• Nenhum resultado encontrado

Identificação dos principais fatores de influência no potencial de abrangência da inovação de produto nas empresas

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Identificação dos principais fatores de influência no potencial de abrangência da inovação de produto nas empresas"

Copied!
141
0
0

Texto

(1)

UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da

Comunicação Curso de Administração Trabalho de Conclusão de Curso

VALQUÍRIA MARCHEZAN COLATTO MARTINS Orientador: Dr. Dieter Rugard Siedenberg

IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS FATORES DE

INFLUÊNCIA NO POTENCIAL DE ABRANGÊNCIA DA

INOVAÇÃO DE PRODUTO NAS EMPRESAS

Trabalho de Conclusão de Curso

(2)

VALQUÍRIA MARCHEZAN COLATTO MARTINS Orientador: Dr. Dieter Rugard Siedenberg

IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS FATORES DE

INFLUÊNCIA NO POTENCIAL DE ABRANGÊNCIA DA

INOVAÇÃO DE PRODUTO NAS EMPRESAS

Trabalho de Conclusão de Curso

Trabalho de Conclusão de Curso de Administração da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial à conclusão de Curso e consequente obtenção de título de Bacharel em Administração.

(3)

UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da

Comunicação Curso de Administração

A banca Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso

IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS FATORES DE INFLUÊNCIA

NO POTENCIAL DE ABRANGÊNCIA DA INOVAÇÃO DE

PRODUTO NAS EMPRESAS

Elaborado por

VALQUÍRIA MARCHEZAN COLATTO MARTINS

Como requisito parcial à conclusão de Curso e consequente obtenção de título de Bacharel em Administração.

Banca Examinadora

Prof. Dr. Dieter Rugard Siedenberg (Orientador) – DACEC/Unijuí

(4)

DEDICATÓRIA

Ao meu esposo Rogério Martins, por sempre estar ao meu lado em todos os momentos. Foi quem oportunizou as condições para que um dia esse sonho se concretizasse. Agradeço pelo seu amor, respeito, companheirismo e incentivo. É com imenso amor e carinho que dedico-lhe este trabalho.

(5)

AGRADECIMENTOS

Mais um objetivo de vida é alcançado, um momento acompanhado de muitos sentimentos, entre eles, a alegria, a ansiedade, a emoção e um sentimento de dever cumprido. Através deste trabalho, que é resultado de três anos de pesquisa científica, concretizo mais uma etapa da minha vida.

Muitas experiências acumuladas e sem dúvida muito conhecimento que pretendo levar comigo para toda vida, não somente conhecimento acadêmico, mas também as experiências que resultam da convivência e interação com outras pessoas.

Quero agradecer a todas aquelas pessoas que sempre estiveram ao meu lado e aquelas que de alguma forma tive o privilégio de compartilhar sua companhia, além das experiências e do conhecimento. São a todas essas pessoas que gostaria de agradecer e reconhecer a importância que tiveram ao longo desta caminhada.

Em primeiro lugar quero agradecer a Deus, pela dádiva da vida, por guiar meu caminho e me conduzir pela vida. A ele minha eterna gratidão.

Em especial ao meu esposo Rogério, minha alma gêmea, a quem agradeço pela atenção e amor dedicados a mim, ao longo desses dez anos que estamos juntos. Agradeço por cada palavra, cada incentivo e orientação ao longo dessa jornada e por nunca medir esforços para que eu pudesse chegar até aqui.

Agradeço especialmente a minha família, a minha mãe Cleni e as minhas irmãs Andréia e Adriana, pela amizade verdadeira.

Ao meu avô Alfredo e minha avó Ana (em memória) pela preocupação e cuidados dedicados a mim na infância e pelos seus ensinamentos que foram fundamentais para meu crescimento.

Aos meus sogros Ari Berti e Maria Elena, que passaram a fazer parte da minha família, meu muito obrigada pelo carinho e respeito e aos demais familiares do Rogério que passaram a ser minha família também.

Aos colegas e amigos que conheci durante o curso e que compartilhei momentos importantes na construção e compartilhamento do conhecimento.

À Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul -UNIJUÍ, pela infraestrutura e qualidade oferecidos pelo curso de Administração. A todos os professores de Administração, que tive a honra de conhecer e aprender mais a cada dia, ao longo de toda a trajetória da graduação. E aos funcionários da instituição e do DACEC pela colaboração.

(6)

Ao meu orientador, Professor Doutor Dieter Rugard Siedenberg, que em 2012, quando ingressei como bolsista de IC, lançou-me o desafio de pesquisar a inovação nas indústrias da região. Agradeço imensamente pela oportunidade e pela disposição em me orientar ao longo desses anos.

Ao examinador, Professor Doutor Marcos Paulo Dhein Griebeler, que ao longo da realização dessa pesquisa, disponibilizou o contato das empresas atendidas pelo PEPI e quem também sempre se mostrou disposto a ajudar, indicando os livros e também emprestando os seus.

As trinta e oito empresas, da região Noroeste do RS, que aceitaram participar da pesquisa e responder ao questionário de coleta dos dados. Muito obrigada por disponibilizarem as informações necessárias ao desenvolvimento desse trabalho.

(7)

IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS FATORES DE INFLUÊNCIA NO POTENCIAL DE ABRANGÊNCIA DA INOVAÇÃO DE PRODUTO NAS

EMPRESAS¹

Valquíria Marchezan Colatto Martins² Dieter Rugard Siedenberg³

¹ Trabalho de Conclusão de Curso em Administração da Unijuí.

² Acadêmica do Curso de Administração da Unijuí, val.colatto@gmail.com. ³ Docente no Mestrado em Desenvolvimento da Unijuí, Orientador,

dieterrs@unijui.edu.br.

Introdução

O cenário atual é caracterizado por um mercado amplamente globalizado, que traz às organizações de todos os níveis e países desafios e incertezas. Neste cenário cada vez mais consolidado a inovação é considerada um fator essencial para que as empresas não apenas garantam sua permanência no mercado, mas, conquistem vantagens competitivas.

Conforme o Manual de Oslo (OCDE, 2004), todas as inovações devem conter algum grau de novidade, sendo três os conceitos para a novidade das inovações: nova para a empresa, nova para o mercado, e nova para o mundo.

Quanto ao grau de novidade ou abrangência da inovação, como alguns atores a chamam, Carvalho, Reis e Cavalcante (2011), salientam que, dependendo de suas características, a organização pode optar por ser seguidora da inovação (inovando para a empresa e, algumas vezes, para o mercado) ou ser pioneira (inovando para o mercado e/ou para o mundo).

Tendo em vista a importância da inovação para que as organizações possam conquistar vantagem competitiva, inovar não é mais apenas uma questão de escolha, pois aquelas que não incorporarem a inovação em seus produtos e processos provavelmente tendem a desaparecer do mercado.

Como a abrangência da inovação pode ser para a empresa, para o mercado ou para o mundo, este estudo tem como objetivo identificar quais os principais fatores que influenciam no potencial de abrangência da inovação de produto nas empresas da região noroeste do RS.

(8)

Metodologia

Em relação aos procedimentos metodológicos da pesquisa, quanto a natureza a pesquisa se classifica como aplicada, quanto a abordagem classifica-se como quali-quantitativa, relacionado aos objetivos é classificada como exploratória, descritiva e explicativa. E quanto aos procedimentos técnicos é classificada como bibliográfica, documental e de campo. O tipo de entrevista utilizada durante a pesquisa de campo classifica-se como entrevista estruturada, pois seguiu-se um roteiro previamente estabelecido e as perguntas eram pré-determinadas. Para a pesquisa de campo foi elaborado um questionário usando como principal referência a 3ª edição do Manual de Oslo, criado pela OCDE.

O principal critério utilizado para a definição do universo amostral foi identificar empresas que lançaram alguma inovação de produto no período de 2010 a 2012. Pode-se dizer que o estudo utilizou uma amostra não probabilística, Pode-selecionada pelo critério de intencionalidade.

Os sujeitos da pesquisa compreendem um grupo de 38 microempresas e empresas de pequeno porte, que têm como principal atividade econômica a Indústria. As empresas estão localizadas na região noroeste do RS e atuam nos setores: Metal-mecânico, Têxtil, Fabricação de Móveis, Fabricação de Alimentos e Artefatos de Cimento.

Para a análise dos resultados, os dados estão agrupados em duas categorias da abrangência da inovação, de forma a permitir a análise dos fatores que influenciam no potencial de inovação de produto, sendo elas:

Seguidoras: composto por 18 empresas que lançaram produto que foi considerado novo para empresa, mas já existente no mercado.

Pioneiras: composto por 20 empresas que lançaram produto que foi considerado novo para o mercado.

Em cada categoria da abrangência da inovação de produto (seguidora e pioneira) foram identificados os fatores de influência, extraindo-se a moda de cada classe e assim, identificando qual a classe que possui a maior participação percentual de empresas, em cada categoria de abrangência.

Resultados e discussão

Levando em consideração a abrangência da inovação de produto nas 38 empresas analisadas, 47,4% (ou 18) apresentaram inovação considerada “nova somente para a empresa” e 52,6% (ou 20) apresentaram inovação considerada “nova para o mercado”.

(9)

No fator Responsáveis pelo desenvolvimento das inovações, na categoria seguidoras destacou-se a classe Funcionários e na categoria pioneiras a classe que se destacou foi um setor da empresa.

No fator Principal origem das ideias de inovação, nas seguidoras a classe de destaque foi sugestão dos funcionários e nas pioneiras se destacou a classe iniciativa própria. Com base nessa última análise, pode-se inferir que a empresa que tem como objetivo se tornar pioneira, precisa ter iniciativa própria, buscando uma atitude mais proativa, prevendo as mudanças antes que aconteçam, antecipando-se, enfim, estando sempre à frente da concorrência.

Em relação ao fator Fontes de apoio financeiro as atividades de inovação, nas seguidoras a classe de maior destaque foi o BNDES, com base no resultado, as empresas que não inovadoras, ou que inovam somente para a empresa, além de utilizar seus próprios recursos, uma fonte externa importante como apoio financeiro nas atividades de inovação seria o BNDES. Na categoria das pioneiras a classe de destaque foi a FINEP.

Ainda, em relação a fontes de apoio externas, no fator Fontes de apoio gerencial, nas seguidoras o destaque foi para a Universidade. Nas pioneiras se destacou o Sebrae. As fontes de apoio gerencial foram apontadas por 26 empresas, considerando que esse grupo é representado por um total de 20, 6 delas, teriam utilizado tanto a Universidade como o SEBRAE, como fonte de apoio gerencial, no período analisado.

O fator Motivações para a busca de apoio externo, nas seguidoras a classe de maior destaque foi a troca de conhecimento e tecnologia e nas pioneiras o destaque foi para a classe adequação a normas e regulamentos.

Com base no resultado do fator motivação, na categoria pioneiras, pode-se inferir que para aquelas empresas que têm a intenção de tornarem-se pioneiras na inovação, é fundamental a motivação em adequar seus processos, melhorar a gestão e também analisar o ambiente externo, buscando novas parcerias como fontes de informação e ideias de inovação.

A análise da Propriedade Industrial foi separada em registro de marca e patente, quanto ao fator Registro de Marca, este não apresentou influência no potencial de abrangência da inovação de produto das seguidoras, porém na categoria pioneiras, o registro de marca foi identificado como um fator de influência no potencial de inovação dessas empresas apresentando percentual de 63,2%.

(10)

O fator Registro de Patente, nas seguidoras, também não é considerado um fator de influência no potencial de inovação dessa categoria, ao passo que na categoria das pioneiras o registro de patente se torna um fator de influência com percentual de 75%. No fator Tomada de decisão, na categoria seguidoras, a classe que apresentou maior participação em percentual de empresas foi a classe proprietários com participação dos funcionários e nas pioneiras foi a classe somente proprietários.

No fator Idade das empresas, na categoria seguidoras, o maior percentual foi para a classe de 1 a 10 anos e nas pioneiras o maior percentual foi para a classe acima de 30 anos.

Com base no fator Pesquisa e desenvolvimento (P&D), na categoria das seguidoras esse fator não apresentou influência no potencial de inovação, enquanto que na categoria das pioneiras, a P&D foi identificada como um fator de influência com percentual de 80%.

Conclusões

Os resultados do estudo demonstraram que existem muitas diferenças nos fatores de influência no potencial de inovação de uma categoria para outra. Ao passo que a responsabilidade pelo desenvolvimento e a principal origem das ideias de inovação, nas seguidoras os funcionários se mostraram presentes nesses dois fatores, nas pioneiras, esses fatores apresentaram participação de um setor da empresa e iniciativa própria. Nas pioneiras foi identificado uma atitude mais proativa, comportamento que explica essas empresas serem inovadoras para o mercado.

Analisando o perfil das duas categorias, também foram encontradas diferenças, pois, ao passo que as seguidoras apresentaram a classe microempresa com maior percentual de participação, nas pioneiras, a classe foi pequena empresa. Sendo, portanto, importante para a inovação de mercado que a empresa apresente um porte maior, da mesma forma, quanto ao fator idade, as seguidoras apresentaram a classe de 1 a 10 anos, já as pioneiras apresentaram a classe acima de 30 anos, o que demonstra a complexidade da inovação para o mercado que exige maior maturidade das empresas.

Conclui-se com este estudo, que para as empresas se tornarem pioneiras (inovação para o mercado), precisam criar um ambiente favorável ao surgimento dessa abrangência da inovação, evidenciou-se que a estrutura necessária, que permite o surgimento dessa inovação, é diferente da estrutura apresentada nas empresas consideradas seguidoras.

(11)

Palavras-Chave: Inovação de produto; Abrangência da inovação; Seguidoras; Pioneiras.

Referências Bibliográficas

CARVALHO, Hélio Gomes de; REIS, Dálcio Roberto dos; CAVALCANTE, Márcia Beatriz. Gestão da inovação. Curitiba: Aymará, 2011. (Série UTFinova).

ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (OCDE). Manual de Oslo: Proposta de Diretrizes para Coleta e

Interpretação de Dados sobre Inovação Tecnológica. Tradução: Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP. 3. ed. [S.I.]. 2004.

(12)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Abrangência da inovação ... 34

Figura 2 - Grau de participação no processo decisório. ... 50

Figura 3 - Os três níveis hierárquicos da organização ... 51

Figura 4 - Modelo empírico da pesquisa. ... 54

Figura 5 - Variáveis explicativas e valor médio dos grupos analisados. ... 57

Figura 6 - Modelo conceitual. ... 60

Figura 7 - Fatores analisados. ... 67

Figura 8 - Idade das empresas. ... 68

Figura 9 - Número de funcionários ... 68

Figura 10 - Porte das empresas ... 69

Figura 11 - Desenvolvimento das inovações. ... 69

Figura 12 - Principal origem das ideias. ... 70

Figura 13 - Processo de tomada de decisão. ... 70

Figura 14 - Investimento médio. ... 71

Figura 15 - Percentual que o investimento representa do faturamento. ... 71

Figura 16 - Fontes de apoio financeiro. ... 72

Figura 17 - Fontes de apoio gerencial. ... 72

Figura 18 - Motivações na busca de apoio externo. ... 73

Figura 19 - Capacitação profissional. ... 73

Figura 20 - Frequência da capacitação profissional. ... 74

Figura 21 - Pesquisa e desenvolvimento (P&D). ... 74

Figura 22 - Propriedade Industrial. ... 75

Figura 23 - Formação que predomina nos três níveis hierárquicos. ... 75

(13)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Fatores que induziram a implantação da inovação tecnológica. ... 58

Gráfico 2 - Abrangência da inovação de produto. ... 80

Gráfico 3 - Responsáveis pelo desenvolvimento das inovações nas seguidoras. ... 81

Gráfico 4 - Responsáveis pelo desenvolvimento das inovações nas pioneiras. ... 82

Gráfico 5 - Principal origem das ideias de inovação nas seguidoras. ... 83

Gráfico 6 - Principal origem das ideias de inovação nas pioneiras. ... 84

Gráfico 7 - Investimento médio em atividades de inovação nas seguidoras. ... 85

Gráfico 8 - Investimento médio em atividades de inovação nas pioneiras. ... 86

Gráfico 9 - Percentual que o investimento médio representa do faturamento anual nas seguidoras. ... 87

Gráfico 10 - Percentual que o investimento médio representa do faturamento anual nas pioneiras. ... 88

Gráfico 11 - Fontes de apoio financeiro às atividades de inovação nas seguidoras. ... 89

Gráfico 12 - Fontes de apoio financeiro às atividades de inovação nas pioneiras. ... 90

Gráfico 13 - Fontes de apoio gerencial às atividades de inovação nas seguidoras. ... 91

Gráfico 14 - Fontes de apoio gerencial às atividades de inovação nas pioneiras. ... 92

Gráfico 15 - Motivações para a busca de apoio externo nas seguidoras. ... 93

Gráfico 16 - Motivações para a busca de apoio externo nas pioneiras. ... 94

Gráfico 17 - Registro de Marca nas seguidoras. ... 95

Gráfico 18 - Registro de Marca nas pioneiras. ... 96

Gráfico 19 - Registro de Patente nas seguidoras. ... 97

Gráfico 20 - Registro de Patente nas pioneiras. ... 98

Gráfico 21 - Tomada de decisão nas seguidoras. ... 99

Gráfico 22 - Tomada de decisão nas pioneiras. ... 100

Gráfico 23 - Capacitação profissional nas seguidoras. ... 101

Gráfico 24 - Capacitação profissional nas pioneiras. ... 102

(14)

Gráfico 26 - Frequência da capacitação nas pioneiras. ... 104

Gráfico 27 - Porte das seguidoras. ... 105

Gráfico 28 - Porte das pioneiras. ... 106

Gráfico 29 - Número de funcionários das seguidoras. ... 107

Gráfico 30 - Número de funcionários das pioneiras. ... 108

Gráfico 31 - Idade das seguidoras. ... 109

Gráfico 32 - Idade das pioneiras. ... 110

Gráfico 33 - P&D nas seguidoras. ... 111

Gráfico 34 - P&D nas pioneiras. ... 112

Gráfico 35 - Formação predominante no nível estratégico das seguidoras. ... 113

Gráfico 36 - Formação predominante no nível estratégico das pioneiras. ... 114

Gráfico 37 - Formação predominante no nível tático das seguidoras. ... 115

Gráfico 38 - Formação predominante no nível tático das pioneiras. ... 116

Gráfico 39 - Formação predominante no nível operacional das seguidoras... 117

Gráfico 40 - Formação predominante no nível operacional das pioneiras. ... 118

Gráfico 41 - Remuneração média adotada no nível estratégico nas seguidoras. ... 119

Gráfico 42 - Remuneração média adotada no nível estratégico nas pioneiras. ... 120

Gráfico 43 - Remuneração média adotada no nível tático nas seguidoras. ... 121

Gráfico 44 - Remuneração média adotada no nível tático nas pioneiras. ... 122

Gráfico 45 - Remuneração média adotada no nível operacional seguidoras. ... 123

(15)

15 LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Evolução na taxa de inovação no Brasil. ... 24

Tabela 2 - Taxa de inovação de produto e de processo 2009-2011. ... 24

Tabela 3 – Classificação das indústrias quanto ao porte. ... 26

Tabela 4 – Taxa da inovação mundial 2009-2011. ... 27

Tabela 5 - Perfil dos sujeitos da pesquisa. ... 65

Tabela 6 - Análise dos dados por coluna. ... 78

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

FAPERGS – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul FIERGS - Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul

FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos

GEPITE – Grupo de Estudos sobre Produção, Inovação, Tecnologia e Empreendedorismo da Unijuí

GTI – Gestão da Tecnologia e Inovação

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia

MPMEs - Micro, pequenas e médias empresas

OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico PINTEC - Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

(16)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 18 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 21 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ... 21 1.2 QUESTÃO DO ESTUDO ... 28 1.3 OBJETIVOS ... 28 1.3.1 Objetivo Geral ... 28 1.3.2 Objetivos específicos ... 28 1.4 JUSTIFICATIVA ... 29 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 31 2.1 CONCEITOS DE INOVAÇÃO ... 31 2.1.1 Intensidade da inovação ... 32 2.1.2 Abrangência da inovação ... 34 2.1.3 Inovação de produto ... 35 2.1.4 Gestão da Inovação ... 35

2.1.5 Fontes de apoio à inovação ... 38

2.1.6 Inovação na pequena empresa ... 39

2.1.7 Cultura de inovação ... 40

2.2 EMPREENDEDORISMO, INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE ... 41

2.3 DESENVOLVIMENTO LOCAL ... 42 2.3.1 Inovação localizada ... 43 2.4 PROPRIEDADE INTELECTUAL ... 44 2.5 PESQUISA E DESENVOLVIMENTO ... 45 2.6 ERA DO CONHECIMENTO ... 45 2.6.1 Capital humano ... 47

2.6.1.1 Capacitação do capital humano ... 48

2.7 TOMADA DE DECISÃO ... 48

2.7.1 Níveis decisórios ... 49

2.7.2 O tomador de decisões ... 49

2.8 NÍVEIS HIERÁRQUICOS DAS ORGANIZAÇÕES ... 50

3 TRABALHOS RELACIONADOS ... 53

3.1 ANÁLISE DOS FATORES DE INFLUÊNCIA NA PROPENSÃO À INOVAÇÃO DA INDÚSTRIA PAULISTA ... 53

(17)

3.2 FATORES INDUTORES À INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA

MADEIREIRA DA REGIÃO DE LAGES/SC ... 55

3.3 RELAÇÃO ENTRE INOVAÇÃO, CAPACIDADE INOVADORA E DESEMPENHO: O CASO DAS EMPRESAS DA REGIÃO DA BEIRA INTERIOR 59 4 METODOLOGIA ... 62

4.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 62

4.1.1 Quanto a natureza ... 62

4.1.2 Quanto a abordagem ... 62

4.1.3 Quanto aos objetivos ... 63

4.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos ... 64

4.2 UNIVERSO AMOSTRAL ... 65

4.3 SUJEITOS DA PESQUISA ... 65

4.4 PLANO DE COLETA DE DADOS ... 66

4.4.1 Questionário ... 66

4.4.2 Tipo de entrevista ... 77

4.5 PLANO DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 77

5 RESULTADOS ... 79

5.1 ABRANGÊNCIA DA INOVAÇÃO DE PRODUTO ... 79

5.2 RESPONSÁVEIS PELO DESENVOLVIMENTO DAS INOVAÇÕES ... 80

5.3 PRINCIPAL ORIGEM DAS IDEIAS DE INOVAÇÃO ... 82

5.4 INVESTIMENTO MÉDIO EM ATIVIDADES DE INOVAÇÃO ... 84

5.5 PERCENTUAL QUE O INVESTIMENTO MÉDIO REPRESENTA DO FATURAMENTO ANUAL ... 86

5.6 FONTES DE APOIO FINANCEIRO ÀS ATIVIDADES DE INOVAÇÃO .. 88

5.7 FONTES DE APOIO GERENCIAL ÀS ATIVIDADES DE INOVAÇÃO ... 90

5.8 MOTIVAÇÕES PARA A BUSCA DE APOIO EXTERNO ... 92

5.9 REGISTRO DE MARCA ... 94

5.10 REGISTRO DE PATENTE ... 96

5.11 TOMADA DE DECISÃO ... 98

5.12 CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL ... 100

5.13 FREQUÊNCIA DA CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL ... 102

5.14 PORTE DAS EMPRESAS ... 104

5.15 NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS ... 106

(18)

5.17 PESQUISA E DESENVOLVIMENTO ... 110

5.18 FORMAÇÃO QUE PREDOMINA NOS TRÊS NÍVEIS HIERÁRQUICOS 112 5.18.1 Nível Estratégico ... 112

5.18.2 Nível Tático ... 114

5.18.3 Nível Operacional ... 116

5.19 REMUNERAÇÃO MÉDIA ADOTADA NOS TRÊS NÍVEIS HIERÁRQUICOS ... 118 5.19.1 Nível Estratégico ... 118 5.19.2 Nível Tático ... 120 5.19.3 Nível Operacional ... 122 CONCLUSÃO ... 125 REFERÊNCIAS ... 128 APÊNDICE ... 132

(19)

INTRODUÇÃO

O contexto socioeconômico atual, caracterizado por um mercado amplamente globalizado, traz às organizações de todos os níveis e países desafios e incertezas. Neste cenário cada vez mais consolidado a inovação é considerada um fator essencial para que as empresas não apenas garantam sua permanência no mercado, mas, conquistem vantagens competitivas. Para tanto, é preciso existir uma cultura interna voltada à inovação, capacitando às pessoas, disponibilizando espaço para a criatividade e desenvolvimento de inovações, tornando a inovação não apenas um ato isolado, mas sim uma atividade sistêmica e contínua.

Para que a inovação realmente se torne sistêmica, é fundamental o seu gerenciamento, a gestão da inovação deve ser um processo que envolva todos os recursos disponíveis na organização, ou seja, as pessoas, os materiais, a tecnologia disponível e os recursos financeiros precisam ser mobilizados para que a inovação seja uma atividade constante.

As informações, os recursos humanos e a tecnologia são elementos fundamentais para que a gestão de uma empresa consiga direcionar seus esforços conjuntamente com os seus colaboradores no sentido de alcançar os objetivos estabelecidos. (MANÃS, 2001, p.159)

Outro fator importante para que a inovação aconteça é a existência de um ambiente favorável, com agentes capazes de apoiar e proporcionar o financiamento das atividades inovativas, considerando, sobretudo, que a inovação pode contribuir para o desenvolvimento socioeconômico local e/ou regional.

Conforme preconiza a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2004) no Manual de Oslo, o processo de globalização pode ser visto como uma força poderosa para a inovação. A competição internacional força as empresas a aumentar sua eficiência e desenvolver novos produtos. A globalização pode também mudar a estrutura industrial das economias, impelindo-as a desenvolver novas indústrias e a adaptar suas estruturas institucionais.

A inserção das empresas, tanto no mercado local quanto no mercado mundial está exigindo, cada vez mais, a qualificação da produção, dos processos, dos produtos e da gerência. Empregos, salários, impostos, qualidade de vida, entre inúmeros outros fatores, dependem, em grande escala, dessa capacidade gerencial e operacional de inserção no mundo globalizado.

(20)

Assim, evidencia-se a necessidade de maior compreensão do processo de inovação nas organizações e a identificação dos principais fatores que podem realmente influenciar no potencial inovador das empresas, pois ao identificá-los, será possível direcionar as ações de modo a buscar desenvolver a capacidade de inovação nas empresas.

Neste trabalho é apresentada a contextualização do estudo na qual constam a apresentação do tema, a formulação da questão de estudo, a definição dos objetivos geral e específicos e a justificativa para realização da pesquisa. Na sequência consta o referencial teórico com conceitos dos principais autores que darão sustentação ao tema, seguido da listagem das referências consultadas. Posteriormente, tem-se a relação dos trabalhos que estão relacionados com o tema do estudo, seguido do capítulo da metodologia e após é apresentado o capítulo dos resultados. Por fim, consta as referências e apêndice.

(21)

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

A contextualização do estudo refere-se à apresentação do tema, a formulação da questão de estudo, bem como os objetivos e a justificativa.

1.1APRESENTAÇÃO DO TEMA

A inovação, conforme conceito criado por Drucker (2001), pode ser a descoberta de novos usos para velhos produtos e acima de tudo ela não é uma invenção e não pode ser considerada uma função isolada, ficando confinada à engenharia ou à pesquisa, mas sim alcançar todas as partes da empresa, todas as funções, todas as atividades.

Para o autor a inovação pode ainda ser definida como a tarefa que dota os recursos humanos e materiais de novas e maiores capacidades de produzir riquezas.

No entendimento de Robbins e Decenzo (2004), inovação é o processo de tomar uma ideia criativa e torná-la um produto, serviço ou método de operação útil, e a organização inovadora é caracterizada pela habilidade de canalizar suas essências criativas para resultados úteis.

Uma organização pode realizar vários tipos de mudanças em seus métodos de trabalho, seu uso de fatores de produção e os tipos de resultados que aumentam sua produtividade e seu desempenho comercial. O Manual de Oslo (OCDE, 2004), define quatro tipos de inovações que encerram um amplo conjunto de mudanças nas atividades das empresas:

• Inovação de produto: é a introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que concerne a suas características ou uso previstos. Incluem-se melhoramentos significativos em especificações técnicas, componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso ou outras características funcionais.

• Inovação de processo: é a implementação de um método de produção ou distribuição novo ou significativamente melhorado. Incluem-se mudanças significativas em técnicas, equipamentos e/ou softwares.

• Inovação organizacional: é a implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização de seu local de trabalho ou em suas relações externas.

• Inovação de marketing: é a implementação de um novo método de marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou em sua

(22)

embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de preços.

Ainda conforme o manual, todas as inovações devem conter algum grau de novidade, sendo três os conceitos para a novidade das inovações: nova para a empresa, nova para o mercado, e nova para o mundo.

Nesta mesma linha Carvalho, Reis e Cavalcante (2011), afirmam que a abrangência da inovação pode ser para a empresa, para o mercado ou para o mundo:

• Para a empresa: são inovações limitadas ao ambiente interno, como desenvolver e implementar um produto já adotado por concorrentes, no qual na visão do empresário vale apena investir, nesse caso a inovação será para a própria empresa.

• Para o mercado: quando a empresa é a primeira a introduzir uma inovação em seu mercado, seja no âmbito regional ou setorial.

• Para o mundo: ocorre quando a empresa introduz pela primeira vez nos mercados nacionais e internacionais, neste caso são produtos de maior conteúdo tecnológico e que necessitam de atividades de P&D.

Dependendo de suas características, a organização pode optar por ser seguidora da inovação (inovando para a empresa e, algumas vezes, para o mercado) ou ser pioneira (inovando para o mercado e/ou para o mundo). (CARVALHO, REIS e CAVALCANTE, 2011, p. 37).

Segundo os autores também há a opção de fazer da inovação algo ocasional, esporádico e totalmente dependente de insights, ou ainda ser intencional, no caso de a inovação estar prevista na estratégia da organização. Muitas empresas só inovam quando há pressão de clientes ou por ameaça de perda imediata de mercado, estas são consideradas pelos autores, empresas tipicamente de atitude reativa, já outras optam por inovar pelo empreendedorismo em busca de diferenciação constante da concorrência, estas visam à liderança de mercado, sendo consideradas de atitude proativa.

De acordo com o Manual de Oslo (OCDE, 2004), as empresas que são pioneiras (inovação para o mercado) na implementação de inovações podem ser consideradas condutoras do processo de inovação.

As empresas tomam diversas iniciativas para melhorar o processo de produção e distribuição de seus produtos, dando assim, origem a inovação que gera lucro para a empresa e, como consequência, melhora a qualidade de vida da sociedade em geral.

(23)

No processo de inovação pode ocorrer que a mesma não seja iniciada por diversos fatores que se apresentam como um obstáculo ao seu desenvolvimento. Por mais que sejam empregados esforços para que uma inovação realmente aconteça, durante o seu processo de desenvolvimento ou até mesmo antes dessa etapa, a empresa pode decidir por não dar continuidade ao processo de inovação.

As atividades de inovação podem ser obstruídas por diversos fatores. Pode haver razões para que não sejam iniciadas atividades de inovação e fatores que refreiam tais atividades ou as afetam negativamente. Incluem-se fatores econômicos, como custos elevados e deficiências de demanda, fatores específicos a uma empresa, como a carência de pessoal especializado ou de conhecimentos, e fatores legais, como regulações ou regras tributárias. (OCDE, 2004, p. 26).

Como se pode notar a inovação exerce um importante papel para o desenvolvimento da sociedade, porém pode ser considerada complexa de ser incorporada nas empresas, pois existem diversos fatores que podem impedir que a inovação aconteça como também pode existir fatores que influenciam positivamente na inovação.

Os fatores que influenciam no potencial de inovação, tornando as empresas mais inovadoras, podem estar presentes tanto no ambiente externo como no ambiente interno. Ao inovar a empresa busca o apoio de agentes externos, como também depende de seus recursos internos, tanto humano como financeiro, conforme relatado no Manual de Oslo:

As atividades de inovação de uma empresa dependem parcialmente da variedade e da estrutura de suas relações com as fontes de informação, conhecimento, tecnologias, práticas e recursos humanos e financeiros. Cada interação conecta a firma inovadora com outros fatores do sistema de inovação: laboratórios governamentais, universidades, departamentos de políticas, reguladores, competidores, fornecedores e consumidores. (OCDE, 2004, p. 27)

Para o referido Manual, a estrutura organizacional de uma empresa pode afetar a eficiência das atividades de inovação, sendo algumas mais apropriadas a determinados ambientes, um grau maior de integração organizacional pode melhorar a coordenação, o planejamento e a implementação de estratégias de inovação. Ainda, o manual afirma que uma forma de organização mais livre e flexível, que permite aos trabalhadores maior autonomia para tomar decisões e definir suas responsabilidades, pode ser mais efetiva na geração de inovações mais radicais.

(24)

A principal pesquisa realizada no Brasil sobre inovação nas empresas é a PINTEC1 realizada pelo IBGE2 que teve a primeira versão em 2000 e a última em 2011. Na Tabela 1, é possível visualizar a evolução das taxas de inovação na indústria brasileira desde a primeira pesquisa realizada.

Tabela 1 - Evolução na taxa de inovação no Brasil.

Fonte: Pesquisa Pintec 2011.

Na tabela é possível perceber o baixo percentual de inovação na indústria brasileira, mesmo apresentando um leve aumento no período de 2000 a 2008, este percentual apresentou queda de 2,5% em 2011, comparado ao ano de 2008.

Quando se trata do tipo de inovação implantada pelas empresas no período analisado, conforme a Tabela 2, em 2011 as indústrias apresentaram percentual de inovação de produto de 17,3% e de inovação de processo de 31,7%.

Tabela 2 - Taxa de inovação de produto e de processo 2009-2011.

Fonte: Pesquisa Pintec 2011.

1

Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica, que tem como principal objetivo levantar informações que visem a construção de indicadores nacionais e regionais das atividades de inovação nas empresas indústrias, de eletricidade e gás e de serviços selecionados, compatíveis com as recomendações internacionais em termos conceituais e metodológicos.

2

(25)

Com base nos dados da Pintec, percebe-se que as indústrias brasileiras praticam mais a inovação de processo que traz melhorias ao processo de produção, e apenas 17,3% praticam a inovação de produto que pode garantir maior vantagem competitiva as empresas.

Tendo em vista a importância da inovação para que as organizações possam conquistar vantagem competitiva, inovar não é mais apenas uma questão de escolha, pois aquelas que não incorporarem a inovação em seus produtos e processos provavelmente tendem a desaparecer do mercado.

Esta pesquisa é vinculada ao Projeto “Produção, Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade: Estratégias e Ações de Pequenas e Médias Indústrias do Noroeste RS”, do grupo GEPITE3. O questionário para a pesquisa de campo foi desenvolvido em 2013 e aplicado em 2014, e utilizou como principal referência o Manual de Oslo em sua 3ª edição, criado pela OCDE4, este manual tem o objetivo de orientar e padronizar conceitos, metodologias e construção de estatísticas e indicadores de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de países industrializados.

Como a abrangência da inovação pode ser para a empresa, para o mercado ou para o mundo, esta pesquisa tem buscou identificar quais são os principais fatores de influência no potencial de abrangência da inovação de produto nas empresas.

De acordo com a definição dos autores, Carvalho, Reis e Cavalcante, as empresas consideradas seguidoras sãoinovadoras para a empresa e, algumas vezes, para o mercado, e as empresas pioneiras são inovadoras para o mercado e/ou para o mundo. Neste estudo, aquelas que inovaram somente para empresa serão denominadas seguidoras e as empresas que inovaram para o mercado serão denominadas de pioneiras. Ao considerar as empresas que introduziram inovação de produto e qual sua abrangência, tem-se a classificação da inovação “nova somente para a empresa” ou “nova para o mercado”, assim foi possível identificar tanto nas empresas consideradas seguidoras como nas empresas pioneiras quais fatores influenciam no potencial de inovação de produto.

Para a delimitação do universo da pesquisa, as empresas foram definidas com base na principal atividade econômica, optando-se pelas indústrias (que tem como finalidade transformar matéria-prima em produtos comercializáveis). Quanto a

3 Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Produção, Inovação, Tecnologia e Empreendedorismo da Unijuí. 4 Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento.

(26)

localização, definiu-se os municípios que fazem parte do Corede Noroeste Colonial, do Rio Grande do Sul. E quanto ao porte das indústrias utilizou-se a classificação de acordo com o número de funcionários, conforme a Tabela 3, definida pelo IBGE.

Tabela 3 – Classificação das indústrias quanto ao porte.

Fonte: IBGE.

Com base na classificação do IBGE e de posse da informação do número de funcionários de cada uma das 40 indústrias que participaram da pesquisa, estas foram classificadas quanto ao porte, sendo: 31 microempresas e 9 de pequeno porte.

O critério fundamental para delimitação do universo da pesquisa foi identificar, na região noroeste do Rio grande do Sul, (principalmente Ijuí e Panambi, onde há maior concentração de indústrias dessa região) as empresas que implantaram alguma inovação de produto no período de 2010 a 2012, portanto do total de 40 empresas, 2 informaram não ter inovado no período, sendo estas retiradas da análise, restando, portanto 38 que foram analisadas. Estas empresas atuam nos seguintes setores: Metal-mecânico, Têxtil, Fabricação de Móveis, Fabricação de Alimentos e Artefatos de Cimento.

Através da coleta dos dados foi possível separar as empresas nos dois diferentes grupos de abrangência da inovação:

Inovação somente para empresa (seguidora): composto por 18 empresas que lançaram produto que foi considerado novo para empresa, mas já existente no mercado.

Inovação para o mercado (pioneira): composto por 20 empresas que lançaram produto que foi considerado novo para o mercado.

O período definido para este estudo compreendeu os anos de 2010, 2011 e 2012, como forma de analisar as atividades voltadas à inovação em um determinado período, pois conforme o Manual de Oslo (OCDE, 2004), para assegurar a comparabilidade, as pesquisas devem especificar um período de observação para as questões sobre inovação,

(27)

o manual recomenda que a extensão do período de observação não exceda três anos e nem seja inferior a um ano.

Nesta análise nenhuma empresa teria implantado produto considerado novo para o mundo, desta forma o estudo se concentra nos dois tipos mais presentes de abrangência da inovação: “novo somente para empresa” e “novo para o mercado”. Não fazendo parte desta análise a abrangência da inovação de produto “novo para o mundo” justamente por este tipo de abrangência não ser tão praticada pelas indústrias brasileiras, como mostra a Tabela 4, através dos dados da Pintec.

Tabela 4 – Taxa da inovação mundial 2009-2011.

Fonte: Pesquisa Pintec 2011.

A abrangência da inovação de produto “novo para o mundo” foi implantada por apenas 0,7% das indústrias analisadas em 2008 e para 2011 houve um pequeno aumento, sendo esse percentual de 1,2%. Nota-se que não é muito comum as indústrias brasileiras introduzirem produtos que são considerados novos para o mundo, devido a maior complexidade e demanda tanto de investimentos como de estrutura necessária para o desenvolvimento de um produto que possa ser considerado novo para o mundo.

É importante salientar que esta pesquisa, que vem sendo realizada desde 2012, teve como principal objetivo a elaboração de uma nova metodologia, com o propósito de identificar os principais fatores de influência no potencial de inovação de produto.

O universo de empresas informado anteriormente foi definido apenas como forma de apresentar os principais resultados obtidos através dessa metodologia, pois assim, pretende-se propor uma nova metodologia que auxiliará ainda mais nos estudos sobre a inovação nas empresas brasileiras. A metodologia poderá ser aplicada em qualquer indústria do país, independente do porte, da localização ou setor de atuação, desde que a mesma tenha implantado alguma inovação de produto no período a ser analisado.

(28)

1.2QUESTÃO DO ESTUDO

Com base nos dados coletados durante a pesquisa que foi aplicada em 2014, a questão de estudo se configura em: Quais são os principais fatores de influência no potencial de abrangência da inovação de produto nas empresas da região noroeste do RS?

1.3OBJETIVOS

A definição dos objetivos é de extrema importância para se conduzir um estudo com eficácia.

Os objetivos gerais são tratados em seu sentido mais amplo e constituem a ação que conduzirá ao tratamento da questão abordada no problema da pesquisa, fazendo menção ao objeto de uma forma mais direta, já em relação aos objetivos específicos são um detalhamento do objetivo geral, apresentando-se de forma pormenorizada, detalhada, as ações que se pretende alcançar e estabelecem estreita relação com as particularidades relativas à temática trabalhada. Fachin (2006).

1.3.1 Objetivo Geral

Este estudo teve como objetivo identificar quais os principais fatores que influenciam no potencial de abrangência da inovação de produto nas empresas da região noroeste do RS.

1.3.2 Objetivos específicos

Através da análise do questionário desenvolvido pela pesquisa, o objetivo foi identificar, para cada uma das questões já aplicadas, qual a classe de cada fator que apresentou a maior moda (valor que ocorre com maior frequência em um conjunto de dados) em cada categoria da abrangência da inovação de produto, levando em conta os seguintes fatores:

• O principal responsável pelo desenvolvimento das inovações dentro das empresas;

• O investimento médio realizado em atividades de inovação (pesquisa, desenvolvimento e implantação de novos produtos e processos) e quanto em média este valor representa do faturamento anual;

(29)

• As principais fontes de apoio financeiro e apoio gerencial utilizadas pelas empresas para as atividades de inovação;

• Os principais motivos que levaram as empresas a buscar o apoio externo para a inovação;

• A origem das ideias de desenvolvimento de novos produtos;

• Os percentuais de Propriedade Industrial (registro de marca e patente) das empresas;

• Como acontece o processo decisório e se existe o envolvimento ou não dos funcionários nas decisões;

• Se as empresas oferecem a capacitação profissional e com que frequência acontece;

• O perfil nos três níveis hierárquicos (estratégico, tático e operacional) em relação a formação e remuneração;

1.4JUSTIFICATIVA

A importância deste estudo está relacionada com os ganhos que a inovação pode proporcionar tanto para as organizações como para a sociedade em geral. Para as organizações a inovação proporciona lucratividade e vantagens competitivas que garantem a permanência no mercado, pois devido à globalização, as empresas se tornaram cada vez mais competitivas sendo forçadas a buscarem diferenciais que garantam a fidelização dos consumidores. A inovação também contribui para o desenvolvimento da sociedade melhorando a qualidade de vida das pessoas.

Atualmente muitas organizações ainda apresentam resistência à mudança, impedindo-as de perceber a importância da inovação, pois existe uma cultura voltada somente para o curto prazo, ou seja, resolvendo os problemas conforme surgem e realizando as atividades necessárias no momento presente, sem referências estratégicos definidos e sem um planejamento de longo prazo, impossibilitando assim, que a inovação seja incorporada como estratégia.

Para que as empresas conquistem seu espaço no mercado precisam ser competitivas e inovadoras, tornando a inovação não um ato isolado, mas sim uma atividade sistêmica e contínua, mobilizando todos os recursos disponíveis na organização.

(30)

Este estudo se torna relevante pelo fato de identificar as principais características que as empresas inovadoras têm, e que aquelas que não inovam devem ter. Permitindo que empresas “não inovadoras” possam identificar os fatores que não estão presentes em sua estrutura, mas que são fundamentais para se tornarem inovadoras. O Manual de Oslo argumenta a importância de se identificar quais são os fatores que permitem a inovação nas empresas:

Além das atividades de inovação, vários outros fatores podem afetar a capacidade de absorção dos novos conhecimentos e tecnologias e a capacidade de inovação. Entre esses fatores destacam-se as bases de conhecimentos das empresas, as capacidades e a experiência acadêmica dos trabalhadores, a implementação de TICs, e a proximidade de instituições públicas de pesquisas e de regiões com alta densidade de empresas inovadoras. Identificar os principais fatores que permitem a inovação nas empresas bem como os fatores que aprimoram sua capacidade de inovação é de grande importância. (OCDE, 2004, p. 104)

A pesquisa permite que empresas consideradas seguidoras (inovação para empresa) possam identificar quais são os fatores existentes nas pioneiras (inovação para o mercado) que possibilitam a introdução de inovações que sejam consideradas novidades no mercado, para que desta forma possam adquirir maior vantagem diante da concorrência.

Para aquelas que já introduzem inovações para o mercado, este estudo traz a relação dos principais fatores que potencializam sua capacidade de inovação, podendo a empresa buscar desenvolver ainda mais aqueles fatores que proporcionam a inovação.

(31)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo serão abordados os principais elementos e conceitos que dão sustentação teórica à pesquisa realizada, bem como ao tema objeto desse estudo. O referencial teórico tem início com a conceituação da inovação e outros fatores que abrangem o tema. Posteriormente apresenta-se as ideias de alguns autores relacionadas com temas como o empreendedorismo, o desenvolvimento local, a Era do conhecimento e o processo de tomada de decisão. Finalizando com a conceituação sobre os níveis hierárquicos das organizações.

2.1CONCEITOS DE INOVAÇÃO

O Manual de Oslo (OCDE, 2004), define a inovação como um processo dinâmico em que o conhecimento é acumulado por meio do aprendizado e da interação.

E define como tipos de inovação, a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou ainda um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas. A inovação não é um processo linear, podendo haver importantes enlaces e retrocessos no sistema. (OCDE, 2004).

No entendimento de Tidd, Bessant e Pavitt (2005), a inovação está associada à mudança. Desta forma, os autores dividem a inovação em quatro categorias, sendo elas:

• Inovação de produto: mudanças nas coisas (produtos/serviços) que uma empresa oferece;

• Inovação de processo: mudanças na forma em que os produtos/serviços são criados e entregues;

• Inovação de posição: mudanças no contexto em que produtos/serviços são introduzidos;

• Inovação de paradigma: mudanças nos modelos mentais subjacentes que orientam o que a empresa faz.

Pode-se dizer que esta subdivisão de inovação proposta pelos referidos autores se ampara na concepção de um dos atores clássicos sobre o assunto, pois, para Schumpeter (1982), o impulso fundamental que põe e mantém em funcionamento a economia capitalista procede dos novos bens de consumo, dos novos métodos de

(32)

produção, dos novos mercados e ainda das novas formas de organização industrial criadas pelas empresas. A inovação é percebida pelo autor, como uma mola propulsora do desenvolvimento, além de diferencial competitivo organizacional.

Drucker (2001), aborda a inovação intencional, que resulta do trabalho de análise árduo e sistemático. Segundo ele, a inovação intencional e sistemática começa com análise das oportunidades.

Para o autor, os inovadores de sucesso examinam os dados e as pessoas e definem analiticamente como a inovação precisa ser para satisfazer uma oportunidade, e então saem e observam os clientes e usuários, para ver quais são suas expectativas, seus valores e necessidade.

O que Peter Drucker deixa claro com essas afirmações é que, se as empresas almejam ser realmente inovadoras precisam estar atentas as necessidades do cliente e saber identificar uma oportunidade de inovação, para tanto deverão ir ao encontro dos clientes e buscar informações que transmitam os reais desejos e necessidades do seu público-alvo.

O autor, afirma que para inovar é preciso ter talento, inventividade e predisposição. ''Mas isso não basta, a inovação requer o trabalho dedicado, organizado, objetivo, exigindo bastante diligência, persistência e compromisso. Se tudo isso faltar, o talento, a inventividade e o conhecimento, por maiores que sejam, serão inúteis'' (Drucker, 2001, p. 148).

2.1.1 Intensidade da inovação

Na visão de Siedenberg (2006), as inovações proporcionam vantagens competitivas quando melhoram a posição das organizações no mercado, em especial quando a concorrência não percebe as novas mudanças impostas pelo ambiente. Para o autor, quando a empresa possui a intenção de iniciar inovações, esse processo pode se apresentar de duas maneiras: incremental ou radical, ambas podem ser consideradas positivas, quando bem planejadas.

Schumpeter (1988), traz a concepção de que o desenvolvimento econômico é conduzido pela inovação através de um processo dinâmico onde as novas tecnologias substituem as antigas, um processo denominado por ele de “destruição criadora”. As inovações radicais provocam rupturas mais intensas, enquanto inovações incrementais dão continuidade ao processo de mudança.

(33)

Barbieri (2004), acredita que as inovações se estendem numa linha contínua, onde num extremo se encontram as do tipo radical, que criam novas indústrias, e no outro as inovações incrementais ou melhorias que acrescentam novidade de pequena monta em produtos e processos conhecidos.

Na mesma linha, Lemos (1999), afirma que a inovação radical se trata do desenvolvimento e introdução de um novo produto, processo ou forma de organização da produção inteiramente nova. Esse tipo de inovação pode representar uma ruptura estrutural com o padrão tecnológico anterior, originando novas indústrias. Já a inovação incremental é a introdução de qualquer tipo de melhoria em um produto, processo ou organização da produção dentro de uma empresa, sem alteração na estrutura industrial.

Mattos e Guimarães (2005), apresentam uma definição de inovação radical e também de inovação incremental semelhante:

• Inovação radical: acontece quando são feitas grandes melhorias em um produto. Essas mudanças frequentemente fazem com que os princípios de funcionamento do produto ou dos processos de produção sejam alterados, envolvendo uma nova tecnologia que torna obsoleta a que era anteriormente empregada.

• Inovação incremental: acontece quando são feitas pequenas melhorias em um produto ou nos processos empregados na fabricação de um produto. Essas mudanças geralmente aperfeiçoam o desempenho funcional do produto, reduzem seus custos ou aumentam a eficiência e qualidade dos respectivos processos de produção.

Os mesmos autores ainda introduzem um terceiro conceito: inovação fundamental. Esta “ocorre quando o impacto da inovação for de tal natureza que possibilita o desenvolvimento de muitas outras inovações (MATTOS e GUIMARÃES, 2005, p. 23).” Este tipo de inovação ocorre com muita frequência em áreas como a eletrônica e a informática.

Neste mesmo sentido, Tidd, Bessant e Pavitt (2005, p. 31), acreditam que a mudança que envolve a inovação possui a dimensão do grau de novidade envolvido:

Há diferentes graus de novidade desde melhorias incrementais menores até mudanças realmente radicais que transformam a forma como vemos ou usamos as coisas. Algumas vezes, essas mudanças são comuns em alguns setores ou atividades, mas às vezes são tão radicais e vão tão além que mudam a própria base da sociedade, como foi o caso do papel da energia a

(34)

vapor na Revolução Industrial ou das presentes mudanças resultantes das tecnologias de comunicação e informática.

2.1.2 Abrangência da inovação

Em se tratando da abrangência da inovação, Marques Filho (2013), destaca que a inovação pode tomar os níveis mínimo, médio e máximo de novidade, conforme definidos pelo autor e representado na Figura 1:

• Nível mínimo: consiste de uma inovação que é novidade apenas para a empresa, acontece quando uma organização decide desenvolver um produto ou serviço que já existe em seus concorrentes.

• Nível médio: consiste em uma novidade para o mercado e acontece quando a organização introduz a inovação no mercado em uma esfera setorial, regional ou no seu país.

• Nível máximo: pode consistir em uma novidade para o mundo, alcançando seu nível máximo, acontece quando a empresa insere pela primeira vez um produto ou serviço a nível mundial.

Figura 1 - Abrangência da inovação

Fonte: adaptado de Marques Filho (2013, p. 124).

O mesmo autor enfatiza que o risco de se introduzir inovações também varia de forma crescente de acordo com a abrangência, assumindo riscos com níveis mais baixos para as inovações para a empresa e evoluindo até riscos mais altos para inovações com abrangência mundial.

Barbieri (2004), também comenta sobre a abrangência da inovação, podendo a mesma ser novidade somente para uma dada empresa ou uma novidade para o mercado:

(35)

Há inovações que trazem novidade para o mercado, enquanto outras o fazem apenas para uma dada empresa, no primeiro caso, trata-se de inovações pioneiras que introduzem soluções novas no sentido de que não eram conhecidas ou usadas em termos globais antes que a empresa inovadora as introduzisse. No segundo caso, a inovação refere-se à introdução de soluções que representam novidades apenas para uma dada empresa, pois elas já são conhecidas ou utilizadas por outras, nesse caso, a novidade é relativa à empresa que adota tais soluções. (BARBIERI, 2004, p. 48).

2.1.3 Inovação de produto

O Manual de Oslo (OCDE, 2004), define inovação de produto como a introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que concerne a suas características ou usos previstos. Esses melhoramentos significativos podem ser: em especificações técnicas, componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso ou outras características funcionais.

Para o Manual, as inovações de produto podem utilizar novos conhecimentos ou tecnologias, ou podem basear-se em novos usos ou combinações para conhecimentos ou tecnologias existentes.

O termo “produto” abrange tanto bens como serviços e as inovações de produto incluem a introdução de novos bens e serviços, e melhoramentos significativos nas características funcionais ou de usos dos bens e serviços existentes. (OCDE, 2004).

No entendimento de Castro (1999), as inovações de produto estão usualmente ligadas à busca de novos mercados e são importante fator de concorrência, especialmente nas indústrias que competem por diferenciação de produto, além de obviamente procurarem produtividade e redução de custos.

Relacionado ao tempo de desenvolvimento de produto, Jones e George (2011), afirmam que este tem início com a concepção inicial de um produto e termina com sua introdução no mercado. Para os autores, muitos produtos novos fracassam quando chegam ao mercado porque não foram desenhados pensando-se nas necessidades do cliente.

2.1.4 Gestão da Inovação

O processo ou gestão da inovação ocorre desde o surgimento de uma ideia, fazendo uso de tecnologias existentes, até criar o novo produto, processo ou serviço e colocá-lo em disponibilidade para o consumo ou uso. A utilização completa o processo, pela introdução da inovação na economia.

(36)

Mattos e Guimarães (2005), destacam que muitos modelos foram desenvolvidos para descrever o processo de inovação, sendo o modelo linear o mais ideal, que nem sempre é seguido na ordem e na forma completa. Conforme propõem os referidos autores este modelo prevê as seguintes etapas do ciclo de inovação:

• Pesquisa básica: se baseia em uma das ciências naturais e envolve estudos que ampliam a compreensão de como as leis de natureza regulam o funcionamento do universo;

• Pesquisa aplicada: aproxima a pesquisa de um novo produto comercial, buscando uma aplicação potencial para a pesquisa anterior;

• Geração de ideia: em algum momento do processo surge a ideia de um produto ou processo potencialmente comercializável como resultado da pesquisa;

• Desenvolvimento do produto: atividades que vão desde a ideia até o processo de fabricação e comercialização do produto;

• Entrada no mercado: nesta etapa a produção e comercialização do produto são efetivamente iniciadas.

Lemos (1999), destaca que o processo de inovação se caracteriza por ser descontínuo e irregular, além de não obedecer a um padrão linear, contínuo e regular, as inovações possuem um considerável grau de incerteza. Além de considerar o fato de que uma empresa não inova sozinha, pois as fontes de informações, conhecimentos e inovação podem se localizar tanto no ambiente interno, como em seu ambiente externo.

O processo de inovação é, portanto, um processo interativo, realizado com a contribuição de variados agentes econômicos e sociais que possuem diferentes tipos de informações e conhecimentos. Essa inovação se dá em vários níveis, entre diversos departamentos de uma mesma empresa, entre empresas distintas e com outras organizações, como aquelas de ensino e pesquisa. (LEMOS, 1999, p.127)

Pode-se considerar que a inovação se expressa através de produtos, processos e serviços novos. Dessa forma, as empresas tomam diversas iniciativas para melhorar o processo de produção e distribuição de seus produtos, dando assim, origem a inovação que gera lucros para a empresa e, como consequência, melhora a qualidade de vida da sociedade em geral.

Nos processos de inovação pode ocorrer que a mesma não seja iniciada por diversos fatores que podem se apresentar como um obstáculo ao seu desenvolvimento.

(37)

Por mais que sejam empregados esforços para que uma inovação realmente aconteça, durante o seu processo de desenvolvimento ou até mesmo antes dessa etapa, a empresa pode decidir por não dar continuidade ao processo de inovação.

Quando o desenvolvimento e a implantação da inovação acontecem efetivamente, surge a análise dos impactos dessa inovação sobre as atividades da empresa. Esses impactos podem ser sobre as vendas ou até mesmo sobre a aquisição do conhecimento.

Os impactos das inovações no desempenho de uma empresa variam de efeitos sobre as vendas e sobre a fatia de mercado detida a mudanças na produtividade e na eficiência. São impactos importantes no âmbito industrial e nacional as mudanças na competitividade internacional e na produtividade total dos fatores, os transbordamentos de conhecimento a partir de inovações na esfera da firma, e o aumento na quantidade de conhecimentos que circulam através das redes de comunicação. (OCDE, 2004, p. 27).

No entendimento de Manãs (2001), uma empresa atua em um contexto, impulsionado por pressões que são resultantes de uma série de componentes, os quais vistos como agentes possuem o poder de influência, que determinam o acerto ou o erro de direcionamento dessa organização junto ao ambiente em que se insere.

“Toda influência é propiciada por fatores de características distintas que colocados pelos agentes impulsionam ou desencadeiam um jogo de transformações que não tem volta”. (MANÃS, 2001, p. 159).

Segundo o autor as empresas devem estar preocupadas em acompanhar esses movimentos e o fazem antecipando-se no conhecimento desses fatores, desta forma as empresas passam a conhecer o mercado, a concorrência, os anseios da clientela e, sobretudo os seus pontos mais fortes e também seus pontos fracos, para conseguirem manterem-se competitivas.

Para Manãs (2001), a Gestão da Inovação e Tecnologia possui entre suas atividades básicas algumas relacionadas com a compra e venda de inovações, o monitoramento ambiental, especificamente tecnológico e de inovações, a produção e a implementação e difusão de novas tecnologias.

Conforme o autor, as dimensões gerenciais da inovação e tecnologia podem ser definidas de acordo com o conteúdo do conhecimento mais relevante para o exercício de cada atividade e que são no mínimo três: a especializada, a humana e a lógico-analítica.

(38)

“A GTI pode ser representada por uma estrutura simples, mais burocratizada, ou por um simples elemento de capacidade tal que atenda às necessidades relacionadas com as atividades abordadas”. (MANÃS, 2001, p. 162).

Os autores Carvalho, Reis e Cavalcante (2011, p. 55), comentam sobre a importância de as organizações gerenciarem a inovação para que esta se torne uma atividade sistêmica e contínua:

A necessidade de ofertar melhores produtos e serviços torna o ambiente competitivo repleto de mudanças, e a única alternativa é inovar para não sair do mercado. No entanto, não basta inovar uma vez. Para as organizações terem longevidade e lançarem novos produtos e serviços da maneira sistemática e contínua, precisam gerenciar bem a inovação. (CARVALHO, REIS e CAVALCANTE, 2011, p. 55)

2.1.5 Fontes de apoio à inovação

O processo de inovação nas empresas envolve muitos riscos e incertezas podendo resultar em sucesso ou fracasso, de modo que para uma inovação tornar-se viável são necessários investimentos financeiros, pesquisa e desenvolvimento, além de pessoal qualificado para transformar uma ideia em um produto comercializável.

Sabe-se que as empresas não inovam sozinhas, portanto existem agentes externos que podem auxiliar no processo de inovação, sendo através de apoio gerencial para qualificação do negócio e do pessoal envolvido, como também o próprio apoio financeiro para financiamento de projetos de desenvolvimento de produtos ou processos.

A Lei da Inovação (10.973/2004), que dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, no Art. 3º, capítulo II menciona o estímulo à construção de ambientes especializados e cooperativos de inovação:

A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as respectivas agências de fomento poderão estimular e apoiar a constituição de alianças estratégicas e o desenvolvimento de projetos de cooperação envolvendo empresas nacionais, ICT e organizações de direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa e desenvolvimento, que objetivem a geração de produtos e processos inovadores. (BRASIL, 2004).

O apoio mencionado na Lei de Inovação contempla as redes e os projetos internacionais de pesquisa tecnológica, bem como ações de empreendedorismo

(39)

tecnológico e de criação de ambientes de inovação, inclusive as incubadoras de empresas e os parques tecnológicos.

Ainda com base na Lei de Inovação, conforme o disposto no Art. 19, Capítulo IV, a União, as ICT e as agências de fomento promoverão e incentivarão o desenvolvimento de produtos e processos inovadores em empresas nacionais e nas entidades nacionais de direito privado sem fins lucrativos, voltadas para atividades de pesquisa, mediante a concessão de recursos financeiros, humanos, materiais ou de infraestrutura, a serem ajustados em convênios ou contratos específicos, destinados a apoiar atividades de pesquisa e desenvolvimento, para atender às prioridades da política industrial e tecnológica nacional.

2.1.6 Inovação na pequena empresa

Comparadas às grandes empresas inovadoras, Tidd, Bessant e Pavitt (2005) asseveram que as pequenas empresas inovadoras possuem um papel diferenciado na inovação tecnológica:

• Objetivos semelhantes: desenvolver e combinar competências

tecnológicas para fornecer produtos e serviços que satisfaçam o cliente do que as demais alternativas, e que sejam difíceis de copiar.

• Forças organizacionais: facilidade de comunicação, velocidade na tomada de decisão, índice de comprometimento de equipe e receptividade a novidade.

• Fraquezas tecnológicas: gama especializada de competências

tecnológicas, inabilidade para desenvolver e gerenciar sistemas complexos, inabilidade para financiar programas de risco a longo prazo.

• Setores diferenciados: pequenas empresas trazem uma contribuição maior à inovação em determinados setores, como máquinas, instrumentos e programas, do que em produtos químicos, eletrônicos e transportes.

O Manual de Oslo (OCDE, 2004), explica que as pequenas e médias empresas possuem necessidades mais especializadas em suas atividades, aumentando a importância de uma interação eficiente com outras empresas e com instituições públicas de pesquisa para P&D, troca de conhecimento e, posteriormente, para comercialização e atividades de marketing. Ainda o referido Manual destaca que o financiamento pode ser

Referências

Documentos relacionados

De acordo com o Manual de Oslo (2005) as inovações podem ser divididas em quatro tipos: inovações de produto, de processo, organizacionais e de marketing. Inovação de

In this work, TiO2 nanoparticles were dispersed and stabilized in water using a novel type of dispersant based on tailor-made amphiphilic block copolymers of

Objetivou-se com este estudo avaliar a qualidade de leite pasteurizado com inspeção estadual pela pesquisa de estafilococos coagulase positiva, sua

No final, os EUA viram a maioria das questões que tinham de ser resolvidas no sentido da criação de um tribunal que lhe fosse aceitável serem estabelecidas em sentido oposto, pelo

Os dados referentes aos sentimentos dos acadêmicos de enfermagem durante a realização do banho de leito, a preparação destes para a realização, a atribuição

2. Identifica as personagens do texto.. Indica o tempo da história. Indica o espaço da história. Classifica as palavras quanto ao número de sílabas. Copia do texto três

Nessa situação temos claramente a relação de tecnovívio apresentado por Dubatti (2012) operando, visto que nessa experiência ambos os atores tra- çam um diálogo que não se dá

Considerando-se principalmente as diretrizes para relatórios de sustentabilidade para o setor de mineração e metais (GRI, 2010), a análise dos relatórios de