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PARTE I: DO PROBLEMA AO REFERENCIAL TEÓRICO

CAPÍTULO 3 PROJECTO E PROJECTO EDUCATIVO DE ESCOLA

3.1 – O conceito de projecto

A palavra Projecto pode ter vários significados, pela aplicação em vários campos e situações. Por vezes, associamo-lo a um propósito, uma intenção ou mesmo a um desígnio. Noutras situações, conotamo-lo com um esquema, um plano ou um programa. O conceito de projecto não é novo na literatura educacional. Ele tem a sua origem no movimento de educação progressista do início do século passado nos Estados Unidos da América, cuja intenção era a de que a escola devesse representar a vida da criança tão real e vital como a que ela vive em casa. O termo "projecto" surge como designação possível de um conceito que procura unificar vários aspectos importantes do processo de aprendizagem: a acção realizada com empenhamento pessoal, a intencionalidade dessa acção, e a sua inserção num contexto social. Em geral, estes aspectos estão presentes, em maior ou menor grau, e de modo mais ou menos explícito, naquilo a que chamamos um projecto.

Temos assistido, a partir da década de noventa, a uma avalanche teórica sobre projecto. Diferentes autores, como Boutinet, 1996; Isabel Alarcão, 1993; Hernandez, 1998; Barbier, 1996 têm dado especial atenção a este tema, retomando os pensamentos teóricos de Dewey ou de W. James indicando novos referenciais. Percebemos a manifestação desse movimento nas escolas, através dos projectos educativos. Embora o termo projecto educativo sempre tenha feito parte da vida escolar, notou-se que na última década evidenciou-se bastante.

O projecto promove a organização do trabalho em dois níveis: no da organização da escola e no da organização da sala de aula. No entanto o projecto pode mesmo ultrapassar esses dois níveis e atingir também a pessoa do professor e outras escolas com os quais interage. Um projecto tem impacto no micro-sistema na medida em que se refere à pessoa do professor ou seja à sua sala de aula; e no macro-sistema, pelo que se refere às crenças e valores da comunidade.

Podemos então afirmar que um “projecto” permite desenvolver:

¾ Nos alunos o papel de actores responsáveis e intervenientes na comunidade;

¾ O despertar de orientações vocacionais ou caminhos profissionais;

¾ A interdisciplinaridade, relacionando conhecimentos diversos;

¾ A capacidade de comunicar e exprimir as suas opiniões publicamente;

¾ A produção de produtos úteis e necessários à comunidade;

¾ A capacidade de questionar e imaginar.

Numa perspectiva científica, a noção de projectos pode ser abordada por diferentes ângulos. Abordaremos de seguida o conceito de projecto, teoricamente, em 4 campos: filosófico, psicológico, sociológico e educacional.

Conforme defende Boutinet (1996:195), o projecto impõe-se sobre o mercado da formação permanente.

“uma das funções essenciais de colocar em formação os adultos tornar-se-á rapidamente a possibilidade de fazer emergir neles, no decurso do próprio processo de formação de novos projectos [...] a formação é, então, concebida como projecto em dois sentidos complementares: como realização hic et nunc de um projecto negociado, como emergência de novos projectos a realizar no seu seguimento.” (Boutinet, 1996, p.195).

Nesse sentido, pode-se afirmar que o Projecto traz em si a possibilidade de um projecto de formação e este, por sua vez, apoia outros projectos de ordem pessoal, profissional e pedagógica, constituindo uma interdependência entre eles. O projecto ao mesmo tempo que gera o projecto de formação, também ele se gera a si mesmo

"…com efeito, para o mestre, lançar-se num projecto educativo é conceber, para si próprio, um certo tipo de projecto profissional de ensino, que passa pela realização, no mínimo parcial, do dito projecto educativo a promover." (Boutinet, 1996, p.205).

Boutinet propõe que um projecto possua como particularidade a natureza colectiva, mas sabendo que tem também uma natureza singular, na medida em que cada um participa de um modo diferente.

Campo educacional

No ponto de vista educacional começou-se por procurar o sentido da noção de projecto e sua aplicabilidade no campo educacional, tendo sido analisados em vários campos etimológico, histórico e filosófico. O estudo do vocábulo “projecto” visualizou as várias utilizações em diferentes campos, situando o acto de projectar como algo essencial ao ser humano, e da consciência, portanto, inseparável do processo educativo. No entanto, é de referir que uma escola pode ter Projecto Educativo e não existir trabalho, na sala de aula, em forma de projectos. O que, na verdade, nesse campo, parece acontecer é uma amplitude terminológica. Conforme Barbier (1996:20)

Costa (1991:10) entendia o projecto educativo de escola como um documento de carácter psicológico que:

“elaborado com a participação da comunidade educativa, estebelece a identidade própria de cada escola através da adequação do quadro legal em vigor à sua situação concreta, apresenta o modelo geral de organização e os objectivos pretendidos pela Instituição e, enquanto instrumento de gestão, é ponto de referência orientador na coerência e unidade da acção educativa”.

Para Madalena Fontoura (2006:64):

“O Projecto representa um instrumento de pilotagem e management particularmente bem adaptado à mobilidade dos nossos dias. O Projecto deve incidir sobre as coerências internas e externas e sobre as interacções organizacionais dentro da instituição”. Em que o Projecto se organiza em torno de dois pólos fundamentais: O individual e o social. (Madalena Fountoura, 2006:65)

Então como nomear a prática adoptada na escola?

Surgem diferentes reflexões sobre práticas de projectos, que hoje se apresentam como uma inovação do trabalho escolar. Concluiu-se que um projecto tem algo para ser interpretado, contém pistas de quem o idealizou e do seu meio e merece, por isso, ser analisado. No entanto

surgem questões como: qual o sentido de se implantar projectos na escola? Quais as acções que os planeiam e quais as dificuldades enfrentadas?

Neste contexto, foi necessária a ampliação do conceito de interpretação, para se compreender o movimento de observar, descrever e analisar a acção. A prática constrói-se quando se reflecte sobre o modo de construção, execução e alteração do projecto educativo. Logo, implica uma relação especulativa entre quem olha e quem é olhado. Olhar para o outro é, de alguma forma, olhar para si através do outro, porque a forma de olhar também está condicionada pela cultura. Uma forma de olhar que nos ensina a eliminar o preconceito, uma vez que, toda a manifestação do humano, por ter uma dimensão sócio-cultural, não pode ser julgada por meio de conceitos pré-estabelecidos. Há sempre a subjectividade qualquer que seja o texto/obra/cultura, pois há sempre uma forma intrínseca que está pronta para ser revelada. Dessa forma é como se uma chave abrisse as portas de uma cultura, de um povo ou de um ser: passa-se a compreender o “texto”, compreende-se melhor porque se passa a compreender a mensagem nele contida.

Vários estudos surgiram na escola alemã, com contributos de Ricoeur (1990); Gadamer (1993) e Palmer (1999) entre outros, que levaram a compreender a evolução do conceito de projecto e a sua aplicabilidade, demonstrando que o mais importante no processo é o ser humano, o sujeito pensante que pode ser conhecido através da linguagem.

A proposta filosófica de Ricoeur é interpretar o próprio homem, que só se conhece indirectamente por aquilo que deixa impregnado na sua própria produção, de forma consciente ou inconsciente. Tal dimensão também se encontra no pensamento de Morin (2004, p. 16).

A criança, com as vivências das três partes do projecto, constrói os seus conhecimentos subindo degraus: inicialmente, conhecendo o seu eu, a sua história de vida e a dos seus colegas, identificando as relações construídas no seio da família, da escola e do meio; posteriormente, percebe as relações sociais; e, por último, conhece a história da humanidade, onde chega ao conhecimento armazenado pela espécie humana, cria relações e reflecte sobre elas. O objectivo principal é a compreensão do mundo da criança, portanto, todas as actividades têm relação com ele e são utilizadas para auxiliarem a procura do seu sentido. O trabalho é desenvolvido de forma interdisciplinar e procura proporcionar à criança um maior

conhecimento histórico, o desenvolvimento da criatividade e do raciocínio, o pensar lógico, e permite também uma extraordinária viagem pela evolução da humanidade, utilizando-se da imaginação. O projecto permite que a criança reflicta sobre a sua possibilidade de ser e de transformar o mundo, visando à formação da consciência.

A interdisciplinaridade consolida-se como uma prática que leva à compreensão, porque as diversas disciplinas vão dando auxílios para o ensino desta compreensão, que só é atingida quando se percebe na sua totalidade. O mais importante não é a contribuição de cada disciplina, mas a busca pela compreensão, que começa com a visão do todo, inicialmente indiferente, vai para as partes, situando-se num todo, num movimento inseparável de busca pelo sentido. A interdisciplinaridade seria a teoria que facilita o mover-se em círculo e que leva à percepção da totalidade.

O ser humano depende do passado que o determina e do futuro que orienta o seu caminho. Com base no que foi construído no passado, o presente vislumbra sempre o tempo que está para chegar, as expectativas sobre a família, o amor, o trabalho, o estudo, marcas do que se vive hoje. Projectar indica planear uma acção no presente com propósitos transformadores para o futuro.

O projecto, também, organiza a escola, dá-lhe uma direcção com base na reflexão, ao mesmo tempo que resume os interesses, os desejos, as propostas da sua equipe. Assim, a organização da escola pertence a um grupo, e não só ao director/órgão de gestão que o construía, mas todos são colaboradores do processo.

O projecto foi elaborado para organizar a escola de uma forma mais próxima da realidade, mais alegre, mais autónoma, mais desburocratizada, sem desrespeitar as leis de ensino, mas usando-as em prol, primeiramente, do aluno. A forma de organização escolar por projectos, nos quais todos têm participação, concretiza o diálogo, a parceria, a comunicação, une, apresentando uma visão interdisciplinar, não só na sala de aula, mas em todo o espaço escolar; promove uma atitude de abertura, onde todo o conhecimento é importante, para todos e não, apenas, para o educando.

Descobriu-se, porém, que o importante não é a concretização de uma escola perfeita, mas o movimento nela gerado pela dúvida que leva à procura constante de transformações. Um

projecto é mais que a soma de vários projectos individuais. É um projecto que tem um objectivo comum específico: melhoria da qualidade do processo de ensino e de aprendizagem. A concretização desse objectivo pode tomar diferentes formas e envolver diferentes segmentos do campo escolar e, nesse sentido, passa necessariamente pelos projectos individuais que, interagem com outros. Não actuam no vazio, mas sim a partir de premissas e exemplos culturais compartilhados por todos. A instituição escolar, dentro dessa perspectiva, representa-se como um mundo próprio do projecto educativo.

Para que o objectivo do projecto educativo seja o de melhorar a qualidade do processo de ensino, torna-seé necessário que todos os meios e procedimentos pensados e previstos concorrem para esse fim. Para que o projecto se concretize é fundamental que os meios e os fins estejam estreitamente interligados. Quem define as acções educativas é o projecto educativo da escola. É ele que envolve os elementos que definem a condição humana: possui metas, define acções, elege instrumentos e estabelece critérios que permitirão avaliar o grau de sucesso ou não alcançado na actividade educativa.

3.2 – O Projecto como conceito operatório

O termo projecto expressa aquilo que os indivíduos desejam, ou seja o sentido que cada um quer dar à sua vida. Desta forma acontece uma relação entre o passado e futuro. No campo operatório, o projecto transforma a situação, segundo uma estratégia definida, como é o caso de actividades de arquitectura ou gestão, onde há uma “passagem” para realizar uma obra, obedecendo a um processo feito com etapas e instrumentos que se confundem com a concepção de projecto.

A “gestão por projecto” tem vindo a generalizar-se no campo empresarial, onde é exigido desenvolvimento e inovação o que de certa forma escapa ao topo da hierarquia.Com as características próprias do “projecto” é variada a sua utilização, levando a abordagens diferentes: filosófica onde se acentua o aspecto relacional; psicológica com o destaque para as questões motivacionais e nas sociológicas onde se dá importância aos contextos culturais.

O projecto deve ter em conta todas as dimensões da pessoa, no respeito pela sua origem, religião e convicções. O empenhamento da comunidade educativa concorre para dar confiança ao aluno, para o socializar e o tornar progressivamente autónomo.

Projecto em Educação

Segundo muitos autores, o projecto em educação concretiza-se através de um programa de actividades sucessivas, onde concomitantemente se valorizam noções como objectivos, meios e tempos. Mais tarde foram introduzidos outros elementos, como: gestão do tempo, negociação e avaliação. Distinguem-se também as noções de Projecto Pedagógico, Pedagogia do Projecto e Projecto Educativo.

O projecto pedagógico define as actividades, as estratégias, os recursos e a avaliação. Para Veiga (1996), o projecto pedagógico não pode ser entendido apenas como um conjunto de planos e projectos de professores, nem somente um documento que trata das directrizes pedagógicas da instituição educativa, mas como um produto específico que reflecte a realidade da escola, situada em um contexto mais amplo que a influencia e que pode ser por ela influenciado. Portanto, trata-se de um instrumento que permite clarificar a acção educativa da instituição educacional na sua totalidade. O projecto pedagógico tem como propósito a explicitação dos fundamentos teórico-metodológicos, dos objectivos, do tipo de organização e das formas de implementação e de avaliação institucional (p. 11-113).

Ele transcende o simples agrupamento de planos de ensino e actividades diversificadas, pois é um instrumento do trabalho que indica rumo, direcção e construído com a participação de todos os profissionais da instituição.

Evidentemente, a existência de Projecto Pedagógico numa escola não garante por si só, o êxito absoluto dos objectivos estabelecidos e sonhados. Existem outros condicionadores significativos que podem comprometer o resultado esperado. O Projecto Pedagógico deve ser gerado a partir das diferenças que forçosamente existem entre os seus actores, sejam eles professores, funcionários, representantes dos órgãos de gestão da escola, pais e alunos.

Pedagogia de Projecto. Aqui, privilegia-se uma formação-aprendizagem individualizada ou de pequenos grupos, onde o principal objectivo é implicar directamente o aluno, na construção do seu próprio saber, saber-fazer e saber-ser. É preciso trabalhar as diferenças e as relações existentes entre eles, adaptarem-se às novas condições que se apresentam e verificar qual a percepção que têm em relação a eles próprios.

Fazer planeamento escolar é fazer florescer os diversos projectos que estão, por vezes, embutidos ou escondidos no interior da escola. Existem alguns projectos que são claros e assumidos pelos agentes das instituições e existem outros que não o são por motivos ideológicos.

Muitas vezes ocorre que nem a escola, nem tão pouco o professor, têm consciência de estar, através da sua prática educativa, submetido a um projecto independentemente de ser conservador ou participativo. Neste caso tanto a escola como os docentes, com a sua prática de educadores, aderem a "modelos" sem se darem conta de seu verdadeiro compromisso educacional. Essas posturas têm a ver com a Pedagogia do Projecto. Ou seja, quando se quer tratar de pedagogias de projectos quer-se discutir formas e posturas relacionadas à criação, planeamento e implementação de projectos.

Já por projecto educativo entende-se a opção por valores e finalidades, a definição de uma orientação com que se pretende o desenvolvimento e a inserção criativa do sujeito em diferentes situações. Segundo Zorzi (2004, p. 30), o projecto educativo da escola traduz-se da seguinte forma:

“Pode-se dizer que é o mapa detalhado, que orienta a caminhada da instituição em sua trajectória, com indicação de instrumentos, recursos, estratégias e demais elementos necessários, para que possa cumprir e colimar seus objectivos e metas estabelecidos, com a qualidade desejada. É o que marca e diferencia uma instituição no contexto das demais”.

Os valores são de natureza social, cultural, política e religiosa em termos individuais ou colectivos. A implicação de um projecto dessa natureza implica, portanto, a colaboração entre parceiros, desde pais e encarregados de educação às instituições sociais, políticas e profissionais Assim, a escola deve dotar-se de um Projecto Educativo que não se esgote na planificação de um plano de acção conjunto. O trabalho de planeamento e, consequentemente, a tarefa de preparar (pensar e redigir), vivenciar, acompanhar e avaliar são acções e reflexões que devem ser vividas por todo o grupo de professores e não apenas por alguns deles, só assim poderá corresponder à procura do sentido da política educativa da escola de hoje, perspectivada em termos de amanhã.

Para a concretização desse projecto torna-se possível, a nível local, partir da análise da situação concreta, para serem definidas prioridades educativas que se integrem na política

nacional e que constituam uma recriação original dessa política. Trata-se de uma redescoberta e de uma reinterpretação feita a partir das condições locais. A definição e realização de políticas educativas locais, é possível no quadro constitucional e jurídico e, principalmente no quadro da Lei de Bases do Sistema Educativo.

Por outro lado a construção do “bem comum local”, da política educativa local, (Derouet, 1988) é fruto de uma concertação que permite a definição local do interesse geral. Os conflitos de interesses existentes quer entre professores, quer entre pais e professores, quer entre instituições, quer entre grupos sociais, não desaparecem com o PEE, mas são possíveis consensos que têm por base negociações.

A política educativa local é parte integrante de uma política de desenvolvimento local que promova a qualidade de vida. Neste contexto, os diferentes serviços públicos, de educação, de saúde e de segurança social, terão de passar a articular-se localmente, constituindo uma rede local, e a estimular a participação das populações que servem. Torna-se, então, necessária a clarificação do conceito do Projecto Educativo de Escola (PEE), bem como do Plano Anual de Actividades (PAA), como instrumentos de planeamento organizacional, definindo a política educativa, de uma escola. A política educativa de uma escola é entendida como um tipo de política educacional, como fracção da política social, que deve dar resposta a uma pluralidade de actores, que não se constituem em categorias sociais compactas, homogéneas e monolíticas. Uma política educativa precisa contém: a) um diagnóstico da realidade que se quer transformar; b) definição de objectivos claros a serem alcançados; c) estabelecimentos de metas realistas; d) previsão orçamental e financeira; e) planeamento; f) avaliação dos resultados. Tem sido nesse sentido que a política de educação em Portugal é referida pelo Estado. Nos últimos anos, essa política tem tido como principal objectivo a valorização da escola pública, colocando-a ao serviço dos alunos e das suas famílias, contribuindo assim decisivamente para a diminuição das desigualdades sociais.

Segundo a legislação em vigor, em Portugal, (Decreto-Lei nº 115-A/98) o Plano de Actividades à semelhança do Projecto Educativo e do Regulamento Interno de um Agrupamento Escolar, será um documento de planeamento, elaborado e aprovado pelos seus órgãos. Define, em função do Projecto Educativo, os objectivos, as formas de organização e da programação das actividades e procede à identificação dos recursos envolvidos. (Decreto- Lei nº 115-A/98).

O Projecto Educativo de Escola foca o desenvolvimento da organização escolar no seu conjunto, tendo obviamente reflexos nas condições de aprendizagem dos alunos. É relativo ao seu governo e organização, expressando a sua identidade como instituição, as finalidades que a norteiam, as metas que escolheu e os meios que se propõe pôr em prática para as atingir. O PEE não deve ser confundido com o documento elaborado para traduzir o compromisso a que foi possível chegar, num dado momento, na definição dessa política por parte dos diferentes intervenientes: professores, alunos, pais, funcionários e instituições que colaboram com a escola.

3.3 – Projecto educativo de escola

Falar de Projecto significa a necessidade de reflexão sobre o ideal desejado no tempo futuro. Assim, a sua construção surge interligada à criatividade e à dinâmica de auto organização da escola. Desse modo, o PEE define o sentido da acção educativa da escola, certificando a sua autonomia. Por isso, pode-se considerá-lo como o cerne da política da escola, distinta e original de cada comunidade educativa, em que se define a escola como uma organização com características próprias, sistema local de formação e aprendizagem, constituída por alunos, professores, pais e encarregados de educação, representantes da autarquia, e todos os que

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