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IV SIMPÓSIO NACIONAL DE EMPREENDEDORISMO SOCIAL ENACTUS BRASIL

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Academic year: 2022

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IV SIMPÓSIO NACIONAL DE EMPREENDEDORISMO SOCIAL

ENACTUS BRASIL

ENACTUS UFCA: UM CASO DE EMPREENDEDORISMO SOCIAL E DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

Jonatas José Lobo Oliveira1 Juscelino Martins Costa Júnior2 Francisca Fabiana Costa dos Santos3 Francisco Andtalys Lauriano da Silva4

Resumo

Este estudo enfoca ações empreendedoras com a finalidade de auxiliar o desenvolvimento de comunidades da região sul do Ceará utilizando o empreendedorismo social através de um programa ENACTUS. A pesquisa é descritiva (descreve como os projetos do Time Enactus UFCA estão sendo aplicadas) e, exploratória (torna a problemática de uso de tecnologias sociais para o desenvolvimento socioeconômico das comunidades) ao se comparar os registros da literatura em localidades com realidades semelhantes com a experiência prática do programa. No caso analisado, o empreendedorismo social se torna uma forte ferramenta para comunidades em situação de vulnerabilidade social que possa conquistar a solução de problemas sociais como uma renda deficitária ou um saneamento básico precário.

Palavras-chave: Estudo de caso; Extensão Universitária; Protagonismo comunitário.

Abstract

This study focuses on entrepreneurial actions with the purpose of assisting the development of communities in the southern region of Ceará using social entrepreneurship through an enactus program. The research is descriptive (describing how the Time Enactus UFCA projects are being applied) and, exploratory (it makes the problematic of using social technologies for the socioeconomic development of communities) by comparing the literature records in places with similar realities with experience of the program. In the case analyzed, social entrepreneurship becomes a strong tool for communities in situations of social vulnerability that can conquer the solution of social problems such as poor income or poor basic sanitation.

Keywords: Case study; University Extension; Community action

1Graduando em Engenharia Civil, Universidade Federal do Cariri – UFCA - jonatasjosepet@gmail.com.

2Agrônomo e Mestrando em Agroecologia, Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR – juscelinojunior_@hotmail.com

3Graduanda em Zootecnia, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologias do Ceará – IFCE campus Crato – fabianazootecnia2015@gmail.com

4 Graduando em Engenharia Civil, Universidade Federal do Cariri – UFCA – andtalys_05@hotmail.com

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INTRODUÇÃO

O ato de empreender é o resultado de um conjunto de ações criativas para a solução de problemas ou prestação de serviços com uma finalidade especifica e direcionada para um grupo de pessoas. No entanto em uma ação empreendedora não é necessária uma completa inovação na forma de lidar com uma situação ou modificações em pequena escala de um determinado metodo, por exemplo. Dentre muitos casos, a simples junção de maneiras de lidar com determinadas situações pode ser tido como uma ação inovadora. Entendendo isso, o empreendedorismo pode ser exercido com diversas finalidades que definem a forma que se expressará em um grupo de pessoas. Não obstante, o empreendedorismo social que pode ser tido como uma ação inovadora voltada para o campo social cujo processo se inicia com a observação de determinada situação-problema local, para a qual se procura, em seguida, elaborar uma alternativa de enfrentamento (OLIVEIRA, 2004).

De certa forma, uma das provocações do empreendedorismo social é alcançar o desenvolvimento comunitário que pode ser definido como um esforço para melhorar as condições de vida daqueles que habitam o local (a comunidade e o seu espaço geográfico e cultural) tomando em linha de conta a especificidade desse local (SANTOS, 2002). O desenvolvimento comunitário é o artifício para melhorar as condições de vida daqueles que habitam determinado local (comunidade) que se interligam o social, econômico e ambiental.

Com isso para que o desenvolvimento seja vivenciado precisa ser feito o protagonismo comunitário e, o empreendedorismo social se interliga diretamente com outros métodos de construção para ser identificado nas mais diversas localidades desde o meio rural com agricultores familiares que vivem do campo, até mulheres de comunidades urbanas em situação de vulnerabilidade social que desejam através do artesanato e da valorização cultural serem empoderadas social e economicamente.

O empreendedorismo social no meio rural pode ser relacionado com muita facilidade com o desenvolvimento rural sustentável. Como é notado por De Abreu et. All (2016) em um estudo de caso em uma comunidade no município de Caririaçu, interior cearense próximo as localidades analisadas nesse estudo, a identificação de protagonistas sociais e ação empreendedora são necessárias para alcançar um desenvolvimento rural sustentável e não somente a aplicação de tecnologias e métodos que possam equacionar problemas ambientais,

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econômicos ou políticos. Nesse cenário, temos a comprovação prática da necessidade de uma visão inovadora para se alcançar a construção de uma sociedade igualitária em meios urbanos e rurais.

Na outra situação exposta, embora o artesanato seja conhecido em todo o mundo por sua criatividade, funciona também como ferramenta de reintegração e motivação para mulheres que deixaram de encontrar inspiração ao longo da vida, seja devido às perdas, mudanças, traumas sofridos ou até mesmo à idade e a errônea sensação de que não são mais úteis para a sociedade, de que sua contribuição não tenha mais valor. Com isso esse rico conjunto de produtos, desenhos e tons, surgiu com o intuito de melhorar vidas, além de intensificar a cultura de cada país.

O artesanato brasileiro é um dos mais ricos do mundo e garante o sustento de muitas famílias e comunidades. Segundo Catenacci (2001), o artesanato e as expressões culturais tidas como populares em muitos casos são ligados a uma expressão ou uma representação da vivência do excluído, no entanto com alguns adventos as tradições populares ganham espaços importantes não só de relevância cultural como também de importância econômica.

Incorporando sua versatilidade, a ação empreendedora no meio social em junção com o artesanato e a valorização cultural pode ser uma saída para atores conseguirem equalizar alguns dos problemas sociais de sua localidade.

OBJETIVOS

No presente estudo, temos como objetivo analisar um programa de extensão da Universidade Federal do Cariri (UFCA) através da visão dos agentes, ou seja, alunos e professores. Nessas situações, a finalidade é de auxiliar o desenvolvimento de comunidades da região sul do Ceará utilizando o empreendedorismo social em uma comunidade rural e um bairro com grupo de mulheres, ambos com problemáticas distintas em situação de vulnerabilidade social.

METODOLOGIA Método de estudo

Os procedimentos metodológicos utilizados nesta pesquisa foram construídos por pesquisa bibliográfica e obtenção de dados em campo, dos meses de Janeiro a Julho do ano de 2018.

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Realiza-se a pesquisa conforme descrito a seguir como Etapa Preliminar (EP) que foi realizada através de visitas às comunidades do município do Juazeiro do Norte e Barbalha, ambas do estado do Ceará para que fosse possível conhecer o setor, o processo produtivo, com a intenção de termos uma visão mais ampliada das práticas que poderiam ser consideradas satisfatórias para as comunidades e servirem de base para a elaboração da metodologia de avaliação. E, por conseguinte foi a Etapa Efetiva (EE), no qual foi a coleta de dados existentes através de pesquisas bibliográficas e documentais sobre o gerenciamento de toda a estrutura de uma empresa (AFONSO et al, 2011).

O primeiro período de 2018, o Time Enactus UFCA destinava esforços para realizar dois projetos: Bio+ e Mulecas focados no desenvolvimento comunitário.

Mulecas e o Bairro Frei Damião

Em parceria com o Centro de Referências de Assistência Social - CRAS, o programa atende cerca de sessenta mulheres da comunidade Frei Damião, no bairro de Juazeiro do Norte no interior do Ceará. O projeto Mulecas, visa incluir mulheres de situações de vulnerabilidades econômicas e sociais, em ações voltadas ao artesanato popular com linhas (crochê, fuxico, bordado, ponto cruz) que em processo de transformação com materiais recicláveis possam tornar-se produtos comercializáveis.

O projeto envolve processos de ensino com encontros teóricos e práticos, onde são trabalhados produtos de baixo custo de fabricação com técnicas de fácil produção, que quando prontos possuem significativo valor em mercado. Neste sentido, o projeto visa contribuir na ampliação da criatividade, valorização cultural e autoconhecimento, instigando a economia colaborativa, o comércio justo, a sustentabilidade ecológica e o empoderamento feminino através de uma atividade plena e produtiva.

Bio+ e o Sítio Boa Esperança

O projeto Bio+ é uma atividade com foco no desenvolvimento de ciclo sustentável de hortaliças orgânicas para o empoderamento socioeconômico. A utilização de tecnologias sociais para a economia e a reutilização dos recursos hídricos domésticos utilizado para outras atividades que possam beneficiar as comunidades no desenvolvimento da agricultura orgânica

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como fonte de implementação de renda através de capacitações direcionadas a gestão e ao empreendedorismo.

No período analisado, o Bio+ atendia três comunidades, mas para o presente estudo iremos analisar a comunidade Sítio Boa Esperança que é composta principalmente por agricultores que tem sua renda baseada na extração do coco-babaçu e da macaúba do parque nacional Chapada do Araripe na cidade de Barbalha. O extrativismo é voltado para a produção de óleos e azeites de formas artesanal que são comercializados em feiras locais e nas cidades circunvizinhas. O programa, nessa situação, atende um total de treze (13) famílias.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os projetos em sua aplicação se configuram em estágios diferentes de desenvolvimento que em cada situação obtemos perspectivas distintas, no entanto, se tem o empreendedorismo social aplicado de forma especificas e adaptadas a cada realidade com a sua finalidade direcionada ao desenvolvimento comunitário.

Projeto Mulecas

No caso do projeto Mulecas, as capacitações junto as mulheres concentram em um caráter muito técnico. A facilidade de aprendizado de métodos específicos de corte e de costura entre o grupo é particularizado refletindo pessoas com um processo de formação de indivíduos diferentes, no qual algumas das beneficiadas vivenciaram em sua infância o bordado ou o crochê com muita constância. Dessa forma, os agentes do programa necessitam, junto as capacitadores, manipularem a metodologia utilizada para repasse do conhecimento de maneira que não se perca participantes por um atraso na capacidade de fabricação de peças especificas.

O projeto no bairro Frei Damião consegue captar as mulheres e trabalhar o artesanato como forma de expressão cultural. Não obstante, com o foco na formação de empreendimentos que possam surtir efeito na renda das beneficiadas, o grupo ainda é carente em despertar o espirito empreendedor em que muitas encaram como um momento apenas de entretenimento não visualizando a finalidade principal das capacitações. No entanto, esse fato pode ser justificado pelo estágio das atividades que ainda não entraram nos cursos direcionados a gestão de negócios, apresentação de produtos, articulação para vendas,

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desenvolvimento do empreendedorismo, dentre outros. Portanto, para se obter um avanço social significativo na comunidade o programa necessita intensificar durante o processo de construção das empreendedoras para que suas visões quanto ao artesanato não se limitem e o projeto em sua aplicação não se torne ineficaz.

Projeto Bio+

O projeto Bio+ em sua aplicação na comunidade Sítio Boa Esperança encarou dificuldades em envolver e convencer os beneficiados quanto a ideia e o seu sucesso. A descrença ou, até mesmo, as inseguranças em investir na terra pela carência hídrica enfrentada na localidade são apontadas como os principais motivos nesse fato. No início das atividades, o programa e seu grupo de estudantes necessitaram adaptar o cronograma e o planejamento para conseguir envolver a comunidade: o que antes seriam aplicações de forma comunitária com a horta e as tecnologias para o benefício mais coletivo, troca-se para a implantação de quintais produtivos e as tecnologias mais indivíduos como forma de expor casos de sucessos na própria região. As adaptações geraram um prolongamento das atividades em que o impacto geral na Boa esperança ainda não pode ser notado em sua totalidade.

Não obstante, o projeto e os produtores de óleos já contam com a implantação de três quintais produtivos de hortaliças; três minhocários domésticos para produção de adubo orgânico e manutenção de cada horta; um biodigestor rural que permite a reutilização de dejetos animais para a produção de biogás e de biofertilizante; já consta com o direcionamento da produção com encomendas periódicas que por si só geram uma melhoria de pelo menos 15% na renda de cada família.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com a visão dos agentes de extensão e nas e nas experiências vivenciadas fica evidente que o desenvolvimento comunitário nesses casos caminha ainda de forma tímida, mas é evidente que o empreendedorismo social pode ser uma forte ferramenta para comunidades em situação de vulnerabilidade social possam conquistar a solução de problemas como uma renda deficitária, uma gestão de resíduos ineficiente, uma alimentação pouco saudável, a falta de acesso à cultura, dentre outros. A ação empreendedora nessas situações comprova a sua inter-relação com a inovação e, como uma ação de extensão para instituições

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de ensino pode ser um forte caminho para expandir as paredes das universidades e proporcionar aos estudantes uma formação mais completa e mais humana.

REFERÊNCIAS

AFONSO, Michele HF et al. Como construir conhecimento sobre o tema de pesquisa?

Aplicação do processo Proknow-C na busca de literatura sobre avaliação do desenvolvimento sustentável. Revista de Gestão Social e Ambiental, v. 5, n. 2, p. 47-62, 2011.

CATENACCI, Vivian. Cultura Popular: entre a tradição e a transformação. São Paulo em perspectiva. vol.15 n.2. 2001

DA SILVA, Marta Corrêa; SANTOS, Jean Carlos Vieira. Artesanato e Cultura Local: uma possibilidade de renda e desenvolvimento da atividade turística. Caminhos de Geografia – revista online. vol.17 n.60 p. 31-47. 2016. Disponível em

<http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/> Acesso em 01 abr. 2019

DE ABREU, Môngolla Keyla Freitas; DO NASCIMENTO, Verônica Salgueiro; BRASIL, Adélia Alencar; ANDRADE, Daniquele Pinho. Protagonismo social e suas contribuições para o desenvolvimento rural sustentável: um estudo de caso no município de Caririaçu – Ceará (Brasil). Sustentabilidade em Debate. vol. 7. Universidade de Brasilia. 2016. Disponível em

< http://periodicos.unb.br> Acesso em 01 abr. 2019

OLIVEIRA, Edson Marque. Empreendedorismo social no Brasil: atual configuração, perspectivas e desafios – notas introdutórias. Revista da FAE. vol.7 n. 2. 2004. Disponível em < https://revistafae.fae.edu/> Acesso em 01 abr. 2019

PRODANOV, Cleber Cristiano; DE FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico-2ª Edição. Editora Feevale, 2013.

SANTOS, Henrique. Desenvolvimento comunitário vs. Educação: Duas faces da mesma moeda? Caderno de Educação de Infância. Edição Especial. 2002. Disponível em <

https://apei.pt/upload/ficheiros/edicoes/vamos_62.pdf> Acesso em 01 abr. 2019

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