem sua particularidade fixada nos recursos que a Corte Suprema vai buscar para apurar essa compatibilidade do sentido normativo com o Texto Constitucional. Trata-se de um recurso extremo que busca dotar de validade a norma tida como inconstitucional.

Assim, a norma só será válida se interpretada no sentido que o Tribunal imputar; é uma declaração de nulidade parcial sem redução do texto.

No Brasil, portanto, a ‘interpretação conforme a Constituição’ resulta na procedência parcial da Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI, declarando inconstitucional os sentidos que são incompatíveis com a Lei Fundamental, ou seja, resulta na improcedência da ação de inconstitucionalidade, já que a norma em questão permanece no ordenamento jurídico, com interpretação que a coloca em harmonia com o Texto Constitucional. O STF firmará a única interpretação que deverá ser conferida à norma.

O STF equiparou a ‘interpretação conforme a constituição’ à declaração de nulidade parcial sem redução do texto; a jurisprudência está a entender que tal interpretação, quando fixada no juízo abstrato de normas, corresponde a uma pronúncia de inconstitucionalidade.

A Lei nº 9.869, de 10/11/1999, que dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da declaratória de constitucionalidade – vide art. 28, PU.

CELSO RIBEIRO BASTOS (2002:100-104) cita quatro pontos que seriam os principais responsáveis pela adoção de regras que justificam uma hermenêutica específica das normas

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constitucionais:

a) a inicialidade fundante das normas constitucionais – “é o que Gomes Canotilho denomina de função de determinante heterônoma dos preceitos constitucionais relativamente às normas hierarquicamente inferiores” (p. 100).

Se a Constituição é o fundamento de validade de todas as leis, a determinação do significado de qualquer de suas normas poderá implicar no afastamento de uma norma infraconstitucional até então vigente.

b) as opções políticas na Constituição – “diz Canossa Usera que 'apesar das regras constitucionais apresentarem um inegável caráter jurídico, regulam situações profundamente políticas'”.

‘O intérprete não pode desvincular a Constituição desse seu manancial político e ideológico, das nascentes da vontade política fundamental’.

c) a linguagem constitucional e o caráter amplo dos princípios – os vocábulos constitucionais importam em mais de um conceito, não tem significações unívocas; o intérprete deve descobrir para além da literalidade do texto.

d) o caráter aberto das normas constitucionais - “Segundo Konrad Hesse, para o Direito Constitucional, a importância da interpretação é fundamental em razão do caráter aberto e amplo da Constituição, sendo que por isso os problemas de interpretação surgem com maior freqüência que noutros setores do direito”.

7.3. INTEGRAÇÃO:

Diz CELSO RIBEIRO BASTOS (2002:105) que, “quando por via de interpretação já não se consegue encontrar uma solução normativa para uma da hipótese concreta, surge a possibilidade da integração”.

De fato, a questão diz respeito às lacunas do direito. A regra de que ‘tudo que não está juridicamente proibido está juridicamente facultado’ tornaria o ordenamento jurídico onipresente.

Continuando, afirma o retro-citado autor, à p. 106:

Não é obviamente qualquer não-tratamento de um determinado assunto constitucional que faz surgir a lacuna a ser colmatada por via de integração. Esta só pode surgir naquelas hipóteses em que o próprio Texto Maior dá lugar a um vazio normativo, isto é: quando do contexto da lei fundamental se extrai que certas hipóteses deveriam ter sido reguladas, mas não foram. Não há possibilidade de preenchê-las por via de interpretação, ainda que extensiva, dos preceitos existentes. Outrossim, é forçoso reconhecer que a Teoria das Lacunas no direito sofre alguma refração quando se trata de Direito Constitucional.

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a) Integração enquanto superação de lacunas no Direito Constitucional – neste caso a integração vai suprir um vazio deixado pela Lei Maior.

Para Loewenstein existem duas espécies de lacunas constitucionais: as lacunas descobertas (o Poder Constituinte sabia da necessidade de uma regulação jurídico-constitucional, mas preferiu não fazê-lo) e as lacunas ocultas (quando a lacuna não existia ao criar-se a Constituição, ou não se podia prever a necessidade de regular normativamente uma determinada situação).

Entende-se que existiria lacuna constitucional quando: 1) a situação não esteja prevista na Constituição; 2) exista uma outra situação análoga à anterior que torne a omissão relativamente à primeira insatisfatória; 3) este vazio não possa ser coberto pela via de interpretação, ainda que extensiva.

Deverá haver uma efetiva lacuna para se utilizar a integração, e não uma simples omissão constitucional; a integração implicará na adoção da analogia, dos bons costumes e dos princípios gerais do Direito.

b) Integração enquanto complementação da normatividade constitucional - nesta acepção ela se refere à estrutura e classificação das normas constitucionais, e se desenvolve por via legislativa, também designada de “tipologia das normas quanto ao seu modo de incidência”, no entender do citado Celso Ribeiro Bastos.

Há as normas constitucionais com conteúdo aberto, a serem preenchidas pelo legislador ordinário; vários temas são deixados expressamente para o legislador ordinário regular, observando as regras e princípios constitucionais.

Nem toda regulamentação de uma norma constitucional constitui um processo de integração; há algumas que apenas precisam ser melhor explicitadas.

É de se entender, como diz Canotilho, que interpretação e integração são ambas voltadas à obtenção do direito constitucional, mantendo certos elementos de conexão.

CELSO RIBEIRO BASTOS (2002:111- grifamos) afirma que:

A interpretação transcorre dentro do âmbito normativo, vale dizer: trata-se de extrair a significação do preceito normativo diante de uma hipótese por ele regulada. Já com relação à integração busca-se encontrar uma solução normativa para uma hipótese que não se encontra regulada pela Lei Fundamental.

7.4. APLICAÇÃO:

O Direito Constitucional é voltado à produção de efeitos práticos, ou seja, é produzido com vistas à sua aplicação. Entretanto, nem todas as regras constitucionais têm a mesma chance de produção de efeitos, porque nem todas têm os elementos exigidos.

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Podemos verificar a aplicação em relação à eficácia da norma constitucional, bem como a aplicação da lei constitucional no espaço e no tempo:

a) aplicação das normas constitucionais no tempo: a nova Constituição e o Direito constitucional anterior; a rigor, a Constituição nova não recepciona a antiga, salvo se houver uma recepção expressa.

Quanto ao Direito Constitucional novo e o Direito ordinário anterior, a norma ordinária em vigor não cessa de viger, bastando não ser contrária à nova Constituição.

b) aplicação das normas constitucionais no espaço: tendem a serem aplicadas nos limites territoriais do Estado, mas às vezes legislam para fatos e pessoas no estrangeiro, assim como há normas estrangeiras com aplicação em nosso território; existe a chamada ‘territorialização das normas jurídica’.

OBS. este Roteiro de Aula foi baseado principalmente no Capítulo III do “Curso de Direito Constitucional”, de Celso Ribeiro Bastos - São Paulo: Celso Bastos Editora, 2002.

Ver também, sobre o assunto, entre outrs obras: “Interpretação e aplicabilidade das normas Constitucionais”, de Carlos Ayres de Brito, “Hermenêutica e Interpretação Constitucional”, de Celso Ribeiro Bastos, e “Processos informais de mudança da Constituição”, de Anna Cândida da Cunha Ferraz.

DOUTRINA:

ANJOS FILHO, Robério Nunes dos - “Direito Constitucional”, 2ª ed. Bahia: Jus Podium, 2003.

BARROSO, Luís Roberto - “O Direito constitucional e a efetividade de suas normas”, 7ª ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.

BARROSO, Luís Roberto - “Interpretação e Aplicação da Constituição: fundamentos de uma dogmática constitucional transformadora”, 4ª ed. rev. atual. São Paulo: Saraiva, 2001.

BASTOS, Celso Ribeiro - “Curso de Direito Constitucional”, São Paulo: Celso Bastos Editora, 2002.

BASTOS, Celso Ribeiro - “Hermenêutica e Interpretação Constitucional”, 2ª ed. São Paulo: Celso Bastos Editor, 1999.

BULOS, Uadi Lammêgo - “Mutação Constitucional”, São Paulo: Saraiva, 1997.

FERRAZ, Anna Cândida da Cunha - “Processos informais de mudança da Constituição: Mutações Constitucionais e Mutações Inconstitucionais”, São Paulo: Max Limonad, 1986.

HABERLE, Peter - “Hermenêutica constitucional: a sociedade aberta dos intérpretes da constituição - contribuição para a interpretação pluralista e "procedimental" da

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constituição”, Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Editor, 1997.

MORAES, Alexandre - “Constituição do Brasil Interpretada – e legislação constitucional”, São Paulo: Atlas, 2002.

SILVA, José Afonso da - “Aplicabilidade das normas constitucionais” - 5a ed. São Paulo: Malheiros, 2001.

TAVARES, André Ramos, “Curso de Direito Constitucional”, 5a ed, revista e atualizada, São Paulo: Saraiva, 2007

TEXTOS RECOMENDADOS COMO LEITURA COMPLEMENTAR :

MADRUGA, Sidney Pessoa – “Direitos Fundamentais e os aspectos relativos as suas dimensões e interpretação - a evolução histórica das declarações de direitos”, (disponível em: - http://www.prgo.mpf.gov.br/prgonova/doutrina/SIDNEY%20-40.htm) - TEXTO Nº 0012.

SUXBERGER, Antônio Henrique Graciano - “Interpretação conforme a Constituição”, (disponível em: - http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=133) - TEXTO Nº 0032.

BASTOS, Celso Ribeiro – “As modernas formas de interpretação constitucional”, (disponível em: - http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=89) - TEXTO Nº 0034. • PEDRA, Anderson Sant'Ana – “Interpretação e aplicabilidade da Constituição: em

busca de um Direito Civil Constitucional”, (disponível em: –

http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=4266&p=2) - TEXTO Nº 0040.

Osnabrück, Niedersachsen - Deutschland, atualizado em 28 de março de 2010 Profª LUCIA LUZ MEYER

meyer.lucia@gmail.com

http://sites.google.com/site/meyerlucia/ https://twitter.com/lucialmeyer

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