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A relação entre o planejamento financeiro pessoal dos gestores e a gestão financeira das micro e pequenas empresas

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação

Curso de Administração

Trabalho de Conclusão de Curso

ANDRESSA TESCHE

ROSELAINE FILIPIN

A RELAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO FINANCEIRO

PESSOAL DOS GESTORES E A GESTÃO FINANCEIRA DAS

MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Trabalho de Conclusão de Curso

(2)

ANDRESSA TESCHE

ROSELAINE FILIPIN

A RELAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO FINANCEIRO

PESSOAL DOS GESTORES E A GESTÃO FINANCEIRA DAS

MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Trabalho de Conclusão de Curso

Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial à Conclusão de curso e consequentemente obtenção de título de Bacharel em Administração.

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“A grandeza da vida não consiste em não cair nunca, mas em nos levantarmos cada vez que caímos”.

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AGRADECIMENTOS

É preciso agradecer a cada conquista alcançada, seja ela do tamanho que for.

Assim, agradeço primeiramente a Deus, por ter me guiado e me dado sabedoria para escolher o caminho a seguir, mas principalmente agradeço a minha família que esteve ao meu lado em todos os momentos, me amparando e me dando todo o suporte necessário para não desistir dos meus sonhos, sei que nos últimos meses não foi fácil, por isso preciso agradecer toda a compreensão que direcionaram a mim nestes momentos.

Aos meus amigos agradeço todo o apoio, ajuda e compreensão em todo o decorrer dessa importante trajetória da minha vida. E, Tiago e Josi, muito obrigada por tudo que fizeram por mim nestes últimos meses, sei que deve ter sido muito estressante conviver comigo nesse período. Aos meus colegas, que compartilharam comigo momentos de angustias e conquistas, meu sincero obrigada, por todos os momentos compartilhados e muito sucesso a todos nessa nova etapa que está para iniciar.

Não posso deixar de agradecer, também a cada professor que se fez presente nestes 4,5 anos da minha vida, agradeço por todo conhecimento e aprendizado a mim direcionado, obrigada pelo tempo dedicado a ensinar, vocês foram fundamentais para eu ter chegado até aqui.

Por fim gostaria de dizer que, as vezes só precisamos de um empurrãozinho, de uma palavra amiga, daquele incentivo para continuarmos buscando o que almejamos, por isso em especial agradeço a minha orientadora Prof. Roselaine Filipin, primeiro por aceitar o desafio de me orientar, mas principalmente por todos as palavras de apoio e incentivo que direcionou a mim neste período tão importante da minha formação, obrigada por todo o seu empenho e dedicação, isso foi fundamental para a conclusão de mais está etapa.

MUITO OBRIGADA!

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Título: A RELAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO FINANCEIRO

PESSOAL DOS GESTORES E A GESTÃO FINANCEIRA DAS MICRO E

PEQUENAS EMPRESAS

1

Andressa Tesche2 Roselaine Filipin3

1 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Administração da

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração.

2 Acadêmica do curso de administração da Unijuí, andressatesche17@hotmail.com

3 Professor do curso de administração, orientador da pesquisa, roselaine.filipin@unijui.edu.br

INTRODUÇÃO

Três em cada dez brasileiros que perdem o emprego desistem de voltar para o mercado formal de trabalho, com os recursos obtidos na rescisão investem no seu próprio negócio. A questão que permeia é que muitos desses negócios acabam fechando em curto espaço de tempo. (G1, 2015). No Brasil boa parcela da sociedade, tem dificuldades na gestão do orçamento financeiro pessoal e também na gestão financeira das pequenas empresas, considerando que as pessoas bem como as empresas sofram influências do ambiente externo, têm-se que aspectos relacionados a economia representam grande impacto tanto no âmbito pessoal como empresarial. O que ocorre em inúmeras situações é que por falta de planejamento financeiro e orçamento pessoal, ocorra certa confusão entre as finanças da empresa com as finanças pessoais, sendo importante destacar que para se obter crescimento não se pode misturar uma com a outra.

Possuir um planejamento financeiro é fator essencial de permanência no mercado e quando se fala em planejamento, a priori é controlar e organizar tanto as finanças da empresa quanto as finanças pessoais, isso porque ambas podem estar relacionadas entre si, e uma influenciar na outra. Sabe-se que para uma boa administração todos os aspectos relacionados a gestão de recursos são de grande importância, entretanto nenhuma das áreas é tão complexa e ao mesmo tempo fundamental quanto a área financeira, em vista disso, a gestão dos recursos financeiros acaba por exigir maior atenção em relação as demais. Bitencourt (2004, p. 13), menciona que “o dinheiro e a mola propulsora que faz a empresa e o indivíduo andar”.

Nesse contexto o estudo teve como objetivo identificar a existência de relação entre o planejamento financeiro pessoal e a gestão financeira das micro e pequenas empresas da cidade de Horizontina.

METODOLOGIA

Quanto a natureza, este estudo tratou-se de uma pesquisa aplicada, pois objetiva gerar conhecimentos para aplicações práticas dirigidas a solução de problemas específicos, de acordo com Vergara (2004, p. 47), a pesquisa aplicada é “fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não”.

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Quanto aos objetivos a pesquisa se classifica como descritiva, “esta tem por finalidade observar, registrar e analisar os fenômenos sem, entretanto, entrar no mérito do conteúdo” (OLIVEIRA, 2004, p.128). Assim na parte descritiva realizou-se um survey, onde, foi aplicado um questionário adaptadode Marques (2016) e Maturama et al (2015), tendo como amostra 105 gestores de micro e pequenas empresa da cidade de Horizontina, e destes, apenas 64 retornaram a pesquisa.

Quanto a abordagem, este estudo se classifica como quantitativo, conforme Malhotra (2001, p.155) a “pesquisa quantitativa procura quantificar os dados e aplica alguma forma da análise estatística”. O tratamento quantitativo foi realizado com os dados coletados a partir da aplicação dos questionários, onde foram utilizadas técnicas de cruzamentos de dados afim de identificar semelhanças ou discrepâncias entre as respostas.

Quanto aos meios se trata de uma pesquisa bibliográfica, de campo e pesquisa de levantamento. Bibliográfica, porque se trata de um estudo sistematizado, desenvolvido com base em material publicado por autores consagrados que escreveram sobre o tema. Para Vergara (2004, p.48) a “pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral”. Trata-se de uma pesquisa de campo, a qual é “assim denominada porque a coleta de dados é efetuada “em campo”, onde ocorrem espontaneamente os fenômenos, uma vez que não há interferência do pesquisador sobre eles” (ANDRADE, 2003, p.127).

RESULTADOS

Em relação aos dados obtidos através da aplicação dos questionários, no que se refere ao perfil dos gestores participantes, 51,56% são do gênero masculino e 48,44% do gênero feminino, a média de idade foi de 44 anos, 54,69% são casados, e com relação a escolaridade 56,25% possui superior completo, quanto ao ramo de atuação das empresas 35,94% de respondentes corresponde ao setor do comércio, seguido de 32,81% do setor de prestação de serviços, 17,19% do comércio e serviços e 14,06% representam o setor da Indústria. A média de idade das empresas é de 16 anos e os gestores possuem um média de 11 anos cuidando do setor financeiro da empresa.

Afim de conhecer e compreender de forma mais específica o comportamento dos gestores com relação as suas finanças pessoais, fez-se uma análise das respostas obtidas nas questões voltadas para o âmbito pessoal, onde identificaram-se as práticas mais utilizadas para gerir os recursos próprios. De tal modo, quando se trata da realização de planejamento financeiro que inclua uma previsão de gastos, receitas e investimentos, 53,13% dos respondentes declaram que fazem planejamento, além de anotar os gastos e guardar os valores que sobram.

Quando se faz referência ao planejamento do uso do dinheiro, tem-se um destaque apenas para o planejamento do uso do dinheiro a longo prazo, o que apesar de não ser o mais correto, é um bom começo, visto que aos poucos vai se criando uma maior consciência da importância do mesmo, no dia a dia das pessoas. No que se refere ao controle do uso do dinheiro, 48,44% dos gestores participantes anotam e controlam seus gastos pessoais mensais. Ainda levando em consideração, o controle das finanças empresariais e pessoais, 46,88% dos gestores participantes fazem a separação dos gastos, possuindo assim um controle para cada, 28,12% têm consciência do que gastam e ganham na parte pessoal e empresarial embora não realizem controle formal.

Tendo em consideração o hábito de poupar, os resultados foram muito semelhantes entre si, visto que, apenas 50% dos respondentes tem o hábito de poupar mensalmente uma quantia, os demais, fica claro que possuem certa dificuldade para tal. Além disso, 73,44% dos participantes

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classificam sua situação financeira atual como organizada, ainda 60,94% está satisfeito com o controle das finanças pessoais que adotou. De modo geral, cabe destacar que, todos gestores pesquisados, tem adotado pelo menos uma das práticas consideradas ideias no gerenciamento das finanças pessoais.

Com a finalidade de verificar as práticas adotadas pelos gestores nas finanças empresariais, caracterizando assim o comportamento destes, foram analisados os dados obtidos nas questões voltadas para a gestão financeira das empresas. Em vista disso, identificou-se que, para 60,94% dos respondentes o principal motivo para a abertura da empresa, foi a oportunidade de negócio. Sendo que 43,75% dos respondentes realizou o planejamento de forma parcial, antes da abertura da empresa, ou seja, de maneira básica sem realizar nenhum tipo de estudo aprofundado sobre o segmento de atuação. Atualmente, entretanto, apesar de a maioria possuir um planejamento, o mesmo não é utilizado para a tomada de decisões em boa parte dos casos, isso por que fazem uso do mesmo, apenas para o armazenamento de informações.

Além disso, em 90,63% das empresas participantes do estudo, o responsável pelo financeiro é o próprio proprietário, o que é considerado uma prática muito comum em empresas de pequeno porte. Sendo que, 51,56% possui um pró-labore definido para os sócios, estes recebem então, mensalmente um salário fixo determinado, o que torna a empresa mais profissional e da maior credibilidade aos resultados obtidos por ela. Em 62,5% das empresas cujos gestores participaram da pesquisa, o controle das entradas e saídas de dinheiro ocorrem de maneira formalizada e detalhada, sendo este um aspecto bastante positivo da pesquisa.

Verificou-se ainda que, mesmo por vezes não fazendo uso de todos os recursos oferecidos, 87,50% faz uso de ferramentas para a gestão financeira, sendo elas softwares ou planilhas, o que contribui para que, 67,19% dos pesquisados possuam a informação das disponibilidades de maneira exata sempre que necessário. Ainda, 65,63% dos gestores, encontram-se satisfeitos com a atual situação financeira da empresa, mesmo acreditando que poderia ser melhor. Destaca-se neste tópico, a predominância de resultados positivos no decorrer da análise dos dados.

Na busca por identificar uma relação entre os resultados obtidos entre as finanças empresariais e as finanças pessoais, fez-se o cruzamento de alguns dos dados, onde foram escolhidas questões estratégicas de ambos os tópicos fazendo assim um comparativo entre estas. De tal modo, verificou-se semelhanças dos hábitos adotados nas finanças pessoais com os hábitos das finanças empresariais, visto que, em sua maioria que adota uma postura em casa, tende a manter a mesma postura na empresa.

Assim, dos 53,13% dos respondentes que realizam planejamento financeiro em suas finanças pessoais, 21,88% também mencionaram que, antes da abertura da empresa realizaram um planejamento parcial, além disso, 29,69% também possui planejamento financeiro na empresa atualmente, levando o mesmo como base para a tomada de decisões.

Em se tratando do controle financeiro, dos 48,44% que realizam anotações dos gastos pessoais mensais, 29,69% fazem o mesmo com o dinheiro da empresa, possuindo um controle formalizado e detalhado das entradas e saídas de dinheiro. Ainda considerando o controle, 73,44% consideraram que sua atual situação financeira está organizada, sendo que destes, um total de 37,50% utiliza uma ferramenta de gestão na empresa, mesmo que não faça uso de todos os recursos. Diante disso, tem-se que, considerando a separação dos gastos pessoais dos empresariais, dos 46,88% que possuem um controle para cada, que é o mais adequado, 37,50% tem a informação das disponibilidades da empresa, exatas quando necessário.

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Por fim, dos 73,44% que consideram sua atual situação financeira organizada 51,56% também, encontram-se satisfeitos com a atual situação financeira da empresa mesmo considerando que a mesma poderia estar melhor.

CONCLUSÃO

Para fins conclusivos, tem-se que a relação do planejamento financeiro pessoal dos gestores e a gestão das micro e pequenas empresas, se dá em virtude de que os hábitos adotados no cotidiano refletem nas práticas adotadas na gestão da organização, assim os gestores costumam realizar um planejamento financeiro pessoal, em relação ao uso do dinheiro tal planejamento geralmente ocorre para longo prazo bem como tendem a controlar o mesmo de alguma forma, mesmo que informalmente.

As características relacionadas as finanças empresariais se assemelham muito as de finanças pessoais, isso em razão de que, antes do início da abertura da empresa os gestores em sua maioria realizaram um planejamento financeiro, mesmo que de maneira parcial, sendo que atualmente possuem um planejamento financeiro que por vezes é utilizado apenas para armazenamento de informações. Além disso, realizam um controle das entradas e saídas de dinheiro, utilizando ferramentas e softwares para tal, e mesmo que, não utilizando todos os recursos oferecidos por tais ferramentas, possuem a informação das disponibilidades exata quando necessário. Outro ponto é que, encontram-se satisfeitos com a atual situação financeira da empresa.

Palavras-chave: Planejamento. Controle. Finanças. Empresas. Gestores.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. São Paulo: Atlas, 2003

BAST, Elaine. Três em cada dez desempregados investem no próprio negócio. São Paulo: G1, 2015. Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2015/03/tres-em-cada-dez-desempregados-investem-no-proprio-negocio.html. Acesso em: 18 de maio de 2018.

BITENCOURT, Cleusa Marli Gollo. Finanças Pessoais versus Finanças Empresariais. Porto Alegre: 2004. Disponível em https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/6506. Acesso: em 21 março de 2019.

MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

MARQUES, José Cesar Vieira. A relação entre o planejamento financeiro pessoal dos gestores e a gestão financeira das micro e pequenas empresas associadas à câmara de dirigentes lojistas de Sombrio/SC. 2016.

MATURANA, Ana Carolina Koltermann et al. Finanças pessoais: um estudo dos microempreendedores individuais da cidade de Giruá–rs. Revista de Administração e Comércio Exterior (ISSN: 2447-2719), v. 1, n. 2, p. 2-18, 2015.

OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisas, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 2004.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES GRÁFICOS

Gráfico 1: Gênero dos integrantes da Amostra ... 45

Gráfico 2: Estado Civil dos Integrantes da Amostra ... 46

Gráfico 3: Escolaridade dos integrantes da amostra ... 47

Gráfico 4:Setor de atuação das empresas integrantes da amostra ... 48

Gráfico 5:Você faz um planejamento financeiro que inclua uma previsão dos seus gastos, das suas receitas e dos seus investimentos? ... 49

Gráfico 6:Você planeja o uso do seu dinheiro? ... 50

Gráfico 7: Você faz algum tipo de controle do uso do seu dinheiro? ... 52

Gráfico 8: Você tem o hábito de poupar? Poupa mensalmente sem ter necessariamente a intenção de consumir algo com o dinheiro poupado? ... 53

Gráfico 9: Sua situação financeira atual está: ... 54

Gráfico 10: Você separa os gastos pessoais dos empresariais? ... 55

Gráfico 11: Está satisfeito com o sistema de controle de suas finanças? ... 56

Gráfico 12: Qual foi o principal motivo para a abertura da empresa? ... 58

Gráfico 13: Antes da empresa iniciar suas atividades, houve planejamento financeiro? ... 59

Gráfico 14: Quem é o responsável pelo financeiro da empresa? ... 61

Gráfico 15: Os sócios ou proprietários possuem uma renda ou salário fixos determinado? .... 62

Gráfico 16: Sua empresa possui um controle de entrada e saída de dinheiro? ... 63

Gráfico 17: Atualmente a empresa possui um planejamento financeiro (épocas de alta no mercado ou em baixa, previsão de estoque, previsão de vendas etc.)? ... 64

Gráfico 18: A empresa possui informações das disponibilidades financeiras existentes (caixa, contas a receber, disponibilidade em bancos, vendas no cartão, etc.)? ... 65

Gráfico 19: A empresa dispõe de alguma ferramenta para gestão financeira (planilhas ou software)? ... 66

Gráfico 20: Você está satisfeito com a atual situação financeira de sua empresa? ... 67

Gráfico 21: Você faz um planejamento financeiro que inclua uma previsão dos seus gastos, das suas receitas e dos seus investimentos? X Antes da empresa iniciar suas atividades, houve planejamento financeiro? ... 69 Gráfico 22 Você faz um planejamento financeiro que inclua uma previsão dos seus gastos, das suas receitas e dos seus investimentos? X Atualmente a empresa possui um planejamento

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financeiro (épocas de alta no mercado ou em baixa, previsão de estoque, previsão de vendas etc.)? ... 70 Gráfico 23: Você faz algum tipo de controle do uso do seu dinheiro? X Sua empresa possui um controle de entradas e saídas de dinheiro?... 71 Gráfico 24: Você separa os gastos pessoais dos empresariais? X A empresa possui informações das disponibilidades financeiras existentes?... 72 Gráfico 25: Sua atual situação financeira está: X a empresa dispõe de alguma ferramenta para gestão financeira? ... 73 Gráfico 26: Sua atual situação financeira está: X você está satisfeito com a atual situação financeira de sua empresa? ... 74

QUADROS

Quadro1:Alternativas consideradas ideais para as questões de finanças pessoais ... 57 Quadro 2: Alternativas consideradas ideais para as questões de finanças empresariais ... 68

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 13 2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 16 2.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ... 16 2.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ... 17 2.3 PROBLEMA ... 18 2.4 OBJETIVOS ... 19 2.4.1 Objetivo Geral ... 20 2.4.2 Objetivos Específicos ... 20 2.5 JUSTIFICATIVA ... 20 3 REFERENCIAL TEÓRICO ... 22 3.1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ... 22 3.1.1 Planejamento financeiro ... 24 3.1.2 Controle Financeiro ... 29 3.2 FINANÇAS PESSOAIS ... 31 3.3 FINANÇAS EMPRESARIAIS ... 34 4 METODOLOGIA ... 37 4.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 37 4.2 UNIVERSO AMOSTRAL ... 40 4.3 SUJEITOS DA PESQUISA ... 40 4.4 COLETA DE DADOS ... 41

4.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 42

4.6 SISTEMATIZAÇÃO DO ESTUDO ... 44

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ... 45

5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS GESTORES ... 45

5.2 FINANÇAS PESSOAIS ... 48

5.3 FINANÇAS EMPRESARIAIS ... 57

5.4 PRÁTICAS FINANCEIRAS PESSOAIS VERSUS AS PRÁTICAS FINANCEIRAS EMPRESARIAIS ... 68

CONCLUSÃO ... 76

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 79

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1 INTRODUÇÃO

Este estudo consiste em um relatório de pesquisa abordando o tema de finanças, a partir de um estudo que buscou identificar a relação entre o planejamento financeiro pessoal dos gestores e a gestão financeira das micro e pequenas empresas da cidade de Horizontina, que foi realizado no componente curricular de Trabalho de Conclusão de Curso de Administração da UNIJUÍ, no segundo semestre de 2019.

Trata-se de um trabalho de conclusão de curso e teve como objetivo identificar a existência de relação entre o planejamento financeiro pessoal e a gestão financeira das micro e pequenas empresas.

Desde meados de 2014 o Brasil vem enfrentando uma forte crise econômica, tal situação tem feito com que empresas entrem em estado de recuperação fiscal, ou até mesmo entrem em estado de falência propriamente dita, elevando assim as taxas de desemprego do país, forçando profissionais das mais diversas áreas de atuação a buscarem novas alternativas para a geração de renda. Consequentemente, dentro desse novo acontecimento, uma solução bastante visada foi a de empreender, ou seja, abrir seu próprio negócio, no entanto o que acontece com uma parcela desses profissionais é a falta de prática e experiências dentro da gestão empresarial, ocasionando declínio no seu objetivo. Segundo dados do G1 (2015),

três em cada dez brasileiros que perdem o emprego desistem de voltar para o mercado formal de trabalho. Eles aproveitam que estão com o dinheiro da indenização, do fundo de garantia e tempo de serviço, para investir em um negócio próprio. O Sebrae faz um alerta: mais importante do que ter a quantia certa para investir é planejar como vai ser feito esse investimento. Quem está pensando em virar patrão tem que fazer os planos da maneira correta.

Além disso, o site 4ADVISER (2018), menciona que 60% das micro e pequenas empresas fecham as portas por não procurar ajuda.

Todo ano milhares de empreendedores usam o próprio dinheiro, e muitos deles guardaram a vida toda para abrir seu próprio negócio e acabam apostando tudo o que tem para se tornarem proprietários. Aquele sonho de possuir o próprio negócio pode acabar se tornando um pesadelo para o micro e pequeno empreendedor. Mais de 60% das empresas fecham as portas, e muitas ainda com menos de um ano de atuação. Identificamos ao logo desse período as principais causas de fechamento, tais como: Falta de planejamento; Gestão inadequada e Comportamento do empreendedor.

Atualmente o que acontece no Brasil é o fato de que boa parcela da sociedade com uma renda fixa, tem dificuldades em gerir seu orçamento mensal, ocasionando resultados negativos na gestão das finanças empresariais. Considerando que as pessoas bem como as empresas

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sofram influências do ambiente externo, têm-se que aspectos relacionados a economia representam grande impacto tanto no âmbito pessoal como empresarial.

Dentro deste contexto, pode se dizer que possuir um planejamento financeiro é fator essencial de permanência no mercado e quando se fala em planejamento se fala em controlar e organizar tanto as finanças da empresa quanto as finanças pessoais, isso porque ambas estão relacionadas entre si, e uma influencia na outra.

O que ocorre em inúmeras situações é que por falta de planejamento financeiro e orçamento pessoal, ocorra certa confusão entre as finanças da empresa com as finanças pessoais, sendo importante destacar que para se obter crescimento não se pode misturar uma com a outra.

Em vista disso, o presente estudo teve por objetivo identificar a existência de relação entre o planejamento financeiro pessoal e a gestão financeira das micro e pequenas empresas. O objetivo do presente estudo cabe aos dias atuais em contrapartida que o medo de fechar as portas e por vezes ter os sonhos destruídos faz com que empresários venham a aderir ao planejamento financeiro, este que por vezes tem sido esquecido em empresas de pequeno porte, onde em diversas situações a carteira do empresário é o caixa da empresa e vice-versa, tendo a convicção de que em tempos difíceis permanecem no mercado conseguindo se desenvolver e crescer mesmo em meio a uma crise econômica aqueles empresários que possuam um bom relacionamento com suas finanças seja elas empresariais ou pessoais.

Visando atender a este objetivo o projeto está estruturado em cinco capítulos, iniciando-se com a contextualização do estudo onde iniciando-se definem o tema, apreiniciando-senta-iniciando-se a caracterização da organização, a questão de estudo, os objetivos gerais e específicos e se apresenta à justificativa.

Na segunda abordagem deste estudo são apresentados os estudos de diferentes autores, formando o referencial teórico, onde estão explanadas conceituações com diversas reflexões sobre o tema administração financeira, planejamento e controle financeiro além de finanças pessoais e empresariais.

Posteriormente apresentam-se os procedimentos metodológicos observados na realização da pesquisa. Caracteriza-se neste capítulo o tipo de pesquisa que foi realizada e apresenta-se os sujeitos da pesquisa, explicando também como foi realizada a coleta, o tratamento, a análise e a interpretação dos dados.

Em seguida são apresentadas as análises e interpretações dos dados obtidos no decorrer da pesquisa, onde constam respostas ao problema objeto de estudo. Para finalizar o referido

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relatório de estudo apresenta-se a conclusão do estudo, onde se expõem os conhecimentos obtidos no decorrer de toda a pesquisa, bem como, possíveis lacunas que se evidenciaram no estudo e podem servir de sugestão para pesquisas futuras.

Por fim, apresentam-se as referências bibliográficas que serviram de fundamentação teórica para o referido estudo.

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2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Este capítulo contém a apresentação do tema, a caracterização da organização, a formulação da questão de estudo, a definição dos objetivos, geral e específico e a justificativa do estudo.

2.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

Conforme Gitman (2010, p. 3) o termo finanças pode ser definido como “a arte e a ciência de administrar o dinheiro”. Praticamente todas as pessoas físicas e jurídicas ganham ou levantam, gastam ou investem dinheiro. Tendo por base tal colocação é possível compreender a importância e a influência que possui na vida e no cotidiano dos indivíduos.

Deste modo, compreender e saber administrar as finanças é fundamental e, o planejamento financeiro que segundo Gitman (2010, p. 105) é um aspecto das empresas porque “fornece um mapa para orientação, a coordenação e o controle dos passos que a empresa dará para atingir seus objetivos”. Contudo o planejamento financeiro não serve apenas para empresas em virtude de que ele pode e deve ser adaptado e aplicado as finanças pessoais sendo utilizado também no dia a dia das pessoas.

Segundo Maturana et al (2016, p. 3) a profissionalização exige que “o indivíduo aprenda a lidar com os seus recursos financeiros. Pois a partir deste momento ele é capaz de produzir seu próprio provento e assim poderá ser capaz de geri-lo”. Assim, a educação financeira pode ser vista como um diferencial para o desenvolvimento pessoal e profissional.

Além disso, a atual situação econômica do país tem aumentado a preocupação com os recursos financeiros no cotidiano, fazendo com que as finanças venham ganhando maior atenção por parte das pessoas, uma vez que vem aumentando a consciência de que o controle financeiro, seja ele empresarial ou pessoal, representa grande parte do sucesso de empresas e pessoas. Em vista disso, faz-se necessário realizar periodicamente um planejamento por meio das finanças.

“O estudo de finanças vem-se ajustando aos diversos momentos da economia e encontra seu maior desafio atualmente, diante das evidências de fim da era industrial e surgimento de uma era de informação e, mais adiante, de conhecimento” (NETO; LIMA, 2016, p. 2).

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Nesta perspectiva, compreende-se a importância de estudar a relação entre o planejamento financeiro pessoal dos gestores e a gestão financeira das micro e pequenas empresas na cidade de Horizontina. Deste modo, busca-se desenvolver o presente estudo de pesquisa.

2.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

O presente trabalho consiste em uma análise da relação entre o planejamento financeiro pessoal dos gestores e a gestão financeira das micro e pequenas empresas na cidade de Horizontina, onde apresentam-se a seguir dados relacionados a este tipo de organização.

O município de Horizontina possui de acordo com o último levantamento do IBGE no ano de 2018, uma população estimada em 19.267 habitantes, sendo também uma das principais economias da Região Fronteira Noroeste do Rio Grande do Sul. Em relação aos estabelecimentos comerciais na cidade, o último levantamento do IBGE ocorreu no ano de 2016, sendo que na época o município possuía um total de 809 unidades locais, destas 784 são empresas atuantes.

Com relação ao objeto do estudo, segundo dados do Departamento Tributário de Horizontina (2019), o município possui estabelecidas aproximadamente, 645 micros e pequenas empresas, sendo que 225 destas se estabeleceram nos últimos cinco anos. Outro dado fornecido, refere-se à mortalidade desta categoria de empresas nos últimos cinco, aproximando-se de 190 estabelecimentos fechados.

A definição de MPE pode ser feita de duas formas alternativas: pelo número de pessoas ocupadas na empresa ou pela receita auferida: POR NÚMEROS DE PESSOAS OCUPADAS NA EMPRESA – Neste caso, foram classificadas como microempresas aquelas nas atividades de serviços e comércio com até 9 pessoas ocupadas, e como pequena empresa as que tinham entre 10 e 49 pessoas ocupadas; na atividade industrial, são microempresas aquelas com até 19 pessoas ocupadas, e pequenas empresas entre 20 e 99 pessoas ocupadas. (SEBRAE ,2014, p. 22)

Segundo dados do SEBRAE (2018), as microempresas e empresas de pequeno porte tem grande importância para a economia do país em virtude de que “representam cerca de 98,5% do total de empresas privadas, respondem por 27% do PIB e são responsáveis por 54% do total de empregos formais existentes no país, ou seja, empregam mais trabalhadores com carteira assinada que as médias e grandes empresas”.

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2.3 PROBLEMA

Paula, et al (2015, p. 73) menciona que, “quando uma empresa abre as portas pressupõe-se que ela continuará em operação no futuro, o que muitas vezes não ocorre devido à falta de planejamento. O empresário deve diferenciar o seu patrimônio particular do patrimônio da empresa, isso o ajudará muito no controle financeiro da organização, assim evitando sua falência precoce”.

A questão de estudo surgiu pela importância que as finanças representam para os indivíduos bem como para organizações, uma vez que elas estão presentes desde os primeiros anos dos indivíduos até o fim de suas vidas, assim manter as finanças sob controle é essencial tanto nos negócios como para a vida particular, em virtude de que de certo modo uma acaba por influenciar na outra.

Em seu estudo, Paula, et al (2015, p. 74) afirmam que,

a maioria dos micros e pequenos empresários não tem muito conhecimento sobre as áreas administrativas e financeiras, consequentemente não planejam corretamente a abertura e o andamento de sua empresa. Antes de abrir sua empresa o empresário precisa pensar no risco do negócio, nos gastos que terá com mão de obra, impostos, para depois não se arrepender.

De tal modo o planejamento é peça fundamental na consagração da empresa no mercado, a vista disso, Paula et al (2015, p. 68) apud Bateman e Snell (1998, p. 28) trazem o seguinte conceito acerca do planejamento: “é uma forma de atingir objetivos através de estratégias de negócios e corporativas, para isso é necessário saber a atual situação da empresa e determinar metas a serem alcançadas para que o futuro da organização seja promissor”.

Cabe destacar ainda que, segundo pesquisa realizada pelo Sebrae (2014, p. 40), “as principais causas para a mortalidade das empresas são a falta de planejamento prévio, gestão empresarial e comportamento do consumidor”.

A questão de estudo abrange ainda, as finanças pessoais que assim como as empresariais precisam ser planejadas e mantidas sob controle, o que por vezes não acontece, como consequência a tal fato, surgem elevados índices de endividamento e inadimplência.

o número de brasileiros incluídos em cadastros de restrição ao crédito chegou a 63,6 milhões de indivíduos, o que corresponde a 41,6% da população adulta no país; um retrato da combinação nociva entre atividade econômica em baixa e empresariado sem confiança para voltar a investir e/ ou contratar, cenário político conturbado e repleto de incertezas às vésperas de mais um ciclo eleitoral, altos níveis de desemprego e renda insuficiente de muitos consumidores para arcar com os compromissos financeiros assumidos.( SPC BRASIL, 2018, p. 2)

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Ainda relacionando a pesquisa realizada pelo SPC Brasil (2018, p. 13) e o planejamento das finanças, tem-se que os entrevistados ao considerar as dificuldades para quitar as dívidas em atraso “35,6% dos inadimplentes alegam renda insuficiente (aumentando para 47,4% entre os mais velhos), enquanto 26,6% mencionam o desemprego e 15,4% argumentam que o valor da dívida é muito superior aos ganhos, ficando sem condições de obter o dinheiro”. Com tais informações é de fácil compreensão que com planejamento e controle financeiro tal situação poderia facilmente ser evitada.

Em sua pesquisa, Marques (2016) identificou a relação entre o planejamento financeiro pessoal e o planejamento financeiro das micro e pequenas empresas associadas à Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL estabelecidas na cidade de Sombrio, Santa Catarina. Os resultados obtidos mostram que a relação que o indivíduo possui com o controle do seu dinheiro é muito semelhante com a relação que a empresa possui com o controle de caixa.

Já em pesquisa realizada por Maturana et al (2016, p. 17) com microempreendedores da cidade de Giruá/RS, identificaram o conhecimento dos sujeitos em relação às suas finanças pessoais, como eles vem gerenciando as suas finanças pessoais e empresariais. Os resultados demonstram que de modo geral as pessoas realizam algum controle sobre suas finanças, mas não de forma precisa. “Costumam manter o controle dos gastos empresariais e pessoais em conjunto e possuem o hábito de refletir sobre suas finanças pessoais, no entanto, não definem metas e objetivos financeiros”.

Assim nesse contexto a questão problema do estudo é: Qual a relação entre o planejamento financeiro pessoal dos gestores e a gestão financeira das micro e pequenas empresas na cidade de Horizontina?

2.4 OBJETIVOS

Os objetivos constituem-se como forma de responder ao problema proposto pelo estudo, é a ação do estudo, de como se pretende atingir os resultados da pesquisa. (BEUREN, 2004). Para o desenvolvimento do estudo teórico-prático sob a perspectiva de estratégias de gestão de pessoas, definiu-se para os fins de natureza acadêmica, um objetivo geral e alguns objetivos específicos.

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2.4.1 Objetivo Geral

O objetivo geral desse estudo foi identificar a existência de relação entre o planejamento financeiro pessoal e a gestão financeira das micro e pequenas empresas da cidade de Horizontina.

2.4.2 Objetivos Específicos

Para a consecução do objetivo geral, foi necessário atingir os seguintes objetivos específicos:

a) Revisão da literatura quanto aos temas de finanças;

b) Identificar as características do planejamento financeiro pessoal e planejamento financeiro empresarial;

c) Comparar as práticas financeiras pessoais versus as práticas financeiras empresariais;

d) Analisar a influência do planejamento financeiro pessoal e empresarial na gestão da empresa;

2.5 JUSTIFICATIVA

Nos últimos anos a população mundial tem enfrentado situações preocupantes em relação à economia, no Brasil não tem sido diferente, problemas com corrupção, crise e altos índices de desemprego são fatores que tem tirado o “sono” de grande parte dos brasileiros, fazendo com que estes, que em um período não muito distante de “vacas gordas” praticassem níveis desenfreados de consumo, hoje tendem a se conter.

Gontijo (2018) em reportagem do jornal O Tempo de Belo Horizonte, traz a seguinte colocação da economista Patricia Lino Costa, “Vale lembrar que, com o desemprego ainda alto, o consumo acaba reduzindo. Logo muitos preços caíram por causa da demanda baixa, ou seja, porque a economia está desaquecida”. Assim com a queda da demanda as empresas acabam tendo que reduzir os preços das mercadorias no intuito de elevar o consumo, o que por vezes pode gerar grandes prejuízos para as organizações que não estavam preparadas e organizadas para tais acontecimentos.

Sabe-se que para uma boa administração todos os aspectos relacionados a gestão de recursos são de grande importância, entretanto nenhuma das áreas é tão complexa e ao mesmo

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tempo fundamental quanto a área financeira, em vista disso, a gestão dos recursos financeiros acaba por exigir maior atenção em relação as demais. Bitencourt (2004, p. 13), menciona que “o dinheiro e a mola propulsora que faz a empresa e o indivíduo andar”.

Deste modo, estudar sobre planejamento das finanças pessoais e a gestão das empresas foi de grande valia, pois evidenciou elementos importantes no direcionamento dos indivíduos acerca de suas finanças, seja elas pessoais ou empresariais, contribuindo para que ocorra uma separação das mesmas possibilitando aos empresários melhorar a gestão dos recursos financeiros.

Sob esse viés, a pesquisa poderá servir de base aos indivíduos que possuem planejamento financeiro a aprimorá-la, bem como estimular aqueles que não possuem planejamento a desenvolver um, além disso buscou-se defender a ideia de que as finanças pessoais e empresariais devem ser distintas uma da outra, embora sofram influência entre si e em vista disso destacar que o planejamento deve ser realizado para ambas.

Este trabalho acadêmico pretende demonstrar a importância do planejamento financeiro para os gestores bem como a relação entre o planejamento financeiro pessoal e a gestão financeira das micro e pequenas empresas.

A escolha deste tema se deu pelo fato de a acadêmica ter grande interesse na área financeira e a tudo que se refere a mesma, bem como por trabalhar no setor financeiro da Associação Comercial Industrial e Agropecuária do município e estar sempre em contato com grande número de gestores, conhecendo assim um pouco da realidade das micro e pequenas empresas.

Também a escolha deste tema se deu através do interesse da acadêmica em identificar a relação entre finanças pessoais e empresariais e a influência de uma para com a outra, sendo este estudo de real importância para acadêmica pois possibilitará que está, tenha a oportunidade de contribuir para melhorias no planejamento financeiro das empresas, acarretando assim no desenvolvimento destas bem como do município como um todo.

O presente trabalho mostrou-se viável em sua realização, em virtude de que a autora deste reside no município de estudo, bem como por trabalhar na Associação Comercial, Industrial e Agropecuária do município, tendo fácil acesso aos empresários.

O presente relatório visa também cumprir a exigência do componente curricular de Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Administração da Unijuí, no qual a autora do mesmo está matriculada.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste tópico, são abordadas as definições de Planejamento Financeiro, que é o objeto de estudo. Abordar-se-á também as definições sobre Administração Financeira, Finanças Pessoais e Finanças Empresariais. Para isso, buscou-se utilizar o embasamento das ideias de autores renomados da área de Finanças.

3.1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Para Neto e Lima (2014, p. 8) a Administração Financeira é descrita como, “um campo de estudo teórico e prático que objetiva, essencialmente assegurar um melhor e mais eficiente processo empresarial de captação (financiamento) e alocação (investimento) de recursos de capital”. Sendo assim, compreende-se que a administração visa nortear a empresa bem como os indivíduos, direcionando-os para alternativas cujas ações proporcionaram melhores resultados.

Para explicar o que é Administração Financeira, Ross, Westerfield, Jordan (1997, p. 28 e 29) trazem suas contribuições do seguinte modo:

imagine que você criasse sua própria empresa. Independente do tipo escolhido, precisaria responder às três perguntas seguintes, de uma forma ou outra:

1 Que investimentos a longo prazo deveriam ser feitos? Ou seja, em que ramo de atividade atuaria e que espécies de instalações, máquinas e equipamentos seriam necessárias?

2 Onde seria obtido o financiamento de longo prazo para custear tais investimentos? Convidaria outras pessoas como sócios ou tomaria o dinheiro emprestado?

3 como geriria suas atividades no dia a dia, por exemplo, como cobraria de seus clientes e pagaria seus fornecedores?

A administração financeira, em termos bem amplos, é o estudo das maneiras pelas quais essas três perguntas podem ser respondidas.

Nesse sentido é possível compreender a administração financeira como sendo um conjunto de ações, cujo objetivo está diretamente relacionado ao planejamento, controle e análise de tudo que estiver relacionado aos aspectos financeiros, além disso seus ensinamentos podem e devem ser aproveitados não somente nas empresas, como também nas residências, visto que, os custos com a casa podem e devem ser planejados como se fosse uma empresa, tornando possível que o indivíduo alcance novos objetivos a partir do direcionamento e gestão adequados dos recursos (NETO, LIMA, 2014).

O enfoque proposto por Neto e Lima (2014, p. 8) sugere ainda que, “A Administração financeira envolve-se tanto com a problemática de escassez de recursos quanto com a realidade

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operacional e prática da gestão financeira das empresas assumindo uma definição de maior amplitude”. De tal modo, somente captar e alocar capital não é suficiente, em virtude de que se faz necessário também saber administrar os recursos visando assim gerar resultados financeiros e econômicos positivos que acarretaram na continuidade, bem como desenvolvimento da empresa, além de criar valor para seus proprietários.

Seguindo o raciocínio da criação de valor para os proprietários, se esbarra ao principal objetivo da administração financeira, que de acordo com os autores Ross, Westerfield e Jordan (1997, p. 33) “é maximizar o valor de mercado do capital dos proprietários existentes”.

Levando em consideração tal linha de pensamento, de acordo com Neto e Lima (2014, p. 13) na evolução da administração financeira, que “desemboca no objetivo contemporâneo de maximização da riqueza de seus proprietários, evidencia-se uma preocupação com a forma como a empresa é avaliada e com o impacto que cada decisão financeira determina na riqueza.”

Isso se confirma com o entendimento de Hoji, (1999, p. 21), “para a administração financeira, o objetivo econômico das empresas é a maximização de seu valor de mercado a longo prazo, pois desta forma estará sendo aumentada a riqueza de seus proprietários”.

De modo geral “a meta da administração financeira é a maximização da riqueza dos acionistas que constitui algo mais amplo e profundo do que a maximização dos lucros”. (BRAGA 1994, p. 32).

Em vista disso, dentro do âmbito da administração financeira, “o lucro, conforme determinado pelos princípios contábeis consagrados, não define a efetiva capacidade financeira de pagamento da empresa, pois seu critério de apuração é baseado no regime de competência, e não no de caixa” (NETO E LIMA 2014, p. 13).

Considerando todos os aspectos relacionados a administração financeira, e de tal modo compreendendo sua relevância no contexto organizacional, tendo ela uma importante função dentro das organizações, tem-se que a mesma deve ser exercida “por pessoas ou um grupo de pessoas, que podem ter diferentes denominações, como: vice-presidente de finanças, diretor financeiro, controller e gerente financeiro” (HOJI, 1999, p. 22). Ou seja, os profissionais responsáveis pela administração financeira devem estar bem preparados e conscientes em relação aos principais objetivos da organização bem como da própria administração financeira.

Estes devem ainda interagirem com as demais áreas tendo em vista que essa comunicação tornará mais eficiente o processo da tomada de decisão.

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Gitman, (2010, p. 9) ressalta ainda que, “o principal princípio econômico usado na administração financeira é o da análise marginal custo-benefício, segundo o qual as decisões financeiras devem ser tomadas e atos têm de ser praticados somente quando os benefícios adicionais superarem os custos adicionais”. Em vista disso o administrador financeiro deve estar sempre a par das variações econômicas afim de se sobressair em qualquer que seja a circunstância, estando preparado para todo e qualquer desafio que possa vir a enfrentar.

Compete lembrar ainda que, conforme definições trazidas por Weston e Brigham (2004, p. 5), “a Administração financeira é importante em todos os tipos de negócio, incluindo-se bancos e outras instituições financeiras, bem como indústrias e empresas varejistas”. Considerando tal colocação, pode-se afirmar também que se for aplicado os ensinamentos da administração financeira em outras áreas como, por exemplo, nas finanças pessoais será possível obter êxito nas decisões tomadas relacionadas a gestão da residência, o que poderá contribuirá com o crescimento e desenvolvimento do indivíduo como profissional.

Por fim, conhecendo e sabendo interpretar o que se refere administração e relacionando a com a área financeira, entende-se por administração financeira tudo aquilo que se refere ou tem relação com a gestão dos recursos de capital das organizações, muito embora a mesma possa ser utilizada no dia a dia das pessoas na gestão dos recursos particulares, não somente nas organizações, ou seja, a administração financeira possibilita o planejamento, análise de investimentos e financiamentos, visando sempre o desenvolvimento organizacional, evitando desperdícios e maximizando o lucro (NETO E IMA 2014; ROSS, WESTERFIELD, JORDAN 1997; HOJI 1999; BRAGA 1994; GITMAN 2010; WESTON E BRIGHAM 2004).

Em vista disso, nos próximos tópicos serão abordadas importantes definições de autores acerca do planejamento financeiro, visando proporcionar uma melhor compreensão a respeito do mesmo.

3.1.1 Planejamento financeiro

Conforme mencionado anteriormente, o planejamento financeiro é uma importante ferramenta da administração financeira, sendo que através do mesmo é possível manter uma melhor organização da função financeira além de possibilitar melhor aproveitamento dos recursos e em vista disso atingir o objetivo traçado no que se refere a maximização dos lucros. Para Lacombe (2008, p, 162), “o Planejamento pode ser visto como: (a) determinação da

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direção a ser seguida para se alcançar um resultado desejado ou como (b) a determinação

consciente de cursos de ação, isto é, rumos”.

O autor ressalta ainda que “ele engloba decisões, com base em objetivos, em fatos e na estimativa do que ocorreria em cada alternativa. Planejar é, portanto, decidir antecipadamente o que fazer, de que maneira fazer, quando fazer e quem deve fazer”. Seguindo a mesma linha de pensamento, Chiavenato (2000, p. 195) explica o planejamento como,

um processo que começa com os objetivos e define os planos para alcançá-los. Esta definição faz o estabelecimento dos objetivos a serem alcançados o ponto de partida do planejamento. A fixação dos objetivos é a primeira coisa a ser feita: saber onde se pretende chegar para se saber exatamente como chegar até lá.

Conforme Maximiano (2004, p. 107), o processo de planejar compreende três elementos principais:

obtenção ou identificação de dados de entrada, processamento dos dados de entrada (processo de planejamento propriamente dito) e elaboração de um plano. Cada um desses três elementos é um processo decisório em si: a decisão de reconhecer os dados de entrada como impulsionadores do processo de planejamento, a decisão de utilizá-los para planejar e as decisões envolvidas na elaboração dos planos.

Segundo o autor, o processo tem ainda três finalidades principais: antecipação a situações previsíveis, predeterminação de acontecimentos e preservação da lógica entre eventos. Em outras palavras, “o processo de planejamento permite que a organização tenha controle sobre seu próprio futuro – ela não deixa o futuro ao acaso e procura definir um caminho a ser seguido para não ser apanhada de surpresa” (MAXIMIANO, 1995, p. 197, 199).

Após elencar algumas definições de planejamento de modo geral, compreende-se que o mesmo pode e deve ser utilizado em todas as áreas da empresa, contudo o principal objetivo deste tópico é possibilitar a compreensão do planejamento financeiro, ou seja, voltado especificamente para a área de finanças.

Sendo assim, o planejamento financeiro envolve dois aspectos centrais, que são o planejamento de caixa e a projeção de lucros. O planejamento de caixa envolve o orçamento de caixa, ou projeção de caixa. A projeção de lucros baseia-se na demonstração do resultado e no balanço patrimonial proforma. (GITMAN, 2010, p. 122).

Nesse contexto, é através do planejamento financeiro que o empresário poderá ter maior clareza acerca de todas as movimentações, seja elas receitas ou despesas, além disso é possível realizar uma análise mais ampla do cenário projetado para o futuro, tendo em vista que os objetivos tornam-se mais claros a partir da visualização que o processo de planejar irá

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proporcionar, o estabelecimento de metas é outro aspecto importante, visto que estas serão responsáveis pelo alcance ou não alcance do objetivo proposto.

Para estimular e facilitar a compreensão acerca do assunto, apresentam-se as considerações de Braga (1994, p. 230), onde segundo ele, “o planejamento financeiro global compreende a programação avançada de todos os planos da administração financeira e a integração e coordenação desses planos com os planos operacionais de todas as áreas da empresa”. Desse modo o planejamento financeiro global compreende os seguintes passos:

 Estimar os recursos que serão necessários para executar os planos operacionais da empresa;

 Determinar o montante de tais recursos que poderá ser obtido no âmbito da própria empresa e quanto deverá provir de fontes externas;

 Identificar os melhores meios e fontes para a obtenção de recursos adicionais, quando se fizerem necessários;

 Estabelecer o melhor método para aplicação de todos os recursos, obtidos interna ou externamente, para executar os planos operacionais.

Em acordo as definições anteriores têm-se as contribuições de Ross, Westerfield, Jordan (1997, p. 82) “o planejamento financeiro estabelece o modo pelo qual os objetivos financeiros podem ser alcançados. Um plano financeiro é, portanto, uma declaração do que deve ser feito no futuro”.

Cabe destacar que ambos os autores possuem pensamentos semelhantes e que todos os passos na elaboração e execução de um planejamento sólido envolvem informações advindas principalmente da própria empresa, ou seja, na elaboração do plano deve se ter o máximo de conhecimento acerca do funcionamento da organização, isso tornará a argumentação quanto aos objetivos mais consistente, além disso, nota-se que todos os recursos advindos ou não da organização deverão ser administrados de forma que gerem bons resultados para a organização, e tais resultados somente serão satisfatórios se houver um plano financeiro adequado e se o mesmo será posto em prática minuciosamente.

Segundo Frezatti, (1999, p. 35),

Plano financeiro corresponde a etapa em que as demonstrações financeiras são disponibilizadas e a análise global é viabilizada. A função do plano financeiro é garantir que todas as decisões tomadas nos vários sub planos sejam transformadas em um único denominador, no caso, o monetário.

Com o planejamento sendo seguido, o gestor terá em suas mãos a oportunidade de compreender melhor seus resultados, trazer objetivos financeiros mensuráveis identificar possíveis falhas na gestão de recursos por exemplos e deste modo aprimorar seus processos de gerenciamento.

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“Planejar é quase uma necessidade intrínseca, como o alimentar-se para o ser humano. Não se alimentar significa enfraquecimento e o mesmo ocorre com a organização, caso o planejamento não afete o seu dia a dia dentro do seu horizonte mais de longo prazo” (FREZATTI, 1999, p. 22).

Seguindo a linha de pensamento, “o planejamento consiste em estabelecer com antecedência as ações a serem executadas dentro de cenários e condições preestabelecidos, estimando os recursos a serem utilizados e atribuindo as responsabilidades, para atingir os objetivos fixados”. Para o estabelecimento das ações é importante que as informações utilizadas sejam as mais exatas possíveis e o histórico da empresa para planejar os objetivos em relação aos lucros também é essencial, em vista que, o planejamento deverá estar condizente com as condições da empresa (HOJI, 1999, p. 324).

Além de todas as ações que o planejamento envolve mencionadas anteriormente, segundo Weston e Brigham, (2004, p. 343), “o planejamento financeiro envolve ainda a realização de projeções de vendas, renda e ativos baseada em estratégias alternativas de produção e de marketing, seguidas pela decisão de como atender às necessidades financeiras previstas”.

Com o intuito de explicar o processo de planejamento, em sua obra Hoji (1999, p. 325)

apud Oliveira, (1995 p. 35-36) apresenta os princípios norteadores do planejamento, segundo

o autor eles podem ser classificados em duas modalidades, sendo gerais ou específicos, assim os princípios gerais de planejamento são:

a) Princípio da contribuição aos objetivos: deve-se viabilizar a realização dos objetivos máximos da empresa, através da hierarquização dos objetivos estabelecidos, considerando-se a interligação entre eles;

b) Princípio da precedência: corresponde a uma função administrativa que vem antes das outras (organização, direção e controle);

c) Princípio da maior penetração e abrangência: o planejamento pode provocar uma série de modificações nas características e atividades da empresa;

d) Princípio da maior eficiência, eficácia e efetividade: o planejamento deve maximizar os resultados e minimizar as deficiências.

Já os princípios específicos segundo Hoji (1999, p. 325) apud Oliveira, (1995 p. 37-36) são:

a) Planejamento participativo: o papel do responsável pelo planejamento é o de facilitar o processo de sua elaboração pelas próprias áreas envolvidas nesse processo; b) Planejamento coordenado: deve ser levado em consideração que a maioria dos aspectos envolvidos no planejamento são interdependentes;

c) Planejamento integrado: geralmente, os objetivos são escolhidos pelos escalões superiores e os meios para atingi-los são fornecidos pelos escalões médios e inferiores da organização;

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Apesar da importância, do planejamento financeiro para as organizações, segundo, Sobrinho, (s/ data, p. 524)

Ainda há resistência por parte do empresário, pois muitos ainda preferem fazer controle de todo os departamentos da organização sozinhos, tratando tudo por igual e sendo que não é o correto e com essa falta de experiência em planejar e não ter conhecimento dos recursos suficientes eles acabam controlando a seu modo, em outras vezes não tem o conhecimento necessário para executar tal tarefa acaba prejudicando e até mesmo impedindo o crescimento da organização.

Neste sentido, para os proprietários de pequenos negócios ou de empresas que estão adentrando no mercado é necessário salientar que “planejamento financeiro procura evidenciar as necessidades de crescimento da empresa, assim como identificar eventuais dificuldades e desajustes futuros”, ou seja, a partir do momento que o empreendedor compreender as vantagens de crescimento estabelecidos com a implementação do processo ele também compreenderá a real importância do mesmo, sendo convencido de que é necessário elaborá-lo seja de curto ou longo prazo (NETO E LIMA 2014, p. 9).

Neto e Lima (2014, p. 9) trazem ainda que, “por meio deste planejamento, ainda, é possível ao administrador financeiro selecionar, com maior margem de segurança, os ativos mais rentáveis e condizentes com os negócios da empresa de forma a estabelecer uma rentabilidade mais satisfatória sobre os investimentos”.

Além disso, planejar envolve sem sombra de dúvidas raciocínio, busca de informação, o que pode soar como aumento de trabalho, contudo a classe empresarial deve ter a consciência de que o planejamento financeiro irá facilitar o dia a dia da organização na busca pelos seus objetivos, isto por que uma das principais vantagens proporcionadas por esse processo é a de tornar o processo decisório mais fácil e tranquilo, isto é, a partir do planejamento são vistas e revistas inúmeras possibilidades, seja elas de sucesso ou até mesmo de falhas.

Para finalizar é importante destacar que, “sem planejamento realista, fica difícil reservar algo para investir. Portanto, você deve aprender a organizar sua vida financeira, para descobrir como transformar os sonhos de hoje em uma realidade futura” (NETO E LIMA, 2014, p. 8). Entretanto, só realizar o planejamento não é o suficiente, é necessário colocá-lo em prática e monitorá-lo, assim em acordo a este assunto, no próximo item será abordado o tema controle financeiro afim de compreender e dar continuidade no processo de aprendizado.

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3.1.2 Controle Financeiro

Não basta realizar o planejamento financeiro, visualizar as oportunidades, definir metas e objetivos, tomar decisões acerca do futuro da empresa, se o mesmo não será posto em prática, e monitorado de perto. As falhas ocorrem justamente pelo motivo de os gestores dispensarem tempo e energia na realização do planejamento e acharem que é o suficiente, entretanto esquecem-se do mais importante, acompanhar a execução do mesmo e isso deverá ser realizado por meio do controle.

A finalidade do controle é assegurar que os resultados do que foi planejado, organizado e dirigido se ajustem tanto quanto possível aos objetivos previamente estabelecidos. A essência do controle reside na verificação se a atividade controlada está ou não alcançando os objetivos previamente ou resultados desejados. O controle consiste fundamentalmente em um processo que guia a atividade exercida para um fim previamente determinado (MAXIMIANO, 1995, p. 418).

Assim, controlar significa “acompanhar a execução de atividades e comparar periodicamente o desempenho efetivo com o planejado. A função de controle envolve também a geração de informações para tomada de decisões e correção do eventual desvio do desempenho em relação ao originalmente projetado”. (HOJI, 1999, p. 328)

Segundo Braga (1994, p. 230) “o Controle financeiro é desenvolvido através do acompanhamento da execução do planejamento financeiro global, empregando-se as técnicas de análise e mediante a investigação das causas das variações orçamentárias”. Seguindo esse raciocínio, para Lacombe (2008, p. 175) “controlar abrange: (a) acompanhar ou medir alguma coisa, comparar resultados obtidos com previstos e tomar as medidas corretivas cabíveis; ou de outra forma, (b) compreende a medida de desempenho em comparação com objetivos e metas predeterminadas”.

Basicamente o controle financeiro consiste em um conjunto de ações utilizadas na verificação da execução dos planos traçados e estabelecidos no planejamento, além disso, a partir da metodologia utilizada nesse processo é possível definir medidas necessárias para o reparo de possíveis falhas. De tal modo, “o controle situa-se na fase de implementação dos planos, caracterizando-se como um processo de ajustamento em feedback para: (1) assegurar que os planos sejam seguidos; e (2) modificar os planos existentes em resposta a mudança no ambiente operacional”. (WESTON, BRIGHAM ,2004, p. 343)

Em outras palavras, controle financeiro está diretamente ligado ao processo de planejar, além disso, diz respeito ao monitoramento de informações e recursos advindos das atividades

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exercidas pela empresa, o controle financeiro possibilita que o gestor coordene as atividades realizadas bem como acompanhe por meio de avaliações as condições financeiras da empresa.

Isso porque de acordo com Braga (1994, p. 230) “o controle permite obter informações com rapidez, comparar os planos com os desempenhos reais e fornecer um meio para a realização de um processo de feedback no qual o sistema pode ser transformado para que atinja uma mais perfeita atuação”. Segundo Maximiano (1995, p. 418) “o processo de controle consiste em fazer a comparação e tomar a decisão de confirmar ou modificar os objetivos e os recursos empregados em sua realização”.

Assim na concepção do autor o processo de controle está ligado à consecução de objetivos. Para realizar objetivos é preciso dispor de informações, sobre os próprios objetivos e sobre as atividades que procuram concretizá-los. O processo de controle produz e usa informações para tomar decisões. De tal modo, para controlar é preciso saber o que deve ser controlado (MAXIMIANO, 2004, p. 122, 124).

O controle financeiro se dedica a acompanhar e avaliar todo o desempenho financeiro da empresa, como custos e despesas, margem de ganhos, volume de vendas, liquidez de caixa endividamento etc. Análises de desvios que venham a ocorrer entre os resultados previstos e realizados assim como propostas de medidas corretivas necessárias, são algumas das funções básicas da controladoria financeira (NETO, LIMA, 2014, p. 9).

Para finalizar pode se dizer então que, “controlar em essência, é um processo de tomar decisões que tem por finalidade manter um sistema na direção de um objetivo, com base em informações continuas sobre as atividades do próprio sistema e sobre o objetivo”. (MAXIMIANO, 2004, p.123). Além disso de acordo com Favero, (S/ Data, p.5) apud Iudícibus (2010, p. 37):

O controle financeiro estabelece diretrizes de mudanças na empresa especialmente no que concerne ao controle de ações para atingir objetivos e metas em curto e longo prazos. Essa ação permite aos gestores interpretar os dados internos e externos da organização e cenarizar as políticas financeiras sobre as quais a empresa deve decidir visando seu crescimento e a sua rentabilidade. O controle é uma parte essencial da estratégia de qualquer empresa. Portanto trata-se de um instrumento efetivo de controle pela sua natureza tática e operacional.

Nesse sentido, compreende-se a real importância do controle financeiro dentro das organizações, além dos mais diversos benefícios proporcionados pelo mesmo, ele possibilita o atingimento dos objetivos propostos e tão almejados pela empresa, sendo considerado essencial e aplicável em toda e qualquer empresa, através dele é possível programar e executar o planejamento com a devida precisão.

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Finalizada a exposição das definições acerca de planejamento e controle financeiro, cabe destacar que apesar de estes serem aplicados em organizações, sua metodologia pode e deve ser utilizada também nas finanças pessoais, o que irá possibilitar que o indivíduo consiga utilizar seu dinheiro de maneira muito mais segura e satisfatória. Para compreender mais acerca do termo de finanças pessoais, no próximo tópico serão expostas as principais ideias com relação ao assunto.

3.2 FINANÇAS PESSOAIS

O termo finanças pessoais, desde os tempos antigos até o momento atual apresenta grande relevância no cotidiano do brasileiro, que por muitas décadas enfrentou várias moedas e instabilidades econômicas, inflação exorbitante, que o obrigaram a repensar a forma de gastar o seu dinheiro e a criar maneiras de como fazê-lo durar mais.

Segundo Maturama, et al (2015, p. 3):

Durante o processo evolutivo da civilização humana a relação com o dinheiro foi tomando força e importância no dia-a-dia. Todo o indivíduo faz uso do dinheiro para realizar as atividades inerentes à sua existência. Essa convivência homem-dinheiro inicia-se já nos primeiros anos de vida, e as primeiras lições em relação ao seu uso são transmitidas pelo grupo familiar. Logo o indivíduo se insere em mais um grupo social, a escola, que lhe abre portas para outros grupos, onde é possível integrar mais conhecimento e experiência em relação ao uso do dinheiro.

Em seus estudos, Neto e Lima (2014, p. 7), destacam que, “no mundo de hoje e, principalmente no Brasil, com uma relativa estabilidade da moeda, as pessoas estão aprendendo a dimensionar o valor do dinheiro que ganham e, com isso, dar bom uso às eventuais sobras financeiras, visando uma melhor comodidade no futuro”.

Com isso, diversas formas de poupar são utilizadas, desde as mais simples, como guardar dinheiro “embaixo do colchão”, que por mais engraçado que possa parecer, era muito utilizado, até as formas mais seguras de aplicar o tão suado dinheiro do seu trabalho.

Em pesquisa realizada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e apresentada pela Uol (2018) a respeito das formas de guardar dinheiro os seguintes resultados foram obtidos:

As ações foram citadas espontaneamente como um tipo de investimento por 11% dos entrevistados, perdendo apenas para a poupança, que teve 32% das respostas espontâneas. Na sequência aparecem fundos de investimento (9%), títulos públicos via Tesouro Direto (8%), títulos privados (7%), imóveis (6%), previdência privada (3%), títulos de capitalização (3%) e moedas digitais (2%).

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Em vista disso, compreende-se que no Brasil, uma das formas mais populares de guardar dinheiro é o investimento na poupança, por mais que de muitos anos para cá os rendimentos neste tipo de aplicação não são tão generosos, ainda é uma das formas mais seguras e preferida por grande parte da população, em virtude de não apresentar grandes riscos.

Ainda segundo este estudo, boa parte da população opta pela segurança da caderneta, enquanto a possibilidade de obter ganhos maiores com participações no lucro de empresas aparece apenas no quinto lugar entre as preferências para investir (CEF, 2019).

Segundo a Caixa econômica Federal (2019) a poupança é a opção de investimento mais segura, acessível e adequada a todos os perfis, desde os pequenos poupadores a grandes investidores. Além de ser garantida pelo governo, a poupança tem suas regras de funcionamento definidas pelo Banco Central. A remuneração é regulamentada por lei e corresponde até 0,5% de juros ao mês, a depender da variação da SELIC, calculados sobre os valores depositados, acrescida da variação da TR – Taxa Referencial

Se por um lado a poupança ainda é uma das formas mais populares e seguras para se investir, por outro, novas modalidades de investimento vêm ganhando mercado nos últimos anos, oferecendo uma nova forma de poupar dinheiro ganhando mais sobre o que é aplicado, entre as principais modalidades estão a Bolsa de Valores (ações), Tesouro Direto, CDB e outros.

As ações são investimentos de renda variável, pois apresentam mais variação no valor aplicado e maior potencial de rentabilidade. Só deve investir em ações quem tem recursos para serem aplicados no longo prazo e tolerância para as variações no valor da aplicação. Quando você compra ações de uma empresa, vira sócio dela. Então, o seu risco é o de ser dono de um negócio. Pois todo mundo já viu empresas que se saem bem e outras que nem tanto (B3, 2019).

Apesar do risco ser superior ao da poupança, investir em ações da Bolsa de Valores tem grandes vantagens conforme a B3 (2019):

 Não é preciso muito dinheiro para começar;  Você recebe dividendos periodicamente;  Potencial de boa rentabilidade no longo prazo;

 Você pode comprar ou vender suas ações no momento em que quiser;

 É possível alugar suas ações fazendo um empréstimo de ativos e ganhar um rendimento extra;

 O Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos é cobrado apenas na saída do investimento e se o resgate for maior do que R$20 mil.

Com relação ao investimento no tesouro direto de acordo com a B3 (2019), é uma alternativa em que o investidor sabe, no momento da aplicação, quanto o seu dinheiro vai render no futuro. Além de ser um produto simples de investir e possibilitar a escolha por títulos que rendam algum dinheiro ao investidor no curto, no médio e no longo prazo, é extremamente seguro.

Referências

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