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Relatório 1: Análise de requisitos técnicos e funcionais do modelo de dados geográficos RELATÓRIO 405/2010 NTI/NAS

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MODELAÇÃO DE DADOS GEOGRÁFICOS E MODELAÇÃO

MATEMÁTICA DOS RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS

E SUBTERRÂNEOS PARA O PLANEAMENTO E GESTÃO

DOS RECURSOS HÍDRICOS SOB JURISDIÇÃO DA ARH

DO CENTRO, I.P.

Relatório 1: Análise de requisitos técnicos e funcionais do modelo

de dados geográfi cos

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LNEC - Proc. 0602/1/17611, 0607/541/5756 i

MODELAÇÃO DE DADOS GEOGRÁFICOS E MODELAÇÃO

MATEMÁTICA DOS RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS

E SUBTERRÂNEOS PARA O PLANEAMENTO E GESTÃO

DOS RECURSOS HÍDRICOS SOB JURISDIÇÃO DA ARH DO

CENTRO, I.P.

Relatório 1: Análise de requisitos técnicos e funcionais do

modelo de dados geográficos

GEOGRAPHIC DATA MODELING AND WATER RESOURCES

MATHEMATICAL MODELING FOR THE WATER RESOURCES

PLANNING AND MANAGEMENT OF THE ARH DO CENTRO, I.P.

Report 1: Analysis of the technical and functional requirements of

the geographical data model

MODELE DE DONNEES GEOGRAPHIQUES ET MODELES DE

RESOURCES HIDRIQUES DANS LE DOMAINE DE JURISDICTION

DE L'ARH DO CENTRO, IP

Rapport 1: Analyse des demandes techniques et fonctionnelles du

modèle de données géographiques

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GLOSSÁRIO DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AAE - Avaliação ambiental estratégica ACB - Avaliação Custo-Benefício ACE - Análise Custo-Eficácia

AIA - Avaliação de impacte ambiental

ARH - Administração da Região Hidrográfica do Centro, I.P. BGRI - Base Geográfica de Referenciação da Informação DQA - Directiva-Quadro da Água

DTAR - Drenagem e Tratamento de Águas Residuais

EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, S.A. EE - Eficiência Económica

EM - Estado-membro da União Europeia

EQS - Normas de Qualidade Ambiental (Environmental Quality Standards) ETAR - Estação de Tratamento de Águas Residuais

IG - Informação geográfica

IGP - Instituto Geográfico Português INAG - Instituto da Água, I.P.

INE - Instituto Nacional de Estatística

INSAAR - Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais

LA - Lei da Água

NMC - Nível de Máxima Cheia

NPA - Nível de Pleno Armazenamento NRC - Nível de Recuperação de Custos MA - Massa de água

MDG - Modelo de Dados Geográficos PBH - Plano de Bacia Hidrográfica

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LNEC - Proc. 0602/1/17611, 0607/541/5756 iii PCIP - Prevenção e Controlo Integrados de Poluição

PEAASAR - Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais

PEGA - Planos Específicos de Gestão das Águas PET - Plano Estratégico de Transportes

PGBH - Plano de Gestão de Bacia Hidrográfica PNA – Plano Nacional da Água

DGRAH - Direcção-Geral dos Recursos e Aproveitamentos Hidráulicos PDM - Plano Director Municipal

PM - Programa de Medidas

POAAP - Planos de Ordenamento de Albufeias de Águas Públicas POOC - Planos de Ordenamento da Orla Costeira

PROT - Planos Regionais de Ordenamento do Território REF - Regime Económico e Financeiro

REN - Reserva Ecológica Nacional RH - Região Hidrográfica

SIC – Sítios de Importância Comunitária SIG - Sistemas de Informação Geográfica

SNIRH - Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos TRH – Taxa de Recursos Hídricos

VMA - Valor Máximo Admissível VMR - Valor Máximo Recomendado

WISE - Water Information System for Europe ZPE - Zonas de Protecção Especial

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LNEC - Proc. 0602/1/17611, 0607/541/5756 v

MODELAÇÃO DE DADOS GEOGRÁFICOS E MODELAÇÃO

MATEMÁTICA DOS RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS

E SUBTERRÂNEOS PARA O PLANEAMENTO E GESTÃO

DOS RECURSOS HÍDRICOS SOB JURISDIÇÃO DA ARH DO

CENTRO, I.P.

Relatório 1: Análise de requisitos técnicos e funcionais do

modelo de dados geográficos

ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO ...1

1.1 Apresentação e objectivos ...1

1.2 Organização do relatório ...2

1.3 Documentos de base analisados ...3

2 METODOLOGIA DE ANÁLISE DE REQUISITOS TÉCNICOS E FUNCIONAIS DO MODELO DE DADOS GEOGRÁFICOS A DESENVOLVER...4

3 ANÁLISE DE REQUISITOS...8

3.1 Introdução ...8

3.2 Análise da legislação nacional e europeia aplicável ...9

3.2.1 Identificação do enquadramento legal europeu (directivas europeias) ...10

3.2.2 Identificação do enquadramento legal nacional ...11

3.3 Análise do Guia metodológico dos PGBH da ARH do Centro I.P...11

3.3.1 Parte 1 – Enquadramento e aspectos gerais ...12

3.3.2 Parte 2 – Caracterização da região hidrográfica ...12

3.3.3 Parte 3 – Síntese da caracterização e diagnóstico da região hidrográfica...39

3.3.4 Parte 4 – Cenários prospectivos...40

3.3.5 Parte 5 – Objectivos estratégicos e ambientais ...40

3.3.6 Parte 6 – Programa de medidas ...41

3.3.7 Parte 7 – Sistema de promoção, controlo e avaliação dos PGBH ...45

4 ESTRUTURAÇÃO DE DADOS PARA REGISTO DO CUMPRIMENTO DAS DISPOSIÇÕES LEGAIS EM VIGOR...47

4.1 Considerações gerais ...47

4.2 Estruturação de dados no MDG ...47

5 SISTEMAS DE IDENTIFICAÇÃO E CODIFICAÇÃO ...49

5.1 Sistemas de identificação e codificação do WISE ...49

5.2 Sistemas de códigos identificadores a implementar no MDG ...51

6 WISE (WATER INFORMATION SYSTEM FOR EUROPE)...55

6.1 WISE Access tool...57

(10)

7 NORMAS E ESPECIFICAÇÕES DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

APLICÁVEIS...61

7.1 Normas ISO ...62

7.2 GML, o formato de partilha de informação geográfica do futuro ...63

8 ESPECIFICAÇÕES INSPIRE ...64

8.1 Considerações gerais ...64

8.2 As regras de implementação sobre a especificação de informação geográfica...66

8.3 A especificação de informação geográfica referente ao tema Hidrografia...67

9 AVALIAÇÃO DO ESTADO DAS MASSAS DE ÁGUA ...71

9.1 Considerações gerais ...71

9.2 Representação dos elementos de qualidade para a classificação do estado ecológico e químico das massas de água superfíciais por segmentação dinâmica...71

9.3 Avaliação das pressões por segmentação dinâmica ...73

10 CONSISTÊNCIA E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS DADOS GEOGRÁFICOS ...74

10.1 Completude ...74

10.2 Consistência lógica...74

10.3 Consistência topológica ...75

10.4 Execução da rede hidrográfica ...77

10.4.1 Representação da rede hidrográfica no interior de massas de água ...77

10.4.2 Representação de entidades geográficas com dependência dos limites do leito...81

11 PRODUÇÃO CARTOGRÁFICA...82

12 SIMBOLOGIA ...83

13 ANÁLISE FUNCIONAL DO GESTOR ELECTRÓNICO DE PROCESSOS...85

14 ENQUADRAMENTO DOS TEMAS GEOGRÁFICOS RELATIVOS AO CADASTRO DAS INFRA-ESTRUTURAS E UTILIZAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS ...88

15 DESENVOLVIMENTO DO MODELO DE DADOS GEOGRÁFICOS...89

15.1 Universo do discurso...89

15.2 Proposta de conceitos a modelar (modelo conceptual de dados) ...90

16 CONCLUSÕES...92

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...94

ANEXO I – CONCEITOS A MODELAR NO MDG...97

ANEXO II – IDENTIFICAÇÃO DOS CONCEITOS A CONSIDERAR NO DESENHO DO MDG ...107

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LNEC - Proc. 0602/1/17611, 0607/541/5756 vii

Lista de Figuras

Figura 1. Esquema simplificado do processo de modelação de dados. Adaptado da

ISO 19109. ... 5

Figura 2. Codificação de uma massa de água subterrânea transfronteiriça...21

Figura 3. Tipo, descrição e simbologia da orientação principal das massas de água subterrânea. Extraído de Guidance document n.º 22 – appendix 13.3...22

Figura 4. Procedimento genérico dos testes de classificação para avaliar o estado da água subterrânea (adaptado do Documento-guia n.º 18)...27

Figura 5. Esquema da associação entre o nó de rede hidrográfica e a estação de monitorização ...37

Figura 6. Inferência de nó de rede para associação com estação de monitorização ...38

Figura 7. Metodologia aplicada na classificação das massas de água quanto ao risco de não cumprimento dos objectivos ambientais (adaptado de INAG, 2005) ...41

Figura 8. Tabela de atributos referente aos principais rios reportados ao WISE...51

Figura 9. Exemplo da classificação de a) Strahler (1945) e b) Shreve (1966) ...52

Figura 10. Classificação decimal usada pela DGRAH ...52

Figura 11. Exemplo de aplicação da classificação Pfafstetter (Néry et al., 2002) ...53

Figura 12. Classe de base para identificação, codificação e relacionamento de entidades geográficas...54

Figura 13. Relações entre os esquemas XML do Art.º 13 da DQA (extraído de: Guidance on reporting of spatial data, Comissão Europeia) ...56

Figura 14. Casos de uso da especificação INSPIRE Hidrografia. Extraído de http://inspire-twg.jrc.ec.europa.eu/inspire-model...67

Figura 15. Extracto da estrutura da norma ISO 19131 referente à especificação de informação geográfica ...68

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Figura 17. Representação das influências dos parâmetros dos elementos de qualidade sobre as massas de água superficiais (exemplo extraído

de Charneca, 2010). ...73 Figura 18. Hipóteses de estruturas de nós e segmentos a integrar numa rede

geográfica...76 Figura 19. Exemplo de sobreposição da representação de duas massas de água...78 Figura 20. Exemplo de representação da rede hidrográfica sobre massas de água

Rios e de Transição...79 Figura 21. Representação da linha de concentração de escoamento numa massa

de água. ...79 Figura 22. Representação da rede geométrica de escoamento sobre uma massa de

água fortemente modificada. ...80 Figura 23. Rede geométrica de escoamento inferida no interior de uma massa de

água. ...80 Figura 24. Exemplos de representação da linha central do escoamento no interior

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LNEC - Proc. 0602/1/17611, 0607/541/5756 ix

Lista de Quadros

Quadro 1. Categorias de riscos a considerar no âmbito da elaboração dos PGBH ...14 Quadro 2. Disposições legais aplicáveis às massas de águas superficiais e zonas

envolventes ...17 Quadro 3. Definição do estado quantitativo (Decreto-Lei n.º 77/2006, Anexo V,

2.1.2, ou DQA, Anexo V, 2.1.2) ...25 Quadro 4. Definições do bom estado químico das águas subterrâneas (Decreto-Lei

n.º 77/2006, Anexo V, 2.3.2, ou DQA, Anexo V, 2.3.2) ...26 Quadro 5. Critérios de eutroficação de albufeiras e lagoas (INAG, 2004). Nota: Os

valores correspondem a médias geométricas. Conformidade – A classe atribuída corresponde ao valor mais desfavorável. Amostragem – Pelo menos uma amostra em cada estação do ano, colhida a meio metro da camada superficial. Dados utilizados: Anos

hidrológicos de 1998/1999, 1999/2000, 2000/2001. ...32 Quadro 6. Identificação das pressões significativas a considerar nos PGBH ...35 Quadro 7. Atributos de classificação e descrição do cumprimento das disposições

legais...48 Quadro 8. Identificação dos assuntos a classificar quanto ao nível de cumprimento

legal (baseada no anexo IV do caderno de encargos do PGRH do

Guadiana)...49 Quadro 9. Componentes do código identificador das entidades hidrológicas (WFD,

GIS Guidance Document nº. 22, 2009)...50 Quadro 10. Relação entre escala, resolução, tolerância de simplificação e exactidão

posicional (fonte: GIS Guidance Document: 2nd version) ...57 Quadro 11. Temas geográficos a considerar na Directiva das Águas Residuais

Urbanas...59 Quadro 12. Temas geográficos a considerar na Directiva das Águas Balneares...59 Quadro 13. Temas geográficos a considerar na Directiva das Águas para consumo

humano ...59 Quadro 14. Temas geográficos a considerar na Directiva dos Nitratos ...59 Quadro 15. Temas geográficos a considerar na Directiva de Avaliação do Risco de

(14)

Quadro 16. Temas geográficos a considerar na Directiva de Segurança Marítima...60

Quadro 17. Requisitos para substâncias perigosas...60

Quadro 18. Temas dos Anexos I, II, e III da Directiva INSPIRE...65

Quadro 19. Cores e respectivos códigos numéricos de base 10 e 16 de misturas cromáticas RGB a utilizar na simbologia a definir. ...83

Quadro 20. Cores de apresentação do estado ecológico. ...84

Quadro 21. Cores de apresentação do potencial ecológico...84

Quadro 22. Cores de apresentação do estado químico...84

Quadro 23. Universo da tipologia de processos administrativos considerados no GEP...87

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MODELAÇÃO DE DADOS GEOGRÁFICOS E MODELAÇÃO

MATEMÁTICA DOS RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS

E SUBTERRÂNEOS PARA O PLANEAMENTO E GESTÃO

DOS RECURSOS HÍDRICOS SOB JURISDIÇÃO DA ARH DO

CENTRO, I.P.

Relatório 1: Análise de requisitos técnicos e funcionais do

modelo de dados geográficos

1 INTRODUÇÃO

1.1

Apresentação e objectivos

A Directiva-Quadro da Água visa proteger as águas superficiais interiores, as águas de transição, as águas costeiras e as águas subterrâneas, e visa atingir determinados objectivos ambientais através da execução de programas de medidas especificados no Plano de Gestão das Região Hidrográfica (PGRH), que abrange, no caso da Administração da Região Hidrográfica do Centro I.P. (ARH do Centro), as bacias hidrográficas dos Rios Mondego, Vouga e Lis. Os sistemas de informação foram identificados pela ARH do Centro I.P como uma ferramenta de gestão dos recursos hídricos eficaz e eficiente, podendo contribuir para o cumprimento das metas a serem fixadas por estes PGBH. Neste contexto, a ARH do Centro convidou o LNEC a realizar um estudo destinado à concepção e desenvolvimento da especificação de informação geográfica de suporte ao planeamento e gestão de recursos hídricos, à elaboração de cartas de zonas inundáveis fluviais e estuarinas e à caracterização e modelação dos aspectos quantitativos e qualitativos das massas de águas subterrâneas, aplicáveis às regiões hidrográficas sob jurisdição da ARH do Centro. Este estudo foi objecto de contrato entre as duas entidades, datado de 28 de Setembro de 2010.

O projecto está estruturado em quatro componentes:

 Componente 1: Desenvolvimento e implementação da especificação de informação geográfica através de modelos de dados geográficos;

 Componente 2: Modelação de recursos hídricos – cartas de zonas inundáveis fluviais;  Componente 3: Modelação da inundação na ria de Aveiro e no estuário do rio Mondego;  Componente 4: Modelação qualitativa e quantitativa em aquíferos.

O objectivo da componente 1 é a definição e a implementação de um modelo de dados geográficos para as bases geográficas de referência e temáticas, de caracterização da rede hidrográfica, das massas de água superficiais e subterrâneas, e das respectivas zonas protegidas.

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Esta componente foi dividida nas seguintes tarefas:

• Tarefa 1.1. – Análise de requisitos dos modelos de dados geográficos;

• Tarefa 1.2. – Especificação de informação geográfica através de modelos de dados;

• Tarefa 1.3. – Implementação e validação do modelo de dados;

• Tarefa 1.4. – Apoio à experimentação do sistema e à definição de estratégias para a sua manutenção.

O presente documento constitui o 1º relatório da Componente 1 (R1). O objectivo deste relatório é a definição dos requisitos para o desenvolvimento do modelo de dados geográficos (MDG) de suporte às acções de planeamento e gestão a executar pela ARH do Centro.

O desenvolvimento do MDG suportará os produtos referentes às componentes de:

• Modelação de recursos hídricos para elaboração de cartas de zonas inundáveis fluviais e de risco de inundações para os trechos dos rios Mondego e Vouga compreendidos entre a confluência do rio Ceira e o limite de propagação da maré e, entre Águeda e Cacia respectivamente as quais implementam o Decreto-Lei n.º 115/2010 de 22 de Outubro (avaliação e gestão dos riscos de inundações);

• Modelação da inundação na ria de Aveiro e no estuário do rio Mondego, com o desenvolvimento das correspondentes cartas de inundação;

• Modelação qualitativa e quantitativa em aquíferos, que inclui a caracterização hidrogeológica da zona de jurisdição da ARH Centro, a caracterização das vulnerabilidades à poluição e à intrusão marinha, bem como a modelação de perímetros de protecção de captações de águas subterrâneas.

1.2

Organização do relatório

O documento está organizado em dezasseis capítulos, para além desta Introdução. O Capítulo 2 apresenta a metodologia seguida para o desenvolvimento da análise de requisitos, a qual está disponível no Capítulo 3. O Capítulo 4 apresenta a estruturação de dados necessária para considerar no MDG a classificação de cumprimento dos diversos diplomas legais relevantes. Dado que todas as entidades geográficas a considerar no MDG devem possuir identificadores numéricos e códigos identificadores únicos, apresenta-se no Capítulo 5 uma revisão e proposta de sistemas de identificação e codificação. Os requisitos necessários para dar resposta ao Water Information System for Europe são descritos no Capítulo 6, enquanto as normas e especificações de informação geográfica, incluindo as propostas do Open Geospatial Consortium (OGC) e da International Organization for Standardiization (ISO) são apresentadas no Capítulo 7. As especificações da Directiva Inspire são apresentadas no Capítulo 8, com principal destaque para a especificação de informação geográfica referente ao tema Hidrografia. No Capítulo 9 é apresentada a metodologia para utilização de conceitos de segmentação dinâmica em suporte da avaliação

(17)

do estado das massas de água. O Capítulo 10 é dedicado á apresentação das regras de consistência lógica e topológica, necessárias para garantir a qualidade dos dados geográficos, a qual é essencial para a gestão correcta de informação geográfica. No Capítulo 11 é apresentada a metodologia de integração da produção cartográfica no MDG. A simbologia proposta para a produção cartográfica dos PGBH é apresentada no Capítulo 12, com base nos critérios estabelecidos na legislação portuguesa, no WISE e na directiva INSPIRE-Hidrografia. Foi também analisada outra informação a ter em conta nos requisitos do MDG, nomeadamente a aplicação de gestão de processos da ARHCentro (Capítulo 13) e o enquadramento dos temas geográficos no MDG relativos ao cadastro de infra-estruturas e utilização de recursos hídricos (Capítulo 14). No Capítulo 15 propõe-se um universo de discurso do MDG e os respectivos conceitos, na sequência da apresentação dos requisitos técnicos e funcionais. Finalmente, as principais conclusões do relatório estão resumidas no Capítulo 16. Em anexo descrevem-se os conceitos a modelar no MDG (Anexo I) e apresenta-se a identificação dos conceitos a considerar no desenho do MDG (Anexo II).

1.3

Documentos de base analisados

Para a elaboração deste relatório foram analisados os seguintes documentos:

• Guia metodológico para a elaboração do plano de gestão da região hidrográfica do Centro;

GIS Guidance document n.º 22 (Guidance on implementing the GIS elements of the EU water policy);

GIS Guidance document n.º 12 (Horizontal Guidance on the Role of Wetlands in the Water Framework Directive);

GIS Guidance document n.º 18 (Guidance on Groundwater Status and Trend Assessment);

Tools and services for reporting under RBMP within WISE – Guidance on reporting of spatial data for the WFD (RBMP), version 2.0 (Outubro 2009);

Tools and services for reporting under RBMP within WISE – Reporting of the RBMP – A user manual, version 2.0 (Outubro 2009);

WISE XML Schemas (meta-documentos XML);

• Documento da estrutura de dados referente à aplicação do gestor electrónico de processos.

Por não se encontrar ainda disponível os documentos referentes ao balcão online e gestão documental desenvolvido pela empresa Indra, estes não foram analisados.

(18)

2 METODOLOGIA DE ANÁLISE DE REQUISITOS TÉCNICOS E

FUNCIONAIS DO MODELO DE DADOS GEOGRÁFICOS A

DESENVOLVER

Resume-se de seguida a metodologia de análise de requisitos do modelo de dados geográficos a desenvolver neste estudo.

A especificação da informação geográfica a desenvolver neste estudo inclui o desenvolvimento do modelo de dados geográficos de suporte ao planeamento e gestão das águas sob jurisdição da ARH do Centro, I.P., sendo a sua concepção concretizada em quatro etapas distintas de acordo com as normas técnicas internacionais aplicáveis:

A definição do universo do discurso, no qual se descreve o sistema real a representar;

A modelação conceptual (materializada no esquema conceptual) onde são definidos os termos e conceitos a considerar na representação computacional do universo de discurso. Nesta fase produzir-se-á um dicionário de dados no qual são expostas as definições dos termos e conceitos utilizados no desenvolvimento do modelo de dados;

A modelação lógica (materializada no esquema de aplicação), que define, por meio de diagramas de classe UML, declarados segundo a norma ISO 19109, a forma de representação e caracterização dos conceitos definidos no esquema conceptual e que incluem: tipos de entidades, atributos das entidades, definição dos tipos de dados, listas de códigos, enumerações, associações entre classes e operações para definição de comportamentos das entidades consideradas. A modelação lógica terá em consideração a plataforma tecnológica adoptada pela ARH do Centro, I.P., permitindo a implementação do modelo de dados nos mais utilizados sistemas de gestão de bases de dados. O esquema de aplicação será complementado pelo catálogo de entidades geográficas a elaborar segundo a norma ISO 19110;

A modelação física (materializada na estrutura de dados geográficos implementada num sistema de gestão de bases de dados) constitui a implementação do esquema de aplicação, resultante da modelação lógica, onde se incluem todos os procedimentos de ajuste às soluções tecnológicas adoptadas, nomeadamente aspectos de segurança, desempenho e optimização de esquemas de bases de dados.

A Figura 1 esquematiza as fases de desenvolvimento do modelo de dados geográficos a desenvolver.

(19)

Figura 1. Esquema simplificado do processo de modelação de dados. Adaptado da ISO 19109.

A metodologia aplicada baseia-se num processo de modelação de dados dividido nas quatro fases acima descritas, durante o qual são utilizadas as normas da International Organization for Standardization (ISO) e os documentos de especificações técnicas INSPIRE (http://inspire-twg.jrc.ec.europa.eu/inspire-model/) sobre especificação de informação geográfica. Utilizar-se-á no desenvolvimento dos modelos conceptuais e lógicos a linguagem esquemática UML (Unified Modelling Language).

A solução conceptual (modelo conceptual) e o respectivo modelo lógico (esquema de aplicação) considerarão os termos e conceitos presentes nos diplomas legais do direito interno português aplicados ao planeamento e gestão de recursos hídricos actualmente em vigor, bem como a definição dos elementos geográficos da Directiva-Quadro da Água, no âmbito do sistema de informação geográfica europeu sobre recursos hídricos (WISE, Water Information System for Europe), tal como descrito no Guidance Document Nº 22 (Updated Guidance on Implementing the Geographical Information System Elements of the EU Water Policy).

No desenvolvimento e implementação do MDG será tido em conta um conjunto de aspectos que se descrevem de seguida.

a) Formatos de transferência de dados geográficos

Os formatos de transferência de dados geográficos serão acordados entre a ARH do Centro, I.P. e o LNEC, sendo que para tal se sugerem as recomendações INSPIRE (D2.7 Guidelines for the encoding of spatial data, version 2.0), nas quais se prevê que a codificação dos dados deva seguir as especificações ISO 19136:2007 (Geographic information - Geography Markup Language). Deve notar-se que esta sugestão não limita, em parte ou no todo, a adopção de qualquer outro formato de transferência de dados.

(20)

b) Metainformação

Dado que a existência de metadados sobre a informação geográfica é essencial para a sua adequada utilização, pressupõe-se, na implementação do modelo de dados geográficos proposto, que toda a informação carregada possa ser documentada de forma a permitir identificar a sua fonte, conteúdo, estrutura, processos de produção e controlo de qualidade. Com a implementação do modelo de dados serão produzidos metadados em conformidade com as normas ISO 19115 e ISO 19139. Neste sentido será contemplado o registo dos metadados correspondentes à definição de cada classe de entidades presentes no modelo de dados. A produção de documentos de acordo com as normas ISO referidas será compatível com o Perfil Nacional de Metadados de Informação Geográfica (Perfil MIG) em vigor, definido pelo Instituto Geográfico Português (IGP). De acordo com a informação disponível está previsto que o Perfil MIG venha a integrar aspectos referentes ao WISE. Esta integração está a ser articulada entre o INAG e o IGP.

c) Sistemas de referenciação geográfica

No âmbito do desenvolvimento do modelo de dados geográficos serão tidos em conta dois tipos de sistemas de referenciação geográfica: os sistemas directos e os sistemas indirectos.

Os sistemas de referenciação geográfica directa serão utilizados para a referenciação de posições relativas à superfície terrestre de acordo com um sistema de coordenadas específico. Na definição e implementação do modelo de dados será adoptado o sistema de referenciação directo definido pelo IGP como actual (PT-TM06/ETRS89). Toda a informação geográfica a importar para o modelo de dados deverá estar coerente com o sistema directo citado. A informação geográfica referenciada a outro sistema de referenciação deverá ser transformada de acordo com os parâmetros oficiais publicados pelo IGP. As transformações dos antigos sistemas para o sistema actualmente em vigor para o território continental estão publicadas na página Web do IGP, ou a partir do endereço http://crs.bkg.bund.de/crs-eu. Os sistemas de referenciação geográfica indirectos serão utilizados para a referenciação de posições relativas a elementos geográficos presentes na base de dados geográficos estruturada de acordo com o modelo de dados a desenvolver. Esta metodologia permitirá aplicar funcionalidades de segmentação dinâmica de elementos geográficos por processos de referenciação pontual e linear.

d) Representação cartográfica e flexibilidade de uso e carregamento de informação geográfica

O modelo de dados a desenvolver proporcionará a produção das representações cartográficas (representações planas simbólicas da superfície terrestre e dos fenómenos geográficos a uma escala fixa) previstas no âmbito dos PGBH.A implementação do modelo de dados a desenvolver não limitará o carregamento e utilização de informação com distintas precisões posicionais.

(21)

e) Interoperabilidade e portabilidade da informação

O modelo de dados a desenvolver assume critérios de portabilidade multiplataforma ao nível das soluções de sistemas de gestão de bases de dados (SGBD). A eventual existência de tecnologia ESRI permitirá tirar partido das funcionalidades de interpretação e implementação do modelo de dados, e da respectiva importação de informação nas diversas plataformas, mas não é limitativa da sua funcionalidade.

f) Carregamento de informação geográfica na base de dados e sua validação

O carregamento de informação geográfica na base de dados terá de cumprir regras de precedências e ser validado contra as regras de validação implementadas ao nível da base de dados.

O modelo de dados a desenvolver integrará mecanismos de validação da informação com base nos seguintes elementos:

• Definição dos tipos de dados permitidos para registo dos valores dos atributos;

• Definição de domínios de dados por intervalo de valores ou listas codificadas de valores permitidos;

• Definição de regras topológicas.

A verificação de regras de validação ficará disponível a partir das aplicações de gestão de informação geográfica ao nível da base de dados.

(22)

3 ANÁLISE DE REQUISITOS

3.1

Introdução

O actual enquadramento legal europeu e nacional respeitante ao planeamento e à gestão de recursos hídricos veio colocar sérios desafios de produção, organização e partilha de informação geográfica. Não só pelo carácter inovador da Directiva-Quadro da Água, no que respeita à exigência face à gestão deste tipo de informação, mas por todos os efeitos que esta directiva provocou: efeitos de re-organização institucional ao nível dos Estados-membros, efeitos de alteração metodológica na gestão e análise da informação, efeitos no surgimento de novas e renovadas figuras de planeamento das diferentes categorias de massas de água (superficiais interiores, costeiras, transição e subterrâneas), e ainda a preparação e publicação de “directivas-filhas” relacionadas com o planeamento e gestão da água, de que são exemplo a directiva das águas balneares, a directiva das águas subterrâneas ou a directiva de gestão do risco de inundação.

A informação geográfica é um meio de caracterização e representação dos objectos físicos do espaço territorial que interessa considerar para um adequado planeamento e gestão de recursos hídricos. Neste sentido importa definir os requisitos técnicos e funcionais que pautarão o desenvolvimento de um MDG de suporte ao sistema de informação de apoio à decisão da ARH do Centro, I.P, nomeadamente no que respeita ao licenciamento da utilização dos recursos hídricos.

Ao iniciar um processo de especificação de informação geográfica, deve definir-se o seu âmbito, objectivos e as premissas em que se baseia. Neste relatório define-se a abrangência do sistema em análise, identificando claramente que fenómenos e respectiva caracterização são considerados relevantes para a representação do sistema ambiental a descrever através da modelação de dados geográficos. A modelação de dados geográficos consiste assim num processo de descrição de sistemas do mundo real através da representação geográfica de fenómenos tangíveis, válidos para um dado domínio técnico ou científico.

No processo de modelação de dados geográficos são utilizadas técnicas de notação que ajudam a compreender os termos e conceitos subjacentes à interpretação da realidade, e a organizá-los de acordo com as associações que estabelecem entre si. Nesse sentido, as classes de entidades representadas num modelo de dados geográficos, e as associações que estas estabelecem entre si, constituem as duas primitivas de base para o processo de modelação de dados geográficos. Por natureza, um modelo de dados geográficos é independente do sistema computacional que o implementa.

O MDG a desenvolver fornecerá o formalismo conceptual como base para uma linguagem comum sobre a representação das entidades reais a ter em conta no âmbito da caracterização das massas de água superficiais e subterrâneas, e dos aspectos relacionados com seu planeamento e gestão.

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a) A integração de informação geográfica e alfanumérica num único repositório de dados apresenta claras vantagens de integridade e consistência quando baseada numa estrutura relacional de base de dados;

b) Os modelos de dados podem estabelecer as regras de caracterização e representação dos objectos físicos do espaço territorial com o objectivo destes poderem ser mapeados, analisados espacialmente e considerados em modelos de simulação hidráulica e hidrológica;

c) A informação considerada no âmbito do planeamento e gestão de recursos hídricos tem um cariz de cinco dimensões, em que além da natureza tridimensional das representações (x, y, z), se considera informação temporal (t) e informação espacial (m);

d) A modelação de dados geográficos respeitantes às massas de água superficiais e subterrâneas facilita a partilha de informação com todos os agentes envolvidos nos processos de planeamento e gestão de recursos hídricos.

Faz-se notar que os conteúdos das bases cartográficas de referência e temáticas não serão alvo, per si, do exercício de modelação de dados geográficos. No entanto, todos os seus elementos geográficos passíveis de serem referenciados no âmbito do desenvolvimento do SIG-ARHCentro serão incluídos e devidamente estruturados no âmbito do desenvolvimento do MDG.

3.2

Análise da legislação nacional e europeia aplicável

O novo enquadramento legal e institucional em que se elaborarão as novas figuras do planeamento de recursos hídricos, nomeadamente os Planos de Gestão de Bacia Hidrográfica (PGBH), colocam diversos desafios no que respeita à estruturação da informação geográfica a utilizar na sua elaboração e no apoio à gestão de recursos hídricos. Com o objectivo de assegurar a transposição dos conceitos referidos nos diplomas normativos aplicáveis para o MDG a desenvolver, foi efectuada uma análise das exigências destes diplomas no que respeita aos conceitos e requisitos passíveis de serem representados geograficamente ou que possuam uma relação directa com a informação geográfica topográfica. Apesar de se ter dedicado uma secção específica à análise da legislação, existem pontualmente ao longo deste relatório diversas referências normativas suplementares.

Importa referir que os conteúdos gerais dos PGBH se encontram definidos no Anexo VII da DQA, no Artigo 29.º da Lei da Água e no Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de Março, cuja articulação permite verificar que estes planos deverão incluir dados de caracterização com um grau de análise espacial e temporal adequado de forma a sustentar e fundamentar a especificação dos objectivos ambientais preconizados na DQA e na Lei da Água, e para definir as medidas necessárias para a sua concretização.

Procurar-se-á, no desenho do MDG, considerar todos os fenómenos do mundo real directamente referidos nos diplomas legais aplicáveis, pelo que no Anexo I se identificam e definem os conceitos extraídos destes diplomas legais.

(24)

3.2.1 Identificação do enquadramento legal europeu (directivas europeias)

No âmbito do disposto na DQA, o incumprimento das normas de qualidade estabelecidas no âmbito de outras Directivas Comunitárias em vigor, nomeadamente as directivas 75/440/CEE, 76/160/CEE, 78/659/CEE e 76/464/CEE, conduz também à classificação das massas de água como estando em risco.

No contexto da implementação da DQA destacam-se ainda as seguintes directivas europeias que se relacionam com esta directiva:

• Directiva da Tratamento das águas residuais urbanas;

• Directiva das Águas Balneares;

• Directiva dos Nitratos (Protecção das águas contra a poluição causada por nitratos de origem agrícola);

• Directiva da Água para consumo humano (Qualidade da água superficial para produção de água potável);

• Directiva da Avaliação e Gestão do Risco de Inundação (DAGRI);

• Directiva da estratégia marítima;

• Directiva das Emissões Industriais.

A Directiva 75/440/CEE do Conselho, de 16 de Junho (relativa à qualidade das águas doces superficiais destinadas à produção de água para consumo humano), a Directiva 78/659/CE do Conselho, de 18 de Julho (relativa à qualidade das águas doces superficiais para fins aquícolas – águas piscícolas), a Directiva 79/923/CE do Conselho, de 30 de Outubro (relativa à qualidade das águas do litoral e salobras para fins aquícolas – águas conquícolas), e a Directiva 76/160/CEE do Conselho, de 8 de Dezembro (relativa à qualidade das águas balneares), foram transpostas para o direito nacional através do Decreto-Lei 236/98, de 1 de Agosto, que revogou o Decreto-Lei 74/90, de 7 de Março, estabelecendo normas, critérios e objectivos de qualidade com a finalidade de proteger o meio aquático e melhorar a qualidade das águas em função dos seus principais usos.

No âmbito da Directiva 98/83/CE, de 3 de Novembro, relativa à qualidade da água destinada ao consumo humano e transposta para o direito nacional através do Decreto-Lei n.º 243/2001, de 5 de Setembro, deverão ser inventariados os sistemas de abastecimentos que abastecem mais de 50 habitantes ou produzem mais de 10 m3/dia em média, limites estes também referidos no artigo 7º da DQA.

A Directiva 91/676/CEE do Conselho, de 12 de Dezembro, relativa à protecção das águas contra a poluição causada por nitratos de origem agrícola, foi transposta para o direito nacional através do Decreto-Lei n.º 235/97, de 3 Setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 68/99, de 11 Março. A Portaria n.º 258/2003, de 19 de Março, aprova a lista e as cartas que identificam as zonas vulneráveis de Portugal Continental. A Portaria n.º 1100/2004, de 3 de Setembro revoga a Portaria n.º 258/2003, de 19 de Março, redefinindo novas zonas.

(25)

3.2.2 Identificação do enquadramento legal nacional

A Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, também designada por Lei da Água, transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2000/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro, estabelecendo as bases e quadro institucional para a gestão sustentável da água, tendo a bacia hidrográfica como base territorial para a gestão da água:

Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro (Lei da Água - LA);

Lei n.º 54/2005, de 15 de Novembro (titularidade dos recursos hídricos);

Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de Março (regulamentação da LA);

Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de Maio (regime de utilização dos recursos hídricos);

Decreto-Lei n.º 97/2008, de 11 de Junho (taxa de recursos hídricos e tarifas dos serviços públicos de águas);

Portaria n.º 394/2008, de 5 de Junho (Estatutos das ARH);

Portaria n.º 1450/2007, de 12 de Novembro (regulamentação do Decreto -Lei n.º 226 -A/2007, de 31 de Maio);

Decreto-Lei n.º 131/2005, de 16 de Agosto (regime excepcional e transitório de atribuição de licença para a pesquisa e captação de águas subterrâneas e para a instalação de novas captações de águas superficiais destinadas ao abastecimento público);

Decreto-Lei n.º 236/1998, de 1 de Agosto;

Decreto-Lei n.º 348/1998, de 9 de Novembro (tratamento de águas residuais urbanas);

Decreto-Lei n.º 129/2008, de 21 de Julho (Planos de ordenamento dos estuários);

Decreto-Lei n.º 198/2008, de 8 de Outubro (tratamento de águas residuais urbanas);

Decreto-Lei n.º 208/2008, de 28 de Outubro (modelo organizacional das ARH);

Portaria n.º 702/2009, de 6 de Julho (termos da delimitação dos perímetros de protecção das captações destinadas ao abastecimento público de água para consumo humano, bem como os respectivos condicionamentos);

Portaria 1284/2009, de18 de Outubro, que estabelece o conteúdo dos PGRH.

Procurar-se-á no desenho do MDG considerar todos os fenómenos do mundo real directamente referidos nos diplomas legais aplicáveis, pelo que, no Anexo I deste relatório, se identificam e definem os conceitos extraídos destes diplomas legais.

3.3

Análise do Guia metodológico dos PGBH da ARH do Centro I.P.

A análise de requisitos do MDG será desenvolvida de acordo com a organização do Guia metodológico do PGBH (ARH do Centro, 2009), no que respeita aos conteúdos sobre os quais incidirão os trabalhos da equipa de planeamento de recursos hídricos. O índice de conteúdos dos PGBH inclui os seguintes capítulos (partes):

1) Enquadramento e aspectos gerais; 2) Caracterização da região hidrográfica;

(26)

3) Síntese da caracterização e diagnóstico da região hidrográfica; 4) Cenários prospectivos;

5) Objectivos ambientais; 6) Programas de medidas;

7) Sistema de promoção, acompanhamento e avaliação.

Os capítulos 3, 5, e 6 estão organizados pelas seguintes áreas temáticas:

• Área temática 1: Qualidade da água;

• Área temática 2: Quantidade da água;

• Área temática 3: Gestão de riscos e valorização do domínio hídrico;

• Área temática 4: Quadro institucional e normativo;

• Área temática 5: Quadro económico e financeiro;

• Área temática 6: Monitorização, investigação e conhecimento;

• Área temática 7: Comunicação e governança.

3.3.1 Parte 1 – Enquadramento e aspectos gerais

Esta parte dos PGRH não é alvo do trabalho da equipa de planeamento. Não se prevê assim que venha a ser produzida informação geográfica neste capítulo.

3.3.2 Parte 2 – Caracterização da região hidrográfica

3.3.2.1 Ponto 1 - Caracterização geral

O ponto 1 implicará a produção de cerca de 32 mapas (anexo I do Guia metodológico). À excepção do capítulo 1.9, referente a análise de perigos e riscos, não se prevê modelar a cartográfica de base e temática que possa vir a dar origem às representações cartográficas previstas. Para o caso da produção de informação geográfica referente à análise de perigos e riscos, dada a sua potencial diversidade consoante a metodologia e os instrumentos utilizados nesta análise, a sua representação própria no MDG deverá ser definida pela ARH do Centro.

A cartografia de risco, e a eventual produção de informação geográfica a desenvolver, incidirá sobre os seguintes temas:

1.9.1. Alterações climáticas; 1.9.2. Cheias;

1.9.3. Secas;

1.9.4. Erosão hídrica e transporte de material sólido; 1.9.5. Erosão costeira e capacidade de recarga do litoral; 1.9.6. Movimentos de massas;

(27)

1.9.7. Sismos;

1.9.8. Infra-estruturas; 1.9.9. Poluição acidental.

Prevê-se que esta informação integre o Sistema Nacional de Informação Territorial (SNIT) e o Sistema Nacional de Informação Geográfica (SNIG). Por este motivo, ser-lhe-ão aplicáveis as disposições do Decreto-Lei n.º 180/2009, de 7 de Agosto, que procede à transposição para a ordem jurídica nacional da Directiva n.º 2007/2/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de Março de 2007, que estabelece a criação da Infra-estrutura Europeia de Informação Geográfica (INSPIRE).

Com base no guia metodológico para a produção de cartografia municipal de risco e para a criação de SIG de base municipal (Julião et al., 2009) foram seleccionados as categorias de riscos e referida a legislação aplicável a cada uma. O Quadro 1apresenta, por categorias de riscos, as suas designações e diplomas legais aplicáveis.

Categoria de riscos

Designação

Legislação aplicável e comentários

Alterações climáticas Nevões

Ondas de calor Ondas de frio

Podem incluir-se eventos extremos (secas, inundações, temperaturas extremas). A

representação destes fenómenos pode recorrer à representação matricial.

Cheias Lei n.º 54/2005 – Estabelece a titularidade dos

recursos hídricos / Art.22º e seguintes. Lei n.º 58/2005 – Lei da Água.

DL n.º 166/2008 – RJREN / Anexo I Secção III Portaria n.º 1356/2008 – Revisão da RJREN. Directiva 2007/ 60/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 23 de Outubro de 2007- Avaliação e gestão dos riscos de Inundações.

DL n.º 364/98 – Estabelece a obrigatoriedade de elaboração da carta de zonas inundáveis nos municípios com aglomerados urbanos atingidos por cheias.

DL n.º 115/2010 de 22 Outubro - estabelece um quadro para a avaliação e gestão dos riscos de inundações

Secas Lei n.º 58/2005 – Lei da Água, Artigo 41.º.

Erosão hídrica e

transporte de material sólido

Erosão hídrica dos solos

DL n.º 166/2008 – RJREN / Anexo I Secção III

Erosão costeira e capacidade de recarga do litoral Erosão costeira: destruição de praias e sistemas dunares (Representações

DL n.º 166/2008 – RJREN / Anexo I Secção I Portaria n.º 1356/2008 – Revisão da RJREN. Lei n.º 49/2006 – Estabelece medidas de protecção da orla costeira.

(28)

datadas) Erosão costeira: recuo e instabilidade de arribas (Pode não se aplicar às RH1, RH2 e RH3)

DL n.º 166/2008 – RJREN / Anexo I Secção I Portaria n.º 1356/2008 – Revisão da RJREN

Colapso de cavidades subterrâneas naturais

Movimentos de massas DL n.º 166/2008 – RJREN / Anexo I Secção I

Portaria n.º 1356/2008 – Revisão da RJREN.

Sismos Falhas

geológicas

DL n.º 235/83 – Aprova o Regulamento de

Segurança e Acções para Estruturas de Edifícios e Pontes (RSA) / Art. 28º e seguintes.

Infra-estruturas Consideram-se as infra-esstruturas hidráulicas e de

defesa costeira e portuária

Poluição acidental Resultante de acidentes, rodoviários, ferroviários,

aéreos, em áreas e parques industriais.

Consideram-se ainda os acidentes com transporte fluviais e marítimos.

Quadro 1. Categorias de riscos a considerar no âmbito da elaboração dos PGBH

Os locais com potencial risco de inundação e as zonas inundáveis ou ameaçadas pelas cheias terão em conta informação dos Planos Municipais de Ordenamento do Território (PMOT), do SNIRH e eventualmente dos Comandos Distritais de Operações de Socorro (CDOS) da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

O Decreto-Lei n.º 115/2010 de 22 Outubro estabelece um quadro para a avaliação e gestão dos riscos de inundações, com o objectivo de reduzir as suas consequências prejudiciais, e transpõe a Directiva n.º 2007/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro. Este decreto-lei pretende reduzir as consequências associadas às inundações, incluindo perdas humanas ou prejuízos para o ambiente, o património cultural, as infra-estruturas e as actividades económicas.

Em comunicado do Conselho de ministros pode ler-se que «Este regime estabelece a obrigatoriedade de elaboração, por parte das Administrações das Regiões Hidrográficas, de

cartas de zonas inundáveis para áreas de risco e de cartas de riscos de inundações,

até 22 de Dezembro de 2013, devendo, igualmente, ser elaborados, para cada região hidrográfica ou unidade de gestão, planos de gestão dos riscos de inundações, para determinadas zonas, até 22 de Dezembro de 2015»,

(29)

O decreto-lei cria ainda a Comissão Nacional da Gestão dos Riscos de Inundações, que irá apoiar as Administrações de Região Hidrográfica na realização da avaliação preliminar dos riscos de inundações, e na elaboração das cartas de zonas inundáveis para áreas de risco, das cartas de risco de inundações e dos planos de gestão de riscos de inundações.

Os riscos geológicos terão em conta informação do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) e os Planos Regionais do Ordenamento do Território. Os riscos de erosão hídrica e da seca meteorológica terão por base as sub-bacias hidrográficas como unidade de resposta hidrológica, às quais deverão ser afectos o número de dias em ano seco, médio e húmido.

Quanto ao risco de poluição acidental dever-se-á ter em conta, pelo menos as pressões referentes a instalações PCIP (Prevenção e Controlo Integrado de Poluição), indústrias perigosas e estações de tratamento de águas residuais que sirvam mais de 10.000 habitantes.

3.3.2.2

Ponto 2 – Caracterização das massas de água

Este ponto dos PGBH implicará uma produção de diversos conjuntos de dados geográficos sobre massas de água superficiais, massas de água subterrâneas, zonas protegidas, pressões naturais e pressões antrópicas significativas.

A primeira parte dos PGBH pressupõe uma caracterização geral das regiões hidrográficas, sobretudo nos aspectos relacionados com a água, as suas utilizações e o seu uso. São assim incluídos os seguintes temas geográficos: localização geográfica da RH, demografia, geologia, geomorfologia, hidrografia, hidrologia, hidrogeologia e climatologia e, também, uma caracterização do ponto de vista social e económico. Estes dois últimos aspectos são detalhados na parte 5 e parte 6 dos PGBH, pelo que nesta parte apenas são exigidos indicadores de carácter geral.

A caracterização das massas de água de superfície é também referida nesta parte dos PGBH, pelo que deverá constar uma descrição das metodologias seguidas para a tipificação dessas massas de água. A componente de informação geográfica sobre as massas de águas superficiais inclui a identificação, a localização geográfica e os limites das várias categorias de massas de água, as quais serão incluídas no MDG.

São ainda identificadas a este nível as condições de referência dos elementos de qualidade para cada tipo e categoria de massas de água, nomeadamente no que respeita a elementos biológicos, hidromorfológicos e físico-químicos, bem como identificado o estado de cumprimento das disposições legais aplicáveis ao sistema em estudo. O Quadro 2 apresenta os conceitos e os diplomas legais aplicáveis.

Tema Diplomas

comunitários

Diplomas de transposição

Águas residuais urbanas Directiva 91/271/CEE

Directiva 98/15/CE

Decreto-Lei n.º 152/97 Decreto-Lei n.º 348/98

(30)

Tema Diplomas comunitários

Diplomas de transposição

Decreto-Lei n.º 149/2004 Decreto-Lei n.º 198/2008 Prevenção e Controlo Integrado da

Poluição

Directiva 96/61/CE Decreto-Lei n.º 173/2008 Quadro de acção comunitária no

domínio da política da água

Directiva 2000/60/CE Decisão 2455/2001

Lei 58/2005

Decreto-Lei n.º 77/2006 Protecção das águas subterrâneas

contra a poluição e a deterioração

Directiva 2006/118/CE Decreto-Lei n.º 208/2008 Protecção das águas subterrâneas

contra a poluição causada por certas substâncias perigosas

Directiva 80/68/CEE Decreto-Lei n.º 236/98

Directiva 82/176/CEE Decreto-Lei n.º 431/99

Directiva 83/513/CEE Decreto-Lei n.º 53/99 Directiva 84/156/CEE Decreto-Lei n.º 52/99 Portaria n.º 744-A/99 Directiva 84/491/CEE Decreto-Lei n.º 54/99 Directiva 86/280/CEE Directiva 88/347/CEE Directiva 90/415/CEE Decreto-Lei n.º 56/99 Decreto-Lei n.º 390/99 Portaria n.º 39/2000 Portaria n.º 91/2000 Portaria n.º 895/94 Substâncias perigosas

Directiva 76/464/CE Decreto-Lei n.º 506/99 Decreto-Lei n.º 261/2003 Portaria n.º 50/2005 Águas residuais do sector de

actividade do amianto

Directiva 87/217/CEE Portaria n.º 1049/93 Águas residuais de unidades de

produção de dióxido de titânio

Directiva 78/176/CEE Directiva 82/883/CEE Directiva 92/112/CEE

Portaria n.º 1147/94

Águas residuais da indústria de lanifícios

Portaria n.º 423/97 Águas superficiais destinadas à

produção de água para consumo humano

Directiva 75/440/CEE Directiva 79/869/CEE

Decreto-Lei n.º 236/98

Portaria n.º 462/2000 (2.ª série)

Água destinada ao consumo humano Directiva 80/778/CEE, alterada pela Directiva 98/83/CE

Decreto-Lei n.º 306/2007

Águas balneares Directiva 76/160/CEE

Directiva 2006/7/CE

Decreto-Lei n.º 236/98 Portaria n.º 573/2001

(31)

Tema Diplomas comunitários

Diplomas de transposição

Águas piscícolas Directiva 78/659/CEE

Directiva 2006/44/CE (versão codificada da Directiva 78/659/CEE)

Decreto-Lei n.º 236/98

Águas conquícolas Directiva 79/923/CEE Decreto-Lei n.º 236/98

Produtos fitofarmacêuticos Directiva 91/414/CEE, alterada por muitas directivas, inclusive algumas de 2006 Decreto-Lei n.º 94/98 Decreto-Lei n.º 341/98 Decreto-Lei n.º 22/2001 Decreto-Lei n.º 173/2005

Biocidas Directiva 98/8/CE

Directiva 2006/50/CE

Decreto-Lei n.º 121/2002

Zonas Vulneráveis Directiva 91/676/CEE Decreto-Lei n.º 235/97

Decreto-Lei n.º 68/99 Portaria n.º 556/2003 Portaria n.º 557/2003 Portaria n.º 591/2003 Portaria n.º 617/2003 Portaria n.º 1366/2007

Lamas de depuração Directiva 86/278/CE Decreto-Lei n.º 118/2006

Conservação de habitat, da fauna e da flora selvagens

Directiva 92/43/CEE, alterada pela Directiva 97/62/CE

Directiva 79/409/CEE, alterada pela Directiva 91/244/CEE, pela Directiva 94/24/CE e pela Directiva 97/49/CE Decreto-Lei n.º 140/99, alterado pelo Decreto-Lei n.º 49/2005; Portaria n.º 829/2007.

Prevenção de acidentes graves que envolvam substâncias perigosas

Directiva 96/82/CE Decreto-Lei n.º 164/2001 Portaria n.º 193/2002 Portaria n.º 395/2002 Avaliação de Impacte Ambiental Directiva 85/337/CEE Decreto-Lei n.º 69/2000,

alterado pelo Decreto-Lei 197/2005

Avaliação Ambiental Estratégica Directiva 2001/42/CE Decreto-Lei 232/2007

Quadro 2. Disposições legais aplicáveis às massas de águas superficiais e zonas envolventes

Ponto 2.1 – Massas de água superficiais

Considera-se que uma massa de água superficial se define como sendo um elemento distinto e significativo de água de superfície, sendo identificadas as seguintes categorias:

(32)

• Lagos;

• Águas de Transição;

• Águas Costeiras.

A aplicação desta definição requer uma subdivisão das águas superficiais compreendidas em cada região hidrográfica. As massas de águas superficiais constituirão, segundo os critérios da DQA e LA, as unidades de gestão onde se avaliará o estado do recurso, resultante da aplicação dos objectivos ambientais definidos. A caracterização das massas de águas superficiais envolverá a definição da categoria a que pertencem, da tipologia em que se inserem, a sua delimitação geográfica e a definição das suas condições de referência para cada categoria e tipo.

A delimitação das massas de água, no âmbito da implementação da DQA, baseia-se nos princípios estabelecidos no Documento-Guia n.º 2 (WFD, 2003), respeitantes à identificação das massas de água:

-

a massa de água é delimitada de forma a garantir que o seu estado ecológico possa ser avaliado e comparado com os objectivos ambientais estipulados;

-

é atribuído apenas um estado ecológico único a cada massa de água (homogeneidade de estado).

Para cada tipo e categoria de massa de água integrada nas bacias hidrográficas que seja objecto dos PGBH terão de ser apresentadas as condições de referência dos elementos de qualidade utilizados para a sua caracterização. Esta informação poderá ser suportada nos trabalhos já desenvolvidos, nomeadamente INAG (2009), ou outro relevante que entretanto venha a ser produzido. Uma metodologia para estabelecer as condições de referência para as massas de água das categorias “águas de transição” e “águas costeiras” é descrita em Bettencourt et. al. (2003).

Para todas as categorias e tipos de massas de água superficiais caracterizar-se-ão as condições de referência (condições de excelência de estados). Estas condições de referência ficarão registadas no MDG através dos elementos de qualidade próprios de cada categoria e tipo de massas de água.

Identificação e delimitação geográfica das massas de água superficiais

O Guia metodológico requer que seja apresentada a identificação, localização geográfica e limites das massas de água, devendo cada uma incluir a seguinte informação:

• A designação da massa de água; • O código da massa de água;

• A categoria (rio, lago, água de transição ou água costeira) da massa de água; • O tipo da massa de água (tipologia);

(33)

• O curso de água onde se situa a massa de água;

• As coordenadas da foz do curso de água, no caso de massas de águas de transição; • As coordenadas do centro da área da massa de água, no caso de rios, de albufeiras e

de águas costeiras;

• A dimensão, que será o comprimento, expresso em quilómetros (km), no caso de rios; e a área, expressa em quilómetros quadrados (km2), no caso das águas de transição, lagos e águas costeiras;

• A indicação das massas de água que coincidem com zonas protegidas;

• A indicação das massas de água que foram previamente consideradas como artificiais ou como fortemente modificadas.

Alguma da informação incluída na lista anterior será produzida directamente da análise espacial da informação geográfica estruturada de acordo com o MDG a desenvolver, pelo que não estará explicitamente registada como atributos da massa de água. São exemplos destes atributos os seguintes:

• As coordenadas da foz do curso de água, no caso de massas de águas de transição; • A indicação das massas de água que coincidem com zonas protegidas.

Tal opção evita que a informação se desactualize por acções de edição na base de dados geográficos. Além destes elementos, registar-se-ão directamente como atributos das massas de água superficiais os seguintes factores:

Sistema de caracterização da massa de água (sistema A ou B, vide INAG, 2005);

• Aptidão para consumo humano;

• Estado de conformidade para o consumo humano;

• Estado do risco de cumprimento dos objectivos ambientais;

• Massa de água prioritária;

• Massa de água transfronteiriça;

• Tipologia (abiótica e biótica)

As seguintes massas de água devem ser consideradas como prioritárias (para atingirem o “Estado bom” em 2015):

a) As massas de água que estejam identificadas como zonas protegidas;

b) As massas de água onde devem ser supridas as emissões, as descargas e as perdas acidentais de substâncias prioritárias;

(34)

c) As massas de água onde a poluição provocada por substâncias prioritárias deve ser gradualmente reduzida;

d) As massas de água onde devem ser evitadas ou limitadas as descargas de outros poluentes;

e) As massas de água de águas marinhas e territoriais onde a poluição deve ser prevenida ou eliminada;

f) As massas de água abrangidas por acordos internacionais. O sistema de códigos identificadores é tratado em pormenor na secção 5.

No âmbito dos PGBH deve também ser apresentada a descrição da metodologia de caracterização das tipologias de massas de água, pelo que o MDG terá em conta a classificação abiótica e biótica das massas de água superficiais, afectando-lhes a respectiva classificação de tipologia, bem como uma descrição da metodologia que foi seguida para a caracterização dos diferentes tipos de massas de água superficiais.

Massas de água artificiais e massas de água fortemente modificadas

Nos PGBH será feita a classificação definitiva das massas de água artificiais e das massas de água fortemente modificadas. Esta classificação deverá ter por base a classificação provisória existente (vide relatório do Artigo 5º da Directiva-Quadro da Água), que se baseou nos seguintes critérios:

• Na categoria “rios” foram considerados os troços de rio a jusante de albufeiras; • Na categoria “lagos” foram consideradas as albufeiras;

• Nas categorias “águas de transição” e “águas costeiras” foram consideradas as que apresentavam alterações físicas.

Foram identificados como águas artificiais os canais de rega e os portos. Devem ser identificados os troços de rio a jusante de albufeiras com redução ou alteração significativa do escoamento natural, apresentada a informação de base utilizada para esse efeito e indicado o comprimento das massas de água que estão nessa situação.

No caso de águas de transição e de águas costeiras deve ser indicado, com base em informação existente, o grau de alteração morfológica. Os fundamentos da designação das massas de água artificiais e das massas de água fortemente modificadas terão igualmente suporte no MDG a desenvolver.

O MDG reflectirá todas as necessidades acima descritas no que respeita à classificação das massas de água como artificiais ou fortemente modificadas.

(35)

Ponto 2.2 – Massas de água subterrâneas

A identificação e delimitação preliminar das massas de águas subterrâneas foi elaborada pelo INAG no âmbito do “Relatório síntese sobre a caracterização das regiões hidrográficas prevista na directiva-quadro da água” (INAG, 2005).

A caracterização das massas de águas subterrâneas terá de incluir:

• A localização e os limites das massas de águas subterrâneas, identificando as que se encontram associadas a ecossistemas aquáticos de superfície ou a ecossistemas terrestres que delas dependem directamente;

• As que estão em risco, e as massas de água transfronteiriças;

• A identificação das características gerais dos estratos que cobrem a área de drenagem que alimenta as massas de águas subterrâneas;

• A avaliação dos recursos hídricos subterrâneos disponíveis, incluindo a taxa de recarga global média anual a longo prazo (não está definido o número de anos para esta análise);

• A caracterização aprofundada das massas de água consideradas em situação de risco, que deve incluir as informações relevantes constantes do n.º 2.2, Parte II do Anexo I do Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de Março;

• A identificação das zonas potenciais para a promoção da recarga de aquíferos (quer natural quer artificial). A recarga natural será garantida a partir das zonas de máxima infiltração, ou a partir de outras intervenções que a facilitem. A recarga artificial será alvo de licenciamento caso a caso.

• Identificação das suas utilizações e avaliação do grau de risco de não cumprimento dos objectivos ambientais definidos no artigo 4.º da DQA e no artigo 47.º da Lei da Água.

As MA subterrâneas transfronteiriças serão relatadas em conjunto com Espanha, sendo-lhes atribuídos códigos identificadores distintos em cada uma dos países, tal como ilustra a Figura 2. Cada país identificará e codificará apenas a parte da massa de água incluída no seu território, devendo as suas delimitações ser harmonizadas entre os Estados-membros.

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De salientar ainda que, de acordo com o documento-guia para o relato de informação no âmbito da DQA (European Commission, 2009a), só serão reportadas MA subterrâneas, ou grupos de MA subterrâneas, superiores a 100 Km2. É também exigida neste âmbito informação sobre a orientação vertical principal da MA subterrânea, tal como ilustra a Figura 3.

Figura 3. Tipo, descrição e simbologia da orientação principal das massas de água subterrânea. Extraído de Guidance document n.º 22 – appendix 13.3.

Distingue-se, na caracterização das massas de água subterrâneas, uma caracterização geral, uma caracterização aprofundada e uma caracterização específica.

Caracterização geral

A caracterização geral de cada massa de água subterrânea (ou grupo destas) incluirá a identificação da massa de água, as características gerais dos estratos que cobrem a área de drenagem que alimenta a massa de água, a identificação das zonas de vulnerabilidade hidrogeológica e as pressões (fontes de poluição pontual e difusa, captações de água e recarga artificial) a que a massa de água subterrânea pode estar sujeita.

De salientar que a caracterização de pressões tópicas e difusas, e das captações que possam afectar a massa de água subterrânea, é feita independentemente da caracterização destas massas de água ao nível do MDG. No entanto, deverá ser sempre garantida a sua análise integrada.

A informação a apresentar no âmbito da caracterização geral das MA subterrâneas será no mínimo a seguinte:

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• O código identificador;

• As coordenadas do centro da área da massa de água; • O sistema aquífero e o aquífero;

• Dimensão (área (km2) e capacidade (m3)). Note-se que o termo capacidade se refere à capacidade volumétrica do aquífero e à capacidade de extracção por unidade de tempo.

A informação para esta caracterização já está disponível, devendo ser actualizada e organizada, quando existirem elementos produzidos que justifiquem a sua utilização.

Caracterização aprofundada

Para as massas de águas subterrâneas em situação de risco, a caracterização a apresentar deve incluir:

• As características geológicas das massas de águas subterrâneas, incluindo a extensão e o tipo das unidades geológicas;

• As características hidrogeológicas das massas de águas subterrâneas, incluindo a condutividade hidráulica, a porosidade e o confinamento;

• As características da zona não saturada do solo e dos depósitos de superfície na área de drenagem que alimenta as massas de águas subterrâneas, nomeadamente no que respeita a:

a) Espessura; b) Porosidade;

c) Condutividade hidráulica; d) Propriedades de absorção.

• As características de estratificação das águas no interior das massas de águas subterrâneas.

• O inventário dos sistemas de superfície associados a cada massa de água subterrânea, nomeadamente no que respeita a:

• Os ecossistemas terrestres com os quais a massa de água subterrânea está dinamicamente relacionada;

• As massas de águas de superfície com os quais a massa de água subterrânea está dinamicamente relacionada.

• A taxa de recarga global média anual de longo prazo;

• Estimativas das direcções e caudais de transferências de águas entre as massas de águas subterrâneas e os sistemas de superfície associados;

Referências

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