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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

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(1)

DIREITO PROCESSUAL DO

TRABALHO

MÓDULO II

FASE POSTULATÓRIA

Prof. Antero Arantes Martins

(Aulas 9 a 12 – do curso de Processo e de 43 a 46 na numeração geral do curso)

(2)

DIREITO PROCESSUAL DO

TRABALHO

ACESSO AO PODER JUDICIÁRIO

(Gratuidade da justiça. Custo da ação.

Honorários advocatícios).

(3)
(4)

Acesso ao Poder Judiciário. Introdução.

• Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada

pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e

do

Distrito

Federal,

constitui-se

em

Estado

Democrático

de Direito

e tem como fundamentos:

[...]

• Art. 5º - [...]

– XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

– LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

(5)

Acesso ao Poder Judiciário. Introdução.

• Ser um Estado “de direito” (art. 1º, CF) significa dizer não à barbárie e à selvageria, ou, em outras palavras, garantir à todo aquele que estiver sob o território nacional o império da ordem jurídica.

• A consequência lógica da afirmação anterior é que o próprio Estado deve estar à disposição daquele que sentir que seu direito foi violado para solucionar seu conflito, o que implica em dizer que uma das consequências evidentes do Estado de Direito é o livre acesso ao Poder Judiciário (art. 5º, XXXV, CF)

• Entretanto, garantir o acesso ao Poder Judiciário apenas àqueles que têm recursos financeiros para custear a demanda não é, de fato, garantir livre acesso e nem promover o Estado de Direito, pois a todos aqueles excluídos desta via de proteção resta apenas a selvageria ou a submissão à vontade do mais forte.

(6)

Acesso ao Poder Judiciário. Introdução.

• Daí porque é elementos concretizador do livre acesso ao Poder Judiciário e, portanto, ao próprio Estado de Direito a garantia de assistência judiciária integral e

gratuita a quem comprovar insuficiência econômica.

• Portanto, para assegurar o cumprimento de sua função constitucional, a Justiça do Trabalho, como qualquer outro ramo do direito, deve estar de portas abertas a todos aqueles que dela necessitam.

• Não se pode intimidar aquele que pretende,

legitimamente, discutir judicialmente a violação de seu

direito, com ameaças relativas à imposição de

pagamento do custo da ação, notadamente àquele que não pode custeá-la.

(7)

Acesso ao Poder Judiciário. Introdução.

• O povo está com medo da Justiça do Trabalho e

isto é errado.

• Eventuais abusos de parte a parte (autor e réu)

devem ser combatidos com o instituto próprio

(litigância de má-fé).

• Não se pode utilizar critérios extremados de

elevação e imposição do custo da ação àqueles

mais

vulneráveis

por

conta

de

alguns

de

exorbitam.

• Lembrar que a sucumbência decorre, muito mais,

da ausência de capacidade probatória do que,

propriamente, da ausência do direito e/ou do

abuso no exercício do direito de açao.

(8)

OBTENÇÃO DA JUSTIÇA

GRATUITA e SUA

(9)

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

Redação anterior Nova redação

Art. 790. – [...]

§ 3o É facultado aos juízes, órgãos

julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, (continua)

X Art. 790. – [...]

§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do regime geral de previdência social.

ou declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família.

X § 4º O benefício da justiça gratuita será

concedido à parte que comprovar

(10)

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• Duas formas de obtenção da Justiça Gratuita: • A) Receber salário inferior a um teto.

– A reforma altera o dobro do mínimo legal (R$ 2.078,00) por 40% do limite máximo do RGPS (R$ 6.101,06 x 40% = R$ 2.440,42).

– Neste caso não precisa de declaração ou prova.

• B) “Comprovar” insuficiência de recursos.

• Comentário: Troca “declarar” a insuficiência por

“comprovar”. Discussão:

– Como comprovar? CLT silencia.

– Logo, aplicação supletiva do CPC (Art. 15). – Logo, aplica o art. 99, 3º:

(11)

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• Art. 99 - ...

– § 3o Presume-se verdadeira a alegação de

insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa

natural.

• No mesmo sentido a Súmula 463, I do C. TST

que, apesar de anterior à reforma, continua atual.

(12)

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• E mais! Verifique-se a regra de ônus da prova:

• Provar a insuficiência de recursos é provar que

não tem recursos, ou seja, determinar à parte que

façar uma prova negativa.

• Daí porque basta afirmar. A parte contrária, ao

impugnar, é de que deve fazer a prova positiva no

sentido de que existem recursos.

• Neste sentido as seguintes decisões, todas

posteriores à Lei 13.467/2017.

(13)

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

– RECURSO DE REVISTA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE JURIS TANTUM. RECEBIMENTO DE ALTO SALÁRIO NO CURSO DA RELAÇÃO DE EMPREGO. IMPOSSIBILIDADE DE SE PRESUMIR A CAPACIDADE ECONÔMICA A DESPEITO DA DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA FIRMADA PELA PARTE. No caso, o Regional manteve a sentença em que se indeferiu o pedido de gratuidade de Justiça, por considerar que o autor tinha condição econômica suficiente para arcar com o pagamento das custas processuais, pois " laborou para a reclamada exercendo, por último, a função de Administrador, recebendo salário de R$23.567,33 no último mês trabalhado, conforme demonstra o TRCT ". Entretanto, em que pese ser relativa a presunção de veracidade da declaração de insuficiência de recursos, são necessárias a impugnação da parte contrária e a respectiva produção de prova, a fim de afastar a hipossuficiência alegada, não se prestando a esse fim o simples fato de o reclamante receber remuneração elevada. (...) Ademais, o simples fato de o reclamante haver recebido um alto salário no curso de uma relação de emprego já terminada não permite afirmar, só por isso, que após a rescisão contratual, em 1º/4/2013, não esteja ele desempregado ou em situação que caracterize o estado de pobreza em sentido legal. Ou seja, para afastar a presunção decorrente da declaração do próprio reclamante, a parte contrária também tinha o ônus de alegar e provar que, após a rescisão do contrato de trabalho por eles mantido, o autor estava em situação econômica que não permitisse afirmar sua pobreza no sentido legal (e que o valor recebido na rescisão também não é suficiente para tanto). Não o tendo feito, prevalece a presunção das Leis nos 1.060/1950 e 7.510/1986. (...) A simples declaração de hipossuficiência atende ao único requisito exigido pela Lei 1.060/50. Esse é o entendimento firmado nesta Corte, consubstanciado na Orientação Jurisprudencial nº 304 da SbDI-1 do TST, que versa sobre a desnecessidade de o declarante comprovar a situação de hipossuficiência, nos termos da lei, com o seguinte teor: " para a concessão da assistência judiciária, basta a simples afirmação do declarante ou de seu advogado, na petição inicial, para se considerar configurada a sua situação econômica ". Recurso de revista conhecido e provido" (ARR-1000136-22.2016.5.02.0039, 2ª Turma, Relator Ministro José Roberto Freire Pimenta, DEJT 14/06/2019).

(14)

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

– "AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. – (...)

– 2. JUSTIÇA GRATUITA. Nos termos da jurisprudência desta Corte, o fato de o reclamante ter remuneração superior aos limites mínimos estabelecidos pela legislação para alcance do benefício da Justiça Gratuita não é suficiente, por si só, a demonstrar que ele está em situação econômica que lhe permite demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. Com efeito, se o demandante apresenta a declaração de pobreza, presume-se que a sua remuneração, ainda que superior a dois salários mínimos, não permite o pagamento das custas processuais sem prejuízo do sustento próprio e de sua família. Intactos os artigos constitucionais e legais indicados como violados. Agravo de instrumento conhecido e não provido " (AIRR-551-47.2017.5.10.0012, 8ª Turma, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 16/08/2019).

(15)

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

– "RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A

ÉGIDE DA LEI N° 13.467/17 - JUSTIÇA

GRATUITA DECLARAÇÃO DE POBREZA

-PRESUNÇÃO RELATIVA DE VERACIDADE

NÃO ELIDIDA POR PROVA EM SENTIDO CONTRÁRIO. A existência de declaração de miserabilidade é suficiente à concessão do

benefício da assistência judiciária gratuita.

Aplica-se a Súmula nº 463, I, do TST. (...)" (RR-1001334-43.2017.5.02.0271, 8ª Turma, Relatora Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DEJT 28/06/2019).

(16)

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

– "RECURSO DE REVISTA. LEI 13.467/2017. QUESTÃO PRELIMINAR. NULIDADE DO V. ACÓRDÃO REGIONAL POR

NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL.

TRANSCENDÊNCIA. (...)BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA. DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA. TRANSCENDÊNCIA. O Tribunal Regional entendeu que o fato de o reclamante receber salário elevado não autoriza o deferimento do benefício da gratuidade da Justiça. A causa apresenta transcendência política, nos termos do art. 896-A, § 1º, II, da CLT, uma vez que esta Corte Superior entende que o fato de o reclamante perceber salário elevado não demonstra, por si só, que esteja em situação econômica que lhe permita arcar com as despesas do processo, sem prejuízo do sustento de sua família, bastando a declaração de hipossuficiência econômica feita pelo reclamante . Transcendência política reconhecida, recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento" (RR-1545-80.2016.5.12.0036, 6ª Turma, Relatora Desembargadora Convocada Cilene Ferreira Amaro Santos, DEJT 10/05/2019

(17)

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• Neste sentido o recente julgado do C. TST

(Processo: RR - 1375-28.2015.5.02.0067 ).

– “RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA

VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014.

– ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.

DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA

ECONÔMICA. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE JURIS

TANTUM. RECEBIMENTO DE ALTO SALÁRIO NO

CURSO DA RELAÇÃO DE EMPREGO.

IMPOSSIBILIDADE DE SE PRESUMIR A

CAPACIDADE ECONÔMICA A DESPEITO DA

DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA FIRMADA PELA PARTE.

(18)

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• No caso, o Regional indeferiu o pedido de gratuidade de Justiça, por considerar que o autor tinha condição econômica suficiente para arcar com o pagamento das custas processuais, pois a reclamada juntou aos autos

documentos que comprovam o recebimento de

remuneração expressiva. Entretanto, em que pese ser relativa a presunção de veracidade da declaração de insuficiência de recursos, é necessária a impugnação da parte contrária e a respectiva produção de prova, a fim de afastar a hipossuficiência alegada, não se prestando a esse fim o simples fato de o reclamante receber remuneração elevada.

(19)

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• O fato de os documentos juntados demonstrarem que o reclamante percebe remuneração expressiva, como narrado pelo Regional, por si só, não tem força suficiente para afastar a declaração de pobreza firmada pela parte nos autos, nos termos da lei então em vigor. Isso porque, nos termos da Lei no 1.060/1950, § 1º, alterada pela Lei nº 7.510/1986, "presume-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar essa condição nos termos desta lei".

• Já a Lei nº 7.115/83, em seu artigo 1º, preceitua que "a declaração destinada a fazer prova de vida, residência,

dependência econômica, homonímia ou bons

antecedentes, quando firmada pelo próprio interessado ou por procurador bastante, e sob as penas da Lei, presume-se verdadeira".

(20)

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• Ademais, o simples fato de o reclamante haver recebido um alto salário no curso de uma relação de emprego já terminada não permite afirmar, só por isso, que após a rescisão contratual, em 1º/4/2013, não esteja ele desempregado ou em situação que caracterize o estado

de pobreza em sentido legal. Ou seja, para afastar a

presunção decorrente da declaração do próprio reclamante, a parte contrária também tinha o ônus de alegar e provar que, após a rescisão do contrato de trabalho por eles mantido, o autor estava em situação econômica que não permitisse afirmar sua pobreza no sentido legal (e que o valor recebido na rescisão também não é suficiente para tanto). Não o tendo feito, prevalece a presunção das Leis nos 1.060/1950 e 7.510/1986.

(21)

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• Assim, firmada a declaração de pobreza, desnecessário que a parte comprove que de fato não está em condições financeiras de arcar com as despesas do processo. A simples declaração de hipossuficiência atende ao único requisito exigido pela Lei 1.060/1950. Esse é o entendimento firmado nesta Corte, consubstanciado na Orientação Jurisprudencial nº 304 da SbDI-1 do TST, que versa sobre a desnecessidade de o declarante comprovar a situação de hipossuficiência, nos termos da lei, com o seguinte teor: "para a concessão da assistência judiciária, basta a simples afirmação do declarante ou de seu advogado, na petição inicial, para se considerar configurada a sua situação econômica". • Recurso de revista conhecido e provido.”

• (PROCESSO Nº TSTRR137528.2015.5.02.0067 – 2ª Turma -JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA - Ministro Relator – Pub: 06/10/2017)

(22)

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• Para indeferir é preciso que existam elementos de

falsidade de declaração e concessão de prazo,

prévio

, para a prova do preenchimento dos

requisitos:

• Art. 99 - ...

– § 2o O juiz somente poderá indeferir o pedido

se

houver nos autos elementos

que evidenciem a

falta dos pressupostos legais para a concessão de

gratuidade, devendo,

antes de indeferir o pedido

,

determinar

à

parte

a

comprovação

do

preenchimento dos referidos pressupostos.

(23)

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• Pode o Juiz produzir estes elementos de

ofício (redes sociais, por exemplo)?

• Assistência judiciária integral significa que

o juridicamente pobre não paga nada.

• Concedidos os benefícios da Justiça

gratuita, nenhum ônus deve ser imposto ao

beneficiário, sob pena de ofensa direta ao

comando do art. 5º, LXXIV da CF.

(24)

Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• Lembrar, porém, que a parte pode perder o benefício se, por fato futuro, deixar de ser pobre. Neste sentido o art. 100 do CPC:

– Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer impugnação na contestação, na réplica, nas contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio processo, sem suspensão de seu curso.

– Parágrafo único. Revogado o benefício, a parte arcará com as despesas processuais que tiver deixado de adiantar e pagará,

em caso de má-fé, até o décuplo de seu valor a título de multa, que será revertida em benefício da Fazenda Pública estadual ou federal e poderá ser inscrita em dívida ativa.

(25)

HONORÁRIOS

ADVOCATÍCIOS

(26)

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

Redação anterior

Nova redação

Inexistente X Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

X § 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários.

X § 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

(27)

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

– Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

• Percentual de 5% a 15% sobre:

– O que resultar da liquidação da sentença:

• Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:

– Logo:

– Sentença condenatória em obrigação de dar, nas modalidades “pagar quantia em dinheiro”, “dar coisa certa” ou “dar coisa incerta”, e, ainda, nas obrigações de fazer fungíveis.

(28)

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

• Proveito econômico obtido:

– Só o autor tem proveito econômico. Na sentença improcedente o réu não tem proveito econômico eis que o juiz apenas declara que não há obrigação de pagar porque não há direito à parte contrária.

– Deixar de pagar o que não se deve não pode ser considerado proveito econômico.

• “... ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o

valor atualizado da causa.”

– A referência “-lo” é ao proveito econômico, ou seja, apenas quando a ação for procedente mas não for

possível apurar o profeito econômico (Ex:

(29)

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

• Todas as hipóteses do “caput” do art. 791-A são

para sentenças procedentes. E para as sentenças

improcedentes?

• Não há previsão legal. Chegou-se a cogitar no

sentido de que a norma não teria previsão de

honorários advocatícios para o advogado do réu.

• Entretanto, o §3° do artigo prevê honorários

advocatícios na sucumbência recíproca. Logo, se

há para a sentença procedente em parte, deve

haver com mais razão para a improcedente ...

• Solução: Soma dos valores atribuídos aos

pedidos

que

foram

julgados

inteiramente

(30)

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

Redação anterior

Nova redação

X § 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita,

desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

(31)

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

• O que são “...

créditos capazes de suportar a

despesa

...”?

• Será aquele valor matematicamente superior à

despesa, mas que mantém o beneficiário na

condição de pobreza

OU

• Será aquele valor capaz de retirar o beneficiário

da condição de pobreza?

(32)

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DAS LEIS Nos 13.015/2014, 13.105/2015 E 13.467/2017. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017. CONSTITUCIONALIDADE DO ART. 791-A, § 4º, DA CLT. 1. A Reforma Trabalhista, implementada pela Lei nº 13.467/2017, sugere uma alteração de paradigma no direito material e processual do trabalho. No âmbito do processo do trabalho, a imposição pelo legislador de honorários sucumbenciais ao reclamante reflete a intenção de desestimular lides temerárias. É uma opção política. 2. Por certo, sua imposição a beneficiários da Justiça gratuita requer ponderação quanto à possibilidade de ser ou não tendente a suprimir o direito fundamental de acesso ao Judiciário daquele que demonstrou ser pobre na forma da Lei. 3. Não obstante, a redação dada ao art. 791, § 4º, da CLT, demonstrou essa preocupação por parte do legislador, uma vez que só será exigido do beneficiário da Justiça gratuita o pagamento de honorários advocatícios se ele obtiver créditos suficientes, neste ou em outro processo, para retirá-lo da condição de miserabilidade. Caso contrário, penderá, por dois anos, condição suspensiva de exigibilidade. A constatação da superação do estado de miserabilidade, por óbvio, é casuística e individualizada. 4. Assim, os condicionamentos impostos restauram a situação de isonomia do atual beneficiário da Justiça gratuita quanto aos demais postulantes. Destaque-se que o acesso ao Judiciário é amplo, mas não incondicionado. Nesse contexto, a ação contramajoritária do Judiciário, para a declaração de inconstitucionalidade de norma, não pode ser exercida no caso, em que não se demonstra violação do princípio constitucional de acesso à Justiça. Agravo de instrumento conhecido e desprovido. (AIRR - 2054-06.2017.5.11.0003 , Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento: 28/05/2019, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 31/05/2019)” (Sem grifos no original).

(33)

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

"RECURSO DE REVISTA DO AUTOR - CONDENAÇÃO DO BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA AO PAGAMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS -COMPATIBILIDADE DO ART. 791-A, § 4º, DA CLT COM O ART. 5º, CAPUT , XXXV e LXXIV, DA CF - TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA RECONHECIDA.

1. (...)

2. In casu , o debate jurídico que emerge do presente processo diz respeito à compatibilidade do § 4º do art. 791-A da CLT, introduzido pela Lei 13.467/17, que determina o pagamento de honorários advocatícios pelo beneficiário da justiça gratuita, quando sucumbente e tenha obtido em juízo, neste ou em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, frente aos princípios da isonomia, do livre acesso ao Judiciário e da assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem a insuficiência de recursos, esculpidos nos incisos XXXV e LXXIV do art. 5º da Constituição Federal, questão que, inclusive, encontra-se pendente de análise pela Suprema Corte em sede de controle concentrado de constitucionalidade (ADI 5.766-DF, Rel. Min. Roberto Barroso).

3. (...); 4. (...); 5. (...); 6. (...); 7. (...)

8. Ainda, convém ressaltar não ser verdadeira a assertiva de que a imposição de pagamento de honorários de advogado àquele que se declara pobre na forma da lei implica desvio de finalidade da norma, onerando os que necessitam de proteção legal, máxime porque no próprio § 4º do art. 791-A da CLT se visualiza a preocupação do legislador com o estado de hipossuficiência financeira da parte vencida, ao exigir o pagamento da verba honorária apenas no caso de existência de crédito em juízo, em favor do beneficiário da justiça gratuita, neste ou em outro processo, capaz de suportar a despesa que lhe está sendo imputada, situação, prima facie , apta a modificar a sua capacidade financeira, até então de miserabilidade, que justificava a concessão de gratuidade, prestigiando, de um lado, o processo responsável, e desestimulando, de outro, a litigância descompromissada.

9. (...)

(RR-1000231-60.2018.5.02.0046, 4ª Turma, Relator Ministro Ives Gandra Martins Filho, DEJT 06/12/2019 – Sem grifos ou destaques no original).

(34)

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

• Logo, não é quaoquer crédito que autoriza a execução do beneficiário da Justiça Gratuíta no pagamento de honorários advocatícios.

• Tem que ser um valor capaz de modificar sua condição socioeconômica que justificava a concessão do benefício ou, dito de outra forma, capaz de retirá-lo da condição de pobreza.

• Mas qual valor é capaz de retirar o beneficiário da condição de pobreza?

– Se e quando o credor (advogado da parte contrária) fizer o pedido, dentro do prazo de dois anos, obviamente, o Juiz da causa irá decidir e desta decisão caberá agravo de petição.

(35)

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

Redação anterior

Nova redação

X

§ 3º Na hipótese de procedência

parcial,

o

juízo

arbitrará

honorários

de

sucumbência

recíproca, vedada a compensação

entre os honorários.

(36)

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

• O que é procedência parcial?

• Dentro do pedido ou entre pedidos?

• Lembrar:

– Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas.

– Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários.

(37)

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

• Lembrar Súmula 326 do C. STJ:

– STJ-326: Na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica sucumbência recíproca.

• É específica para dano moral, mas, a sua ratio é

no sentido de que a parte não pode estimar o

quantum da sucumbência ao propor a ação.

(38)

JUSTIÇA GRATUITA. PERÍCIA.

• Condenação

em

honorários

advocatícios:

• Execução ou dedução do crédito?

– CC: Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe

é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o

respectivo crédito insuscetível de cessão,

(39)

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

• Não esquecer da sucumbência recursal

e honorários advocatícios na execução.

• Art. 791-A, 5º é omisso (O art. 85, 1º

do CPC foi transcrito parcialmente para

a CLT), atraindo a sua aplicação

subsidiária.

– § 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.

(40)

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

• Processos distribuídos anteriormente ao início da vigência da Lei 13.467/2017 (11/11/2017).

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AUSÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SINDICAL. A Corte Regional deferiu o pedido de pagamento de honorários

advocatícios sem que o reclamante estivesse assistido por sindicato da categoria. Até a edição da Lei 13.467/2017, o deferimento dos honorários advocatícios na Justiça do Trabalho estava condicionado ao preenchimento cumulativo dos requisitos previstos no art. 14 da Lei 5.584/70 e sintetizados na Súmula nº 219, I, desta Corte (sucumbência do empregador, comprovação do estado de miserabilidade jurídica do empregado e assistência do trabalhador pelo sindicato da categoria). A Lei 13.467/2017 possui aplicação

imediata no que concerne às regras de natureza processual, contudo, a alteração em relação ao princípio da sucumbência só tem aplicabilidade aos processos novos, uma vez que não é possível sua aplicação aos processos que foram decididos nas instâncias ordinárias sob o pálio da legislação anterior e sob a qual se analisa a existência de violação literal de dispositivo de lei federal. Verificada contrariedade ao entendimento consagrado na Súmula n.º219, I, do TST. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento.

• (PROCESSO Nº TST-RR-20192-83.2013.5.04.0026, CILENE FERREIRA AMARO SANTOS - Desembargadora Convocada Relatora)

(41)

HONORÁRIOS

PERICIAIS

(42)

JUSTIÇA GRATUITA. Honorários periciais.

Redação anterior Nova redação

Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, salvo se beneficiária de justiça gratuita.

X Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita (Art.

790-B)

Inexistente X § 1º Ao fixar o valor dos honorários periciais,

o juízo deverá respeitar o limite máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho.

Inexistente X § 2º O juízo poderá deferir parcelamento dos

honorários periciais.

Inexistente X § 3º O juízo não poderá exigir adiantamento

de valores para realização de perícias.

Inexistente X § 4º Somente no caso em que o beneficiário

da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outra lide, a União responderá pelo encargo.

(43)

JUSTIÇA GRATUITA. PERÍCIA.

• Caput: Afasta os honorários periciais do alcance da Justiça gratuíta. Ver parágrafo 4º (desde que tenha proveito econômico com a ação).

• § 1º: O limite máximo é fixado para o pagamento pelos cofres públicos. Risco de ausência ou queda na qualidade dos peritos.

• § 2º: Pode deferir o parcelamento. O parcelamanto será na execução ou logo após a perícia?

• § 3º: Não pode exigir depósito prévio.. Incorpora jurisprudência consolidada do TST.

– § 4º Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outra lide, a União responderá pelo encargo.

• Novidade. Perde a condição de “pobreza” se da ação resultar proveito econômico “capaz de suportar a despesa”, mesmo que em outra ação.

(44)

JUSTIÇA GRATUITA. PERÍCIA.

• Questões interessantes para argumento.

• Empregado não tem conhecimento técnico para identificar

agentes agressores. Tanto que o TST tem súmula reconhecendo o direito ao adicional de insalubridade por agente diverso daquele indicado na petição inicial (Súmula 293, TST).

• Empregado tem dificuldade em fixar nexo causal e de concausa

em determinadas doenças.

• Existem muitas divergências entre laudos da justiça comum, nas

ações acidentárias e laudos da justiça do trabalho nas ações indenizatórias.

• Nem todo pedido é desarrazoado ou inconsequente. Existem

situações de dúvida razoável. Aplicar este dispositivo em qualquer circunstância implica em intimidar do trabalhador na busca de solução para seu conflito negando, em última análise, acesso ao Poder Judiciário.

(45)

DIREITO PROCESSUAL DO

TRABALHO

PETIÇÃO INICIAL

(46)

Petição Inicial.

• O Juiz não prestará tutela jurisdicional se não for

provocado pela parte. (Art. 2º, CPC).

• Esta provocação é o direito subjetivo de ação, ou

seja, o meio pelo qual a parte provoca o Estado a

lhe conferir uma tutela jurisdicional.

• Petição inicial é o veículo pelo qual a parte

manifesta esta provocação formal ao Estado,

revela ao Juiz a lide, pede o provimento

jurisdicional.

(47)

PETIÇÃO INICIAL

Redação anterior Nova redação Art. 840 - A reclamação poderá ser

escrita ou verbal

X IDEM § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá

conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.

X § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá

conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior.

X § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a

termo, em duas vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no § 1o deste artigo.

INEXISTENTE X § 3o Os pedidos que não atendam ao

disposto no § 1o deste artigo serão julgados

(48)

Petição Inicial.

• Art. 840, § 1º da CLT e Art. 319 do CPC/2015.

• I. Juiz ou Tribunal a quem é dirigida.

Também

chamado

de

endereçamento

ou

cabeçalho, tem por finalidade estabelecer as

competências que o autor entende como corretas.

Exemplo:

“Exmo. Sr. Dr. Juiz do Trabalho da ____

Vara

do

(49)

Petição Inicial.

• II. Qualificação das partes. Destina-se a fixar os limites

subjetivos da lide, ou seja, indicar ao juiz quem são os sujeitos da ação.

• III. Um Breve relato dos fatos. Não é preciso os fundamentos jurídicos quando a relação de base for uma relação de emprego. Interpretar historicamente.

• Distinção: Fundamento jurídico (art. 319, III,

CPC/2015) x fundamento legal (“Da mihi factum dabo

tibi ius”I).

• Fato, portanto, é aquele que gera o direito do autor e a obrigação do réu, chamado de fato constitutivo.

(50)

Petição Inicial.

• IV. O pedido, e suas especificações:

• O primeiro é dirigido ao Juiz (imediato), onde o

autor

pretende

uma

tutela

jurisdicional

(uma

declaração, uma condenação, uma constituição, uma

cautela, etc) e o segundo (mediato), dirigido contra o

réu, que é a tutela especifica à solução da lide, ou

seja, o mérito da causa.

• Voltaremos

a

tratar

dos

pedidos,

mais

especificamente, adiante.

(51)

Petição Inicial.

• V. Requerimento para a citação do réu: Como

veremos mais adiante, no Processo do Trabalho a

citação do réu é feita automaticamente porque o

processo não vai ao Juiz para o chamado Juízo de

Admissibilidade. Este é, portanto, um requerimento

meramente formal.

• VI. As provas que pretende produzir: Outro requisito

meramente formal. Trata-se aqui de uma mera

indicação das provas que o autor pretende se utilizar

no processo para demonstrar os fatos que alegou na

causa de pedir. Para evitar o perecimento de

qualquer direito, os advogados utilizam-se aqui de

textos padrões que envolvem todas as provas

possíveis.

(52)

Petição Inicial.

• VII. Valor da causa: Deve corresponder à

expressão monetária do pedido. É importante

porque é o valor da causa que fixa o rito do

processo. Se for de até 40 salários mínimos o

processo tramitará pelo rito sumaríssimo e acima

de 40 salários mínimos pelo rito ordinário. Não é

mais

requisito

no

CPC/2015.

Entretanto,

necessário na petição inicial trabalhista.

• VIII. Opção pela audiência de conciliação.

Inaplicável no Processo do Trabalho já que tem

sistemática própria quanto à audiência.

(53)

VALOR DA CAUSA.

Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediatamente aferível. Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será:

I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação;

II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida;

III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor;

IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido; V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;

VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles; VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;

VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.

§ 1oQuando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de umas e outras.

§ 2o O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por

tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações.

§ 3o O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde ao conteúdo

patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes.

Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das custas.

(54)

VALOR DA CAUSA.

• Cobrança de dívida. Valor do principal, com correção monetária e juros de mora. (292, I);

• Na ação indenizatória, inclusive por dano moral, o valor pretendido (282, V);

• Se pedidos cumulativos: Soma de todos eles (282, VI); • Se pedidos sucessivos: valor do principal (282, VIII); • Se alternativos: valor do maior (282, VII);

• Prestações vencidas e vincendas: Todas as vencidas mais um ano das vincendas. (§ 2º);

• Juiz pode corrigir de ofício (§ 3º);

• Impugnação pelo réu em preliminar de contestação, sob pena de preclusão (§ 4º);

• Pedidos declaratórios e constitutivos não contém expressão econômica;

(55)

Petição Inicial. Vício. Emenda.

• A petição inicial que não preencher os requisitos

acima contém vício. O vício é sanável ou

insanável. Se sanável for, o Juiz não indeferirá a

inicial sem antes conceder ao autor prazo de dez

dias para o saneamento (art. 321, CPC/2015).

• O Juiz somente tem contato com a petição inicial

na audiência, ou seja, depois da citação. Daí

porque, no processo do trabalho, é possível

emendar a petição inicial depois de citado o réu.

(56)

Petição Inicial.

• O pedido é o núcleo da petição inicial, onde o autor

expressa sua pretensão para o Estado frente ao réu.

• É duplo: Imediato, dirigido ao Juiz, de ordem

processual e mediato, de ordem material, em face ao

réu. O pedido deve ser decorrência lógica da causa

de pedir, dizendo-se, portanto, que o pedido é

concludente.

• O pedido põe em marcha o processo, fixa o objeto

do litígio e, por conseqüência, os limites de lide.

(57)

Petição Inicial.

• O pedido deve ser certo e determinado.

• Por certo, devemos entender o pedido expresso, já que não se admite o pedido implícito, salvo as exceções legais, como veremos adiante;

• Por determinado devemos entender a fixação dos limites da pretensão. O autor deve ser claro naquilo que pretende junto ao órgão jurisdicional e ao réu. Pedido determinado não é necessariamente pedido líquido.

Determinado significa individualizar o bem pretendido. Líquido significa apontar a expressão monetária (valor em dinheiro) deste bem.

• Por líquido devemos entender o pedido que expressa um valor monetário.

(58)

Petição Inicial.

• Somente pedidos condenatórios em obrigação de

pagar quantia em dinheiro ou as obrigações de

fazer fungíveis (que podem ser transformadas em

dinheiro).

• Não para pedidos declaratórios, constitutivos, de

obrigação de não fazer e obrigação de fazer

infungíveis.

• A Lei 13.467/2017 introduziu a necessidade de

“indicação do valor”. Isto não significa pedido

líquido.

(59)

Petição Inicial.

• Neste sentido o art. 12, §2º da Instrução Normativa 41 do C. TST:

– “Art.12. – (...)

– § 2º Para fim do que dispõe o art. 840, §§ 1º e 2º, da CLT, o

valor da causa será estimado, observando-se, no que couber, o disposto nos arts. 291 a 293 do Código de Processo Civil” (sem destaques no original)

• Ora, se o próprio C. Tribunal Superior do Trabalho reconhece que, por imposição legal, o autor deve

estimar o valor da pretensão, evidente que não se pode

(60)

Petição Inicial.

• O pedido imediato nunca pode ser genérico. O

autor deve sempre individualizar o tipo de

tutela

que

pretende

(uma

condenação,

declaração, execução, uma medida cautelar,

etc).

• Relativamente ao pedido mediato, o pedido,

em regra, também deve ser específico. O

Processo Comum admite pedido genérico em

determinadas situações, (correção monetária,

juros

de

mora,

honorários

advocatícios,

prestações

vincendas

nas

relações

continuativas).

(61)

Petição Inicial.

• Os pedidos dirigidos ao Poder Judiciário (tutela

jurisdicional) podem ser:

• Declaratórios: Visam a manifestação judicial

sobre a existência ou inexistência de uma relação

jurídica da base entre as partes.

• Constitutivos:

Visam

constituir

(criar)

ou

desconstituir (extinguir) uma relação jurídica de

base existente entre as partes.

• Condenatórios: Visam a imposição judicial ao réu

para adimplemento de uma obrigação de dar,

fazer ou não fazer.

(62)

Petição Inicial.

• O autor pode cumular, num mesmo processo, vários pedidos, se várias forem as relações substanciais existentes entre as partes, ou se, de uma mesma relação, vários foram os bens jurídicos afetados

• Requisitos:

1. Devem ser compatíveis entre sí, sob pena de inépcia;

2. O Juízo deve ser competente para conhecer de todos os pedidos. Observe-se, entretanto, que se a incompetência para um deles for relativa, o Juiz não deve declara-la de ofício, eis que a parte pode não adentrar com a exceção declinatória.

3. Os procedimentos devem ser compatíveis, o que será suprimido se o autor adotar o rito ordinário, dispensando o rito especial que poderia favorecer um dos pedidos.

(63)

Petição Inicial.

• Pedido sucessivo é a possibilidade que o autor

tem de requerer ao Juízo que conheça do pedido

posterior, em não conhecendo ou desacolhendo o

pedido

principal.

É

chamado

de

pedido

subsidiário pelo art. 326 do CPC/2015.

• Evidentemente que, com o acolhimento do

pedido principal, restará prejudicado o pedido

acessório.

• O pedido sucessivo é utilizado para formular

pretensões incompatíveis entre si e impõe ao

julgador uma ordem no julgamento.

(64)

Petição Inicial.

• Vamos lembrar das obrigações conjuntivas e disjuntivas. Em ambas existem pluralidade de objetos.

• Na obrigação conjuntiva, todos os objetos são devidos. Nesta hipótese, o pedido será cumulativo, como veremos a seguir.

• Na obrigação disjuntiva, ou seja, aquela que não forma conjunto, apenas um dos objetos é devido, à escolha do credor ou devedor. São também chamadas de obrigação alternativa..

• Apenas quando a ação se origina em virtude de uma relação substancial alternativa é que poderemos ter um pedido alternativo. E, ainda assim, se a escolha couber ao devedor. Se couber ao credor, compete-lhe, desde logo, fazer a escolha e formular pedido certo.

(65)

Petição Inicial.

• Se a obrigação for alternativa o juiz deve permitir

ao devedor que faça a escolha e cumpra a

obrigação ainda que a petição inicial não tenha

elaborado pedido alternativo (art. 325, paragrafo

único, CPC/2015)

• É lícito ao autor formular pedido alternativo a

fim de que a escolha fique com o Magistrado

(Art. 326, parágrafo

único do CPC/2015).

(66)

DIREITO PROCESSUAL DO

TRABALHO

AUDIÊNCIA TRABALHISTA

(ATÉ DEFESA DO RÉU)

(67)

AUDIÊNCIA UNA. Introdução.

• A própria Secretaria da Vara, independentemente de

despacho do Juiz, procede a notificação (nome que

se dá à citação no Processo do Trabalho) da

reclamada. Trata-se de notificação postal que é

acompanhada de cópia da petição inicial (só da

petição,

sem

documentos).

Após,

o

processo

permanecerá

em

Cartório

aguardando

o

dia

designado para audiência.

• Segundo a CLT, a audiência é UNA, ou seja, para

atender

os

Princípios

da

Celeridade

e

da

concentração de atos, tudo deve ocorrer num só ato.

(68)

AUDIÊNCIA UNA. Introdução.

• Para facilitar o entendimento deste ato complexo,

organizou-se o quadro abaixo, dividindo a

audiência em sete passos. É importante entender

a dinâmica da audiência.

(69)

AUDIÊNCIA UNA. Previsão da CLT • 1. Comparecimento. • 2. Primeira tentativa de Conciliação • 3. Defesa do Reú 4. Prova oral

5. Debates Orais Finais

6. Última tentativa de conciliação

(70)

AUDIÊNCIA TRIPARTIDA. • 1. Comparecimento. • 2. Primeira tentativa de Conciliação • 3. Defesa do Reú • Sessão Inicial 4. Prova oral

5. Debates Orais Finais

6. Última tentativa de conciliação Sessão de instrução 7. Sentença Sessão de julgamento

(71)

AUDIÊNCIA BIPARTIDA. • 1. Comparecimento. • 2. Primeira tentativa de Conciliação • 3. Defesa do Reú • Audiência UNA. 4. Prova oral

5. Debates Orais Finais

6. Última tentativa de conciliação

7. Sentença

Sessão de julgamento

(72)

Audiência Una

• Nem sempre é possível realizar audiência UNA. Veja-se o exemplo de um processo que demande prova pericial. A perícia, por óbvio, não pode ser realizada em audiência. Portanto, neste caso o Juiz deve suspender o ato para realização da perícia.

• Também é possível o adiamento da audiência quando a parte convida a testemunha e esta não comparece (art. 825, parágrafo único da CLT). Neste caso, a sessão será suspensa para que a testemunha seja arrolada e posteriormente intimada pelo Juízo. Existem outras hipóteses de adiamento, citando-se as duas anteriores apenas a título de exemplo.

• Isto para demonstrar que a audiência é UNA por princípio, mas não é uma regra absoluta.

(73)

Ausência do reclamante.

Redação anterior Nova redação Art. 844 – O não-comparecimento do

reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato

X IDEM

Parágrafo único – Ocorrendo, entretanto, motivo relevante, poderá o presidente suspender o julgamento, designando nova audiência.

X § 1o Ocorrendo motivo relevante, poderá o

juiz suspender o julgamento, designando nova audiência.

INEXISTENTE X § 2o Na hipótese de ausência do reclamante,

este será condenado ao pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável.

INEXISTENTE X § 3o O pagamento das custas a que se refere o § 2o é condição para a propositura de nova demanda.

(74)

Ausência do reclamante.

• No Processo do Trabalho, o “arquivamento”

corresponde à extinção do feito sem exame do

mérito, por desinteresse da parte.

• Dando

causa

ao

primeiro

arquivamento,

o

reclamante pode propor uma segunda ação, desde

que pague as custas do processo anterior. No

segundo arquivamento

, o reclamante pode propor

uma terceira ação, desde que pague as custas do

processo anterior e

espere 06 meses

.

No terceiro

arquivamento

o reclamante não poderá propor uma

quarta ação,

perdendo o direito de ação por

perempção.

(75)

COMPARECIMENTO À AUDIÊNCIA. PREPOSTO.

– Art. 843 – [...]

– § 3º O preposto a que se refere o § 1º deste artigo não precisa ser empregado da parte reclamada.

(76)

AUDIÊNCIA UNA. Revelia

• Se

é

a

reclamada

quem

está

ausente

injustificadamente na audiência UNA ou inicial, a

penalidade é a revelia nos termos do art. 844 da

CLT. Revelia é um estado inercial do réu no

processo equivalente à ausência de defesa.

• Sendo assim, o autor nunca pode ser revel. Não

confundir revelia com confissão (presumir verdade

um fato alegado pela parte contrária). A presunção

de verdade dos fatos narrados na exordial é uma das

(77)

Ausência da Reclamada.

Redação anterior

Nova redação

INEXISTENTE X § 4o A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se:

I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação;

II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;

III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato;

IV - as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.

INEXISTENTE X § 5º Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados.

(78)

AUDIÊNCIA UNA. Confissão

• Vimos que a audiência de continuação é chamada

de audiência de “instrução”.

• Se a parte for ausente nesta audiência de

instrução, não se aplica o art. 844 da CLT e sim a

Súmula 74 do C. TST.

• Esta confissão é presumida de admite prova em

contrário. Veremos mais adiante, em provas que a

confissão pode ser presumida ou absoluta.

(79)

Tentativas obrigatórias de conciliação

• O objetivo de todo processo é solucionar o conflito e

trazer paz social. O Processo do Trabalho envolve

conflito de classes (capital x trabalho) e este conflito

é mais sensível às instabilidades sociais.

• Por conta desta característica, o Processo do

Trabalho tem como prioridade a conciliação entre as

partes.

• Sendo assim, o juiz tem obrigação de tentar a

conciliação no processo em duas oportunidades, sob

pena de nulidade. A primeira, logo que as partes

atendem ao pregão, antes mesmo de receber a defesa

(2º passo) e a última após o término dos debates

orais, antes do julgamento (6º passo).

(80)

Tentativas obrigatórias de conciliação

• Se a conciliação for alcançada, interrompe-se o

restante do procedimento. Será lavrada ata com os

termos da conciliação e, após a homologação do

juiz, tal valerá como decisão que extingue o

processo com exame de mérito irrecorrível.

• Este termo somente poderá ser atacado por via da

ação rescisória, regida pelo art. 966 do Código de

Processo Civil/2015. Apenas o INSS pode recorrer,

caso entenda que na conciliação houve fraude às

contribuições previdenciárias.

(81)

DEFESA

Redação anterior Nova redação

Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.

X IDEM

INEXISTENTE X Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até a audiência.” (NR)

INEXISTENTE X § ART. 841, 3o Oferecida a

contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação.” (NR)

(82)

Defesa do réu.

• Segundo procedimento previsto na CLT a defesa do réu

é apresentada oralmente e no prazo de vinte minutos. A

praxe, entretanto, substituiu tal procedimento pela entrega da defesa escrita.

• A notificação (nome que se dá à citação no Processo do Trabalho) é um ato de duplo efeito, eis que dá noticia ao réu da existência da ação e lhe convoca a respondê-la e sob pena de revelia.

• Defender-se não é uma obrigação do réu, porque ninguém é obrigado a litigar. Diz-se que a defesa é um

ônus do réu, porque em não o fazendo se sujeita aos

(83)

EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA.

Redação anterior Nova redação Art. 800 - Apresentada a exceção de

incompetência, abrir-se-á vista dos autos ao exceto, por 24 (vinte e quatro) horas improrrogáveis, devendo a decisão ser proferida na primeira audiência ou sessão que se seguir.

X “Art. 800. Apresentada exceção de incompetência

territorial no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo.

INEXISTENTE X § 1o Protocolada a petição, será suspenso o processo e

não se realizará a audiência a que se refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção.

INEXISTENTE X § 2o Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz,

que intimará o reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias.

INEXISTENTE X § 3o Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este houver indicado como competente.

INEXISTENTE X § 4o Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo competente.” (NR)

(84)

Exceção.

• No sentido amplo, toda a defesa do réu é exceção, eis que se destina a excluir de seu campo jurídico a pretensão do autor, mediata ou imediata. O sentido estrito (exceções processuais) é que será aqui visto.

• A exceção processual, também chamada de instrumental, é o modo de atacar um dos pressupostos processuais específicos do Juiz. Não se dirige à parte contrária, mas à pessoa ou órgão jurisdicional por onde tramita a ação.

• Exceção, portanto, é o meio de defesa destinado a afastar o juiz da causa.

(85)

Exceção de incompetência

• Já vimos que a incompetência pode ser absoluta ou relativa. A incompetência absoluta não é argüível por

exceção e sim em preliminar de contestação. A

incompetência relativa é argüível por esta via porque é prorrogável, exigindo-se, portanto, da parte, expressa recusa.

• A exceção deve ser apresentada por petição escrita. O Juiz pode indeferir liminarmente, se manifesta for a improcedência ou inepta for a peça. Caso contrário, abrirá prazo de 24 horas para resposta, mas usualmente é feita na própria audiência para não acarretar na interrupção do ato. Se necessário, far-se-á dilação probatória (prova oral e pericial, já que a documental deve acompanhar a exceção).

(86)

Exceção de impedimento ou suspeição.

• Ao Juiz cabe declarar-se, “ex officio”, impedido

ou suspeito, cabendo à parte apresentar a exceção

quando o Juiz assim não procede.

• Impedimento: Presunção absoluta de parcialidade

do

Juiz.

Suspeição:

Presunção

relativa

de

parcialidade do Juiz;

• É preciso, entretanto, dizer que na hipótese do

Juiz suspeito, se não for recusado via exceção,

válida é a sua decisão.

(87)

Exceção de impedimento e suspeição.

• O motivo da recusa deve estar elencado nos

artigos 144 (impedimento), 145 (suspeição) ou

147

(impedimento.

Juizes

parentes)

do

CPC/2015.

• É bom dizer que o impedimento e suspeição

aplicam-se

ao

Ministério

Público,

ao

serventuário, ao perito e ao intérprete.

• Recebida a exceção o Juiz pode acolhe-la e

declarar-se impedido ou suspeito.

(88)

Reconvenção.

• Reconvenção é a ação do réu, contra o autor, no

mesmo feito e Juízo em que é demandado.

• A reconvenção representa o meio adequado ao

réu que, não se conformando em apenas resistir,

passa a um contra-ataque, deduzindo nova

pretensão em relação ao autor.

• Como toda a ação, a reconvenção está sujeita às

condições

da

ação

e

aos

pressupostos

(89)

Reconvenção.

• O art. 343 do CPC/2015 estabelece que a reconvenção é apresentada na contestação, rompendo com a tradicional posição de ser apresentada em peça em apartado.

• Prosseguirá nos autos da ação principal, e será com esta julgada.

• Não se confunde com compensação. Na compensação, o

excesso do crédito do réu não autoriza a condenação do autor pela diferença.

• A reconvenção é instituto de direito processual, não importa em reconhecimento do crédito do autor, autoriza a condenação do reconvindo no excesso do crédito. Além disto, a reconvenção pode versar sobre direitos não obrigacionais e seu acolhimento não importa em rejeição da ação principal.

(90)

Contestação.

• Conceito:

“Contestação

é

o

instrumento

processual utilizado pelo réu para opor-se, formal

ou materialmente, à pretensão deduzida em Juízo

pelo autor”. (Humberto Theodoro Júnior).

• Contestação é a peça de resistência que o réu

apresenta ao pedido formulado na ação. É a

espécie mais comum de defesa, razão pela qual é,

incorretamente, confundida com esta última.

• Vimos que a petição inicial apresenta dois

pedidos, o imediato e o mediato.

• A contestação pode resistir aos dois pedidos e é

dividida

em

várias

espécies,

que

serão

(91)

Contestação.

• Contestação ritual ou processual: É a contestação destinada a resistir ao pedido imediato, ou seja, à pretensão de entrega da tutela jurisdicional. Neste tipo de contestação a reclamada não está discutindo o mérito da causa. Está sustentando que por alguma razão a tutela jurisdicional não pode ser entregue.

• As matérias que podem ser alegadas neste tipo de contestação estão relacionadas no art. 337 do Código de

Processo Civil de 2015 e são chamadas de

“preliminares”. Isto porque a alegação destas matérias deve ser feita antes da discussão do mérito da causa.

(92)

Contestação.

• Contestação de mérito: Como o próprio nome

diz, a contestação de “mérito” é aquela que visa

resistir ao pedido mediato, ou seja, ao próprio

mérito da causa. Não está mais relacionada com

vícios processuais, mas sim com a pretensão que

o reclamante dirige diretamente à reclamada.

• Será contestação de mérito

direta

quando a

reclamada

negar o fato constitutivo

do direito do

autor, ou seja, aquele que foi narrado na exordial

para sustentar o pedido.

(93)

Contestação.

• Ocorre contestação de mérito

indireta

quando a

reclamada,

em

sua

defesa,

admite

o

fato

constitutivo

de seu direito e

alega outro

que seja

modificativo,

extintivo

ou

impeditivo

deste

direito.

• Extintivo: O direito nasce e morre.

• Modificativo: O fato gera situação jurídica

diversa da pretendida pelo autor.

• Impeditivo: O fato não permite que o direito

nasça.

(94)

Contestação.

• Contestação de mera interpretação de

direito: Por vezes a reclamada resiste ao

pedido

mediato

apenas

negando

a

conseqüência jurídica do fato narrado, sem

discutir o fato em si.

• Nestes casos, a reclamada aceita o fato

constitutivo e não alega nenhum outro fato,

negando apenas a conseqüência jurídica.

(95)

AUDIÊNCIA UNA. Defesa do réu. Considerações finais

• Na contestação o réu deve alegar toda a matéria

de

defesa.

Decorre

daí

o

princípio

da

Concentração ou da Eventualidade. (Art. 306,

CPC/2015). Não o fazendo, ocorre a preclusão.

• Além disto, ao réu cabe o ônus da defesa

específica. Ao negar o fato constitutivo do direito

do autor, deve atacar especificamente cada fato

narrado na exordial, sob pena de se presumir

verdadeiros os não impugnados .

(96)

Contestação.

• Na contestação o réu deve alegar toda a matéria

de

defesa.

Decorre

daí

o

princípio

da

Concentração ou da Eventualidade. (Art. 306,

CPC/2015). Não o fazendo, ocorre a preclusão.

• Além disto, ao réu cabe o ônus da defesa

específica. Ao negar o fato constitutivo do direito

do autor, deve atacar especificamente cada fato

narrado na exordial, sob pena de se presumir

verdadeiros os não impugnados .

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