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Apuração do custo da diária de internação - Anais_10secic_2013

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Anais

X SECIC

SEMANA DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

I SEMINÁRIO DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E EDUCAÇÃO

CONTABILIDADE: CIÊNCIA A SERVIÇO DA SOCIEDADE

10 a 14 de junho de 2013

UNEMAT UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

Campus Universitário de Tangará da Serra – MT

ORGANIZADOR EUGÊNIO CARLOS STIELER

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10ª SEMANA DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS (SECIC)

1º SEMINÁRIO DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E

EDUCAÇÃO

CONTABILIDADE: CIÊNCIA A SERVIÇO DA SOCIEDADE

10 a 14 de junho de 2013 CURSO DE CIENCIAS CONTÁBEIS

Campus de Tangará da Serra - MT

Universidade do Estado de Mato Grosso Brasil

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FICHA CATALOGRÁFICA

X SECIC - Semana de Ciências Contábeis I Seminário de Pesquisa em Administração, Contabilidade e Educação; Contabilidade: Ciência a Serviço da Sociedade - 10 a 14 de junho de 2013 - Campus Universitário de Tangará da Serra - Universidade do Estado de Mato Grosso-MT – Brasil.

1. Resumos. 2. Trabalhos Acadêmicos. 3. UNEMAT. 4. Mato Grosso. I. Título

Ilustração: Eugênio Carlos Stieler

Página da web da X SECIC - Semana de Ciências Contábeis: http://www2.unemat.br/contabeistga/secic/10secic/index.html Construção da página: Eugênio Carlos Stieler

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COMISSÃO ORGANIZADORA

Cleci Grzebieluckas Eugênio Carlos Stieler

COMITÊ CIENTÍFICO

Carlos Edinei de Oliveira – UNEMAT

Cleci Grzebieluckas - UNEMAT

Maria Helena Rodrigues Paes – UNEMAT

ADMINISTRAÇÃO DA UNEMAT

Adriano Aparecido Silva

Reitor

Dionei José da Silva

Vice-Reitor

Sergio Baldinotti

Diretor de Unidade Regionalizada Político-Pedagógica e Financeira

Eugênio Carlos Stieler

Diretor da Faculdade de Ciências Sociais, Aplicadas e da Linguagem

Alex Sabino dos Santos

Diretor de Unidade Regionalizada Administrativa

Cleci Grzebieluckas

Coordenadora do Curso de Ciências Contábeis

Ana Maria Di Renzo

Pró-Reitora de Ensino e Graduação

Áurea Regina Alves Ignácio

Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação

Vera Maquêa

Pró-Reitora de Extensão e Cultura

Walter Gustavo Danzer

Pró-Reitor da Administração

Ariel Lopes Torres

Pró-Reitor de Gestão Financeira

Weily Toro Machado

Pró-Reitor de Planejamento e Tecnologia da Informação

Celso Fanaia Teixeira

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SUMÁRIO COMISSÃO ORGANIZADORA ... 4 COMITÊ CIENTÍFICO ... 4 ADMINISTRAÇÃO DA UNEMAT ... 4 SUMÁRIO ... 5

BREVE HISTÓRICO DA X SECIC ... 6

O TEMA ... 7

PROGRAMAÇÃO ... 7

ARTIGOS ... 8

A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL E A QUALIDADE DOS GASTOS COM PESSOAL, UMA ANÁLISE DOCUMENTAL NO MUNICÍPIO DE CÁCERES – MT, NO PERÍODO DE 2005 A 2011 ... 8

A REPRESENTAÇÃO DO TCC PARA OS ACADÊMICOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS NA UNEMAT DE TANGARÁ DA SERRA – MT ... 21

ANÁLISE DO DESEMPENHO ECONÔMICO APÓS A IMPLANTAÇÃO DAS LICENÇAS AMBIENTAIS: UM ESTUDO EM UMA EMPRESA DO SETOR MECÂNICA- HIDRÁULICA ... 34

ANÁLISE DO IMPACTO DAS DESPESAS DE MANUTENÇÃO DO HOSPITAL MUNICIPAL ROOSEVELTH FIGUEIREDO LIRA DE BARRA DO BUGRES-MT NO ORÇAMENTO DO MUNICÍPIO ... 46

APURAÇÃO DO CUSTO DA DIÁRIA DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR: UM ESTUDO DE CASO ... 59

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BREVE HISTÓRICO DA X SECIC

A semana de Ciências Contábeis vem sendo realizada desde 1997 exceto nos períodos de 1998 a 2001, 2005, 2006 e 2008. Desde sua primeira edição, sempre teve como principal foco os acadêmicos do próprio curso, a fim de oportunizá-los condições de adquirir novos conhecimentos através de palestras e debates com especialistas na área contábil.

Os temas e as palestras proferidas nas semanas de Ciências Contábeis sempre estiveram de acordo com os assuntos em evidência da época. Em 2002, na II Semana de Ciências Contábeis o tema foi: “A Contabilidade Pública e a Responsabilidade dos Gestores”. Em 2003 na III Semana de Ciências Contábeis teve como Tema: “Contabilidade: Transparência com Responsabilidade Social”.

Em 2004 foi realizada a IV Semana de Ciências Contábeis com o Tema: “A Contabilidade como instrumento para as tomadas de decisão”. No encerramento foi oferecida à comunidade o serviços de Declaração Anual de Isento – CPF, onde foram feitas 810 (oitocentos e dez) declarações.

Em 2007 foi realizada a V Semana de Ciências Contábeis, com o tema “Tributo, Contabilidade e Responsabilidade Social”. Estiveram presentes autoridades do município, representantes de Secretaria de Fazenda do Estado, e professores do Departamento de Ciências Contábeis. O evento contou com aproximadamente 200 inscritos. A palestra proferida pelo contador Odenor Aquino da Silva, Coordenador do Programa Consciência Fiscal da SEFAZ/MT, que teve como tema “Tributo, contabilidade e responsabilidade social”. Além de palestras, o evento contou com várias mesas redondas.

Em 2009 foi realizada a VI SECIC – Semana de Ciências Contábeis, com o tema: “Contador: Atuação e Inteligência Corporativa”. O evento contou com apresentação de minicursos e exposições de trabalhos por parte dos acadêmicos do curso de Ciências Contábeis. Em 2010 foi realizada a VII SECIC – Semana de Ciências Contábeis com o tema: “O perfil Ideal para o Contador que as Empresas Procuram”. Entre as palestras foram realizadas várias apresentações culturais. Estiveram presentes 335 participantes entre professores e acadêmicos da UNEMAT e outras instituições locais.

Em 2011 a VIII SECIC abordou sobre o tema “Tecnologia e Meio Ambiente: Novas Tendências da Contabilidade”. O evento foi contemplado com palestras sobre ICMS Ecológico, Projetos e o Mercado de Créditos de Carbono e também sobre o Exame de Suficiência para os futuros profissionais contábeis. Contou ainda com uma mesa redonda sobre o uso da tecnologia na contabilidade e na gestão. Foram realizadas oficinas sobre Metodologia de Pesquisa, Micro Empresário Individual, Imposto de Renda Pessoa Física, Economia Pessoal, Contabilidade e o Agronegócio, Iniciando com a calculadora HP12, Estatística Básica Usando o R, e Sped Fiscal e Contábil. Também foram apresentados trabalhos de pesquisas dos acadêmicos e professores dos cursos de Administração e Ciências Contábeis gerando assim o primeiro Cadernos de Resumo impresso.

A IX SECIC – Semana de Ciências Contábeis em 2012 teve como tema: “Contador Global: Tendências, Desafios e Oportunidades”. O evento propôs uma discussão sobre as novas tendências desafios e oportunidades para o profissional contábil no tocante a exportação de produtos, uma vez que cada vez mais se abrem novas oportunidades de mercados internacionais. Oportunizou aos acadêmicos do Curso de Ciências Contábeis palestras sobre a importância da preparação para o Exame de Suficiência, atributo necessário para a atuação profissional contábil.

Abriu também um importante espaço para a comunidade científica publicar suas pesquisas de trabalhos de Conclusão de Curso e/ou outras modalidades.

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No decorrer dessa trajetória percebe-se que houve um crescimento significativo na participação tanto da comunidade interna quanto externa, destacando-se, portanto, a necessidade de dar continuidade dessa modalidade de evento.

O TEMA

A 10ª Semana de Ciências Contábeis (SECIC) teve como tema: “Contabilidade: Ciência a Serviço da Sociedade”. Junto a X SECIC foi realizado o 1º Seminário de Pesquisa em Administração, Contabilidade e Educação, oportunidade que propiciou aos acadêmicos e professores a divulgarem suas pesquisas realizadas nos trabalhos de Conclusão de Curso e/ou outras modalidades.

PROGRAMAÇÃO

Dia 10 de junho, Segunda feira LOCAL: CENTRO CULTURAL 18h às 19h - Entrega de Material

19h às 20h - Abertura e Apresentação Cultural 20h às 22h

Palestra de Abertura: CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR Palestrante: Prof. Dr. Wilson Toshiro Nakamura – MACKENZIE Dia 11 de junho, Terça feira

LOCAL: Campus da Unemat Tangará da Serra - MT.

19h às 23h - Seminário de pesquisas em Contabilidade, Administração e Educação. Dia 12 de junho, Quarta-feira

LOCAL: Campus da Unemat Tangará da Serra - MT. 19h às 23h - Minicursos (4 horas)

Saber Falar. Uma nova competência gerencial

Prof. Me. Ivon de Mello Trelha (UNEMAT)

Usando a calculadora HP12C

Prof. Me. Eugênio Carlos Stieler (UNEMAT)

Imposto de Renda Pessoa Física

Prof. Me. Adervaldo Chaves Ribeiro (UNEMAT)

Do Projeto de Pesquisa ao TCC

Prof. Me. Sergio José Both Dia 13 de junho, Quinta-feira LOCAL: Centro Cultural 19h às 20h.

Apresentação cultural 20h às 22h

Palestra: A FUNÇÃO SOCIAL DA UNIVERSIDADE NO CONTEXTO ATUAL Palestrante: Dra. Leonice Alves Mourad – UFSM

14 de junho, Sexta-feira

LOCAL: Campus da Unemat Tangará da Serra - MT. 19h às 22h

Mesa Redonda: A PESQUISA NA UNIVERSIDADE Palestrantes: Prof.ª Dra. Leonice Alves Mourad – UFSM Prof. Dr. Sergio Both

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ARTIGOS

A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL E A QUALIDADE DOS GASTOS COM PESSOAL,

UMA ANÁLISE DOCUMENTAL NO MUNICÍPIO DE CÁCERES – MT, NO PERÍODO DE

2005 A 2011

Simone Alves Nascimento

simoneafc@gmail.com

Marta de Oliveira Correia

marta.oliveira8@hotmail.com

Patrícia Gomes Mussato

patriciamussato@hotmail.com

Nivaldo Teodoro de Mello

nivaldo@unemat.br

Área de conhecimento: Ciências Contábeis RESUMO

O presente estudo tem por objetivo avaliar a qualidade dos gastos público pertinente a despesa com pessoal na prefeitura Municipal de Cáceres-MT, por meio de análise documental, do período de 2005 a 2011, possibilitando uma melhor compreensão dos demonstrativos das despesas com pessoal à luz da Lei Complementar 101/2000. Quanto à abordagem do problema, a pesquisa é qualitativa e insere-se como estudo documental e bibliográfico, através de análise dos dados extraídos de documentos contábeis da prefeitura, referente aos exercícios financeiros de 1999 a 2000 e 2005 a 2011. O referido estudo possibilitou concluir que, em regra, o município manteve os seus gastos com pessoal no limite máximo estabelecido pela LRF, realidade recorrente no âmbito da municipalidade até mesmo em épocas anteriores ao advento da Lei Complementar 101/2000. Alguns fatores podem ser decisivos para que o município se envolva nessa realidade, dentre os quais se destaca a arrecadação tributária incipiente auferida frequentemente pelo poder público municipal. No exercício financeiro de 2005 a despesa com pessoal, ultrapassou o limite estabelecido pela LRF (54%) infringindo, dessa forma, frontalmente a Lei Complementar 101/2000. Nesse sentido, pode-se constatar que embora a LRF tenha como princípio básico impactar de forma positiva na qualidade dos gastos públicos, pode-se constatar que na administração municipal de Cáceres essa realidade, na forma de bem gerir o erário, não ocorreu. Palavras-chave: Lei de Responsabilidade Fiscal; Qualidade de Gastos; Despesas com Pessoal;

1 INTRODUÇÃO

A Administração Pública se destina a atender o interesse público e garantir o acompanhamento das finalidades institucionais que a Constituição e as leis infraconstitucionais determinam para todo o aparato da Administração Pública (PREFEITURA, 2011, p.02).

A gestão a ser exercida pelo administrador público deve zelar pela correta aplicação e gerenciamento dos recursos públicos, na forma da lei, cabendo, ainda, observar a supremacia do interesse público, bem como os princípios aplicáveis à Administração Pública, em especial os relacionados no art. 37 da Constituição Federal de 1988, tais como legalidade, moralidade, impessoalidade, economicidade e eficiência (CASTILHOS et al., 2009, p.19).

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Neste contexto, a Lei Complementar, nº 101, de 04 de maio de 2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição Federal. De acordo com os artigos 19 e 20 da Lei de Responsabilidade Fiscal, na esfera municipal, a despesa total com pessoal em cada período de apuração não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida de 60%, sendo 54% para o Executivo, e 6% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando houver.

As limitações das despesas com pessoal na gestão pública contribuem para o equilíbrio das contas públicas e aumenta a responsabilidade do gestor que passa a ter limites e regras definidas para conseguir administrar as finanças de maneira transparente (FREITAS e DAMASCENA, 2011, p.02).

O presente estudo tem por objetivo avaliar a qualidade dos gastos na folha de pagamento da Prefeitura Municipal de Cáceres-MT, por meio de análise documental, do período de 2005 a 2011, possibilitando uma melhor compreensão dos demonstrativos das despesas com pessoal, estes analisados em conformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Administração Pública

Administração Pública é o conjunto de órgãos e entes que exercem funções administrativas, compreendendo as pessoas jurídicas e órgãos públicos incumbidos dessas funções, no âmbito da Administração Direta e Indireta. No sentido funcional ou objetivo, consiste no conjunto de atividades do Estado, as quais não podem ser classificadas nas funções legislativas e judiciárias (CASTILHOS et al. 2009, p.45).

Toda atuação do agente público deve ter uma finalidade pública, ou seja, se destina a atender o interesse público e garantir a observância das finalidades institucionais que a Constituição e as leis determinam para todo o aparato da Administração Pública. A lei, ao atribuir competência ao agente público, veda que o ato administrativo seja contrário à finalidade pública, sob pena de ficar caracterizada improbidade administrativa por desvio de finalidade” (PREFEITURA, 2011, p.02).

Neste sentido, Brandião et al. (2007, p.12) ressalta que a administração pública desenvolve atividades no intuito de suprir às necessidades da população, esta que é a mantenedora do Estado por meio da contribuição de impostos. Esta contribuição deve ser restituída à população por meio de bens e serviços, os quais devem ter sua gestão realizada pelos administradores públicos comprometidos em servir à comunidade.

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Castilhos et al. (2009, p.45-46) enfatiza que a função administrativa deve ser desempenhada predominantemente pelo Poder Executivo, porém, irregularmente, os demais poderes constitucionais também a desempenham. Relata também que a atividade administrativa pode ser exercida de forma centralizada, diretamente pelos entes políticos – União, Estados, Distrito Federal e Municípios –, e de forma descentralizada, quando estes instituem novos entes, dotados de personalidade jurídica própria, os quais passarão a desempenhar algumas de suas atividades. Castilhos et al. (2009, p.19) também ressalta que:

(...) a administração a ser exercida pelo Gestor deve zelar pela correta aplicação e gerenciamento dos recursos públicos, na forma da lei, cabendo, ainda, observar a supremacia do interesse público, bem como os princípios aplicáveis à Administração Pública, em especial os relacionados no art. 37 da Constituição Federal de 1988 e 19 da Constituição Estadual de 1989, tais como legalidade, moralidade, impessoalidade, economicidade e eficiência” (CASTILHOS et al., 2009, p.19).

Assim, o administrador público tem em sua gestão a responsabilidade de gerir interesses dos cidadãos, assim, a Administração pública é a gestão de bens e interesses da comunidade, visando o bem comum da coletividade (BRANDIÃO et al. 2007, p.12).

2.2 Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF

A falta de controle nos gastos públicos, especificamente nos gastos com pessoal, propicia que os gestores muitas vez não alcance êxito na sua função por utilizarem de forma inadequada os recursos públicos, comprometendo, assim, um grande percentual de sua receita, inviabilizando investimentos em outras áreas, a exemplo de saúde, educação e moradia, assim a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) busca o equilíbrio das contas públicas e uma gestão fiscal responsável (FREITAS e DAMASCENA, 2011, p.03).

Neste sentido, Gadelha (2011, p.66) destaca que a LRF, sancionada em 4 de maio de 2000, é uma lei de finanças públicas tem como objetivo garantir o controle dos gastos públicos e transparência na gestão fiscal. Enfatiza que:

(...) Concebida como uma legislação abrangente sobre Finanças Públicas que incide sobre todas as esferas de governo, a LRF ratifica o processo de controle de gastos, bem como a estabilidade das contas públicas. No âmbito mais geral, a LRF estipulou para Estados e Municípios um limite superior para gastos com pessoal em 60% da receita corrente líquida. Para evitar o endividamento excessivo, também estipulou uma relação de 1,2 entre a dívida consolidada líquida e a receita corrente. Além disso, definiu metas fiscais anuais e a exigência de apresentação de relatórios trimestrais de acompanhamento. Estabeleceu, ainda, mecanismos de controle das finanças públicas em anos eleitorais e proibiu socorro financeiro entre a União e os governos subnacionais, além de estabelecer punições caso as normas estabelecidas não sejam cumpridas. (GADELHA, 2011, p.66).

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2.3 Despesa com Pessoal

A LRF disciplina a gestão fiscal e esta amparada no tripé: Transparência, planejamento e controle das contas públicas. Uma de suas metas primordiais é a redução dos gastos com pessoal ao estabelecer limites com a finalidade de disciplinar à gestão dos recursos públicos, onde as transparências das contas é obrigatoriedade dos poderes a quem ela compete (FREITAS e DAMASCENA, 2011, p.05).

Freitas e Damascena (2011, p.05) enfatiza que os gastos com pessoal é um assunto que já vem sendo regulamentada desde 1995, a partir da Lei Complementar nº 82 (Lei Camata) e sua reedição, a Lei Complementar nº 96, revogada pelo artigo 75 da LRF.

A lei de responsabilidade fiscal impõe assim uma significativa e rigorosa melhoria no controle das contas públicas no Brasil, destacando sobremaneira, o comprometimento dos governantes com a elaboração de seus orçamentos e o cumprimento da meta fixada, quando da operacionalização da atividade financeira estatal (ALVES, 2011, p.21).

O artigo 18 da LRF estabelece que despesa total com pessoal consiste na soma dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros do Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens fixas, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições pelo ente às entidades de previdência (FREITAS e DAMASCENA, 2011, p.05)

Cruz (2001) apud Freitas e Damascena (2011, p.05), destaca que “as despesas com pessoal são as que mais despertam a atenção da população e dos gestores públicos, em razão de serem as mais representativas em quase todos os entes públicos, entre os gastos realizados”.

Assim, a despesa com pessoal torna-se um dos assuntos mais inquietantes entre os gestores públicos, em controlar as despesas no setor público e, principalmente, em relação à folha de pagamento (FREITAS e DAMASCENA, 2011, p.05).

2.4 Exigências da LRF e suas Penalidades a Respeito do Limite da Despesa com Pessoal

A LRF prevê penalidades ao não cumprimento da mesma, conforme o quadro abaixo:

Quadro 1: LRF versus Penalidades

LRF Penalidades

Ultrapassar o limite de despesa total com pessoal em cada período de apuração (art.

19 e 20, LRF).

Cassação do mandato (Decreto-Lei nº 201/1967, art. 4º,

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Expedir ato que provoque aumento da despesa com pessoal em desacordo com a

lei (art. 21, LRF).

Reclusão de um a quatro anos (Lei nº 10.028/2000, art. 2º). Expedir ato que provoque aumento da

despesa com pessoal nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão (art. 21, LRF).

Reclusão de um a quatro anos (Lei nº 10.028/2000, art. 2º). Deixar de adotar as medidas previstas na

LRF, quando a despesa total com pessoal do respectivo Poder ou órgão exceder a

95% do limite (art. 22, LRF).

Reclusão de um a quatro anos (Lei nº 10.028/2000, art. 2º).

Deixar de adotar as medidas previstas na lei, quando a despesa total com pessoal ultrapassar o limite máximo do respectivo

Poder ou órgão (art. 23, LRF).

Reclusão de um a quatro anos (Lei nº 10.028/2000, art. 2º).

Manter gastos com inativos e pensionistas acima do limite definido em lei (art. 18 a 20,

art. 24, § 2º, art. 59, § 1º, inciso IV, LRF).

Cassação do mandato (Decreto-Lei nº 201/1967, art. 4º, inciso VII). Não cumprir limite de despesa total com

pessoal em até dois anos, caso o Poder ou órgão tenha estado acima desse limite em

1999 (art. 70, LRF).

Cassação do mandato (Decreto-Lei nº 201/1967, art. 4º, inciso VII).

Fonte: Sítio da Secretaria do Tesouro Nacional/Ministério da Fazenda (BRASIL, 2011) adaptado por FREITAS e DAMASCENA (2011).

2.5 Dos Limites para Gasto com Pessoal de Acordo com a LRF

O controle dos gastos com pessoal é um dos mecanismos utilizados pela LRF para estabelecer ao gestor público uma responsabilidade com os bens públicos com a finalidade de manter o equilíbrio das contas públicas (FREITAS e DAMASCENA, 2011, p.06)

Limites estabelecidos com gasto de pessoal no âmbito municipal é assunto tratado antes da LRF, pelos gestores públicos. A lei complementar 101/2000 vem regulamentar os artigos 162 e 169 da CF/88, que não são autorreguláveis, porem já havia uma previsão de normas infraconstitucionais que regulasse a matéria com os seguintes dizeres: “a despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar”.

Os limites estabelecidos pela LRF no artigo 19, para fim do disposto na Constituição Federal, a despesa total com pessoal, em cada ente da federação, não poderá ultrapassar os percentuais de RCL, isto é, 50% para União, 60% para os Estados, 60% para os Municípios.

A nível de governo municipal, o inciso III do artigo 20 da LRF diz que a repartição dos limites globais do artigo 19 não poderá exceder os seguintes percentuais: 6% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando houver e 54% para o Executivo.

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O artigo 19, § 1º, da Lei Complementar 101/2000 estabelece o que deve ser excluído desta despesa para fins de apuração, isto é, na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computadas as seguintes despesas: Indenização por demissão de servidores ou empregados, relativas ao incentivo à demissão voluntária, decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração das despesas com pessoal a que se refere o § 2º do artigo 18 e de inativos custeados com recursos de fundos próprios.

Conforme o parágrafo único do artigo 22 da referida lei, se os gastos com pessoal em relação à RCL exceder 95% (noventa e cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que ocorrer no excesso:

I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição;

II - criação de cargo, emprego ou função;

III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;

IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança;

V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição e as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias.

O art. 23 da referida lei destaca que, se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro. Conforme o § 3º, incisos I, II, III, do artigo 23 da LRF, não alcançada à redução no prazo estabelecido, e enquanto pendurar o excesso, o ente não poderá: receber transferências voluntárias; obter garantia direta ou indireta, de outro ente; contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução da despesa com pessoal.

Conforme o § 1º, inciso II, do artigo 59 da LRF, o Poder Legislativo, diretamente ou com auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público fiscalizarão o cumprimento das normas dessa Lei Complementar, com ênfase no que se refere ao montante da despesa total com pessoal que ultrapassar 90% do limite. Interpretado como limite de alerta aos entes, não cabe penalização, servindo apenas como uma alerta, para chamar a atenção dos gestores públicos de que o limite prudencial e máximo está próximo de serem ultrapassados (FREITAS e DAMASCENA, 2011, p.8).

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Freitas e Damascena (2011, p.5) ressalta que no inciso IV do artigo 2º da LRF cita que a RCL consiste no somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, consideradas algumas deduções. De acordo com a LRF, nos Municípios, da RCL são deduzidas:

a) A contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social;

b) As receitas provenientes da compensação financeira dos vários regimes de previdência social, na contagem do tempo de contribuição na Administração Pública e em atividades privadas, rural e urbana.

Serão computados, também, os valores pagos e recebidos em decorrência do fundo estabelecido no artigo 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), como o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) (FREITAS e Damascena, 2011, p.5-6).

O conceito da receita corrente liquida instituído pela LRF consiste no somatório das receitas tributárias de contribuições patrimoniais, industriais, agropecuárias de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes deduzidos (art. 2º inciso IV), o cálculo da receita corrente líquida deve ser apurado, somando – se as receitas arrecadadas no mês em referencia e nos anos anteriores, excluindo – se as duplicidades (JUND, 2006, p.165).

3 METODOLOGIA

O presente estudo tem como objetivo, avaliar a qualidade dos gastos na folha de pagamento da Prefeitura Municipal de Cáceres-MT, no período de 2005 a 2011. Buscou-se, através de análise documental e levantamento bibliográfico,analisar a qualidade dos gastos com pessoal em conformidade com a LRF, no município de Cáceres - MT. A coleta de dados primários foi extraída de documentos contábeis (relatórios de gestão fiscal) da prefeitura municipal de Cáceres - MT referente aos exercícios financeiros de 1999 e 2000; 2005 e 2011. Para a realização dos objetivos, a investigação será estruturada em duas fases. A primeira através de fundamentação teórica com base na literatura sobre o assunto, a segunda fase será a análise de dados relativos às despesas e receitas com vistas a responder a indagação do estudo e atingir os objetivos determinados.

3.1 Método

Foram utilizados os exercícios financeiros acima citados sobre os quais, foram comparados os principais índices em relação aos gastos com pessoal, com o intuito de avaliar a qualidade dos gastos com pessoal civil no município de Cáceres – MT.

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Para determinar a qualidade dos gastos com pessoal do município foram utilizados dados dos anos de 1999, 2000, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011, os dados foram agrupados em grupos em relação às receitas.

E do ponto de vista da forma de abordagem do problema a pesquisa apresenta características qualitativas, pois considera a relação dinâmica entre a política pública e o desenvolvimento, que muitas vezes não pode ser traduzido em números e assim não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para um melhor entendimento e uma análise do que foi declarado em estudo, como ilustração, foram reproduzidos a seguir os demonstrativos da despesa com pessoal (Anexo I do RGF – Relatório de Gestão Fiscal) nos anos compreendidos entre 1999 a 2000 e 2005 a 2011, do Município de Cáceres – MT.

A Tabela 1 demonstra o valor gasto com a folha de pagamento no ano de 1999 que corresponde a 43,83%. Esse percentual representa um valor significativo no gasto com pessoal em relação à receita líquida, é oportuno ressaltar que no exercício financeiro em análise as prefeituras não eram reguladas pela LRF lei 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), porém era regulado pela Lei Complementar n. 96 de 31 de maio de 1999 – conhecida como Lei Rita Camata. No exercício financeiro de 2000 observou-se que o gasto com pessoal no referente ano corresponde a 49,69% da receita corrente liquida. Percebe-se que houve uma ligeira majoração nos gastos de pessoal civil ressalta-se que o ano de 2000 é o ano em que a lei 101/2000 entra em vigor. Pode-se observar que as despesas com pessoal apesar ter acorrido um aumento na folha de pagamento não ultrapassa o limite máximo imposto pela lei.

No exercício financeiro de 2005 observou – se que os gastos com pessoal foram na ordem de 54,37% da receita corrente líquida, dessa forma fica caracterizado que o poder executivo municipal efetuou despesas com pessoal acima do limite máximo permitido pela legislação vigente, conforme estabelecido no art. 20 da LRF. Essa situação leva o gestor a responder perante a lei ordinária 10.028/2000 e decreto- lei nº 201/1967, art. 4º.

Tabela 1 – Demonstrativa da Despesa com pessoal (LRF, art. 55, I, “a” – Anexo I) Poder Executivo – Cáceres – MT 1999 – 2000 – 2005.

Despesa Com Pessoal

Despesa Líquida de Jan. a Dez. 1999 Despesa Líquida de Jan. a Dez. 2000 Despesa Líquida de Jan. a Dez. 2005

Despesa Liquida com Pessoal (I) R$ 23.686.395,75

Pessoal Ativo R$ 24.187.023,57

(16)

Outras Despesas de Pessoal Decorrentes de Contratos de Terceirização (art.18, § 1º da LRF) (II)

- - -

Despesas Não Computadas (art. 19, § 1º da LRF) II.

R$ 1.150.527,40 Indenizações por Demissão e

Incentivos à Demissão Voluntária.

-

Decorrentes de Decisão Judicial. R$ 370.705,84

Despesas de Exercícios Anteriores.

- Inativos e Pensionistas com

Recursos Vinculados.

R$ 779.821,56 Outras Despesas de Pessoal (art.

18, § 1º, LRF (II)

R$ 234.750,00 Total da Despesa com Pessoal

(I+II) R$ 8.040.416,32 R$ 9.625.073,76 R$ 23.921.145,75 Receita Corrente Liquida - RCL (V) R$

18.343.248,64

R$ 19.370.640,94

R$ 43.996.056,30 % do Total da Despesa com

Pessoal sobre RCL (IV) = (I+II)/(III)

43,83% 49,69% 54,37%

Limite Máximo (art. 20, incisos I, II e III, LRF) -54%.

R$ 23.757.870,40 Limite Prudencial (art. 22,

parágrafo único, LRF) 51,3%.

R$ 22.569.976,88

Fonte: Dados adaptados da Prefeitura Municipal de Cáceres/MT (2013).

No exercício financeiro de 2006, o percentual dos gastos com pessoal sobre a RCL foi de 49,88%, este valor demonstra que o município reconduziu os gastos com pessoal dentro do estabelecido pela legislação não ultrapassando nem mesmo o limite prudencial, também conhecido como limite de alerta, ou seja, houve uma adequação por parte do chefe do executivo em manter os gastos com a folha de pagamento conforme estabelece o art. 20, incisos I, II e III, LRF.

Conforme indica a Tabela 2 nota-se que, no exercício financeiro de 2007 o Município cumpriu com as exigências dentro do limite imposto pela LRF em seu (artigo 22, LRF) e (incisos I, II, III, artigo 20, LRF). Não foi ultrapassado o limite prudencial conforme o artigo (artigo 22, § 1º, inciso II, da LRF), resultado este que reflete o cumprimento da lei pelo gestor municipal.

Tabela 2 – Demonstrativa da Despesa com pessoal (LRF, art. 55, I, “a” – Anexo I) Poder Executivo – Cáceres – MT 2006 – 2007.

Despesa Com Pessoal

Despesa Líquida de Jan. a Dez. 2006 Despesa Líquida de Jan. a Dez. 2007

Despesa Bruta Com Pessoal (I) R$ 27.127.941,19 R$ 28.979.160,23

(17)

Pessoal Inativo E Pensionista R$ 1.178.628,49 R$ 1.476.553,87 Outras Despesas De Pessoal Decorrentes

De Contratos De

Terceirização (Art.18, § 1º Da LRF) (II)

R$ - R$ -

Despesa Não Computadas (Art. 19, § 1º Da LRF) II.

R$ 1.936.857,75 R$ 2.213.209,79 Indenizações por Demissão E Incentivos À

Demissão Voluntária

R$ 147.179,73 R$ 47.609,91 Decorrentes De Decisão Judicial R$ 478.399,19 R$ 629.024,68

Despesas De Exercícios Anteriores R$ - R$ -

Inativos E Pensionistas Com Recursos Vinculados

R$ 1.311.278,83 R$ 1.539.575,20 Outras Despesas De Pessoal (Art. 18, §

1º , LRF (II)

R$ - R$ -

Total Da Despesa Com Pessoal (I+II) R$ 25.616.628,70 R$ 26.765.950,44 Receita Corrente Liquida - Rcl (V) R$ 51.351.465,29 R$ 60.854.887,20 % Do Total Da Despesa Com Pessoal

Sobre RCL (IV) = (I+II)/(III)

49,88 % 43,98 %

Limite Máximo (Art. 20, Incisos I, II E III, LRF) - 54 %.

R$ 27.729.791,26 R$ 32.861.639,09 Limite Prudencial (Art. 22, Parágrafo

Único, LRF) 51,3%

R$ 26.343.301,69 R$ 31.218.557,13

Fonte: Dados adaptados da Prefeitura Municipal de Cáceres/MT (2013).

No exercício financeiro de 2008 o percentual dos gastos com pessoal civil sobre a RCL foi de 45,52% (conforme tabela 3), este percentual confirma que o município manteve a folha dentro do estabelecido pela legislação não ultrapassando o limite prudencial, ou seja, houve um cumprimento por parte do chefe do executivo em manter os gastos com a folha de pagamento conforme estabelece a legislação em vigor (art. 20, incisos I, II e III, LRF).

No exercício financeiro de 2009 o poder executivo cumpriu com as exigências dentro do limite imposto pela LRF em seu art. 20 I, II, III. Não foi ultrapassado o limite prudencial conforme o art. 22, § 1º, inciso II, da LRF, esse resultado corrobora com os limites estabelecidos pela LRF e demonstra que a gestão pública municipal está cumprindo com as determinações da Lei de Responsabilidade Fiscal no que tange a despesa com pessoal.

Tabela 3 – Demonstrativa da Despesa com pessoal (LRF, art. 55, I, “a” – Anexo I) Poder Executivo – Cáceres – MT 2008 - 2009

Despesa Com Pessoal

Despesa Líquida de Jan. a Dez. 2008 Despesa Líquida de Jan. a Dez. 2009

Despesa Bruta com Pessoal (I) R$ 35.580.854,69 R$ 36.767.099,40

Pessoal Ativo R$ 33.823.821,82 R$ 34.558.188,61

Pessoal Inativo e Pensionista R$ 1.757.032,87 R$ 2.208.910,79 Outras Despesas de Pessoal Decorrentes de R$ - R$ -

(18)

Contratos de Terceirização (art.18, § 1º da LRF) (II)

Despesa Não Computadas (art. 19, § 1º da LRF) II

R$ 2.494.556,12 R$ 2.909.207,81 Indenizações por Demissão e Incentivos à

Demissão Voluntária

R$ 126,67 R$ 1.943,79 Decorrentes de Decisão Judicial R$ 641.276,29 R$ 640.672,13

Despesas de Exercícios Anteriores R$ - R$ -

Inativos e Pensionistas com Recursos Vinculados

R$ 1.853.153,16 R$ 2.266.591,89 Outras Despesas de Pessoal (art. 18, § 1º ,

LRF (II)

R$ - R$ -

Total da Despesa com Pessoal (I+II) R$ 33.086.298,57 R$ 33.857.891,59 Receita Corrente Liquida - RCL (V) R$ 72.692.586,10 R$ 75.953.709,21 % do Total da Despesa com Pessoal sobre RCL

(IV) = (I+II)/(III)

R$ 45,52 R$ 44,58

Limite Máximo (art. 20, incisos I, II e III, LRF) - 54 %

R$ 39.253.996,49 R$ 41.015.002,97 Limite Prudencial (art. 22, parágrafo único, LRF)

51,3%

R$ 37.291.296,67 R$ 38.964.252,82

Fonte: Dados adaptados da Prefeitura Municipal de Cáceres/MT (2013).

Verifica-se que o Município de Cáceres – MT, no exercício financeiro de 2010 conforme tabela 4, obteve um percentual de 53,95% dos gastos de pessoal em relação à receita corrente liquida não ultrapassando o limite máximo determinado pela LRF, no entanto ultrapassa o limite prudencial na forma do art. 22, parágrafo único, LRF, equivalente a 51,30%.

Com relação ao exercício financeiro de 2011 o percentual alcançado com os gastos de pessoal foi na ordem de 51,60%, na qual, esse resultado não infringe os limites estabelecidos na Lei 101/2000, conforme menciona o art. 20 inciso III alínea b da LRF.

Tabela 4 – Demonstrativa da Despesa com pessoal (LRF, art. 55, I, “a” – Anexo I) Poder Executivo – Cáceres – MT 2010 – 2011.

Despesa Com Pessoal

Despesa Líquida de Jan. a Dez. 2010 Despesa Liquida de Jan. a Dez. 2011

Despesa Bruta com Pessoal (I) R$ 48.284.491,02 R$ 51.909.283,96

Pessoal Ativo R$ 45.610.991,90 R$ 48.692.074,64

Pessoal Inativo e Pensionista R$ 2.673.499,12 R$ 3.217.209,32 Outras Despesas de Pessoal Decorrentes de

Contratos de Terceirização (art.18, § 1º da LRF) (II)

R$ - R$ -

Despesa Não Computadas (art. 19, § 1º da LRF) II

R$ 4.235.223,58 R$ 4.652.108,11 Indenizações por Demissão e Incentivos à

Demissão Voluntária

R$ 701.512,23 R$ 553.264,87 Decorrentes de Decisão Judicial R$ 778.030,17 R$ 798.464,04

(19)

Despesas de Exercícios Anteriores R$ - R$ - Inativos e Pensionistas com Recursos

Vinculados

R$ 2.755.681,18 R$ 3.300.379,20 Outras Despesas de Pessoal (art. 18, § 1º ,

LRF (II)

R$ - R$ - Total da Despesa Liquida com Pessoal (I+II) R$ 44.049.267,44 R$ 47.257.175,85 Receita Corrente Liquida - RCL (V) R$ 81.633.696,65 R$ 91.580.636,33 % do Total da Despesa com Pessoal sobre

RCL (IV) = (I+II)/(III)

53,96 % 51,60 %

Limite Máximo (art. 20, incisos I, II e III, LRF) - 54 %

R$ 44.082.196,19 R$ 49.453.543,62 Limite Prudencial (art. 22, parágrafo único,

LRF) 51,3%

R$ 41.878.086,38 R$ 46.980.866,44

Fonte: Dados adaptados da Prefeitura Municipal de Cáceres/MT (2013).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo da arrecadação tributária é fazer frente aos serviços públicos demandados pela sociedade. Neste sentido o poder público não pode comprometer a maior parte da sua receita corrente líquida em despesas de custeio ou manutenção da máquina pública. Através deste trabalho percebe-se que, via de regra, o município de Cáceres - MT mantém os seus gastos com pessoal próximo dos limites estabelecidos pela LRF. Esta realidade pode ser em razão da baixa arrecadação tributaria auferida frequentemente pelo poder público municipal. Porém no exercício financeiro de 2005 a despesa com pessoal, do poder executivo municipal, ultrapassou o limite estabelecido pela LRF (54%) em virtude da baixa arrecadação tributária do corrente ano.

Nesse estudo pode-se constatar que a LRF impactou a administração pública na questão orçamentária, apresentando a necessidade de um planejamento e controle efetivo e eficaz no orçamento público municipal. Dessa forma a gestão municipal deve priorizar metas no sentido de reduzir os gastos públicos com custeio e adotar políticas públicas voltadas para benefício da sociedade em geral.

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PREFEITURA. Manual de Padronização de Conceitos, Administração Pública, Planejamento

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A REPRESENTAÇÃO DO TCC PARA OS ACADÊMICOS DO CURSO DE CIÊNCIAS

CONTÁBEIS NA UNEMAT DE TANGARÁ DA SERRA – MT

Autores: Luciano José Bettoni Lucianobettoni@gmail.com

Área de conhecimento: Ciências Contábeis

Resumo

Este estudo buscou identificar os modos de representação do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) entre os acadêmicos de Ciências Contábeis da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) - Tangará da Serra. A fim de alcançar tal objetivo foram coletados dados através de questionário misto, o qual foi aplicado a todos os acadêmicos matriculados no referido curso (do 1º ao 8º semestres) presentes em sala de aula na data da coleta. O estudo se desenvolveu a partir de pesquisa de campo tendo caráter exploratório, de modo que a análise de dados seguiu uma abordagem qualitativa. Em face os dados obtidos foi possível compreender as concepções dos acadêmicos a respeito do TCC, entendendo que os mesmos em sua maioria consideram esta ferramenta acadêmica como importante na sua formação e concordam com a existência do mesmo. O referencial que embasou a compreensão da investigação baseou-se em documentos disponibilizados pelo Departamento de Ciências Contábeis da UNEMAT, assim como referenciais teóricos que abordam a formação e o perfil do profissional neste campo de trabalho. Em se tratando do conceito de representação buscaram-se referenciais teóricos filiados aos Estudos Culturais. Os dados resultantes da aplicação do instrumento de pesquisa atenderam aos objetivos específicos descritos na metodologia deste estudo a assim também o objetivo principal supracitado.

Palavras-chave: Ciências Contábeis; Formação Profissional; Representação; Trabalho de Conclusão de Curso.

1. INTRODUÇÃO

O Trabalho de Conclusão de Curso é de relevante importância para a formação profissional nos cursos de graduação. Quando uma universidade opta por inserir o TCC como requisito no curso de graduação, ela oportuniza ao acadêmico desenvolver visão crítica por meio da produção cientifica, assim como proporciona ampliar habilidades inter e multidisciplinares. O TCC se constitui como requisito parcial para obtenção de Grau no curso de Ciências Contábeis na UNEMAT de Tangará da Serra – MT, sendo ofertado em duas disciplinas “TCC I e TCC II”, no sétimo e oitavo semestres respectivamente.

Logo que ingressei no curso de Ciências Contábeis, não tinha noção clara sobre o que era, nem mesmo para que serviria um TCC, tendo em vista que era um tema constante em conversas entre os alunos das diferentes graduações no Campus da UNEMAT – Tangará da Serra. Durante os anos na universidade pude observar outros estudantes pelos corredores, cantina, biblioteca, salas de aula e redes sociais, tecendo comentários das mais diversas naturezas em relação ao TCC. Comentários esses expressando a opinião de cada indivíduo sobre este recurso acadêmico, muitas vezes revelando satisfação, dúvida, e por vezes desagrado. Muitos questionavam se o

(22)

mesmo era realmente necessário para a conclusão do curso ou mera disciplina para cumprir a carga horária. Outros, porém, defendiam que é imprescindível, tanto por agregar conhecimento como pelo seu caráter preparatório para a educação continuada.

Tendo o acima exposto, pergunta-se: como os acadêmicos do curso de Ciências Contábeis representam o TCC? Desta forma, o objetivo geral deste estudo buscou identificar os modos de representação do TCC entre os acadêmicos de ciências Contábeis da UNEMAT-Tangará da Serra. Considerando as opiniões divergentes em relação ao TCC e o fato de ter encontrado poucos trabalhos que discorressem sobre a temática em questão, o estudo aqui proposto foi pertinente e muito contribuirá com a Universidade no estabelecimento de políticas acadêmicas em relação ao Trabalho de Conclusão de Curso, pois, mostra como os acadêmicos o representam.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A Contabilidade, o profissional contábil, e a importância do TCC na formação acadêmica

A respeito da Contabilidade, Marion (2009 p.28) admite que: “a Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa”. Estudiosos como Sá (2006), Iudícibus e Marion (2006) mencionam que desde os povos mais primitivos a contabilidade, mesmo que de maneira rudimentar era utilizada pelos seres humanos para representar o patrimônio.

Acerca das transformações que a Contabilidade presenciou ao longo da história, Favero, et

al (2006) e Peleias e Bacci (2004) argumentam que o seu desenvolvimento deu-se de acordo com

as necessidades de informações da sociedade. Dessa forma em cada época conforme se procurava suprir as necessidades de informação dos usuários, criavam-se novas teorias a fim de proporcionar meios para o controle patrimonial e financeiro e a tomada de decisão. É possível afirmar que a consolidação da Contabilidade como um campo científico se deu juntamente com o processo de transformações econômicas, políticas e culturais pelo qual tem passado a humanidade, em especial, com o fenômeno do acúmulo de riquezas e consequente aumento da necessidade de controle patrimonial e financeiro.

As padronizações contábeis foram implantadas por intermédio do Estado, tendo caráter obrigatório e visando principalmente facilidade no controle da arrecadação de tributos. A fiscalização das atividades da profissão contábil conforme a Lei nº 12.249 cabe ao Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e aos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs). A mesma Norma em artigo 6º, estabelece que cabe ao CFC:

regular acerca dos princípios contábeis, do Exame de Suficiência, do cadastro de qualificação técnica e dos programas de educação continuada; e editar Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica e profissional.

(23)

O Curso de Ciências contábeis iniciou suas atividades em Tangará da Serra no ano de 1990, sendo na época, mantido pelo Centro de Ensino Superior de Tangará da Serra (CESUT) e ofertado pela Faculdade de Ciências Contábeis e Administração de Tangará da Serra (FACCATS). A partir de 1994 a oferta do curso ficou sob responsabilidade da UNEMAT (DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS/UNEMAT, 2012). O curso é ofertado em oito semestres e oferece 50 vagas semestrais das quais 25% são destinadas a cotistas e as demais vagas são de ampla concorrência, sendo que o ingresso à academia se dá por aprovação prévia em vestibular. A carga horária total do curso é de 3.280 horas e se divide entre aulas presenciais, estágio supervisionado e atividades complementares, informações estas que estão descritas na Matriz Curricular, aprovada em 2008 pela resolução 137 do CONEPE, e disponível no site oficial do Departamento de Ciências Contábeis.

É descrito no Projeto Político Pedagógico (2005, p. 18) que o curso de Ciências Contábeis da UNEMAT tem como objetivo:

Formar contadores capacitados e qualificados ao exercício profissional, dotados de senso analítico crítico, comprometidos com os valores cristãos de nossa sociedade, e a missão da instituição, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento das sociedades, com a competência técnico-acadêmica desta profissão.

O curso de Ciências Contábeis também prevê em seu Projeto Político Pedagógico que o profissional a ser formado deverá possuir competência para analisar as empresas sob influência do contexto econômico nacional e internacional, administrativo e a situação sócio-legal do país.

Esclarece Lisboa (2007) que a universidade a fim de atingir a excelência acadêmica deve orientar o estudo dos futuros contadores em dois níveis: um nível geral que contribuirá para formação do profissional educado, em cujo foco deve figurar disciplinas de direito, ética, lógica e história e um específico que formará um profissional com competências técnicas enfatizando o ensino de disciplinas contábeis, administrativas e financeiras. A afirmação do autor é confirmada pela Resolução nº10/2004 do Conselho Nacional de Educação ao estabelecer que a formação do curso em Ciências Contábeis deve abranger conteúdos de formação básica de outras áreas, assim como conteúdos de formação profissional essenciais à profissão, e indica também que formação teórico-prática alcançada por exemplo por meio de estágios é de suma importância. A UNEMAT atenta à qualidade da formação dos profissionais egressos do curso de Ciências Contábeis prevê essas características no Projeto Político Pedagógico do curso e pode-se verificar a aplicação das instruções do Projeto Político Pedagógico na Matriz Curricular disponível no site oficial do Departamento de Ciências Contábeis. Na matriz curricular aparecem disciplinas caracterizadas como gerais e também disciplinas específicas voltadas ao desenvolvimento profissional.

Desde o surgimento do fisco, afirma Pugues (2008), a imagem do contador foi relacionada com a realização de suas exigências. Admitia-se que funções contábeis eram restritas à escrituração contábil e preenchimento de guias. Porém, ela adverte que em contexto atual não

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existe espaço no mercado para profissionais que se ocupem apenas destas atribuições. Atualmente as informações e os avanços tecnológicos transformam-se em velocidade vertiginosa e as informações contábeis seguem a mesma linha e geram a necessidade de atualização constante dos profissionais da área contábil no desempenho do seu papel, sugere Pugues (2008). Ao discorrerem sobre o perfil do contador esperado pelo mercado, Nunes, Pfitscher e Alberton (2005) afirmam que é possível perceber que atualmente o mercado exige contadores com conhecimentos pluridisciplinares, com capacidades que vão além dos procedimentos contábeis de rotina. Guimarães (2006) indica que na graduação um dos pressupostos a ser privilegiado no curso é aprender sempre mais e quando se pretende perseverar no desempenho da profissão contábil, assim, o aprendizado deve ser uma prática por toda a vida profissional. Neste contexto:

[...] o acadêmico deverá estar consciente da necessidade do contínuo aperfeiçoamento profissional e capacitado a interpretar o conteúdo das propostas, dos regulamentos, dos textos legais etc. Para isto, o graduando deverá estar dotado de uma visão crítica, capaz de avaliar o seu potencial de desempenho, de ajustar-se com competência a estas novas demandas geradas. (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO/CIÊNCIAS CONTÁBEIS - UNEMAT. 2005, p.19).

Ao tratar da Graduação em Ciências Contábeis, Silva, Grabner e Bandeira (2004, p.21) salientam que “é notável a importância do docente na formação dos novos contadores, a fim de formar profissionais críticos, motivados, criativos, com raciocínio contábil e interesse pela pesquisa”. Como acadêmico do curso de Ciências Contábeis, foi possível observar que os professores visam desenvolver nos alunos a ideia de que os mesmos devem sempre buscar conhecimentos além dos expostos em sala de aula. Neste sentido, os conhecimentos acerca da prática da investigação científica, no caso em forma de TCC, vêm consolidar tal compreensão. Esta cultura efetivada pelos professores é primordial em todos os cursos e não vale apenas para o período da graduação, mas é pertinente ao longo da vida profissional. O Trabalho de Conclusão de Curso pode-se dizer, proporciona aos acadêmicos conhecimentos na área de pesquisa que lhes serão muito úteis ao longo de sua vida profissional, em especial na educação continuada em Ciências Contábeis, postura defendida por Guimarães (2006). Assim, o graduando deve estar ciente da necessidade de busca contínua de conhecimentos, visando o aperfeiçoamento profissional, cuja ação pode ser evidenciada na postura da curiosidade científica, proporcionada pela construção do Trabalho de Conclusão de Curso.

Ao se tratar do Trabalho de Conclusão de Curso, vale lembrar que “o TCC possui função formativa nas diferentes áreas do conhecimento, visando à emancipação intelectual do discente”. (INSTRUÇÃO NORMATIVA 001/2009 do Departamento de Ciências Contábeis). Neste sentido, o Conselho Nacional de Educação, através do artigo 9º da Resolução nº10/2004 normatiza que a inclusão do TCC na matriz curricular do curso é opcional para a instituição de ensino, e a

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instituição optando por inseri-lo deverá emitir regulamentação própria aprovada pelo Conselho Superior Acadêmico.

O Trabalho de Conclusão de Curso é de grande importância para os acadêmicos do Curso de Ciências Contábeis devido à possibilidade de interação do acadêmico com a ciência e as técnicas de pesquisa, além de ser condição obrigatória para a conclusão do curso no Departamento de Ciências Contábeis na UNEMAT de Tangará da Serra – MT. Conforme estabelecido pelo Conselho de Pesquisa e Extensão da UNEMAT – CONEPE, Resolução nº30/2012.

Vale comentar que no curso de Ciências Contábeis da UNEMAT de Tangará de Serra, o TCC é desenvolvido por meio de Artigo ao longo de 2 semestres nas disciplinas TCC I e TCC II. Norteia o Projeto Político Pedagógico do curso de Ciências Contábeis da UNEMAT, que o objetivo das disciplinas TCC I e TCC II é oferecer aos graduandos o estímulo à produção científica, a oportunidade de apresentar a vivência e aproveitamento do curso, além de aperfeiçoamento da capacidade de interpretação critica da Contabilidade por meio de aprofundamento temático e consulta em bibliografias especializadas.

2.2 A Representação

Acerca da Representação em seu texto “The Work of Representation”, Stuart Hall (1997, apud SANTI e SANTI, 2008) descreve que mesmo muito depois da existência de fato ou da observação empírica, ocorre em nossa mente a produção de significado e de conceito através da linguagem, ao que chama de representação. Neste sentido, pode-se mencionar que a representação é a forma como os indivíduos ou meios de representação conceituam ou significam algo que é captado e também podem expressar esses conceitos ou significados representados através da linguagem, não considerando apenas a linguagem falada ou escrita, contudo, considerando que a linguagem pode se expressar de muitas formas.

Ainda a respeito de representação, menciona Woodward (2000, p. 17) que:

A representação inclui práticas de significação e os sistemas simbólicos por meio dos quais os significados são produzidos, posicionando-nos como sujeito. É por meio dos significados produzidos pelas representações que damos sentido à nossa experiência e àquilo que somos. Podemos inclusive sugerir que estes sistemas simbólicos tornam possível aquilo que somos e aquilo que podemos nos tornar.

Woodward (2000) inclusive menciona que ao ser entendida como um processo cultural, a representação estabelece identidades individuais e coletivas, e que os sistemas simbólicos em que a representação se baseia podem sugerir respostas para as questões: Quem eu sou? O que poderia ser? Quem eu quero ser?

Desta forma, pode-se compreender que os modos como representamos as coisas, fatos e sujeitos no mundo estão diretamente relacionados ao contexto cultural, assim como aos sistemas de valores e significados aceitos como válidos pela sociedade. Ao tratar de representações cinematográficas Paes (2008, p. 69) se utiliza das representações como “[...] construções discursivas, encaixadas e regidas por regimes de poder, através das quais são validadas, legitimadas e naturalizadas como verdadeiras em dado tempo e espaço, o que lhes confere caráter de provisoriedade”. Neste sentido, Paes (2008) preferiu distanciar-se em seu estudo da compreensão das representações como busca de uma realidade verdadeira. Ou seja, os sistemas de representação se caracterizam como o modo que o sujeito compreende, significa, estabelece

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valores a respeito do mundo, de um dado fato ou “coisa”, cuja forma de compreensão pode sofrer modificações e ser ressignificado conforme a experiência que sujeito estabelece e se relaciona com o objeto da representação.

Neste estudo foi utilizada a mesma abordagem descrita por Paes (2008) e citada anteriormente, tomando as representações como sendo a forma como o individuo produz significados de alguma coisa, circunstância ou fato que lhe é apresentado, considerando que estes significados ou conceitos são produzidos sob influência das concepções individuais como também do contexto cultural a que está sujeito.

3. METODOLOGIA

O estudo aqui apresentado teve como ambiente de pesquisa o curso de Ciências Contábeis na UNEMAT de Tangará da Serra – MT, abrangendo a população de 407 acadêmicos devidamente matriculados no semestre de 2012/2, que estavam cursando do 1º ao 8º semestre. A escolha desta população não se deu por acaso, já que a pesquisa propôs-se a compreender como os acadêmicos do referido curso em todos os seus níveis estão representando o TCC e a aplicação do instrumento de pesquisa à toda população escolhida pode fornecer informações mais enriquecedoras.

A pesquisa aqui relatada, quanto aos fins, se caracterizou como exploratória, uma vez que objetivou estudar um assunto ainda não abordado na amostra escolhida. Em se tratando dos meios para realização desta investigação, partiu-se de uma pesquisa bibliográfica, que levantou a base de conhecimento teórico para condução da pesquisa como um todo assim como para a compreensão dos dados levantados, sendo esta realizada em títulos de autores renomados, assim como em artigos científicos, dissertações e teses. Foi também utilizado o método de pesquisa documental, sendo que neste, a pesquisa centrou-se principalmente em documentos disponibilizados on-line pelo Departamento de Ciências Contábeis, legislações e dados estatísticos. E com o propósito de atender aos objetivos de caracterizar os acadêmicos do primeiro ao oitavos semestres, e suas representações acerca do TCC, foi utilizada a pesquisa de campo.

A técnica escolhida para a pesquisa de campo foi o questionário que foi organizado com questões fechadas e questões abertas, e foi apresentado impresso aos pesquisados por abordagem direta nas salas de aula. As questões foram organizadas de forma a coletar informações em três grandes categorias nas quais se buscou identificar o perfil pessoal do acadêmico; caracterizar a situação de escolaridade do respondente assim como seu conhecimento da caracterização do curso e perfil do profissional da área e, por fim, a compreensão do acadêmico acerca do TCC.

A coleta de dados se deu partindo da referência de 407 acadêmicos matriculados, conforme informação da Supervisão de Apoio Acadêmico (SAA). Entretanto, com a aplicação do instrumento de pesquisa realizada em 29/08/2012, somente 257 acadêmicos atenderam ao

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convite para responder ao instrumento. Tais dados, em se comparando com o total de matriculados, corresponde à 63,14% de acadêmicos matriculados. Os dados obtidos através do questionário foram organizados e expressos em forma de tabelas e gráficos. Após esse processo os dados passaram por um processo de análise e interpretação conforme segue.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os 257 acadêmicos que responderam ao questionário se configuram em 60,31% (155) de mulheres e 39,69% (102) de homens, de forma que a maioria do total de pesquisados declarou ter idade entre 15 e 25 anos. Dos acadêmicos pesquisados, um total de 213 acadêmicos (82,88%) informaram estar empregados na oportunidade da coleta de dados. Em relação aos 44 acadêmicos (17,12%) que declararam não estar empregados, o primeiro semestre foi o que apresentou o maior índice de acadêmicos desempregados (36,59%). Já no oitavo semestre observou-se que somente 9,68% dos acadêmicos não trabalham. Essa diferença pode justificar-se pelo caráter preparatório oferecido pelo curso, que proporciona aos graduandos ocupar vagas em empresas principalmente nas áreas contábil e administrativa ainda durante seu processo de formação profissional. Deste modo, constata-se que o número de estudantes que não trabalham no primeiro semestre é maior que no oitavo semestre.

A partir das respostas dos acadêmicos, foi possível constatar que uma vez que os semestres estão mais avançados, cresce também o número de acadêmicos que estão trabalhando nas áreas relacionadas à contabilidade. Isso ocorre, pois, mesmo o acadêmico não tendo concluído o curso superior já tem certo conhecimento específico e técnico, que aliado à prática futura o torna competitivo ao concorrer para vagas nos setores contábil e administrativo principalmente. Assim, é possível compreender que já a condição de estar cursando graduação permite que as empresas percebam a construção deste diferencial para o mercado de trabalho.

As respostas indicaram que 36,58% dos respondentes assinalaram que estão até 1 ano trabalhando na mesma empresa e 20,23% dos graduandos estão até 2 anos na mesma empresa. É possível que a maioria dos acadêmicos tenha somente até 2 anos no mesmo emprego, pelo fato de que 71,98% dos acadêmicos se declararem jovens com idade entre 15 e 25 anos, ou seja, ainda estão em início de carreira no mercado de trabalho. Também pode estar relacionado ao fato de que, como ainda não concluíram seu curso de graduação, encontram-se em construção de estabilidade no mercado de trabalho.

Em se tratando da carga horária semanal de jornada de trabalho as respostas sinalizam que os acadêmicos em grande parte (57,98%) exercem carga horária de entre 37 e 44 horas semanais. A carga horária de jornada de trabalho desempenhada pelos profissionais registrados em Mato Grosso, segundo a pesquisa “Perfil do Contabilista Brasileiro” publicada em 2009 pelo CFC, está entre 41 e 60 horas semanais.

Quanto as faixas salariais, conforme assinaladas pelos acadêmicos, 40,85% deles informaram que seus salários estavam entre R$623,00 e R$1.244,00 e 20,62% declararam

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