• Nenhum resultado encontrado

MayssadaSilvaBarbosa Espa¸cosdeBanacheOperadoresLimitados UniversidadeFederaldaPara´ıba

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "MayssadaSilvaBarbosa Espa¸cosdeBanacheOperadoresLimitados UniversidadeFederaldaPara´ıba"

Copied!
51
0
0

Texto

(1)

Universidade Federal da Para´ıba

Centro de Ciˆ encias Exatas e da Natureza Departamento de Matem´ atica

Curso de Licenciatura em Matem´ atica

Espa¸ cos de Banach e Operadores Limitados

Mayssa da Silva Barbosa

Jo˜ ao Pessoa – PB

Novembro de 2017

(2)

Universidade Federal da Para´ıba Centro de Ciˆ encias Exatas e da Natureza

Departamento de Matem´ atica Curso de Licenciatura em Matem´ atica

Espa¸ cos de Banach e Operadores Limitados

por

Mayssa da Silva Barbosa

sob a orienta¸c˜ao do

Prof. Dr. Nacib Andr´ e Gurgel e Albuquerque

Jo˜ ao Pessoa – PB

Novembro de 2017

(3)

B238e Barbosa, Mayssa da Silva.

Espacos de Banach e operadores limitados / Mayssa da Silva Barbosa. - João Pessoa, 2017.

41 f.

Orientação: Nacib André Gurgel Alburquerque.

Monografia (Graduação) - UFPB/CCEN.

1. Espaços de Banach. 2. Desigualdades - Hölder e Minkwoski. 3. Teorema de Baire. 4. Teorema de

Banach-Steinhaus. I. Alburquerque, Nacib André Gurgel.

II. Título.

UFPB/BC

Catalogação na publicação Seção de Catalogação e Classificação

(4)
(5)

Agradecimentos

Primeiramente a Deus por ter-me permitido alcan¸car o t´ermino do Curso; a Nossa Senhora da Penha, por ter me ajudado nas horas de ang´ustia; aos meus familiares:

Vit´oria Marishelly da Silva Barbosa e Marcelly da Silva Barbosa (irm˜as), Sirleia Bar- bosa de Ara´ujo (tia), Elizabete Monteiro Barbosa (av´o), Maria Hilda Bezerra da Silva (m˜ae), Antˆonio Marcos Bezerra da Silva (tio), e ao meu avˆo, Djalma de Oliveira Bar- bosa (in memory) pelos conselhos e incentivos `a conclus˜ao do Curso; e a Daniely Silva do Nascimento, pelo apoio dado nos momentos mais dif´ıceis.

Ao professor Nacib Andr´e Gurgel e Alburquerque, pelo aceite de minha orienta¸c˜ao, e, principalmente, pela paciˆencia e dedica¸c˜ao, durante toda a elabora¸c˜ao e o desenvol- vimento do trabalho.

A professora Fl´avia Jerˆonimo Barbosa, por nortear-me acertadamente os caminhos trilhados `a conclus˜ao final do tema.

A Banca Examinadora, formada pelos professores Lisiane Rezende dos Santos e Joedson Silva dos Santos, pelo incentivo e colabora¸c˜ao.

Ao professor Daniel Tomaz de Ara´ujo, pela indispens´avel contribui¸c˜ao ao enrique- cimento do trabalho.

A todos os professores do Departamento de Matem´atica da Universidade Federal da Para´ıba, cuja ajuda e conhecimento individual foram de fundamental importˆancia

`

a conclus˜ao do trabalho.

Aos colegas de curso, pelo incentivo e motiva¸c˜ao, e, em especial, a Victor Jos´e Ara´ujo de Carvalho, cuja influˆencia foi de grande relevˆancia e efic´acia.

A Vanessa Amanda Gomes Pereira da Silva, com seu jeito sublime, sempre soube` compartilhar sua positividade, nos momentos de ang´ustia e de desˆanimo.

As pessoas que, de forma direta ou indireta, contribu´ıram com aconselhamentos, incentivos e opini˜oes.

Por fim, os meus sinceros agradecimentos ao Professor Rivaldo Maia Gomes que, nos momentos mais cruciais, sempre se fez presente, com seus valiosos conhecimentos e aconselhamentos, encorajando-me ser vitoriosa.

(6)

“Entre tantas flores e espinhos Foi assim que eu fui indo

E ao final foi constru´ıdo Esse lindo caminho.”

Mayssa Barbosa

(7)

Resumo

Neste trabalho, estudamos os espa¸cos de Banach, demonstramos duas importantes desigualdades: H¨older e Minkwoski e por fim demonstraremos o Teorema de Baire para utilizarmos na demonstra¸c˜ao do Teorema de Banach-Steinhaus que nos assegura que os operadores lineares cont´ınuos s˜ao limitados.

Palavras-chave: Espa¸cos de Banach. Desigualdades: H¨older e Minkwoski. Teorema de Baire. Teorema de Banach-Steinhaus.

Abstract

In this work, we study the Banach spaces, we show two important inequalities:

H¨older and Minkwoski and finally we will demonstrate Baire’s Theorem to be used in the demonstration of the Banach-Steinhaus Theorem that assures us that continuous linear operators are limited.

Keywords: Banach spaces. Inequalities: H¨older and Minkwoski. Baire’s Theorem.

Theorem of Banach-Steinhaus.

(8)

Sum´ ario

Introdu¸c˜ao x

1 Espa¸cos de Banach 1

1.1 Algumas defini¸c˜oes e exemplos . . . 1 1.2 Espa¸cos de sequˆencias: `, c0, c00 e`p . . . 11 2 Espa¸cos normados: compactos e separ´aveis 22 2.1 Compacidade nos espa¸cos normados . . . 22 2.2 Espa¸cos separ´aveis . . . 25

3 Operadores: Lineares e Cont´ınuos 30

3.1 Caracterizando os Operadores Lineares Limitados . . . 31 3.2 Teorema de Banach-Steinhaus . . . 35

A No¸c˜oes B´asicas 38

Referˆencias Bibliogr´aficas 41

(9)

Nota¸ c˜ oes

A seguir, listamos algumas nota¸c˜oes utilizadas neste trabalho.

N denota os N´umeros Naturais;

Q denota os N´umeros Racionais; R denota os N´umeros Reais; C denota os N´umeros Complexos; K denota o corpoR ouC;

E denota um espa¸co vetorial normado;

M denota umespa¸co m´etrico;

dim E denota a dimens˜ao do Espa¸co Normado E;

[A] denota o conjunto gerado por um subconjunto de A de um espa¸co vetorial V;

A denota o fecho deA;

C[a, b] denota o conjunto das fun¸c˜oes cont´ınuas em [a, b];

L(E, F) denota o conjunto dos operadores lineares cont´ınuos de E em F.

(10)

Introdu¸ c˜ ao

Neste trabalho, introduzimos os espa¸cos normados, de modo especial, os espa¸cos de Banach e os operadores limitados, princ´ıpios fundamentais da An´alise Funcional.

Veremos tamb´em algumas aplica¸c˜oes ´uteis que se utilizam dessas defini¸c˜oes.

No cap´ıtulo 1 apresentamos no¸c˜oes b´asicas da An´alise Funcional, necess´arias para demonstrarmos as principais desigualdades de H¨older e de Minkwoski, com alguns exemplos. No cap´ıtulo 2 estudamos casos particulares dos espa¸cos de Banach. O

´

ultimo cap´ıtulo foi destinado `a caracteriza¸c˜ao dos operadores e, mais adiante, vemos os operadores limitados, e, o Teorema de Banach-Steinhaus.

Finalmente, apresentamos algumas no¸c˜oes b´asicas no apˆendice, que serve como base para esclarecer alguns assuntos tratados durante o trabalho.

(11)

Cap´ıtulo 1

Espa¸ cos de Banach

Neste cap´ıtulo falaremos um pouco sobre os espa¸cos m´etricos e os espa¸cos normados para introduzirmos o conceito dos espa¸cos de Banach. Veremos alguns exemplos de espa¸cos de fun¸c˜oes que s˜ao Banach, como ´e o caso do espa¸co das fun¸c˜oes limitadas, do espa¸co das fun¸c˜oes cont´ınuas. J´a as fun¸c˜oes continuamente diferenci´aveis com sua norma padr˜ao usual n˜ao ser´a Banach, mas com a norma k · kC1 ser´a Banach. Veremos tamb´em os espa¸cos de sequˆencias que em dimens˜ao infinita pode ser ou n˜ao pode ser Banach.

Na primeira se¸c˜ao deste cap´ıtulo, veremos os espa¸cos m´etricos e os espa¸cos normados e logo ap´os a defini¸c˜ao de espa¸cos de Banach. Observamos tamb´em que tomando um subespa¸co vetorial de um espa¸co de Banach, para que esse subespa¸co seja Banach ´e necess´ario e suficiente que ele seja fechado em rela¸c˜ao ao espa¸co de Banach. E por fim mostraremos um Teorema que nos assegura que se um espa¸co normado for de dimens˜ao finita ent˜ao aquele espa¸co ´e Banach.

J´a na segunda se¸c˜ao abordaremos os espa¸cos de sequˆencias que em dimen˜ao infinita s˜ao Banach, apesar de existir espa¸cos de dimens˜ao infinita que n˜ao s˜ao Banach, como ´e o caso do espa¸co de sequˆenciac00. Veremos tamb´em duas desigualdades de fundamental importˆancia para An´alise Funcional: Desigualdades de H¨older e Minkowski com suas demonstra¸c˜oes.

1.1 Algumas defini¸ c˜ oes e exemplos

Umespa¸co m´etrico´e um par ordenado (M, d) ondeM ´e um conjunto ed:M X M → R´e uma m´etrica que obedece as seguintes condi¸c˜oes, para todo x, y, z ∈M:

(M1) d(x, y)≥0;

(M2) d(x, y) = 0 ⇔x = y ; (M3) d(x, y) = d(y, x);

(12)

(M4) d(x, z)≤d(x, y) +d(y, z).

Sejam D, F ⊂M, a distˆancia entre De F ´e definida por dist(D, F) := inf{d(x, y) :x∈D e y∈F}.

Em um espa¸co m´etrico (M, d) temos as seguintes defini¸c˜oes para uma sequˆencia (xn)n=1 em M:

1. (xn)n=1 converge para x∈M, quando lim

n→∞d(xn, x) = 0.

2. A sequˆencia (xn)n=1 ´e dita de Cauchy quando lim

m,n→∞d(xm, xn) = 0. Toda sequˆencia convergente ´e de Cauchy.

3. Diremos que o espa¸co m´etrico (M, d) ´e completo, quando toda sequˆencia de Cauchy em M ´e convergente, isto ´e, converge para um elemento em M. Neste caso, a m´etrica ´e dita completa.

Uma norma em um espa¸co vetorial E ´e uma fun¸c˜ao k · k:E →R

que satisfaz as seguintes condi¸c˜oes:

(N1) ∀ x∈E,kxk ≥0 e kxk= 0⇔x= 0;

(N2) ∀ a∈K,∀ x∈E, ka·xk=|a|kxk;

(N3) ∀ x, y ∈E,kx+yk ≤ kxk+kyk.

Chamaremos de espa¸co vetorial normado todo espa¸co vetorial que estiver munido de uma norma. O corpo dos escalares munido do valor absoluto|·|´e um espa¸co vetorial normado.

Todo espa¸co normado ´e um espa¸co m´etrico, com m´etrica induzida pela norma de- finida por d(x, y) := kx−yk. Em particular, uma sequˆencia (xn)n=1 em E converge para x∈E quando

n→∞lim kxn−xk= 0.

A defini¸c˜ao seguinte trata dos principais espa¸cos que trataremos neste trabalho.

Defini¸c˜ao 1.1. Um espa¸co de Banach ´e um espa¸co vetorial normado, cuja m´etrica induzida pela norma ´e completa.

Proposi¸c˜ao 1.1. Considere E espa¸co de Banach eF subespa¸co vetorial deE. Diremos queF ser´a Banach se, e somente se, F for fechado emE.

(13)

Demonstra¸c˜ao. ⇒) Vamos supor que F ´e Banach e tomar (xn)n=1 uma sequˆencia de F tal que lim

n→∞xn = x ∈ E, da´ı, (xn)n=1 ´e de Cauchy em F, e portanto convergente j´a que por hip´otese F ser´a completo. Ent˜ao existe y ∈ F tal que lim

n→∞xn = y. Pela unicidade do limite, segue quex=y∈F, o que prova queF ´e fechado em E.

⇐) Por outro lado, vamos supor que F seja fechado em E e seja (xn)n=1 uma sequˆencia de Cauchy em F. Logo (xn)n=1 ´e de Cauchy em E, pois F ´e subespa¸co vetorial de E. Portanto existe x ∈ E tal que lim

n→∞xn = x. Como F ´e fechado temos quex∈F, o que mostra que F ´e completo.

Exemplo 1.1. Sejam X 6= 0 um Espa¸co Normado e f :X →K uma fun¸c˜ao limitada, isto ´e, sua imagem ´e um subconjunto limitado deK. Chamaremos deB(X) o conjunto de tais fun¸c˜oes limitadasf :X →K, que ser´a Banach quando munido da norma:

kfk:= sup

x∈X

|f(x)|.

Vamos verificar que k · k ´e uma norma. De fato:

(N1)

kfk:= sup

x∈X

|f(x)| ≥0

⇔ |f(x)| ≥0 ∀ x.

kfk= 0⇔f = 0

⇒)kfk:= sup

x∈X

|f(x)|= 0,∀ x

⇒|f(x)|= 0,∀x

⇒f(x) = 0,∀x

⇒f = 0.

⇐)f = 0

⇒f = sup

x∈X

|f(x)|= 0,∀x

⇒kfk:= sup

x∈X

|f(x)|= 0.

(14)

(N2)

∀a, ka·fk := sup

x∈X

|a·f(x)|

=|a| ·sup

x∈X

|f(x)|

:=|a| · kfk.

(N3)

kf+gk:= sup

x∈X

|(f +g)(x)|

= sup

x∈X

|f(x) +g(x)|

≤sup

x∈X

[|f(x)|+|g(x)|]

≤sup

x∈X

|f(x)|+ sup

x∈X

|g(x)|

:=kfk+kgk. Vejamos agora a completude.

Seja (fn)n=1 de Cauchy em B(X). Ent˜ao ∀ ε > 0,∃ n0 ∈ N tal que, ∀ m, n≥ n0, vale

kfm−fnk≤ε, mas,

kfm−fnk= sup

x∈X

|fm(x)−fn(x)| ≥ |fm(x)−fn(x)|,∀x∈X. (1.1) Isto significa que, fixadox∈X, (fn(x))n=1´e de Cauchy emK. ComoK´e completo, ent˜ao existe αx ∈K tal que

n→∞lim fn(x) =αx. Com isso, definimos f :X →Kpor

f(x) := limfn(x).

Mostremos que:

(i) f ∈ B(X);

(ii) lim

n→∞fn =f.

De (ii), precisamos mostrar que lim

n→∞kfn−fk= 0.

Dadoε >0, teremos que encontrar n0 tal que n≥n0 ⇒ kfn−fk≤ε,

(15)

mas,

kfn−fk:= sup

x∈X

|fn(x)−f(x)| ≤ε.

Como (fn)n=1 ´e uma sequˆencia de Cauchy, ent˜ao existe n0 que cumpre a equa¸c˜ao 1.1, isto ´e, ∀m, n≥n0,

ε≥ |fm(x)−fn(x)|,∀x∈X. (1.2) Tomandom → ∞na equa¸c˜ao 1.2, obtemos

|f(x)−fn(x)| ≤ε,∀x∈X, (1.3) mas,

|f(x)−fn(x)| ≤ sup

x∈X

|f(x)−fn(x)|=kf−fnk, (1.4) para n ≥ n0. Da´ı, da equa¸c˜ao 1.3 sabemos que (i) (f −fn) ´e limitada, B(X)´e EV f = (f −fn) +fn, como (f −fn)∈ B(X) e fn ∈ B(X), logo f ∈ B(X), e da equa¸c˜ao 1.4 sabemos que (ii) tamb´em significa que

n→∞lim kfn−fk= 0, ou seja, fn →f em B(X).

Exemplo 1.2. Seja um intervalo [a, b] compacto emR. SejaC[a, b] o conjunto de todas as fun¸c˜oes cont´ınuas de [a, b] em K, comoC[a, b] ´e um subespa¸co vetorial do espa¸co de B[a, b] := B([a, b]), ent˜aoC[a, b] ´e um espa¸co normado, com a seguinte norma induzida:

kfk = sup {|f(x)|:x ∈ [a, b]}= m´ax {|f(x)|:x ∈ [a, b]}.

Vamos mostrar queC[a, b] ´e Banach. Do exemplo 1.1, temos queB[a, b] ´e Banach e pela Proposi¸c˜ao 1.1, basta mostrar queC[a, b] ´e subespa¸co fechado deB[a, b]. Devemos provarf ∈ C[a, b]:

fn→f ∈ B(X)

⇔ lim

n→∞kfn−fk= 0

⇔fn→f uniformemente

⇒f ´e cont´ınua .

Exemplo 1.3. O espa¸co das fun¸c˜oes continuamente diferenci´aveis ´e definida por:

C1[a, b] := {f : [a, b]→R:f ´e diferenci´avel em [a, b] ef0 ∈ C[a, b]}.

Sabemos queC1[a, b] subespa¸co vetorial deC[a, b]. No entanto,C1[a, b] n˜ao ´e fechado

(16)

em C[a, b] na norma k · k. Consideremos a seguinte norma sobre C1[a, b]

kfkC1 =kfk+kf0k.

Veremos agora que k · kC1 ´e um espa¸co de Banach. Inicialmente vejamos que ´e uma norma. De fato,

(N1)

kfkC1 :=kfk+kf0k

:= sup

x∈X

|f(x)|+ sup

x∈X

|f0(x)| ≥0.

kfk= 0 ⇔f = 0

⇒)kfkC1 :=kfk+kf0k

:= sup

x∈X

|f(x)|+ sup

x∈X

|f0(x)|= 0

⇒ |f(x)|= 0,∀xe |f0(x)|= 0,∀x

⇒f = 0.

⇐)f = 0

⇒ |f|= 0 e |f0|= 0

⇒ sup

x∈X

|f(x)|+ sup

x∈X

|f0(x)|=kfk+kf0k

:=kf(x)kC1 = 0.

(N2)

kafkC1 :=kafk+k(af)0k

=|a| · kfk+|a|kf0k

:=|a| ·(kfk+kf0k) :=|a| · kfkC1.

(17)

(N3)

kf+gkC1 =kf+gk+kf0+g0k

≤(kfk+kgk) + (kf0k+kg0k)

= (kfk+kf0k) + (kgk+kg0k) :=kfkC1+kgkC1.

Na primeira desigualdade de (N3) aplicamos a desigualdade triangular dak·k.Portanto, k · kC1 ´e uma norma.

Devemos mostrar agora que (C1[a, b],k·kC1) ´e completo. Tomemos uma sequˆencia de Cauchy em (C1[a, , b],k · kC1), como kfk ≤ kfkC1 ekfk≤ kf0kC1, da´ı, as sequˆencias (fn)n=1 e (fn0)n=1 s˜ao de Cauchy em C[a, b]. Sabemos do exemplo 1.2, que C[a, b] ´e completo, logo existemf, g∈ C[a, b] tais quefn →f efn0 →g uniformemente. Usando o Teorema Fundamental do C´alculo temos que, ∀n ∈Ne x∈[a, b] fixados,

fn(x)−fn(a) = Z x

a

fn0(t)dt,

∀x∈[a, b] en ∈N.

Tomandon → ∞, comofn→f, teremos f(x)−f(a) = lim

n→∞fn(x)− lim

n→∞fn(a)

= lim

n→∞

Z x a

fn0(t)dt.

Da Proposi¸c˜ao A.4 do apˆendice, temos que:

f(x)−f(a) = lim

n→∞

Z x a

fn0(t)dt

= Z x

a

n→∞lim fn0(t)dt

= Z x

a

g.

Portanto, do Teorema Fundamental do C´alculo,f ´e deriv´avel e f0 =g. Concluindo quef ∈ C1[a, b].Como,

kfn−fkC1 =kfn−fk+kfn0 −f0k

=kfn−fk+kfn0 −gk→0.

Na segunda igualdade usamos o fato def0 =g, e na→ tomamos n→ ∞, logofn→f efn0 →g. Isso conclui que C1[a, b] ´e Banach.

(18)

De maneira an´aloga aC1[a, b] definimos fun¸c˜oes que s˜ao duas vezes diferenci´aveis:

C2[a, b] :={f : [a, b]→R:f ´e diferenci´avel em [a, b] e f0 ∈ C1[a, b]}.

De modo an´alogo aC1[a, b],C2[a, b] ser´a espa¸co de Banach com a seguinte norma:

kfkC2 =kfk+kf0k+kf00k.

Indutivamente, definimos o espa¸co das fun¸c˜oes k vezes diferenci´aveis por Ck[a, b] :=

f : [a, b]→R f ´e diferenci´avel em[a, b] ef0 ∈Ck−1[a, b] , cuja norma ser´a dada por

kfkCk :=kfk+kf(1)k+· · ·+kf(k)k, onde f(k) representa a k-´esima derivada de f.

Usaremos as seguintes normas sobreKn, com n∈N: k(a1, . . . , an)k1 =|a1|+· · ·+|an|, k(a1, . . . , an)k2 = (|a1|2+· · ·+|an|2)1/2, k(a1, . . . , an)k= m´ax{|a1|,· · ·,|an|}.

Mostraremos que todo espa¸co de dimens˜ao finita ´e completo, para isso precisaremos do seguinte lema:

Lema 1.2. Tome B = {x1, ..., xn} um conjunto linearmente independente. Ent˜ao existe uma constante c >0, que depende deB, tal que,

ka1x1 +· · ·+anxnk ≥c(|a1|+· · ·+|an|),

∀a1,· · · , an∈K.

Demonstra¸c˜ao. Sabemos que emRn, quaisquer duas normas s˜ao equivalentes, ver (de- fini¸c˜aoA.9 no apˆendice.) O resultado vale de forma an´aloga para Cn. Vamos verificar que

(a1,· · · , an)∈Kn

n

X

j=1

ajxj E

∈R,

´e uma norma emKn:

(19)

(N1)

n

X

j=1

ajxj

≥0, por k · k:E →Rser norma.

k(a1, . . . , an)kKn = 0⇔(a1, . . . , an) = (0, . . . ,0) = 0Kn

⇒)0Kn =k(a1,· · · , an)kKn :=

n

X

j=1

ajxj E k·k´e norma

n

X

j=1

ajxj = 0

B ´e base

⇒ a1 =· · ·=an = 0.

⇐)k0Knk=k(0,0,· · · ,0)kKn :=

n

X

j=1

0·xj E

=k0EkE = 0Kn.

(N2)

kλ·(a1, . . . , an)kKn =k(λ·a1, . . . , λ·an)kKn

=

n

X

j=1

λajxj

= λ

n

X

j=1

ajxj

! E

=|λ|

n

X

j=1

ajxj E

=|λ|k(a1,· · · , an)kKn.

(20)

(N3)

k(a1,· · · , an) + (b1,· · · , bn)kKn =k(a1+b1,· · · , an+bn)kKn

=

n

X

j=1

(aj+bj)xj

E

=

n

X

j=1

ajxj

! +

n

X

j=1

bjxj

! E Desig.T riang.

n

X

j=1

ajxj

E

+

n

X

j=1

bjxj

E

=k(a1,· · ·, an)kKn+k(b1,· · · , bn)kKn. Portantok · kKn ´e uma norma emKn que ser´a equivalente `a norma, ou seja, ∃c >0 tal que

ka1x1+· · ·+anxnkE =:k(a1, . . . , an)kKn

≥ck(a1, . . . , an)kKn

=c(|a1|+· · ·+|an|).

Teorema 1.3. Seja E um Espa¸co Normado comdimE <∞, ent˜aoE ´e Banach. Logo para todo subespa¸co de dimens˜ao finita, num Espa¸co Normado E ´e fechado (em E).

Demonstra¸c˜ao. Considere{β1,· · · , βn}uma base normalizada deE. Seja uma sequˆencia de Cauchy (xk)k=1 em E. Portanto existem ´unicos escalares ak1,· · · , akn onde

xk =ak1β1+· · ·+aknβn.

Dado ε >0, tomemos n0 ∈ N tal que kxk−xmk < c·,∀k, m ≥ n0, em que c ´e a constante do Lema 1.2. Da´ı temos que:

kxk−xmk=k(ak1β1+· · ·+aknβn)−(am1 β1+· · ·+amnβn)

≥c|(ak1 +· · ·+akn)−(am1 +· · ·+amn)|.

Logo,

n

X

j=1

(akj −amjj

≥c

n

X

j=1

akj −amj .

(21)

Da´ı,

⇒ |akj −amj | ≤

n

X

j=1

|akj −amj |

≤ 1 c

n

X

j=1

(akj −amjj

= 1 c

n

X

j=1

akjβj

n

X

j=1

amj βj

= 1

ckxk−xmk

< 1

c ·c·=,

para todosk, m≥n0. Portanto, para cadaj = 1, . . . , n,fixado, temos que a sequˆencia de escalares (akj)k=1 ´e de Cauchy (em K), logo convergente, existindo lim

k→∞akj = bj ∈ K,∀j = 1, ..., n. Note que lim

k→∞|akj −bj| = 0, para j = 1, . . . , n. Consideremos x = b1β1+· · ·+bnβn ∈E. Com isso,

k→∞lim kxk−xk= lim

k→∞k(ak1β1+· · ·+aknβn)−(b1β1+· · ·bnβn)k

= lim

k→∞

n

X

j=1

(akj −bjj

≤ lim

k→∞

n

X

j=1

(akj −bjj

≤ lim

k→∞

n

X

j=1

|akj −bj|kβjk

=

n

X

j=1

k→∞lim |akj −bj|= 0.

Na primeira desigualdade aplicamos a desigualdade triangular, ja na ´ultima igualdade usamos o fato de kβjk = 1, o que prova que xk → x, logo E ´e Banach. A segunda afirma¸c˜ao segue da Proposi¸c˜ao 1.1.

1.2 Espa¸ cos de sequˆ encias: `

, c

0

, c

00

e `

p

Como vimos na se¸c˜ao anterior, todo espa¸co normado de dimens˜ao finita ´e Banach.

Vamos mostrar alguns espa¸cos de dimens˜ao infinita que s˜ao Banach.

Veremos agora dois resultados bastante importantes: Desigualdades de H¨older e de Minkowski.

(22)

Proposi¸c˜ao 1.4. (Desigualdade de H¨older) Sejam p, q ≥1, com 1p +1q = 1. Logo

n

X

j=1

jγj| ≤

n

X

j=1

j|p

!1p n X

j=1

j|q

!1q

(1.5)

para todos escalaresβj, γj, j = 1,· · · , n∈N.

Demonstra¸c˜ao. Devemos inicialmente mostrar, que ∀a, b >0, temos a1p ·b1q ≤ a

p + b

q · (1.6)

Tome a fun¸c˜aof =fα : (0,∞)→R, tal que f(t) =tα−αt com 0< α <1. Ent˜ao f0(t) = αtα−1−α=α(tα−1−1). Vamos analisar a derivada da fun¸c˜ao.

A fun¸c˜ao f(t) com t = 1 ser´a ponto de m´aximo, pois f00(t) = α(α−1)tα−2 < 0, quando f0(t)>0 ent˜ao 0 < t <1 e quando f0(t)<0 ent˜ao t >1.

Como a fun¸c˜ao ´e ponto de m´aximo ent˜ao f(t) ≤ f(1) e substituindo na fun¸c˜ao tomada, teremos que:

tα ≤αt+ (1−α).

Considerando t = ab e α= 1p, da´ı a

b 1p

≤ 1

p a

b

+

1− 1 p

· (1.7)

Multiplicando a equa¸c˜ao 1.7 por b, temos

a1p ·b1−p1 ≤a b

1 p·b

+

1−1

p

·b. (1.8)

Como 1p +1q = 1, ent˜ao

1

q = 1− 1

p · (1.9)

Substituindo a equa¸c˜ao 1.9 na equa¸c˜ao 1.8, temos ap1 ·b1q ≤a

b

1 p ·b

+

1 q

·b= a

p

+ b

q

· (1.10)

Portanto a inequa¸c˜ao 1.6 est´a provada.

Vamos agora dividi-la em dois casos:

1) Se

n

X

j=1

j|= 0 ou

n

X

j=1

j|= 0, n˜ao h´a o que fazer.

(23)

2) Se

n

X

j=1

j| 6= 0 e

n

X

j=1

j| 6= 0 e usando a inequa¸c˜ao 1.6, devemos mostrar que a inequa¸c˜ao 1.5 ´e verdadeira.

Vamos considerar

aj = |βj|p

n

X

k=1

k|p

e bj = |γj|q

n

X

k=1

k|q

· (1.11)

Substituindo 1.11 em 1.10, obtemos

(aj)1p ·(bj)1q =

j|p

n

X

k=1

k|p

1 p

·

j|q

n

X

k=1

k|q

1 q

≤ aj p + bj

q

(|βj|p)1p (

n

X

k=1

k|p)1p

! · (|γj|q)1q (

n

X

k=1

k|q)1q

! ≤ aj p + bj

q

j||γj| (

n

X

k=1

k|p)1p

!

· (

n

X

k=1

k|q)1q

! ≤ aj

p + bj

q

j||γj| (

n

X

k=1

k|p)1p

!

· (

n

X

k=1

k|q)1q

! ≤

j|p n

X

k=1

k|p

p +

j|q n

X

k=1

k|q q

· (1.12)

Passando

n

X

j=1

em ambos os lados da inequa¸c˜ao 1.12, temos

n

X

j=1

j||γj|

(

n

X

k=1

k|p)1p

!

· (

n

X

k=1

k|q)1q

! ≤

n

X

j=1

j|p

n

X

k=1

k|p

p +

n

X

j=1

j|q

n

X

k=1

k|q q

(24)

n

X

j=1

j||γj|

(

n

X

k=1

k|p)1p

!

· (

n

X

k=1

k|q)1q

! ≤

(|β1|)p+···+(|βn|)p (|β1|)p+···+(|βn|)p

p +

(|γ1|)q+···+(|γn|)q (|γ1|)q+···+(|γn|)q

q

!

n

X

j=1

j||γj|

(

n

X

k=1

k|p)p1

!

· (

n

X

k=1

k|q)1q

! ≤ 1

p +1 q

· (1.13)

Substituindo 1p + 1q = 1, tomando k =j e invertendo a desigualdade, temos:

n

X

j=1

jγj| ≤ (

n

X

j=1

j|p)1p

!

· (

n

X

j=1

j|q)1q

!

· (1.14)

Logo, em 1.14 fica provado 1.5.

Proposi¸c˜ao 1.5. (Desigualdade de Minkowski) Dado p≥1, vale

n

X

k=1

kk|p

!1p

n

X

k=1

k|p

!1p +

n

X

k=1

k|p

!p1

para todos escalaresβk, γk, k= 1,· · · , n, n∈N.

Demonstra¸c˜ao. Claramente temos que para p = 1 a desigualdade ´e v´alida. Agora, vamos supor parap > 1. No caso em que

" n X

k=1

(|βk|+|γk|)p

#1p

= 0, ´e imediato. Vamos supor que

" n X

k=1

(|βk|+|γk|)p

#p1

6= 0 · (1.15)

Ent˜ao,

(|βk|+|γk|)p = (|βk|+|γk|)p·

k|+|γk|

k|+|γk|

=

= (|βk|+|γk|)p·(|βk|+|γk|)·(|βk|+|γk|)−1 =

(25)

= (|βk|+|γk|)·(|βk|+|γk|)p−1 =

=|βk| ·(|βk|+|γk|)p−1+|γk| ·(|βk|+|γk|)p−1. (1.16) Como 1p + 1q = 1, ent˜ao p = q(p−1), usando a desigualdade de H¨older, em cada parte de 1.16, temos

n

X

k=1

k| ·(|βk|+|γk|)p−1 Des.Holder

n

X

k=1

k|p

!1p

·

n

X

k=1

(|βk|+|γk|)q·(p−1)

!1q

=

n

X

k=1

k|p

!1p

·

n

X

k=1

(|βk|+|γk|)p

!1q

. (1.17)

De maneira an´aloga a 1.17, temos que

k| ·(|βk|+|γk|)p−1 Des.Holder

n

X

k=1

k|p

!1p

·

n

X

k=1

(|βk|+|γk|)p

!1q

. (1.18)

Substituindo 1.17 e 1.18 em 1.16, obtemos:

n

X

k=1

(|βk|+|γk|)p

n

X

k=1

k|p

!1p

·

n

X

k=1

(|βk|+|γk|)p

!1q +

n

X

k=1

k|p

!1p

·

n

X

k=1

(|βk|+|γk|)p

!1q

=

n

X

k=1

(|βk|+|γk|)p

!1q

·

n

X

k=1

k|p

!1p +

n

X

k=1

k|p

!1p

n

X

k=1

(|βk|+|γk|)p

n

X

k=1

(|βk|+|γk|)p

!1q

n

X

k=1

k|p

!1p +

n

X

k=1

k|p

!1p

" n X

k=1

(|βk|+|γk|)p

#1−1q

n

X

k=1

k|p

!1p +

n

X

k=1

k|p

!1p

 · (1.19)

(26)

Como 1p +1q = 1, ent˜ao 1p = 1− 1q e substituindo em 1.19 obtemos

" n X

k=1

(|βk|+|γk|)p

#1p

n

X

k=1

k|p

!1p +

n

X

k=1

k|p

!1p

 · (1.20)

Portanto, em 1.20 est´a provado a desigualdade de Minkowski.

Exemplo 1.4. Seja ` := {(aj)j=1 : aj ∈ K para todo j ∈ N e sup

j∈N

|aj| < ∞ }, o espa¸co das sequˆencias limitadas, se torna um espa¸co de Banach com a norma

k(aj)j=1k:= sup{|aj|:j ∈N}.

Inicialmente vejamos que ´e uma norma. De fato, observe que:

(N1)

k(aj)j=1k := sup

j∈N

|aj| ≥0

⇔ |aj| ≥0,∀j.

k(aj)j=1k = 0⇔aj = 0

⇒)k(aj)j=1k:= sup

j∈N

|aj|= 0,∀j

⇒ |aj|= 0,∀j

⇒aj = 0,∀j.

⇐)aj = sup

j∈N

|aj|

:=k(aj)j=1k= 0,∀j.

(N2)

k(λ·aj)k:= sup

j∈N

|λ·aj| :=|λ| ·sup

j∈N

|aj|

=|λ| · k(aj)j=1k.

(27)

(N3)

k(aj)j=1+ (bj)j=1k := sup

j∈N

|aj+bj|

≤sup

j∈N

|aj|+ sup

j∈N

|bj|

:=k(aj)j=1k+k(bj)j=1k.

Acima aplicamos a desigualdade de Minkowski 1.5 para chegar ao resultado final, j´a na ´ultima igualdade aplicamos a defini¸c˜ao de k · k.

Devemos mostrar que ` ´e completo.

Seja (an)n=1 uma sequˆencia de Cauchy em `. Note que an = (ank)k=1 ∈`.

Ent˜ao, por (an)n=1 ser de Cauchy, dado ε >0, existe n0 ∈N tal que, ∀m, n≥n0, kan−amk ≤ε,

mas,

kan−amk = sup

k→∞

|ank−amk| ≥ |ank−amk|,∀k, (1.21) isto ´e, ∀k ∈ N fixo, (ank)n=1 ´e de Cauchy em K, logo convergente, isto ´e, existe ak :=

n→∞lim ank, para cada k ∈Nfixado.

Considere a:= (ak)k∈

N, queremos provar:

(i) a = (ak)k=1 ∈`; (ii) an→a∈`.

Para k fixo,

|ank−amk| ≤ε,∀m, n≥n0. (1.22) Tomandom → ∞,

|ak−ank| ≤ε,∀n≥n0,∀k ∈N, (1.23) mas,

|ak−ank| ≤ sup

k→∞

|ak−ank|=:ka−ank,∀n≥n0, ent˜ao,

ka−ank ≤ε,∀n≥n0. (1.24) Da equa¸c˜ao 1.22, (a−an) ´e limitada, isto ´e, pertence ` e da equa¸c˜ao 1.23, temos

(28)

quean pertence a `. Como` ´e um espa¸co vetorial, da´ı:

a= (a−an) +an ∈`,

o que prova (i). A equa¸c˜ao 1.24 significa quean→aem `, o que prova (ii). Portanto

` ´e Banach.

Exemplo 1.5. Sejac0o conjunto de todas as sequˆencias de escalares em que convergem para zero:

c0 ={(ak)k=1 :ak ∈K, para todok ∈N, e ak →0}.

Devemos mostrar que c0 ´e fechado, o que pela Proposi¸c˜ao 1.1 nos garante quec0 ´e Banach.

Como c0 ´e subespa¸co vetorial de ` e ` ´e Banach, isto significa que c0 ´e fechado.

Sejaa:= (ak)k=1, e an:= (ank)k=1 ∈c0,∀n temos que lim

n→∞an =a. Ser´a que a∈c0? Fixemosε >0, ent˜ao existe n0 ∈Ntal que:

ka−ank≤ε, n≥n0 ka−ankk = sup

k→∞

|ak−ank| ≥ |ak−ank|,∀k ∈N. (1.25) Da equa¸c˜ao 1.25, teremos para n ≥n0 fixo,

|ak| ≤ |ak−ank|+|ank|

≤ε+|ank|.

Tomandok → ∞, temos:

k→∞lim |ak| ≤ε+ lim

k→∞|ank| ε+ 0

=ε.

Assim,

a= lim

k→∞|ak| ≤ε,∀ε >0

⇒ lim

k→∞|ak|= 0

⇔a = (ak)k=1 ∈c0. Portanto, c0 ´e fechado.

(29)

Exemplo 1.6. Seja c00 subespa¸co vetorial de c0, onde

c00 :={(ak)k=1 ∈c0 : existe k0 ∈N tal que ak = 0 para todo k ≥k0}.

Tomando os seguintes vetores de c00:

x1 = (1,0,0,0,· · ·), x2 = (1,12,0,0,· · ·),· · · , xn = (1,12,· · ·,n1,0,0,· · ·),· · · Podemos observar que (xn)n=1 ´e uma sequˆencia emc00. Considerex= k1

k=1 ∈c0, comoc0 ´e convergente ent˜ao kxn−xk= n+11 →0 e da´ı temos que xn→x∈c0, mas x /∈ c00, logo c00 ´e um subespa¸co n˜ao fechado de c0, e pela Proposi¸c˜ao 1.1 c00 n˜ao ´e completo.

Exemplo 1.7. Seja `p := {(aj)j=1 : aj ∈ K para todo j ∈ N e

X

j=1

|aj|p < ∞} ´e um espa¸co de Banach com a norma

k(aj)j=1kp :=

X

j=1

|aj|p

!1p .

Devemos mostrar que k.kp ´e uma norma.

Demonstra¸c˜ao. Inicialmente, vejamos que ´e uma norma. Com efeito, note que, (N1)

k(aj)j=1kp :=

X

j=1

|aj|p

!1p

≥0

X

j=1

|aj|p

!1p

≥0.

k(aj)j=1kp = 0 ⇔aj = 0

⇒)k(aj)j=1kp :=

X

j=1

|(aj)|p

!1p

= 0

⇒ |(aj)|p = 0

⇒ k(aj)kp = 0.

(30)

⇐)aj = 0

⇒apj = 0

⇒ |(aj)|p :=

X

j=1

|(aj)|p

!1p

:=k(aj)kp = 0.

(N2)

k(λ·aj)kp =

X

j=1

|λ·aj|p

!1p

=|λ| ·

X

j=1

|aj|p

!1p

=|λ| · k(aj)]kp. (N3)

k(aj) + (bj)kp =

X

j=1

|(aj)|p

!p1 +

X

j=1

|(bj)|p

!1p

X

j=1

|(aj)|p

!1p +

X

j=1

|(bj)|p

!p1

=k(aj)kp+k(bj)kp.

Acima aplicamos a desigualdade de Minkowski 1.5 e na ´ultima igualdade aplicamos a defini¸c˜ao de k · kp. Portanto, k.kp ´e uma norma.

Devemos mostrar agora que `p ´e Banach. Tomando (xn)n=1 uma sequˆencia de Cauchy em `p, e cada

xn = (ζn1, ζn2,· · ·).

Logo

kxn−xmk=

X

j=1

mj −ζnj|p

!1p

≥ |ζmj −ζnj|,

∀j. Da´ı, temos que a sequˆencia (ζnj)j=1 ´e de Cauchy em K, pois (xn)j=1 ´e de Cauchy em `p. Como K ´e completo, ent˜ao lim

n→∞nj) = ζj. Considere x = (ζj)j=1. Devemos mostrar que x pertence a lp e que lim

n→∞(xn) =x.

(31)

Seja >0, existe n0 ∈N, tal que

kxm−xnk ≤,

∀m, n≥n0.

Logo, ∀N →N, temos

N

X

j=1

mj −ζnj|p

!1p

≤,

∀m, n≥n0.

Tomandon → ∞, temos

N

X

j=1

mj −ζj|p

!1p

≤,

∀m≥n0 e N ∈N.E por fim, tomando N → ∞, temos kxm−xk ≤,

∀m≥n0, da´ı lim

n→∞(xn0) =x, portanto lim

n→∞xn =x.

(32)

Cap´ıtulo 2

Espa¸ cos normados: compactos e separ´ aveis

Neste cap´ıtulo mostraremos a utilidade da compacidade em espa¸cos normados tamb´em veremos os espa¸cos separ´aveis e algumas defini¸c˜oes para identific´a-los.

Na primeira se¸c˜ao deste cap´ıtulo veremos a compacidade em espa¸cos normados. Em dimens˜ao finita, mostraremos que s˜ao precisamente fechados e limitados. Exibiremos o Lema de Riesz que nos assegura que em dimens˜ao infinita a bola fechada nunca ser´a compacta.

Na segunda se¸c˜ao deste cap´ıtulo veremos os espa¸cos separ´aveis que s˜ao exatamente os subconjuntos enumer´aveis e densos em um conjunto.

2.1 Compacidade nos espa¸ cos normados

Conjuntos compactos s˜ao de extrema importˆancia em an´alise, em virtude das di- versas aplica¸c˜oes, principalmente em equa¸c˜oes diferenciais. Em dimens˜ao finita os compactos s˜ao precisamente os fechados e limitados. Em dimens˜ao infinita isto n˜ao ocorrer´a, como veremos em seguida.

Defini¸c˜ao 2.1. Um subconjunto K de um espa¸co m´etrico ´e dito compacto, quando toda cobertura aberta deK admite uma subcobertura finita.

Lema 2.1. Seja M espa¸co m´etrico eK ⊂M. S˜ao equivalentes:

(a) K ´e compacto;

(b) Para todo (xn)n=1 em K, existe x∈K e existe (xnk)k=1 tal que lim

k→∞xnk =x.

O pr´oximo resultado assegura que em dimens˜ao finita os compactos s˜ao exatamente os fechado e limitados.

Referências

Documentos relacionados

Na Se¸c˜ ao 39.8 desenvolvemos a teoria dos operadores compactos em espa¸cos de Banach e de Hilbert e obtemos resultados gerais sobre o espectro de tais operadores, o Teorema

Na Se¸c˜ ao 39.8 desenvolvemos a teoria dos operadores compactos em espa¸cos de Banach e de Hilbert e obtemos resultados gerais sobre o espectro de tais operadores, o Teorema

No segundo cap´ıtulo, estudamos os ideais de operadores multilineares, os ideais de polinˆ omios e os conceitos relativos a estes, alguns resultados b´ asicos e uma ca- racteriza¸c˜

e um caso particular do teorema do ponto fixo de Tychonoff pois todo espa¸co de Banach (X, k · k) ´e um espa¸co normado, logo pelo exemplo 3 todo espa¸co de Banach ´. e um

e um caso particular do teorema do ponto fixo de Tychonoff pois todo espa¸co de Banach (X, k · k) ´e um espa¸co normado, logo pelo exemplo 2 todo espa¸co de Banach ´. e um

Nesta se¸c˜ ao enunciaremos o teorema que ´ e uma generaliza¸c˜ ao do teorema do ponto fixo de Brouwer para espa¸cos gerais de Banach, o chamado teorema do ponto fixo de Schauder 3

Neste trabalho estudamos teoria das distribui¸c˜ oes, a transformada de Fourier e a teoria de semigrupos e grupos de operadores lineares e limitados em espa¸cos de Banach.. Para

síntese desenhada baseada nos diferentes temas / layers produzidos pela turma semana 09.