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Análise das normas regulamentadoras NR 7, NR 9 e NR 18 na construção civil e cálculo de penalidades pela NR 28

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE ANDRADE ZIMMERMANN

MARIANA TERNES LENNERT

ANÁLISE DAS NORMAS REGULAMENTADORAS NR 7, NR 9 E NR 18 NA CONSTRUÇÃO CIVIL E CÁLCULO DE PENALIDADES PELA NR 28

Palhoça 2020

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FELIPE ANDRADE ZIMMERMANN MARIANA TERNES LENNERT

ANÁLISE DAS NORMAS REGULAMENTADORAS NR 7, NR 9 E NR 18 NA CONSTRUÇÃO CIVIL E CÁLCULO DE PENALIDADES PELA NR 28

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. José Humberto Dias de Tolêdo, Ms.

Palhoça 2020

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Dedicamos este trabalho a nossas famílias, professores e amigos por todo o apoio e incentivo para a conclusão dessa etapa.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao nosso orientador, José Humberto, por todo conhecimento compartilhado, apoio e confiança depositada em nosso projeto.

Aos nossos amigos, Felipe Alves e Lucas Freitas, e a todos os colegas pelas trocas de ideias e ajuda mútua, que fizeram esses anos da graduação mais leves e divertidos.

Eu, Felipe, agradeço primeiramente a Deus, pelo Dom da Vida e da Sabedoria, e ao nosso Senhor Jesus Cristo, que veio a Terra para ensinar a nós seres humanos a fazermos bom uso destes Dons. Segundamente aos meus pais que me deram a oportunidade de estudar engenharia civil, além de todo o apoio durante o curso e o trabalho, e meu irmão por todo o suporte durante essa trajetória da graduação. Agradeço também ao engenheiro Juan W. Moore, pela oportunidade de trabalhar com ele e por todos os ensinamentos, que auxiliaram muito neste trabalho.

Eu, Mariana, agradeço a minha mãe, que como Médica do Trabalho, tirou todas as dúvidas, compartilhou experiências e auxiliou para que o trabalho pudesse ser concluído. Ao meu pai, que mesmo de longe sempre se fez presente, e a minha irmã por não medir esforços para me ajudar. Agradeço também ao Vitor, pelo apoio incondicional e incentivo diário.

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“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original” (ALBERT EINSTEIN)

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RESUMO

A construção civil é um dos setores mais importantes no desenvolvimento do país, entretanto, também é o setor responsável por uma das maiores taxas de acidentes de trabalho fatais. Apesar da existência das Normas Regulamentadoras, que buscam a proteção do trabalhador, redução de acidentes e beneficiam tanto empresas como funcionários, muitas das empresas nessa área ainda negligenciam suas recomendações, provocando falta de atenção de seus colaboradores (através de treinamento inadequado), não utilização adequada de EPIs, falta de fiscalização ou uso de equipamentos obsoletos.

Por conta disso, foi efetuada uma análise das Normas Regulamentadoras NR 7, NR 9 e NR 18 da segurança do trabalho na construção civil, bem como o cálculo das possíveis multas no caso de seu descumprimento, como previsto na NR 28.

Assim, de forma a realizar esse estudo sobre os custos e a implementação das Normas Regulamentadoras, foi feita uma análise do texto das normas, de forma a observar as vantagens trazidas pela sua aplicação, tanto para a empresa como para seus funcionários. Além disso, foi feita uma pesquisa bibliográfica, com base em artigos, livros e publicações, de forma a trazer maior familiaridade com o tema.

O intuito conclusivo é reforçar a importância do conhecimento das normas na área da construção civil, especialmente para o engenheiro, demonstrando que a aplicação das normas traz vantagens para a empresa e para seus funcionários, de forma a prevenir e evitar acidentes, melhorando a saúde do trabalhador e poupando a empresa de multas e embargos.

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ABSTRACT

Civil construction is one of the most important sectors in the country, however, it is also the sector responsible for one of the highest rates of fatal work-related accidents. Regardless of the existence of the regulatory norms (“Normas Regulamentadoras”, or NRs), which seek to protect the worker, to reduce accidents, and benefit both companies and employees, many of the companies in this field still neglect its recommendations, provoking lack of attention from its laborers (through inadequate training), non-adequate use of PPEs, lack of inspection or use of obsolete equipment.

Because of that, it was performed an analysis of the workplace safety regulatory norms NR 7, NR 9, and NR 18 in civil construction, as well as the calculation of the possible fines in the case of noncompliance, as fixed in the NR 28.

This way, to accomplish this study about the costs and the implementation of the regulatory norms, their text was analyzed, to note the advantages brought on by their application, both to the business and its employees. Besides, a bibliographical research was made, based in articles, books, and publications, in a way to bring more familiarity with the theme.

The intended conclusion is to reinforce the importance of knowing the norms in the civil construction field, especially to the engineer, demonstrating that their application brings advantages to the company and to its workers, to prevent and avoid accidents, improving the health of the laborers and sparing the company from fines and embargos.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Normas Regulamentadoras e seus objetivos. ... 21

Tabela 2 – Capacitação: Carga Horária, Periodicidade e Conteúdo Programático. ... 36

Tabela 3 – Valor da Multa (em UFIR). ... 39

Tabela 4 – Anexo I - Gradação de Multas (em BTN). ... 39

Tabela 5 - Análise de Riscos Ambientais: Pedreiro. ... 45

Tabela 6 - Análise de Riscos Ambientais: Ajudante de pedreiro. ... 46

Tabela 7 - Análise de Riscos Ambientais: Armador. ... 46

Tabela 8 - Análise de Riscos Ambientais: Carpinteiro. ... 47

Tabela 9 - Análise de Riscos Ambientais: Gesseiro. ... 47

Tabela 10 - Classificação das consequências. ... 55

Tabela 11 - Classificação das probabilidades. ... 55

Tabela 12 – Valores das multas - NR 18 (1-10 funcionários). ... 58

Tabela 13 - Valores das multas - NR 18 (11- 25 funcionários). ... 58

Tabela 14 - Valores das multas - NR 18 (26 -50 funcionários). ... 59

Tabela 15 - Valores das multas - NR 18 (51-100 funcionários). ... 59

Tabela 16 - Valores das multas - NR 18 (101 -250 funcionários). ... 60

Tabela 17 - Valores das multas - NR 18 (251 – 500 funcionários). ... 60

Tabela 18 - Valores das multas - NR 18 (501 – 1000 funcionários). ... 61

Tabela 19 - Valores das multas - NR 18 (+1000 funcionários). ... 61

Tabela 20 - Valores das multas - NR 07 (1 – 10 funcionários). ... 66

Tabela 21 - Valores das multas - NR 07 (11 – 25 funcionários). ... 67

Tabela 22 - Valores das multas - NR 07 (26 – 50 funcionários). ... 68

Tabela 23 - Valores das multas - NR 07 (51 – 100 funcionários). ... 69

Tabela 24 - Valores das multas - NR 07 (101 – 250 funcionários). ... 70

Tabela 25 - Valores das multas - NR 07 (251 – 500 funcionários). ... 71

Tabela 26 - Valores das multas - NR 07 (501 – 1000 funcionários). ... 72

Tabela 27 - Valores das multas - NR 07 (mais de 1000 funcionários). ... 73

Tabela 28 - Valores das multas - NR 09 (1 – 10 funcionários). ... 78

Tabela 29 - Valores das multas - NR 09 (11 – 25 funcionários). ... 80

Tabela 30 - Valores das multas - NR 09 (26 – 50 funcionários). ... 82

Tabela 31 - Valores das multas - NR 09 (51 – 100 funcionários). ... 84

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Tabela 33 - Valores das multas - NR 09 (251 – 500 funcionários). ... 89

Tabela 34 - Valores das multas - NR 09 (501 – 1000 funcionários). ... 91

Tabela 35 - Valores das multas - NR 09 (mais de 1000 funcionários). ... 93

Tabela 36 - Valores das multas para a construtora exemplificada de 9 funcionários. ... 96

Tabela 37 – Anexo II - Norma Regulamentadora 07 ... 104

Tabela 38 - Anexo II - Norma Regulamentadora 09 ... 105

Tabela 39 - Anexo II - Norma Regulamentadora 09 ... 105

Tabela 40 - Anexo II - Norma Regulamentadora 09 ... 106

Tabela 41 - Anexo II - Norma Regulamentadora 09 ... 107

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Exames periódicos: Pedreiro. ... 49

Quadro 2 - Exames periódicos: Ajudante de Pedreiro. ... 50

Quadro 3 - Exames periódicos: Armador. ... 51

Quadro 4 - Exames periódicos: Carpinteiro. ... 52

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LISTA DE SIGLAS

ABEG – Associação Brasileira de Empresas de Projetos e Consultoria em Engenharia Geotécnica

AEAT - Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho

AJB - Águas Jurisdicionais Brasileiras

ANAMT - Associação Nacional de Medicina do Trabalho BTN – Bônus do Tesouro Nacional

CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção

CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho

CNAE - Código Nacional de Atividades Econômicas CTTP – Comissão Tripartite Paritária Permanente

ENIT – Escola Nacional da Inspeção do Trabalho

EPC – Equipamento de Proteção Coletiva EPI – Equipamento de Proteção Individual

EPP - Empresa de Pequeno Porte

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ME – Microempresa

MEI - Microempreendedor Individual NR – Norma Regulamentadora

PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PEMT – Plataforma Elevatória Móvel de Trabalho

PGR - Programa de Gerenciamento de Riscos

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

Sintracon-SP – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil de São Paulo

SIT - Subsecretaria de Inspeção do Trabalho SST - Segurança e Saúde no Trabalho UFIR – Unidade Fiscal de Referência

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 13 1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO ... 14 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ... 14 1.3 JUSTIFICATIVA ... 14 1.4 OBJETIVOS ... 15 1.4.1 Objetivo Geral ... 15 1.4.2 Objetivos Específicos... 16 1.5 METODOLOGIA ... 16 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 17 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 18

2.1 SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ... 18

2.2 RISCOS E ESTATÍSTICAS ... 19

2.3 NORMAS REGULAMENTADORAS ... 21

2.3.1 Norma Regulamentadora 7 ... 27

2.3.2 Norma Regulamentadora 9 ... 29

2.3.2.1 Programa de Gerenciamento de Riscos ... 31

2.3.3 Norma Regulamentadora 18 ... 32

2.3.4 Norma Regulamentadora 28 ... 37

2.4 TRABALHOS CORRELATOS ... 40

3 ANÁLISES E RESULTADOS... 44

3.1 RECONHECIMENTO E ANÁLISE DOS RISCOS AMBIENTAIS ... 44

3.2 PERIODICIDADE DOS EXAMES MÉDICOS ... 48

3.3 INTERDIÇÕES E EMBARGOS DE OBRAS ... 54

3.4 MULTAS E PENALIDADES ... 57

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 98

REFERÊNCIAS ... 99

ANEXOS ... 103

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1 INTRODUÇÃO

A construção civil é um dos setores mais importantes no desenvolvimento de um país, sendo responsável direta e indiretamente por elevar a capacidade de produção, através de obras de infraestrutura, e trazer melhoria da qualidade de vida, com empreendimentos cada vez mais sofisticados e confortáveis (OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2012).

No Brasil, o setor tem grande impacto na economia, contando com um total de 126.316 empresas ativas, responsáveis pela ocupação de milhões de pessoas, receita bruta de 280 bilhões de reais e receita líquida de 250 bilhões de reais, de acordo com a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (IBGE, 2017). As empresas de construção civil foram também responsáveis por 8,8 bilhões de reais em investimentos.

Segundo a ANAMT (Associação Nacional de Medicina do Trabalho, 2019), a construção civil é um dos segmentos que mais registram acidentes de trabalho no Brasil, sendo o primeiro do país em incapacidade permanente, o segundo em mortes e o quinto em afastamentos com mais de 15 dias.

Para que se reduzam os riscos de acidentes de trabalho na construção civil, deve-se seguir as regras dispostas na Norma Regulamentadora 18 – Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção, que trata de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho da construção.

Quando se fala em saúde do trabalhador, é indispensável falar sobre a Norma Regulamentadora 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. A NR 7 estabelece a obrigatoriedade da implementação do PCMSO, bem como parâmetros mínimos e diretrizes para sua execução, tendo como objetivo prevenir, monitorar e controlar danos à saúde e integridade do trabalhador, além de detectar riscos prévios, especialmente as doenças relacionadas ao trabalho.

Já a Norma Regulamentadora 9 – Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e Biológicos, estabelece as medidas de prevenção quando houver exposições ocupacionais, assim como os requisitos para a avaliação dos riscos ocupacionais, quando identificados no Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR.

Tendo em vista a importância das Normas Regulamentadoras, a NR 28 – Fiscalização e Penalidades, é responsável por apontar as condições de trabalho, observando irregularidades e, caso haja desrespeito às normas, aplicando penalidades.

Para fins de esclarecimento e introdução sobre as Normas Regulamentadoras e seu caráter legal, tem-se a seguinte definição, de acordo com o Guia Trabalhista (2018):

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As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente. Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento de suas obrigações com a segurança do trabalho. (Guia Trabalhista, 2018, disponível em: http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nrs.htm)

O propósito deste trabalho é gerar uma pesquisa da Normas Regulamentadoras utilizadas em canteiros de obra (NR 18) e os exames médicos que devem ser efetuados por cada funcionário (NR 7), segundo a análise de risco da função exercida (NR 9). Essas normas visam garantir a segurança dos trabalhadores na construção civil. Caso elas não sejam aplicadas pela empresa de forma correta, essa sofre penalidades previstas na NR 28.

1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO

O presente projeto busca analisar e esclarecer a NR 7, NR 9, NR 18 e NR 28 e como é feita sua execução pelas empresas na construção civil. Com auxílio de um médico do trabalho e a orientação de um engenheiro de segurança, será estudada a aplicação prática dessas normas.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Este trabalho busca compreender como as Normas Regulamentadoras, que estão relacionadas à segurança dos profissionais na construção civil, e quais as penalidades que as empresas podem sofrer caso não sigam suas recomendações. Como são aplicadas as NR 7, NR 9 e NR 18 e, no caso de seu descumprimento, quais são as penalidades impostas na NR 28?

1.3 JUSTIFICATIVA

Os recentes acontecimentos na esfera sociopolítica nos anos de 2018 e 2019, formaram um consenso das autoridades político-administrativas do país, com um entendimento de que o Brasil precisa e passará por reformas em setores essenciais. A partir destas reformas, espera-se que em 2020 e nos anos seguintes a economia do país volte a crescer. E, quando se fala de uma economia crescente, não se pode deixar de mencionar o setor da construção civil. (ABEG, 2020) A construção civil é uma área que está diretamente ligada à economia, sendo um indicador importante para se avaliar a situação de um país. Quando a economia está crescendo,

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a construção civil está crescendo, e esse laço também se mantém em situações desfavoráveis. (ALMIR OLIVEIRA, 2019)

Dada essa contextualização, é importante lembrar que o crescimento da construção civil, apesar de ser uma excelente notícia, também levará ao crescimento de estatísticas não tão favoráveis. O setor hoje é responsável por uma das maiores taxas de acidentes de trabalho fatais. Boa parte das empresas negligenciam as Normas Reguladoras e as recomendações das NBRs, fato que, associado à ineficiência do governo em fiscalizar as obras, traz uma expectativa de que o número de acidentes só venha a piorar. (FERRO, 2019)

Essa negligência talvez parta do princípio de que as empresas consideram o investimento em segurança e aplicação das normas economicamente desfavorável, um pensamento equivocado primeiramente pelo fato que é impossível avaliar o valor da vida e da saúde de uma pessoa, e, segundo, porque a segurança e aplicação das normas é um investimento necessário, que trará diversos benefícios para as empresas, inclusive econômicos.

Considera-se essa uma pesquisa de extrema importância, pois o ser humano é o bem mais valioso de uma empresa e merece ser tratado como tal. Ao longo da graduação, ouve-se muitas vezes sobre a importância da prevenção em todos os setores da engenharia civil e não é diferente com relação aos trabalhadores. Essa pesquisa trará benefícios para diversas partes; para nós da graduação, sairemos da universidade como profissionais mais atentos às necessidades dos trabalhadores. Estes poderão usufruir de um ambiente de trabalho muito mais saudável e seguro, já que a intenção é incentivar os investimentos das empresas nessa área. Por fim, as empresas terão diversos benefícios, tais como colaboradores mais produtivos, menos riscos no canteiro, evitarão despesas como multas e indenizações, além de possíveis embargos. Enfim, essa pesquisa busca fortalecer a indústria da construção como um todo, trazendo uma perspectiva diferente sobre saúde e segurança para o setor.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo descrever a correta aplicação das normas regulamentadoras NR 7, NR 9 e NR 18 da segurança do trabalho na construção civil e as possíveis multas, previstas na NR 28, caso elas não sejam cumpridas.

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1.4.2 Objetivos Específicos

• Descrever as recomendações das NR 7, NR 9 e NR 18;

• Descrever as penalidades impostas pela Norma Regulamentadora 28;

• Avaliar os benefícios da aplicação das recomendações das NRs para os trabalhadores em obra;

• Avaliar os benefícios da aplicação das recomendações das NRs para as construtoras;

• Calcular o custo das penalidades impostas pela NR 28 para o descumprimento da NR 7, NR 9 e NR 18.

1.5 METODOLOGIA

A fim de alcançar os objetivos propostos neste trabalho, realizou-se, quanto à natureza, uma pesquisa básica através de um estudo bibliográfico de livros, artigos e publicações. A natureza básica, conforme Prodanov e Freitas (2013, p. 126), “Envolve verdades e interesses universais, procurando gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência, sem aplicação prática prevista.”.

Para a abordagem do problema de pesquisa, utilizou-se o método qualitativo. Segundo Flick (2009):

Diferente de um estudo quantitativo, o pesquisador não usa a literatura existente sobre o seu tema com o objetivo de formular hipóteses a partir dessas leituras para, então, basicamente, testá-las. Na pesquisa qualitativa, o pesquisador utiliza os insights e as informações provenientes da literatura enquanto conhecimento sobre o contexto, utilizando-se dele para verificar afirmações e observações a respeito de seu tema de pesquisa naqueles contextos. Ou o pesquisador utiliza-o para compreender as diferenças em seu estudo antes e depois do processo inicial da descoberta. (FLICK, 2009, p. 62).

O método qualitativo foi utilizado, pois, de acordo com Sordi (2017, p.63), “[...] se volta à subjetividade dos sujeitos (ou objetos) estudados e é operacionalizado de forma mais indutiva, objetivando a construção de teorias (estratégias de pesquisa construtivas)”.

O objetivo do estudo é classificado como exploratório, tendo como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o mais claro ou criando hipóteses sobre ele (PRODANOV e FREITAS, 2013).

O procedimento técnico empregado foi a pesquisa bibliográfica, concebida a partir de material científico já publicado sobre o tema, através pesquisas e dados estatísticos.

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Para que o estudo sobre custo e implementação das Normas Regulamentadoras seja realizado, será feita uma análise das normas, observando a vantagem da sua aplicação para a empresa e seus funcionários.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho de conclusão de curso é composto por quatro etapas.

O capítulo um do trabalho apresenta uma introdução, que explora o porquê de sua importância, sua justificativa e objetivos.

O segundo capítulo esclarece a segurança do trabalho na construção civil, analisa os riscos de acidentes e estatísticas em canteiro de obras e apresenta as Normas Regulamentadoras em vigor, ressaltando a NR 7, NR 9, NR 18 e NR 28.

O terceiro capítulo explora as informações coletadas e os resultados obtidos, apresentando as normas e sua aplicação em canteiros de obras, reconhecimento dos riscos ambientais, necessidade e frequência de exames médicos, principais causas de interdições e embargos nas obras e as possíveis multas e penalidades acarretadas pelo descumprimento das NRs.

No quarto capítulo são discutidos os resultados da pesquisa, trazendo considerações finais, uma breve análise dos objetivos e sugestões para futuros trabalhos relacionados a esse tema, seguido pelos referenciais bibliográficos.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nessa pesquisa, serão apresentados os riscos relacionados a acidentes e dados estatísticos gerados pela indevida ou não aplicação das Normas Regulamentadoras, assim como as principais causas de acidentes em canteiro de obras. Também será retratada a importância da segurança do trabalho para a construção civil.

Como tema escolhido para o trabalho, serão descridas as Normas Regulamentadoras, enfatizando a NR 7, NR 18 e NR 28, com suas devidas aplicações e importâncias.

2.1 SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A indústria da construção civil está entre os segmentos que mais registram acidentes de trabalho no Brasil, ocasionando mortes, incapacidade permanente e afastamentos (ANAMT, 2019).

Ao se analisar a atividade empresarial do setor da construção civil, pode-se encontrar um padrão de desatenção com a segurança do trabalho, em muitos casos claramente uma negligência com as normas. A indústria da construção passa por um momento pleno de desenvolvimento tecnológico, incluindo tecnologias altamente benéficas para a segurança dos trabalhadores, porém as empresas parecem ter uma aversão grande à saúde e segurança, criando uma adoção seletiva de tecnologias que excluem as tecnologias de saúde e segurança do trabalho (FILGUEIRAS, 2015).

Historicamente, a indústria da construção civil sempre teve uma estrutura de segurança do trabalho inadequada. Os recordes em acidentes de trabalho desse setor não são recentes, possuindo uma enorme contribuição para acidentes de trabalho fatais registrados desde os anos 60, mesmo com a existência de uma lei especifica desde os anos 70 (FILGUEIRAS, 2015).

O setor parece também não ter uma boa perspectiva para o futuro, visto que se tem criado um ciclo de desobediência das normas por parte das empresas e de conciliação por parte das instituições públicas responsáveis por fiscalizar e penalizar essas infrações. Essa cultura de burlar a legislação prejudica não só os trabalhadores, mas também as empresas que cumprem com todas as normas e oferecem saúde e segurança aos seus funcionários, pelo fato de que as empresas burladoras se tornam economicamente mais atrativas para serem contratadas, por conta dessa economia na saúde e segurança. E, por causa dessa competitividade no mercado, muitas empresas corretas acabam se rendendo as práticas de burlar as leis trabalhistas (FILGUEIRAS, 2015).

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Contudo, a atualização das Normas Regulamentadores que se iniciaram em 2019 parece apresentar esperança para o segmento da construção civil. Em fevereiro de 2020, foi publicado o novo texto da Norma Regulamentadora nº 18 - Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção.

Segundo a Secretária do Trabalho do Ministério da Economia (2020):

Um dos normativos setoriais mais importantes na área da saúde e segurança dos trabalhadores, a Norma Regulamentadora 18, que trata das condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção, teve seu novo texto apresentado nesta segunda-feira (10). Com a redação atualizada, as regras de proteção receberam reforço e os empregadores ganharam mais autonomia para definir as medidas de prevenção a acidentes e adoecimentos e para uso de novas tecnologias construtivas. Todo processo de discussão sobre a modernização da NR passou pela Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTTP), que aprovou a redação por unanimidade entre trabalhadores, empregadores e o governo. Pelo menos 2 milhões de trabalhadores formais e 400,5 mil empreendimentos do setor devem ser diretamente beneficiados pelas mudanças, que foram apresentadas em São Paulo, em evento organizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e pelo Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional) no Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP). (Secretária do Trabalho do Ministério da Economia (2020). Disponível em: http://trabalho.gov.br/noticias/7362-nova-nr-18-aumenta-seguranca-dos-trabalhadores-e-estimula-modernizacao-na-construcao-civil).

Com as mudanças que estão por vir, devido a normas atualizadas e mais objetivas, se espera um maior interesse por parte das empresas da indústria da construção em atender as obrigações das normas, tendo em vista que as Normas Regulamentadoras atualizadas trarão mais autonomia para os empregadores e objetividade nos textos. Se a indústria da construção civil como um todo se adaptar às normas atualizadas e criar uma cultura de atendimento as obrigações, inclusive por parte dos pequenos negócios que normalmente usam a falta de capital como desculpa para ignorar alguns pontos das NRs, será possível reverter algumas estatísticas com relação aos riscos da construção civil, que infelizmente são a o cenário atual da indústria, como será visto a seguir.

2.2 RISCOS E ESTATÍSTICAS

Um estudo realizado pelo AEAT (Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho) mostrou o segmento da construção civil atingiu 549.405 acidentes de trabalho no ano de 2017 (ANAMT, 2019).

Segundo o PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), a taxa de trabalhadores informais na construção civil atingiu em média 40%, com essa média subindo para 60% em alguns estudos. Os acidentes de trabalho desses funcionários não entram na estatística.

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Determinados fatores aumentam a ocorrência de acidentes nas obras, como falta de atenção dos colaboradores, não utilização adequada dos EPIs, falta de fiscalização no ambiente de trabalho e uso de equipamentos obsoletos (CARVALHO, 2017). Entre os exemplos mais comuns de acidentes na construção civil, pode-se citar:

• Quedas em altura: a utilização de EPIs para trabalhadores que exercem funções acima de 2 metros de altura é de extrema importância, como cintos paraquedistas ou dispositivos de sistemas de ancoragem;

• Cortes e lacerações: a falta de treinamento e uso dos EPIs na utilização de serras e canivetes causam sérios acidentes;

• Exposição a sons altos: exposição da audição a barulhos sem o uso de protetores infra auriculares pode causar perda de audição, zumbidos, transtornos de atenção e até depressão;

• Picadas de insetos e animais peçonhentos: principalmente na etapa de preparação do terreno, podem ocorrer encontros com animais peçonhentos. O uso de botas específicas protege o funcionário de picadas;

• Choque elétrico: este trabalho deve ser realizado por um profissional qualificado, com a utilização de todos os equipamentos de proteção necessários; • Falta de sinalização: com a sinalização correta e clara, evita-se acidentes em

áreas de risco;

• Falta de atenção: a distração de um funcionário pode causar acidentes envolvendo outro colega de trabalho.

Existem diversas formas para garantir maior segurança ao funcionário no ambiente de trabalho, a principal delas é o cumprimento das regras dispostas nas Normas Regulamentadoras do setor. A NR 18 trata especificamente da segurança na construção civil, e para o conhecimento e aplicação dessa regulamentação, é preciso um treinamento inicial e periódico (por fase da obra) (BATISTA, 2019).

Certificar-se que os Equipamentos de Proteção Coletivos e Individuais estão sendo utilizados de forma correta. O fornecimento dos equipamentos e treinamento dos funcionários para sua correta utilização é de responsabilidade da empresa, assim como a fiscalização durante o período do trabalho.

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Tendo como objetivo a segurança dos colaboradores, pode-se dizer que o ambiente de trabalho e as normas merecem uma diligência complementar das empresas, que devem ficar atentas a diversos fatores que os trabalhadores ficam expostos diariamente.

Para que seja consolidada a segurança na indústria da construção civil, é de extrema importância que as Normas Regulamentadoras sejam atendidas à risca. Muitos profissionais na construção civil sabem pouco sobre elas, além de possuírem pouca preocupação em aplicar as obrigações em obra. Por isso, os próximos tópicos têm o objetivo de apresentá-las, trazendo uma abordagem geral de todas as Normas Regulamentadoras e abordando especificamente as NRs 7, 18 e 28, que terão seu conteúdo sintetizado a fim de contextualização.

2.3 NORMAS REGULAMENTADORAS

As Normas Regulamentadoras (NRs) são um conjunto de requisitos e procedimentos relativos à segurança e medicina do trabalho, de observância obrigatória às empresas privadas, públicas e órgãos do governo que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. (GUIA TRABALHISTA, 2018)

Atualmente existem 37 normas aprovadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Segue abaixo as Normas Regulamentadoras expostas individualmente com seu respectivo assunto e objetivo (Tabela 1).

Tabela 1 - Normas Regulamentadoras e seus objetivos.

NR Assunto Abordado Objetivo

01

Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos

Ocupacionais

O objetivo desta Norma é estabelecer as disposições gerais, o campo de aplicação, os termos

e as definições comuns às Normas

Regulamentadoras relativas à segurança e saúde no trabalho e as diretrizes e os requisitos para o gerenciamento de riscos ocupacionais e as medidas de prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho - SST.

02 Inspeção Prévia Revogada pela Portaria SEPRT n° 915, 30/07/2019

03 Embargo ou Interdição Estabelece situações de emergência, nas quais

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parcialmente suas obras, considerando obra todo e qualquer serviço de engenharia de construção, montagem, instalação, manutenção ou reforma.

04

Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em

Medicina do Trabalho

Estabelece que empresas privadas e públicas, órgãos públicos da administração direta e indireta e os poderes Legislativos e Judiciários, que possuam empregados regidos pela CLT, conforme o grau de risco de sua atividade principal e o seu número de empregados, obrigatoriamente, deverão constituir o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.

05

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes –

CIPA

A norma da CIPA estabelece que a sua formação deve ocorrer em qualquer empresa ou instituição que possa admitir trabalhadores, além de empregados contratados com carteira assinada. Empresas que possuem no mínimo 20 empregados são obrigadas a manter a CIPA.

06 Equipamentos de Proteção

Individual – EPI

Define que a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, os EPI adequados ao risco do trabalho. Eles devem estar em perfeito estado de conservação e funcionamento, a fim de resguardar a saúde, a segurança e a integridade física dos trabalhadores.

07

Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO

Esta norma tem como objetivo promover e preservar a saúde dos trabalhadores. O programa estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação do mesmo, por parte dos empregadores que admitam trabalhadores como empregados, do PCMSO. O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico

(24)

precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica.

08 Edificações

Estabelece requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações, para garantir segurança e conforto aos que nela trabalhem.

09

Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e

Biológicos

Estabelece os requisitos para a avaliação das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos quando identificados no Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR.

10 Segurança em Instalações e

Serviços em Eletricidade

Tem como objetivo estabelecer os requisitos e as condições mínimas de execução de medidas de controle e sistemas preventivos, visando garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade.

11

Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de

Materiais

Esta norma se aplica à implantação da segurança para operações de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras, a fim de garantir resistência, segurança e conservação.

12 Máquinas e Equipamentos

Estabelece medidas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos e visa regularizar a sua fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título.

13

Caldeiras, Vasos de Pressão e Tabulações e Tanques Metálicos de Armazenamento

Estabelece requisitos mínimos para gestão da integridade estrutural de caldeiras a vapor, vasos de pressão, suas tubulações de interligação e tanques metálicos de armazenamento, nos aspectos relacionados à instalação, inspeção, operação e manutenção, visando à segurança e à saúde dos trabalhadores.

(25)

14 Fornos

Esta norma regulamentadora determina recomendações de utilização, instalação, manutenção e construção de fornos industriais em ambientes de trabalho.

15 Atividades e Operações

Insalubres

Descreve as atividades, as operações e agentes insalubres, sendo eles qualquer tipo de ambiente que possa vir a oferecer algum risco à saúde dos trabalhadores.

16 Atividades e Operações

Perigosas

Regulamenta as atividades e operações legalmente consideradas perigosas, estipulando as recomendações prevencionistas correspondentes.

17 Ergonomia

Esta norma estabelece parâmetros de ergonomia a fim de garantir a saúde, segurança e conforto do funcionário.

18

Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da

Construção

Tem o objetivo de estabelecer diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a realização de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção.

19 Explosivos

Tem a função de determinar o parâmetro de depósito, manuseio e armazenagem de explosivos. Esta é uma atividade de alto risco, portanto se faz necessário a NR-16.

20

Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e

Combustíveis

Estabelece as disposições regulamentares acerca do armazenamento, manuseio e transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis, objetivando a proteção da saúde e a integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho.

21 Trabalhos a Céu Aberto

Impõe a existência de abrigos, ainda que rústicos, capazes de proteger os trabalhadores contra intempéries, sendo elas quaisquer condições

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climáticas intensas, como vento forte, chuva torrencial, tempestade, furacão, seca, vendaval etc.

22 Segurança e Saúde

Ocupacional na Mineração

Responsabiliza e empresa pela disciplina dos preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento da atividade mineira com a busca permanente da segurança e saúde dos trabalhadores.

23 Proteção Contra Incêndios

Destaca as medidas de proteção contra incêndios, visando a prevenção da saúde e integridade física dos trabalhadores. Deve ser realizada em todas as empresas.

24

Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de

Trabalho

Decreta condições sanitárias e de conforto em locais como instalações sanitárias, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos e refeitórios.

25 Resíduos Industriais

Refere-se a medidas preventivas relacionadas a resíduos industriais no que diz respeito ao destino dos mesmos. Destaca que é proibido o lançamento ou a liberação nos ambientes de trabalho de quaisquer contaminantes gasosos sob a forma de matéria ou energia, direta ou indiretamente, de forma a serem ultrapassados os limites de tolerância estabelecidos pela norma NR-15.

26 Sinalização de Segurança

Tem como objetivo padronizar as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações empregadas nas indústrias para a condução de líquidos e gases advertindo contra riscos.

27 Registro Profissional do

(27)

Trabalho no Ministério do Trabalho (MTB)

28 Fiscalização e Penalidades

Estabelece os critérios a serem adotados pela fiscalização do trabalho quando da aplicação de penalidades pecuniárias (multas), critérios que devem ser aplicados durante a visita do agente fiscal do trabalho (prazos, por exemplo) e a interdição de locais de trabalho ou estabelecimentos.

29 Segurança e Saúde no

Trabalho Portuário

Tem como objetivo regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, assim como facilitar primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários.

30 Segurança e Saúde no

Trabalho Aquaviário

Esta norma se aplica à proteção e regulamentação das condições de segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários e que realizam trabalhos a bordo de embarcações. 31 Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura

Tem como objetivo estabelecer os preceitos a serem observadas na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento de quaisquer atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho.

32

Segurança e Saúde no Trabalho em

Estabelecimentos de Saúde

Tem a finalidade de cuidar da saúde dos profissionais da área da saúde, (não só os da área hospitalar, inclusive todos os que estão no Ensino e Pesquisa).

33

Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços

Confinados

Definir o reconhecimento de espaços confinados, assim como a avaliação, monitoramento e controle de riscos que neles possam existir.

(28)

34

Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção, Reparação e Desmonte Naval

Tem como finalidade estabelecer requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, saúde e meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval.

35 Trabalho em Altura

Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade.

36

Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de

Carnes e Derivados

Esta tem objetivo de estabelecer requisitos mínimos para avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano, de forma a garantir a saúde e segurança do trabalhador.

37

Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo

Estabelece os requisitos mínimos de segurança, saúde e condições de vivência no trabalho a bordo de plataformas de petróleo em operação nas Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB).

Fonte: Elaborado pelos autores com base em ENIT, 2020.

A norma regulamentadora 18 trata das condições de trabalho na construção civil, estabelecendo as medidas de controle e sistemas preventivos de segurança (INBEP, 2017). Junto à NR 18, deve-se observar outras normas para que se possa avaliar a aplicação e o benefício das NRs para os trabalhadores em obra.

Na sequência, daremos destaques as Normas Regulamentadores objeto do nosso estudo.

2.3.1 Norma Regulamentadora 7

Preservar a saúde dos trabalhadores é o principal objetivo da NR 7, que estabelece a obrigatoriedade da criação e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde

(29)

Ocupacional – PCMSO, conforme avaliação de riscos do Programa de Gerenciamento de Risco (PGR) da organização, sendo responsabilidade do empregador implementar de maneira efetiva o PCMSO sem custo para seus empregados. Segundo a atualização da norma, as MEI (Microempreendedor Individual), ME (Microempresa) e EPP (Empresa de Pequeno Porte) estão desobrigados de elaborar o PCMSO (NR 7, 2020).

A norma estabelece a obrigatoriedade de exames médicos para as empresas. São eles:

• Exame admissional: realizado antes do funcionário assumir suas atividades; • Exame periódico: a cada ano ou a intervalos menores para empregados expostos

a riscos ocupacionais identificados e classificados no PGR e para portadores de doenças crónicas que aumentem a susceptibilidade quando expostos ao risco. Já para os demais funcionários, o exame clínico deve ser realizado a cada dois anos; • Retorno ao trabalho: sempre que o funcionário estiver afastado por mais de 30

dias por doença ou acidente;

• Mudança de função: deve ser realizado antes da data da mudança, para o controle dos novos riscos;

• Exames complementares: a NR 7 exige exames específicos para cada risco e agentes agressores presentes no ambiente que o trabalhador pode estar exposto.

É de responsabilidade do empregador:

• Garantir a elaboração e implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua eficácia;

• Custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados ao PCMSO;

• Indicar, dentre os médicos dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) da empresa, um coordenador responsável pela execução do PCMSO;

• No caso de a empresa estar desobrigada de manter um médico do trabalho, de acordo com a NR 4, deverá o empregador indicar médico do trabalho, empregado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO;

• Inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá contratar médico de outra especialidade para coordenar o PCMSO.

(30)

Compete ao médico coordenador:

• Realizar os exames médicos previstos no PCMSO ou encaminhá-los ao profissional médico familiarizado com os princípios da patologia a que está ou será exposto cada trabalhador da empresa a ser examinado;

• Caso o médico encarregado do PCMSO observe inconsistências no inventário de riscos da organização, deve reavaliá-las em conjunto com os responsáveis pelo PGR;

• Encarregar dos exames complementares previstos nos itens, quadros e anexos da NR 7 profissionais ou entidades devidamente capacitados, equipados e qualificados.

É de responsabilidade do médico coordenador do PCMSO o relatório anual, que deve ser discutido com os responsáveis por segurança e saúde no trabalho da empresa, incluindo a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), com cópia anexada a ata dessa reunião, além de conter o número e a natureza dos exames realizados, estatísticas de resultados anormais e planejamentos para o ano seguinte.

As finalidades do PCMSO estão associadas ao controle da saúde e segurança nos ambientes em que um empregado executa suas funções. A precaução, preparação e investigação dos problemas pertencentes ao meio laboral são alguns dos objetivos desta norma, promovendo um ambiente seguro e sadio para o trabalhador.

Observando a necessidade de conhecer os riscos aos quais cada função está exposta, no próximo capítulo será desenvolvida uma tabela com base na Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais e Agentes Físicos, Químicos e Biológicos (NR 9), de forma a analisar a periodicidade dos exames para as seguintes funções da construção civil: pedreiro, ajudante de pedreiro, armador, carpinteiro e gesseiro.

2.3.2 Norma Regulamentadora 9

A Norma Regulamentadora 9 - Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais e Agentes Físicos, Químicos e Biológicos estabelece os requisitos para a avaliação das exposições dos trabalhadores a agentes físicos, químicos e biológicos quando identificados no PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos), para fins de prevenção e controle dos riscos

(31)

causados pelos agentes, estipulando também medidas de prevenção, que dependem das características das exposições e necessidades de controle.

A identificação das exposições ocupacionais aos agentes deve considerar:

a) descrição das atividades;

b) identificação do agente e formas de exposição;

c) possíveis lesões ou agravos à saúde relacionados às exposições identificadas;

d) fatores determinantes da exposição;

e) medidas de prevenção já́ existentes;

f) identificação dos grupos de trabalhadores expostos.

Uma análise preliminar do trabalho deve ser realizada, junto à coleta de dados já disponíveis relativos aos agentes, a fim de determinar quais medidas de prevenção ou avaliações qualitativas e quantitativas serão necessárias. A avaliação quantitativa deverá ser realizada para:

a) comprovar o controle da exposição ocupacional aos agentes identificados;

b) dimensionar a exposição ocupacional dos grupos de trabalhadores;

c) subsidiar o equacionamento das medidas de prevenção.

Os resultados das avaliações das exposições ocupacionais devem ser incorporados ao inventário de riscos do PGR. As medidas necessárias devem, então, ser adotadas para a eliminação ou controle das exposições, de acordo com os critérios estabelecidos nos anexos da NR 9, em conformidade com o PGR. Enquanto não forem estabelecidos os anexos, devem ser adotados para fins de medidas de prevenção:

a) os critérios e limites de tolerância constantes na NR-15 e seus anexos;

b) como nível de ação para agentes químicos, a metade dos limites de tolerância;

(32)

Na ausência de limites de tolerância previstos na NR-15, devem ser utilizados como referência para medidas de prevenção aqueles previstos pela American Conference of

Governmental Industrial Higyenists (ACGIH).

No próximo capítulo do trabalho será elaborada uma análise de risco, com base na NR 9 e PGR, para funções da construção civil, de forma a avaliar a periodicidade dos exames segundo a NR 7.

2.3.2.1 Programa de Gerenciamento de Riscos

O Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) é uma futura Norma Regulamentadora desenvolvida pela Secretária do Trabalho, ainda em fase de aprovação. Em 2019 foi realizada uma consulta pública sobre o texto, porém ainda não se chegou a uma validação (ONSAFETY, 2019).

O PGR está vinculado a todas as demais Normas Regulamentadoras, em especial com a NR 1 – Saúde e Segurança no Trabalho, NR 7 – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional, NR 9 – Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais e Agentes Físicos, Químicos e Biológicos, e NR 17 – Ergonomia (ONSAFETY, 2019).

Este Programa busca juntar diversos procedimentos técnicos para monitorar e avaliar riscos, elaborando um documento com todas as ações necessárias para que os riscos no ambiente de trabalho sejam encontrados, analisados e evitados (ONSAFETY, 2019).

A elaboração e implementação do PGR nos canteiros de obras é obrigatória, indicando todos os riscos ocupacionais e suas medidas de prevenção. O Programa deve ser elaborado por um profissional legalmente habilitado em segurança do trabalho (NR – 18, 2020).

Segundo a NR – 18, além de estar de acordo com todas as exigências da NR – 01, o PGR deve conter os seguintes documentos elaborados por profissionais habilitados:

• Projeto da Área de vivência do canteiro de obras. • Projeto Elétrico das instalações temporárias. • Projeto do Sistema de Proteção Coletiva.

• Projeto do SPIQ – Sistemas de Proteção Individual Contra Quedas. • Relação dos Equipamentos de Proteção Individual e suas especificações. O Programa de Gerenciamento de riscos deve estar devidamente atualizado de acordo com a etapa do canteiro de obras. São permitidas soluções alternativas para a as medidas de

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prevenção coletiva, desde que as alternativas propiciem desenvolvimento tecnológico, garantam a saúde e segurança nas atividades e tenham como objetivo o controle e prevenção dos riscos (NR – 18, 2020).

Conforme a NR – 18, quando adotadas soluções alternativas, algumas exigências a mais são necessárias:

• As soluções devem estar expressamente previstas no PGR, bem como todos os projetos necessários envolvidos.

• Devem somente iniciar mediante autorização especial.

• Os documentos referentes às soluções alternativas devem estar disponíveis no canteiro.

O PGR é um dos documentos mais importantes com relação a saúde e segurança na construção civil. A partir de 2020, ele passa a substituir o antigo PCMAT, buscando garantir segurança e saúde ocupacional, identificando e controlando riscos, sendo fundamental para atender as exigências da NR – 18, da qual abordaremos na sequência.

2.3.3 Norma Regulamentadora 18

A NR 18 (2020) tem o objetivo de estabelecer diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que visam à implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção.

A Norma Regulamentadora nº 18 - Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção, é a norma que foi elaborada para atuar especificamente na Construção Civil. Como a indústria da construção é uma das áreas com a maior quantidade de riscos, e estatisticamente uma das áreas com mais acidentes fatais devido a esses riscos, a elaboração dessa norma foi muito importante, bem como sua aplicação, com o intuito de prover saúde ocupacional aos trabalhadores e prevenir acidentes (HALLAN, 2020).

Esta Norma se aplica às atividades da indústria da construção constantes da seção "F" do Código Nacional de Atividades Econômicas - CNAE e às atividades e serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral e de manutenção de obras de urbanização (NR 18, 2020).

É de responsabilidade das empresas impedir o ingresso ou a permanência de trabalhadores no canteiro de obras sem que estejam resguardados pelas medidas previstas nesta

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NR. E fazer a Comunicação Prévia de Obras em sistema informatizado da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho - SIT, antes do início das atividades, de acordo com a legislação vigente (NR 18, 2020).

A NR 18 obriga a elaboração e a implementação do PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) nos canteiros de obras, contemplando os riscos ocupacionais e suas respectivas medidas de prevenção. Ele deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado em segurança do trabalho e implementado sob responsabilidade da empresa (NR 18, 2020).

As áreas de vivência devem ser projetadas de forma a oferecer condições mínimas de segurança, conforto e privacidade e devem ser mantidas em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza (NR 18, 2020).

São contempladas as seguintes instalações: • Instalação sanitária;

• Vestiário;

• Local para refeição;

• Alojamento, quando houver trabalhador alojado.

Estas instalações devem atender as disposições da Norma Regulamentadora nº 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho (NR 18, 2020).

Na existência de instalações de alojamento, é obrigatório também, a disposição das seguintes instalações:

• Cozinha, quando houver preparo de refeições; • Local para refeição;

• Instalação sanitária;

• Lavanderia, dotada de meios adequados para higienização e passagem das roupas;

• Área de lazer, para recreação dos trabalhadores alojados, podendo ser utilizado o local de refeição para este fim.

Deve ser garantido o fornecimento de água potável próximo aos postos de trabalho. Além disso, nas frentes de trabalho devem ser fornecidas instalações sanitárias e locais para alimentação (NR 18, 2020).

A execução das instalações elétricas temporárias e definitivas deve atender ao disposto na NR-10 (Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade). As instalações elétricas temporárias devem ser executadas e mantidas conforme projeto elétrico elaborado por profissional legalmente habilitado (NR 18, 2020).

(35)

De acordo com a NR 18, com relação às etapas de obra, são estabelecidas obrigatoriedades de segurança para as seguintes atividades:

• Demolição; • Escavação;

• Fundação e desmonte de rochas; • Carpintaria e armação; • Estruturas de concreto; • Estruturas metálicas; • Trabalhos à quente; • Serviços de impermeabilização; • Telhados e coberturas.

Nestas atividades, os projetos devem ser realizados por profissionais legalmente habilitados e a área de realização dos serviços deve estar sinalizada e com proteções específicas para os trabalhadores, em concordância com a NR 18. Os funcionários responsáveis pela execução destes serviços devem possuir todos os treinamentos requeridos, inclusive aqueles previstos em outras Normas Regulamentadoras, como no caso de serviços em telhados e coberturas, que entram na categoria de trabalhos em altura, caso em que deve ser também aplicada a NR 35 (NR 18, 2020).

Em pisos com uma diferença de nível superior a 0,4 m é obrigatório a instalação de escada ou rampa para a circulação dos trabalhadores. Em situações em que os trabalhadores precisem passar por vãos com risco de queda é necessário também a instalação de passarelas. A NR 18 estabelece diversas especificações para as escadas, rampas e passarelas. Dimensões mínimas, presença de corrimão, pisos antiderrapantes e com forração, são obrigações nestas situações (NR 18, 2020).

É obrigatória a instalação de proteção coletiva quando houver risco de queda de trabalhadores ou de projeção de materiais e objetos no entorno da obra. Os vãos de passagem e as aberturas nos pisos devem possuir fechamento provisório enquanto não tiverem sido completamente finalizados. As instalações devem ser projetadas por um profissional habilitado (NR 18, 2020).

As máquinas e os equipamentos devem atender as obrigações especificadas na NR 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. Devem ficar localizados em espaços com boa iluminação e cobertura. No uso de máquinas ou equipamentos que não estejam especificados na NR 12, devem ser planejados procedimentos de segurança para o trabalho com

(36)

eles. A NR 18 também possui várias obrigações quanto a utilização das máquinas. Na utilização de ferramentas os trabalhadores devem ser capacitados e treinados seguindo as recomendações da própria NR 18 e do manual do fabricante (NR 18, 2020).

Com relação a movimentação e o transporte de materiais e pessoas, deve ser aplicadas todas as obrigações que a NR 18 impõe, das quais se destacam a obrigação de os dimensionamentos de equipamentos de transporte vertical, bem como todas as instalações, montagem, operação e manutenção serem realizadas por profissionais habilitados.

Os andaimes devem ser projetados e executados por profissionais habilitados, possuírem sistema de proteção contra queda em todo o seu perímetro, possui superfície com forração completa, resistência, ser antiderrapante, nivelada e fixa (NR 18, 2020).

De acordo com a NR 18, os trabalhadores são obrigados a utilizarem roupas de alta visibilidade quando estiverem trabalhando em áreas de passagem de veículos e cargas, além disso as obras possuem as seguintes obrigações quanto a sinalização:

• Identificar os locais de apoio; • Indicar as saídas de emergência; • Advertir quanto aos riscos existentes; • Uso de EPI;

• Áreas de movimentação e transporte de materiais; • Acessos e circulação de veículos e equipamentos;

• Locais com substâncias tóxicas, corrosivas, inflamáveis, explosivas e radioativas.

A capacitação dos trabalhadores deve ser realizada seguindo as obrigações apresentadas pela NR 01 – Disposições Gerais, acontecer em local com condições mínimas de higiene e conforto, e deve possuir avaliação para verificar o aprendizado do trabalhador (NR 18, 2020).

Como apresentado na tabela a seguir (Tabela 2), a NR 18 estabelece carga horária, periodicidade e conteúdo de treinamento que devem ser seguidos.

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Tabela 2 – Capacitação: Carga Horária, Periodicidade e Conteúdo Programático. Capacitação Treinamento inicial (carga horária) Treinamento periódico (carga horária) Treinamento Eventual Básico em segurança do

trabalho 4 horas 4 horas/2 anos

Carga horária a critério do empregador Operador de grua 80 horas, sendo pelo menos 40 horas para a parte

prática A critério do empregador Operador de guindaste 120 horas, sendo pelo menos 80 horas para a parte

prática A critério do empregador Operador de equipamentos de guindar A critério do empregador, sendo pelo menos

50% para a parte prática A critério do empregador/2 anos Sinaleiro/amarrador de cargas 16 horas A critério do empregador/ 2 anos

Operador de elevador 16 horas 4 horas/anual

Instalação, montagem, desmontagem e manutenção de elevadores a critério do empregador A critério do empregador/anual

Operador de PEMT 4 horas 4 horas/2 anos

Encarregado de ar

comprimido 16 horas

A critério do empregador Resgate e remoção em

atividades no tubulão 8 horas

A critério do empregador

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Serviços de impermeabilização 4 horas A critério do empregador Utilização de cadeira suspensa 16 horas, sendo pelo menos 8 horas para a parte

prática 8 horas/anual Atividade de escavação manual de tubulão 24 horas, sendo pelo menos 8 horas para a parte

prática 8 horas/anual Demais atividades/funções A critério do empregador A critério do empregador/ a critério do empregador

Fonte: Norma Regulamentadora nº 18 - Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção, 2020.

Na realização de serviços em plataformas flutuantes, as plataformas devem estar registradas na Capitania dos Portos, possuir os documentos necessários, conter guarda-corpos e superfície antiderrapante. Devem ser utilizadas botas especiais e coletes salva-vidas. A presença de pessoal capacitado em salvamento e primeiros-socorros é obrigatória (NR 18, 2020).

Todas as atividades na indústria da construção civil devem seguir a hierarquia prevista na NR 01. Além disso, todo o tipo de atividade especificada em uma outra NR também deve seguir as obrigações desta (NR 18, 2020).

2.3.4 Norma Regulamentadora 28

A Norma Regulamentadora 28 – Fiscalização e Penalidades determina os procedimentos que devem ser adotados pela fiscalização trabalhista de segurança e medicina do trabalho, estabelecendo prazos para a correção de irregularidades técnicas, como também valores de multas e os procedimentos de autuação por infração das Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do trabalho (ENIT, 2020).

O fiscal do trabalho tem como função identificar as condições de trabalho, verificar as irregularidades e impor multas à empresa, caso ela não esteja de acordo com as NRs obrigatórias no ambiente de trabalho. O fiscal poderá estipular o prazo de adequação das irregularidades

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encontradas e, se a situação não for regularizada, as penalidades necessárias serão aplicadas (LIMA, 2019).

Segundo a norma, o prazo para cumprimento dos itens notificados deverá ser limitado a, no máximo, 60 dias. A empresa poderá recorrer ou solicitar adiamento de tempo até 10 dias após a data da fiscalização, prorrogando para 120 dias o prazo para seu cumprimento (NR 28, 2020).

O embargo ou interdição ocorre quando existe situação de risco à saúde ou integridade física do trabalhador. O fiscal deverá propor, então, a interdição do estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou o embargo total ou parcial, com a determinação das medidas que deverão ser adotadas para a correção das situações de risco. Dos motivos de embargo ou interdição, pode-se destacar:

• Layout de máquinas e equipamentos; • Manutenção;

• Operação de máquinas ou equipamento com defeito; • Prevenção de quedas nos trabalhos em altura;

• Contato com energia elétrica; • Utilização das cores de segurança; • Placas com dizeres para prevenção; • Áreas sem proteção liberadas;

• Falta de inspeção nas proteções coletiva e individuais; • Utilização de produtos químicos e riscos físicos; • Local apropriado para refeições;

• Oferta de água potável;

• Pouco monitoramento e inspeção das atividades de risco;

• Oferta de equipamentos de proteção individual (EPI) aos trabalhadores; • Oferta de equipamentos de proteção coletiva (EPC);

• Documentos de segurança de acordo com a atividade da empresa.

As penalidades para o descumprimento da norma de segurança e saúde do trabalhador serão aplicadas conforme o quadro de gradação de multas anexado à norma, obedecendo as infrações previstas no quadro de classificação das infrações. Quanto maior a empresa e mais prejudicial aos códigos a sua violação, maior será a multa aplicada (LIMA, 2019).

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Em caso de reincidência, embaraço ou resistência à fiscalização, a multa será aplicada na forma do art. 201, parágrafo único, da CLT, conforme os seguintes valores estabelecidos (Tabela 3):

Tabela 3 – Valor da Multa (em UFIR).

Fonte: Norma Regulamentadora 28 – Fiscalização e Penalidades, 2020.

As infrações aos preceitos legais e/ou regulamentadores sobre segurança e saúde do trabalhador terão as penalidades aplicadas conforme o disposto no quadro de gradação de multas (Tabela 4), obedecendo às infrações previstas no quadro de classificação das infrações (Anexo A) desta Norma.

Tabela 4 – Anexo I - Gradação de Multas (em BTN).

Fonte: Norma Regulamentadora 28 – Fiscalização e Penalidades, 2020.

É de responsabilidade da empresa manter o ambiente de trabalho em acordo com as exigências das normas. Se houver descumprimento ou ocorrência de acidentes graves, os

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agentes de inspeção do trabalho podem visitar o canteiro de obra. As penalidades devem ser corrigidas segundo o prazo da notificação. Caso haja risco grave a saúde e integridade do trabalhador, poderá ocorrer a interdição total da obra.

Entre os itens observados pela norma estão: organização e segurança do ambiente de trabalho, condições de higiene no local, proteção coletiva e individual dos trabalhadores e a documentação de segurança. Assim, existem diferentes ferramentas de fácil implantação que podem ajudar empresas a fiscalizar os itens das normas em um canteiro de obras.

2.4 TRABALHOS CORRELATOS

As Normas Regulamentadoras são um assunto frequentemente abordado por estudos acadêmicos, com autores criando formas e ferramentas para facilitar o uso e aplicação das NRs na construção civil, ajudando profissionais encarregados de fiscalizar obras a exercerem seus trabalhos de forma mais ágil e exata, com o objetivo de proteger o trabalhador e evitar possíveis multas e penalidades.

Derksen (2017) criou uma ferramenta para avaliação do atendimento do item 4 da NR 18 e cálculo da multa aplicável pela NR 28. Como objetivo, o trabalho apresenta uma ferramenta prática para avaliar em campo o item 4 da NR 18, facilitando o entendimento da norma, visando a segurança e o bem-estar dos trabalhadores, levantando irregularidades e possíveis problemas legais passiveis de multas conforme a NR 28 para áreas de vivência de uma obra.

Para a elaboração do trabalho, o autor desenvolveu um questionário em Excel na forma de checklist, uma ferramenta que auxilia a coleta de dados, em um formato de fácil entendimento e bem aceito por profissionais, devido à sua simplicidade e rapidez na aplicação. Com a planilha dividida em três etapas, para simplificação e melhor compreensão, ela é estruturada conforme a NR 18.4, com perguntas fixas.

As perguntas do questionário que se referem à norma são uma cópia fiel da NR 18, para que a distorção de texto fosse evitada, tendo sempre três respostas possíveis por item da norma: atende, não atende e não aplicável.

Como resultado, Derksen (2017) obteve a multa e a porcentagem das não conformidades calculadas de forma automática na planilha de acordo com as características da obra e exigências da NR 18.4, possibilitando uma pesquisa quantitativa dos dados, buscando levantar as condições da área de vivência no canteiro de obras.

Referências

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