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Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol Terceira Comissão Disciplinar

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Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol Terceira Comissão Disciplinar

Processo nº 086/2017

Denunciante: PROCURADORIA DA JUSTIÇA DESPORTIVA

Denunciado: PAYSANDU S. C. (PA) e JEAN PIERRE GONÇALVES

LIMA

RELATOR - AUDITOR - DR. JURANDIR RAMOS DE SOUSA

EMENTA:

DENÚNCIA – POR UNANIMIDADE DE VOTOS – APLICAÇÃO DA PENA DE MULTA NO VALOR DE R$-7.500,00 (SETE MIL E QUINHENTOS REAIS), CONVERTIDA EM CESTAS BÁSICAS A SEREM ENTREGUES À APAE (BELÉM-PA) – AO CLUBE PAYSANDU S. C. (PA) – POR INFRAÇÃO AO ART. 213, INC. I, DO CBJD, e, ABSOLVENDO-O QUANTO A IMPUTAÇÃO DO ART. 243-G, §§ 1º, 2º e 3º, C/C ART. 183, AMBOS, DO CBJD, CONCEDENDO, AINDA, AO CLUBE, O PRAZ0 DE 07 (SETE) DIAS, PARA COMPROVAÇÃO, NOS AUTOS, DA COMPRA E ENTREGA DAS CESTAS, SOB PENA DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVISTAS NO ART. 223, DO CBJD; POR MAIORIA – ABSOLVIÇÃO DO ÁRBITRO JEAN PIERRE GONÇALVES LIMA QUANTO A IMPUTAÇÃO DO ART. 266, DO CBJD.

DA DENÚNCIA

Na Denúncia, formulada pela Procuradoria da Justiça Desportiva, na partida realizada, no dia 30 de junho de 2017, válida pela Campeonato Brasileiro de 2017 – Série B, categoria profissional, entre os clubes do Paysandu S. C. (PA) e Luverdense E. C. (MT), a equipe do Paysandu S. C. (PA) foi denunciada da seguinte maneira e fatos, a saber:

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“Em partida realizada entre PAYSANDU e LUVERDENSE, verificou-se a ocorrência de mais um lamentável episódio de violência no Futebol e, com um agravante, pois ocorreu a partir de referências ofensivas, com notório cunho homofóbico”.

“Ademais, destaca-se que a despeito da notoriedade do tumulto no interior da praça de desporto, conforme se verifica facilmente das imagens apresentadas, a equipe de arbitragem, capitaneada pelo árbitro, Sr. Jean Pierre Gonçalves Lima, deixou de relatar tão relevante ocorrência, conforme se verifica da Súmula arbitral.”

“Consta das imagens que torcedores ou grupos de torcedores da equipe denunciada brigaram entre si no interior do estádio, bem como se depreende das imagens, reportagens, entrevistas e demais meios de prova apresentados, que a briga teve como motivação atos discriminatórios, conforme será demonstrado nesta peça acusatória.”

“Trata-se, pois, de conduta reprovada sob todos os aspectos, jurídicos, sociais e desportivos, a merecer punição exemplar aos envolvidos, responsáveis por sua ocorrência.”

A Denúncia se deu em afronta aos arts. 213, inc. I, § 1º, e, 243-G, §§ 1º, 2º e 3º, combinado com o art. 183, todos, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

Por outro lado, a Procuradoria, ainda, denunciou o árbitro da partida, Jean Pierre Gonçalves Lima, no art. 266, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, por entender que, as alegações acima, de desordem na partida, não constaram da Súmula da partida, entendendo, à Procuradoria, que houve omissão da arbitragem naquela partida de futebol.

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A Procuradoria manteve sua denuncia nos termos da inicial, inclusive, com apresentação de vídeos da partida e, ainda, juntada de documentos de fls. 35/37.

Neste Tribunal, é reincidente, a equipe do Paysandu S. C. (PA), e, primário, o árbitro, Jean Pierre Gonçalves Lima.

Houve defesa oral do clube denunciado apresentada pelo Dr. Felipe de Macedo, que, também, apresentou prova de vídeo e documental de fls. 38/76, e, ainda, colheu o depoimento, às fls. 34, como informante, do Sr. Alberto Lopes Maia Filho (Diretor Jurídico do Paysandu S.C. - PA).

O árbitro apresentou defesa oral e fez a juntada de documento, fls. 89, inclusive, sua declaração e dos assistentes daquela partida, apresentados pela Dra. Ester Freitas.

PRELIMINARMENTE

Ocorre que, para melhor compreensão dos fatos, e, ainda, diante das provas de vídeo e documentos juntados nos autos (quer pela defesa, quer pela Procuradoria), esclarece o Relator do presente feito, que assistiu à partida em questão, com destaque aos gols e observação à conduta da torcida dos times em campo naquela oportunidade, e, também, após o término da partida e os incidentes ocorridos durante e após o jogo. Aliás, a Súmula da Partida não relatou nenhum fato relevante que merecesse seu destaque para constar na Súmula.

Por outro lado, na sessão realizada em 19 de julho de 2017, o amplo direito de defesa foi dado às partes, inclusive, concedendo à Procuradoria a juntada de documentos, com objetivo de não se alegar eventual cerceamento de defesa das partes.

(4)

A equipe do Paysandu S. C. (PA) juntou documentos e apresentou prova de vídeo, e, o árbitro, Jean Pierre Gonçalves Lima, apresentou declaração, inclusive, dos assistentes.

Portanto, o julgamento deste feito, levou em consideração que,

o que não está nos autos

, e, não se fez juntada no prazo legal,

não está no mundo jurídico

.

Assim, por conta dos documentos juntados aos autos, fls. 38/76, destaca-se que o denunciado (clube) juntou cópia de trabalho Voluntário e Social, onde há participação de atletas e da Comunidade local, sob título DIRETORIA DE RENPONSABILIDADE SOCIAL, voltado para torcidas dos times do Remo e Paysandu (Regional) e do Estado do Pará, com participação do Governo do Estado do Pará, Polícia Militar, Federação Paraense de Futebol, Guarda Municipal, Semob, Detran e Corpo de Bombeiros.

DOS VÍDEOS

Da prova de Vídeo apresentada na Sessão, destaca-se, o primeiro vídeo, apresentado pela Procuradoria, cujo teor mostra os gols da partida, sem nenhum tipo de incidente com as torcidas.

O segundo vídeo, também, apresentado pela Procuradoria, mostra um programa de TV (ESPN.COM.BR), levado ao ar no dia 28 de junho de 2017, portanto, antes do jogo em questão, sem conotação com a partida, com matéria “HOJE É O DIA DO ORGULHO GLBT” e não guarda relação com a denúncia dos autos e não mostra relevância com a partida, pois foi apresentado antes do jogo.

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O terceiro vídeo, também, da denúncia e apresentado pela Procuradoria, gravado após o encerramento do jogo, mostra uma pequena parte da torcida do Paysandu discutindo sobre o jogo, e, naquele vídeo, e, no áudio, não há nenhuma prova capaz de afirmar ou comprovar tratar-se de discriminação ou, ainda, de homofobia de torcida ou conflito de intolerância ocorrida naquele jogo.

Destaca-se, também, que há outro vídeo que mostra a mesma torcida, porém, sobre outro ponto de filmagem, onde consta o campo de jogo vazio, sem jogadores ou arbitragem, e, parte da Polícia Militar se deslocando para o local da torcida, mas, no entanto, não mostrou nenhum confronto de torcida ou discriminação de homofobia que tenha ocorrido com a interferência do policiamento.

E, os vídeos apresentados pela Procuradoria, não trouxeram, aos autos, nenhuma prova capaz de sustentar qualquer homofobia, muito menos comprovar que o conflito da torcida se deu ou tinha, como pano de fundo, confronto homofóbico de torcidas LGBT.

Ademais, o vídeo e documentos carreados aos autos pelo clube e defesa, comprovaram o interesse do clube em promover trabalho Voluntário e Social naquele local, com objetivo de atender as pessoas carentes e privadas de convívio social, por conta de doenças ou outros motivos de saúde, com a participação dos atletas dos clubes daquele Estado.

Aliás, merece ser reconhecido o trabalho Social do Clube, com objetivo da integração dos atletas, população, e, demais indivíduos que residem naquele local, e, destaque com objetivo que outros clubes utilizem o mesmo trabalho voluntário com sua torcida.

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DA MATÉRIA JORNALÍSTICA

Outro fato que merece destaque, trata-se da matéria jornalística, de 18 de maio de 2017, também, levada ao ar antes do jogo em questão, e, da final do Campeonato Regional, ocorrida entre as equipes do Remo x Paysandu, destaca-se o seguinte, senão vejamos:

“Uma semana depois o governo do Pará, que patrocina o campeonato estadual, fez uma ação de marketing antes do RE-PA que decidiu o título. Os jogadores dos dois times entraram em campo com uma camiseta que pedia respeito à diversida... – Veja mais em https://esporte.uol.com.br/futebol/ultima- noticias/ 2017/05/18/torcida-se-desculpa-por- chamar-rival-de-gay-e-abre-bandeira-lgbt-em- estadio.htm?cmpid= copiaecola”.

“O Governo do Pará, que patrocinou o Campeonato Paraense, propôs que na final do torneio, há alguns dias, os jogadores entrassem em campo com camisetas pedindo respeito à diversidade.”

“Três dias depois, quando o Paysandu enfrentou o Santos pela Copa do Brasil, a torcida também estendeu a bandeira do arco-íris, símbolo LGBT, na arquibancada.”

Por cautela, transcreve-se o teor do art.

243-G, e seus §§, do CBJD, com objetivo de entender sua extensão,

no tocante à homofobia ou discriminação, senão vejamos:

Art. 243-G. Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:

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PENA: suspensão de cinco a dez partidas, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, medico ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de cento e vinte a trezentos e sessenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este Código, além de multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais).

§ 1º Caso a infração prevista neste artigo seja praticada simultaneamente por considerável número de pessoas vinculadas a uma mesma entidade de pratica desportiva, esta também será punida com a perda do número de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição, independentemente do resultado da partida, prova ou equivalente, e, na reincidência, com a perda do dobro do número de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição, independentemente do resultado da partida, prova ou equivalente; caso não haja atribuição de pontos pelo regulamento da competição, a entidade de pratica desportiva será excluída da competição, torneio ou equivalente.

§2º A pena de multa prevista neste artigo poderá ser aplicada a entidade de pratica desportiva cuja torcida praticar os atos discriminatórios nele tipificados, e os torcedores identificados ficarão proibidos de ingressar na respectiva praça esportiva pelo prazo mínimo de setecentos e vinte dias.

§ 3º Quando a infração for considerada de extrema gravidade, o órgão judicante poderá aplicar as penas dos incisos V, VII e XI do art. 170.

DA MÍDIA

Outro fato que destaca-se neste julgamento e processo, trata-se matérias jornalísticas divulgadas antes, durante e após a partida do Paysandu e Luverdense.

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Assim, dentre elas, àquelas juntadas pela Procuradoria, pois nenhuma matéria trouxe fato específico que tenha o envolvimento da torcida do Paysandu e que possa ser atribuído caráter homofóbico, teve, sim, conflito na arquibancada, após o término do jogo, restrita a alguns torcedores e nem a imagem como o áudio aponta para discriminação ou intolerância.

É que, a matéria jornalística, juntada aos autos, pela Procuradoria, com destaque para a torcida LGBT, sob o nome de

“Banda Alma Celeste” em conflito com outras torcidas, também, não prova e nem comprova que “naquele jogo”, específico, houve conflito em campo, porque o vídeo, na sua íntegra, não mostrou nenhum incidente ou conflito das torcidas.

Logo, por mais que se queira atribuir ao jogo ou à torcida do Paysandu qualquer tipo de discriminação ou homofobia estará este Tribunal entrando em seara que não lhe compete, porque, no Estado do Pará, há participação do próprio Governo local com o objetivo de trazer aos Estádios as torcidas simpatizantes às causas LGBT.

E, se houve algum tipo de incidente, na parte de homofobia, deveria a Procuradoria ter levado em consideração, também, o jogo ocorrido na Copa Brasil, entre as equipes do Paysandu e Santos.

É que, naquela oportunidade, a torcida estendeu bandeira do arco-íris, símbolo LGBT, na arquibancada, e, nesse jogo, não há provas de vídeo e documentos que comprovaram qualquer tipo de incidente ou conflito com a torcida do clube.

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Por fim, não se compara, também, os fatos ocorridos com o Goleiro Aranha, onde houve prova de vídeo e de áudio apontando o goleiro como vítima de racismo, logo, não há prova nos autos de nenhum tipo de discriminação ou intolerância naquele jogo.

Portanto, considerando o teor do art. 243-G, do CBJD, e, ainda, diante dos documentos e provas carreadas aos autos, no jogo de 30 de junho de 2017, entre as equipes do Paysandu e Luverdense, não há prova nos autos e nem se pode atribuir incidente envolvendo a torcida que se possa atribuir eventual discriminação ou homofobia que este E. Tribunal possa arguir ao clube Paysandu, sob o título da punição que se enquadra na forma preconizada no art. 243-G, do CBJD.

Entretanto, no tocante a aplicação do art. 213, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, melhor sorte não socorre o clube denunciado, e, com esse objetivo, transcreve o artigo supra, a saber:

Art. 213. Deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir:

I – desordens em sua praça de desporto;

II – invasão do campo ou local da disputa do evento desportivo;

III – lançamento de objetos no campo ou local da disputa do evento desportivo.

PENA: multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais).

§ 1º Quando a desordem, invasão ou lançamento de objeto for de elevada gravidade ou causar prejuízo ao andamento do evento desportivo, a entidade de prática poderá ser punida com a perda do mando de campo de uma a dez partidas, provas ou equivalentes, quando participante da competição oficial.

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§ 2º Caso a desordem, invasão ou lançamento de objeto seja feito pela torcida da entidade adversária, tanto a entidade mandante como a entidade adversária serão puníveis, mas somente quando comprovado que também contribuíram para o fato.

§ 3º A comprovação da identificação e detenção dos autores da desordem, invasão ou lançamento de objetos, com apresentação à autoridade policial competente e registro de boletim de ocorrência contemporâneo ao evento, exime a entidade de responsabilidade, sendo também admissíveis outros meios de prova suficientes para demonstrar a inexistência de responsabilidade.

Dessarte, os vídeos, apresentados pela Procuradoria, comprovaram que, em local específico, houve desordens na praça de desporto, e, ainda, conflito na própria torcida do Paysandu, sem envolver a torcida adversária, que, apesar do término do jogo, permaneceram no local, com objetivo de causar danos ao clube.

Assim, trata-se de fato isolado na torcida do clube que merece punição deste Tribunal, mas, se faz necessário destacar que não houve dano ao patrimônio do clube divulgado após o jogo.

Ademais, levando, ainda, em consideração a responsabilidade objetiva do clube, o mesmo não conseguiu afastar sua culpa, e, diante da gravidade; meios empregados; motivos determinantes; maior ou menor extensão; responsabilidade objetiva do clube no evento, nesse caso, cabe à Justiça Desportiva acolher a denúncia e aplicar punição de caráter disciplinadora, de Multa, à equipe do Paysandu S. C. (PA), em consonância com o art. 213, inc. I, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

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Todavia, diante dos fatos narrados sobre o trabalho voluntário e social do clube, nesse caso, cabe, também, a pena de multa ser convertida em cesta básica, em favor da comunidade da APAE que atende, naquele Estado, parte da população em parceria com o clube.

DO ÁRBITRO

E, no caso do árbitro da partida, Jean Pierre Gonçalves Lima, não se pode deixar de apreciar o teor da Regra 5 – O ÁRBITRO, que diz: “cada partida será dirigida por um árbitro, que terá autoridade total para fazer cumprir as Regras do Jogo”.

E, mais – o árbitro “paralisará, suspenderá ou encerrará a partida por qualquer tipo de interferência externa”, logo, sua interpretação, no caso do campo de jogo, deverá ser sempre soberana, para determinar o prosseguimento da partida até seu final.

E, tem mais -, ao final da partida, cabe ao árbitro lançar na Súmula os fatos ocorridos durante e após o final do jogo, porém, neste caso, não ocorreu nenhum fato relevante para ser levado pelo árbitro à Súmula da Partida após o jogo.

É que, as provas de vídeos, e, do próprio jogo, comprovaram que não houve nenhum incidente envolvendo a torcida do Paysandu durante o jogo, e, mesmo após o jogo, sobretudo até a saída da equipe de arbitragem de campo.

Tanto é verdade que, o incidente envolvendo parte da torcida do Paysandu, mostra o policiamento se deslocando para o local, onde comprova o campo de jogo vazio, sem jogadores e árbitros, demonstrando, assim, que o jogo encerrou, no mínimo, 15 minutos antes.

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Outro fato que precisa ser apreciado, trata-se de Declaração de fls. 89, apresentada pela equipe de Arbitragem, que estiveram naquele jogo, cujo teor está assim descrito, senão vejamos:

“Eu, Jean Pierre Gonçalves Lima, Árbitro da partida supra citada, declaro que o fato gerador deste julgamento aconteceu após já termos nos retirado do campo de jogo e estarmos no vestiário. É de praxe que se aguarde alguns minutos após o término do jogo, porém nesse tempo que permanecemos não houve nada de anormal que requeresse registro em súmula. Inclusive, do fato em questão só tive conhecimento dias depois através de reportagem na mídia. Sendo assim, não houve como relatar o fato em súmula por não haver presenciado e nem ter sido comunicado a qualquer tempo antes do término da confecção da súmula. De ante mão, informo que coloco-me a disposição da mesa julgadora porém não estarei presente por motivos profissionais e trabalho. Eu, Lúcio Beiersdorf Flor e Eu, André da Silva Bitencourt, Árbitros assistentes, ratificamos a declaração do árbitro.

Assim, a decisão do árbitro é soberana, e, nesse caso, precisa prevalecer, sem interferência de terceiros às decisões, devendo o teor da Súmula ser mantida na sua íntegra.

E, mais -, tratando-se de árbitro primário, e, das atenuantes do art. 180, e, seus Incisos, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, diante dos motivos determinantes; antecedentes desportivos do infrator, no caso em questão, cabe sua Absolvição, quanto a imputação do art. 266, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

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É o Relatório

DA DECISÃO

De conformidade com o voto do Relator, que integra esta decisão, Acordam a 2ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol proferir a seguinte decisão, a saber:

a) Por Unanimidade de votos, aplicação da pena de Multa de R$- 7.500,00 (Sete Mil e Quinhentos Reais), à equipe do Paysandu S. C. (PA), por infração ao art. 213, inc. I, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, convertida em cestas básicas a serem entregues à APAE de Belém – PA, concedendo, ainda, ao clube, o prazo de 07 (sete) dias, para comprovação, nos autos, da compra e entrega das cestas, sob pena de aplicação das medidas previstas no art. 223, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

b) Por Unanimidade de votos, Absolvição da equipe do Paysandu S. C. (PA), quanto a imputação da infração do art. 243-G, §§ 1º, 2º e 3º, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, e,

c) Por Maioria de votos, Absolvição do árbitro, Jean Pierre Gonçalves Lima, quanto a imputação da infração do art. 266, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva; contra o voto do Presidente, Dr. Otacílio Araújo, que aplicava a pena de suspensão de 30 dias, convertido em advertência, nos termos do art. 266, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

Rio de Janeiro, 23 de julho de 2017 JURANDIR RAMOS DE SOUSA

AUDITOR – RELATOR

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