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JORNALISMO E CULTURA DA CONVERGÊNCIA: A NARRATIVA TRANSMÍDIA NA COBERTURA DO CABLEGATE NOS SITES EL PAÍS E GUARDIAN

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Academic year: 2021

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(1)UFSM. Dissertação de Mestrado. JORNALISMO E CULTURA DA CONVERGÊNCIA: A NARRATIVA TRANSMÍDIA NA COBERTURA DO CABLEGATE NOS SITES EL PAÍS E GUARDIAN Maurício Dias Souza. PPGCOM. Santa Maria, RS, Brasil 2011.

(2) 1. Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Sociais e Humanas Departamento de Ciências da Comunicação Programa de Pós-Graduação em Comunicação Mestrado em Comunicação Midiática. A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a proposta de qualificação da dissertação de Mestrado JORNALISMO E CULTURA DA CONVERGÊNCIA: A NARRATIVA TRANSMÍDIA NA COBERTURA DO CABLEGATE NOS SITES EL PAÍS E GUARDIAN elaborada por Maurício Dias Souza Como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Comunicação COMISSÃO EXAMINADORA:. Dr. Luciana Pellin Mielniczuk (Presidente/Orientador) Dr. Eduardo Campos Pellanda (PUCRS) (Primeiro arguidor) Dr. Debora Cristina Lopez (UFSM/CESNORS) (Segundo arguidor) Dr. Eugênia Mariano da Rocha Barichello (UFSM) (Suplente) Santa Maria, março de 2011..

(3) 2. Dedicatória À Adriana Wentzel, minha esposa, pelo amor e carinho que temos um pelo outro desde 1997, pelo companheirismo, mesmo diante da distância nos últimos dois anos, por incentivar-me a ingressar no mestrado e por ter escutado muitas histórias, questionamentos e devaneios relacionados com esta pesquisa. Também dedico este trabalho a Ingrid, minha filha, que me ensina a viver e a valorizar o que há de melhor no mundo: o amor fraterno, o beijo de uma filha, o sorriso de uma criança e a alegria..

(4) 3. Agradecimentos Em primeiro lugar, agradeço a Deus por todas as dádivas recebidas nos últimos anos, em especial, as relacionadas com o mestrado. Agradeço a todas as oportunidades e a todas as pessoas que colocastes no meu caminho para o desenvolvimento deste trabalho. Não há como listar todas, mas menciono as principais. À Adriana e à Ingrid pelo amor, companheirismo, compreensão e por sempre oferecerem-me o apoio que precisei. À minha mãe, Marisa Niederauer Dias, pelo suporte em diversas questões. Ao meu pai, Felipe da Mota e Souza, pela serenidade e por acreditar em mim. À tia Seila Souza pelo carinho, pela imensa generosidade e por sempre ter apostado no meu potencial. Aos meus sogros, Marlene e Élio Wentzel, pelo apoio e a todos os parentes emprestados (“The Wentzel’s”) e amigos de São Paulo pela hospitalidade e pela “bagunça” de fim de ano. Aos amigos pelos momentos compartilhados, em especial, às verdadeiras amizades de Anderson Santos, Mirne Pasqualotto, Eduardo Ritter, Carlos Silveira e Melissa Bonotto. A todos aqueles que partilharam de momentos de angústias e incertezas existenciais e teórico-metodológicas, bem como das alegrias deste turbulento processo de fazer ciência – ou, pelo menos, tentar. Obrigado Silvana Dalmaso, Luciana Carvalho, Patrícia Pérsigo e Fabiano Maggione pelo companheirismo e pela amizade. A todos que contribuíram para os debates nas aulas de Processos Midiáticos e Territorialidades e Mídia e Espaço Público, bem como no Grupo Jornalismo Digital (Jordi). E, também, a continuidade destes debates no caminho de volta para casa ou via e-mail e MSN. À professora Eugênia Barichello por apresentar questões importantes sobre o mundo da academia e pela maneira serena com que conduz a coordenação do curso. À professora Rejane Pozzobon pelo “espalhamento” da minha incipiente produção acadêmica. À minha orientadora, professora Luciana Mielniczuk (Luti) por ter acompanhado todo este processo e por exigir-me “convenções narrativas” para contar a “história” que se segue. Aos professores que compuseram a banca deste trabalho, Eduardo Pellanda e Debora Lopez, pelas inestimáveis contribuições..

(5) 4. À tout le monde (To all the world) Don't remember where I was I realized life was a game More seriously I took things The harder the rules became I had no idea what it'd cost My life passed before my eyes I found out how little I accomplished All my plans denied So as you read this know my friends I'd love to stay with you all Please smile when you think of me My body's gone that's all A tout le monde (To all the world) A tout mes amis (To all my friends) Je vous aime (I love you) Je dois partir (I have to leave) These are the last words I'll ever speak And they'll set me free If my heart was still alive I know it would surely break And my memories left with you There's nothing more to say Moving on is a simple thing What it leaves behind is hard You know the sleeping feel no more pain And living, all are scarred (Dave Mustaine, Megadeth).

(6) 5. Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Sociais e Humanas Departamento de Ciências da Comunicação Programa de Pós-Graduação em Comunicação Título: Jornalismo e cultura da convergência: a narrativa transmídia na cobertura do Cablegate nos sites El País e Guardian Autor: Maurício Dias Souza Orientador: Luciana Pellin Mielniczuk. RESUMO. A narrativa transmídia (NT) é a forma de contar histórias com o uso combinado de diferentes tipos de plataformas. Cada história apresentada em uma plataforma representa um trecho da narrativa maior e mostra uma perspectiva distinta, fazendo com que se tenha compreensão adicional da obra. Além disso, a NT tem a participação ativa da audiência na produção e na ampliação do acesso aos conteúdos. A presente dissertação estuda como os sites El País e Guardian apropriam-se de princípios norteadores do modelo NT para contar a história Cablegate - documentos diplomáticos trocados entre as embaixadas norte-americanas e a Secretaria de Estado dos EUA. Os documentos foram encaminhados anonimamente ao site da organização ativista WikiLeaks, responsável por repassar às empresas jornalísticas. Observou-se que a história contada pelos dois grupos jornalísticos foi apresentada com o uso de múltiplas plataformas, diferentes formatos de conteúdos, participação ativa da audiência na elaboração de entrevistas e na recomendação de trechos da narrativa. Com base nesse estudo, reflete-se sobre as particularidades da NT no jornalismo. Palavras-chave: jornalismo digital - cultura da convergência – narrativa transmídia.

(7) 6. Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Sociais e Humanas Departamento de Ciências da Comunicação Programa de Pós-Graduação em Comunicação Title: Journalism and convergence culture: the transmedia storytelling in Cablegate’s coverage by El País and Guardian Author: Maurício Dias Souza Adviser: Luciana Pellin Mielniczuk. ABSTRACT The Transmedia Storytelling (TS) is a story presentation form with integrated use of different types of platform. Each story telling in each platform represents one part of big narrative and shows a distinct perspective, giving to the public an additive compression. Furthermore, the TS has an audience active participation in the production and the circulation of media content. The present dissertation study how El País.com and Guardian.co.uk are appropriated of TS core principles to tell the story Cablegate – US embassy cables. The documents were mailed anonymously to WikiLeaks’ site, responsibly to forward to journalistic organizations. Observes that the story tell by two journalistic groups was presented with use of multiple platform, different content form, audience active participation in interview elaboration and in the narrative parts recommendations. With this study, reflect about the TS singularity in journalism. Key-words: digital journalism - convergence culture – transmedia storytelling.

(8) 7. LISTA DE FIGURAS. FIGURA 1 – O cenário das indústrias de comunicação e informação de 1979 e a expectativa para 2000 na visão de Negroponte (Fonte: Fidler, 1997)............................................................ FIGURA 2 – Primeira fase da trilogia cinematográfica Star Wars, com seus filmes e extensões..................................................................................................................................... FIGURA 3 – Segunda fase da trilogia cinematográfica Star Wars, com seus filmes e extensões..................................................................................................................................... FIGURA 4 – A trilogia cinematográfica Matrix (à esquerda) e suas extensões midiáticas (à direita)......................................................................................................................................... FIGURA 5 – Mapa encontrado pelos fãs de Lost a partir da união das quatro imagens existentes no verso dos quebra-cabeças..................................................................................... FIGURA 6 – Infografia do Estadão, publicada em 2 dez. 2010, explica o funcionamento do WikiLeaks................................................................................................................................... FIGURA 7 – Página do site do El País que explica como deve ser feita a leitura dos documentos diplomáticos ........................................................................................................... FIGURA 8 – Os sites dos quatro jornais (Guardian, El País, New York Times e Le Monde) e da revista Spiegel com conteúdos sobre o Cablegate ............................................................... FIGURA 9 – Seção do especial Los Papeles del Departamento de Estado, do El País, mostra as empresas colaboradores da cobertura Cablegate e traz links para os especiais.......... FIGURA 10 – Especial Los Papeles del Departamento de Estado com os espaços de contextualização (leras A, B e C) e participação ( letra D)......................................................... FIGURA 11 – Página inicial do especial do Guardian sobre o Cablegate traz material de contextualização (letras A, B e C), acesso a todas as matérias por temática e atualização (D) e espaços de participação (E)...................................................................................................... FIGURA 12 – Tuite mais retuitado do Guardian sobre o Cablegate no dia 7 dez. 2010............................................................................................................................................. FIGURA 13 – Tuite mais retuitado do El País sobre o Cablegate no dia 7 de dez. 2010............................................................................................................................................. FIGURA 14 – Tuites mais retuitados de toda tuitosfera no período de 28 nov. 2010 e 28 dez. 2010 são do WikiLeaks. O primeiro tuite trata do vazamento e o segundo da cobertura do Guardian..................................................................................................................................... FIGURA 15 – Mensagem mais recomendada no Facebook do Guardian sobre o Cablegate, publicada no dia 9 dez. 2010....................................................................................................... FIGURA 16 – Mensagem mais recomendada no Facebook do El País sobre o Cablegate, publicada no dia 13 dez. 2010..................................................................................................... FIGURA 17 – Seção Todos los Cables, do El País, com resultado da busca sobre documentos que citam o Brasil................................................................................................... FIGURA 18 – Infográfico em base de dados do Guardian permite consulta às histórias e aos documentos. Na imagem acima, o resultado da busca pelos documentos e matérias sobre o Brasil........................................................................................................................................... FIGURA 19 – Matéria do El País do dia 8 de dezembro traz links externos para Mastercard (A), Visa (B) e ABC News (C)................................................................................................... FIGURA 20 – Seção Key Points, do Guardian. sintetiza o material sobre o Cablegate........... FIGURA 21 – El País usou Facebook para divulgar os documentos secretos que mencionam a Espanha..................................................................................................................................... FIGURA 22 – Guardian usou o Twitter para divulgar a cobertura do Cablegate..................... FIGURA 23 – Timeline do Twitter do El País dos dias 9 e 10 dez. 2010 sobre o Cablegate e a continuidade narrativa entre os blocos A e B........................................................................... FIGURA 24 – Matérias do primeiro segmento narrativo trazem links para matérias que se enquadram neste mesmo segmento e no segundo........................................................................ 21 67 68 73 93 123 127 129 130 139 142 158 158 159 161 162 167 168 171 172 173 174 175 177.

(9) 8. FIGURA 25 – Mensagem do Facebook indica continuidade no site do Guardian sobre a Operação Payback...................................................................................................................... FIGURA 26 – Página sobre o WikiLeaks no Guardian mostra conteúdos sobre as três histórias: Cablegate (A), Afghanistan War Logs (B) e Iraq War Logs (C)............................... FIGURA 27 – Site da Juice Media traz série de seis episódios Rap News................................ FIGURA 28 – Vídeo produzido pela New Media Animation faz humor com Assange, Miss A e Miss W.................................................................................................................................. FIGURA 29 – Mapa dos cabos diplomáticos no Data Blog, no Guardian................................ FIGURA 30 – Máscara de Assange usada por manifestantes pró-WikiLeaks é um exemplo de capacidade de extração da narrativa....................................................................................... FIGURA 31 – Assange virou personagem de presépio na Itália............................................... FIGURA 32 – Infográfico mostra os locais de onde foram enviados os documentos diplomáticos................................................................................................................................ FIGURA 33 – Matéria do El País remete a página que caracterizam as personagens da história......................................................................................................................................... FIGURA 34 – Serialidade no El País une histórias do site com a rede Eskup e o Facebook... FIGURA 35 – Blog Proyecto [C] revela bastidores da cobertura do WikiLeaks...................... FIGURA 36 – Conta especial do Facebook sobre os documentos vazados............................... FIGURA 37 – Seção Entre Comillas, da rede social Eskup, com frase do diretor da Divisão de Inteligência, da Polícia Federal, Daniel Lorenz, sobre o terrorismo na Tríplice Fronteira.... FIGURA 38 – Post de Miguel Medina na seção Las Reacciones, na rede Eskup, sobre o Open Leaks.................................................................................................................................. FIGURA 39 – Timeline do Twitter do Guardian sobre a entrevista com Assange feita pelos internautas................................................................................................................................... FIGURA 40 – Fragmento de entrevista feita pelos internautas do Guardian no dia 3 dez. 2010 com Julian Assange............................................................................................................ FIGURA 41 – El País usou o Facebook para divulgar entrevista com o diretor da publicação. 179 181 183 184 186 188 189 191 192 196 199 201 203 204 205 206 206.

(10) 9. LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Princípios da NT......................................................................................... TABELA 2 – Noção de narrativa e as particularidades da notícia................................... TABELA 3 – Noção de modos de narratividade e as particularidades de notícia............ TABELA 4 – Contexto retórico e tríplice exigência da narrativa jornalística.................. TABELA 5 – Mapeamento do volume de material jornalístico sobre o Cablegate nos sites El País e Guardian.................................................................................................... TABELA 6 – Mapeamento do conteúdo sobre o Cablegate postado por El País e Guardian nas mídias sociais.............................................................................................. TABELA 7 – Grupo A (Contextualização)....................................................................... TABELA 8 – Grupo B1 – Narrativa – El País................................................................ TABELA 9 – Grupo B2 – Narrativa – Guardian.............................................................. TABELA 10 – Grupo C (Participação)............................................................................. TABELA 11 – Resumo da observação dos operadores e relação com os grupos da amostra............................................................................................................................... TABELA 12 – Tuites sobre o WikiLeaks e o Cablegate no período de 28 de nov. 2010 a 28 dez. 2010.................................................................................................................... TABELA 13 – Perfis do Facebook e recomendação às mensagens sobre Cablegate no período de 28 de nov. 2010 a 28 dez. 2010....................................................................... TABELA 14 – Recomendação das matérias a partir do site............................................. TABELA 15 – Cartolas usadas por El País e Guardian e a serialidade........................... TABELA 16 – Selos do El País e serialidade................................................................... TABELA 17 – Selo do Guardian e serialidade................................................................ TABELA 18 – Performance na seção Q&A do Guardian................................................ TABELA 19 – Performance nas Entrevista do El País..................................................... 76 100 101 103 145 146 147 148 148 145 155 158 163 164 194 195 197 205 207.

(11) 10. SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................................ 12 1 DA CONVERGÊNCIA À CULTURA DA CONVERGÊNCIA............................... 1.1 CONVERGÊNCIA, MIDIAMORFOSE E REMEDIAÇÃO...................................... 1.2 CULTURA DA CONVERGÊNCIA........................................................................... 1.2.1 Convergência das mídias........................................................................................ 1.2.2 Cultura participativa.............................................................................................. 1.2.3 Inteligência coletiva................................................................................................ 1.3 CONVERGÊNCIA JORNALÍSTICA......................................................................... 1.3.1 Aproximação cultural da convergência jornalística............................................. 18 19 30 32 35 37 41 45. 2 NARRATIVA TRANSMÍDIA E SEUS PRINCÍPIOS.............................................. 2.1 NARRATIVA E NARRATIVIDADE........................................................................ 2.2 NARRATIVA TRANSMÍDIA.................................................................................... 2.2.1 Origens da NT......................................................................................................... 2.2.2 Lógica transmídia................................................................................................... 2.2.3 A transmídia em Star Wars e em Matrix............................................................... 2.3 PRINCÍPIOS DA NARRATIVA TRANSMÍDIA...................................................... 2.3.1 Espalhamento X Capacidade de Perfuração........................................................ 2.3.2 Imersão X Capacidade de Extração...................................................................... 2.3.3 Senso de Continuidade X Multiplicidade............................................................. 2.3.4 Construção do Universo......................................................................................... 2.3.5 Serialidade............................................................................................................... 2.3.6 Subjetividade........................................................................................................... 2.3.7 Performance............................................................................................................. 48 49 53 57 60 63 73 76 80 83 86 88 89 90. 3 NARRATIVA JORNALÍSTICA E CONVERGÊNCIA........................................... 3.1 NOTÍCIA COMO NARRATIVA................................................................................ 3.1.1 Notícia, narrativa e narratividade......................................................................... 3.1.2 Narrativa jornalística digital................................................................................. 3.2 NARRATIVA JORNALÍSTICA NO CONTEXTO DA CONVERGÊNCIA............ 3.2.1 Produção integrada................................................................................................. 3.2.2 Polivalência profissional......................................................................................... 3.2.3 Audiência ativa........................................................................................................ 3.2.4 Circulação multiplafatorma................................................................................... 3.3 TRATAMENTO DA NARRATIVA JORNALÍSTICA E CIRCULAÇÃO MULTIPLATAFORMA..................................................................................................... 93 93 98 101 106 106 107 108 110. 4 EL PAÍS E GUARDIAN CONTAM A HISTÓRIA CABLEGATE........................... 4.1 A HISTÓRIA: CABLEGATE..................................................................................... 4.1.1 Justificativa da escolha da história........................................................................ 4.2 OS CONTADORES DA HISTÓRIA.......................................................................... 4.2.1 El País....................................................................................................................... 4.2.2 Guardian.................................................................................................................. 4.3 AMOSTRA.................................................................................................................. 4.4 OPERADORES DE OBSERVAÇÃO.......................................................................... 120 121 134 135 135 138 141 147. 115. 5 PRINCÍPIOS DA NT NO JORNALISMO................................................................. 154.

(12) 11. 5.1 ESPALHAMENTO..................................................................................................... 5.1.1 Twitter...................................................................................................................... 5.1.2 Facebook.................................................................................................................. 5.1.3 Site........................................................................................................................... 5.2 CAPACIDADE DE PERFURAÇÃO E JORNALISMO............................................ 5.2.1 Cabos diplomáticos................................................................................................. 5.2.2 Memória e matérias contextuais e relacionais...................................................... 5.2.3 Sites externos........................................................................................................... 5.2.4 Perfuração transmídia............................................................................................ 5.3 SENSO DE CONTINUIDADE E JORNALISMO..................................................... 5.3.1 Continuidade ao nível do segmento narrativo...................................................... 5.3.2 Continuidade entre segmentos narrativos............................................................ 5.3.3 Continuidade e transmidiação............................................................................... 5.4 MULTIPLICIDADE E JORNALISMO...................................................................... 5.4.1 Histórias paralelas.................................................................................................. 5.4.2 Multiplicidade alternativa...................................................................................... 5.5 IMERSÃO E JORNALISMO...................................................................................... 5.6 CAPACIDADE DE EXTRAÇÃO............................................................................... 5.7 CONSTRUÇÃO DE UNIVERSO............................................................................... 5.8 SERIALIDADE........................................................................................................... 5.8.1Cartolas e selos......................................................................................................... 5.8.2 Palavra-chave.......................................................................................................... 5.9 SUBJETIVIDADE....................................................................................................... 5.9.1 Subjetividade em relação à narração.................................................................... 5.9.2 Subjetividade em relação ao formato.................................................................... 5.10 PERFORMANCE...................................................................................................... 5.11 NARRATIVA JORNALÍSTICA TRANSMÍDIA...................................................... 154 155 158 161 163 163 166 167 171 172 172 174 176 178 178 180 182 185 187 191 192 195 196 196 198 201 206. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 210 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 217 APÊNDICES.................................................................................................................... 226 APÊNDICE A - MATÉRIAS MAIS RECOMENDADAS DA LINHA NARRATIVA WIKILEAKS E SEU FUNDADOR NO EL PAÍS ........................................................... 227 APÊNDICE B - MATÉRIAS MAIS RECOMENDADAS DA LINHA NARRATIVA WIKILEAKS E SEU FUNDADOR NO GUARDIAN.................................................... 236 ANEXOS .......................................................................................................................... 245 ANEXO A – CABO DIPLOMÁTICO SOBRE CRISTINA KIRCHNER NO GUARDIAN ..................................................................................................................... 246 ANEXO B – CABO DIPLOMÁTICO SOBRE MADELEINE MCCANN NO EL PAÍS .................................................................................................................................. 247.

(13) 12. INTRODUÇÃO “Se você quer saber como vão as coisas, o buraco está aí. Vá ver você mesmo”, disse rispidamente Homer Collins ao ser interrogado por um jovem franzino sobre seu irmão, Floyd, soterrado na gruta Sand Cave, no Kentucky, no dia 30 de janeiro de 1925. O jovem chamava-se Skeets Miller e trabalhava para o Courier Journal, de Lousville. Miller aceitou o desafio e entrou na gruta à procura de Floyd. Ao encontrá-lo, comoveu-se com o sofrimento do camponês, que estava com a perna esquerda imobilizada. A história atraiu mais de 1,2 mil jornais e mais de 40 mil pessoas até Cave City para acompanhar o resgate do camponês. Skeets Miller recebeu o Pulitzer pela reportagem, considerada um marco para o jornalismo1. O exemplo acima ilustra o interesse de jornalistas e público pelas histórias da vida real, sejam de personalidades públicas ou de pessoas comuns, como o camponês norteamericano Floyd Collins. Entre a época em que Miller escreveu a reportagem até a atualidade, as formas de contar histórias diversificaram-se. Como afirma Schudson (1994), as notícias são compostas de convenções narrativas que variam conforme o tempo e a sociedade. Uma forma de compreender o contexto contemporâneo, a partir da relação da sociedade com a mídia, é a concepção da Cultura da Convergência. Para Jenkins (2009a), a convergência deve ser vista como uma mudança cultural, na qual as diferentes mídias convivem e os produtores e consumidores têm suas relações e papéis modificados. Jenkins (2009a) constata que o público, além de estar mais crítico, exigente e participativo, tornou-se migratório, isto é, busca informações e entretenimento em diversas plataformas e em vários formatos de conteúdos. A partir da noção de Cultura da Convergência, Jenkins (2004, 2009a) identifica uma forma de contar histórias chamada narrativa transmídia2, a qual é caracterizada pelo uso sinérgico de diferentes plataformas. Para o autor, cada narrativa apresentada em uma plataforma deve ser considerada como uma parte de uma história maior. As trilogias cinematográficas Star Wars e Matrix são exemplos dessa forma de contar histórias, sendo ambas contadas por meio de filmes e de extensões midiáticas, ou seja, de produtos que ampliam diferentes perspectivas ou aspectos da história, como as personagens secundárias ou as narrativas paralelas à principal.. 1. Conforme Sodré e Ferrari (1986), a história contada por Skeets Miller pode ser uma das primeiras reportagens. Adota-se nesta dissertação o termo transmídia conforme a reedição revisada de Cultura da Convergência (JENKINS, 2009a), e não transmidiática, como na primeira edição brasileira do livro.. 2.

(14) 13. A exemplo de Star Wars e Matrix, a narrativa transmídia oferece graus distintos de experiência com a história em função da variedade das extensões midiáticas. Por exemplo, no cinema há uma experiência social coletiva e uma experiência audiovisual ampliada. No game, a experiência pode ser individual e o jogador sente que pode mudar o direcionamento da história em função de seu desempenho. A concepção de narrativa transmídia considera também as produções dos fãs baseadas em qualquer elemento do universo ficcional como produtos que integram a história. Em razão do conjunto de características, Jenkins (2010) diz que a narrativa transmídia é um padrão constituído de princípios norteadores que encanta e apaixona produtores e fãs. Além do entretenimento, Jenkins (TRANSMÍDIA, 2010) afirma que o jornalismo pode contar histórias sob o formato transmídia. O autor lembra que o tratamento das revistas, ao aprofundar as notícias apresentadas em jornais, sites e programas de rádio e televisão, ajuda a ampliar e contextualizar a narrativa. As revistas abordam as histórias de formas distintas dos demais produtos jornalísticos. Segundo Jenkins (TRANSMÍDIA, 2010), o importante é que cada plataforma seja utilizada de modo a contribuir de forma distinta para o entendimento do todo – função chamada pelo autor de “compreensão adicional”. Em conformidade com as considerações de Jenkins (TRANSMÍDIA, 2010), formulase como problema de pesquisa a seguinte questão: como o jornalismo se apropria dos princípios da narrativa transmídia para contar histórias? A pertinência de tal problema de pesquisa se baseia no fato de que o jornalismo conta histórias regidas por convenções que se modificam conforme a época e a sociedade. Em tempos de convergência, a transmídia configura-se como uma possibilidade e não uma convenção determinante, visto que não é obrigatório adotar esse padrão de contar história para toda e qualquer narrativa. Embora não seja uma convenção, a expectativa de trabalhar com o formato transmídia no jornalismo e de aplicá-lo levando em consideração questões já comprovadas no entretenimento pode cativar tanto o público quanto os jornalistas. A transmídia é considerada por Jenkins (2009b) como uma lógica que não se restringe ao entretenimento. Para se informar, as pessoas utilizam-se da lógica transmídia ao procurar o mesmo assunto nos jornais, no rádio, na televisão e na internet. A cada novidade sobre um mesmo assunto, as pessoas também têm compreensão adicional do todo. Autores como Deuze (2009b) e Cristofoletti (2008) fazem referência à utilização da NT no jornalismo. Deuze (2009b) acredita que as histórias contadas pelos jornalistas podem ser complementadas pelas do público, de maneira a considerá-las como uma única narrativa. A associação feita por Christofoletti (2008) ao modelo NT aplicado ao jornalismo é que, ao.

(15) 14. agregar diferentes formatos de conteúdos para contar uma história, seria possível contemplar públicos heterogêneos. Para estudar como o jornalismo se utiliza do padrão NT para contar história, é necessário considerar os princípios que norteiam essa forma de contar. Conforme Jenkins (2009b), os princípios são: (1) espalhamento X capacidade de perfuração, ambos ligados à circulação dos produtos midiáticos; (2) senso de continuidade X multiplicidade, elementos relacionados com a ampliação da compreensão da história, ao apresentar novas perspectivas; (3) imersão X capacidade de extração, que simbolizam, respectivamente, a entrada no ambiente da história ou a retirada de algum elemento pertencente à narrativa; (4) construção do universo, que compreende a composição do mundo ficcional da história; (5) serialidade, que diz respeito à associação entre os fragmentos narrativos e a história em sua totalidade; (6) subjetividade, princípio que compreende o uso de diferentes formatos narrativos; e (7) performance, capacidade de desencadear a participação ativa do público. O objetivo geral da dissertação é estudar as apropriações que produtos jornalísticos no ambiente web, vinculados às corporações de destaque internacional, e, com atuação multiplataforma, fazem dos princípios da narrativa transmídia para contar histórias. Os objetivos específicos são: a). Estudar a narrativa transmídia e seus princípios no contexto original, o. entretenimento; b). Discutir o desenvolvimento da narrativa jornalística no contexto da. convergência; c). Observar como ocorrem as apropriações dos princípios da narrativa transmídia. na forma como os produtos jornalísticos contam histórias. Para a realização da pesquisa, optou-se pela história Cablegate, nome dado ao vazamento de 250 mil telegramas3 diplomáticos trocados entre as embaixadas norteamericanas em todo o mundo e a Secretaria de Estado dos EUA. Os documentos colocam em xeque as relações internacionais, pois revelam situações de corrupção, negociatas, espionagem e gafes diplomáticas. Os arquivos com esse material foram encaminhados de maneira anônima à organização de caráter ativista WikiLeaks. Devido à publicação dos documentos, considerados sigilosos, o WikiLeaks sofreu retaliações, como o cancelamento do domínio do site e das contas pelas quais a organização recebia doações que a mantêm.. 3. Também chamados de “cabos”..

(16) 15. Em relação ao Cablegate, o WikiLeaks tem a colaboração de cinco empresas jornalísticas de destaque internacional (El País, Guardian, New York Times, Le Monde e Der Spiegel), que apresentam e apuram sistematicamente o conteúdo dos documentos diplomáticos. Dos cinco grupos jornalísticos, optou-se por El País e Guardian, pela maneira como contam essa história com o uso de múltiplas plataformas, diferentes formatos de conteúdos e participação ativa da audiência. Além disso, ambos os grupos estão localizados em países que, mesmo envolvidos nas revelações dos documentos, não são os principais responsáveis pelas informações neles contidas – o que pressupõe que tenham mais liberdade para tratar do tema. Devido ao intercâmbio entre diferentes tipos de mídias e ao tipo de cobertura, o caso representa um exemplo interessante para se verificar como o jornalismo pode utilizar o modelo transmídia de contar histórias. A metodologia utilizada é o estudo de caso como ilustração, que reúne procedimentos quantitativos e qualitativos. Nessa metodologia, os casos são usados para ilustrar argumentos teórico-conceituais. Com base no estudo de caso como ilustração, adotamse os seguintes procedimentos metodológicos: a) Revisão bibliográfica e construção de base teórica sobre convergência, narrativa transmídia, narrativa jornalística e convergência jornalística; b) Escolha e delimitação da história Cablegate; c) Delimitação do corpus: El País e Guardian e suas principais extensões midiáticas no meio digital (contas nas redes sociais Twitter e Facebook, bem como a rede Eskup, do El País); d) Observação da forma como as duas empresas contaram a história Cablegate: A finalidade é identificar e estudar as apropriações dos princípios da narrativa transmídia (espalhamento X capacidade de perfuração; senso de continuidade X multiplicidade; imersão X capacidade de extração; construção do universo; serialidade; subjetividade; e performance); e) Descrição e reflexão das utilizações dos princípios da narrativa transmídia no jornalismo a partir do estudo do caso. A dissertação é apresentada em cinco capítulos, sendo os três primeiros de ordem teórica, o quarto de caráter metodológico e o quinto com teor ilustrativo e reflexivo. O capítulo Da Convergência à Cultura da Convergência faz um resgate das principais contribuições para os estudos de convergência, como a noção de ‘convergência de modos’, de Pool (1983), de midiamorfose, de Fidler (1997), e de remediação, de Bolter e Grusin (1999). Após, centra-se na concepção de Cultura da Convergência (JENKINS, 2009a) e suas três características definidoras: convergência das mídias, cultura participativa e.

(17) 16. inteligência coletiva. A segunda parte do capítulo destina-se à convergência jornalística e traz como referências os modelos apresentados por Dupagne e Garrison (2006), Salaverría e Negredo (2008) e Domingo et al.. (2007), respectivamente, voltados aos “efeitos” da convergência, à inter-relação entre questões empresariais e profissionais e à valorização da atividade da audiência. Narrativa Transmídia e seus Princípios tem início com a discussão de narrativa e narratividade feita por Ryan (2009). Posteriormente, o capítulo tematiza a narrativa transmídia e a lógica transmídia, cuja base principal está em Jenkins (2009a, 2009b), Long (2007) e Scolari (2009). Ilustra-se esse tipo de narrativa com as franquias cinematográficas Star Wars e Matrix. A segunda parte do capítulo é destinada à explicação dos princípios que norteiam o padrão transmídia de apresentação de histórias a partir de Jenkins (2009b, 2010). Narrativa Jornalística e Convergência resgata as concepções de notícias como narrativas atribuídas a Tuchman (1994) e de convenções narrativas propostas por Schudson (1994). A partir de Ryan (2009), relaciona-se a notícia com a narratividade. Na sequência, recorre-se a Bertochi (2006) e Paul (2007) para explicar o que é a narrativa jornalística digital. A segunda parte do capítulo discute como as dimensões do modelo de convergência jornalística (cooperação de redações, polivalência profissional, circulação multiplataforma e audiência ativa), proposto por Domingo et al.. (2007), interferem na narrativa. Ainda, apresentam-se as principais formas de tratamento da narrativa jornalística diante das possibilidades de circulação multiplataforma, com base em autores como Salaverría e Negredo (2008). El País e Guardian contam a história Cablegate apresenta e justifica os motivos da escolha desse caso. O capítulo trata dos procedimentos metodológicos adotados, incluindo a escolha do corpus, a escolha e a delimitação dos grupos de amostra e os quesitos adotados para observar os princípios da NT na cobertura do Cablegate pelos dois grupos jornalísticos. O capítulo final, Princípios da NT no jornalismo, descreve e reflete sobre os resultados obtidos na observação da história contada pelas duas publicações. Compara-se como cada empresa contou histórias e como os princípios da NT foram usados com essa finalidade. O capítulo ainda propõe uma adaptação dos princípios da NT ao jornalismo. El País e Guardian contaram histórias de formas distintas, pois tiveram contatos diferenciados com os elementos que compõem a narrativa. Enquanto o El País conta pela primeira vez uma história como a do vazamento dos documentos diplomáticos, Guardian já está inserido nesse tipo de cobertura desde 2007, quando denunciou a corrupção praticada pela família do ex-líder queniano Daniel Arap Moi. Essas questões fizeram com que as duas.

(18) 17. empresas contextualizassem a narrativa e relacionassem as histórias paralelas de forma distinta. Além disso, o envolvimento da audiência na circulação aconteceu diferentemente. Os leitores do Guardian interferiram mais no acesso aos conteúdos por meio de recomendações no site e do uso do Twitter. No entanto, em relação à produção de conteúdo em conjunto com a audiência, ambas as empresas apostaram em estratégia semelhante: oportunizar aos internautas a chance de fazer perguntas, assumindo o papel de entrevistadores..

(19) 18. 1 DA CONVERGÊNCIA À CULTURA DA CONVERGÊNCIA Convergência significa confluência, conjunção, união. No campo da comunicação midiática, convergência simboliza reunião de tecnologias, linguagens e empresas. Essas diferentes formas de confluência provocam alterações políticas, econômicas, sociais e culturais na comunicação midiática como um todo e no jornalismo. Com a finalidade de mostrar a complexidade dos estudos da convergência4, apresentam-se, nesse capítulo, as ideias de fusão de indústrias e tecnologias – de Negroponte (1995); de convergência de modos – de Pool (1983, 1993); de midiamorfose – de Fidler (1997); e de remediação – de Bolter e Grusin (1999). Após, expõe-se a abordagem de Jenkins (2004, 2009a), conhecida como Cultura da Convergência. Em um segundo momento, mostrase a convergência jornalística a partir da análise de diferentes aspectos de Dupagne e Garrison (2004), como um fenômeno processual e multidimensional proposto por Salaverría (2003) até chegar à perspectiva cultural de convergência jornalística de Domingo et al. (2007). Negroponte (1995) utilizou pela primeira vez o termo convergência em uma palestra, e defendeu que está associada com fusão das indústrias e de tecnologias de todos os segmentos de informação e comunicação. Pool (1983) ajudou a popularizar o termo convergência e a introduzir a noção de que a fusão de tecnologias implica na alteração dos marcos regulatórios do setor e, consequentemente, na cultura política. Fidler (1997) concebeu a noção de midiamorforse com uma análise genealógica das mídias e de concepções originárias da biologia, na qual observa que as mídias estão em situação de interdependência. Bolter e Grusin (1999) seguiram a vertente genealógica para formular a ideia de remediação, a partir da qual explicaram como uma mídia5 interfere na outra e a que causou as modificações acaba sendo alterada também, ou melhor, remediada. Seguindo o desenvolvimento dos estudos de convergência, chegou-se a concepção de Cultura da Convergência, baseada na inter-relação entre os diferentes tipos de mídias – 4. De acordo com Gordon (2003), o termo convergência apareceu pela primeira vez em um estudo de William Derham em 1713, intitulado Teologia-Física: Demonstração do Ser e dos Atributos de Deus, dos Seus Trabalhos de Criação. Derham referia-se à convergência e à divergência de radiações. O termo também foi usado por Charles Darwin na edição de 1866 de Origem das Espécies para explicar um dos aspectos da evolução biológica. No século XX, segundo Gordon (2003), a palavra convergência começou a ser utilizada em áreas distintas como ciências políticas (convergência dos sistemas norte-americanos e soviéticos) e economia (convergência das economias nacionais em uma economia global). Com o surgimento dos computadores e, posteriormente, com a digitalização, o termo foi introduzido no âmbito das tecnologias e das comunicações nos mais diversos aspectos. 5 Nesta dissertação, as palavras mídia e plataforma são utilizadas como sinônimos. Pondera-se que autores como Fidler (1997) e Bolter e Grussin (1999) utilizam apenas o termo mídia. A palavra plataforma está presente em textos posteriores..

(20) 19. analógicas, digitais, corporativas e independentes – e na modificação das relações entre produtores e consumidores dessas mídias. Para Jenkins (2004, 2009a), a audiência deixa de ser mera espectadora para tornar-se participante ativa e mobilizar-se em comunidades online para, entre outros fins, discutir, recomendar, compartilhar e recriar os produtos culturais de seu interesse. Estão, aí, as três concepções que integram a Cultura da Convergência, a saber: convergência das mídias, relacionada com a convivência dos distintos tipos de mídias; cultura participativa, compreendida como atividade da audiência em relação à produção e à circulação de conteúdos; e inteligência coletiva, associada à potencialização dos saberes individuais por meio de comunidades virtuais. Após, apresenta-se a convergência jornalística, estudo focado nas particularidades da convergência nos negócios do setor, nas rotinas produtivas, na mudança do perfil profissional, na circulação e nos conteúdos. Entre os autores que abordam a temática estão Dupagne e Garrison (2004), os quais evidenciam, por exemplo, que as mudanças nas práticas das redações e nos conteúdos são “efeitos” de questões tecnológicas, empresarias e regulamentares. Diferentemente desse ponto de vista, Salaverría e Negredo (2008) e Salaverría e Garcia Avilés (2008) defendem que a convergência como um processo multidimensional no qual cada aspecto está relacionado aos demais. Domingo et al.. (2007) trazem como contribuição o enfoque cultural e passam a considerar as questões tecnológicas e empresariais como o contexto geral da convergência e não como aspectos específicos. É com a associação entre o modelo de análise da convergência proposto por Domingo et. al (2007) e a concepção de Cultura da Convergência, de Jenkins (2004, 2009a) que o capítulo é finalizado. 1.1 CONVERGÊNCIA, MIDIAMORFOSE E REMEDIAÇÃO Escrever sobre convergência não é tarefa fácil, visto que a palavra permite diversas leituras dependendo do contexto em que é empregado. O termo6 não possui um conceito simples e único, mas várias concepções apresentadas por autores com formações e pensamentos distintos.. 6. Autores como Quandt e Singer (2009) e Deuze (2008c) consideram o termo convergência uma “buzzword”. Conforme o Oxford Dictionaries (BUZZWORD, 2010), “buzzword” é um substantivo que tem o seguinte significado: “palavra técnica ou frase que tem se tornado em voga, tipicamente como um slogan” - No original: “a technical word or phrase that has become fashionable, typically as a slogan” [Tradução do autor da dissertação].- Portanto, parte da confusão sobre o que é convergência deriva do próprio emprego do termo..

(21) 20. Convergência é uma palavra útil, embora excessiva, empregada livremente por Pool e outros antes de se tornar moda. A partir da década de 1980, foi aplicada ao desenvolvimento tecnológico digital, à integração de texto, números, imagens, sons e a diversos elementos na mídia, que foram examinados em separado nos períodos anteriores da história [...]. Durante a década de 1970, a palavra já era usada com uma abrangência mais ampla, em particular no que Alan Stone chamou de “um casamento perfeito” entre os computadores – parceiros também de outros casamentos – e as telecomunicações (BRIGGS; BURKE, 2006. p. 266).. Como alertam Briggs e Burke (2006), o termo convergência é empregado com as mais distintas finalidades, simbolizando, por exemplo, a integração de diferentes linguagens ou códigos de comunicação – sinônimo de multimídia7 – ou de computadores e telecomunicações – chamada, no passado, de telemática8. A multimídia e a telemática são apenas duas formas de convergência e podem ser analisadas sob os mais diferentes pontos de vista e, porque não, de maneira conjunta. Com isso, pode-se inferir que uma das causas da falta de uma definição consensual de convergência provém do fato de que há diversos aspectos e formas de convergência. Conforme Gordon (2003), o termo convergência associado à comunicação tecnológica foi utilizado pela primeira vez em público em 1979, em uma apresentação na qual Nicholas Negroponte, do Laboratório de Mídias do Instituto de Tecnologias de Massachusetts (MIT), explicou para um grupo de executivos como as indústrias de radiodifusão, cinema, publicação e computação iriam fundir-se. De acordo com Fidler (1997), a visão de Negroponte no final da década de 1970 pode ser ilustrada com a Figura 1, a qual mostra o cenário de inter-relação entre as distintas indústrias ligadas à comunicação e à informática, representadas em três círculos – que simbolizam as indústrias de rádio, televisão e cinema; a indústria de computação; e a indústria gráfica e editorial - no final da década de 1970 e a projeção do cenário para 2000. Na primeira imagem, relativa ao ano de 1979, é sintetizada a inter-relação dos setores. Na segunda imagem, representativa do cenário de 2000, é indicada a fusão total das áreas.. 7. Como observa Fidler (1997), a multimídia pode significar tanto a integração de linguagens de maneira justaposta como em separado. A partir do ponto de vista de Fidler, pode-se considerar a linguagem da televisão, do cinema e da mídia impressa como multimídia. 8 Segundo Gordon (2003), em 1978, o governo francês encomendou um estudo ao administrador Simon Nora e ao conselheiro político e economista Alain Minc sobre a informatização. O relatório, apresentado naquele mesmo ano, foi publicado, em 1980, pelo MIT, sob o título The Computerization of Society. No relatório, aparece pela primeira vez a palavra telemática com o significado de união de telecomunicações e informática. A obra pode ser considerada uma das pioneiras a abordar a convergência tecnológica, apesar de não fazer menção ao termo..

(22) 21. Figura 1 – O cenário das indústrias de comunicação e informação de 1979 e a expectativa para 2000 na visão de Negroponte (Fonte: Fidler, 1997).. A Figura 1 mostra uma previsão ousada de fusão praticamente total de áreas que na época tinham naturezas muito distintas e que passaram por transformações tão importantes a ponto de promover a revisão de seus negócios. Apesar das significativas mudanças que enfrentaram os setores de radiodifusão, publicação e informática, a integração total entre eles não ocorreu da forma como previa Negroponte. Fidler (1998) aponta, ainda, que Negroponte errou ao insistir na fusão como única forma de convergência e ao apostar no desaparecimento da mídia impressa. Além da convergência como sinônimo de fusão de indústrias, à Negroponte é atribuída a ideia de integração total de funções de telecomunicações e informática em um único aparelho que substituiria todos os demais dispositivos utilizados para comunicação interpessoal, entretenimento, informação e computação (JENKINS, 2009a). Tal dispositivo seria consequência da digitalização de processos analógicos, da miniaturização de componentes eletrônicos e da convergência de funções. Os prognósticos de Negroponte, lançados no final da década de 1970, permaneceram em Vida Digital, de 1996. Apesar de hoje parecer defasado, o livro ajudou a popularizar noções ligadas à digitalização e à multimídia. Críticas não faltam a Negroponte em função do tom ufanista. A perspectiva do surgimento de um dispositivo único que supriria todas as necessidades de comunicação e informação de que as pessoas precisam é chamada por Jenkins (2009a) de “falácia da caixa.

(23) 22. preta”, pois é uma concepção que reduz a convergência ao aspecto tecnológico. Ainda, como constata Jenkins (2009a), tem ocorrido justamente o oposto: a ampliação do número de dispositivos tecnológicos utilizados para as mais diversas funções de comunicação e informação. Se Neprogonte foi um dos primeiros a falar em convergência, a popularização do termo é atribuída a Ithiel de Sola Pool. O autor também foi o pioneiro a pesquisar como a cultura política foi transformada pela convergência. Na época em que coordenou o Programa de Investigação de Políticas de Comunicação e presidiu o Departamento de Ciências Políticas e o Fórum de Comunicações do MIT, Pool lançou Technologies of Freedom9. A obra, de 1983, mostra como os sistemas tradicionais de comunicação e, na época, as emergentes comunicações digitais provocam transformações na vida social, política e cultural. Em Technologies of Freedom, Pool (1983) descreve a concepção de ‘convergência de modos’ como sendo a união, em um único meio físico, a partir do processo tecnológico, de serviços que anteriormente eram oferecidos separadamente tanto em relação à comunicação ponto a ponto (correio, telefonia e telégrafo) quanto à massiva (rádio, televisão, imprensa). Segundo o autor, a convergência de modos também se refere aos serviços que no passado eram apresentados em uma única mídia e que “podem agora ser proporcionados em formas físicas bem diferenciadas”10 (POOL, 1983, p. 23). Pode-se ilustrar a convergência de modos o serviço triple play que oferece, por meio de um único cabo, telefonia fixa e/ou móvel, internet banda larga e TV por assinatura. A convergência de modos também pode ser exermplifica com os serviços atualizados de informações meteorológicas, como os da AccuWethear11, que podem ser obtidos pelo rádio, pela televisão, pelo computador ou ainda pelo celular.. 9. O livro teve versão em espanhol (Tecnología de la Liberdad), mas não foi traduzido para o português. No ano em que o autor morreu, em 1984, Technologies of Freedom recebeu o prêmio Gladys M. Kammerer da Associação de Ciências Políticas dos Estados Unidos. Technologies of Freedom foi destacado “por ser o melhor manual no campo das diretrizes da administração pública”, conforme o prefácio de Technologies without Boundaires (Tecnología sin fronteiras), compilação de textos lançada em 1990 (edição em inglês) e em 1993 (edição em espanhol), que deu continuidade à obra anterior. Além dessas obras, Pool é coautor de American Business and Public Policy (com Raymond Bauer e Lewis Dexter), de 1964, e de Handbook of Communications (com W. Schramm et. al.), de 1973; e autor da compilação The Social Impact of the Telephone, de 1976. 10 No original: “can now provide in several different physical ways” (POOL, 1983, p. 23). [Tradução do autor desta dissertação] 11 <http://www.accuweather.com/pt-br/br/rio-grande-do-sul/porto-alegre/forecast.aspx>.

(24) 23. O autor reconhece que o desenvolvimento tecnológico, propiciado pela convergência de modos, amplia a concentração econômica em propriedade cruzada de mídias12, modificando drasticamente a estrutura e a legislação da indústria de comunicação. Ambos, convergência e propriedade cruzada, estão borrando as fronteiras que existiam entre as empresas publicadoras e no domínio da imprensa, que é protegida pela Primeira Emenda, e companhias envolvidas em negócios regulamentados pelo governo. Hoje, a mesma companhia pode ser encontrada operando em ambos os campos. Os canais que no passado eram concedidos e controlados pelo governo estão rompidos (POOL, 1983, p. 24).13. A preocupação de Pool (1983) com as políticas de comunicação está embasada nas reflexões sobre a convergência e suas consequências. Pool (1983) percebia que negócios anteriormente regidos por políticas distintas – propriedade privada (imprensa) e sistema de concessão governamental (rádio e televisão) – podiam ser oferecidos pelas mesmas corporações. Assim, os marcos regulatórios existentes até então perdem o sentido e precisam ser repensados diante da convergência de modos e da concentração de mídias em poucas companhias de grande abrangência. Em Technologies without Boundaires14, considerado a continuação de Technologies of Freedom, Pool amplia sua explanação para o âmbito internacional e posiciona-se contrariamente à forma de concessão de radiodifusão e à concentração das mídias. “Nada atenta mais contra a equidade social que a distribuição privilegiada que faz o Estado de um recurso limitado” (POOL, 1993, p. 53)15. O autor compara a concessão de radiodifusão pelos governos ao feudalismo. Por isso, Pool (1993) defende a desregulamentação dos sistemas de comunicação como forma de permitir maior liberdade de propriedade e, consequentemente, de escolha. Além das políticas de comunicação, Pool (1993) reflete sobre a importância da comunicação eletrônica e das tecnologias digitais como um todo. Para o autor, a comunicação. 12. Concentração de mídias em uma única corporação, dependendo, também, do contexto, chamado de processo de conglomeração (conglomerado midiático) ou oligopolização (oligopólio midiático). Nos Estados Unidos, a legislação impedia a propriedade cruzada de mídia, limitando a política de concessão de radiodifusão. Atualmente, a legislação passa por discussões. 13 No original: “Both convergence and cross-ownership blur de boundaries which once existed between companies publishing in print domain that is protect by the First Amendment in companies involved in business that are regulated by government. Today, the same company may find itself operating in both fields. The dikes that in the past held government back from exerting control on the print media are thus broken down (POOL, 1983, p. 24) [Tradução do autor da dissertação]. 14 Os textos datam de 1983 e 1984 e foram publicados em 1990 nos Estados Unidos e em 1993 no México. 15 No original: “Nada atenta más contra la equidad social que la distribución privilegiada que hace el Estado de un recurso limitado” (POOL, 1993, p. 53) [Tradução do autor da dissertação]..

(25) 24. digital provoca alteração tão expressiva quanto a imprensa cinco séculos antes, como expõe no trecho a seguir: 1. A distância está deixando de ser uma barreira à comunicação. Como resultado, a organização espacial da atividade humana mudará profundamente. 2. A fala, o texto e as imagens estão sendo representados e enviados por meio da mesma classe de impulsos elétricos, uma corrente digital comum. Está diminuindo a separação destes modos. 3. Nesta “sociedade da informação”, se emprega em comunicação uma parte cada vez maior do tempo de trabalho assim como de lazer. O manejo de informação é uma proporção crescente de toda a atividade humana. 4. A computação e a comunicação estão convergindo em uma única só atividade, o que equivale a dizer que se estão reunindo a comunicação e o raciocínio. Convertidas em bits eletrônicos, as mensagens não só podem ser transmitidas eletronicamente mas também manipuladas e transformadas mediante dispositivos lógicos. 5. Está invertendo-se a revolução dos meios de difusão: em lugar da difusão de mensagens idênticas para milhões de pessoas, a tecnologia eletrônica permite a adaptação das mensagens eletrônicas às necessidades especializadas ou singulares dos indivíduos (POOL, 1993, p. 20)16.. Todos os aspectos que norteiam a obra de Pool (1983, 1993) estão diretamente ligados ao debate sobre convergência, levantando preocupações sobre as políticas de regulamentação e de concessão de meios de difusão, o processo de concentração empresarial, o acesso à informação, a segmentação da comunicação e a liberdade de escolha por parte do público. Além de Pool, é importante salientar duas importantes contribuições para o estudo da convergência introduzidas no final na década de 1990, as de Fidler (1997) e Bolter e Grusin (1999). Esses autores contribuíram para a reflexão da interdependência e da inter-relação do sistema midiático em um período no qual eram comuns abordagens de prevalência das mídias digitais – ou, como eram chamadas, as novas mídias - sobre as demais formas de comunicação midiática, a exemplo do próprio Negroponte (1996). Fidler (1997) apresenta uma contribuição original para o estudo das mídias, baseada no desenvolvimento das tecnologias de comunicação e inspirada na teoria evolucionista de 16. No original: “1. La distancia está dejando de ser una barrera a la comunicación. Como resultado, la organización espacial de la actividad humana cambiará profundamente. 2. El habla, el texto y las imágenes se están representando y enviando por medio de la misma clase de impulsos eléctricos, una corriente digital común. Está disminuyendo la separación de estos modos. 3. En esta “sociedad de la información, se emplean en comunicación una parte cada vez mayor del tiempo de trabajo así como de ocio. El manejo de información es una proporción creciente de toda la actividad humana. 4. La computación y la comunicación están convergiendo en una sola actividad, lo que equivale a decir que se están reuniendo la comunicación y el razonamiento. Convirtiendo en bits electrónicos los mensajes no sólo se pueden transmitir electrónicamente sino también manipular y transformar mediante dispositivos lógicos. 5. Se está invirtiendo la revolución de los medios de difusión: en lugar de que difundan mensajes idénticas a millones de personas la tecnología electrónica permite la adaptación de los mensajes electrónicos a las necesidades especializadas o singulares de los individuos” (POOL, 1993, p. 20) [Tradução do autor da dissertação]..

(26) 25. Darwin para considerar o sistema midiático como um todo. Segundo o autor, nenhuma mídia surge do nada, mas a partir da “metamorfose” de outras existentes. Para Fidler (1997), a midiamorfose é “a transformação dos meios de comunicação, geralmente pela complexa interação das necessidades percebidas, das pressões políticas e da competência, e nas inovações sociais e tecnológicas” (FIDLER, 1997. p. 57) 17. A concepção de Fidler (1997) foi pensada, sobretudo, para a compreensão das mídias emergentes e parte de conceitos-chave da metamorfose biológica: coevolução, convergência e complexidade. A coevolução está embasada no código comunicativo - a linguagem -, considerado pelo autor como o agente da mudança e determinante das três grandes midiamorfoses: linguagem falada, linguagem escrita e linguagem digital18. Para Fidler (1997), a convergência pode ser entendida como um cruzamento de caminhos ou um matrimônio entre dois entes, no qual os dois são transformados e podem dar origem a novos entes com características híbridas. O autor explica que as mídias são resultantes de vários tipos de convergência, sendo que o fenômeno não se restringe à digitalização e nem à atualidade19. Já a complexidade compreende a relação entre as mídias que, em períodos de grandes mudanças, como as midiamorfoses, passam por momentos de caos. Para o autor, o caos facilita o surgimento de novas ideias para a transformação e a revitalização de todo o sistema. A partir das noções de coevolução, convergência e complexidade, o autor traça os princípios fundamentais da midiamorfose: 1 – Coevolução e coexistência: todas as formas de meios de comunicação coexistem e coevolucionam dentro de um sistema complexo adaptativo e em expansão. Ao emergir e desenvolver-se, cada nova forma, influi, com o tempo e em diversos graus, no desenvolvimento dos demais. 2 – Metamorfose: os novos meios não aparecem espontaneamente e independentes; emergem gradualmente da metaformose de meios mais antigos. Quando emergem novas formas, as formas mais antigas tendem a adaptar-se e continuam evoluindo em vez de morrer. 3 – Propagação: as formas emergentes de meios de comunicação propagam os ímpetos dominantes de formas anteriores. Esses ímpetos se transmitem e espalham-se através de códigos de comunicação chamados linguagens. 17. No original: “la transformación de dos medios de comunicación, generalmente por la compleja interacción de las necesidades percibidas, las presiones políticas y de la competencia, y las innovaciones sociales y tecnológicas” [Tradução do autor da dissertação]. 18 É importante assinalar que Fidler não associa a linguagem digital à digitalização ou à multimídia. Para o autor, a linguagem digital teria início com a aplicação da eletricidade à comunicação. 19 Um exemplo citado por Fidler (1997) é a convergência entre o telégrafo e a fotografia, cujos resultados seriam o fax e a televisão..

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