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A importância do projecto educativo na concretização da autonomia das escolas

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO. A IMPORTÂNCIA DO PROJECTO EDUCATIVO NA CONCRETIZAÇÃO DA AUTONOMIA DAS ESCOLAS Jesuina Maria Bidarra Cardoso de Sá Guimas. MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO Área de especialização em Administração Educacional. 2008.

(2) UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO. A IMPORTÂNCIA DO PROJECTO EDUCATIVO NA CONCRETIZAÇÃO DA AUTONOMIA DAS ESCOLAS Jesuina Maria Bidarra Cardoso de Sá Guimas. Dissertação apresentada para obtenção do grau de mestre em Ciências de Educação, Área de Especialização em Administração Educacional, sob a orientação da professora Doutora Madalena Fontoura. MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO Área de especialização em Administração Educacional. 2008.

(3) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. DEDICATÓRIA. Aos meus pais Que não puderam ficar até ao fim para festejarmos, mas onde quer que estejam, com certeza estarão orgulhosos da minha caminhada.. Ao Zé O meu grande amor, que tem sido o meu porto de abrigo, companheiro no sucesso e no fracasso, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, nestes já longos anos das nossas vidas.. Às minhas meninas Sofia e Marta Que me lançaram na aventura de ser mãe: razão do meu orgulho e da minha alegria diária, e que amo acima de tudo.. 1/194.

(4) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. Agradecimentos Este trabalho é fruto de muitas lutas e a concretização de um sonho. Estas primeiras páginas, e últimas palavras que escrevo neste trabalho, são para dedicar a todas as pessoas que me apoiaram, motivaram, orientaram e colaboraram ao longo desta minha época especial de vida e de trabalho. A todos deixo aqui o meu sincero reconhecimento. À Lina e ao Orlando, irmãos do coração, e aos meus sobrinhos Paulo, Ana Isabel, Ana Clara, Nuno, Gonçalo, Vasco e Joana, presenças constantes, que representam a importância da família na minha vida, fonte inesgotável de confiança, apoio e incentivo. Agradeço à Professora Doutora Madalena Fontoura, minha orientadora e uma pessoa muito querida, que me fez acreditar que era capaz, pela confiança que depositou em mim e pelo apoio constante enquanto orientadora desta dissertação. Estou ainda grata, tendo sido mesmo muito importante para mim, pela compreensão e incentivo manifestados nos momentos mais dolorosos e difíceis da minha vida pessoal, onde a componente profissional deixou de ser uma prioridade, bem como por todo o empenho que colocou neste trabalho, no que se refere aos níveis de exigência dos desafios que me lançou e aos suportes formais e informais que me disponibilizou. Ao Senhor Professor Doutor João Barroso a sábia coordenação e a constante motivação, que se manifestou de forma mais sistemática na parte curricular do mestrado. Agradeço ainda ao Senhor Professor Doutor Natércio Afonso, o acompanhamento académico e pessoal bem como a permanente disponibilidade. Por outro lado, devo também um muito especial agradecimento aos Professores de mestrado com quem tive o privilégio de partilhar conhecimentos e opiniões. Uma palavra especial de agradecimento a todas as pessoas que participaram da pesquisa, que aceitaram colaborar comigo neste projecto, e que me auxiliaram para que ele se concretizasse.. 2/194.

(5) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. Aos funcionários da minha faculdade que colaboraram nos bastidores desta operação, aproveito para expressar o meu profundo agradecimento pelos esforços que fizeram para me ajudarem a vencer as dificuldades que foram surgindo. À minha amiga Beta, sempre pronta, atenta e dedicada, agradeço a presença constante na minha casa e na minha família. Aos colegas de mestrado pela partilha de experiências. E, sobretudo, à escola e aos meus alunos, os amigos que na verdade me ensinaram tudo o que sei. Por último, uma palavra de gratidão a Deus que nunca me abandonou ao longo desta longa maratona. Espero que este trabalho proporcione tanto prazer a quem o está a ler, como me deu na sua elaboração. Foi um trabalho árduo, mas os resultados obtidos compensam o esforço despendido.. 3/194.

(6) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. RESUMO O tema deste trabalho é a relação entre Projecto Educativo de Escola (PEE) e autonomia. Averiguámos se os processos e procedimentos utilizados na construção do PEE, tendo em vista a compreensão da relação existente entre a lógica nele expressa e a lógica de funcionamento da escola, contribuem ou não para a sua autonomia. Analisa-se a importância que o PEE pode ter na escola e se contribui para a sua autonomia. A investigação aconteceu através de um estudo de caso, na Escola do 1º Ciclo do Ensino Básico aqui designada por “Divelinhas”, para assegurar o seu anonimato. Na recolha de dados foram privilegiadas três técnicas: a análise documental, a da entrevista, por ser uma técnica de inquirição menos directiva do que o questionário, e a observação não participante. O projecto educativo que analisamos divide-se em 7 partes sendo: (1) Introdução, (2) Esquema conceptual do projecto (3) Desenvolvimento, (4) Actividades/planificação; (5) Avaliação, (6) Divulgação do projecto e (7) Disposição finais. É no entanto no ponto intitulado “Desenvolvimento” que se encontram as informações chave deste projecto: diagnóstico da situação, caracterização do meio, do agrupamento, e do meio escolar, (população escolar, recursos humanos e educativos), Identificação dos Problemas Detectados, Implementação do Projecto, Tema integrador, Finalidades, Objectivos, Estratégias e Actividades. Realizamos a descrição desses aspectos essenciais observados no texto do projecto em estudo, aprofundando-os, sempre que possível, com a experiência dos actores da escola, recolhida nas entrevistas. Procedemos com a descrição dos resultados dos inquéritos aplicados aos professores acerca das suas impressões sobre o PEE. Finalmente, apontamos o que se pôde verificar com a observação dessas duas descrições, tendo em vista o sentido que a construção do PEE pode reflectir na sua autonomia. Nesta linha de actuação a escola é reconhecida como uma organização específica, com espaço privilegiado onde se intervém e decide, identificando-se o Projecto Educativo como um dos pontos que pode alterar a vida organizativa da escola podendo reflectir-se na sua autonomia. Palavras-chave: Escola, Projecto, Gestão, Inovação, Educação.. 4/194.

(7) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. ABSTRACT This paper is about the relation between the School Educative Project (PEE - Projecto Educativo de Escola) and it’s Autonomy. Having in mind the understanding of the relation between the logic expressed on the PEE and the logic of the school functioning, we have investigated if the processes and procedures used on the making of the PEE contribute or not to the school autonomy. We analyze the importance that the PEE can have on the school and if it contributes to its autonomy. The investigation was made through a case study on an Elementary school, in this paper named “Divelinhas”, to guarantee its anonymity. Three techniques were privileged on the data research: i) the documental analyses, ii) the interview, for being a less directional inquisition technique compared with the questionnaire, and iii) the non-participative observation. The educational project that we analyze in this paper is divided in seven parts, as follows: (1) Introduction, (2) Conceptual scheme of the Project, (3) Development, (4) Activities/planning, (5) Assessment, (6) Project divulgation and (7) Project implementation. However, it is on the third part, Development, that it is possible to find the key information of this Project: situation assessment, characterization of entire environment, the grouping and the scholar ambiance (school population, human and educative resources), identification of the problems detected, Project implementation, integrator theme, purposes, objectives, strategies and activities. On the Project, we describe those observed essential aspects, detailing them, whenever possible, with the experience of the school participants, obtained on the interviews. We describe the results of the inquiries made to the teachers about their views on the PEE. Finally, we point out what we were able to verify with the observation of these two descriptions, having in mind the sense that the PEE deployment can reflect on the school autonomy. With this course of action the school is recognized as a specific organization, with a privileged space where one intervenes and decides, being the Educative Project as one of the measures that can change the whole school organizational system, thus being able to reflect on its own autonomy.. 5/194.

(8) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. INDÍCE. RESUMO .................................................................................................................................. 4 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 9 PARTE I: DO PROBLEMA AO REFERENCIAL TEÓRICO ........................................ 12 CAPÍTULO 1 – PROBLEMA ............................................................................................... 12 1.1 - APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................................................. 12 1.2 - PERTINÊNCIA DO ESTUDO .......................................................................................................................... 13 1.3 - QUESTÕES DE INVESTIGAÇÃO E OBJECTIVOS DO ESTUDO .......................................................................... 17. CAPÍTULO 2 – QUADRO TEÓRICO-CONCEPTUAL ................................................... 21 EVOLUÇÃO DAS CONCEPÇÕES ESCOLA E ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR EM PORTUGAL ........................................................................................................................... 21 2.1 – AS PRIMEIRAS CONCEPÇÕES DE GESTÃO ESCOLAR .................................................................................... 21 2.2 – LEI DE BASES DO SISTEMA EDUCATIVO E A “GESTÃO DEMOCRÁTICA” ..................................................... 25 2.3 – DA GESTÃO DEMOCRÁTICA À AUTONOMIA DOS ESTABELECIMENTOS ....................................................... 26. CAPÍTULO 3 – PROJECTO E PROJECTO EDUCATIVO DE ESCOLA .................... 34 3.1 – O CONCEITO DE PROJECTO ........................................................................................................................ 34 3.2 – O PROJECTO COMO CONCEITO OPERATÓRIO ............................................................................................. 39 3.3 – PROJECTO EDUCATIVO DE ESCOLA ........................................................................................................... 43 3.4 – OBJECTIVOS DO PROJECTO EDUCATIVO DE ESCOLA ................................................................................. 44. CAPÍTULO 4 – AUTONOMIA DE ESCOLA .................................................................... 51 4.1 – O CONCEITO DE AUTONOMIA DA ESCOLA ................................................................................................ 54 4.2 – PROJECTO EDUCATIVO E CONCEITO DE AUTONOMIA DE ESCOLA .............................................................. 62 4.3 – A MUDANÇA CENTRADA NA ESCOLA ........................................................................................................ 63. CAPÍTULO 5 – MODELOS GESTÃO E DE CONSTRUÇÃO DO PROJECTO EDUCATIVO DE ESCOLA ................................................................................................. 65 5.1 – CONSTRUÇÃO DE PROJECTOS EDUCATIVOS DE ESCOLA ........................................................................... 65 5.2 – PROJECTO EDUCATIVO E IDENTIDADE DA ESCOLA. ................................................................................... 70. PARTE 2 - METODOLOGIA .............................................................................................. 71 CAPÍTULO 6 – OPÇÕES METODOLÓGICAS ................................................................ 71 6.1 – JUSTIFICAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................................................ 71 6.2 – ESTUDO DE CASO ...................................................................................................................................... 71 6.3 - A SELECÇÃO DA ESCOLA A SER ESTUDADA................................................................................................ 74 6.4 - A RECOLHA DE DADOS .............................................................................................................................. 75 6.5 – ANÁLISE QUANTITATIVA .......................................................................................................................... 78 6.6. OBJECTIVOS ............................................................................................................................................... 78 6.6.1. Objectivo Geral ................................................................................................................................. 78 6.6.2. Objectivos Específicos ....................................................................................................................... 78 6.6.3. Hipóteses Formuladas ....................................................................................................................... 78 6.7. CARACTERIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS ............................................................................................................ 79 6.8. VALIDADE E FIABILIDADE INTERNA ........................................................................................................... 80. 6/194.

(9) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. PARTE 3: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ............................................. 81 CAPÍTULO 7 – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ....................... 81 7.1 – ANÁLISE DO CONTEXTO EXTERNO ............................................................................................................ 81 7.1.1 - Espaço das referências geodemográficas ........................................................................................ 81 7.1.2 - Espaço das referências socioculturais ............................................................................................. 84 7.2 – ANÁLISE DO CONTEXTO INTERNO ............................................................................................................. 84 7.2.1 - Estruturas físicas .............................................................................................................................. 84 7.2.2 - Estruturas administrativas ............................................................................................................... 85 7.2.3 - Estruturas Curriculares ................................................................................................................... 87 7.2.4 - Estruturas Sociais ............................................................................................................................ 89 7.3 – DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO..................................................................................................................... 94 7.3.1 – Problemas diagnosticados ............................................................................................................... 94 7.3.2 – As potencialidades identificadas ..................................................................................................... 97 7.3.3 – As prioridades definidas .................................................................................................................. 98 7.3.4 – Os requisitos exigidos .................................................................................................................... 100 7.4 – SISTEMA DE REFERÊNCIAS DE BASE ........................................................................................................ 102 7.4.1 – Expressão de um sistema axiológico de base ................................................................................ 102 7.5 – PRECONFIGURAÇÃO DA ACÇÃO .............................................................................................................. 103 7.5.1 – Determinação das áreas de intervenção e dos objectivos ............................................................. 103 7.5.2 – Instrumentos e procedimentos de concretização ........................................................................... 105 7.6 – AMPLITUDE DA PARTICIPAÇÃO ............................................................................................................... 113 7.6.1 – Participação interna ...................................................................................................................... 113 7.6.2 – Participação externa ..................................................................................................................... 113 7.6.3. O esquema conceptual ..................................................................................................................... 114 7.6.4. A avaliação ...................................................................................................................................... 117 7.7 - AS PERCEPÇÕES SOBRE O PROJECTO “SABER ESTAR…” .......................................................................... 119 7.7.1. A caracterização dos professores .................................................................................................... 120 7.7.2. O conhecimento pelos Professores do PEE anterior e actual ......................................................... 121 7.7.3. A elaboração do PEE ...................................................................................................................... 121 7.7.4. O envolvimento do corpo docente na construção do PEE............................................................... 122 7.7.5. A opinião dos professores sobre o processo de elaboração do PEE ............................................... 122 7.7.6. Actuação dos professores do PEE ................................................................................................... 122 7.7.7. Desempenho dos professores do PEE ............................................................................................. 122 7.7.8. Participação na elaboração do PEE ............................................................................................... 123 7.7.9. Formação técnica na elaboração do PEE ....................................................................................... 123 7.7.10. O conhecimento dos professores sobre os instrumentos de concretização ................................... 123 7.7.11. Concordância com os problemas educativos constantes no PEE ................................................. 123 7.7.12. Concordância com a caracterização do PEE................................................................................ 123 7.7.13. Recolha de dados para o PEE ....................................................................................................... 123 7.7.14. A opinião dos professores sobre dados da escola no PEE ............................................................ 124 7.7.15. O lugar que ocupa o PEE .............................................................................................................. 124 7.7.16. Descrição das estruturas do PEE .................................................................................................. 124 7.7.17. O conhecimento dos professores sobre a avaliação e aprovação do PEE .................................... 124 7.7.18. Aprovação do PEE pela Assembleia ............................................................................................. 124 7.7.19. Existência de debates para pontos do PEE ................................................................................... 125 7.7.20. A opinião sobre a necessidade de apoio pedagógico especializado.............................................. 125 7.7.21. Acções sobre formação dos professores ........................................................................................ 125 7.7.22. Promoção de acções de formação-NEE ........................................................................................ 125 7.7. 23. O conhecimento dos objectivos da criação do PEE ..................................................................... 126 7.7.24. A classificação de aspectos ........................................................................................................... 126 7.8 - CONCLUSÃO ............................................................................................................................................ 127 7.9 - OS REFLEXOS DO PEE NA AUTONOMIA DA ESCOLA ................................................................................. 130. CAPÍTULO 8 – A AVALIAÇÃO DO PROJECTO ......................................................... 133 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 133 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 138 ANEXOS ............................................................................................................................... 150. 7/194.

(10) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. SIGLAS. CA - Conselho Administrativo CE – Conselho Executivo CP – Conselho Pedagógico PAA – Plano Anual de Actividades PEE - Projecto Educativo de Escola RI - Regulamento Interno SPSS - Statistical Package for Social Sciences. 8/194.

(11) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. INTRODUÇÃO Este trabalho surgiu no âmbito do Mestrado em Ciências da Educação e desenvolve-se na área da Administração Educacional, organizado pela Universidade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa. Pretende-se, com ele, explorar os contributos e os potenciais constrangimentos que a construção do Projecto Educativo de Escola (PEE) representa na concretização da autonomia de uma escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico. O enquadramento desta investigação na minha própria formação levou-me a encontrar uma nova reflexão sobre os caminhos a percorrer, de uma forma mais consciente e pragmática. Assim, convergiram para a realização deste estudo vários factores como: ™. Vontade de aprofundar conhecimentos sobre as políticas educativas.. ™. Aprofundar a análise sobre os problemas de uma escola. O tema em estudo centra-se numa área na qual se baseia toda a acção educativa, e à qual se deve dar toda a importância, pois o Projecto Educativo de Escola, resultado de um processo de reflexão participado, é o documento que consagra a orientação educativa da escola, reportando-se ao Decreto.-Lei nº115-A/98. O PEE é um documento fundamental de política interna de cada escola. É indispensável compreender bem os modos de pensar e as dificuldades próprias dos professores, dos alunos, bem como examinar continuamente as relações dos docentes, das auxiliares de educação, dos alunos, dos colegas, dos pais, enfim, de toda a comunidade educativa. Além disso, uma participação activa e consistente na vida da escola exige ao professor/gestor capacidade para defender as suas propostas, e negociar uma estratégia adequada perante as mais diversificadas situações. Trata-se de uma actividade que exige, pelo menos, convergência de competências de carácter técnico, social e político. A base natural para a actuação na escola é a actividade investigativa, no sentido de actividade inquiridora, questionante e fundamentada, sendo necessária a exploração constante da prática e a sua permanente avaliação e consequente reformulação.. 9/194.

(12) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. Esta pesquisa reflecte uma preocupação em atribuir sentido às experiências docentes da investigadora, adoptando uma atitude de aprendizagem relativamente à sua própria prática. A investigação sobre a própria prática profissional constituiu um processo privilegiado de construção do conhecimento. Foi, por consequência, uma actividade de grande valor para o seu desenvolvimento profissional, bem como para a instituição educativa a que pertence, influenciando as formas de trabalho, a cultura institucional, e o relacionamento com o exterior. A questão da validade e existência de um PEE surge suportada por uma concepção política de sociedade que assenta num modelo de democracia participativa. O professor, na concretização da sua missão, actua a diversos níveis: conduzindo o processo de ensino-aprendizagem, avaliando os alunos, contribuindo para a construção do projecto educativo da escola e para o desenvolvimento da relação da escola com a comunidade. Por vezes, defronta-se com situações problemáticas, que, de um modo geral, são resolvidos com boa vontade e bom senso, tendo por base a sua experiência profissional, e que nem sempre leva à adopção de soluções tidas tecnicamente como mais satisfatórias. Daí, a necessidade do professor se envolver em investigação que o ajude à resolução dos problemas do dia a dia, de forma técnica e metodologicamente sustentada. O conceito de autonomia de escola surge consagrado no Decreto-Lei nº 43/89, que especifica que esta se deve concretizar na elaboração de um projecto educativo próprio, constituído e executado de forma participada por todos os intervenientes na vida escolar. O PEE é, portanto, um documento que guia a política educativa, distinta e original de cada escola, construído com base em normas nacionais e com objectivos nos recursos e nos modos de funcionamento de cada estabelecimento. Cada comunidade educativa tem os seus actores, os quais lhe atribuem uma dinâmica colectiva própria que se reflecte no PEE que constroem. A escola é uma organização social específica, um espaço privilegiado de intervenção e decisão, o Projecto Educativo converte-se no instrumento eleito para a materialização da convergência para a conexão da acção, mas “o estabelecimento de ensino não se apresenta como uma organização mobilizada em torno de um mesmo projecto educativo” (Fontoura, 2005) e o PEE nem sempre traduz a especificidade desse estabelecimento de ensino e do local.. 10/194.

(13) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. Ao analisar os processos e procedimentos utilizados pelas escolas na elaboração do Projecto Educativo, estamos a contribuir para elucidar melhor acerca dos elementos facilitadores, das potencialidades e dos constrangimentos que afectam o seu funcionamento. Para se estudar o projecto educativo de escola tem de se ter em conta a forma como a escola está organizada e o espaço de que dispõe para levar à prática as suas intenções educativas. A problemática da autonomia surge assim, naturalmente associada ao Projecto Educativo estabelecendo-se entre eles uma relação interdependente. Sendo o Projecto Educativo a expressão da autonomia da escola; por outro lado a autonomia existe porque é construída através do próprio projecto, donde o projecto educativo de escola é simultaneamente um processo e um produto. A apresentação do presente trabalho divide-se em três partes. Na primeira parte, apresentase o problema e o enquadramento teórico, construído no âmbito da evolução das concepções de administração e da escola em Portugal, os conceitos de Projecto Educativo de Escola (PEE), de Autonomia onde se referem os modelos de gestão e de construção do projecto educativo de escola. Na segunda parte apresentam-se e justificam-se as opções metodológicas que subjazem a este trabalho que se desenvolve como um “Estudo de Caso”. Na terceira parte, analisa-se o Projecto Educativo da escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico (“Divelinhas”) com base no documento produzido pela escola e interpreta-se recorrendo a entrevistas realizadas junto da comunidade educativa da escola. Para interpretar o projecto recorremos à perspectiva de Sarmento (2000) que valoriza a investigação centrada nos significados que os actores sociais dão às suas acções nas organizações escolares, que são conteúdos de sentido estáveis e seguros. A análise destas unidades é importante porque elas têm a capacidade de explicitar a síntese operada o nível macropolítico e micropolítico (Bacharach e Mundell, 2000). Por último, apresentam-se as conclusões do estudo e pistas de investigação futuras.. 11/194.

(14) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. PARTE I: DO PROBLEMA AO REFERENCIAL TEÓRICO CAPÍTULO 1 – PROBLEMA 1.1 - Apresentação do problema O Projecto Educativo de Escola (PEE) é um instrumento, consagrado na legislação, que está articulado com as estratégias de construção da autonomia da Escola, e é igualmente uma exigência colocada às escolas por parte da administração central, de modo a responder aos contextos em que a escola se insere e ao mesmo tempo cumprindo, os objectivos da Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE). Actualmente, de acordo com a legislação em vigor, é indispensável existir nas escolas um PEE. Temos então a noção de projecto individual ou organizacional como ponto fulcral ao ter-se em conta o papel dos actores sociais. No domínio da Educação esta nova forma de pensar e agir reflecte-se sobre a qualidade e desempenho da escola. Sendo a escola uma organização social específica, um espaço privilegiado de intervenção e decisão, o Projecto Educativo converte-se no instrumento privilegiado de materialização da convergência para a identificação específica do mesmo, tornando-o um dos pontos fortes de alteração da vida organizativa da escola. Ao analisar os processos e procedimentos utilizados pelas escolas na elaboração do PEE, estamos a contribuir para elucidar melhor acerca dos elementos facilitadores (potencialidades) e dos constrangimentos que afectam o funcionamento. É no contexto da descentralização das políticas educativas, que se redefine a escola e o seu papel, como unidade fundamental do sistema educativo e do PEE. Simultaneamente novas responsabilidades recaem sobre as instituições educativas, nomeadamente a de definir uma política educativa própria, surgindo o PEE como a expressão desta política, no âmbito da autonomia que a escola pode construir. As opções tomadas pela comunidade educativa, traduzem-se na lógica de funcionamento presente no PEE, de onde a análise dos processos e procedimentos utilizados pela escola na sua construção, se torna assim, como elemento necessário. É neste âmbito que surge o tema deste estudo: A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas.. 12/194.

(15) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. 1.2 - Pertinência do estudo A problemática deste estudo parte da reflexão sobre a evolução do conceito de escola, registado nas últimas décadas, o que levou à necessidade de elaboração de um Projecto Educativo de Escola. A escola é vista como um sistema local de formação e aprendizagem, comunidade educativa com características e dinâmicas próprias, que resulta nomeadamente: 9 Das interacções entre os seus actores; 9 Das interacções com o macro sistema educativo de que faz parte; 9 Das interacções com os outros sistemas – económico, político e social – com quem estabelece relações; Estas directrizes indicam um sistema educativo com base na diversidade local, entendido como resultado da participação dos professores, dos alunos, dos pais e dos cidadãos que o sistema tem localmente. Não basta, por isso mesmo, afirmar que a escola é uma organização, com características específicas que as diferenciam umas das outras e que, como tal, deve elaborar o seu PEE. Ultrapassada a concepção de escola, como projecção linear de paradigmas gerais, o modo como é pensado e construído o projecto coloca problemas em termos organizacionais que se reflectem na dinâmica da escola. À escola competem funções de organização e execução, sem esquecer o já reconhecido poder de decisão.. Contudo a grande dinâmica organizativa da escola surge com o conceito de autonomia consagrado no Dec.-Lei nº 43/89: “A autonomia da escola concretiza-se na elaboração de um projecto educativo próprio, constituído e executado de forma participada, dentro de princípios de responsabilização dos vários intervenientes na vida escolar e de adequação a características e recursos da escola e às solicitações e apoios da comunidade em que se insere.”. As escolas ao constituírem-se como organizações com características específicas, que as diferenciam umas das outras, contém em si potencialidades e capacidades de desenvolvimento. 13/194.

(16) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. da própria autonomia. Desta forma, quando a escola tem de realizar um trabalho educativo eficaz e coerente, obriga por um lado, a construir a sua própria autonomia, e por outro, a administração central a reconhecê-la. Falar em autonomia da escola, significa falar da definição, de uma política própria, distinta e original que a escola expressa no seu Projecto Educativo (Barbier, 1991; Barroso, 1992). Ao definir e prosseguir objectivos que traduzem os interesses, aspirações e características dos elementos que a constituem – alunos, professores, pais e encarregados de educação – e também do meio de que é parte, a escola assume as suas potencialidades e limites, constrói a sua identidade, a sua autonomia (Canário, 1992). O processo de desenvolvimento, corresponde à dinâmica de concepção e elaboração do P.E.E., ou seja resulta da interacção do quadro legal com o meio envolvente, a comunidade educativa e as infra-estruturas existentes, constituindo-se uma formação orientada para o pleno exercício da cidadania, garantindo a aquisição de competências que permitam a integração cultural, social e profissional dos alunos. Na dependência de inter-relações, criam-se condições favoráveis à integração da escola no processo de desenvolvimento da sociedade. É na diversidade de inter-relações entre meio envolvente das escolas e o P.E.E. que a gestão permite transformar o que outrora era visto como obstáculos, em riqueza, como por exemplo: a família, autarquia, associações locais, entre outros. Desta forma, o Projecto com a definição de objectivos e a gestão de dependências expressa a construção da autonomia. É igualmente uma exigência colocada às escolas por parte da administração central, na medida em que se torna urgente definir o sentido global do trabalho a desenvolver por cada escola, de modo a responder aos contextos em que a mesma se insere cumprindo, ao mesmo tempo, os objectivos da Lei de Bases do Sistema Educativo. Ora, as «funções» da escola, que são tradicionalmente educar, instruir e socializar, têm sofrido, nos últimos anos, consideráveis ampliações, como funções de guarda, enquadramento, inserção profissional e prevenção da marginalização social. Mas, à medida que a escola é levada a alargar o seu campo de actuação, encontra no terreno outras instituições cuja actividade incide nas mesmas populações, com propósitos e meios diversos. 14/194.

(17) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. dos seus: serviços de outros Ministérios, nomeadamente da Saúde e da Segurança Social, programas interministeriais, instituições de solidariedade social, associações e movimentos religiosos. Importa então responsabilizar todos os elementos de uma comunidade na tarefa educativa para reconhecer formalmente um papel que, de modo informal, muitas vezes, eles desempenham, mesmo que disso não tenham consciência. A escola, passando a partilhar poderes e responsabilidades, deixa de enfrentar sozinha um conjunto de problemas que a transcende, redefinindo papéis sociais. È suposto que ela construa uma política ajustando as práticas dos professores e dos alunos e conferindo-lhes alguma acção sobre o meio. A escola é uma organização com fronteiras flutuantes, com objectivos redefinidos a cada momento, e com relações que também se têm de reconstruir continuamente; ela já não é redutível à forma burocrática que a contém. Neste universo diversificado, os actores devem reajustar as suas práticas educativas abrangendo factores socio-económicos dos alunos e suas famílias. Nesta mudança da escola, a comunidade é chamada a construir um projecto educativo. As mudanças ocorridas aos vários níveis da sociedade, na qual a escola está inserida, têm tido por motor a inovação alicerçada tanto no desenvolvimento de projectos individuais, como organizacionais daí que para a sua concretização surja a necessidade de elaboração de projectos educativos nas escolas (PEE). Apesar da existência de decretos legislativos, não se muda por esta via, a forma de trabalhar dos professores, bem como as suas lógicas de acção. Ou seja, a existência de “norma” não é significado de mudança, pois, a sociedade não se muda por decreto, como refere Croizier (1963). Mudança é algo mais vasto e que implica novos modos de organização escolar, novas formas de fazer. Na nossa perspectiva, a mudança passa principalmente pelos actores. Os diversos actores educativos têm de definir novas estratégias no sentido de melhorar o funcionamento das escolas; tudo depende da consciencialização dos professores e do que querem construir. Sendo o projecto educativo de escola resultante de um processo singular que ocorre a nível de escola, ele formaliza as opções de carácter pedagógico tomadas principalmente pelos professores que estruturam a acção escola (Barroso, 1992). O imperativo. 15/194.

(18) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. social da existência de projectos, valoriza a auto-organização e autonomia dos indivíduos e das organizações (Lima, 1992). As escolas possuem estruturas formais com normas e regulamentos próprios, mas cabe aos professores com as sua ideias, valores e interesses contribuir para uma melhor compreensão da vida da escola – organização, que se reflecte na qualidade e desempenho da escola. Nesta linha de actuação a escola é reconhecida como uma organização específica, com espaço privilegiado onde se intervém e decide, e assim, identifica-se o Projecto Educativo como um dos pontos que pode alterar a vida organizativa da escola. Temos que ter a noção que para compreender a escola e as lógicas dos actores nele envolvidos é necessário analisar os processos e procedimentos utilizados na construção do Projecto Educativo para podermos compreender a lógica de funcionamento no dia a dia da escola. Interroguemo-nos então, sobre a construção do Projecto Educativo de Escola e os reflexos na sua autonomia. Temos então a noção de projecto individual ou organizacional como ponto fulcral ao ter-se em conta o papel dos actores sociais. No domínio da Educação esta nova forma de pensar e agir reflecte-se sobre a qualidade e desempenho da escola. Sendo a escola uma organização social específica, um espaço privilegiado de intervenção e decisão, o Projecto Educativo converte-se no instrumento privilegiado de materialização da convergência para a identificação específica do mesmo, tornando-o um dos pontos fortes de alteração da vida organizativa da escola. Ao analisar os processos e procedimentos utilizados pelas escolas na elaboração do PEE, estamos a contribuir para elucidar melhor acerca dos elementos facilitadores (potencialidades) e dos constrangimentos que afectam o funcionamento. As opções tomadas pela comunidade educativa traduzem-se na lógica de funcionamento presente no PEE, de onde a análise dos processos e procedimentos utilizados pela escola na sua construção, se torna, assim, como elemento necessário. É neste âmbito que surge o tema deste estudo: A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas.. 16/194.

(19) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. 1.3 - Questões de investigação e objectivos do estudo O Decreto-Lei nº 43/89 relaciona pela primeira vez, a existência do PEE com o alargamento da autonomia do estabelecimento. O P.E.E. assenta assim, num quadro de um processo de inovação da gestão e organização de cada estabelecimento de ensino. Desta forma deve ser adoptado como uma fase de “planificação estratégica”, reflectindo uma visão prospectiva do que se pretende que venha a ser a intervenção educativa de uma escola concreta, empenhada em contribuir para a melhoria da qualidade do ensino e assumir o seu papel criador das condições que permitam a superação possível dos seus constrangimentos e limitações. O P.E.E., no âmbito da autonomia, ainda que relativa da escola, deve integrar e potenciar a sua cultura própria, isto é, o conjunto de valores, de visões e de formas de estar e de intervir na comunidade interna dos seus intervenientes e de interagir com a comunidade envolvente, cultura que se vai construindo, pelos seus intervenientes e por parte de todos. É uma cultura que transita e se reforça de ano para ano. Com o passar do tempo, o Projecto determina um processo de ajustamento a cada escola, constituindo uma metodologia e um instrumento de planificação a longo prazo do qual o projecto de escola não pode ser dissociado (Barroso, 1992). Barroso refere que o projecto educativo de escola enquanto produto constitui uma metodologia e um instrumento de planificação de longo prazo. Neste sentido, o projecto enquadra a definição e a formulação das estratégias de gestão assim como os planos operacionais de médio e curto prazo. Acontece que a elaboração do P.E.E. não é suficiente para concretizar a autonomia, como se refere no Dec-Lei nº 43/89. Neste estudo, averiguamos se os processos e procedimentos utilizados na construção do PEE, tendo em vista a compreensão da relação existente entre a lógica nele expressa e a lógica de funcionamento da escola, contribuem ou não para a sua autonomia.. 17/194.

(20) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. Analisa-se a importância que o PEE pode ter na escola e se contribui para a sua autonomia. É o grande objectivo deste trabalho, focando-nos no conhecimento, no processo de elaboração, na sua concretização e na respectiva avaliação. A investigação deu-se através de um estudo de caso, na Escola do 1º Ciclo do Ensino Básico aqui designada por “Divelinhas”. O trabalho organiza-se em três partes. Na primeira, realiza-se uma breve discussão teórica dos conceitos fundamentais para a análise pretendida no estudo de caso, tais como gestão, projecto de escola e autonomia escolar. Na segunda parte, apresenta-se o desenho experimental da investigação, ou seja, a sua natureza epistemológica e os procedimentos de recolha e análise de dados. Finalmente, na terceira e última parte, procede-se ao estudo de caso propriamente dito. Comenta-se as linhas conceptuais do texto do PEE e relaciona-se às impressões dos elementos da comunidade educativa, recolhidas em entrevistas, para se chegar a alguma impressão acerca da questão principal colocada para a investigação, qual seja, a relação existente entre a lógica expressa no PEE e a lógica de funcionamento da escola, contribuindo ou não para a sua autonomia. A pergunta principal deste estudo leva a outras, directamente relacionadas, deste modo, as questões de pesquisa centram-se em vários domínios, onde colocamos hipóteses – afirmações provisórias decorrentes de relação entre variáveis – cuja finalidade de investigação será confirmar ou infirmar essas informações. Contribuir para a análise da importância que o PEE pode ter na escola, contribuindo para a sua autonomia, é o grande objectivo deste trabalho. A pesquisa bibliográfica realizou-se a partir de um quadro de análise construído com base em referências teóricas que se aplicou ao trabalho de campo conduzido na Escola do 1º Ciclo do Ensino Básico que designaremos por “Divelinhas”. Teoricamente o Projecto Educativo envolve um vasto conjunto de actores para que haja uma negociação adequada, que se possa traduzir numa política educativa distinta e original de cada comunidade e, que os actores que nela interfiram lhe possam imprimir uma dinâmica específica – Autonomia. É na dinâmica da construção deste projecto que se negoceia e se. 18/194.

(21) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. decide a lógica de funcionamento na escola. O modo como se desenvolve este processo traduz, pelo menos em parte, a orientação educativa global da escola. A autonomia, na nossa perspectiva decorre da implementação do projecto educativo de escola consignado no Decreto-Lei n.º 43/89. Não partilhamos da ideia de que a aplicação da legislação por si só promova a autonomia mas se ela for um objectivo dos actores que constroem o projecto de educativo de escola ela poderá ser conseguida. A autonomia é construída, como refere Barroso (1992) a partir de uma dinâmica de decisões colectivas dos seus órgãos ou a nível individual pelo jogo das autonomias relativas dos seus actores. Neste sentido, o projecto de escola materializa esse tempo de construção da autonomia. A legislação específica apenas regulamenta este processo. A maneira como as escolas interpretam e executam, através do projecto essas competências é que é definidora da sua autonomia. No nosso Projecto de Investigação são objectivos Específicos averiguar, como factores base da Autonomia das Escolas: 1.. Nível de conhecimento sobre o PEE. 2.. Processo de Elaboração. 3.. Concretização do PEE. 4.. Avaliação do PEE. Segundo o Decreto-Lei n.º 115-A/98 de 4 de Maio – Regime de autonomia das escolas – refere: “A autonomia das escolas e a descentralização constituem aspectos fundamentais de uma nova organização da educação, com o objectivo de concretizar na vida da escola a democratização, a igualdade de oportunidades e a qualidade do serviço público de educação”.. O desenvolvimento da autonomia das escolas exige, porém, que se tenham em consideração as diversas dimensões da escola, quer no tocante à sua organização interna e às relações entre os níveis central, regional e local da Administração, quer na assumpção pelo poder local de novas competências com adequados meios, quer ainda na constituição de parcerias sócioeducativas que garantam a iniciativa e a participação da sociedade civil.. 19/194.

(22) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. A escola, enquanto centro das políticas educativas, tem, assim, de construir a sua autonomia a partir da comunidade em que se insere, dos seus problemas e potencialidades, contando com uma nova atitude da administração central, regional e local, que possibilite uma melhor resposta aos desafios da mudança. O reforço da autonomia não pode ser encarado como um modo de o Estado aligeirar as suas responsabilidades, mas antes pressupõe o reconhecimento e que, mediante certas condições, as escolas podem gerir melhor os recursos educativos de forma consistente com o seu projecto educativo. Dum modo simplista o P.E.E. pretende reflectir no que somos e o que queremos ser…e é com base neste pressuposto que o Projecto Educativo de Escola deverá situar-se na experiência vivida e projectada, conforme os pilares de desenvolvimento previsto para o século XXI: Aprender a aprender: a aceder e descodificar o conhecimento e exercitar a meta cognição. Aprender a fazer: a valorizar o saber, pesquisado na acção e na reflexão da própria prática. Aprender a ser: a construir a própria identidade na diferença e na diversidade. Aprender a conviver: a ser solidário, construindo, socializando e celebrando colectivamente.. 20/194.

(23) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. CAPÍTULO 2 – QUADRO TEÓRICO-CONCEPTUAL EVOLUÇÃO DAS CONCEPÇÕES ESCOLA E ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR EM PORTUGAL Em Portugal, a concepção de projecto educativo como instrumento de construção da identidade e autonomia da escola é relativamente recente. A revolução do 25 de Abril de 1974, e a consequente introdução da democracia em Portugal, marcou o início de mudanças significativas na estrutura e organização do sistema educativo português essenciais para a compreensão da temática da administração das escolas. Neste capítulo, temos por escopo caracterizar a evolução do debate de ideias sobre a escola que nos parecem essenciais para dar significado à realidade actual da administração escolar portuguesa e principalmente aprofundar a nossa compreensão sobre a forma como em cada escola, em cada comunidade educativa se concebe e implementa o Projecto Educativo e se dá sentido à autonomia de escola. 2.1 – As primeiras concepções de gestão escolar O período revolucionário que se seguiu à queda da ditadura, em Portugal, em 1974, teve reflexos imediatos na forma como professores, alunos e encarregados de educação se relacionam com a escola e a forma como o poder passa a ser gerido pela escola. Assiste-se, nessa época, a um multiplicar de assembleias de estudantes e professores, associadas ao “saneamento” de reitores, directores e professores acusados de “fascistas” ou “colaboradores de Fascistas”. Essa forma de “tomada de poder” leva, segundo Lima (1992), a uma “autoorganização da gestão escolar”, e a diferentes modelos de ensaio “auto-gestionário”. Não foi fácil para as escolas enquadrar as diferentes iniciativas que nasciam no seu seio. Isso levou a uma intervenção da administração, imputando às iniciativas e aos órgãos de gestão, já em funcionamento em diversas escolas, “as atribuições que incumbiam aos anteriores órgãos de gestão”. O Decreto-Lei nº 221/74, de 27 de Maio, publicado no mês seguinte à Revolução, já simboliza em si mesmo, uma preocupação do poder central sobre as escolas. Por outro lado esse mesmo Decreto-Lei, no seu primeiro artigo, remete para mais tarde a regulamentação do “processo de escolha democrática dos órgãos de gestão dos estabelecimentos de ensino, com. 21/194.

(24) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. participação adequada de estudantes e pessoal docente, técnico, administrativo e auxiliar”. O que se passa no terreno é no entanto um cenário bem diferente uma vez que, segundo Lima (1992), em várias escolas, as comissões de gestão, apoiadas por assembleias deliberativas, ultrapassam as atribuições que cabiam aos antigos reitores e directores das escolas e assumem-se como verdadeiros gestores das escolas em formas e processos de democracia directa. Em 1974, vive-se nas escolas uma grande agitação revolucionária, com interrupções consecutivas das actividades lectivas, que quase as imobiliza na sua acção instrutiva, o que leva o X Governo a mais uma tentativa de normalização da vida nas escolas através do Decreto-Lei nº 735-A/74, de 21 de Dezembro. Este tem como principal finalidade regular os órgãos de gestão das escolas, considerando a urgência da criação das indispensáveis condições de eficácia no funcionamento das escolas. Consigna uma nova morfologia organizacional nas escolas criando três estruturas de gestão das escolas (o Conselho Directivo, o Conselho Pedagógico e o Conselho Administrativo) às quais atribui as funções que constavam dos estatutos e regulamentos de gestão que vigoravam, no anterior regime político. Regulamenta igualmente o processo eleitoral dessas estruturas e a sua constituição. As assembleias e plenários, tão frequentes nessa época, transformam-se, do ponto de vista legislativo, em “assembleias consultivas” de carácter facultativo, sujeitas a autorização prévia do Conselho Directivo e cuja realização não podia, salvo em casos excepcionais, prejudicar as actividades escolares. Por outro lado, o mesmo Decreto-Lei repõe, no seu artigo trigésimo segundo, o dever de o Conselho Directivo informar os serviços centrais do conteúdo dos pareceres e propostas destas “assembleias consultivas” que não sejam executados e das razões da sua não execução. Essa medida legislativa entra em evidente ruptura com as formas de democracia vigentes na sociedade cível que atribuíam poderes deliberativos às assembleias e plenários, tornando-os os órgãos soberanos. Esse Decreto-Lei suscita uma viva polémica e é objecto de repulsa generalizada pelos elementos mais activos das escolas, embora, após a sua publicação, tenha aumentado o número de escolas preparatórias e secundárias com conselhos directivos eleitos, conforme os métodos de democracia.. 22/194.

(25) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. O insucesso dessa primeira tentativa de normalização democrática da vida das escolas não teve condições generalizadas de sucesso, devido à sua precocidade em relação ao que se passava na sociedade, mas corresponde aos objectivos daquelas que viriam a ser as mais importantes forças políticas, e inscreve-se na linha do retorno da centralização concentrada e burocrática, que o Decreto-Lei nº 769-A/76, de 23 de Outubro, virá reparar. No ano lectivo de 1975/1976, com a promulgação da Constituição da República Portuguesa e com as primeiras eleições legislativas, clarifica-se, na sociedade portuguesa, o modelo político de democracia. Sottomayor Cardia foi o Ministro da Educação do I Governo Constitucional, tendo regulamentado a gestão das escolas através do Decreto-Lei nº 769-A/76, de 23 de Outubro. Esse Decreto-Lei retoma as orientações do Decreto-Lei nº 735-A/74, mantendo como órgãos de gestão de topo da escola o Conselho Directivo, o Conselho Pedagógico e o Conselho Administrativo. Redefinem-se com cuidado as regras da constituição e as competências de cada e os respectivos processos eleitorais, apesar de remeter para legislação posterior a regulação do funcionamento específico do Conselho Directivo (Portaria nº 677/77, de 4 de Novembro) e do Conselho Pedagógico (Portaria nº 679/77, de 8 de Novembro). Entre os três órgãos é estabelecida uma divisão de funções, cabendo ao Conselho Directivo – órgão deliberativo e executivo – a responsabilidade do funcionamento e da gestão das escolas, que não seja específica do Conselho Pedagógico – órgão de orientação pedagógica – ou do Conselho Administrativo – órgão de gestão financeira e orçamental. A composição do Conselho Directivo é alterada, e passa a ser composta por elementos representantes do pessoal docente (3 a 5, dependendo do número de alunos da escola), dois representantes dos estudantes e um representante do pessoal não docente. O Conselho Pedagógico, presidido pelo presidente do Conselho Directivo, por inerência de funções, tem como “órgãos de apoio” os conselhos de grupo, de turma, de directores de turma, de ano ou de curso, e nele têm assento os delegados de grupo, subgrupo, disciplina ou especialidade e um representante dos alunos de cada ano. O Conselho Administrativo, também presidido pelo presidente do Conselho Directivo ou por delegação, conta ainda com o seu vice-presidente, o secretário do Conselho Directivo e o chefe de secretaria, em que o primeiro assume funções de vice-presidente e o último as de secretário.. 23/194.

(26) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. Também o Decreto-Lei nº 769-A/76, de 23 de Outubro, que vigora até 1980, é alvo de polémica, sendo de referir a diminuição da representação dos alunos no Conselho Directivo, que deixa de ser paritária com a representação dos professores. A apreciação da “gestão democrática" como uma “ofensiva” na educação, conjuntamente aos ataques noutras áreas da actividade produtiva, como a Reforma Agrária, nacionalizações, contra as conquistas conseguidas pelos trabalhadores em consequência da revolução, a limitação da participação na vida da escola bem como na definição da política educativa, não é acompanhada de alternativas inviabilizadoras desse reforço da gestão burocrática com centro na educação. Com a legislação específica, a constituição e as competências do Conselho Pedagógico foram revistas e ajustadas às novas funções que lhe foram atribuídas, no âmbito da profissionalização em serviço – Decreto-Lei nº 579-T1/79, de 29 de Dezembro, e Decreto-Lei nº 376/80, de 12 de Setembro, com alterações nas atribuições e competências do delegado e subdelegado de grupo, subgrupo ou disciplina – Despacho nº 333/80, de 22 de Setembro. Ao mesmo tempo, as associações de pais e encarregados de educação, que tinham já visto o reconhecimento do direito de cooperação com o Estado na educação dos filhos bem como o de emitir pareceres sobre as linhas gerais da política nacional e da juventude e sobre a gestão dos estabelecimentos de ensino (Lei nº 7/77, de 1 de Fevereiro), assistem, então, à regulamentação da sua intervenção nas escolas. Essas intervenções vão-se alargando desde os contactos com o conselho directivo às reuniões periódicas com esse órgão, “pelo menos uma vez por trimestre lectivo”, ao assegurar de “actividades culturais e desportivas, nomeadamente de ocupação de tempos livres, que (...) pretenda realizar”, ao dever de “emitir parecer sobre o regulamento interno” da escola e ainda à possibilidade de participação de um seu representante, nas reuniões ordinárias do conselho pedagógico de Setembro, Fevereiro e Julho, mas “sem direito a voto”, conforme - Despacho Normativo nº 122/79, de 22 de Maio, nºs 2, 7, 12 e 13, e posteriormente, em qualquer outra, desde que os pais fossem convocados - Decreto-Lei nº 376/80, de 12 de Setembro, art. 22º, nº 3.. 24/194.

(27) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. Em resumo, podemos dizer que os anos 70 se caracterizaram por um debate em torno da conceptualização e operacionalização das ideias de democracia e participação aplicadas à administração escolar. Para Formosinho (1991), o paradigma subjacente à legislação elaborada nesses anos corresponde a uma tentativa de normalização democrática acompanhada do retorno à centralização concentrada da administração das escolas. O documento que mais marcou esses anos foi, segundo o autor, a Constituição da República Portuguesa, aprovada em 1976, que serviu de pano de fundo a toda a legislação elaborada sobre administração escolar. A legislação específica desses anos é composta pelas Leis nº 5/73 e nº 7/77, o Decreto-Lei nº 769-A/76, de 23 de Outubro, e pelas portarias nº 677/77 de 4 de Novembro e nº 679/77, de 8 de Novembro. Nessa polémica surgiu um contributo essencial das abordagens sociológicas e dos estudos organizacionais, que veio a reflectir-se no desenvolvimento quantitativo da oferta e da procura de formação em Administração Escolar. 2.2 – Lei de Bases do Sistema Educativo e a “gestão democrática” A gestão democrática, portanto, tem início a partir de 1976, mas são os anos 80, marcados pela elaboração da Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE), Lei nº 46/86, de 14 de Outubro, que a consolida. Decorre o período da Reforma Educativa 1986-1995, com a expansão da burocratização das escolas com consequências ao nível do funcionamento dos órgãos de gestão intermédia, gestão monopolizada pelos professores com sistema de ensino cada vez mais desconcentrado (DRE), e com a participação passiva por parte dos alunos ao nível da gestão escolar. Neste período as grandes preocupações centravam-se no modelo e na profissionalização em serviço dos professores. A gestão democrática tem o seu início a partir de 1976 mas são os anos 80 que foram marcados pela elaboração da Lei de Bases do Sistema Educativo, (Lei nº 46/86, de 14 de Outubro), que consagra a democratização da escola. O Ministério da Educação ia, simultaneamente reformulando a sua orgânica de funcionamento e procedendo à desconcentração.. 25/194.

(28) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. 2.3 – Da gestão democrática à autonomia dos estabelecimentos Nos anos 80, com a publicação da LBSE, nota-se uma descentralização do Estado perante as Escolas. Chega, então, a autonomia dos estabelecimentos, consagrada pelo Decreto-Lei nº 43/89, de 3 de Fevereiro, que influenciou novas práticas diferenciadas de autonomia que cada escola conseguiu materializar. A maior parte das vezes impelidas de forma indirecta por mecanismos condicionadores do financiamento de projectos a que se candidatava, cada estabelecimento, lança-se ao desenvolvimento de políticas de territorialização, à procura de soluções diferenciadas para problemas e contextos diferentes, dando resposta ao “programa de reforço da autonomia das escolas”. Com a aplicação do Decreto-Lei nº 43/89, de 3 de Fevereiro, cada escola do 2º e 3º ciclos do ensino básico e do ensino secundário, de forma diversa, mas de acordo com as suas especificidades, aprofundou as margens de autonomia ao seu dispor, definidas no art. 2º nºs 1,2 e 3. A escola passou, então, a ter uma série de competências: analisar formas de gestão curricular; definir algumas políticas relacionadas com alunos e professores, bem como gerir tempos lectivos e de ocupação de espaços; organizar e oferecer actividades de complemento curricular, de animação sócio-educativa, de ocupação dos tempos livres ou de desporto escolar; gerir o crédito horário para o exercício de cargos de gestão e de desenvolvimento de projectos pedagógicos; proceder ao recrutamento de pessoal auxiliar de acção educativa em regime de tarefa ou de contrato a termo certo; conseguir auto-financiamento e gerir as receitas provenientes da prestação de serviços nas escolas; adquirir bens e serviços; proceder à execução de certo tipo de obras; estabelecer parcerias entre escolas, nomeadamente para a criação de centros de recursos educativos e centros de formação. No entanto, o referido Decreto não abrangia a “autonomia consagrada” ao 1º ciclo do ensino básico e à educação pré-escolar. Em resumo, podemos afirmar que os anos oitenta foram marcados pelo debate de ideias em torno da democracia representativa e da democracia participada. A nível da gestão das escolas a grande discussão desenvolveu-se em torno das formas de direcção democrática dos. 26/194.

(29) A importância do Projecto Educativo na concretização da autonomia das escolas. estabelecimentos de ensino e da necessidade de tornar a gestão dos estabelecimentos em algo mais profissional. Para o autor João Formosinho o paradigma educacional que subjaz à lógica de. acção. nesta. década. remete. para. concepções. de. Descentralização,. Retórica. descentralizadora simultaneamente com a existência de “Práticas de Centralização Desconcentrada”. O documento mais significativo produzido nesta época é sem dúvida o da Lei de Bases do sistema Educativo e os Documentos Preparatórios emitidos pela Comissão de Reforma do Sistema Educativo entre 1987 e 1988. Em 1991, o Decreto-Lei nº 172, de 10 de Maio, de forma inovadora, alarga o ordenamento do “novo modelo de administração, direcção e gestão das escolas” a todos os estabelecimentos de vários níveis de educação e ensino. Esse diploma vê a escola na sua concepção pluridimensional, que, em concordância com a Lei de Bases do Sistema Educativo, associa-se a uma propósito de interferência da comunidade local na definição e contextualização das políticas educativas, com base nos princípios da democraticidade, da participação, da integração comunitária e da autonomia da escola corporizada no seu projecto educativo. Com esse decreto os estabelecimentos de ensino básico e secundário vêem a gestão democrática constituir uma referência importante na evolução da escola portuguesa. O presente diploma define um modelo de direcção e gestão que, nas suas linhas conceptuais, é comum a todos os estabelecimentos de educação e de ensino, mas que se concretiza em modalidades específicas. Com o processo de eleição encontram-se assim representados os intervenientes na comum idade escolar, em que o órgão colegial assume as funções de direcção. A administração e gestão vêem assim a sua estabilidade e eficiência garantidas por um órgão unipessoal – o director executivo. Os órgãos de direcção, administração e gestão são apoiados por órgãos consultivos de natureza técnico-pedagógica e administrativa e contam ainda com o apoio e a participação da comunidade na vida da escola (Decreto-Lei nº 172). Os princípios do Diploma apontam para a coerência com a LBSE. No entanto a excessiva regulamentação, as ambiguidades nas competências, no protagonismo e na inter-relação dos seus principais órgãos (Conselho de Direcção, Director Executivo e Conselho Pedagógico), não ficou muito clara a distinção entre funções políticas e técnicas e a questão da representação institucional da escola, bem como a continuidade de um sistema centralizado de. 27/194.

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